Os 10 melhores filmes do gênio Martin Scorsese

Os 10 melhores filmes do gênio Martin Scorsese

A Strip Me não tem medo da polêmica e, para homenagear Martin Scorsese, elencou entre os mais de 25 filmes do diretor, seus 10 melhores.

Imagine um menino que nasceu em New York na década de 1940, descendente de sicilianos, crescendo num bairro de imigrantes, onde a pobreza contrasta com alguns homens de ternos bem cortados tomando café na porta de alguns estabelecimentos, com cara de poucos amigos. O que se pode esperar do futuro desse menino? Ora, ser padre, é claro! Pois era o que queria ser quando adulto o adolescente Martin Scorsese, nascido no Queens em 1942. Porém, por ter uma saúde frágil, o jovem Scorsese quase não saía para a rua e faltava muito na escola. Para compensar, seus pais frequentemente o levavam para se distrair no cinema. Acontece que nos anos 50, quando Martin passava da infância para a adolescência ainda não tinha essa coisa de filmes para crianças. Então, com 12 para 13 anos, ele assistia filmes de Alfred Hitchcock e Ingmar Bergman. E tudo mudou.

Hoje Martin Scorsese é facilmente reconhecido como um dos maiores nomes do cinema de todos os tempos. E é curioso notar que tudo em sua vida pessoal colaborou para que ele fosse um cineasta tão autêntico, realista e de alto primor técnico. Ter crescido nos arredores de Little Italy,  em New York, nos anos 50, sendo ele próprio descendente de sicilianos, lhe deu uma visão única da máfia em seu auge. Sua religiosidade fez com que o catolicismo e a cristandade estivessem sempre presente em sua obra, mas sob um viés questionador, provocador até, justamente por ele ter muitas vezes questionado a sua fé, depois que o cinema e a literatura, e consequentemente a reflexão sobre a religiosidade, se tornaram um hábito.

A obra de Scorsese é vasta e impressionante, tamanha a qualidade de praticamente todos os seus filmes. São 25 filmes entre 1968 e 2019, sendo que tem mais um a caminho, que será lançado ainda neste ano. E isso só ficção, sem falar nos documentários, que são 12 no total, e pelo menos 3 são realmente fabulosos. Além disso, a obra de Scorsese é marcada por parcerias longevas e de muito sucesso, em especial com o ator Robert De Niro, e atualmente com Leonardo Dicaprio.  Há quem diga que a melhor forma de conhecer um artista é através de sua obra. Então, resolvemos selecionar os 10 filmes mais importantes da carreira do diretor. Não foi fácil escolher só 10 entre tantos filmes incríveis.  Então, você confere a seguir os 10 melhores filmes de Martin Scorsese segundo a Strip Me.

10 – O Rei da Comédia (1982)
Um filme excelente, apesar de menosprezado. Mas é compreensível que assim seja. O Rei da Comédia foi o filme que sucedeu Touro Indomável. O filme é empolgante ao misturar comédia e drama para contar a história de um homem perturbado, que vive entre sua própria imaginação e a realidade, cujo desejo é ser um grande comediante. Para alcançar seu objetivo, ele vai até as últimas consequências para se apresentar no talk show mais famoso da TV, apresentado por um renomado comediante. Protagonizado por Robert De Niro e Jerry Lewis, O Rei da Comédia é um baita filme, que ganhou mais atenção do público recentemente. Afinal, claramente o elogiadíssimo filme Joker, lançado em 2019, é mais que uma clara homenagem, é praticamente um remake do filme de Scorsese.

9 – Vivendo no Limite (1999)
Mais um filme sensacional de Scorsese que é pouco conhecido. Também compreensível que assim seja. 1999 foi um ano abençoado para o cinema. No mesmo ano foram lançados Clube da Luta, De Olhos Bem Fechados, Garota Interrompida, Beleza Americana e A Espera de um Milagre. Porém, Vivendo no Limite não deixa nada a desejar a estes filmes. Scorsese traz a história de um motorista de ambulância workaholic, que começa a ver fantasmas dos pacientes que não conseguiu salvar e, ao invés de diminuir, aumenta sua entrega ao trabalho. O filme é alucinante, com uma fotografia e edição fantásticas, uma trilha sonora arrebatadora com The Clash, Van Morrison, Johnny Thunders, R.E.M. e The Who. Além disso, Scorsese consegue arrancar de Nicolas Cage, que sempre foi um ator mediano, uma atuação vigorosa.

8 – O Irlandês (2019)
É o filme mais recente de Scorsese e pode ser considerado um épico, não só por ser um filme longo (mais de 3 horas de duração). O irlandês conta a história que tem ligação direta com um dos casos mais impactantes da história recente dos Estados Unidos, e que continua ainda hoje sem uma conclusão, o caso da morte do líder sindical Jimmy Hoffa. Além de se embrenhar num tema tão espinhoso, o filme tem outros atrativos. Pra começo de conversa, reúne Al Pacino e Robert De Niro finalmente num filme decente e a altura da qualidade dos dois atores. É um filme brilhante, que tem diálogos excelentes, ótimas cenas de ação e uma história bem amarrada, que prende a atenção. Um filme com a cara (e a qualidade) de Scorsese.

7 – Cabo do Medo (1991)
Um suspense como só Scorsese poderia fazer e só De Niro poderia protagonizar com tanta excelência! O roteiro é bem simples. Na verdade, o filme em si não é novidade, pois trata-se de um remake do filme de mesmo nome lançado em 1962 e protagonizado por Gregory Peck. Mas a versão de Scorsese é imbatível! A história gira em torno de um criminoso condenado que, ao sair da cadeia, passa a atormentar a família do promotor que o colocou na prisão. A entrega de De Niro ao personagem é assustadora.  É um suspense de roer as unhas que vale ser visto e revisto! Além de tudo foi o filme que revelou ao mundo a jovem atriz Juliette Lewis.

6 – Os Infiltrados (2006)
Este foi o filme responsável pelo primeiro Oscar de Scorsese. Sim, Os Infiltrados é um ótimo filme. Mas não é pra Oscar. Ele concorreu com Babel, Pequena Miss Sunshine e Cartas de Iwo Jima, que são tão bons quanto, se não melhores. Mas é possível que a academia tenha dado o Oscar a Os Infiltrados em nome do conjunto da obra de Scorsese, que tem pelo menos um cinco filmes antes deste que mereciam, e muito, a estatueta. Tá, mas isso não diminui em nada o filme, que fique claro. Os Infiltrados é um filme de máfia como só Scorsese pode conceber, repleto de violência e com uma trama que privilegia seus personagens. Mais uma vez, Scorsese apresenta um filme empolgante, com uma trilha sonora excelente e ótimas atuações. Aliás, de novo Scorsese tira leite de pedra ao fazer um ator mediano apresentar uma atuação acima da média. O nome da vez é Mark Wahlberg.

5 – Casino (1995)
Entramos no Top 5! Começamos a pisar em solo sagrado, de filmes que realmente mudam a perspectiva das pessoas e revolucionam de alguma maneira o jeito de fazer cinema. Casino é um filme de Martin Scorsese por excelência. Tudo que faz de Scorsese um cineasta genial está lá.  A escolha do elenco, que entrega atuações brilhantes, um roteiro denso e bem amarrado, cenas de violência explícita impressionantes, fotografia instigante, trilha sonora impecável e direção perfeita. A história se assemelha a do filme Bons Companheiros, pois conta a trajetória de um judeu associado à máfia que é designado para gerenciar um casino em Las Vegas. O filme é inspirado numa história real. Uma curiosidade aqui é que a trilha sonora, além de muito bem escolhida, tem um papel essencial no filme. Como a maior parte do filme acontece dentro de um casino, onde não se vê o mundo exterior e as roupas são sempre extravagantes e atemporais, é através das músicas que o passar dos anos é evidenciado. Enfim, um filme imperdível!

4 – O Lobo de Wall Street (2013)
O negócio de Scorsese é realmente contar histórias de personagens incríveis, carismáticos e que tem uma trajetória vertiginosa. Aqui a máfia dá lugar ao igualmente inescrupuloso e ganancioso mercado de ações e especulação monetária. Leonardo Dicaprio, numa atuação exuberante e irretocável, encarna um ousado homem de negócios que começou por baixo e cresceu rapidamente, entendo os meandros, pormenores e excessos do mercado financeiro. É um filme tão empolgante e divertido, que nem parece que tem 3 horas de duração. Além de tudo é um filme apresenta tamanho realismo que deixa uma pulga atrás da orelha: será que o alto escalão do mercado financeiro é desse jeito mesmo, ou isso é só uma caricatura?

3 – Touro Indomável (1980)
Após concluir Taxi Driver, seu primeiro filme realmente reconhecido pelo público e pela crítica, Martin Scorsese lançou um filme  que foi um fracasso total. Esse fracasso fez com que ele quase desistisse do cinema e fosse trabalhar apenas como diretor de vídeo clipes. Foi Robert De Niro quem o incentivou a continuar. Na mesma época em que De Niro dava essa força, chega ás mãos de Scorsese o roteiro de Touro Indomável, a história do lutador de boxe Jake LaMotta, uma história real. O filme é de uma sensibilidade inacreditável. Carrega consigo uma carga imensa de brutalidade e drama, que fizeram com que LaMotta tivesse uma vida de glória nos ringues e desastrosa dentro de casa. O trabalho de De Niro aqui é soberbo, sua transformação física ao encarnar o protagonista em seu auge na juventude e decadente na velhice é impressionante. Touro Indomável é o segundo filme da carreira de Scorsese que deveria ter ganho o Oscar. Outra curiosidade é que o próprio LaMotta, quando assistiu ao filme chorou muito e, ao final, ele perguntou para a sua esposa se ele havia sido uma pessoa tão terrível como aparece no filme. Ela respondeu: “Você era bem pior”.

1 – Empate Técnico
Não dá pra dizer qual destes dois filmes é melhor. Além de serem filmes bem diferentes, os dois são irretocáveis e realmente geniais, cada um com suas particularidades. Portanto, os dois entram para a lista como número 1.
Taxi Driver (1976)
Martin Scorsese era o homem certo na hora certa para realizar Taxi Driver. Primeiro, ele conhece New York como ninguém. Segundo, não tem medo de explorar a violência e brutalidade, e o faz sem parecer forçado. Terceiro, ele tem ao seu lado Robert De Niro, um ator fenomenal. Taxi Driver é um retrato de seu tempo. Um Estados Unidos sem esperança e violento, amargurado com o fim da guerra do Vietnã, que gerou milhares de homens perturbados, veteranos de uma guerra que matou mulheres e crianças, que só sabiam matar e agora estavam sem emprego. Esse é o perfil Travis Bickle, personagem principal, interpretado por De Niro. O filme é um clássico absoluto, desses que tem cenas tão icônicas que são repetidas em inúmeros filmes depois dele (“You talkin’ to me?”). Era um filme pra levar o Oscar. E ele perdeu sabe pra quem? Para Rocky, sim o filme de Sylvester Stallone sobre o boxeador Rocky Balboa. E ele levou o Oscar porque, além de ser realmente um ótimo filme, mostra exatamente o mesmo Estados Unidos despedaçado, mas tem como protagonista um homem simples, do povo, que consegue vencer na vida. Afinal, um pouco de otimismo não faz mal a ninguém.
Bons Companheiros (1990)
Coppola que não nos ouça, mas foi Martin Scorsese quem realmente definiu os moldes de um bom filme de máfia. E Foi com este Bons Companheiros que o fez. Claro que a trilogia Poderoso Chefão é genial, mas traz uma visão limitada, romantizada e vista de cima para baixo do mundo da máfia. Já Scorsese traz um olhar mais realista, com uma visão mais ampla e menos glamourizada. Além disso é quase didático ao explicar através da vida de Henry, como funciona a hierarquia da máfia italiana. Primeira coisa a ser dita sobre este filme: de novo Scorsese arranca uma atuação brilhante de um ator medíocre, neste caso Ray Liotta, que interpreta com perfeição o protagonista Henry Hill, um rapaz que não pode ser  efetivado na máfia por não ser de origem italiana, mas que é um gângster associado à máfia, com todos os seus privilégios, junto com  seus amigos  Jimmy Conway e Tommy (Robert De Niro e Joe Pesci). Mais uma vez Scorsese ajuda a mostrar a passagem do tempo através de uma trilha sonora excelente. Mais uma vez ele traz a violência crua e sem rodeios. Mais uma vez ele executa uma direção irretocável. Mais uma vez ele perde o Oscar. Desta vez, não tem muita explicação. O ganhador do Oscar naquele ano foi Dança com Lobos. Um ótimo filme, mas Bons Companheiros é melhor, mais completo, mais intenso. Bons Companheiros é o filme de máfia perfeito. É um filme que não dá pra cansar de rever. É uma obra prima, assim como Taxi Driver.

Menção honrosa
Precisamos falar, nem que seja por cima do trabalho de Scorsese como documentarista de música. Pelo menos 3 de seus documentários merecem ser mencionados: The Last Waltz, de 1978, que documenta o último show da banda The Band, famosa por acompanhar Bob Dylan, antes de sua separação. Além das músicas, é um filme  emocionante, com alguns depoimentos e uma fotografia delicada. George Harrison: Living in the Material World, de 2011 é outro documentário brilhante, contando a vida do guitarrista dos Beatles sob um viés mais pessoal e humano. Repleto de imagens raras e depoimentos de amigos e familiares, é uma homenagem a altura do talento do inigualável beatle George. Por fim, Rolling Thunder Revue: A Bob Dylan Story, de 2019, é acachapante. O filme retrata a turnê de Bob Dylan de 1975 pelos Estados Unidos. Uma turnê insana que além de músicos, contava com vários amigos, entre eles o poeta beat Allen Ginsberg. O filme traz imagens memoráveis de shows e de backstage, além de vários depoimentos interessantíssimos.

Que homem é Martin Scorsese! Um cineasta desse gabarito não podia deixar de ser homenageado pela Strip Me, que claro, tem estampa incrível com referência a um de seus filmes. O cinema cru e revolucionário de Scorsese é uma inspiração e referência para a marca! Confere na nossa loja as camisetas de cinema, de música, arte, cultura pop e muito mais. Além disso, no nosso site você fica por dentro de todos os nossos lançamentos, que pintam toda semana!

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist poderosa, baseada no que há de melhor em todas as trilhas sonoras dos filmes do Scorsese. Scorsese Top 10 tracks.

