6 Clássicos do Design Brasileiro.

6 Clássicos do Design Brasileiro.

O Brasil é tão original que, até mesmo no design dos utensílios domésticos e decoração das casas, alguns ítens brasileiríssimos se tornaram ícones pop. A Strip Me selecionou os 6 mais famosos!

Cada país tem sua identidade e cultura. Mas vamos combinar que o Brasil tem um borogodó a mais aí. Da jabuticaba ao cheque pré datado, do chuveiro elétrico à caipirinha, passando pelo candomblé, a paçoca, a capoeira, a tomada de três pinos e, é claro, nosso amado vira lata caramelo! É muita coisa que faz do nosso Brasil um lugar único e maravilhoso! Alguns de nossos hábitos mais comuns são considerados inusitados pelos gringos. Pra eles é estranho que a gente escove os dentes no banheiro do trabalho, depois de almoçar, por exemplo. Banho todo dia então, muitas vezes dois por dia, dependendo do calor, é outra aberração pra eles. Cumprimentar desconhecidos com beijinho no rosto e abraço é outra anomalia. Tem muita coisa que é herança dos africanos escravizados, mas que acabaram se tornando coisas genuinamente brasileiras. O candomblé mesmo é um grande exemplo, já que é uma religião que só existe aqui, pois é um sincretismo entre as religiões africanas com o cristianismo europeu. A mesma coisa acontece com a capoeira e o samba. A gastronomia é outro ponto emblemático na personalidade brasileira. Não precisamos nem falar das frutas, como o caju, o cupuaçu e a jabuticaba. Mas podemos falar da feijoada e da caipirinha, da paçoca, do pastel de feira, da coxinha, do brigadeiro… até dos crossovers culinários, como o nosso dogão com salsicha, purê de batata, vinagrete, milho, ervilha, bacon e o que mais couber ali, o sushi frito (hot roll), o cheeseburguer que virou x-tudo, a pizza de strogonoff, o churros recheado de doce de leite com cobertura de chocolate e muitos outros.

Além disso tudo, o brasileiro também tem suas particularidades nos utensílios domésticos e na decoração de casa. O Design BR é único! Desde as capas de crochê para botijão de gás até a mesinha de centro feita de vime e bambu. Tem pra todos os gostos. Até mesmo o uso amplo de plantas como ;itens de decoração é uma parada bem brasileira. Apesar do nome em inglês, a urban jungle também é coisa nossa! Alguns desses ítens são tão marcantes na nossa cultura, que se tornaram ícones pop! Hoje a Strip Me exalta a brasilidade selecionando os ítens domésticos e de decoração mais marcantes do país!

Boneca namoradeira.

Num tempo em que não existia rádio e nem televisão, quem ficava em casa sem ter muito o que fazer, ia pra janela, para ver o movimento da rua. Na época, o comum era que as mulheres ficassem em casa, portanto, eram elas que ficavam nas janelas. E era comum acabar rolando uns flertes com os homens que passavam. Com base nesse hábito, vários artesãos e escultures começaram a fazer bustos de mulheres, com argila, cerâmica ou gesso, e as pintavam com muitas cores. Isso começou em algumas cidades de Minas Gerias, mas logo se tornou comum no Brasil inteiro. Ficaram conhecidas como bonecas namoradeiras e são usadas em bancadas e janelas.

Rede.

Talvez o mais brasileiro de todos os ítens da casa. Afinal as redes já estavam presente na ocas dos índios séculos antes dos europeus chegarem por aqui. Vale, ela não era exclusividade dos indígenas do território brasileiro. Mas pode ser considerada originalmente brasileira por ser amplamente utilizada por aqui há tempos imemoriais. Além de trazer todo um charme para qualquer cômodo da casa, ou sacada do apartamento, varanda da casa, a rede é deliciosamente confortável para se deitar e curtir um dia de descanso.

Filtro de barro.

