Nostalgia: os sentidos do passado no presente.

Nostalgia: os sentidos do passado no presente.

“No presente a mente, o corpo, é diferente, e o passado é uma roupa que não nos serve mais.” Assim definiu o passado, com um brilhantismo invejável, o cearense Belchior, na canção Velha Roupa Colorida. Mas o fato de esta roupa não nos servir mais, não significa que deixamos de gostar dela. Até porque determinadas roupas que ficaram pequenas, foram usadas em momentos especiais, marcantes. Por isso, quando você abre o guarda roupas e a vê ali, automaticamente se lembra daquele momento, o revive em sua cabeça por alguns momentos e se sente bem. É porque, atrelado ao passado está um sentimento muito peculiar: a nostalgia. A nostalgia é, com razão, tão valorizada pelas pessoas, que a Strip Me dedicou uma coleção todinha a ela. É a Coleção Retro, que conta com camisetas recém lançadas como a Chocante e a Sem Surpresa.

O primeiro registro do termo nostalgia data de 1688 na Europa. A nostalgia estava relacionada à melancolia e era vista como uma doença, como uma depressão, porque era identificada em soldados militares que sentiam um certo desespero, uma vontade muito forte de voltar para casa. Daí veio o termo em inglês homesick, que é o mais próximo que se tem na língua inglesa para traduzir a palavra saudade. Mas nostalgia e saudade não são exatamente a mesma coisa. Até porque, ao longo do século XX, a nostalgia perdeu esse viés negativo e passou a ser vista como algo que traz conforto. À medida que uma lembrança é ativada no cérebro, o sentimento, o cheiro, a música que tocava, o sabor da comida, enfim, todos os sentidos daquela lembrança são ativados junto. Tudo isso junto causa um sentimento muito bom, de alegria e paz.

A diferença entre nostalgia e saudade está justamente nesse conjunto. A saudade, além de ser mais tangível e específica, ela pode ser, em alguns casos, é claro, neutralizada. Você pode sentir saudade de visitar a casa da sua avó. Se sua avó ainda é viva e mora na mesma casa, está fácil de resolver. E assim é quando você tem saudade de conversar com uma pessoa, ou comer um prato de determinado restaurante… enfim. A nostalgia é a esse sentimento que você não neutraliza porque é referente a um momento que nunca vai acontecer de novo do mesmo jeito. Você pode se lembrar com todo o amor do mundo daquela viagem que fez quando adolescente com os amigos para a praia. Você ainda é amigo das mesmas pessoas e a mesma praia ainda está lá… mas se vocês tentarem replicar aquela viagem, nunca vai ser a mesma coisa, porque tá todo mundo adulto, uns tem filhos, outro não pode beber porque está fazendo um tratamento de saúde, outro tem que atender um telefonema de trabalho no meio da festa… Os momentos daquela viagem na adolescência nunca mais vão se repetir.

Ah, mas falando assim até parece uma coisa pessimista demais. Nunca mais vai acontecer, ficou no passado. Olhando por essa perspectiva, bate uma tristeza mesmo. Mas faz parte. A nostalgia com certeza traz consigo uma carga de melancolia sim. Mas de maneira geral é positiva. É uma forma do passado te mostrar que a vida tem grandes momentos e é uma linha contínua, ou seja, outros grandes momentos virão. Te incentiva a buscar um futuro, a ver algum significado na vida, que muitas vezes parece mesmo ser sem propósito. A maravilhosa animação da Pixar, Divertida Mente, lançada em 2015, escrita e dirigida pela dupla Pete Docter e Ronnie Del Carmen, mostra isso de uma maneira muito clara. No longa a ideia principal é mostrar como funciona a mente da pré-adolescente Riley num momento de mudança, tanto física quanto emocional. Mas no fim das contas tudo gira em torno das memórias da garota e de como elas são utilizadas. Sem dar spoilers, o momento de maior emoção do filme é justamente quando uma lembrança que era essencialmente feliz, ganha uma certa dose de tristeza, para se tornar uma “memória-base”. A melancolia que vem entremeada à nostalgia está misturada com grandes porções de positividade e alegria. Ao mesmo tempo que você sabe que aquele momento não volta mais, você sabe que são momentos como aquele que fazem a vida valer a pena e te faz querer criar mais momentos como aquele.

E isso faz todo o sentido. Pense da seguinte forma. Sua turma no segundo colegial. Uma turma enorme na mesma sala de aula, todo mundo amigo, era uma bagunça, todo mundo fazia piada de tudo, sacaneava professor. Além do mais ninguém ali tinha responsabilidade nenhuma a não ser passar de ano. Provavelmente foi o período da sua vida em que você mais deu risada e se divertiu até hoje. Lembrar daqueles momentos é delicioso. Mas você gostaria de voltar para o segundo colegial? Sendo que hoje você tem suas responsabilidades, toda uma vida de trabalho e tal, que não é tão divertida assim.  Mas você tem sua independência. Se quiser relaxar no fim da tarde de uma terça feira e tomar uma cerveja no bar, tá tudo bem. Você sabe mais coisas sobre a vida, tem menos medos e inseguranças… Então, o que você sente por essa época do segundo colegial não é exatamente saudade, já que você não quer passar por aquilo de novo. É apenas… nostalgia.

Outro aspecto interessante da nostalgia é que ela pode acontecer de forma coletiva. Se você buscar a etimologia da palavra comemorar, vai ver que ela deriva do latim, com-memorare, que significa relembrar com alguém, ou em comunidade. Claro, hoje em dia comemorar ganhou essa conotação de celebração, festejo, e não tem nada de errado nisso.  Mas quando dizemos que vamos comemorar a independência do Brasil, ou qualquer outro evento que diz respeito a toda a sociedade, significa que é um momento em que todos devemos relembrar aquele evento e pensar sobre ele. Ou seja, algo bem parecido com a nostalgia. Esse é o significado de desfiles nessas datas cívicas, por exemplo. Num desfile, você vê vários setores da sociedade (militares, professores, escoteiros e etc) para homenagear e relembrar em comunidade, comemorar, aquela data, aquele evento específico. Foi o que fizemos ano passado aqui na Strip Me, por exemplo. Comemoramos os 100 anos da Semana de Arte Moderna de São Paulo. E fizemos isso em comunidade, através de alguns textos aqui no blog e de algumas estampas super especiais.

Um ponto interessante da nostalgia, voltando a falar sobre ela individualmente, é que ela sempre tem alguns gatilhos, que variam de pessoa para pessoa, claro. Por exemplo, para muita gente, a primeira coisa que vem à cabeça quando ouve Twist and Shout é o Ferris Bueler no meio de um desfile em Chicago, no filme Curtindo a Vida Adoidado, o que já desencadeia as lembranças das tardes na frente da TV comendo bolacha Passatempo. E esses gatilhos podem te trazer essa nostalgia, esse sentimento saudosista, do nada, sem mais nem menos. Imagine uma pessoa no metrô voltando pra casa, depois do trabalho, lendo um livro ou distraída com qualquer coisa. Passa por ela uma outra pessoa que está usando um perfume específico, aquele cheiro faz lembrar imediatamente de alguém muito querido, que usa exatamente aquele mesmo perfume e com quem ela viveu momentos muito felizes. As imagens dessas lembranças invadem a mente na hora. Ou então um cara que está almoçando sozinho na praça de alimentação do shopping, enquanto organiza em sua cabeça os compromissos que tem de tarde. Eis que começa a tocar uma música específica no som ambiente do shopping. A música que aquele cara ouviu pela primeira vez num churrasco da turma de faculdade, e que fez parte da trilha sonora das festas por um tempo. Pronto! Nostalgia! E tem as imagens também. Se você tem mais de 35 anos, não só vai ver nitidamente a embalagem na sua mente, como pode ser capaz de sentir o gosto do doce ao ler o seguinte: Cigarrinhos de Chocolate Pan, a caixinha vermelha com um garoto com um cigarrinho de chocolate entre os dedos. Lembrou? A mesma coisa acontece se você olhar para a camiseta abaixo. Você não só vai lembrar do sabor do chocolate, como vai lembrar das figurinhas com imagens de animais que vinham junto, e a lembrança pode ir além, se for o caso de, na época, ser uma tia ou sua avó, que dava dinheiro para você comprar o chocolate… enfim, nostalgia em estado bruto!

Como já foi dito aqui. A nostalgia é uma maneira de o passado te mostrar que existe uma linha do tempo coesa, que pode te fazer enxergar perspectivas para o futuro e um significado maior para a sua própria existência. E a cultura pop está aí para isso, para colaborar com os gatilhos, seja uma imagem, uma música ou um filme que marcou uma época. Na Strip Me nós nos interessamos pela vida, no passado, presente e futuro! Com a Coleção Retro, queremos trazer esse sentimento tão abrangente que é a nostalgia, mas vinculado a referências atuais, de maneira inteligente e com muito estilo. A mesma coisa você encontra em todas as outras coleções, como as camisetas de música, cinema, arte, cultura pop e muito mais. Na nossa loja você encontra tudo isso e ainda fica por dentro dos mais novos lançamentos.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist com canções que fazem referência a nostalgia, lembranças e ao passado de maneira geral. Nostalgia top 10 tracks.

Para assistir: Definitivamente, o filme Divertida Mente, título original Inside Out, escrito e dirigido pela dupla Pete Docter e Ronnie Del Carmen e lançado em 2015 pela Disney/Pixar é realmente deslumbrante. Não só o roteiro é incrível, como a animação é ótima e traz um enredo capaz de encantar crianças e adultos, talvez encante até mais os adultos. Tem no catálogo da Dinsey+ e é imperdível!

A Democracia existe e é valiosa para nós.

A Democracia existe e é valiosa para nós.

2023 começou inspirador, com um leve perfume de esperança, que há alguns anos a gente não sentia no ar. Isso graças a democracia. No dia 1 de janeiro confirmamos de uma vez por todas o resultado da eleição presidencial, numa posse cheia de simbolismo, diversidade e grandes discursos. Mas foi um discurso feito no dia 3 de janeiro que realmente encantou todo mundo: o discurso de posse do ministro dos direitos humanos Sílvio Almeida. Jurista e filósofo, Almeida tem 46 anos de idade, é negro e é uma das mais brilhantes e ativas vozes no país contra o racismo e direitos humanos do Brasil. Seu discurso emocionado bradando que todas as vidas são valiosas e importam para o governo que assume o poder neste ano é muito revelador. E acabou inspirando a Strip Me a criar a camiseta Valiosos, uma peça minimalista linda, super estilosa, que retrata muito bem o momento em que vivemos.

Daqui 2 anos, em 2025, vamos comemorar os 40 anos da redemocratização brasileira. Em 1985 Tancredo Neves assumiria como o primeiro presidente civil depois de 20 anos de uma ditadura militar obscura. Tancredo adoeceu e foi internado na véspera de sua posse como presidente, 14 de março de 1985. José Sarney, seu vice, acabou sendo empossado, e Tancredo, após passar por 4 cirurgias, acabou falecendo no emblemático dia 21 de abril. Desde então, vivemos plenamente amparados politicamente pelas mãos da democracia. Mas não pense você que foi fácil assim.  Aliás, ao longo da nosso história, o que a gente menos teve foi facilidade para ter governos dispostos a garantir recursos e liberdade ao povo. Para você ter ideia, desde o fim do império e o estabelecimento da república, em 1889, nós passamos por 5 golpes de estado (incluindo a própria proclamação da república, que foi um golpe militar e o impeachment de Dilma Russeff, que não foi militar, mas foi um golpe que a tirou de o poder). E isso porque não estamos contando com as tentativas de golpe frustradas. Ao longo desses 133 anos de república tivemos 4 constituições promulgadas, a última, em vigor até hoje, é de 1988.