Yin Yang: O Equilíbrio da Vida

Yin Yang: O Equilíbrio da Vida

A Strip Me faz sua alquimia ao misturar a filosofia chinesa do Yin Yang à diversidade da cultura pop, para criar camisetas originais e super contemporâneas.

Demorou muito para que os povos do ocidente (nós, no caso) realmente assimilassem filosofias e hábitos orientais. A história do mundo nos mostra que sempre rolou uma barreira muito grande entre esses dois mundos. De um lado a filosofia greco romana e a religiosidade judaico-cristã. De outro as filosofias milenares do taoísmo e do budismo. Durante o Renascimento e as grandes navegações, muito se consumiu do oriente, claro. Mas apenas produtos e alimentos, as famosas especiarias e as sedas chinesas. Foi mais à partir do século XX mesmo que as coisas começaram a mudar e o ocidente passou a incorporar elementos das filosofias orientais.

O engraçado é que as coisas chegam até nós meio enlatadas, com um verniz espesso de ocidentalização. E não estamos falando só do brasileiro, que transforma o sushi em hot roll. Um exemplo é o Feng Shui, que é um princípio filosófico complexo, cheio de nuances e interpretações, que acabou virando meio que uma vertente do design de interiores, um conceito que os arquitetos mais descolados gostam de usar para justificar suas ideias. Da mesma maneira, o Yin Yang virou um símbolo pop, que virou febre entre os jovens dos anos 80 em vários lugares do mundo, que tatuavam o símbolo no braço sem saber direito o que aquilo significa.

O Yin Yang também é um conceito filosófico bem complexo e abrangente, é a base do taoísmo. Por sua vez, o taoísmo é uma filosofia religiosa politeísta chinesa, que tem sua própria explicação para a criação do universo, do planeta Terra e da humanidade. O Yin Yang está presente nesse princípio de tudo para os chineses. Ele representa o equilíbrio e a harmonia entre dois opostos. Luz e sombra, fogo e água, terra e céu, positivo e negativo, multiplicar e dividir… enfim, opostos, mas que se equilibram, que precisam um do outro para existir. Portanto, quando acontecem grandes catástrofes naturais como tsunamis, erupção de vulcões e até mesmo guerra entre povos, os chineses identificam essas coisas como desequilíbrios no Yin Yang. É por isso que em sua representação gráfica, o símbolo Yin Yang é uma esfera, dividida perfeitamente por uma onda, um lado é branco e outro é preto, e em cada lado, há um ponto. No lado preto um ponto branco e no lado branco um ponto preto, mostrando que a harmonia, representada pela onda, se estabelece quando os dois lados coexistem e interagem em equilíbrio.

Os primeiros registros do conceito do Yin Yang no taoísmo datam do século II antes de Cristo, ou seja, 4 mil anos atrás. Ao longo dos séculos ele foi sendo mais elaborado. Mas logo no início já ganhou a representação da esfera dividida entre preto e branco, representando o equilíbrio das forças da natureza, da mente e do físico. Yin preto e yang branco, integrados num movimento contínuo de geração mútua e interação destas forças. A filosofia taoísta observa a vida e a realidade como algo fluído, em constante mutação, por isso o equilíbrio do Yin Yang se mostra tão importante para sua cultura. Para se ter uma ideia, os conceitos do Yin Yang são aplicados em todas as áreas, da arte à matemática, passando pela agronomia, medicina, astronomia e muitas outras áreas da ciência e filosofia.

No século XX, as fronteiras do mundo diminuíram e começou a rolar toda uma descoberta dessas filosofias orientais por parte dos intelectuais do ocidente. No início do século, técnicas como a xilogravura, cuja obra mais marcante é A Onda de Kanagawa, se popularizou, bem como escritores existencialistas, entre eles alguns da geração beat, passaram a flertar com o budismo tibetano. Mais pra frente, nos anos 60, a cultura indiana se popularizou entre os jovens, muito graças aos Beatles, é verdade. Mas nessa busca por transcendência e purificação do ser humano que alguns hippies investiram, acabaram vindo junto alguns conceitos do taoísmo. E o Yin Yang passou a estampar algumas camisetas e batas. Claro, afinal, além de ter essa ideia de equilíbrio, o Yin Yang é esteticamente muito cativante.

Essa percepção do taoísmo sobre a natureza humana, representada pelo Yin Yang é realmente muito reveladora, e muito interessante. Tanto é que aparece com uma frequência enorme em diferentes manifestações artísticas. Nas artes plásticas isso fica mais subjetivo, mas pode ser identificado em obras como o Homem Vitruviano, de Leonardo Da Vinci. É bem provável que Da Vinci não tivesse contato direto com a filosofia taoísta. Ainda assim, transmitiu nessa obra, o mesmo conceito de equilíbrio e harmonia do ser. Mas é na literatura, quadrinhos e cinema que o Yin Yang é retratado com vitalidade e clareza, através de personagens complexos e diversos.

O maior exemplo é claramente o conto O Estranho Caso de Dr. Jekyll e Mr. Hyde, escrito pelo escocês Robert Louis Stevenson e publicado originalmente em 1886. A obra que ficou mais conhecida como O Médico e o Monstro se tornou sucesso absoluto na Europa, logo foi adaptada para o teatro e, no século seguinte, assim que o cinema foi criado, ele foi um dos primeiros textos a serem adaptados para as telonas. E é, ainda hoje, uma as obras literárias com o maior número de adaptações no cinema. São mais de 30 filmes. O primeiro foi lançado em 1920, dirigido por John S. Robertson. O mais recente é de 2017, dirigido pelo Luciano Barsuglia. Mas, certamente a mais importante e impactante adaptação é a de Victor Fleming, O Médico e o Monstro, lançado em 1941 e estrelado por Spencer Tracy, Ingrid Bergman e Lana Turner. O Estranho Caso de Doutor Jekyll e Senhor Hyde foi a primeira obra, tanto na literatura, quanto no cinema, a personificar com propriedade o Yin Yang, essa dualidade que existe no ser humano, que é bom e mau naturalmente, e vive em harmonia. Mas se algo faz com que esse equilíbrio seja quebrado, as consequências podem ser desastrosas.

Uma espécie de releitura do Dr Jekyll é o personagem Harvey Dent, incorruptível promotor público de Gotham City, que depois de sofrer um acidente, tem metade de seu rosto desfigurado e passa a ter dupla personalidade, tornando-se um dos mais icônicos inimigos do Batman, o Duas Caras. O interessante sobre o Duas Caras é que, assim como o Yin Yang, ele tem uma maneira de manter o equilíbrio entre suas duas personalidades opostas: o acaso. Antes de tomar uma decisão conflitante entre o promotor público honesto e o vilão enraivecido, o personagem joga uma moeda para o alto e tira no cara ou coroa. O problema é que, para o azar de Gotham, a moeda quase sempre fica do lado do vilão. No universo dos quadrinhos de Batman outro exemplo de gritante de Yin Yang é a relação do próprio Batman com seu maior rival, o Coringa. Ambos são originados na violência e desigualdade de Gotham, mas um decide lutar contra o crime e o outro abraça o caos. E os dois se completam, um não existiria sem o outro. O belíssimo filme Joker, de 2019, com Joaquim Phoenix como protagonista, mostra isso com clareza.

E o mais recente e marcante exemplo de Yin Yang no cinema, que pode até ser considerada mais uma releitura de Dr. Jekyll e Mr. Hyde, é o excelente Clube da Luta. Tyler Durden é o Dr. Jekyll do fim do século XX. Aqui temos os opostos realmente convivendo e lutando para se equilibrar. Com a diferença que nesta obra, tanto o escritor Chuck Palahniuk, quanto o diretor David Fincher, apostam no caos como forma de equilibrar os opostos. Como no poema de William Blake, que inspirou o nome da banda The Doors, o final de Clube da Luta, que aponta para o ápice do caos, justamente quando Tyler Durden tem pleno conhecimento de sua dualidade. “Quando as portas da percepção forem finalmente abertas, tudo aparecerá como realmente é: Infinito.”. Justamente o que prega o taoísmo chinês, a harmonia e fluidez da vida rumo ao infinito, numa constante evolução.

Enfim, todas essas teorias milenares orientais são bem complexas mesmo, e não dá pra gente resumir e falar sobre elas superficialmente. Mas é legal a gente saber sobre essa força imensa do Yin Yang e como ela é bem representada, num ícone tão simples e bonito. Além do mais, harmonia e equilíbrio fazem parte da nossa inspiração e filosofia de trabalho na Strip Me. Isso se reflete no uso de insumos que não agridem o meio ambiente, parceria com empresas locais e frequentes doações para ONGs que defendem nossos princípios.  Isso sem falar nas camisetas que combinam estilo e atitude em estampas de arte, música, cinema, cultura pop e muito mais. Confira tudo isso na nossa loja, onde você aproveita para ficar por dentro dos lançamentos, que pintam toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Na música o Yin Yang também se faz presente, em parcerias que se completam. Lennon-McCartney, Richards-Jagger, Simon-Garfunkel… portanto, segue uma playlist com as mais marcantes duplas “Yin Yang” da música pop! Yin Yang Top 10 tracks!

Para assistir: O Clube da Luta com certeza é o filme que melhor retrata a dualidade do ser humano moderno em toda a sua complexidade. O filme é baseado no livro de Chuck Palahniuk, dirigido pelo David Fincher e protagonizado por Brad Pitt e Edward Norton, que são realmente um só em todo o filme. O filme foi lançado em 1999.

Para ler: A editora Darkside Books lançou em 2019 uma edição lindíssima, em capa dura do clássico O Médico e o Monstro, de Robert Louis Stevenson. Além de ser um texto realmente brilhante, essa edição da Darkside vale a pena pelo belíssimo tratamento gráfico.

Quentin Tarantino One by One: Todos os filmes, do pior ao melhor.

Quentin Tarantino One by One: Todos os filmes, do pior ao melhor.

Na expectativa do décimo filme de Tarantino, em fase de produção, a Strip Me ranqueou todos os filmes do diretor, do pior ao melhor.

Um post claramente polêmico. Nada mais justo, afinal Quentin Tarantino sempre foi um diretor de cinema polêmico, gerando discussões sobre apologia à violência, subverter fatos históricos, abusar de referências pop e retratar o Bruce Lee levando um pau de um dublê de Hollywood. Mas é sua obra que o coloca como um dos maiores diretores da história do cinema. Um revolucionário. Tarantino fez na indústria do cinema o que o Nirvana fez na indústria fonográfica (e praticamente na mesma época). Ambos alçaram ao topo do mainstream o que era alternativo e underground, com obras absolutamente fantásticas e de valor inquestionável. O disco Nevermind desencadeou uma avalanche de lançamentos de bandas desconhecidas, e Pulp Fiction fez com que diretores autorais, como os irmãos Coen por exemplo, tivessem mais espaço, além de iniciar uma época de filmes violentos mais crus e explícitos.

Tarantino anunciou no começo deste ano que finalizou o roteiro de seu décimo filme, e aproveitou para dizer que será seu último. Se ele vai mesmo pendurar a claquete, só o tempo dirá. Mas a expectativa sobre seu último filme é enorme. Intitulado The Movie Critic, o longa será ambientado em 1977. Em entrevistas o diretor não deu pistas sobre a história, mas afirmou de antemão que não se trata de um crítico de cinema específico, não é uma cinebiografia ou algo assim. As filmagens estão programadas para o outono deste ano, que no Hemisfério Norte começa em setembro. Pra amenizar essa expectativa, fizemos um ranking de todos os filmes do Tarantino, do pior para o melhor. Onde The Movie Critic se encaixará nessa lista, ainda não sabemos. Mas sabemos que muita gente vai concordar com o nosso ranking, e muita gente vai discordar. E, no fim das contas, essa é a graça de fazer listas. Então vamos a ela.

Death Proof
Lançado em 2007, este é o filme mais fraco de Quentin Tarantino. É lógico que o filme mais fraco do Tarantino ainda é melhor que muita coisa feita nos últimos vinte anos no cinema. Sim, é um filme divertido, com aquela linguagem de filme B dos anos 70, diálogos maravilhosos e algumas cenas memoráveis. A cena da colisão frontal dos carros é linda! Mas é um file propositalmente galhofeiro, tem uns cortes desnecessários de cenas e um roteiro desleixado. A história é fraca.

Os Oito Odiados
Filme lançado em 2015, com um elenco fantástico. Numa espécie de volta às origens, Os Oito Odiados é como se fosse uma refilmagem do Cães de Aluguel, só que numa cabana congelada no meio do nada no século XIX. Claro, as atuações e os diálogos fazem com que o filme funcione muito bem. Mas acaba que é um filme cansativo e arrastado, ainda mais para quem vinha de esperando um novo Django Livre ou Bastardos Inglórios. Requer certa paciência para assistir as quase três horas de filme numa tacada só.

Jackie Brown
Veja você que o terceiro filme mais fraco de Tarantino tem no elenco Robert DeNiro, Bridget Fonda, Pam Grier, Michael Keaton e, é claro, Samuel L. Jackson. Além de ser o único dos filmes que Tarantino dirigiu, mas não escreveu, Jackie Brown é um filme muito bom. Na real, nem tem muito o que criticar. Tem atuações muito boas, uma história bem amarrada e uma trilha sonora focada no soul e funk dos anos 70 que é um deslumbre. Foi lançado em 1997 e é altamente recomendado. Mas, ao continuar lendo, você vai entender porque ele está entre os três “piores” do Tarantino.

Django Livre
Aqui a coisa já começa a complicar. Porque daqui pra frente são filmes realmente incríveis, e chega a ser injusto dizer que um é pior, ou mais fraco, que outro. Django Livre foi lançado em 2012 e é um filme grandioso. Tarantino recriou um filme western com maestria, mas colocando um negro como protagonista. Aqui temos um Leonardo DiCaprio numa atuação irretocável, aliás todas as atuações são muito acima da média. A trilha sonora que mescla clichês do western spaghetti com rap é genial. Mas é isso. É um western sob o olhar do século XXI. Uma boa história, boas atuações, mas sem grandes transgressões ou ousadias.