Outro item brasileiríssimo e descendente direto dos indígenas. Sim, pois os índios já usavam as famosas moringas, vasilhas de barro que deixavam a água fresca independente do calor do ambiente. Tais moringas continuam sendo utilizadas até hoje, vale dizer. Na Europa, em especial na Itália, os filtros de água já eram utilizados, mas eram recipientes de pedra ou metal, com uma vela de carvão ou algum material semelhante, que filtrava a água. Os imigrantes que chegaram ao Brasil no fim do século dezenove trouxeram consigo alguns desses filtros. E quando se depararam com as moringas, que mantinham a água numa temperatura mais baixa, desenvolveram um recipiente maior e incluíram a vela. Pronto. Nasceu assim o nosso popular, saudável e charmosíssimo filtro de barro!

Copo americano.

Sabe a história da batata frita, que é um ícone dos Estados Unidos, onde é conhecida como french fries, porque, na real, é uma invenção francesa? Então, o mesmo acontece com a gente, aqui no Brasil, em relação ao copo americano. Ao contrário do que alguns podem concluir, o copo americano não é de origem estadunidense, sequer de qualquer lugar do continente americano. Esse copo foi originalmente elaborado e concebido pela designer russa Vera Mukhina, no início da década de 1940. Ficou popular nos Estados Unidos na época e era conhecido como soviet glass! Em 1947 ele chegou ao Brasil através da empresa Nadir Figueiredo Indústria e comércio, que começou a fabricar o modelo de copo com uma máquina que havia sido importada dos Estados Unidos. Daí vem a origem do nome copo americano. Ele é uma das preciosidades do Brasil, um copo com capacidade de 190 ml, que recebe com perfeição o café e a cervejinha.

Piso de caquinho.

Como se pode imaginar, o piso de caquinho surgiu com a simples intenção de reaproveitar pisos quebrados. Tudo começou no fim da década de 1930 em São Caetano, São Paulo. Estava super na moda as áreas externas das casas terem o chão revestido com lajotas de cerâmica. A empresa Cerâmicas São Caetano cresceu exponencialmente nessa época vendendo lajotas de 40×40 cm nas cores vermelha, amarela e preta. Era um produto caro, e quem o consumia era a classe média alta. Na produção e transporte, sempre acontecia de algumas peças se quebrarem. Um dos funcionários da empresa, estava reformando sua casa e, para não deixar o seu quintal só no cimento, pediu autorização ao dono da empresa para usar os cacos das peças quebradas. Ele fez um mosaico com os cacos que agradou a vizinhança e os outros funcionários, que passaram a pegar também os cacos. A moda se espalhou rapidamente por toda a cidade e, ä partir dos anos 70 por todo o estado e até mesmo outras regiões, ao ponto da empresa fabricar as lajotas e quebra-las para vender. A Cerâmicas São Caetano encerrou as atividades em 1997 e o uso do piso de caquinhos entrou em desuso. Mas hoje em dia é celebrado como kitsch e símbolo do design brasileiro!

Fitinha do Nosso Senhor do Bom Fim.

A fitinha do Nosso Senhor do Bom Fim é muito mais que um acessório para se amarrar no pulso ou no tornozelo. Isso sem falar nas suas propriedades sobrenaturais, concedendo desejos e protegendo quem a usa. Mas ela também pode ser usada amarrada em certa quantidade numa grade de janela ou no portão da casa, ou apenas uma ou duas na grade do ventilador. Além de toda a sua representatividade cultural, as fitinhas dão um toque especial em qualquer decoração por conta de suas cores e simplicidade.

Ah! Meu Brasil brasileiro! Que lugar pra se viver! Onde se plantando tudo dá! Temos no tropicalismo a melhor tradução do que é viver neste país de tantas cores e tantos contrastes. Natureza e cidade, samba e rock n’ roll, folclore e cultura pop, barulho, diversão e arte! Portanto, é lógico que a Strip Me faz questão de sempre celebrar cada detalhe encantador do Brasil, sua cultura, comportamento, hábitos e principalmente sua arte! Pra conferir, basta se ligar nas coleções Tropics, Carnaval e Verão, além de sempre pintarem brasilidades nas camisetas de arte, música, cinema, cultura pop, bebidas e muitas outras. Tudo isso você tem acesso na nossa loja, onde também pintam toda semana novos lançamentos!