Mas, pensando nos acontecimentos recentes no país, vamos focar no que aconteceu de 1984 pra cá. Antes só um breve resumo do que acontecia anos antes. Em 1975 o então presidente Ernesto Geisel anunciou que tinha a intenção de dar início ao abrandamento da ditadura, a tal da abertura democrática. Em 1977 aconteceu a primeira manifestação popular contra o governo desde 1968, quando o AI-5 foi instaurado. Essa manifestação foi a enorme, e heroica, greve dos metalúrgicos no ABC paulista liderados pelo Lula. Os grevistas reivindicavam não só melhores condições de trabalho, mas também mais liberdade. Em 1979 assume a presidência João Figueiredo, que é quem realmente inicia a abertura política com a lei da anistia, a volta dos presos políticos e a permissão para que novos partidos políticos fossem criados. Nascem assim o PSDB  e o PT, que encabeçam movimentos exigindo eleições diretas. Em 1983 o deputado federal Dante de Oliveira dá entrada no congresso a PEC (projeto de emenda constitucional) que estabelecia eleições populares diretas. No dia 25 de abril de 1984 o Brasil parou para acompanhar a votação da PEC. Eram 479 deputados que votariam, sendo que eram necessário 320 votos favoráveis, ou um terço do plenário, para que a PEC fosse aprovada e o Brasil tivesse eleições para presidente. Acontece que, por manobras dos políticos que apoiavam a ditadura, houveram muitas abstenções e faltas. A PEC teve 298 votos e não foi aprovada.

Quando a emenda do Dante de Oliveira foi por água abaixo, o Brasil pegou fogo. Se intensificaram muito as manifestações e o movimento Diretas Já tomou proporções gigantescas. Vale lembrar aqui que essas manifestações já ocorriam desde 1980, depois do Figueiredo aprovar a lei de anistia e afrouxar um pouquinho (mas bem pouquinho mesmo) a censura. Acontece que entre 1980 e 1981, a linha mais radical dos militares, que não queriam saber de abertura politica nenhuma, começaram a agir. Esses militares começaram a plantar bombas em bancas de jornal que vendiam publicações “subversivas” como O Pasquim. E eles faziam isso pintando no lugar onde colocavam as bombas a sigla VPR (Vanguarda Popular Revolucionária), um grupo de guerrilheiros de esquerda que atuaram nos anos 70 combatendo a ditadura. Mas todo mundo sabia que aquelas bombas eram coisa dos militares, e essa situação explodiu (literalmente) mesmo no dia 30 de abril de 1981, durante uma manifestação que contava com vários shows musicais no Rio Centro, no Rio de Janeiro. Um coronel e um capitão do exército planejavam explodir duas bombas durante os shows, no meio da multidão mesmo. Mas uma das bombas explodiu por acidente no estacionamento, dentro do carro, onde estavam os dois militares! Foi um escândalo que só piorou a situação dos militares, já que se comprovou que eles promoviam violência, enquanto as manifestações pela democracia eram pacíficas. Entre 1980 e 1981 foram exatamente 28 bombas explodidas em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo, a última delas foi a do Rio Centro, que matou justamente os dois autores do atentado.

Depois do atentado frustrado no Rio Centro, mais e mais manifestações populares se espalharam pelo Brasil. Cada vez mais o movimento Diretas Já ganhava respaldo de políticos, intelectuais e artistas de muita relevância. No esporte também havia um apoio enorme, que ajudou a popularizar ainda mais o movimento. Pelé saiu na capa da revista Placar com uma camiseta escrito Diretas Já enquanto os jogadores do Corinthians, time mais popular do estado de São Paulo e um dos mais populares do Brasil, instauravam a Democracia Corinthiana. Tudo isso culminou na maior manifestação popular da história do Brasil, quando aproximadamente um milhão e meio de pessoas tomou o vale do Anhangabaú em São Paulo para um comício histórico. No palanque políticos como Ulysses Guimarães, Lula, Fernando Henrique Cardoso, Leonel Brizola, Miguel Arraes, Mário Covas, Franco Montoro e outros, além de artistas como Fernanda Montenegro e Fafá de Belém e representantes da Democracia Corinthiana, Sócrates e Casagrande. Até então, o Brasil nunca tinha visto uma manifestação tão numerosa. Tendo acontecido apenas 9 dias antes da votação da PEC de Dante de Oliveira, quando a emenda foi derrubada, Figueiredo mandou reprimir quaisquer outras manifestações, e muitos confrontos entre polícia e manifestantes passaram a acontecer.

O movimento Diretas Já era, em essência, uma manifestação de apoio à PEC de Dante de Oliveira. Quando ela foi derrubada no congresso, ao invés do movimento perder fôlego, se inflamou ainda mais, agora exigindo a redemocratização de qualquer maneira. E no fim do ano de 1984 seria escolhido pelo colégio eleitoral, ou seja, pela classe política, o sucessor de Figueiredo, já que o mandato de presidente até então era de 5 anos. Naquele ano admitiu-se pela primeira vez desde 1964 um representante civil para se candidatar a presidente. Neste caso, Tancredo Neves. Em cima da hora, o candidato dos militares, o coronel Mário Andreazza, abriu mão da candidatura e acabou sendo substituído por outro civil, mas bem conservador e ligado à direita: Paulo Maluf.  A eleição aconteceu no dia 15 de janeiro de 1985 e Tancredo Neves saiu vitorioso. No mesmo dia, no Rio de Janeiro acontecia o primeiro Rock In Rio, e foi muito marcante a cena do Barão Vermelho tocando Pro Dia Nascer Feliz na madrugada de 15 para 16 de janeiro, todo mundo sabendo, e comemorando, que o Brasil finalmente tinha um presidente civil eleito e que a ditadura militar chegava ao fim.

E mesmo com todos os problemas econômicos e crises políticas, a gente foi tomando gosto pela democracia. José Sarney, o vice de Tancredo Neves, governou o Brasil de 1985 a 1989, quando, aí sim, houveram eleições diretas, e o presidente do Brasil foi escolhido pelo povo. E que eleições foram aquelas! Até o Sílvio Santos chegou a se candidatar, mas o nome dele não poderia aparecer na cédula! Os dois principais candidatos eram Fernando Collor de Melo, um playboy alagoano que se dizia caçador de marajás, e Luís Inácio, o Lula, sindicalista de São Bernardo do Campo e líder do Partido dos Trabalhadores. Até hoje o debate entre Collor e Lula para o segundo turno na Globo é estudado nas faculdades de jornalismo. O debate não era ao vivo, foi gravado e editado. A Globo defendia abertamente a eleição de Collor e fez uma edição criminosa no debate favorecendo seu candidato. E ajudou muito. Collor foi eleito. Mal entrou no poder, em 1990, e já confiscou poupança dos brasileiros e saiu fazendo lambança atrás de lambança. Enquanto via sua popularidade despencar o presidente era bombardeado por acusações de corrupção por parte de seu irmão e de vários jornalistas, que investigavam os negócios obscuros de PC Farias, amigo íntimo e principal assessor de Collor.

Em 1992 rolava na Globo uma série que fez muito sucesso, chamada Anos Rebeldes, que contava a ação de jovens estudantes nos anos 60 contra a ditadura militar. No dia 29 de maio de 1992, a UNE (União Nacional dos Estudantes) convoca uma manifestação em São Paulo que tem uma adesão surpreendente, milhares de pessoas, a maioria jovens estudantes universitários. A manifestação pedia melhores condições de estudo e o fim da corrupção na política, entre outras coisas.Essa foi a primeira de muitas manifestações, e tornou-se famoso um cartaz na multidão que dizia: “Anos Rebeldes, O Próximo Capítulo”. A UNE passou a organizar cada vez mais manifestações, estimuladas pela CPI que fora aberta no dia 1 de junho para investigar as acusações de confisco, corrupção e pagamento de propinas contra o governo Collor. No dia 11 de agosto, mais de 10 mil pessoas lotaram o vão do MASP, na avenida Paulista para pedir o impeachment de Collor Para deixar claro o apartidarismo da manifestação, os jovens tinham seus rostos pintados de verde amarelo (bons tempos em que essas cores eram usadas para defender a democracia). Dois dias depois, Collor faz um pronunciamento em rede nacional dizendo que a mídia estava manipulando  as informações (!) que ele estava sofrendo falsas acusações (!!) e pedia que, para mostrar que o povo brasileiro não estava contra ele, como dizia a mídia, todos saíssem às ruas no domingo seguinte, dia 16, vestindo roupas com as cores do Brasil (!!!). Olha, parece que foi ontem que ouvimos uns discursinhos bem parecidos… mas o que aconteceu foi que milhares de pessoas em vários capitais do Brasil saíram ás ruas vestindo roupas pretas e com a cara pintada de preto! Foi o movimento que ficou conhecido como os caras pintadas, e que ajudou muito a fazer com que o impeachment de Collor fosse aprovado. Malandramente, Collor renunciou ao cargo antes de ser cassado e manteve seus direitos políticos. Tanto que depois se elegeu senador por Alagoas! Sim, teve gente que votou nele depois de tudo! Mas isso é outra história.

Enfim, este texto de hoje é sim uma celebração à democracia e à liberdade. Todos nós da Strip Me desprezamos todo e qualquer ato golpista contra a democracia, bem como manifestações violentas, vandalismo e, em especial, a depredação de obras de arte. O que aconteceu no último domingo, dia 8 de janeiro, foi um horror. Ainda bem que temos pela frente 4 anos com gente como o Sílvio Almeida e a Marina Silva do nosso lado, ajudando a comandar o país. É um governo que está longe de ser perfeito, tem seu lado questionável, mas pelo menos tem humanidade e apreço pela cultura, pela diversidade, pelo meio ambiente e pela liberdade. Assim como nós! Então você pode começar 2023 dando uma geral na nossa loja e conferindo os lançamentos, como a camiseta Valiosos, além das camisetas de música, cinema, arte e cultura pop.

Feliz 2023!

Vai fundo!

Para escutar: Uma playlist de protesto! Músicas que falam sobre democracia e contra governos autoritários! Música de protesto Top 10 tracks!

Para assistir: A TV Senado produziu um documentário bem legal sobre as Diretas Já, chamado Diretas Já – O Grito das Ruas, com depoimentos de várias pessoas que participaram das manifestações, de Lula a Fernanda Montenegro. Vale muito a pena conferir. Tem completo no Youtube, só clicar aqui.

Veggie Pride!

Veggie Pride!

Meritocracia alimentar. É assim que toda criança cresce e desenvolve seus hábitos alimentares. Afinal, quem nunca ouviu a mãe dizendo: “Se deixar comida no prato, não ganha sobremesa.” Ou ainda: “Tem que comer as verduras e legumes para ficar forte.” Ou ainda a mais enfática: “Se não comer esse brócolis, não vai sair pra brincar na rua de tarde.”. Acontece que, seja qual for a motivação, muita gente , ainda quando criança, já toma gosto por comer determinados alimentos e pode acabar naturalmente escolhendo o tortuoso e muito saboroso caminho do vegetarianismo. Pensando nessas pessoas e na importância de tal escolha, a Strip Me apresenta a camiseta Eat Your Greens, que além de linda e descolada, é feita com malha sustentável e traz essa bela mensagem: Coma vegetais!