Bastardos Inglórios
Entramos no Top 5. E de cara podemos afirmar sem medo de errar que Bastardos Inglórios já é um clássico do cinema de todos os tempos. Foi neste filme que Tarantino, pela primeira vez, subverteu seu próprio método. Concebeu um filme numa linha do tempo linear, sem flashbacks, usou pelo menos umas 3 tipografias diferentes ao apresentar os créditos e retratou personagens históricos reais. Foi aqui que Tarantino mostrou ao mundo o brilhante ator Christoph Waltz, que roubou a cena como um general da SS culto e inescrupuloso. Outra subversão de Tarantino foi com a própria história mundial. Neste filme, lançado em 2009, os nazistas são derrotados em 1944, com a cúpula nazista, incluindo Hitler, morta num incêndio de um pequeno cinema em Paris. É um filme imperdível.

Cães de Aluguel
Lançado em 1992, é o filme de estreia de Tarantino como diretor. E é um dos filmes mais empolgantes dos anos 90. Tudo que o mundo viria a conhecer dois anos depois com o sucesso de Pulp Fiction já estavam neste filme. Litros de sangue, diálogos impagáveis, sarcasmo, uma linha temporal bagunçada e criminosos como protagonistas. Cães de Aluguel é brilhante por inúmeros motivos, mas um deles certamente é o fato de o filme se passar por mais da metade do tempo dentro de um barracão vazio. As atuações e os diálogos são maravilhosos. Sem falar na memorável cena da tortura do policial, que imortalizou a música Stuck in the Middle With You, da banda Stealers Wheel. Em se tratando de um diretor estreante, é um filme realmente inacreditável de tão bom.

Kill Bill I & II
Se o próprio Tarantino, em sua filmografia, considera os dois volumes de Kill Bill, lançados em 2003 e 2004, um filme só, quem somos nós para discordar? Kill Bill é um filme de 4 horas de duração, mas que pode ser assistido de uma vez sem cansar. Além da história ser riquíssima, tem personagens cativantes, diferentes locações e até mesmo diferentes linguagens cinematográficas, indo da animação no estilo mangá até filmes de bang bang. Apesar de se tratar de uma premissa simples, uma mulher em busca de vingança, tudo que envolve essa personagem e suas motivações são explicados num turbilhão delicioso de referências e homenagens à cultura pop, passando pela música, quadrinhos e cinema. Apesar de toda a violência, é um filme leve e divertido, desses que a gente não cansa de ver e rever.

Era Uma Vez em Hollywood…
O dedo chega a coçar para escrever que este é o melhor filme de Tarantino. Mas é claro, devemos levar em conta fatores como a maturidade, que traz consigo aprimoramento profissional, do diretor. Era uma vez em Hollywood… é seu filme mais recente, lançado em 2019. De fato, aqui Tarantino refinou sua arte em todos os sentidos. Está tudo lá. As referências pop, as influências de western e kung fu, a ambientação de época impecável e diálogos maravilhosos. Mas tudo muito bem dosado, sem exagero, e feito com esmero. É mais um filme de Tarantino com mais de duas horas de duração, mas que não dá pra sentir o tempo passar. E, é claro, as atuações irretocáveis de Leonardo DiCaprio e Brad Pitt. Em especial DiCaprio está voando, numa atuação realmente poderosa. Mais uma vez Tarantino reescreve a história ao recontar à sua maneira o caso Sharon Tate, atacada pelos asseclas de Charles Manson. É um filme praticamente perfeito, uma das obras primas de Tarantino.

Pulp Fiction
A ordem de toda essa lista pode ser questionada, mas este primeiro lugar, dificilmente será questionado. Pulp Fiction é o melhor filme de Tarantino não só pela originalidade e inventividade, mas também por sua estética revolucionária para a época. A importância do filme para o cinema é imensa. Além de fazer com que a indústria desse mais atenção para diretores autorais, com uma pegada mais alternativa, deu aval para que filmes de violência fossem mais explícitos e, consequentemente, mais densos e realistas. O próprio Seven, de David Fincher, lançado em 1995, é filho direto de Pulp Fiction, com cenas que não economizam no sangue, coisa que não aparecia com frequência em filmes policiais até então. Falando do filme em si, Pulp Fiction impressiona pelo roteiro coeso e bem amarrado, pela diversidade de personagens interessantíssimos, e que acabam se conectando, pela linha temporal bagunçada que encanta o espectador quando o filme acaba e tudo se explica, pelos diálogos impagáveis que vão de massagem nos pés a diferentes procedências de heroína. Além de cenas icônicas como a dança de Uma Thuruman e John Travolta, ou a incrível escapada do personagem de Bruce Willis, que foge com a motoci… quer dizer, com a chopper do Zed. Pulp Fiction é um filme irresistível, desses que se você pega pela metade, zapeando os canais da TV, para pra ver até o fim, mesmo já tendo visto dezenas de vezes. É o Nevermind do Tarantino, e só por esse elogio, já se justifica ele estar no primeiro lugar dessa lista, como a melhor obra do cineasta.

Pronto! Está feita a polêmica. Agora é com você, concordar ou discordar da sequência. Unanimidade mesmo é que o Quentin Tarantino é um dos cineastas mais importantes de todos os tempos e, certamente, o mais revolucionário dos últimos 30 anos. Sendo assim, é uma das nossas inspirações aqui na Strip Me. Basta dar uma conferida na nossa loja a quantidade de camisetas baseadas na obra dele para comprovar. Isso sem falar em muitas outras camisetas inspiradas no cinema, música, arte, cultura pop e muito mais. Na nossa loja você também fica por dentro de todos os nossos lançamentos, tem estampa nova toda semana!

Vai fundo!

Para ouvir: Mais uma playlist caprichada com músicas das trilhas sonoras dos filmes do Tarantino. Tarantino Mix Top 10 tracks.

Para assistir: Além de todos os filmes do Tarantino, nunca é demais recomendar o inigualável e divertidíssimo curta-metragem brasileiro Tarantino’s Mind. Lançado em 2006, escrito e dirigido pela dupla Bernardo Dutra e Manitou Felipe, o filme conta com Seu Jorge e Selton Mello nos papéis de suas vidas, falando sobre a obra de Tarantino. É sensacional e tem de graça no Youtube. Link aqui.

Um brinde ao cinema!

Um brinde ao cinema!

A Strip Me traz um top 5 de Drinks que foram imortalizados pelo cinema!

Que o cinema sempre gerou tendências, isso não é novidade. Desde James Dean vestindo calça jeans, camiseta branca e jaqueta até a Reese Whiterspoon de vestido cor de rosa no tribunal. É evidente que o cinema tem uma influência brutal sobre a sociedade. Não só no vestuário, mas no comportamento e no consumo em geral. Já faz tempo que a indústria cinematográfica inventou o merchandising. Então, a gente sabe que não é à toa que o Marty McFly toma Pepsi no passado, no futuro e no presente ou que o Forrest Gump calce tênis Nike para correr pelos Estados Unidos. Mas muitas vezes, algumas tendências surgem involuntariamente.

Todo mundo gosta de tomar um bom drink entre amigos. Num encontro amoroso então, é ainda mais charmoso degustar um atraente drink bem elaborado. E nisso o cinema sempre se mostrou prodigioso em mostrar. Tanto que muitos drinks ganharam fama mundial e são consumidos até hoje graças ao cinema. E essa união de cinema e drinks é tão deliciosa, que a Strip Me resolveu apresentar um top 5 dos melhores e mais famosos drinks no cinema, pra você tomar no balcão do bar no maior estilo, ou até mesmo reproduzi-los em casa.

Manhattan

Pra começar vamos com um clássico em todos os aspectos. Quanto Mais Quente Melhor é considerado um dos melhores filmes do diretor Billy Wilder. Lançado em 1959, o longo conta com Tony Curtir, Jack Lemmon e Marilyn Monroe. Ficou famosa a cena em que uma sedutora Marilyn prepara um drink para a dupla de fugitivos interpretados por Curtis e Lemmon, dentro de um trem. Ela mistura vermute e bourbon e diz que o drink se chama Manhattan. Essa cena foi o suficiente para imortalizar o drink e fazer dele um dos mais pedidos nos bares dos Estados Unidos no anos 60.
O Manhattan clássico leva uma dose de vermute, duas doses de bourbon, gelo, uma cereja uma lasca de casca de laranja para decorar. Coloque o vermute, o bourbon e o gelo numa coqueteleira, misture bem e sirva na taça, finalizando com a cereja e a casca da laranja. É servido numa taça do tipo coupette. Se quiser, é uma boa ideia deixar a taça no congelador por uns 15 minutos antes de servir o drink.

Dry Martini

A primeira vez que James Bond explicou como gosta de seu Dry Martini foi no filme 007 Contra Goldfinger, de 1964. Na famosa cena, Sean Connery explica que ao drink deve ser batido e não mexido. Um comentário controverso, diga-se. Mas  a gente chega lá. Bond foi adaptado para o cinema, vindo dos livros de Ian Fleming. E logo no primeiro livro, Casino Royale, lançado em 1953, o personagem dá uma descrição detalhada do preparo de seu drink favorito. “três medidas de gin Gordon’s, uma de vodka, meia medida de licor Kina Lillet, bem agitada até que esteja gelada, em seguida, adicione uma fatia grande e fina de casca de limão”. Nos filmes que vieram depois de Goldfinger, James Bond repetiu inúmeras vezes que prefere seu Dry  Martini batido, não mexido. O fato é que o correto é que o drink seja servido coado, límpido, sem nenhum vestígio sólido de gelo. Entretanto, o drink deve ser servido bem gelado. Por isso, alé de manter a taça resfriada antes de servir, a mistura das bebidas deve ser feita numa coqueteleira ou num mixing glass com bastante gelo, e depois coada para ser servida. Mexer a mistura com uma colher é mais apropriado, porque, ao ser batido na coqueteleira, o gelo se quebra em pedaços pequenos e derrete mais rápido. Assim, o drink fica diluído e com cristais de gelo que não são retidos na coagem. Mas, convenhamos, quem somos nós pra questionar o gosto do 007?
Para preparar seu próprio Dry Martini, antes de tudo, coloca a taça para resfriar. Numa coqueteleira com bastante gelo, coloque 60ml de gim, 20ml de vodca e 10ml de vermute branco. Mexa (ou bata, como preferir) bastante. Coe, sirva na taça fria e coloque uma lasca fina de casaca de limão siciliano. Ah, sim. O dry martini tradicional é servido com uma azeitona dentro. O do James Bond, porém, não leva azeitona. Aí fica a seu critério.

The Red Eye

Só mesmo o Tom Cruise exalando juventude seria capaz de convencer alguém a beber uma parada que mistura cerveja, suco de tomate e ovo cru. No clássico oitentista Cocktail, um filme de gosto questionável, mas sucesso de bilheteria, Cruise interpreta um barman e prepara esse drink inusitado chamado Red Eye. Desde então, o drink passou a ser solicitado em bares em todo o mundo. O filme é de 1988, e o personagem de Tom Cruise é um jovem ambicioso que abandona o exército e quer subir na vida. Acaba arranjando um trampo de barman, se dá bem, mas acaba tendo alguns conflitos or causa de uma paixão. Enfim, um roteiro fraquíssimo. Mas o filme acaba sendo um bom entretenimento. Já o drink Red Eye não consegue ficar no meio termo. Ou é amado ou é odiado. É um sabor que não dá pra explicar. Só experimentando mesmo. Então segue a receita.
Como boa parte dos drinks, é legal resfriar o recipiente onde a bebida será servida. Neste caso, uma caneca de 500ml. Na caneca resfriada, coloque 1 lata de cerveja de 350ml, 30ml de vodca, 180ml de suco de tomate e mexa bem como uma colher. Como o drink não leva gelo, é legal que todas as bebidas estejam geladas. Em seguida quebre o ovo cru na caneca e não mexa mais. O ideal é que a gema não se quebre. Para decorar, você pode colocar um talo de salsão. Aí é só respirar fundo e mandar essa mistura pra dentro.
Boa sorte.

White Russian

E chegamos aos anos 90! Finalmente! Chega de sofisticação e exageros! Nada de copinho resfriado e casca de limão! Nada de excentricidades e ingredientes exóticos! A gente só quer relaxar, cara! Andar de bermuda e roupão, jogar conversa fora e tomar uma paradinha doce, mas que dê aquela chapada. E assim, ao mesmo tempo, descrevemos o drink White Russian e o nosso querido The Dude, O Grande Lebowski! O brilhante e divertidíssimo filme dos irmãos Coen, de 1998, foi o responsável por popularizar de vez esse drink, que já existia em alguns bares da California desde os anos 1940. E o filme Grande Lebowski é tão bom quanto o drink White Russian. Ambos exalam uma certa maturidade, mas são leves e contém uma certa complexidade surpreendente. Então coloca um som do Supergrass pra tocar e aprende a fazer um legítimo White Russian.
Numa coqueteleira, coloque uns 4 ou 5 cubos de gelo, 60 ml de creme de leite e 60ml de vodca. Misture bem, até sentir que a coqueteleira está bem gelada nas suas mãos, sinal que a mistura dentro está bem homogênea. Num copo baixo coloque 40ml de licor de café e uns 3 cubos de gelo. Coloque devagar a mistura da coqueteleira usando um coador, assim, o drink vai ficar numa coloração degradê bonita no copo. Agora é só tirar o chinelo, botar os pés pra cima e saborear.

Cosmopolitan

O cosmopolitan é um drink tradicional, mas era mais conhecido e consumido nos Estados Unidos, especificamente na costa leste. Mas foi só a Carrie Bradshaw, emblemática personagem interpretada pela Sarah Jessica Parker na série e nos filmes Sex and the City, que o drink se tornou conhecido no mundo inteiro e virou o drink queridinho do público feminino. Não por acaso. Afinal, tanto a série como os filmes transmitem com perfeição o universo de mulheres independentes, determinadas e bem sucedidas que, é claro, vivem altos e baixos, tem inseguranças, medos e defeitos. Aliás como todo mundo os tem, homens e mulheres. E o drink cosmopolitan remete justamente a essa exuberância da mulher, que a série e os filmes retratam. Um drink tão saborosos quanto simples que não precisa nem descer do salto para fazer. Antes de começar, pegue uma taça de Martini e coloque pra resfriar no congelador. Numa coqueteleira coloque 50ml de vodca, 20ml de suco de cranberrie, 20ml de licor de laranja, 10ml e suco de limão, bastante gelo e misture bem. Depois é só coar a mistura na taça de Martini resfriada e adicionar uma lasca de casca de laranja para decorar.