Vai fundo!

Para ouvir: Una música o Brasil é igualmente diverso. Então apresentamos uma playlist com os diferentes gêneros musicais, do carimbó à moda de viola, passando pelo samba e baião. Brasilidades Top 10 Tracks.

Os 10 melhores filmes de Robert Zemeckis.

Os 10 melhores filmes de Robert Zemeckis.

Mais conhecido por conta de De Volta Para o Futuro e Forrest Gump, o cineasta Robert Zemeckis tem uma vasta e muito variada filmografia. Para você conhecer um pouco mais sobre sua obra, a Strip Me selecionou seus 10 melhores filmes.

A banda irlandesa The Cranberries cravou seu nome na história da música pop graças a essencialmente 3 hits, cada um oriundo de um disco diferente. Entretanto, a banda tem em sua discografia 8 discos, que não são tão conhecidos, ou lembrados. Vamos dar nome aos bois. Os Cranberries ficaram conhecidos por conta de Linger, música presente no disco de estreia da banda, Everybody Else is Doing It, So Way Can’t We?, de 1993, Zombie, certamente a mais conhecida música dos irlandeses, do disco No Need to Argue, de 1994, e Free to Decide, do disco To The Faithful Departed, de 1996. Os outros 5 discos da banda, apesar de não contarem com hits avassaladores, são bons discos, com ótimas músicas, e que nunca deixaram de agradar os fãs. A banda Cranberries não é das mais revolucionárias ou inventivas de sua geração. Mas tem trabalhos memoráveis e é sempre lembrada. Mas o que os Cranberries tem a ver com o Robert Zemeckis?

Robert Zemeckis nasceu em Chicago, em maio de 1951. Cresceu assistindo séries e programas de TV, que o inspiraram a seguir a carreira de cineasta. Fez faculdade de cinema na California nos anos 70, uma época em que despontavam em Hollywood grandes nomes como Steven Spielberg, George Lucas, Brian de Palma e tantos outros. Zemeckis se destacou na faculdade e chamou a atenção de Spielberg. Recém consagrado na indústria cinematográfica por conta de Tubarão, Spielberg ajudou muito Zemeckis ao assumir a produção de seu primeiro filme, iniciando uma parceria longeva. A carreira de Zemeckis despontou mesmo com De Volta Para o Futuro, de 1985. Depois foi aclamado por Forrest Gump e Náufrago. Apesar de contar com uma filmografia de quase 20 obras, ele é lembrado por apenas três ou quatro deles. Tal qual os Cranberries na geração de bandas dos anos 90, Zemeckis é sempre lembrado como um bom cineasta de sua geração, com alguns êxitos grandiosos, mas nunca entra na lista dos maiores. Para entender porque isso acontece, a Strip Me selecionou os 10 melhores filmes de Zemeckis para dar uma geral e conhecer melhor a sua obra.

10 I Wanna Hold Your Hand (1978)

Este foi o primeiro filme de Zemeckis como diretor, já tendo Bob Gale como roteirista e Steven Spielberg como produtor. Configuração que se repetiria algumas vezes no futuro. Trata-se de uma comédia ingênua, mas divertida, que se presta a retratar o início da beatlemania nos Estados Unidos. O filme acontece  nos momentos que antecedem a primeira aparição dos Beatles no lendário The Ed Sullivan Show, em 1964, mostrando alguns jovens, fãs da banda, que tentam entrar no show e até mesmo invadir o quarto de hotel dos rapazes de Liverpool. O roteiro é simples, mas bem amarradinho, e a direção de Zemeckis é eficiente. Tem boas sacadas, é leve e engraçado. Longe de ser um filme brilhante, mas tem seu valor histórico, além de ser um bom entretenimento.