O vegetarianismo não é coisa nova. Como se sabe, a tempos imemoriais no passado os hindus já o praticavam. No ocidente há relatos de Pitágoras, na Grécia Antiga, ir além dos fundamentos da matemática, e criticar aqueles que se alimentam de carne de outros animais. Mas a parada só tomou forma mesmo em 1847 com a criação da Vegetarian Society, na cidade de Ramsgate, Inglaterra. Dali em diante, o vegetarianismo se tornou um estilo de vida e um posicionamento social e político. Como a arte imita a vida, não demorou para que surgissem em várias obras da literatura e do audiovisual, menções sobre o assunto e até mesmo personagens representando tais ideias. Para falar sobre vegetarianismo de um jeito mais leve e descomplicado, selecionamos 3 personagens contemporâneos da cultura pop para ilustrar diferentes aspectos que envolvem ser vegetariano.

Saúde, Salsicha sem carne e ilusão.

O que eu vou te dizer pode te surpreender, mas a verdade é que o nosso querido Norville Billy Rogers Bouregar é um vegetariano. Não sabe quem é o Billy Rogers? Claro que sabe! É que você deve conhece-lo pelo apelido: Shaggy. Ainda não sabe quem é? Com certeza você o conhece pelo apelido que ele ganhou aqui no Brasil: Salsicha! Sim, o amigão inseparável do cachorro Scooby-Doo! Agora que você sabe quem é, precisamos explicar que maluquice é essa. Um comilão de marca maior, com o apelido de Salsicha ainda por cima, ser vegetariano.

O ator e dublador norte americano Casey Kasem foi a voz do Salsicha nos Estados Unidos de 1969 a 1997 no desenho animado Scooby Doo. Salsicha era um personagem comilão, comia de tudo e nunca deu pinta de ser vegetariano. Mas Kasem, por outro lado, sempre foi um vegano convicto e atuante pela causa. Em 1997 a rede Burger King comprou os diretos do desenho para usar em um comercial de TV e Kasem foi convidado a dublar o Salsicha no comercial. Revoltado com a ideia de ver o personagem comendo e elogiando um hambúrguer de uma rede de fast food, o dublador não só se recusou, como também se demitiu da produtora em que trabalhava e abandonou o personagem. Em 2002 o desenho Scooby Doo foi revitalizado, iria ganhar novos episódios animados, um filme longa metragem e etc. Kasem foi convidado a voltar a dublar Salsicha. Ele aceitaria com uma condição: Que tanto nos novos desenhos, quanto no filme, Salsicha fosse identificado facilmente como um vegetariano. A condição foi acatada e Kasem voltou a dar voz ao personagem de 2002 até 2009, quando finalmente se aposentou.

Os roteiristas aproveitaram essa deixa para atribuir ao vegetarianismo o fato do Salsicha ser tão comilão e tão magrelo. Uma justificativa infundada, e até perigosa. Não há dúvida que uma dieta vegetariana faz bem ao corpo e pode ser muito saudável. Mas há de se ter certos cuidados. É muito comum pessoas que aderem ao vegetarianismo acabem engordando. Afinal, acaba rolando um consumo muito maior de carboidratos, como massas à base de mandioca e milho, batata, arroz e tantos outros. É necessário ficar sempre atento ao equilíbrio. Ter sempre no prato verduras frescas, legumes variados e não abusar de frituras e açúcar. O equilíbrio é a base do vegetarianismo. Tanto o equilíbrio na alimentação, como o equilíbrio do ser humano com a natureza.

Salsicha

Vivendo entre amigos e cantando sobre animais.

Para muita gente a mais carismática personagem da antológica série Friends é Phoebe Buffay, interpretada pela ótima atriz Lisa Kudrow. Phoebe é mesmo uma personagem encantadora. Doce, simpática, engraçada e com um talento surpreendente para escrever canções folk. Além disso tudo, ela é vegetariana, comportamento que aparece não só em alguns diálogos e situações ao longo da série como também em algumas de suas canções, como uma chamada The Cow in the Meadow, que ela apresenta para um grupo de crianças numa biblioteca.  A canção diz: “Oh, the cow in the meadow goes moo. /Then the farmer hits him on the head and grinds him up, /And that’s how we get hamburgers.” E outra chamada No Power, em que a cidade de New York fica sem energia, e ela canta: “New York City has no power, /and the milk is getting sour. /But to me it is not scary / ‘cause I stay away from dairy.”.

É muito legal observar a Phoebe convivendo com os outros personagens da série, sendo tão querida e levando uma vida super normal. Parece loucura falar isso em pleno 2023, mas a real é que ainda tem muita gente que acha que quem é vegetariano não consegue ter uma vida social ou não se adapta em grupos onde as pessoas tem o hábito de comer carne, principalmente aqui no Brasil, onde a cultura do churrasco de fim de semana é tão forte. Mas não tem nada a ver. O equilíbrio, tão importante no vegetarianismo, passa também pelo respeito. E, normalmente, esse respeito é mútuo. É super comum um vegetariano ir num churrasco e colocar numa parte da grelha uma abobrinha, uma cebola e curtir com a galera sem problema nenhum. Com implicância, braveza ou até mesmo agressão, ninguém muda nada. Mas sim com demonstração de civilidade e qualidade de vida. É o que veremos com o nosso próximo e último personagem.

Phoebe Buffay

Um porco voador e conselhos de um astro do rock.

Foi no quinto episódio da sétima temporada dos Simpsons que descobrimos como Lisa Simpson se tornou vegetariana. Lisa é uma personagem muito forte. Inteligente e contestadora, apesar de ser sempre insegura e, algumas vezes, infantil, afinal ela ainda é uma criança. Ao longo de todas as mais de 30 temporadas do desenho, pudemos ver várias vezes a militância de Lisa pela proteção dos animais e pelo vegetarianismo. Mas o episódio citado, Lisa a Vegetariana, acabou sendo emblemático. Nele, Homer decide fazer um grande churrasco em casa, enquanto Lisa, após conhecer um filhote de carneiro, passa a pensar nos animais vivos antes de comer qualquer pedaço de carne, e se torna vegetariana. Lisa combate o churrasco de Homer e acaba por roubar um porco inteiro que estava sendo feito na churrasqueira. O tal porco acaba, literalmente, indo pelos ares e Lisa se refugia no jardim secreto de Apu. Lá encontra Paul e Linda McCartney. Na conversa, acaba entendo que deve defender seus princípios e valores, mas respeitar quem pensa diferente, ser tolerante.

Aqui vale um parêntese. Paul McCartney é vegetariano desde 1975. Ele e Linda, sua esposa, aproveitaram a visibilidade que tinham na mídia para divulgar as ideias de direitos dos animais e alimentação vegetariana. Linda lançou uma coleção de roupas com estampas relacionadas ao tema e uma linha comida vegetariana congelada nos anos 90 que fizeram muito sucesso, além de escrever muito sobre o assunto. Linda McCartney morreu em abril de 1998 vítima de um câncer de mama. Mas Paul seguiu firme na militância. Em 2009 lançou com suas filhas, Mary e Stella uma campanha que foi um grande sucesso e viralizou nas redes sócias, a Meat Free Monday, uma campanha que sugeria às pessoas que não comessem carne ás segundas. Uma campanha muito simpática, que não quer forçar ninguém a nada, mas sim sugerir que não consumindo carne um dia por semana, uma grande economia pode ser feita no bolso de quem se propõe a participar, e também contribui para o meio ambiente, além de incentivar as pessoas a conhecerem e explorarem cardápios vegetarianos. Até hoje a campanha repercute e, vira e mexe, aparece no Instagram e no Twitter a hashtag #meatfreemonday.

Lisa Simpson, Paul e Linda McCartney

É claro que o vegetarianismo tem um monte de aspectos interessantíssimos e super importantes a serem abordados e discutidos. Hoje resolvemos escolher esses três para começar a falar a respeito. Mas com certeza outros textos virão para a gente falar sobre vegetarianos e veganos com muito mais curiosidades e coisas interessantes. Por hora, lembre-se de não ir na onda do Salsicha e sair comendo um monte, mas sim ter uma dieta equilibrada,  de manter sempre o bom humor e se enturmar numa boa com quem quer que seja, como a Phoebe, e se manter fiel aos seus princípios, se manifestar a respeito, mas manter o respeito a quem pensa diferente,como a Lisa.

A saúde, o cuidado com corpo, curtir a vida, respeitar a diversidade e incentivar ativamente a proteção aos animais e à natureza são valores intimamente ligadas ao vegetarianismo e muito importantes para a Strip Me. As coleções Pet Friendly e Florais ilustram isso muito bem. E é claro que está tudo ligado. Seja nas camisetas de música, cinema, arte, cultura pop, você sempre vai encontrar camisetas com a malha e a tinta da impressão da estampa sustentáveis. Além disso, em qualquer compra na Strip Me, você pode escolher entre a causa animal e o combate à fome, para que a gente faça uma doação para uma ONG de um desses dois segmentos. A doação não sai do seu bolso, é por nossa conta, você só escolhe quem a gente vai ajudar. Então corre lá na nossa loja pra conferir tudo isso e ficar por dentro dos nossos lançamentos.

Vai fundo.

Para ouvir: Uma playlist saborosa com canções que falam sobre o vegetarianismo e sobre os direitos dos animais. Green Songs – Top 10 tracks.

Para assistir: O filme documentário Food Inc é indispensável para entender a indústria destruidora dos alimentos processados e como o consumo de carne, seja bovina, suína ou de frango, pode ser devastador, ainda mais sob a batuta das grandes corporações. O filme é de 2008 e foi escrito e dirigido pelo Robert Kenner. É indispensável. Vale a pena demais assistir.

Retrospectiva STM 2022: Os destaques do ano.

Retrospectiva STM 2022: Os destaques do ano.

Conseguimos! Chegamos na derradeira semana de 2022. E que ano, amigas e amigos! Foi um ano bem conturbado, com algumas tragédias, muitas mortes difíceis de superar e uma guerra inaceitável (como é toda e qualquer guerra) na Europa. Mas também tiveram muitos momentos especiais e felizes. Apesar de o Brasil não trazer o caneco pra casa, a Copa do Mundo foi muito emocionante e consagrou, mais que um time, um jogador formidável, sem falar na Anitta ganhando o mundo e uma tonelada de prêmios, o Lollapalooza e o Rock in Rio arrebatadores, os 200 anos da Independência do Brasil, os 100 anos da Semana de Arte Moderna de São Paulo e a eleição presidencial, é claro, que ocorreu sem grandes transtornos e trouxe um pouco de esperança para muita gente. Ah, sim, tudo isso foi acontecendo em meio a uma enxurrada de memes e virais internet afora. Então, bora, Bill, vamos acordar o Pedrinho com um tapa igual do Will Smith, só que com Luva de Pedreiro, pra não machucar. Enquanto os patriotas (ainda) aprontam das suas na frente dos quartéis, a gente por aqui confere os destaques do ano da Strip Me!

Uva passa no arroz, especial do Roberto Carlos, panetone, amigo secreto, confraternização da firma e retrospectiva do ano são a base de todo o fim de ano, desde os primórdios da humanidade. É o básico do básico. E o primeiro destaque da Strip Me neste ano foi justamente a coleção de camisetas básicas! Camisetas lisas, mas com diferentes cortes, cores e modelos. Para quem sabe que a vida é uma tela em branco, para você mergulhar num mundo de possibilidades, as camisetas básicas são perfeitas!