Menção Honrosa

Não é um drink alcoólico, é verdade. Mas faz parte de uma cena tão marcante e divertida, que não dá pra falar de cinema e bebida sem citar o lendário five dollar shake de Pulp Fiction.  Afinal, convenhamos, não se trata de um simples milk-shake, mas um milk-shake que custa cinco dólares! O pedido de Mia Wallace chama tanto a atenção de Vincent Vega, que ele chega a perguntar para o garçom sósia de Buddy Holly: “É um milkshake comum, vai leite e sorvete?” O garçom responde: “É isso, sim senhor.” Vincent: “Não vai bourbon, nem nada?” “Não, senhor.” “E custa cinco dólares.” “Sim, senhor.” “Ok, just checking…”. Enfim, a cena toda no Jack Rabbit Slim’s é brilhante, com alguns dos diálogos mais divertidos já escritos e que culmina com a dança de Uma Thurman e John Travolta ao som de Chuck Berry. Realmente uma obra de arte de Quentin Tarantino. E que só nos faz sonhar, imaginando que gosto deve ter um milk-shake de cinco dólares.

Juntar cinema e drinks não tem como dar errado! E curtir um bom filme e juntar a turma para tomar um trago num bom boteco são coisas que a gente da Strip Me adora! Por isso mesmo, temos uma coleção linda de camisetas de bebidas e a nossa já tradicional coleção de camisetas de cinema, sem falar das coleções de arte, música, cultura pop e muito mais. Dá uma chegada na nossa loja pra conferir e ficar por dentro dos lançamentos, que pintam por lá toda semana.
Cheers!

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist animadíssima pra você curtir com a turma enquanto prepara os seus drinks favoritos. The Drinks Mix top 10 tracks.

Dos games pro cinema!

Dos games pro cinema!

A Strip Me preparou um top 5 comentado de jogos de vídeo game clássicos que viraram filmes. Confere aí!

Passam os anos, séculos até, e a afirmação do nosso querido Lavoisier segue inoxidável: Tudo se transforma! O filósofo referia-se à natureza, é verdade. Mas se assim é a natureza, não há de ser diferente com a cultura pop, este camaleão indomável! Jogos e personagens de vídeo game, por exemplo, frequentemente rompem a barreira do nicho gamer e invadem a cultura pop. Assim aconteceu, por exemplo, com o heroico e pitoresco encanador Mario, que saiu dos consoles para estampar camisetas, canecas, virou boneco de brinquedo e muito mais. Chegou inclusive às telas de cinema! Impressionante, não é? Pois bem. Hoje vamos estamos aqui para falar especificamente dessas transformações. Games que viraram filmes.

A popularização dos games nos anos oitenta e noventa foi massiva! À medida que os jogos foram se desenvolvendo, tendo um roteiro por trás dos jogos, por mais raso que fosse, eles foram ganhando personagens palpáveis, que invadiram o imaginário de crianças e adolescentes. Logo a indústria se ligou nisso e começou fazer de tudo. Revistas em quadrinhos, brinquedos, roupas… até que os produtores de cinema também se ligaram nesse nicho. Como estamos tratando aqui de origens, primórdios, vamos nos limitar a falar de jogos das duas últimas décadas do século vinte.  Afinal, de 2000 pra cá a coisa avançou de maneira assustadora, os consoles se aprimoraram, os jogos ganharam novas nuances, com produções cada vez mais rebuscadas, que esses dois mundos, games e cinema, se aproximaram muito. Afinal, é cada vez mais comum ver roteiristas de Hollywood escrevendo roteiros de games e atores e atrizes emprestando suas vozes e suas imagens para jogos cada vez mais elaborados.

Foi nos anos noventa que o mundo dos games tomou as telas de cinema de assalto. Nem sempre com filmes bons, é verdade. Mas sempre com grandes bilheterias. Hoje selecionamos os 5 jogos dos anos 90 mais importantes que viraram filme.

Double Dragon

Double Dragon foi o primeiro grande hit dos jogos do estilo beat‘em up, a boa e velha porradaria generalizada. Criado em 1987, jogo pode ser jogado em dupla ou solo. Consiste em dois guerreiros, mestres de artes marciais, que precisam salvar a namorada de um deles, que foi sequestrada por uma gangue barra pesada. A dupla de lutadores vai passando pelas fases batendo no máximo de inimigos possível e enfrentando os famosos chefões ao fim de cada fase. É uma história que não tem começo e nem fim, só uma premissa, uma desculpa, pra rolar o jogo. Foi muito popular nos arcades e também nos consoles Nintendo e Mega Drive. Foi tamanho o sucesso que em 1994 foi lançado um filme baseado no game. Dirigido pelo James Yukich e escrito por Paul Dini e Neal Shusterman.  Tal qual o jogo, o filme tem um roteiro mais raso que poça d’água. A dupla protagonista é interpretada pelos ilustres desconhecidos Mark Dacascos e Scott Wolf, atores que conseguiam papéis em filmes de ação por serem lutadores. Enfim, é um filme ruim, que beira o irrelevante. Mas que, na época, deu mais de 2 milhões e meio de lucro para os produtores. Sinal que o game realmente tem seu potencial.

Street Fighter

É aqui que a parada começa a ficar séria! O jogo foi criado pela empresa japonesa Capcom em 1987. De início, a maioria dos consoles possuía joysticks primitivos, com uma alavanca de direção e dois botões, que, no caso do jogo de luta, dava chutes e socos com intensidades diferentes de acordo com a pressão que o jogador aplicava no botão. Foi então que, em parceria com a Nintendo, a Copcom desenvolveu os joysticks que ficaram famosos, com quatro botões e o botão de direcionamento. A primeira versão do SF não causou tanto furor. Mas quando lançaram a segunda versão, em 1991… Street Fighter II foi uma febre mundial impressionante. O jogo que trazia os protagonistas Ken e Ryu lutando contra lutadores de vários lugares do mundo tornou-se um clássico imediato. Entre hadukens, shoryukens e tratratratrukens, os personagens do jogo ficaram famosos e também acabaram nas telas do cinema. O filme lançado em 1994 ficou por conta de Steven E. de Souza, que escreveu e dirigiu o longa. Pra se ter ideia, ele foi o roteirista de filmes como Duro de Matar e Comando para Matar, dois clássicos do cinema brucutu. No elenco Jean Claude Van Damme e Raul Julia, em seu último papel antes de morrer, encabeçavam um roteiro simples, mas até que bem amarrado, para um filme de ação com tantos personagens diferentes. Não é um filme memorável. Mas ainda deve servir como bom entretenimento para quem gosta de filmes de ação e luta.

Mortal Kombat

Depois do sucesso de Street Fighter, criado pelos japoneses da Capcom, os ianques não quiseram ficar de fora. Assim o estúdio de Chicago Midway Games criou um jogo com uma estética mais bem acabada, com personagens mais poderosos e com muito mais violência explícita e sangue. Em outubro de 1992 foi lançado então Mortal Kombat. Já com uma história mais rebuscada, os americanos criaram um roteiro, que era mostrado antes de começar o jogo pra valer, explicando a origem dos personagens, tudo baseado em histórias japonesas de ancestralidade e artes marciais. Mas o que fez a cabeça dos jovens jogadores mesmo foi que o vencedor de cada luta tinha algumas opções para finalizar seu adversário. Os famosos fatalitys permitiam desmembramentos, empalação e decapitação. O jogo virou hit instantâneo e continua popular até hoje. O jogo chegou às telonas em 1995. O filme foi dirigido por Paul W.S. Anderson, escrito por uma equipe de roteiristas e teve como protagonista o ator Cristopher Lambert. O filme até que é legal, tem cenas de ação muito boas, alguns efeitos visuais interessantes para a época e… basicamente é isso. Uma história rasa e sem pé nem cabeça, em que alguns lutadores poderosos são convocados para um torneio numa ilha, e quem vence o torneio pode decidir o destino da humanidade. Além disso, em especial para nós brasileiros, o Mortal Kombat é um jogo especial pois inspirou um dos memes mais antigos, mas imortal, da internet: Lindomar, o Sub Zero Brasileiro.

Tomb Raider

Com o sucesso dos vídeo games nos anos 90 entre os jovens, o estúdio britânico Eidos Interactive se ligou que tinha um nicho ainda que não tinha sido preenchido, o de garotas que curtem jogar vídeo game. Assim, criaram em 1996 o jogo Tomb Raider, protagonizado pela carismática Lara Croft, uma espécie de Indiana Jones de saia… quer dizer, de shortinho. Ela é uma arqueóloga que se mete em várias aventuras. Rapidamente o jogo se tornou um enorme sucesso não só entre as meninas, mas também entre os meninos, adolescentes com hormônios à flor da pele inspirados por uma guerreira de top e shortinho enfrentando vilões. O jogo foi lançado pela Sega para o Mega Drive, e logo depois saiu também para o Playstation. O jogo já passou por vários versões e atualizações. Da mesma forma, acabou sendo adaptado para o cinema mais de uma vez, sempre com sucesso. O filme mais marcante é de 2001, com ninguém menos que Angelina Jolie no papel de Lara Croft. A direção do filme ficou na mão do competente Simon West, diretor de Con Air. O filme rendeu milhões em bilheteria, mas não passa de um filme de ação, muito bem-feito sim, mas sem um roteiro muito atraente.

Super Mario Bros

Um clássico, né? Super Mario foi criado como um jogo de fases para arcade em 1983, pela Nintendo. Em 1985 passou para os consoles e foi sendo atualizado e ganhando novas versões ao longo dos anos. Mas sempre tendo Mario e Luigi como protagonistas, que percorrem o mundo dos cogumelos tentando salvar a Princesa Peach sem cair em armadilhas e passando pelos mais diversos obstáculos. É o tipo de jogo viciante, que você não quer parar de jogar. Apesar de sua estética pixelada, os personagens do jogo tornaram-se icônicos. Além disso, consegue agradar todas as idades. Crianças, adolescentes e, de alguns anos pra cá, adultos nostálgicos da época em que era crianças e jogavam incansavelmente para resgatar a princesa. Lógico que tamanha comoção levou o jogo para as salas de cinema. E você pode se perguntar: “Nossa, mas só agora, em 2023, saiu um filme do Super Mario nos cinemas?”. Claro que não! De fato, se você for hoje aos cinemas, vai ver que está em cartaz uma animação baseada no jogo, com gente como Chris Pratt e Jack Black fazendo as vozes dos personagens. Mas não se iluda, 30 anos atrás, em 1993, também estava em cartaz nos cinemas o filme Super Mario Bros. Este um live action, com gente como Bob Hoskins, John Leguizamo e Dennis Hopper no elenco. Apesar de contar com bons atores o longa é bem fraco, como a grande maioria dos filmes baseados em jogos. Roteiro raso e sem propósito. Mas é divertido ver os personagens do jogo como pessoas de verdade e tal. Pele peculiaridade da coisa toda, até que vale a pena conferir. Tanto o filme de 1993, como a animação que está em cartaz atualmente nos cinemas.

Menção Honrosa

Muito legal a gente ter toda essa pegada nostálgica, jogos e filmes dos anos 90 e tal… Mas também somos ligados no mundo contemporâneo, e o que acontece agora também nos interessa! Então, cabe aqui a gente citar um dos mais recentes hypes dos streamings, a série The Last of Us, baseada no jogo de mesmo nome. Apesar de não entregar o mesmo nível de conexão que o jogo oferece, a série é realmente ótima! Claro, sempre que a gente comparar com o jogo, a série vai sair perdendo. Primeiro porque a conexão, como já dissemos é bem maior, afinal, você, jogador, toma decisões pelos personagens e se envolve com a história, além de ter muito mais espaço para que o roteiro em si seja desenvolvido, dando profundidade aos personagens e amarrando a trama toda. Apesar disso tudo, a série funciona muito bem. Pedro Pascal entrega uma atuação excelente e a jovem Bella Ramsey se revela uma atriz versátil e talentosa na comédia e no drama. Realmente vale a pena demais conferir tanto o jogo quanto a série.

Pois é. Desde os anos 80 até hoje os games cravaram seu lugar ao ol na cultura pop com tamanha eficiência, que extrapolaram sua própria mídia e deram origem a filmes, nem sempre tão bons, mas sempre divertidos! Por isso mesmo os games também fazem parte do DNA da Strip Me, que tem uma coleção todinha dedicada a esse universo, a Coleção Camisetas de Games. Além das já tradicionais camisetas de cinema, música, arte, cultura pop e tantas outras. Na nossa loja você confere todas elas e ainda fica por dentro dos lançamentos, que pintam por lá toda semana.

Vai fundo.

Para ouvir & para assistir: Hoje vamos de combo. Como estamos falando de anos 90, jogos e filmes de ação, a sugestão aqui é conferir o filme Last Action Hero, o mais puro creme dos anos 90. O filme é protagonizado pelo Arnold Schwarzenegger e passeia por esse mundo dos filmes de ação, jogos e etc. É um filme bem divertido. E ele tem uma trilha sonora simplesmente arrasadora, com Alice in Chains, Megadeth, ACDC, Def Leppard… olha, é um disco pra botar pra rolar enquanto toma cerveja com a turma! Então, se liga. Aqui você confere o trailer do filme e aqui o link para o disco da trilha sonora no Spotify!

As estradas da América do Sul.

As estradas da América do Sul.

A Strip Me, no maior espírito de aventura, traz os melhores roteiros para road trips inesquecíveis pela América Latina.

O dia está amanhecendo, e o ônibus rasga uma deserta estrada no estado do Kansas, nos arredores da cidade de Topeka. É o verão de 1973. Dentro do ônibus, uma banda despedaçada encontra conforto na canção Tiny Dancer, do Elton John, que toca no rádio. Enquanto todos cantam o refrão, no fundo do ônibus, o jovem jornalista William Miller diz para sua amiga Penny Lane: “Eu preciso ir para casa.” Ela olha para ele com um sorriso e responde: “Você está em casa.” E realmente não há sentimento que se compare a se sentir em casa, estando na estrada.

A cena descrita acima é uma das mais bonitas do filme Quase Famosos, um dos melhores road movies já feitos, escrito e dirigido pelo Cameron Crowe e lançado em 2000. A cena transmite com perfeição o sabor de estar na estrada, viajar de cidade a cidade, apreciar paisagens e se desconectar da vida cotidiana, ao buscar o horizonte infinito de um caminho de asfalto. Claramente, algo cada vez mais necessário para manter uma boa saúde mental hoje em dia. As road trips são cada vez mais populares, se tornando uma alternativa ao engessado esquema de viagem com o pacote “passagem aérea-hospedagem-guia turístico”.