9 Tudo por uma Esmeralda (1984)

É o quarto filme da carreira de Zemeckis como diretor, e seu primeiro êxito comercial de fato. Ele fora contratado para dirigir o longa por Michael Douglas, astro em ascensão na época. A Fox já tinha o roteiro de Tudo por uma Esmeralda e Michael Douglas escalado para protagonizar o filme, e ele acabou podendo escolher quem iria dirigi-lo.  Tudo por uma Esmeralda é um bom filme de aventura, uma espécie de genérico de Indiana Jones. Além de ser um filme divertido de se ver, ele marca um ponto essencial na carreira de Zemeckis. Foi a primeira vez que ele trabalhou com o compositor Alan Silvestri. Desde então Silvestri faria as trilhas de praticamente todos os filmes de Zemeckis.

8 Revelação (2000)

Desde De Volta para o Futuro Robert Zemeckis se destaca por valorizar a estética e usar com eficiência efeitos visuais impressionantes. Isso não o impediu de explorar diferentes gêneros cinematográficos. Após passear pela comédia, ficção científica, drama e aventura, Zemeckis não economizou esforços e finanças para colocar em prática seu filme de suspense e terror. Tendo como protagonistas Harrison Ford e Michelle Pfeiffer, Revelação é um thriller de suspense sobrenatural repleto de efeitos visuais e referências à obra de Alfred Hitchcock, o que torna tudo mais saboroso. O filme é ótimo, mostrando uma faceta diferente do diretor, que já havia explorado temas sombrios no passado, mas sob uma ótica cômica, no ótimo A Morte lhe Cai Bem.

7 Náufrago (2000)

Antes de mais nada trata-se aqui de um dos mais célebres cases de merchandising da história do cinema! Tom Hanks protagoniza o longa onde a marca FedEx é quase um personagem à parte. E precisamos ser honestos aqui. Primeiro, Náufrago nem é um filme assim tão bom. É divertido e tem alguns grandes momentos, é claro. Mas chega a ser cansativo em algumas partes. Segundo, é um filme do Tom Hanks. Claramente, Zemeckis está ali como diretor, mas dá pra sacar, até pelo estilo de filmagem, que Tom Hanks devia opinar muito. Nota-se que é um estilo diferente do que Zemeckis sempre fez. E é compreensível. O filme é carregado na costas pelo protagonista. E é um bom filme… do Tom Hanks.

6 Uma Cilada para Roger Rabbit (1988)

Na época, foi um dos filmes mais desafiadores de Hollywood, e um dos mais caros também. A tecnologia para fazer atores humanos interagirem com animações era uma novidade, ninguém sabia direito como usá-la e nem se ela funcionaria realmente na telona. Mas Zemeckis sempre foi um diretor muito ligado à tecnologia e efeitos visuais, e comprou a briga! E acabou dando super certo! Tão certo que, se visto hoje em dia, ele ainda funciona e é um filme muito divertido. Claro, não dá pra ir assistir um filme de comédia, com desenhos animados esperando encontrar um baita roteiro, mas a história é bem amarradinha, esteticamente o filme é ótimo e no geral é realmente divertido. Precisa do que a mais do que isso? No máximo um balde grande de pipoca.

5  A Morte lhe Cai Bem (1992)

Adentramos ao glorioso Top 5 com um filme pitoresco. Uma comédia até então pouco usual no cinema, com uma dose cavalar de morbidez e e sarcasmo. Certamente o interesse de Zemeckis em realizar essa obra se deu por oferecer a possibilidade de usar e abusar de efeitos visuais, com corpos mutilados e etc. Mas para além da estética, é sim um filme muito bom! A começar pelo elenco, que conta com Meryl Streep e Bruce Willis. O roteiro de David Koepp (que depois trabalharia com Spielberg em Jurassic Park e outros filmes) é esperto, com boas sacadas e uma trama com algumas surpresas. Zemeckis soube trabalhar muito bem a fotografia e edição do filme, misturando muito bem o humor com o sombrio. É o filme do Zemeckis que os fãs do Tim Burton mais gostam.