2022 foi um ano em que se destacaram pessoas com muita personalidade. A Anitta, por exemplo, não só ganhou uma tonelada de prêmios, bombou mundo afora e ainda se saiu bem de uma polêmica onde um sertanejo quis problematizar a bunda dela. Boa parte dos artistas no Lollapalooza também mostraram ter personalidade forte diante de uma proibição patética de não poder se manifestar politicamente no palco. Sabendo que todo mundo tem o seu jeitinho, sua personalidade e suas preferências, a Strip Me também teve como destaque neste ano as camisetas personalizadas! Para quem não abre mão da qualidade do nosso tecido e da nossa impressão de estampa, mas quer colocar na camiseta aquela frase de impacto, aquela imagem, aquela capa de disco… é só mandar, que a gente faz a camiseta do seu jeitinho!

Por outro lado, tem gente que parece ter muita personalidade, mas que tem umas atitudes de doer, né? E que a gente se pergunta, que diabos tem de errado com esse pessoal? Convenhamos. Um patriota pendurado na frente de um caminhão, gente na frente de quartel com celular na cabeça, sem falar na turma que está sempre puta, e vive de xingar e esbravejar nas redes sociais… olha, não é fácil. Portanto, não é à toa que um dos maiores destaques de 2022 na Strip Me foi a camiseta e o moleton WTF. Um jeitinho bem humorado de expressar esse nosso sentimento, e com muito estilo. Afinal tem essa brincadeira com a logo da MTV e tal. WTF is worng with people? É uma pergunta para a qual talvez nunca alcancemos a resposta. O que acaba por transformar essa estampa em algo verdadeiramente atemporal.

Mas claro que o brasileiro não tem só esse lado maluco e incompreensível. Na real, o brasileiro, de maneira geral, é um figuraça! Bem humorado, conversador e sempre muito criativo. Nós somos o povo que considera Evidências seu hino nacional extraoficial e que assiste debate político esperando os memes pipocarem, que aliás sempre aparecem, tal qual o padre de festa junina e a emblemática declaração do partido Novo: “Que tistreza!”. Nós somos o povo que enxerga valor no cotidiano e se orgulha da simplicidade, alçando como um de nossos símbolos mais auspiciosos o infalível vira-lata caramelo! Mais uma tendência que a Strip Me soube assimilar e transformar numa estampa incrível, que acabou se tornando mais um dos grandes destaques do ano! O Caramelo Republic, tanto na camiseta, quanto no moleton, foi um sucesso enorme. Também pudera, traz todos os elementos que amamos! Aquela referência á bandeira da California, terra onde sol, praia, rock n’ roll e aquele fuminho peculiar coexistem na maior legalidade, mas tem o nosso caramelo, deixando claro que aqui é Brasil, porra!

E não dá pra falar de 2022 e Brasil sem mencionar a Copa do Mundo e daqueles 4 minutos… Tá, vamos esquecer os 4 minutos. A Copa do Mundo foi uma delícia. E o brasileiro, por mais que critique e entenda todos os podres da política e da enxurrada de dinheiro gasto, quando chega a hora de assistir aquele Costa Rica X Tunísia às 7 da manhã, já se empolga, quer acender churrasqueira, ir pro boteco… Não adianta, a gente é pirado nesse negócio! Portanto, mais um destaque de 2022 na Strip Me foi a Coleção Copa do Mundo! Uma coleção inteirinha dedicada a este evento mundial tão empolgante e tudo que o cerca. Ou seja, tem referência ás figurinhas premiadas, às nossas grandes conquistas e, é claro, à cervejinha que nos embala antes, durante e depois do jogo! A coleção Copa do Mundo foi tão bem sucedida que certamente continuará vendendo nos próximos anos.

Mas olha, se a gente tiver que resumir 2022, certamente podemos dizer que foi o ano em que conseguimos nos reconhecer como brasileiros e como latino americanos sem viralatismo, mas sim com orgulho e esperança. Mesmo entre tantas tragédias, a começar pelo Capitólio, em Minas Gerais e Petrópolis no Rio de Janeiro, e tantas perdas incalculáveis, como a Elza Soares, a Gal Costa, o Erasmo Carlos, o Rolando Boldrin, o Milton Gonçalves… nós começamos a resgatar nossos símbolos nacionais, estamos nos conscientizando cada vez mais politica e socialmente e entendendo nosso lugar no mundo. Até no futebol, torcemos para a Argentina na final da Copa, deixando essa rivalidade besta de lado. Isso tudo se reflete no último grande destaque da Strip Me neste ano. As camisetas da Coleção Tropics, onde são reconhecidos os nossos valores através de estampas super estilosas e criativas como a América Latina, Carnaval, Nightporu e Van Dog. Camisetas que muito nos representam!

É. 2022 foi um ano daqueles. Foi pesado, foi desgastante, mas sobrevivemos. Agora é celebrar essa passagem e encarar 2023 com mais leveza e esperança. E a Strip Me continuará por aqui, sempre de olho e colocando em perspectiva tudo que acontece nos seus lançamentos, e também enaltecendo sempre os grandes ícones da música, da arte, do cinema e da cultura pop!

Feliz Ano Novo! Que o seu 2023 seja encharcado de barulho, diversão e arte!

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist com o que rolou de melhor na música neste ano maluco de 2022. Retrospectiva STM 2022 top 10 tracks.

NATAL STM: Para quem gosta de acertar no presente.

NATAL STM: Para quem gosta de acertar no presente.

A gente sabe que o Natal representa a união, amor e a celebração da vida. Mas sabemos também que uma das maneiras mais eficientes e divertidas de materializar esses sentimentos é presenteando as pessoas que amamos. E a Strip Me está aqui pra te ajudar a dar o presente ideal! Camisetas de bom gosto, confortáveis e muito originais. E, assim como ninguém é igual a ninguém, selecionamos aqui algumas das muitas estampas que representam bem cada tipo de pessoa. Agora é só conferir em que perfil a pessoa que você quer presentear se encaixa, escolher a sua camiseta e correr pro abraço!

Para quem curte juntar a turma no boteco e fazer aquele churrasquinho na beira da piscina.

Nada melhor que conviver com gente que não tem tempo ruim, mas sim tem sempre uma desculpa pra reunir a turma para colocar a conversa em dia e dar uma relaxado num bom e velho boteco. Sem falar naquele domingão de sol, ideal para aquele churrasquinho com a família e os amigos, sempre tomando aquela cervejinha gelada e companheira. Para quem está sempre animado e com o copo americano a postos para o brinde, temos o estilo e a leveza das camisetas de uma coleção que pode, e deve, ser apreciada sem moderação, como as Engradados e Happy Hour.

Para quem não perde a chance de ir ao cinema e fazer aquele after-movie com os amigos depois.

Você com certeza conhece pelo menos uma pessoa que sabe tudo sobre filmes e está sempre te convidando para ir ao cinema assistir ao filme mais recente dos irmãos Coen ou do Scorsese, com direito a aquele café ou até uma cervejinha depois do filme, pra absorver a obra. Para quem não perde a oportunidade de soltar uma frase de efeito do tipo “Vou fazer uma oferta que ele não vai recusar” na roda, o que não faltam são opções de camisetas de cinema e séries como a Raglan Hellfire Club ou a Dude.

Para quem não aguenta ficar muito tempo em casa, adora viajar e desbravar museus e galerias mundo afora.

Chega a dar aquela invejinha boa quando aquela pessoa querida começa a falar da sua viagem mais recente e do tanto de obras de arte incríveis que ela viu de pertinho, não é? Para quem não vive longe da arte a Strip Me tem uma coleção enorme inspirada nas obras mais incríveis, como a Bauhaus 1923 e a Pipes Art.

Para quem gosta de fazer um som, tem sempre um violãozinho no porta malas do carro e não perde um festival.

Sabe aquele parceiro que não vai pra lugar nenhum sem o violão, está sempre com o mesmo par de All Star nos pés, coleciona vinil e trabalha o ano inteiro para ter grana para ir aos melhores festivais de música? Ah, é justamente o tipo de pessoa que a gente adora! Para quem não vive sem música temos um repertório vasto e variado de opções, como por exemplo a Are You Mine e a Bob Flag.

Para quem ama reunir os amigos em casa e apresentar a eles cada uma das plantinhas que tem espalhadas por todos os cômodos.

Como não amar quem ama plantas? É sempre uma pessoa de bem com a vida e tem a casa mais fresca, confortável e cheirosa do mundo! Gente assim nós queremos sempre ter por perto. Para quem está sempre com um vasinho ou um saco de adubo na cestinha da bike, temos uma variedade de camisetas com estampas dedicadas ás plantas, como a Bananeira e a Monstera Deliciosa.

Para quem não perde a chance de enfrentar os amigos num campeonatinho de Fifa ou qualquer outro game.

Inegável que é divertidíssimo quando junta uma galera na sala e rola uns campeonatinhos de Fifa, Street Fighter e até mesmo de Mario Kart. Pode ser os amigos de sempre numa tarde de sábado qualquer ou quando junta todos os primos pra passar o fim do ano na casa da vó. Para quem está com a ponta dos dedos calejados do joystick também não faltam camisetas ligadas aos games, como a Allejo e a Activism.

Para quem é super zen e parece estar mil anos a frente, apesar de sonhar em ter vivido em 1967.

Todo mundo tem aquele amigo que vive na mais absoluta paz e que tem no bolso da bermuda aquela trouxinha mágica com ervas aromáticas, ou então aquela tia super querida que tem sempre um incenso aceso na sala e que adora contar daquele show que ela viu do Caetano e da Gal nos anos 70. Para quem realmente sabe que não tem nada mais importante do que paz e amor, temos uma coleção todinha repleta de good vibes, como as camisetas Coração e a Totally Cool.

Para quem curte celebrar suas raízes e, por força desse destino, um tango argentino lhe cai bem melhor que um blues.

A gente sempre aprende muito com aquela amiga que voltou de Machu Picchu na pilha de descobrir suas raízes latinas ou com aquele tio que é professor de história e consegue transformar a invasão espanhola na América do Sul numa animada conversa de mesa de boteco! Para quem é loco por ti, América, e sabe que é preciso estar atento e forte, temos várias camisetas inspiradas nas nossas latinidade e brasilidade indefectíveis, como a Pipa e a América Latina.

Para quem domina a fina arte de estar curtindo o rolê com a galera, mas não larga o celular e manja de todos os memes da atualidade.

É de se admirar aquele tipo de amigo que não tira os olhos do celular na mesa do bar, mas está atento à conversa e contribui com tiradas rápidas e certeiras, bem como aquela prima que faz questão de tirar selfie com a família inteira na festa e fica brava com aquela tia que não tem Instagram, para ela poder marcar. Pra quem perde o amigo, mas não desperdiça o meme e nem a figurinha do Whatsapp também temos uma coleção descoladíssima e frequentemente atualizada, como as camisetas Muy Caliente e a Caramelo Republic.

Para quem se encaixa em todas as categorias e, ao mesmo tempo, em nenhuma.

Mas a gente sabe que todo mundo é muito mais que um estereótipo como o músico, a louca por plantas ou o cinéfilo. Justamente porque cada pessoa tem sua própria personalidade e gostos dos mais variados que a Strip Me também te dá a oportunidade de personalizar a camiseta que você vai presentear. Você pode nos enviar uma imagem, um desenho original seu, uma foto, escrever uma frase…e a gente imprime a camiseta para você. Uma camiseta única para alguém incomparável.

Mas olha, aqui estão apenas algumas opções. Na nossa loja você pode ver todas as coleções de camiseta de música, cinema, arte, cultura pop e muito mais, além dos lançamentos, que pintam toda semana. Conte com a Strip Me para proporcionar a quem você ama um presente especialíssimo! E para você também, é claro!

Feliz Natal!