O cinema embutiu na nossa cabeça a ideia que uma boa road trip é feita por freeways que cortam cânions, desertos e montanhas rochosas, de preferência dirigindo um motor home. Mas, acredite, por aqui mesmo, na América do Sul, é possível fazer viagens inesquecíveis. E, se você fizer questão do motor home, não tem problema. Já tem muita empresa especializada em alugar esse tipo de veículo por aqui. Então, se prepara, porque aqui vão algumas dicas de roteiros imperdíveis para quem quer rodar por essas estradas sem fim.

Fala sério, quem precisa dos descampados do Oregon ou Nevada quando se tem o deserto do Atacama? O deserto mais árido e em maior altitude, em relação ao nível do mar, do mundo. Essas características proporcionam paisagens fantásticas que vão de lagos no meio do nada, até a Cordilheira de Sal, com paredões rochosos e sal pelo chão. O Atacama está a mais ou menos 3,3 mil quilômetros da cidade de São Paulo. Para quem tem muito tempo sobrando, é uma baita aventura dirigir esse trajeto todo. De São Paulo a Curitiba, depois cruza o interior do estado do Paraná, seguindo a oeste, passa por Asunción, no Paraguai, atravessa o norte da Argentina e chega ao Chile. Mas também há a opção de ir de avião até Santiago, no Chile, alugar um carro e tanto ir para o lado da Argentina percorrer as vinícolas de Mendoza, quanto subir ao norte para o Atacama. Percorrer esses lugares, absorver a cultura andina e se deslumbrar com as paisagens é uma experiência indescritível!

Outra região tão encantadora quanto desafiadora é o sul do Brasil. Em especial os caminhos da serra catarinense são espetaculares. Saindo de Curitiba, as opções são várias. Dá pra ir pelo litoral, passando por Camboriú e Florianópolis e, antes de chegar em Laguna, rumar para oeste. Também é possível ir pelo interior, seguindo em direção a Lages e aproveitando as estradas margeadas por mata virgem e majestosas araucárias. E ainda mais para oeste, fazendo um percurso mais longo, percorrer a região bucólica de Treze Tílias, para dali seguir para leste. O destino é a Serra do Rio do Rastro, uma paisagem digna de cinema, com um trecho de estrada de apenas 15 quilômetros, mas que contém mais de 200 curvas e desfiladeiros de tirar o fôlego! Um lugar pra quem gosta de dirigir e não se intimida facilmente.

Outro roteiro cheio de encantos e desafios é a Colômbia. Claro, neste caso, esteja onde for no Brasil, é impraticável fazer a viagem toda de carro. Para se ter ideia, a grande cidade brasileira mais próxima de Bogotá é Manaus. E para ir de carro de Manaus a Bogotá são mais de 3,4 mil quilômetros de distância, sendo que tem que pegar balsas, cruzar um pedaço da Venezuela, trechos de estradas de terra no meio da floresta… enfim, não é impossível, mas tem que ter aquele espírito aventureiro mesmo. Mas estando em Bogotá, é só alugar um carro e seguir a noroeste até o litoral. Passa por Medellín, depois Cartagena e faz a volta, parando na bela cidade de San Andrés, antes de voltar a Bogotá e finalizar o passeio. Além de conhecer a rica cultura colombiana, curtir uma cumbia enquanto devora uma bandeja paisa, por exemplo, os caminhos percorridos passarão por trechos de floresta amazônica, até chegar nas paradisíacas praias caribenhas. Uma conexão com a natureza inexplicável!

Por falar em praias paradisíacas e natureza, outro roteiro deslumbrante, e muito mais acessível, está aqui no sudeste brasileiro. Os caminhos da Estrada Real é uma verdadeira viagem! Além das belezas naturais, redescobre-se ali os caminhos do Brasil colonial, em que o ouro era levado de Minas Gerais para o porto do Rio de Janeiro, para dali cruzar o Atlântico e chegar às mãos cobiçosas da corte portuguesa. É possível percorrer todo o trajeto, que contém várias estradas, como também dá pra setorizar e fazer roteiros menores. Todos os caminhos da Estrada Real somam 1,6 mil quilômetros e englobam parte de Minas Gerais, norte e nordeste de São Paulo e parte do Rio de Janeiro. Os caminhos entre Minas e São Paulo pela Serra da Mantiqueira são mágicos, envoltos pela Mata Atlântica e repletos de simplicidade. Mas o caminho mais interessante mesmo é sair de São Paulo ir até Taubaté, dali descer para o litoral, e seguir até Paraty, no Rio de Janeiro, uma das cidades mais antigas e charmosas do Brasil. Uma viagem pela história.

Olha só. A América do Sul é riquíssima em cultura e belezas naturais. Seja pra que lado você for, vai encontrar paisagens incríveis e culturas surpreendentes. Punta del Este, Bariloche ou Patagônia, Serra Gaúcha, Pantanal, Cordilheira dos Andes, Machu Picchu, as cidades históricas de Minas Gerais… é muita coisa! Mas não dá pra finalizar este texto sobre road trips sem falar do destino mais convidativo: o nordeste brasileiro! O roteiro conhecido como Rota das Emoções liga os estados do Maranhão, Ceará e Piauí numa viagem deliciosa pela cultura nordestina, música, dança, arte e gastronomia, e também por paisagens vibrantes entre praias belíssimas e trechos de Mata Atlântica nativa. São aproximadamente 500 quilômetros, passando por 14 cidades encantadoras, parques de preservação ambiental e pontos turísticos imperdíveis como Jericoacoara, Lençóis Maranhenses e Delta do Parnaíba. Um sonho!

Mas se esses roteiros não foram suficiente, vamos te recomendar ainda 5 filmes imperdíveis, road movies que vão te inspirar a encher sua playlist com músicas do Lynyrd Skynyrd e botar o pé na estrada!

Colegas. Já começamos com um representante brasileiro de respeito. O filme Colegas, escrito e dirigido pelo Marcelo Galvão, lançado em 2012, não tem o mais profundo dos roteiros, mas é divertido e realmente inspirador, além de contar com uma fotografia muito bonita.

Into the Wild. O impactante filme escrito e dirigido por Sean Penn, baseado em fatos reais, é um deslumbre. Além de passar por várias paisagens incríveis pelos Estados Unidos, o longa traz ótimas atuações, muitos questionamentos e uma trilha sonora arrebatadora assinada pelo vocalista do Pearl Jam, Eddie Vedder.

Diários de Motocicleta. O filme é argentino, o diretor é brasileiro e o cenário é toda a América Latina, de Buenos Aires, Argentina, até a península Guajira, na Venezuela. Um filme de fotografia deslumbrante, que mostra a cultura latina dos Andes com propriedade e tem o Gael Garcia Bernal atuando bem demais! O filme é de 2004 e foi dirigido pelo Walter Salles.

Elizabethtown. Começamos este texto falando do Cameron Crowe, e aqui está ele de novo. Não à toa. Este filme é inspirador de verdade. Apesar de levantar muitas questões complicadas, como relações familiares e suicídio, tem uma leveza e uma doçura irresistíveis. Como todo filme de Crowe, tem uma trilha sonora matadora e também uma fotografia linda, sem falar na atuação apaixonante da Kirsten Dunst.

A Perfect World. Este filme de 1993 é surpreendente! Dirigido pelo Clint Eastwood, tem uma poesia intrínseca no conjunto da obra (roteiro, fotografia, trilha sonora…). Mas há de se destacar a fotografia, que retrata as estradas dos Estados Unidos com muita sensibilidade. Temos aqui Kevin Costner em uma de suas melhores atuações. Um filme brilhante, que ficou perdido no tempo.

Viajar, conhecer culturas, explorar novos caminhos, se divertir, se conectar com a natureza e valorizar nossas origens! Tudo isso faz parte do DNA da Strip Me! Por isso, temos coleções como a Tropics, Carnaval e Florais, que enaltecem a natureza, a nossa latinidade e a cultura brasileira. E, claro, somos apaixonados por cinema, música, arte e cultura pop, tudo igualmente representado em camisetas originais, super descoladas e confortáveis! Ideais para as suas melhores viagens e aventuras! Na nossa loja você pode explorar todas as coleções, além de ficar por dentro dos lançamentos, que pintam toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist com músicas para embalar sua road trip. Mas, é claro, se sua trip vai ser pela América Latina, a playlist também se limita a artistas da América do Sul! Latin Road Trip Top 10 tracks.

Para ler: Se o assunto é estrada, não dá pra recomendar outra leitura que não a bíblia hippie, o ícone máximo da geração beat, o clássico On The Road, de Jack Kerouac. Um livro indispensável para qualquer ser humano! E um livro que dá pra achar com facilidade e por um preço muito barato, pois saiu no formato livro de bolso pela editora L&PM.

Os 5 segredos de The Dark Side of the Moon.

Os 5 segredos de The Dark Side of the Moon.

O clássico disco da banda Pink Floyd completa 50 anos neste mês. Para celebrar, desenterramos 5 segredos sobre esta obra prima da música pop. Afinal, tudo que é extraordinário carrega em si um pouco de mitologia e surpresa. Com este disco não é diferente.  The Dark Side of the Moon é um dos mais importantes discos da história da música popular mundial. Desde seu lançamento até hoje é celebrado, teve sua capa icônica parodiada e referenciada no cinema, nos quadrinhos e por outros artistas na música. É um marco da cultura pop tão emblemático que Strip Me não poderia deixar de homenageá-lo. São 3 camisetas fazendo referência direta ao disco, e mais algumas dedicadas à banda.

Dadas as proporções gigantescas da obra, acaba sendo chover no molhado se meter a contar a história do disco, destrinchar as canções, seus significados e etc, após 50 anos de seu lançamento. Quem se interessa minimamente por música, já sabe de tudo isso. Entretanto, alguns detalhes muito interessantes e curiosos às vezes passam despercebidos da maioria das pessoas. Portanto, hoje vamos celebrar toda a grandeza do The Dark Side of The Moon falando sobre 5 pormenores, detalhes que tornam o disco muito mais saboroso.

  • Os números.

Ok, antes de falar de pormenores, vamos falar de superlativos. No ranking dos discos mais vendidos dos últimos 50 anos no mundo todo, o DSOTM está em quarto lugar. Ele perde, apenas para os discos Thriller, do Michael Jackson em primeiro, Back in Black, do AC-DC  em segundo e a trilha sonora do filme O Guarda-Costas em terceiro. Oficialmente, a EMI diz que foram vendidas aproximadamente 25 milhões de cópias do Dark Side, incluindo vinil, CD e K7. Mas esse número pode facilmente chegar a 45 milhões se contarmos as edições de aniversário, boxes de luxo, reedições e até mesmo cópias piratas. Para se ter ideia, na Inglaterra, onde o disco mais vendeu, estima-se que uma em cada cinco casas britânicas tem uma cópia do disco. Com estes números, matematicamente, é possível afirmar que a cada minuto, em algum lugar diferente no mundo, tem alguém ouvindo o The Dark Side of the Moon. Para completar, o número mais espantoso: Existem mais de mil edições oficiais lançadas do disco mundo afora! Além das atualizações regulares de vinil para k7 e CD, estamos falando de edições com capa simples, gatefold, edições mono, estéreo, som quadrofônico e surround, pequenos ajustes de arte… a lista é interminável. Não é à toa que ele completa 50 anos de lançado entre os 4 mais vendidos da história da música pop.

  •  A capa.

A capa do Dark Side of the Moon é tão icônica e emblemática que não dá pra imaginar ler ou ouvir o nome do disco, ou as canções, sem associar imediatamente à imagem do prisma. É como imaginar o Tyler Durden sem a dupla Pitt e Norton, ou Taxi Driver sem o DeNiro. Simplesmente não dá. Como outras anteriormente para o Pink Floyd, a capa do disco Dark Side of The Moon foi criada pelo grupo de artistas gráficos Hipgnosis. A ideia mesmo surgiu de um dos integrantes do grupo, o designer Storm Thorgerson, depois de uma conversa com Rick Wright, que havia dito que a banda não queria usar fotos, como a legendária vaca do disco Atom Heart Mother, mas sim algo minimalista, simples, mas elegante, sofisticado. Porém, numa das várias reuniões entre o pessoal da Hipgnosis e a banda, uma das ideias ventiladas havia sido de usar o herói dos quadrinhos Surfista Prateado. A imagem imponente de um surfista prateado pairando sobre o cosmos seduzia a banda, que se ligava nos quadrinhos da Marvel na época. A ideia só foi descartada de vez quando Thorgerson apresentou a ideia do prisma, e, de cara, todo mundo se ligou que aquela era a capa ideal. Ainda bem.

  • A rejeitada.

O Pink Floyd sempre teve uma relação estreita com o cinema. A começar pela entrada do próprio David Gilmour, que antes de fazer parte da banda, fazia uns bicos de modelo fotográfico e tinha aspirações a ser ator. Mas ele entrou para segurar a onda das loucuras de Syd Barrett, fazendo uma guitarrinha base, acabou por substituir Barrett, que deixou a banda em 1968, e se tornou parte fundamental como cantor, guitarrista e compositor. Já com a formação Waters, Gilmour, Wright e Mason estabelecida, a banda investiu em produzir músicas para trilhas sonoras de filmes. Um deles foi o impactante  Zabriskie Point, do gênio italiano Antonioni , lançado em 1970. O Pink Floyd contribuiu com 4 canções para a trilha sonora do filme, além de temas incidentais. Porém, uma das canções foi rejeitada e não entrou no filme. Chamada The Violent Sequence, era um tema instrumental composto por Wright, uma melodia linda ao piano, mas que Antonioni, ao ouvir, disse: “Até que é uma música bonita, mas é muito triste, me faz pensar em igrejas.”. Dois anos depois, a banda resgata aquele tema, que se encaixa perfeitamente numa das letras mais inspiradas e transcendentais escrita por Roger Waters. A música foi incluída no The Dark Side of the Moon rebatizada como Us and Them.

  • O financiamento.