4 O Voo (2012)

Robert Zemeckis sempre misturou gêneros cinematográficos e muitas vezes deixou de lado a história que está sendo contada, para se dedicar ao visual. Aqui o cineasta demonstra maturidade ao se ater ao drama e valorizar o roteiro, e, consequentemente, as atuações. O Voo é um filme ótimo! O roteiro é muito bem escrito e a direção de Zemeckis torna o filme provocador, ao abordar dilemas complicados. O protagonista fica na corda bamba entre o anti herói e o vilão. Denzel Washington apresenta uma atuação impecável! E tudo é abraçado por uma fotografia excelente e uma direção exuberante de Zemeckis. Um filme imperdível!

3 Contato (1997)

Contato é um filme muito, mas muito bonito. Tanto visualmente, quanto na mensagem que se propõe a transmitir. Zemeckis foi ousado ao decidir levar para a telona um livro de um cientista como Carl Sagan. Mas o resultado foi muito positivo. O roteiro é muito bem escrito e consegue transitar bem entre a linguagem científica e leiga, além de apresentar personagens bem construídos, com profundidade, em especial a personagem de Jodie Foster. As atuações também ajudam o filme a crescer, Jodie Foster e Matthew McConaughey estão ótimos! E a direção de Zemeckis é sensível e bela. Um filme realmente muito bom, que ao abordar a suposição de vida fora da Terra, levanta questões essenciais sobre a vida em sociedade, religiosidade e auto conhecimento.

2 De Volta para o Futuro (1985)

De cara, vamos esclarecer duas coisas: Primeiro que muita gente certamente diria que a trilogia deveria ser inserida como um filme só na lista, e segundo que ele deveria estar em primeiro lugar. Bom, a trilogia é realmente maravilhosa. Mas o primeiro filme é, disparado, o melhor dos três. Além do mais, ele foi pensado para ser um filme só, sem continuação. Claro que os dois filmes seguintes são ótimos e funcionam super bem. Mas o primeiro tem um sabor a mais e um roteiro muito mais simples, e por isso mesmo, mas dedicado a construir os personagens e desenvolver emoções. Como um todo, ele acaba sendo mais significativo sozinho, do que dividindo a atenção com os outros dois. Quanto a ele não ser o primeiro da lista, falaremos sobre isso depois. Mas certamente De Volta para o Futuro é o filme pelo qual Zemeckis será sempre lembrado. Tudo ali funciona com perfeição! A história envolvente e fácil de se conectar, os personagens carismáticos, o ritmo de aventura, a expectativa de estar sempre no limite, a estética pop futurista e, é claro, a trilha sonora majestosa! De Volta para o Futuro é um clássico, sem exagero, um filme perfeito. O que o deixa em segundo lugar nessa lista é que o primeiro filme, além de ser perfeito, é um épico.

1 Forrest Gump (1994)

Já rolaram várias discussões, algumas delas interessantes até, sobre a qualidade de Zemeckis como diretor e suas especificidades. Dá pra dizer sem medo de errar que ele não tem um estilo marcante. Por exemplo, é fácil identificar, sem ler os créditos, que um filme é dos irmãos Coen, ou do Tarantino, ou do Scorsese… Talvez isso justifique o fato de ele ser um bom diretor, mas não um cineasta genial. Ainda assim, Zemeckis foi capaz de conceber uma obra prima. Um filme atemporal, engraçado, emocionante e instigante! Mais uma vez abrindo mão do excesso de efeitos visuais e priorizando a história, Forrest Gump é irretocável! Através da vida de um homem, desde a sua infância até a vida adulta, Zemeckis conta a história recente dos Estados Unidos, e o faz sem medo de soar piegas e nem de fazer críticas. Por isso, pode ser considerado um épico. Um filme onde tudo conduz para um arco de redenção não só do personagem principal, Forrest Gump, mas também se sua companheira, Jenny. Com graça e sensibilidade, o longa levanta todo o tipo de questionamento, mas sem panfletarismo. Além do mais, a escolha da trilha sonora, que acompanha a passagem dos anos, é avassaladora! Só música de primeira linha! Não é à toa que Forrest Gump foi indicado a 13 categorias no Oscar e levou 6 estatuetas, incluindo a de Melhor Filme! É um clássico absoluto e inquestionável. De Volta para o Futuro é sim encantador e memorável. Mas Forrest Gump é um épico contemporâneo.