Vai fundo!

Para ouvir: Aquela playlist caprichada com músicas natalinas, mas que fogem do Jingle Bells de sempre. Natal STM – Top 10 tracks.

Maradona: Deus é argentino.

Maradona: Deus é argentino.

“Se Pelé é Beethoven, eu sou Keith Richards, Ron Wood e Bono Vox todos juntos.” A frase é de Diego Armando Maradona, é claro. Não que o atacante argentino fosse muito ligado ao rock n’ roll. O rock estava longe de ser o gênero musical favorito de Maradona. Já sobre o estilo de vida, não se pode dizer o mesmo. Não só pelos abusos e notória vida noturna atribulada, mas também pelo seu posicionamento social e político sempre contestador e inconformista, podemos dizer que Maradona era muito rock n’ roll. Com o Brasil eliminado da Copa do Mundo de 2022 e a Argentina classificada para disputar a final, a Strip Me achou por bem dedicar este espaço ao maior ícone do futebol argentino, um dos maiores do mundo e um personagem marcante e surpreendente da cultura pop do século XX.

Diego Armando Maradona nasceu no dia 30 de outubro de 1960 em Lanús, nos arredores de Buenos Aires. Vinha de uma família pobre e foi criado em Villa Fiorito, uma favela na periferia sul da capital argentina. Reza a lenda que ganhou uma bola aos 3 aos de idade e logo demonstrou muito talento para o futebol. Dali em diante, sempre seria visto com uma bola entre os pés. Como muitos momentos a vida de Maradona, sua entrada no futebol profissional é bastante folclórica. O time de futebol Argentino Junior tinha um time infanto-juvenil chamado Cebollitos, que existia para revelar jovens craques para o time adulto. Um garoto da favela de Fiorito fez o teste para entrar no time e passou com louvores. Ao ser elogiado pelo técnico do time pela sua habilidade, o garoto agradeceu e disse que no bairro dele tinha um outro menino que era muito melhor que ele, mas que não fora fazer o teste porque não tinha dinheiro para pagar o trem até a cidade. Intrigado, o técnico deu um dinheiro ao garoto e disse ”É pro seu amigo pegar o trem amanhã e vir fazer um teste.”

Era 1969 e Goyo Carrizo, um garoto de 8 anos fez o teste para fazer parte do time Cebollitos. O menino impressionou o técnico Francisco Cornejo, que, além de aprovar Corrizo, teceu alguns elogios ao garoto. É quando ele responde que tem um amigo  onde mora que é muito melhor que ele. Cornejo, literalmente, paga pra ver e dá o dinheiro para que Goyo desse ao tal amigo pegar o trem. O amigo era Diego Maradona, também com 8 anos de idade. No dia seguinte, Maradona comparece e faz o teste. O técnico fica absolutamente estarrecido com o domínio e habilidade de Maradona com a bola. Em sua autobiografia, Cornejo escreveu sobre aquele momento: “Dizem que pelo menos uma vez na vida todos os homens assistem a um milagre, mas a maioria não percebe. Eu percebi.” Com 16 anos de idade, Maradona já foi alçado ao time principal do Argentino Juniors. Aos 17 foi convocado para a seleção argentina pela primeira vez, atuou bem em alguns amistosos, mas acabou não sendo convocado para Copa do Mundo de 1976, apenas uma das muitas polêmicas daquela Copa.

Em 1981 Maradona estreou no Boca Juniors, que sempre foi seu time do coração. Mas durou pouco tempo no time argentino. Numa transação histórica, a mais alta até então, Maradona foi vendido para o Barcelona no ano seguinte por 5 milhões de euros. Com dinheiro sobrando, o craque mergulha na vida noturna catalã. Apesar de ser um notório boêmio, na época Diego ainda não havia se iniciado no vício de cocaína, mas adoeceu logo em seu primeiro ano no Barcelona, acometido de uma hepatite. Mesmo doente seguiu treinando durante o tratamento da doença e alguns meses depois já estava em forma. Porém, no ano seguinte, logo no início do campeonato espanhol, sofreu uma falta dura e fraturou o tornozelo. Ficou 106 dias sem jogar. Voltou para jogar o fim da temporada, com o Barcelona chegando à final da Copa del Rey, o campeonato nacional da Espanha. Acontece que o Barça perdeu a final para o Atlético de Bilbao. Furioso, Maradona começou uma briga depois do apito afinal que se tornou uma briga generalizada, um verdadeiro quebra-quebra dentro de campo, com jogadores saindo seriamente feridos. Por essa conduta, Maradona acabou sendo suspenso por 3 meses e o Barcelona acabou vendendo o jogador para o pequeno time italiano de Nápoles em seguida.

Na Itália, Maradona foi recebido como herói. Sua contratação envolvendo 6,9 milhões de euros causou polêmica. O Napoli, apesar de tradicional, era um time pequeno e sem grandes recursos para uma contratação daquele calibre. Logo surgiu a suspeita de que a máfia estava envolvida na negociação do jogador argentino, informação que segue ainda hoje sem ser confirmada e muito menos desmentida. Mas sua estadia na Itália foi a que fez de Maradona um verdadeiro ídolo mundial. Não só levou o Napoli a conquistar títulos nacionais e um continental, a Copa da UEFA, como brilhou absoluto na Copa do Mundo de 1986, no México, onde a Argentina sagrou-se bi-campeã do mundo e Maradona foi o responsável pelo famoso gol do século, bem como o legendário gol da mão de deus.

Tanta exposição, tanta polêmica e tantas rusgas com a imprensa fizeram de Maradona um verdadeiro ícone da cultura pop. Tanto que, mesmo sem ele próprio ter grande identificação com o rock, muitos dos grandes nomes do estilo não perdiam a oportunidade de conhecer o craque. Foi assim com o Queen em 1981, quando passou pela Argentina numa turnê gigantesca. Os ingleses eram todos fãs de futebol e fizeram questão de convidar Maradona para o seu camarim. Se deram tão bem que Freddie Mercury convidou Maradona para subir ao palco durante o show de Buenos Aires para dar um oi para o público e anunciar a canção Another One Bites the Dust. Em 1998 quem passou pela capital argentina foram os Oasis. Após um show alucinante, a dupla Noel e Liam Gallagher bebiam cerveja e iam frequentemente ao banheiro num pub portenho. Numa mesa próxima, Sting, que também fazia shows pela Argentina, literalmente chorava porque seu quarto havia sido invadido e ele fora roubado. Pra completar a bizarrice da noite, chegam no pub um grupo de umas 20 ou 30 pessoas amontoadas e falando alto, que subiram para uma área privativa do lugar. Liam pergunta por ali e fica sabendo que se tratava de Maradona e sua turma. Ele manda então seu intérprete perguntar se eles poderiam ir conhecer o jogador, já que são fãs de futebol. Eles são autorizados, sobem e se deparam com uma festinha daquelas, Maradona fazia embaixadinha com uma tampa de garrafa e tinha os olhos estalados tais quais ovos fritos. Veja você. Os irmãos Gallagher, sempre cheios de marra, ficam intimidados, apenas tiram uma foto com o craque e resolvem se mandar dali. Quando se despedem, Maradona diz que se eles fossem embora levando alguma das mulheres que estavam ali, ele mandaria alguém enchê-los de bala. Eles voltam para o pub desconcertados e provavelmente foram chorar assustados junto com o Sting.

Maradona teve contato com a cocaína em Barcelona, numa festa de despedida da cidade, dias antes de partir para Nápoles. Na Itália acabou conhecendo Guillermo Coppola, um bon-vivant que empresariava jogadores de futebol. Maradona o contrata e eles se tornam grandes amigos. Coppola coloca Maradona no circuito dos intocáveis multi-milionários onde tudo é possível e tudo é permitido. Coppola também era um boêmio inveterado, acompanhava e incentivava Maradona a viver a vida sem limites. A relação entre os dois durou de 1985 a 2003. Depois disso, ficaram sem se falar, brigados sabe-se lá por qual motivo. Voltaram a se encontrar só em 2015, quando o pai de Maradona faleceu. Reataram a amizade, mas não o vínculo profissional. Depois de 2000, quando teve uma overdose quase fatal em Punta del Leste, no Uruguai, Maradona teve idas e vindas em clínicas de reabilitação para se livrar do vício em álcool e cocaína. Em 2020 supõe-se que Maradona estava sóbrio a pelo menos alguns meses. Ele morreu no dia 25 de novembro de 2020 por conta de uma parada cardiorrespiratória.

Além de gênio do futebol e ícone da cultura pop, Maradona também é reconhecido como um progressista, que sempre defendeu a luta de classes e o combate contra racismo e as desigualdades sociais. Uma personalidade tão emblemática e fundamental do século XX não poderia passar batido pela Strip Me. Ainda mais às vésperas de uma final de Copa do Mundo em que a Argentina enfrenta a França, nossos mais recentes algozes em final de Copa. A rivalidade folclórica entre Brasil e Argentina já se provou tola, apesar de ainda render boas risadas. Por isso, vamos torcer pelos hermanos neste domingo, tomando aquela cervejinha com os amigos e curtindo o verão no maior estilo. Você tanto pode aproveitar a Coleção Copa do Mundo, como também as camisetas de música, cinema, arte e cultura pop na nossa loja. Por lá você também fica por dentro de todos os lançamentos, que pipocam toda semana.

Vai fundo.  

Para ouvir: Maradona foi tão grande que chegou a ser homenageado com músicas de diversos estilos na Argentina e no mundo. Hoje compilamos as 10 melhores sobre o craque. Maradona top 10 tracks.

Para assistir: Altamente recomendável a série Maradona: Conquista de um Sonho, produção argentina da Amazon Prime Video. Uma geral da história de Diego Maradona da infância até uma overdose quase fatal em 2000. Produção super bem feita, com ótimas atuações e direção muito eficiente. Vale a pena demais conferir.

Rainha Caipirinha & Outros Drinks Brasileiros

Rainha Caipirinha & Outros Drinks Brasileiros

Nessa semana começa o mês de dezembro e entraremos oficialmente no período mais animado do ano! Por toda a parte, praticamente todo dia tem uma festa acontecendo. Por conta das férias de fim de ano, amigos que moram em cidades diferentes se encontram, tem confraternização da empresa e, é claro, as festividades de natal e ano novo. Mas fora isso tudo, é época de muito calor, onde vai muito bem um botequinho ao cair da tarde e um churrasquinho com piscina. E em todas essas ocasiões a brasileiríssima caipirinha se faz presente. Por isso a Strip Me fez questão de homenagear essa instituição brasileira da alegria etílica com a camiseta Caipirinha! Uma camiseta super estilosa que combina com todos os rolês, desde o jogo da seleção no boteco até a reunião em família no fim do ano.

Verdade seja dita, nem só de cervejinha vive o brasileiro. Assim como a cerveja, a caipirinha é um drink versátil e saboroso. Vai bem no boteco com os amigos, no churrasquinho de domingo, acompanhando uma feijoada e muito mais. Além disso, é um drink 100% brasileiro conhecido no mundo inteiro. Mas ela não é a única. Criar drinks é uma arte que o brasileiro domina com maestria, incluindo a elaboração de nomes muito inusitados. É o caso, por exemplo, do Xixi de Anjo, drink feito com cachaça, leite condensado, limão e laranja. Tem também o famoso Suco Gummy, feito com vodka, refrigerante de limão e suco em pó, uma bebida doce até o talo e muito popular entre os jovens. Nessa mesma onda, tem também o Chevette, drink que mistura Corote de limão, água de coco e suco em pó sabor baunilha com limão. Tamanha é a diversidade de drinks brasileiros, que resolvemos fazer uma boa triagem e trazer um top 5, os melhores e mais conhecidos drinks genuinamente brasileiros. Então já prepara a coqueteleira aí!