A inclusão de Us and Them no disco não é a única ligação de The Dark Side of the Moon com o mundo do cinema. E se você acha que eu vou falar sobre O Mágico de Oz, errou feio, errou rude. Até porque, sobre isso nós já falamos vastamente aqui neste blog, no post The Dark Side of The Rainbow, publicado em setembro de 2021. Acontece que em 1973 a trupe de humor Monty Python estava arrebentando na tv britânica com o seu programa Monty Python’s Flying Circus. Muito antes de existir internet e vaquinhas virtuais, tipo crowdfunding, os Pythons já se adiantavam. Lutando para financiar seu primeiro longa metragem, mas sofrendo com o conservadorismo das grandes produtoras da indústria cinematográfica, a trupe se fez valer da moral que tinha entre a classe artística, em especial astros do rock, e saíram pela Inglaterra espalhando que estavam arrecadando dinheiro para financiar seu primeiro filme. Além de jogos de futebol, os caras do Pink Floyd também não perdiam os programas do Monty Python. Com parte do dinheiro recebido pelas vendas de Dark Side of the Moon, o Pink Floyd assumiu 10% do orçamento do filme de estreia dos Pythons, o clássico Monty Python and the Holy Grail, lançado em 1975. Além do Floyd, o filme foi bancado por outros astros como George Harrison, Elton John, Led Zepellin e outros. Os Cavaleiros que Dizem Ni agradecem.

  • A música escondida.

Quem se interessa pela história do rock dos anos 60, sabe que o Pink Floyd sempre teve uma relação bem próxima com os Beatles. Agora, que tem um dedo dos Beatles no The Dark Side of the Moon, isso é pouca gente que sabe. Em 1967, o Pink Floyd, ainda com Syd Barrett e sem Gilmour na guitarra, gravava seu álbum de estreia no estúdio 1 do Abbey Road Studios. No estúdio 2, ou seja, na sala ao lado, os Beatles gravavam o Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band. Muito pouco há de comprovação, mas muito de especulação, sobre interferências de uma banda no disco da outra e vice-versa. A mesma coisa aconteceu em 1972, quando o Floyd gravava o Dark Side em uma sala do Abbey Road, e na outra, Paul McCartney, com os Wings, gravava o Red Rose Speedway. Uma das ideias de Waters para o Dark Side of the Moon era amarrar as canções com várias falas aleatórias, frases soltas. Para isso, saiu entrevistando todo mundo no estúdio Abbey Road, do porteiro e do pessoal da limpeza, até os técnicos de som e músicos, fazendo perguntas que iam de “Qual sua cor favorita?” até “O que você acha que existe depois da morte?”. Um dos entrevistados foi Paul McCartney, que estava sempre pelos corredores do estúdio. Acontece que a fala de Paul acabou sendo descartada. O beatle quis ser engraçadinho, fez vozes e piadocas, que não combinavam com o clima do disco. Porém, quis o destino que, mesmo sem a fala do Paul, houvesse uma pontinha de Beatles naquele disco.

Quando o porteiro Gerry O’Driscoll gravava sua entrevista, possivelmente no refeitório do estúdio, havia um aparelho de som ligado. Foi ele quem disse, por acaso, as frases que foram escolhidas para encerrar o disco, ao final da música Eclipse. Ele diz: “There is no dark side of the moon, really. Matter of fact, it’s all dark.”. Justamente quando ele está dizendo isso, ao fundo, tocava uma versão instrumental da música Ticket to Ride, dos Beatles ao fundo. Se você ouvir com atenção, logo após a fala de Gerry, entre os batimentos cardíacos, ao fundo é possível ouvir as frases melódicas de Ticket to Ride sendo tocadas por uma orquestra! Ouça o final de Eclipse com fone de ouvido e volume alto para comprovar. Portanto, se alguém te disser que as últimas notas musicais do disco The Dark Side of The Moon são da música Eclipse, você pode discordar com propriedade.

Paul McCartney e David Gilmour. Knebworth Fair, 1976 – Crédito da Imagem: Hulton Archive

Depois desses segredos revelados sobre um dos maiores e mais importantes discos da história da música pop, só nos resta ouví-lo mais uma vez, com toda a devoção e respeito que ele merece! Seja na vitrola ou no Spotify, celebre os 50 anos do Dark Side of The Moon ouvindo de Speak to Me até Ticket to Ride em alto e bom som! E aproveite para cultuar esse disco também através das super estilosas camisetas da Strip Me. Confira a versão minimalista do prisma, o Mágico de Oz e A Estátua, todas fazendo referência ao Dark Side, além de muitas outras estampas de música, camisetas de cinema, arte, cultura pop e muito mais. Tudo isso na nossa loja, onde você também fica por dentro dos lançamentos, que aparecem toda semana!

Vai fundo!

Para ouvir: A gente sempre faz uma playlist aqui com 10 músicas. E são exatamente 10 músicas que compõe o Dark Side of the Moon. Então, é ele que você vai ouvir sem medo de ser feliz! Afinal é um top 10 pra ninguém botar defeito!

Para assistir: Imperdível o documentário dirigido por Matthew Longfellow, que faz parte da série de filmes Classic Albuns. Pink Floyd: The Making of the Dark Side of the Moon, lançado em 2003, traz não só uma breve história da banda, como todo o processo de concepção e gravação do Dark Side of The Moon. Vale a pena demais ver. Tem no catálogo da Amzon Prime Video.

Para ler: Também indispensável para entender a criação máxima do Pink Floyd, o livro The Dark Side Of The Moon – Os Bastidores da Obra Prima do Pink Floyd, lançado em 2006 pela editora Zahar e escrito pelo jornalista John Harris. O livro tem uma narrativa ótima e traz vários detalhes interessantíssimos! Leitura mais que recomendada.

Tim Burton: Vida, obra e Top 5!

Tim Burton: Vida, obra e Top 5!

Não é qualquer cineasta que carrega consigo o mérito de criar uma nova linguagem cinematográfica. Por essa simples razão, Tim Burton já merece ser reconhecido como um dos maiores nomes da indústria cinematográfica, apesar de sua filmografia ser errática, repleta de altos e baixos. Recentemente, seu nome voltou a ser aclamado, graças ao brilhante trabalho feito com a Netflix, ao conceber a série Wandinha (também conhecida como Wednesday). Aqui na Strip Me, o Tim Burton sempre esteve presente, como na estampa Burton, já no nosso catálogo há algum tempo, e também especificamente nas collabs com os artistas Guilherme Hagler e Kaio Moreira, que têm em Tim Burton uma de suas principais referências. E, mais atualmente, claro, algumas estampas pintaram inspiradas na Wandinha. Como a Gothic, por exemplo. E agora, chegou a hora de darmos aquela geral na vida e obra este mestre do cinema aqui no blog também.

A história de Tim Burton é daquelas em que o protagonista é talentoso, mas tem tudo pra se dar mal e viver frustrado. Ele nasceu em agosto de 1958, na cidade de Burbank, pequena cidade californiana nos arredores de Los Angeles. Quando criança, era retraído, tímido, praticamente recluso dentro de seu próprio mundo. Ao invés de prestar atenção nas aulas, passava o tempo na escola desenhando figuras bizarras em seus cadernos. Por volta de 12 anos de idade, se apaixonou pelas histórias de Edgar Allan Poe, um escritor pouco recomendado para crianças, convenhamos. Com seus poucos amigos de escola, criou um grupo para criarem histórias e desenhos chamado O.S.S. (Oh Shit Studio). Foi quando ele começou a desenvolver roteiros e aprender, por conta própria, técnicas de animação em stop motion usando seus desenhos e uma câmera super 8.  Afinal, outra das fixações de Burton ainda criança eram os filmes de terror. Enquanto todos os seus amigos tinham medo daqueles filmes, ele tinha fascínio. Bela Lugosi, Vincent Price e Ed Wood se tornaram grandes heróis para Tim Burton, nomes que ele viria a celebrar com honras ao longo de sua própria carreira.

Mas a literatura de Allan Poe e o cinema de Ed Wood eram, antes de qualquer coisa, fonte de inspiração para o seu maior talento: o desenho. Ainda muito novo, Tim Burton já desenhava muito bem, e não demorou a desenvolver um traço único, cheio de personalidade. E, é claro, suas ilustrações, em sua grande maioria, retratavam cenas e personagens sombrios. Para se ter ideia, quando tinha de 16 para 17 anos de idade, ele desenhou uma figura esquisita, um homem de semblante assustado, magro e com longas lâminas no lugar dos dedos das mãos. Praticamente 15 anos depois, ao revisitar um caderno de antigos desenhos, Burton se deparou com essa figura e desenvolveu o que acabaria por se tornar sua obra-prima: o filme Edward Mãos de Tesoura.

Foi nessa época da adolescência, por volta de 1975, 76, que, após se oferecer para trabalhar nos estúdios de animação da Disney, acabou ganhando da empresa uma bolsa de estudos no renomado Instituto das Artes da California. Após 3 anos de estudo, ele foi contratado pela Disney. Ele era assistente de animação e trabalhava naqueles desenhos fofos de animais falantes, o que considerava entediante. Mas tinha liberdade para criar e apresentar para a empresa alguns curtas-metragens. Foi quando ele fez o curta em stop motion Vincent, sobre um garoto que sonha em ser Vincent Price, mas acaba se perdendo em seus pesadelos terríveis. Depois, misturando live action com stop motion, ele recriou a história do conto de fadas João e Maria com seu jeitinho todo especial, com muito sombra e uma boa quantidade de sangue. Por fim, criou a história de Frankenweenie e filmou o curta de mesmo nome, onde um garoto que acaba de ver seu cachorrinho morrer, se depara com a história de Frankenstein e dá um jeito de ressuscitar seu cachorro usando os mesmos métodos. O longa é de tamanho humor negro, sarcasmo e sadismo, que a Disney, não só se recusou a distribuir o curta como demitiu Tim Burton. Mas não se engane, o curta é ótimo!

Mas nessa época, Burton já circulava entre os estúdios de Hollywood fazendo amizades e procurando trabalho. De cara, pinta sua primeira oportunidade: foi escalado para dirigir As Grandes Aventuras de Pee-Wee, filme lançado em 1985. Pee-Wee é um personagem antigo e muito famoso nos Estados Unidos, desses que já teve várias séries de TV  e filmes no cinema, tendo sido interpretado por vários atores diferentes. Ainda que não fosse sua onda, Tim Burton mandou bem na direção e fez seu nome. Também foi nesse filme que Burton iniciou sua mais bem sucedida e longeva parceria, com o músico Danny Elfman, que faria praticamente todas as trilhas sonoras dos filmes de Burton dali em diante. Assim, em 1988, com credibilidade e liberdade para criar, Tim Burton finalmente mostrou a que veio. Lançou o clássico Beetlejuice – Os Fantasmas se Divertem. O filme trazia um roteiro cômico e sombrio ao mesmo tempo, enquanto apresentava uma direção de arte grandiosa, cheia de personalidade e nuances! Com Beetlejuice, Tim Burton criou uma nova estética no cinema, unindo comédia e terror.

Daí em diante, a trajetória de Tim Burton se mistura a sua produção cinematográfica. Como é muito filme, 21 pra sermos precisos, elencamos aqui um top 5 Melhores Filmes do Tim Burton para comentar.

Beetlejuice – Os Fantasmas se Divertem (1988)

O pontapé inicial da obra de Tim Burton. Além de dirigir, ele também assina o roteiro deste filme divertidíssimo, apesar de carregado em cenas sombrias e mórbidas. Já fica evidente o traço de Burton como artista mesmo na maquiagem dos personagens, em especial Beetlejuice, pálido, com olhos arregalados, cabelos desgrenhados… algo que se tornaria característico de Burton. No elenco, temos Winona Rider e Michael Keaton em uma de suas melhores atuações (é sério, ele manda muito bem no papel).

Edward Mãos de Tesoura (1990)

Indiscutivelmente, é o clássico absoluto de Burton. Foi seu quarto longa metragem, e até hoje, ele não fez nada que chegue perto da perfeição de Edward Mãos de Tesoura. Não é exagero falar em perfeição. Tudo nesse filme funciona bem. O roteiro, que Burton também assina, tem tons autobiográficos, já que Tim Burton se sentia deslocado e sem amigos quando adolescente. A estética do filme é encantadora e, ao mesmo tempo desoladora, tem um quê de magia, mas também uma melancolia dos subúrbios de classe média branca dos Estados Unidos. A atuação de Johnny Depp é digna de Oscar (que ele não ganhou, sequer foi indicado) e a química entre ele e Winona Rider é invejável! É desses filmes que, se você passa por ele zapeando os canais na TV, pára e assiste até o fim.

Batman, O Retorno (1992)

Tim Burton fez um trabalho brilhante em Batman, filme de 1989. Mas foi duramente criticado por fãs dos quadrinhos, que diziam que o diretor não respeitou a estética dos gibis. Ainda bem! Ele tirou o azul e cinza e colocou o Batman num imponente traje todo preto, retratou uma Gotham City chuvosa, escura e opressora, além de conceber a segunda melhor versão do Coringa nas telas de cinema. Bom, mas temos que admitir… o roteiro era fraco. Mas quando pegou para fazer a sequência do morcegão, foi com tudo nas suas referências mais densas e fez de Batman, o Retorno, um filme impecável! O roteiro é ótimo, os personagens são muito bem construídos, Danny DeVito como Pinguim é um espetáculo gore, com uma aparência assustadora, enquanto Michelle Pfeiffer está deslumbrante como Mulher Gato, numa fantasia fetichista. Um filme que extrapola o mundo dos quadrinhos e agrada todo tipo de público.

O Estranho Mundo de Jack (1993)

Apesar de não aparecer como diretor, pode-se dizer que se trata de um filme 100% Tim Burton. Já que ele escreveu o roteiro, desenhou os personagens e assina a produção do longa. Por se tratar de um filme de animação todo em stop motion, é possível que Burton tenha preferido colocar um diretor mais experiente no ramo, ao invés de ele próprio dirigir. Mas certamente, ele esteve junto com o diretor Henry Selick durante toda a produção do longa. Aqui temos o mais puro suco de Tim Burton. Os desenhos sombrios, os personagens longilíneos e de olhos arregalados, contrastes entre cores fortes e sombras, humor e morbidez. Tudo amarrado numa história bem contada e emocionante.

A Noiva Cadáver (2005)

A partir de 1994, quando é lançado Ed Wood, Tim Burton acaba tendo um declínio de qualidade em seus trabalhos. Johnny Depp começa a se tornar um pastiche de si próprio, em atuações tediosas e similares. E o próprio Tim Burton acaba se perdendo em sua própria fórmula. Depois do fracasso previsível de sua releitura de a Fantástica Fábrica de Chocolate, ele acaba voltando a suas origens e reaparece em 2005 com uma obra autoral a altura de seus melhores trabalhos. A Noiva Cadáver é uma animação encantadora, com ótimas canções e atuações singelas das vozes de Johnny Depp e Helena Bonham Carter. A estética sombria está de volta, com toda sua morbidez e escuridão, mas sempre com um toque de ternura e humor. A história é um pouco manjada, é verdade, mas é contada com leveza e graça, os personagens são carismáticos e a estética é tão atraente, que, no contexto geral, o filme acaba sendo realmente muito bom!