Robert Zemeckis nos traz lições valiosas. A mais importante delas é que qualquer pessoa dedicada o suficiente pode construir algo extraordinário e ser respeitado e bem sucedido, mesmo não figurando no panteão das lendas imortais. Também nos mostra que o visual é fundamental, é claro! E que a tecnologia está aí pra gente aprender a usá-la da melhor forma possível. Mas sem nunca deixar de lado o valor inestimável de uma boa história! Por causa de caras como Zemeckis o cinema é tão empolgante e delicioso! E por causa disso, a Strip Me, que também não fica sem um bom filminho no fim de semana, está sempre criando novas camisetas homenageando e referenciando mestres como Robert Zemeckis e seus grandes filmes na coleção de camisetas de cinema. E não é só isso. Na nossa loja também tem as coleções de camisetas de música, arte, cultura pop, games e muito mais. Dá uma conferida lá no nosso site e aproveita pra ficar por dentro de todos os lançamentos, que pintam toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Como boa parte dos filmes de Zemeckis tem uma trilha sonora com tema grandioso e músicas incidentais, vamos fazer uma playlist caprichada, baseada na trilha sonora de Forrest Gump, que tem o que há de melhor na música do século XX. Robert Zemeckis Top 10 Tracks.

As 6 obras mais marcantes de Frida Kahlo.

As 6 obras mais marcantes de Frida Kahlo.

Expoente do surrealismo na América e ícone do feminismo, a mexicana Frida Kahlo é uma das mulheres mais importantes do século XX. E a Strip Me está aqui para render homenagens a ela, elencando suas 6 obras mais impactantes.

É muito comum gostar muito da obra de um artista, mas pouco conhecer sua vida pessoal. E, ainda que a vida pessoal desse artista seja controversa, meio torta, também é comum que se separe a obra do artista, ou seja, uma coisa é a pessoa jurídica e outra é a pessoa física. Por exemplo, todo mundo sabe que o Bob Dylan é um ser humano intragável. Arrogante, mau humorado, cheio de manias. Mas ninguém nega a genialidade de sua obra. E tem muitos assim, de Axl Rose a Jack Kerouac. Em situações mais extremas e delicadas, temos casos como o cineasta Woody Allen, cuja obra é maravilhosa, mas as acusações que pesam sobre ele são inaceitáveis. Entretanto, existem casos opostos, em que a vida pessoal e a obra do artista são indissociáveis. Não dá para absorver a obra sem saber da vida do artista. E o maior exemplo desse caso é a genial pintora mexicana Frida Kahlo.

Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón nasceu no dia 6 de julho de 1907 em Coyoacán, região central da Cidade do México. Quando criança, Frida teve poliomielite, o que a fez ficar anos dentro de casa. Quando adolescente, finalmente começou a sair e fazer amizades, enquanto estudava buscando fazer faculdade de medicina. Porém, aos 18 anos, ela estava dentro de um ônibus que se chocou com um bonde. O acidente foi terrível. Frida fraturou a coluna em três lugares diferentes, além da clavícula e do pé, que foi praticamente triturado. Ela também teve o abdome e o útero perfurados. Ficou meses no hospital e depois em casa, se recuperando. Três anos depois do acidente, Frida se filiou ao Partido Comunista Mexicano, onde conheceu Diego Rivera, o grande amor de sua vida. Os dois se casaram, estabelecendo uma relação intensa, recheada de traições e rompantes de romantismo. Por ter seu útero perfurado no acidente, ela não conseguiu ter filhos, apesar de muito querer. Sofreu 3 abortos espontâneos que a traumatizaram muito. Entusiasta da Revolução Mexicana de 1910, Frida Kahlo se inspirava muito no folclore mexicano e suas cores. Mas, vivendo a maior parte de sua vida numa cama de hospital ou de sua casa, sempre próxima a algum espelho, e convivendo diariamente com a dor e sofrimento, ela pintava muitos autorretratos e também sua família, além de ser comum encontrar em suas obras corpos dilacerados. Frida retratava sua própria existência. E essas são 6 de suas obras mais reveladoras.