Rabo de Galo

Esse drink tradicionalíssimo brasileiro tem uma historia curiosa, pois foi inventado quase que como uma ação de marketing. O vermute sempre foi uma bebida muito consumida na Itália. Com a imigração massiva de italianos no começo do século XX para o Brasil, a marca Cinzano lançou no mercado o seu vermute, uma bebida feito à base de vinho, açúcar, ervas e especiarias. Até os anos 1940 a marca vendeu muito bem. Mas a partir de então, as vendas começaram a cair. Após fazer uma pesquisa de mercado, a Cinzano constatou que os italianos que consumiam o vermute, haviam tomado gosto pela nossa cachaça, deixando o vermute meio de lado. Para estimular as vendas, os representantes da marca passaram a espalhar pelos bares da cidade de São Paulo a receita de uma novo drink, que misturava vermute, cachaça e um pouquinho de limão. Sem ideias para batizar a bebida, chamavam de cocktail, palavra que, em inglês designa qualquer tipo de drink que misture duas ou mais bebidas. Pra facilitar, alguns donos de bares preferiram traduzir o nome para o português. Assim nasceu o nosso popular Rabo de Galo. A receita clássica é:
1 dose de vermute
1 dose de cachaça
Algumas gotinhas de limão taiti
O gelo é opcional.

Hi-Fi

No final dos anos 1950 o rock n’ roll dominou o mundo. Aqui o Brasil não foi diferente. Influenciados por Bill Halley e Elvis Presley, começaram a pintar alguns jovens músicos brasileiros empunhando guitarras elétricas. Os mais notórios foram os irmãos Tony e Celly Campello, responsáveis pelo clássico Estúpido Cupido. A dupla apresentava um programa na televisão chamado Crush em Hi-Fi, onde apresentavam novos artistas, sempre voltados para o rock n’ roll. O nome misturava a marca do principal patrocinador do programa, o refrigerante Crush, com o termo utilizado na época para definir gravações de alta qualidade: Hi-Fi, uma abreviação de High Definition. Os jovens que curtiam o programa e consumiam o Crush, que era um refrigerante sabor laranja, passaram a turbinar o refri misturando com vodka, para animar suas festinhas, e passaram a chamar a bebida de Hi-Fi, por causa do programa. O drink virou febre entre os jovens nos anos 1960, se igualando ao Cuba Libre (drink que mistura Coca-Cola e rum) em popularidade. A receita é simples, refrescante e deliciosa:
1/2 dose de vodka
2 doses de refrigerante de laranja
Gelo

Bombeirinho

Outro drink muito popular entre os bares do país. É um drink mais novo, se comparado com o Rabo de Galo e o Hi-Fi. Foi criado nos anos 1980. Na época o Brasil vivia uma crise econômica terrível. Para economizar, os donos de bares deixaram de servir drinks que precisavam de frutas ou qualquer outro ingrediente fresco. Assim, caipirinhas de diferentes sabores e batidas de vinho com frutas foram substituídas por drinks à base de produtos industrializados como leite condensado e groselha. Assim surgiu o Bombeirinho, uma simples mistura de cachaça e groselha. O nome do drink deve-se à sua cor vermelha e também ao fato de que a doçura da groselha faz com que a cachaça, mesmo sendo de qualidade duvidosa, não desça queimando na garganta. Existem várias versões de Bombeirinho botecos afora pelo Brasil, com variações de ingredientes como xarope de romã, suco de laranja, cachaça envelhecida e até leite condensado. Mas a receita clássica e definitiva é:
30 ml de cachaça
10 ml de suco de limão tahiti
10 ml de groselha
Gelo

Capeta

Este drink que virou hit nacional, surgiu em Porto Seguro, Bahia, em 1984. O jovem chamado Antônio Carlos tinha uma barraca de bebidas na praia e queria criar um drink que deixasse as pessoas animadas a noite toda, principalmente durante o carnaval, numa época em que ainda não existiam os energéticos. Sabendo de suas propriedades estimulantes, resolveu criar um drink com pó de guaraná. Como o pó de guaraná é amargo, ele acrescentou mel, vodka e gelo. Pronto! Começou a vender, e vender bem! Quem bebia dizia que ficava com o capeta no corpo. E a bebida ganhou o nome de Capeta.  Mas acontece que era um drink realmente forte, e acabava sendo consumido mais pelos homens. Para agradar o público feminino, Antônio Carlos acrescentou leite condensado, que além de doçura, trouxe cremosidade à bebida. Aí sim, o sucesso foi geral e absoluto! Hoje em dia, o Capeta tem algumas variações, mas a receita mais comum e saborosa é a seguinte:
1 colher de chá de Guaraná em pó
1 pitada de Canela em pó
1 dose de vodka
2 colheres de sopa de Leite condensado
1 colher de sopa de Mel
2 colheres de sopa de Achocolatado em pó
3 ou 4 cubos de Gelo
Bata tudo na coqueteleira ou no liquidificador.

Caipirinha

Claro que não podia faltar a rainha das bebidas brasileiras nessa lista! A origem da caipirinha é desconhecida. Claro, existem várias versões, mas todas sem nenhuma comprovação sólida. A teoria mais antiga é do início do século XIX, quando a família real portuguesa veio para o Brasil. Diz-se que a rainha Carlota Joaquina, além de apreciar cigarrinhos de diamba, também era muito chegada a uma cachacinha, e a consumia misturando com frutas. Uma dessas misturas foi com limão e açúcar. Outra teoria diz que na região de Piracicaba, São Paulo, os ricos fazendeiros de açúcar criaram o drink para valorizar a cachaça produzida em seus alambiques, na segunda metade do século XIX. Tal medida foi tomada porque, com a vinda da família real para o Brasil, os portos foram abertos para o comércio internacional, e a cachaça começou a perder espaço para vinhos, uísques e conhaques importados. Há também a teoria de que, já no início do século XX, os artistas modernistas, em busca de suas raízes brasileiras, tomavam cachaça com limão. Uma das maiores entusiastas da bebida era a Tarsila do Amaral, que também adorava se vestir com roupas simples como as que usava quando jovem no interior de São Paulo. Assim, ela era chamada pelos amigos de caipirinha, e o apelido acabou sendo transferido para a bebida favorita da pintora. Porém, a teoria mais aceita, inclusive por alguns historiadores, é que um médico do interior de São Paulo, diante da escassez de remédios para tratar os inúmeros doentes durante o surto da gripe espanhola, começou a receitar uma mistura de cachaça, alho, mel e limão, para combater a gripe. Depois de curados os doentes continuaram a consumir o remédio, só que tirando o alho. A bebida chegou até a cidade de São Paulo e, como tinha sido criada no interior, ganhou o nome de caipirinha. Mas seja qual for a verdadeira origem, a caipirinha é uma unanimidade nacional e a receita infalível de caipirinha é:
60 ml de cachaça
1 limão
2 colheres de chá de açúcar
O limão é cortado em rodelas. Reserva duas, as outras coloque no copo com o açúcar e esmague levemente. Se esmagar com força, a casca do limão solta um amargor desagradável. Depois é só encher o copo com gelo, acrescentar as duas rodelas inteiras de limão, completar com a cachaça, mexer levemente e correr pro abraço!

Com esses drinks maravilhosos a festa está garantida! Pra completar, só falta você caprichar no visual com as camisetas Strip Me. Além da camiseta Caipirinha, você encontra muitas outras ligadas a bebidinhas deliciosas, e também camisetas de música, arte, cinema e cultura pop! Se liga na nossa loja pra conferir os lançamentos, que pintam toda semana!

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist vertiginosamente etílica pra você beber, cair e levantar no maior astral! Cachaça Top 10 tracks!

Para assistir: Tem no Youtube um documentário bem legal sobre cachaça chamado Devotos da Cachaça, lançado em 2010 e escrito e dirigido por Dirley Fernandes. É um doc bem completo, com muita informação interessante e dados históricos da mais brasileira das bebidas alcoólicas. Vale a pena o play.

Give Peace a Chance

Give Peace a Chance

A música é algo atemporal, isso não é novidade para ninguém. Uma sinfonia de Beethoven pode soar tão atual quanto uma canção do Daft Punk. Tudo depende apenas da sensibilidade e das preferências pessoais de cada um. Mas existe um fator extra que pode fazer uma canção se tornar, não só atemporal, mas também essencial. É quando ela traz consigo uma mensagem, um significado relevante e comum a todos os povos. É por isso que a Strip Me elaborou duas estampas inspiradas numa das campanhas mais emblemáticas da cultura pop do século XX: Give Peace a Chance e War is Over. A primeira faz menção à irresistível canção de John Lennon e a segunda evoca os cartazes e outdoors criados pelo casal Lennon e Ono espalhados por várias cidades do mundo pedindo o fim da guerra do Vietnã.

John Lennon certamente é o mais controverso e plural dos 4 Beatles, além de ser uma das personalidades mais importantes do século XX. Inquieto, logo no início da banda, Lennon já demonstrava ser contestador, se opondo aos limites que o empresário Brian Epstein impunha. Em 1965, indo contra as recomendações de Epstein, John falou publicamente sobre maconha, se posicionou contra a guerra do Vietnã e protagonizou a famosa polêmica sobre os Beatles serem maiores que Jesus Cristo. Depois, entre 1967 e 1968, foi ele quem interpelou o guru Maharishi Mahesh Yogi, questionando seus supostos abusos contra algumas garotas em seu retiro espiritual. Por fim, chega 1969, quando John se casa com Yoko Ono e o casal resolve aproveitar a mídia que naturalmente atraía para promover uma campanha pela paz e pelo fim da guerra do Vietnã, que se tornava cada vez mais sangrenta.

John e Yoko se casaram no dia 20 de março de 1969 em Gibraltar, território ao sul da Espanha que pertence ao Reino Unido. Foram passar a lua de mel em Amsterdã. Percebendo que por onde passavam atraíam muitos fotógrafos e repórteres, o casal teve a ideia de convidar a imprensa para entrar em seu quarto de hotel. Em novembro de 1968 John e Yoko haviam lançado o disco Two Virgins, uma colagem de ruídos pretensamente avant-garde. Acontece que nesse disco, John e Yoko aparecem nus na capa e contra-capa. Com isso em mente, quando a imprensa foi convidada a entrar no quarto do casal,  os jornalistas esperavam algo tão provocador quanto a capa do Two Virgins. Mas o que encontraram foram John e Yoko de pijamas brancos, recostados na cama e rodeados por cartazes pedindo paz e o fim da guerra. Começava assim os famosos bed-ins de John e Yoko pela paz.

Os bed-ins nada mais eram do que uma coletiva de imprensa dentro de um quarto de hotel, onde John e Yoko, de pijamas, sentados numa cama falavamo com repórteres e autoridades sobre a paz e o fim da guerra. Os primeiros bed-ins aconteceram entre os dias 25 e 31 de março de 1969 em Amsterdã, e depois entre os dias 26 de maio e 1 de junho do mesmo ano em Montreal, no Canadá. E foi justamente no último dia em Montreal que John arranjou um gravador portátil e reuniu alguns amigos, entre eles o entusiasta do LSD Timothy Leary, a cantora Petula Clark, o comediante Tommy Smothers, o ativista negro Dick Gregory, para gravar uma canção recém escrita por ele e Yoko. A emblemática Give Peace a Chance.