Menção honrosa: Wandinha (2022)

Não é um filme, é verdade. Mas é uma série deliciosa! Chega a ser inacreditável hoje em dia pensar que, em 1991, ninguém pensou em Tim Burton para adaptar para o cinema a antiga série de TV A Família Addams. Claro, por fim o diretor Barry Sonnenfeld fez um ótimo trabalho. Mas muita gente ao longo dos anos chegou a pensar como seria essa franquia na mão de Burton. E a resposta veio ano passado. Em 2022 a Netflix produziu a série Wandinha, com direção e co-produção de Tim Burton. A série, plasticamente, chega a ter mais elementos de terror do que estamos habituados e ver nas obras de Burton, que acabou trazendo um ar de mistério irresistível. Na onda retrô de Stranger Things e Dark, Wandinha caiu no gosto popular de imediato. E não á toa. O roteiro é muito bem escrito e cheio de mistério, a estética é instigante e assustadora e os personagens, em especial a protagonista Wandinha, são muito carismáticos. Que venha a segunda temporada!

Para concluir, sabemos que Tim Burton deu alguns escorregões, principalmente quando se meteu a refilmar obras clássicas como Planeta dos Macacos, A Fantástica Fábrica de Chocolate e Alice no País das Maravilhas. Mas seu legado e influência no cinema contemporâneo é inegável e tem um valor inestimável. Portanto, é um artista que não poderia ficar de fora do hall de influências e homenagens da Strip Me. Confira algumas dessas estampas na nossa seção de cinema e séries, bem como vale dar uma olhada nas camisetas dos nossos collabs Guilherme Hagler e Kaio Moreira. Além disso, na nossa loja você encontra camisetas de música, arte, cultura pop e muito mais. Fica ligado lá pra conferir os lançamentos que pintam toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Convenhamos, as trilhas sonoras do Danny Elfman são lindíssimas, mas ninguém tem muito saco pra ficar música instrumental, orquestrações de filmes e tal. Então, nessa onda sombria do Tim Burton, vamos fazer uma playlist com o que há de melhor na cena dark/gótica que brilhou nos anos 80. 80’s Dark Pop Top 10 tracks.

Nota do editor: Eu, Paulo Argollo, ao escrever este texto, bem como todos os outros que escrevo aqui, procuro manter certa distância de minhas opiniões pessoais sobre o tema abordado. Entretanto, desta vez, não resisto. Apesar de todas as listas de melhores filmes do Tim Burton serem quase unânimes ao citar os 5 filmes aqui expostos, eu preciso dizer para você que o melhor filme do Tim Burton é Edward Mãos de Tesoura, ok. Mas o segundo melhor… ah, o segundo melhor é Marte Ataca! Filme lançado em 1996, é uma comédia dilacerante! Um nonsense delicioso, amarrado por um roteiro simples, mas muito bem escrito e um elenco abarrotado de estrelas, a maioria fazendo pontas, mas tudo muito divertido. Fazem parte do cast Jack Nicholson, Glenn Close, Pierce Brosnam, Natalie Portman, Sarah Jessica Parker, Michael J. Fox, Jack Black, Danny DeVito, Christina Applegate e o cantor Tom Jones. É filme pra ver e rever várias vezes! Recomendo muito e sei que esá disponível no catálogo da HBO Max.

Carmem Miranda: muito além das bananas.

Carmem Miranda: muito além das bananas.

O Brasil não é mesmo para amadores. Quando a família real portuguesa veio para cá em 1808, fugindo de Napoleão Bonaparte, chegou em frangalhos. A viagem durou meses e foi um martírio. Uma epidemia de piolhos assolou a nau em que estava a princesa Carlota Joaquina e outras mulheres da nobreza, que foram obrigadas a raspar seus cabelos. Quando desembarcaram no Brasil, usavam turbantes para esconder os cabelos curtos. Dias depois praticamente todas as mulheres brasileiras andavam pelas ruas do Rio de Janeiro usando turbantes, desconhecendo a epidemia de piolhos e acreditando que aquela era a última moda na Europa. Mas convenhamos, isso não faz de Carlota Joaquina a primeira influencer brasileira, afinal, além de tratar-se de um equívoco, eram súditos querendo agradar sua realeza. Influencer mesmo foi Carmem Miranda, que um século depois criava seus figurinos e conseguiu mostrar para o mundo um Brasil que até hoje é reconhecido por sua alegria, extravagância e musicalidade. E na sua época, realmente influenciou a moda e fez muita loja, aqui e nos Estados Unidos, investir em turbantes, brincos de argolas grandes e muitos penduricalhos e bijuterias. Por isso a Strip Me fez questão de prestar esta justa homenagem à eterna Pequena Notável.

Carmem Miranda é uma das personalidades mais importantes da história moderna do Brasil. Uma artista de múltiplos talentos e beleza única. Uma celebridade tão aclamada e, ao mesmo tempo, injustiçada, que ainda hoje divide opiniões. Ao contrário de Carlota Joaquina, que bateu os tamancos antes de partir de volta a Portugal, pois não queria levar do Brasil nem mesmo um grão de areia, Carmem Miranda se mudou para Los Angeles, mas fez questão de levar o Brasil consigo. Um Brasil meio estereotipado, é verdade, mas que, em meio a tantos exageros, podia ser facilmente identificado. Para fazer justiça ao incalculável valor de Carmem Miranda, selecionamos 10 curiosidades essenciais para você conhecer melhor essa personagem tão emblemática.

1. Eu que nasci com o samba.

Se pai e mãe é quem cria, o mesmo deve valer para a nacionalidade, não é? Carmem Miranda nasceu Maria do Carmo Miranda da Cunha na pequena cidade de Marco de Canaveses, no norte de Portugal, no dia 9 de fevereiro de 1909. Foi a segunda filha do casal José Maria Pinto da Cunha e Maria Emília Miranda. O casal já vivia muita dificuldade e estava com passagens compradas meses antes, para tentar uma nova vida no promissor Brasil. A viagem foi adiada quando Maria Emília soube que estava grávida de Maria do Carmo. Sabendo das condições precárias dos navios e do longo tempo de duração da viagem, o casal decidiu esperar a criança nascer para se mudar. A família chegou ao Rio de Janeiro no fim de outubro de 1909. Portanto, Carmem Miranda nasceu em Portugal, mas chegou ao Brasil com nove meses de idade. Depois que chegou aqui, nunca mais voltou a Portugal, nunca cantou um fado ou assou um pastelzinho de Belém na vida. Portanto é brasileiríssima, sim senhor!

2. Fazendo moda.

Aos 14 anos de idade, Maria do Carmo já era chamada pela família de Carmem, porque a menina adorava cantar e todos na casa gostavam da ópera Carmem, de Georges Bizet. Com aquela idade a menina já ajudava no sustento da família trabalhando numa chapelaria. Lá ela era responsável por montar chapéus femininos com diferentes ornamentos. Foi onde ela desenvolveu naturalmente uma excelente noção de moda e estética, combinando chapéus com vestidos das clientes. Além disso, vivia cantarolando enquanto trabalhava. Foi notada por uma cliente da loja, muito rica, que perguntou se ela cantava profissionalmente, pois era muito boa. Foi quando Carmem assumiu o nome Carmem Miranda e começou a buscar oportunidades para se apresentar em festas e no rádio. Em pouco tempo ela começou a cantar em bares e ser muito elogiada. Em 1928 foi contratada como cantora na rádio Roquete Pinto.

3. Eu fiz tudo pra você gostar de mim.

Em 1930 Joubert de Carvalho compôs a marchinha Ta-Hí (Pra Você Gostar de Mim), e Carmem Miranda foi a escolhida para interpretar e gravar a canção. Numa época em que pouca gente tinha uma vitrola dentro de casa e ainda menos gente tinha poder aquisitivo para se dar ao luxo de comprar um disco, O compacto de Ta-Hí de Carmem Miranda vendeu impressionantes 35 mil cópias, um recorde avassalador para a época. Com apenas 21 anos de idade, Carmem Miranda era alçada ao posto de maior cantora do Brasil. Do rádio, ela migrou logo para o cinema, o que só fez aumentar sua popularidade. Entre 1932 e 1939 ela estrelou 7 filmes, sendo que o último imortalizou sua imagem.

4. Tem graça como ninguém.

Na década de 1930 o cinema sonorizado era novidade e uma verdadeira mania em todo o mundo. No Brasil, os filmes produzidos eram muito simples. A maioria trazia histórias bobas, muitas vezes sem pé nem cabeça, mas que serviam como desculpa para números musicais, em especial marchinhas e sambas que seriam apresentadas no carnaval. Em 1939 o filme Banana da Terra era mais um desses filmes carnavalescos. Tudo girava em torno de uma ilha fictícia chamada Bananolândia, que estava com uma produção excessiva de banana e resolve-se vende-la ao Brasil. O longa contava com Oscarito como protagonista, mas Carmem Miranda roubou a cena ao aparecer cantando num chiquérrimo cassino carioca pela primeira vez vestida de baiana, com um turbante ornamentado por frutas, estética pela qual ela seria eternamente lembrada. Além disso, ela aparecia naquele traje cantando O Que é Que a Baiana Tem. Banana da Terra fez com que se estabelecesse a imagem de Carmem Miranda, que ao perceber tamanho sucesso, passou a criar variações para aquele mesmo modelo. Sim, era ela que criava todos os seus figurinos, mesmo depois de ficar famosa. Ah, sim. O filme também ajudou a catapultar a carreira do jovem compositor Dorival Caymmi.

5. Daqui não saio, daqui ninguém me tira.

Com o sucesso de Banana da Terra, Carmem Miranda passou a se apresentar vestida de baiana, como no filme, em seus shows no Cassino da Urca. Foi num desses shows que um dos mais importantes produtores da Broadway, Lee Shubert, se encantou com Carmem Miranda e decidiu leva-la consigo para se apresentar no seu próximo espetáculo em New York. Shubert fez uma daquelas propostas irrecusáveis, com um salário polpudo. Para sua surpresa, o produtor ouviu Carmem dizer que só aceitaria se seu conjunto fosse junto. Carmem Miranda já se apresentava acompanhada do conjunto Bando da Lua desde 1934 e sabia que, por mais que houvessem ótimos músicos de jazz nos Estados Unidos, nenhum conseguiria tocar sambas e marchinhas como músicos brasileiros. O conjunto era formado por seis músicos. Depois de muita negociação, Shubert aceitou pagar por 4 músicos, os outros dois foram junto bancados pela própria Carmem Miranda. E a cantora estava certa, o conjunto fez toda a diferença em suas apresentações e até mesmo nos filmes.. O Bando da Lua a acompanhou até sua prematura morte em 1955.

6. The South American Way.

Eu sei que vai parecer teoria da conspiração, mas a verdade é que o sucesso enorme de Carmem Miranda nos Estados Unidos não se deveu somente ao talento dela ou ao acaso. Em 1940 a Segunda Guerra Mundial avançava a passos largos e os Estados Unidos haviam acabado e entrar pra valer no conflito. Precisando do apoio de outras nações do continente americano, os Estados Unidos iniciaram uma campanha massiva de boa vizinhança e homenagens aos países latinos, incentivando principalmente o cinema a criar obras com essa temática. O Brasil e a Argentina, além de serem os países mais fortes da América do Sul na época, eram também liderados por ditaduras que flertavam com o fascismo e estavam propensos a apoiar o Eixo. Carmem Miranda caiu como uma luva para essa campanha e logo saiu dos palcos da Broadway direto para Hollywood. Assim, além ela protagonizou filmes como o famoso That Night in Rio, além de uma produção equivocada e de mau gosto chamada Down Argentine Way, uma suposta homenagem à cultura argentina, mas protagonizada por uma brasileira, que mais irritou do que agradou aos hermanos. Para você ver como não é teoria da conspiração, não por coincidência, na mesma época foi criado, sob encomenda, o personagem Zé Carioca pelo Walt Disney

7. Dizem que eu voltei americanizada.

Carmem Miranda partiu para os Estados Unidos no fim de 1939. Um ano depois, no fim de 1940, ela já era aclamadíssima nos Estados Unidos pelas suas apresentações na Broadway e também por já ter protagonizado seu primeiro filme em Hollywood. Foi com essa bagagem que ela desembarcou no Rio de Janeiro para o fim de ano de 1940. Após receber uma recepção muito calorosa no aeroporto e pela imprensa em geral, ela resolveu fazer algumas apresentações no Cassino da Urca. Acontece que ela resolveu apresentar alguns números novos junto com seus números antigos, incluindo algumas canções em inglês. E é importante você saber que a elite rica brasileira sempre foi, em sua maioria, conservadora, retrógrada, amarga e intolerante. Na noite do primeiro show de Carmem, estavam na plateia alguns militares ligados ao governo e muitos ricos que apoiavam a ditadura do Estado Novo, todos com um discurso de nacionalismo conservador. Carmem Miranda foi recebida por uma plateia fria e carrancuda, que a considerava artificial e americanizada. E conservador nenhum gosta do imperialismo ianque, certo?  Ela não foi aplaudida em nenhum momento e saiu do palco desolada. Mas deu a volta por cima. Antes de voltar para os Estados Unidos, fez outro show, onde abriu a apresentação com a novíssima canção Dizem que Eu Voltei Americanizada. O show foi um sucesso.

8. E agora, com saudade, vou cantar pra não chorar.

Em dado momento, a carreira de todo artista grandioso ganha os mesmos contornos. Por ter que trabalhar muito e por muito tempo sem parar, acabam pintando as anfetaminas pra ficar acordado e as pílulas para dormir. O auge de Carmem Miranda nos Estados Unidos se deu em 1942, onde, mesmo com o Brasil já unido aos Aliados na Segunda Guerra, ela se consolidou como grande estrela. Ela chegou a ser a mulher mais bem paga de Hollywood e era conhecida como Brazilian Bombshell. Com os excessos de remédios e álcool, seu círculo de amizades foi mudando. Além disso, depois de 1945, a indústria cinematográfica perdeu o interesse pela latinidade e passou a procurar outros temas. Mesmo assim, Carmem Miranda continuava com prestígio e continuou atuando. Em 1947 ela conheceu David Sebastian, um aspirante a produtor de Hollywood e conhecido por ser um aproveitador barato. Mas Carmem se apaixonou por ele. Com dois meses de namoro já se casaram. Além de aproveitador, Sebastian era um homem violento, e Carmem Miranda viveu sob um relacionamento extremamente abusivo. Sebastian tomou conta das finanças da artista, a proibia de sair e a agredia verbalmente e fisicamente, em algumas ocasiões. Carmem Miranda, era muito católica e não aceitava o divórcio de jeito nenhum. Muitos afirmam que a morte prematura de Carmem, causada pelo aumento do consumo de drogas, muito se deve ao seu casamento infeliz.