Give Peace a Chance é uma música brilhante por vários motivos. Tem uma melodia simples e cativante, um refrão que, além de fácil de cantar, tem uma mensagem imponente e funciona muito melhor quando cantado em uníssono por várias pessoas. Por isso mesmo, John quis reunir um número grande de pessoas para a gravação, que conta apenas com um violão e um ou outro instrumento de percussão na parte instrumental. É uma canção tipicamente folk, quase dylanesca.  Fora o refrão, John entrega nos versos uma letra questionadora, onde diz que tem se falado sobre tudo no mundo, sobre revolução, inflação, regulação, meditação, sobre John e Yoko, Timothy Leary, Bob Dylan, Allen Ginsberg… enfim, tudo, menos sobre paz! Para assim, entrar no refrão: “tudo que estamos dizendo é para dar uma chance á paz”. Give Peace a Chance foi lançada no início do segundo semestre de 1969 e atingiu logo as primeiras posições da Billboard, tornando-se um hino para todos os ativistas pelo fim da guerra.

John e Yoko, satisfeitos com a repercussão dos bed-ins resolvem dar sequência à sua luta pela paz. Com o fim do ano de 1969 se aproximando, eles iniciam a campanha War is Over. Escolhem 11 grandes cidades ao redor do mundo para nelas espalharem outdoors e cartazes em branco, somente com os dizeres War is Over If You Want It. Happy Christmas from John & Yoko. Londres, Paris, Roma, Amsterdã, Atenas, Berlim (naquela época Berlim Ocidental), Los Angeles, New York, Toronto, Montreal e Tóquio receberam cartazes do tipo lambe-lambe, além de grandes outdoors brancos com a frase War is Over. A campanha foi lançada oficialmente no dia 15 de dezembro em Londres com um show da Plastic Ono Band, banda de John e Yoko que teve várias formações. Para este show especificamente, a banda era formada por Keith Moon, Billy Preston, Eric Clapton e George Harrison. Inclusive, este show acabou sendo a primeira vez que John e George subiam num palco juntos desde 1966, e também foi a última vez que a dupla se apresentou em público. A campanha ainda rendeu a música Happy Xmas (War is Over), lançada como single por John Lennon em 1 de dezembro de 1971. A música ganhou o mundo, subindo até o topo das paradas de sucesso em vários países e sendo regravada por muitos artistas ao longo dos anos, se tornando um verdadeiro hino de natal. Aliás, aqui no Brasil foi um dos primeiros memes da internet, antes do termo meme existir, através da versão em português da cantora Simone.

Em abril de 1975 a guerra do Vietnã chegava ao fim. Os Estados Unidos deixaram o país asiático às pressas, sua embaixada em Saigon foi evacuada num um desenfreado desespero, em cenas que ganharam o mundo. Em dezembro de 1980 John Lennon foi assassinato em frente ao prédio onde morava em New York. Mais de 50 anos depois de lançadas, as músicas de John Lennon seguem sendo relevantes. Independente de qual seja a guerra em curso mundo afora, Give Peace a Chance ainda é um hino pela paz e Happy Xmas um belo e questionador hino de Natal. Os bed-ins e a campanha War is Over ainda hoje são relembradas e cultuadas como marcos da contra cultura, da luta por direitos humanos e da cultura pop de maneira geral.

O conjunto da obra fala por si própria. Ou seja, somam-se os fatos de John Lennon ser um dos Beatles, de serem Give Peace a Chance e Happy Xmas grandes canções, de toda a campanha pela paz ter um verniz de arte conceitual muito bacana graças a Yoko Ono e a mensagem transmitida ser tão atemporal e indispensável. Tudo isso faz com que a Strip Me se inspire para lançar camisetas de música, arte, cinema, cultura pop e muito mais, sempre ligadas a princípios humanos, libertários e de preservação à vida e ao meio ambiente. Confira essas e outras estampas na nossa loja e fique esperto por lá para acompanhar as novidades da seção de lançamentos!

Vai fundo!

Para ouvir: As músicas de protesto mais marcantes de John Lennon em sua carreira solo! Power to the People Top 10 Tracks.

Para assistir: John e Yoko fizeram alguns registros em vídeo durante os bed ins em Montreal que resultaram num mini documentário chamado Bed Peace. Tem completinho no Youtube, mas sem legenda em português. Porém, vale a pena ver pelo registro da época e conferir o clima que rolava durante essas entrevistas.

Bicicleta & Good Vibes!

Bicicleta & Good Vibes!

Alguns simples objetos conseguem nos transmitir muitos sentimentos e memórias, e ter significados distintos.  Foi pensando nesse mix de sentimentos e significados tão bons que a Strip Me lançou recentemente a camiseta Bicicleta. Com uma estética super atraente, uma bicicleta estampada numa camiseta  significa liberdade, beleza, simplicidade, saúde e até mesmo música e psicodelia! Neste caso, a leveza pode ser sentida diretamente, já que a camiseta em questão é feita com uma malha premium de algodão orgânico, com selo BCI, e a estampa é impressa com tinta a base de água. Uma camiseta tão natural quanto um bom passeio de bike no parque.

A bicicleta foi inventada na Alemanha em 1817 pelo barão Karl Van Drais. Ele batizou sua criação de laufmaschine, traduzindo, máquina corredora. Mas não era bem uma máquina, e nem corria tanto assim. Para se ter ideia, ela não tinha pedais. Eram duas rodas, uma na frente da outra, presas a uma armação e o cidadão ia sentado no meio, dando o impulso com os pés para andar, e ia se equilibrando  ali em cima sem ter onde apoiar os pés. Por incrível que pareça, a ideia vingou e muita gente gostou. Muitos anos depois a ideia do barão alemão chegou na Escócia, onde o ferreiro Kirkpatrick MacMillan aperfeiçoou a ideia e fez o esquema de engrenagens e corrente que ligava as rodas a dois pedais, presos na roda dianteira. Daí em diante realmente a bicicleta ficou popular em muitas partes do mundo. Passou por mais algumas mudanças até chegar ao modelo que conhecemos hoje. Até o fim do século XIX a roda dianteira era bem maior que a traseira, por exemplo. Em 1870 passou a ser construída toda de metal, e era conhecida como bone shaker, já que fazia o corpo do ciclista tremer todo ao passar pelas ruas de paralelepípedo das cidades europeias.

Em 1888 foram desenvolvidas as primeira bicicletas com pneus de borracha nas rodas, para amortecer impactos e tornar o passeio mais confortável. Na década seguinte, elas começam a ser produzidas em larga escala e se tornam um meio de transporte muito popular, já nos moldes que conhecemos hoje, com as duas rodas de tamanho igual e pedais no corpo da bicicleta, e não presos à roda dianteira. Começava assim uma revolução.

Sem exagero. Revolução em vários aspectos. Primeiro que a revolução industrial estava a todo o vapor (com o perdão do trocadilho) no fim do século XIX. Trabalhadores cada vez mais precisavam de meio de transportes para ir trabalhar, em fábricas que ficavam distante de alguns bairros residenciais. O fim do século XIX  e começo do século XX foram tempos turbulentos e, pela primeira vez a bicicleta vai se tornar símbolo de alguma coisa que extrapola sua função de meio de transporte. As bicicletas acabaram sendo muito utilizadas pelas mulheres como meio de transporte. A imagem da bicicleta acabou sendo associada ao movimento sufragista, o surgimento do feminismo e as lutas das mulheres por direitos iguais. Nota-se que desde o início as mulheres sempre fizeram as escolhas mais sábias. Afinal, até hoje a bicicleta é considerada um dos mais eficientes e completos meios de transporte do mundo.

Tudo ia muito bem e a bicicleta se tornava um meio de transporte popularíssimo. Até chegar o Henry Ford e sua turma. A invenção do carro foi um baque para os fabricantes de bicicleta. Com a popularização dos automóveis, as próprias cidades passaram a se desenvolver pensando nos carros e não em ciclistas. Além do mais, com carros pesados e andando em alta velocidade, o risco de ser atropelado por um ao andar calmamente de bicicleta pela cidade aumentou muito, e as vendas caíram. A solução foi diminuir, não o preço, mas sim a altura das bicicletas, que passaram a ser comercializadas como um brinquedo saudável para as crianças. A estratégia funcionou. Pelo menos até o fim dos anos 90, nove entre dez crianças tinha pelo menos um causo de tombo de bicicleta pra contar.

Eis que chega a Segunda Guerra Mundial. Muitas das grandes cidades da Europa viviam sob ataque. O químico Albert Hoffman trabalhava num laboratório farmacêutico e fazia pesquisas para tentar encontrar um composto que fosse um estimulante circulatório. Foi assim que ele chegou aos derivados do ácido lisérgico e acabou sintetizando o LSD! Personagem importantíssimo em toda a contra cultura dos anos 60, o LSD, e principalmente seus efeitos, foram descobertos por acaso. E por causa da Segunda Guerra Mundial ele ficou conhecido eternamente por bicicleta! No dia 19 de abril de 1943, Hoffman, com objetivos puramente científicos, mandou pra dentro 250 microgramas de LSD! Para se ter ideia, um microponto de ácido, consumido de forma recreativa e que dá aquela viagenzinha matreira, costuma ter em média 100 microgramas. Então, Albert Hoffman dropou dois micropontos de uma vez. Quando bateu, a viagem foi forte e ele não tinha condições de ficar no laboratório trabalhando. Então ele pediu para seu assistente o levar para casa. Mas tinha uma guerra lá fora, e por segurança, estava proibida a circulação de carros pela cidade. Hoffman então foi de bicicleta pra casa, viajandão!

Essa história ficou tão famosa que, não só o LSD passou a ser associado à bicicleta, como foi escolhido o dia 19 de abril como o dia da bicicleta! Claro que o dia da bicicleta não diz respeito ao consumo de alucinógenos, mas sim, é um dia de incentivo à prática de esportes e de se pensar na bicicleta como transporte sustentável e alternativo nas grandes cidades. Então, se você não sabia dessa história e é fã do Pink Floyd, agora está entendo porque o disco mais psicodélico da banda, e o único sob a liderança de Syd Barrett (um dos mais proeminentes consumidores de LSD do Reino Unido), se encerra com uma canção chamada Bike.

Com o passar do tempo e o desenvolvimento urbano, algumas grandes cidades da Europa passaram a incentivar o uso de bicicletas como alternativa ao carro e ao transporte público (trens, metrôs e ônibus). Em especial Amsterdã e Copenhague foram pioneiras e tem hoje em dia quase metade de sua população se locomovendo às pedaladas. Claro, são cidades planejadas e com um relevo plano, o que facilita muito o conforto para se andar de bicicleta. Mas muitas outras cidades se mobilizaram para criar ciclovias. Quanto mais gente de bicicleta, menos gente usando carros e poluindo o ar. Menos gente também no transporte público, desafogando lotações e tornando trens e ônibus mais confortáveis para aqueles que realmente dependem destes transportes, por necessidade financeira ou por morar muito longe. Isso sem falar que quem anda de bicicleta não se preocupa com o preço do combustível ou com IPVA e cuida da saúde física e mental.

Afinal, andar de bike acaba por se tornar um lazer, mesmo que você esteja indo ou voltando do trampo! Sempre dá pra tentar escolher caminhos mais arborizados e tranquilos, mandar aquela playlist delícia no fone de ouvido pra curtir o passeio… é só vantagem! A bicicleta tá aí! Faz parte da cultura pop e tem tudo a ver com sustentabilidade, natureza, saúde… tudo que a gente valoriza na Strip Me! Então, para conferir essa estampa da bicicleta e muitas outras, visite a nossa loja. Camisetas de música, cinema, arte, cultura pop e muito mais, e toda semana tem estampa nova chegando na seção de lançamentos. Confere lá e bom passeio!