9. Bananas is my business.

Outra coisa que ajudou a fazer com que Carmem Miranda se tornasse cada vez mais amargurada era o fato de ela estar presa à sua personagem. Depois de 1945, Hollywood diminuiu muito suas produções com temática latina. No filme Sonhos de Estrela, Carmem aparece interpretando uma dama brasileira da alta sociedade vivendo nos Estados Unidos. Aparece sem seu figurino, não canta e seu papel de uma mulher espevitada e irreverente é secundário na trama. O jornal New York Herald Tribune publicou uma crítica ao filme que diz em certo ponto: “Carmen Miranda faz o que sempre fez, só que não tão bem”. As críticas fizeram com que ela tivesse cada vez mais dificuldade de abandonar a personagem Carmem Miranda vestida de baiana e de turbante com frutas. Dificuldade reforçada pelos produtores que sempre a chamavam para o mesmo tipo de papel, muitas vezes com aquele tipo de figurino, e sempre para fazer pontas ou números musicais nos filmes, mas não para atuar como protagonista, como acontecia no início dos anos 1940. Em 1947 ela escreveu junto com Ray Gilbert e Aloysio de Oliveira a música I Make My Money With Bananas, com uma letra irônica, onde dizia que ela queria contracenar com Clark Gable uma cena de amor, mas os produtores diziam que ela não era capaz, então ela ganhava dinheiro com bananas. A música nunca foi gravada oficialmente, mas fez parte dos shows da cantora até o fim de sua vida.

10. E dos balangandans já nem existe mais nenhum.

Em 1955 Carmem Miranda já era considerada uma veterana de Hollywod e era respeitada como uma grande artista. Entretanto, ela estava longe das telonas desde 1953. Acontece que ela sempre teve uma agenda de shows em Las Vegas, New York e até mesmo nos cassinos de Havana muito concorrida, mesmo durante as produções cinematográficas. Em 1954 ela teve um colapso por consumir muita anfetamina e estar dias sem dormir. Em dezembro ela voltou para o Brasil, onde estivera pela última vez em 1940. No Rio de Janeiro, foi “internada” numa suíte do Copacabana Palace para uma desintoxicação monitorada por médicos. No começo de 1955 ela voltou para Los Angeles, onde morava. Voltou também para seu marido abusivo e para as drogas. Ainda assim, a CBS ofereceu a ela um programa de TV, o The Carmem Miranda Show, nos moldes do popularíssimo I Love Lucy. Estava tudo pronto para o programa ser elaborado e começar a ser gravado. Porém, na noite do dia 4 de agosto, ela se apresentou no programa de Jimmy Durante. Em seu número, onde dançava com o apresentador, ela chegou a ter falta de ar e quase cair, mas chegou ao final do número e se despediu do público muito aplaudida. Depois do show, ela estava animada e convidou parte do elenco para ir a sua casa tomar umas bebidas. A festinha ainda rolava quando ela se despediu, às três da manhã, dizendo que ia dormir. Subiu as escadas até seu quarto, tirou a roupa, vestiu um roupão, acendeu um cigarro e foi ao banheiro, provavelmente para remover a maquiagem. Pegou um espelho de mão e, quando voltava para o quarto, caiu no corredor. Foi encontrada morta com o cigarro em uma mão e o espelho na outra, na manhã seguinte pela faxineira. Carmem Miranda morreu aos 46 anos de idade de um ataque cardíaco fulminante.

Todas as homenagens a Carmem Miranda são mais que merecidas. Dessa gente que diz que ela só estragou a imagem do Brasil no exterior com um estereótipo caricato e irreal, a gente só lamenta! Carmem Miranda foi grandiosa, virou ícone pop no mundo e levou a música, a alegria e a diversidade do Brasil mundo afora! É a nossa primeira e única influencer, que a Strip Me fez questão de homenagear! Assim, como tantos outros nomes incríveis permeiam as coleções de cinema, arte, música e cultura pop! Cola na nossa loja pra conferir e ficar por dentro dos lançamentos que pintam toda semana!

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist com os maiores clássicos da Carmem Miranda! Carmem Miranda Top 10 tracks

Para assistir: O documentário lançado em 1995 chamado Bananas is My Business, escrito e dirigido pela Helena Solberg é excelente e muito revelador de toda a história de Carmem Miranda, com depoimentos de gente de Marco de Canaveses, onde ela nasceu, até grandes figuras de Hollywood que a conheceram! Vale a pena demais assistir. Tem completinho e legendado no Vimeo. Link Aqui.

Nostalgia: os sentidos do passado no presente.

Nostalgia: os sentidos do passado no presente.

“No presente a mente, o corpo, é diferente, e o passado é uma roupa que não nos serve mais.” Assim definiu o passado, com um brilhantismo invejável, o cearense Belchior, na canção Velha Roupa Colorida. Mas o fato de esta roupa não nos servir mais, não significa que deixamos de gostar dela. Até porque determinadas roupas que ficaram pequenas, foram usadas em momentos especiais, marcantes. Por isso, quando você abre o guarda roupas e a vê ali, automaticamente se lembra daquele momento, o revive em sua cabeça por alguns momentos e se sente bem. É porque, atrelado ao passado está um sentimento muito peculiar: a nostalgia. A nostalgia é, com razão, tão valorizada pelas pessoas, que a Strip Me dedicou uma coleção todinha a ela. É a Coleção Retro, que conta com camisetas recém lançadas como a Chocante e a Sem Surpresa.

O primeiro registro do termo nostalgia data de 1688 na Europa. A nostalgia estava relacionada à melancolia e era vista como uma doença, como uma depressão, porque era identificada em soldados militares que sentiam um certo desespero, uma vontade muito forte de voltar para casa. Daí veio o termo em inglês homesick, que é o mais próximo que se tem na língua inglesa para traduzir a palavra saudade. Mas nostalgia e saudade não são exatamente a mesma coisa. Até porque, ao longo do século XX, a nostalgia perdeu esse viés negativo e passou a ser vista como algo que traz conforto. À medida que uma lembrança é ativada no cérebro, o sentimento, o cheiro, a música que tocava, o sabor da comida, enfim, todos os sentidos daquela lembrança são ativados junto. Tudo isso junto causa um sentimento muito bom, de alegria e paz.

A diferença entre nostalgia e saudade está justamente nesse conjunto. A saudade, além de ser mais tangível e específica, ela pode ser, em alguns casos, é claro, neutralizada. Você pode sentir saudade de visitar a casa da sua avó. Se sua avó ainda é viva e mora na mesma casa, está fácil de resolver. E assim é quando você tem saudade de conversar com uma pessoa, ou comer um prato de determinado restaurante… enfim. A nostalgia é a esse sentimento que você não neutraliza porque é referente a um momento que nunca vai acontecer de novo do mesmo jeito. Você pode se lembrar com todo o amor do mundo daquela viagem que fez quando adolescente com os amigos para a praia. Você ainda é amigo das mesmas pessoas e a mesma praia ainda está lá… mas se vocês tentarem replicar aquela viagem, nunca vai ser a mesma coisa, porque tá todo mundo adulto, uns tem filhos, outro não pode beber porque está fazendo um tratamento de saúde, outro tem que atender um telefonema de trabalho no meio da festa… Os momentos daquela viagem na adolescência nunca mais vão se repetir.

Ah, mas falando assim até parece uma coisa pessimista demais. Nunca mais vai acontecer, ficou no passado. Olhando por essa perspectiva, bate uma tristeza mesmo. Mas faz parte. A nostalgia com certeza traz consigo uma carga de melancolia sim. Mas de maneira geral é positiva. É uma forma do passado te mostrar que a vida tem grandes momentos e é uma linha contínua, ou seja, outros grandes momentos virão. Te incentiva a buscar um futuro, a ver algum significado na vida, que muitas vezes parece mesmo ser sem propósito. A maravilhosa animação da Pixar, Divertida Mente, lançada em 2015, escrita e dirigida pela dupla Pete Docter e Ronnie Del Carmen, mostra isso de uma maneira muito clara. No longa a ideia principal é mostrar como funciona a mente da pré-adolescente Riley num momento de mudança, tanto física quanto emocional. Mas no fim das contas tudo gira em torno das memórias da garota e de como elas são utilizadas. Sem dar spoilers, o momento de maior emoção do filme é justamente quando uma lembrança que era essencialmente feliz, ganha uma certa dose de tristeza, para se tornar uma “memória-base”. A melancolia que vem entremeada à nostalgia está misturada com grandes porções de positividade e alegria. Ao mesmo tempo que você sabe que aquele momento não volta mais, você sabe que são momentos como aquele que fazem a vida valer a pena e te faz querer criar mais momentos como aquele.

E isso faz todo o sentido. Pense da seguinte forma. Sua turma no segundo colegial. Uma turma enorme na mesma sala de aula, todo mundo amigo, era uma bagunça, todo mundo fazia piada de tudo, sacaneava professor. Além do mais ninguém ali tinha responsabilidade nenhuma a não ser passar de ano. Provavelmente foi o período da sua vida em que você mais deu risada e se divertiu até hoje. Lembrar daqueles momentos é delicioso. Mas você gostaria de voltar para o segundo colegial? Sendo que hoje você tem suas responsabilidades, toda uma vida de trabalho e tal, que não é tão divertida assim.  Mas você tem sua independência. Se quiser relaxar no fim da tarde de uma terça feira e tomar uma cerveja no bar, tá tudo bem. Você sabe mais coisas sobre a vida, tem menos medos e inseguranças… Então, o que você sente por essa época do segundo colegial não é exatamente saudade, já que você não quer passar por aquilo de novo. É apenas… nostalgia.

Outro aspecto interessante da nostalgia é que ela pode acontecer de forma coletiva. Se você buscar a etimologia da palavra comemorar, vai ver que ela deriva do latim, com-memorare, que significa relembrar com alguém, ou em comunidade. Claro, hoje em dia comemorar ganhou essa conotação de celebração, festejo, e não tem nada de errado nisso.  Mas quando dizemos que vamos comemorar a independência do Brasil, ou qualquer outro evento que diz respeito a toda a sociedade, significa que é um momento em que todos devemos relembrar aquele evento e pensar sobre ele. Ou seja, algo bem parecido com a nostalgia. Esse é o significado de desfiles nessas datas cívicas, por exemplo. Num desfile, você vê vários setores da sociedade (militares, professores, escoteiros e etc) para homenagear e relembrar em comunidade, comemorar, aquela data, aquele evento específico. Foi o que fizemos ano passado aqui na Strip Me, por exemplo. Comemoramos os 100 anos da Semana de Arte Moderna de São Paulo. E fizemos isso em comunidade, através de alguns textos aqui no blog e de algumas estampas super especiais.

Um ponto interessante da nostalgia, voltando a falar sobre ela individualmente, é que ela sempre tem alguns gatilhos, que variam de pessoa para pessoa, claro. Por exemplo, para muita gente, a primeira coisa que vem à cabeça quando ouve Twist and Shout é o Ferris Bueler no meio de um desfile em Chicago, no filme Curtindo a Vida Adoidado, o que já desencadeia as lembranças das tardes na frente da TV comendo bolacha Passatempo. E esses gatilhos podem te trazer essa nostalgia, esse sentimento saudosista, do nada, sem mais nem menos. Imagine uma pessoa no metrô voltando pra casa, depois do trabalho, lendo um livro ou distraída com qualquer coisa. Passa por ela uma outra pessoa que está usando um perfume específico, aquele cheiro faz lembrar imediatamente de alguém muito querido, que usa exatamente aquele mesmo perfume e com quem ela viveu momentos muito felizes. As imagens dessas lembranças invadem a mente na hora. Ou então um cara que está almoçando sozinho na praça de alimentação do shopping, enquanto organiza em sua cabeça os compromissos que tem de tarde. Eis que começa a tocar uma música específica no som ambiente do shopping. A música que aquele cara ouviu pela primeira vez num churrasco da turma de faculdade, e que fez parte da trilha sonora das festas por um tempo. Pronto! Nostalgia! E tem as imagens também. Se você tem mais de 35 anos, não só vai ver nitidamente a embalagem na sua mente, como pode ser capaz de sentir o gosto do doce ao ler o seguinte: Cigarrinhos de Chocolate Pan, a caixinha vermelha com um garoto com um cigarrinho de chocolate entre os dedos. Lembrou? A mesma coisa acontece se você olhar para a camiseta abaixo. Você não só vai lembrar do sabor do chocolate, como vai lembrar das figurinhas com imagens de animais que vinham junto, e a lembrança pode ir além, se for o caso de, na época, ser uma tia ou sua avó, que dava dinheiro para você comprar o chocolate… enfim, nostalgia em estado bruto!

Como já foi dito aqui. A nostalgia é uma maneira de o passado te mostrar que existe uma linha do tempo coesa, que pode te fazer enxergar perspectivas para o futuro e um significado maior para a sua própria existência. E a cultura pop está aí para isso, para colaborar com os gatilhos, seja uma imagem, uma música ou um filme que marcou uma época. Na Strip Me nós nos interessamos pela vida, no passado, presente e futuro! Com a Coleção Retro, queremos trazer esse sentimento tão abrangente que é a nostalgia, mas vinculado a referências atuais, de maneira inteligente e com muito estilo. A mesma coisa você encontra em todas as outras coleções, como as camisetas de música, cinema, arte, cultura pop e muito mais. Na nossa loja você encontra tudo isso e ainda fica por dentro dos mais novos lançamentos.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist com canções que fazem referência a nostalgia, lembranças e ao passado de maneira geral. Nostalgia top 10 tracks.

Para assistir: Definitivamente, o filme Divertida Mente, título original Inside Out, escrito e dirigido pela dupla Pete Docter e Ronnie Del Carmen e lançado em 2015 pela Disney/Pixar é realmente deslumbrante. Não só o roteiro é incrível, como a animação é ótima e traz um enredo capaz de encantar crianças e adultos, talvez encante até mais os adultos. Tem no catálogo da Dinsey+ e é imperdível!

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