Vai fundo!

Para ouvir: Montamos uma playlist delícia com sons good vibes pra você curtir no rolê de bike! Bike Trip Top 10 tracks.

Para assistir: Os cineastas italianos Lorenzo Veracini, Nandini Nambiar e Marco Avoletta fizeram uma animação imperdível inspirada no passeio do Albert Hoffman em 1943. O curta metragem de animação A Bycicle Trip foi lançado em 2007 é um primor! Vale a pena demais assistir. Tem inteirinho no Youtube.

A calçada de Copacabana e a garota de Ipanema.

A calçada de Copacabana e a garota de Ipanema.

A Strip Me está sempre lançando novidades, com uma frequência invejável. Toda semana tem pelo menos uma ou duas camisetas novas, com estampas originalíssimas e de muito bom gosto. Toda estampa criada tem sua importância e alguma ligação com esse nosso universo de diversidade, cultura, barulho, diversão e arte. Um dos lançamentos mais recentes é a “Copacabana”, uma camiseta minimalista com estampa do icônico desenho do calçadão da praia mais famosa do Rio de Janeiro. Além de nos remeter ao verão, aos passeios à beira mar e à natureza, a praia de Copacabana carrega muito da história da cultura brasileira. Hoje Vamos falar sobre uma dessas histórias.

O calçadão de Copacabana foi construído em 1906, com 4,15 quilômetros de comprimento e abrange as praias do Leme e de Copacabana. O desenho de ondas foi inspirado no calçamento da Praça do Rocio, em Lisboa. Trata-se de uma das praças mais tradicionais do centro da capital portuguesa e o desenho das ondas claras e escuras representam o encontro das águas do rio Tejo com o Oceano Atlântico. Inicialmente, no calçadão carioca, o desenho das ondas ficava perpendicular ao calçamento. Só depois de uma reforma na década de 1970, que teve como arquiteto o legendário Burle Marx, que as ondas passaram a ser paralelas ao calçamento, como conhecemos atualmente. Todo o calçadão foi feito com pedras trazidas de Portugal, bem como a equipe que instalou e até hoje faz a manutenção do calçadão periodicamente é formada por trabalhadores portugueses especialistas nesse tipo de trabalho.

Por sua beleza natural e boa localização, a praia de Copacabana logo foi habitada por pessoas de posses ao longo do século XIX, quando a família real portuguesa veio para o Brasil e causou uma drástica urbanização na então capital do Brasil. Em 1923 foi inaugurado, entre mansões e palacetes à beira mar, o imponente hotel Copacabana Palace. O hotel de quartos luxuosos e um enorme cassino logo tornou-se ícone do Rio de Janeiro e abrigava as mais altas celebridades do Brasil e do Mundo. Em 1946 o jogo foi proibido no país e o cassino do hotel foi transformado em sala de shows e espetáculos. Desta forma o hotel, em especial suas áreas de convivência como o bar, o restaurante e a piscina, tornaram-se ponto de encontro de intelectuais e boêmios cariocas. Ainda hoje o Copacabana Palace hospeda os mais importantes artistas e políticos que visitam o Rio de janeiro. A longa lista de hóspedes ilustres conta com nomes como Walt Disney, Brigitte Bardot, Clark Gable, princesa Diana, Nelson Mandela, Paul McCartney, Barack Obama, Tom Cruise, Mick Jagger e muitos outros.

Foi em um prédio próximo ao Copacabana Palace, o Edifício Palácio Champs Élysées, na Avenida Atlântica, nº 2.856, em Copacabana, que nasceu o movimento musical brasileiro que ganharia o mundo: a bossa nova. O edifício era dividido em três blocos (Louvre, Trianon e Versalhes) com entradas independentes. O apartamento 303 do bloco Louvre pertenceu à família da cantora Nara Leão. Por volta de 1957 o apartamento reunia alguns amigos de Nara, como Roberto Menescal, Carlos Lyra, Sérgio Mendes e Ronaldo Bôscoli. Essa turma receberia mais tarde a adição de João Gilberto, vindo da Bahia. Todos eram muito jovens naquela época, por volta de 18, 19 anos. Foi através de João Gilberto que essa turma jovem se ligou a dois caras um pouco mais velhos, que foram fundamentais para a explosão da bossa nova: Tom Jobim e Vinícius de Moraes.

Em 1962 a bossa nova já tinha se popularizado. A canção Chega de Saudade, de João Gilberto, já era um grande sucesso, vendeu muitos discos e era a música símbolo da bossa nova. Mas no fim de junho daquele ano isso começava a mudar. Vinícius de Moraes e Tom Jobim se reuniam frequentemente num bar a um quarteirão da praia de Ipanema, vizinha de Copacabana, para tomar chopp durante a tarde. Sempre escolhiam uma mesa na calçada para observar o movimento. Toda semana viam uma garota passar por eles de maiô e sacola pendurada no braço indo para a praia. Uma garota deslumbrante, linda mesmo! Depois de tanto admirar aquela moça passando, resolveram escrever uma canção.

Nessa época Vinícius de Moraes estava escrevendo uma peça de teatro, uma comédia, chamada Blimp, e encomendou a Tom alguns temas musicais para serem utilizados na peça. O roteiro da peça era meio bobo, contava a história de um extraterrestre que caía por engano no Rio de Janeiro e se apaixonava por uma carioca. Para a peça, Tom Jobim compôs três melodias, que acabariam se tornando canções famosas. São elas Samba do Avião, Só Danço Samba e Garota de Ipanema. Por fim, a peça não saiu do papel. E quando veio a ideia da música sobre a moça da praia, Vinícius escolheu uma daquelas três canções que Tom tinha composto, e que estavam sem letra.

Pouca gente sabe, mas inicialmente Vinícius escreveu uma letra bem diferente para a música, bem mais introspectiva. Dizia assim: “Vinha cansado de tudo, de tantos caminhos. Tão sem poesia, tão sem passarinhos. Com medo da vida, com medo do amor. Quando, na tarde vazia, tão linda no espaço, eu vi a menina que vinha num passo cheio de balanço a caminho do mar.” Pega o começo da música e canta essa parte por cima, que você vai ver que dá certinho. Mas acontece que o Tom Jobim não gostou muito, ele queria uma letra mais ensolarada, mais leve. Vinícius então volta pra casa e escreve os versos que mudariam a música brasileira: “Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça…”. Tal a grandeza da música, Garota de Ipanema foi apresentada ao público pela primeira vez num show que foi gravado e saiu em disco. Foi um show no restaurante Au Bon Gourmet, em Copacabana, que contava com Tom Jobim, Vinícius de Moraes e João Gilberto, acompanhados pelo conjunto Os Cariocas. Para apresentar a nova canção Tom, Vinícius e João Gilberto fizeram uma deliciosa introdução. Sobre uma delicada melodia ao piano, João Gilberto começava cantando: “Tom, e se você fizesse agora uma canção que possa nos dizer, contar o que é o amor?”. Tom Jobim respondia: “Olha, Joãozinho, eu não saberia sem Vinícius pra fazer a poesia.”. E Vinícius retrucava: “Para essa canção se realizar, quem dera o João para cantar.”. E João Gilberto: “Ah, mas quem sou eu? Eu sou mais vocês. Melhor se nós cantássemos os três.”. E entra a imbatível introdução de Garota de Ipanema.

Garota de Ipanema teve sua primeira versão em estúdio gravada por Pery Ribeiro em 1963, no disco Pery é Todo Bossa. Outras gravações vieram na sequência, com destaque para as versões instrumentais do Tamba Trio e do próprio Tom Jobim, que após perceber o sucesso dos shows de bossa nova realizados no Carnegie Hall, em New York, lançou a faixa com o título em inglês, The Girl from Ipanema. Em 1964 o saxofonista de jazz Stan Getz se junta a João Gilberto para gravar um disco antológico, que escancara as portas do mundo para a bossa nova. É deste disco, Getz/Gilberto, a versão mais famosa da canção, cantada em inglês pela então esposa de João Gilberto, Astrud Gilberto. Em 1967, se ainda havia no mundo alguém que não conhecia The Girl from Ipanema, acabaria conhecendo de qualquer maneira. Pois a música entra no disco Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim. Sim, Sinatra se apaixona pela bossa nova e grava um disco inteiro com Tom Jobim. A história deste disco, por si só, merece um texto inteiro. Para se ter ideia, Sinatra telefonou dos Estados Unidos para a casa de Tom, que não estava. Sinatra insistiu tanto em falar com Tom Jobim que fez com que a telefonista o procurasse, fazendo ligações para vários lugares. O encontrou, claro, no mesmo bar em que a ideia de Garota de Ipanema surgiu. O garçom foi até a mesa de Tom e disse ”Olha, tem um gringo no telefone querendo falar com o senhor, não estou entendo nada.”. Era Frank Sinatra.

Garota de Ipanema fez com que a bossa nova se tornasse um dos estilos musicais mais populares em todo o mundo durante os anos 60 e 70, levando consigo o nome do Brasil. Garota de Ipanema é a segunda música mais regravada do mundo, com mais de 250 versões! Ela só perde para Yesterday, dos Beatles. E quando essa constatação foi divulgada, foram perguntar ao Tom Jobim o que ele achava disso. E ele falou: “Olha, pra mim está ótimo. Afinal estou em segundo lugar, mas a música que está em primeiro lugar é dos Bestles, e os Beatles são em 4, né? Eu sou um só.”.

É por histórias tão ricas e interessantes como essas que a Strip Me se dedica a lançar estampas tão incríveis, como essa, inspirada no calçadão de Copacabana, também na bossa nova e na cultura brasileira de maneira geral. E não só isso, mas muito mais. São camisetas de arte, música, cinema, cultura pop e muito mais. Na nossa loja você fica por dentro de todos os lançamentos e promoções. Confere lá!

Vai fundo!

Para ouvir: Se Garota de Ipanema é a segunda música mais gravada do mundo, com certeza dá pra fazer uma bela playlist com as 10 melhores versões. Ouça e escolha a sua favorita entre versões de Frank Sinatra, Ella Fitzgerald, Amy Winehouse, Tim Maia, entre outros. Garota de Ipanema Top 10 tracks.

Para assistir: Claro que na onda do sucesso mundial de Garota de Ipanema, foi feito um filme com o mesmo nome e com a bossa nova como trilha sonora. O roteiro em si é fraco, mais uma desculpa para que várias canções sejam tocadas, funcionando como um compilado de videoclipes. O filme Garota De Ipanema foi lançado em 1967 e dirigido pelo Leon Hirszman. O roteiro foi escrito por várias pessoas em parceria, entre eles Vinícius de Moraes e Glauber Rocha. No elenco, boa parte da turma da bossa nova e da MPB aparecem, de Tom Jobim a Chico Buarque. Vale a pena ver como curiosidade e pela boa música. Tem inteiro no Youtube.

Para ler: Olha, a gente poderia aqui recomendar livros e mais livros que se prestam a dissecar a bossa nova. Mas, ao invés disso, recomendamos um dos melhores livros do Vinícius de Moraes. Livro este que, por se tratar de uma compilação de crônicas e poemas, tem muita bossa ali, já que as crônicas geniais de Vinícius tinham um ritmo delicioso e os poemas a beleza deslumbrante, como a de algumas praias cariocas. O livro Para Viver um Grande Amor foi lançado originalmente em 1972 e está disponível atualmente numa bela edição pela Companhia das Letras.

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