As Duas Fridas (1939)

São tantos símbolos, que quase não dá pra contar. Uma representação clara da personalidade confusa da artista. De uma lado, uma usando um vestido pomposo à moda europeia, do outra uma vestida com uma roupa tradicional de uma camponesa mexicana. O quadro foi pintado logo após uma das separações de Frida e Diego, por isso, ambas estão com os corações à mostra e a artéria que une as duas está cortada, representando o rompimento. Ao fundo nuvens carregadas, deixando claro que o clima estava pesado e não dava sinais de melhorar.

A Coluna Partida (1944)

O retrato do sofrimento físico e emocional que a artista viveu por toda sua vida. Após passar por mais de uma cirurgia na coluna, após o fatídico acidente de ônibus, Frida vivenciou muita dor, tendo que usar desconfortáveis coletes e talas para corrigir sua postura. A paisagem seca ao fundo mostra como ela própria se sentia. Em seu corpo, pregos de diferentes tamanhos representam a dor constante que ela sentia, note que o maior de todos os pregos está cravado próximo ao coração. A coluna rachada é auto explicativa, mas o que chama a atenção na obra é o rosto de Frida. Cheio de lágrimas, mas transparecendo uma certa serenidade, como se ela tivesse aceitado que sua vida se resumia àquilo: a dor.

O Veado Ferido (1946)

Mais uma obra em que Frida se apresenta, mas desta vez numa interpretação mais subjetiva e fantasiosa. Ela funde sua cabeça ao corpo de um veado, animal que representa elegância, mas também fragilidade e ingenuidade. O animal segue em movimento, quase flutuando, mesmo ferido por 9 flechas, não por acaso, a maioria delas ao longo da coluna. Em seu rosto, não há sinal de dor, mas sim de apatia e desdém. O tronco em destaque a frente, com o galho quebrado ao chão, pode representar obstáculos  que foram literalmente quebrados, da maneira que puderam.

Autorretrato com Vestido de Veludo (1926)

Frida disse certa vez: “Pinto a mim mesma porque sou sozinha e porque sou o assunto que melhor conheço.” Ainda no leito de hospital, quando se recuperava do acidente de ônibus, seus pais adaptaram um cavalete à sua cama e lhe incentivaram a pintar. Também colocaram no quarta vários espelhos, para que ela visse a si mesma por vários ângulos. Assim começou sua prática de pintar autorretratos. Este em questão, foi o primeiro a ser considerado uma obra de qualidade. A escolha das cores fortes, o semblante sério, mas com certa leveza e o fundo com um mar revolto e escuro representa muito da vida da artista.

Frida e Diego Rivera (1931)

O retrato do casal foi feito por Frida em 1931, durante uma viagem que fizeram aos Estados Unidos. Diego Rivera era um pintor de renome, especializado em murais e afrescos. Frida e Diego, na época, estavam casados há pouco mais de um ano, o relacionamento ainda ia bem e ela ainda não era reconhecida como grande artista. Assim, fica evidente na obra que Rivera tem protagonismo, sendo retratado bem maior que a esposa. A pomba acima da cabeça de Frida carrega uma faixa com os dizeres: “Aqui você vê a mim, Frida Kahlo, com meu amado marido Diego Rivera. Pintei este retrato na linda cidade de São Francisco, California, para nosso amigo, o Sr. Albert Bender, no mês de abril do ano de 1931.”.  Albert Bender era amigo do casal, além de mecenas e comerciante de obras de arte.

Autorretrato com um Colar de Espinhos e Beija Flor (1940)

Ainda que Frida seja sempre lembrada como uma artista surrealista, sua obra sempre foi muito realista, baseada em fatos, mas usando de uma estética livre e repleta de cores para expressar tais verdades. Esta é provavelmente a obra mais conhecida de Frida Kahlo. Não à toa uma das mais reveladoras. A começar pelo seu rosto, como sempre com um ar resignado e sério, mas sem demonstrar sentimento. Ela tem um gato de um lado e um macaco do outro de seus ombros. Frida era sabidamente uma admiradora dos animais e tinha gatos e macacos como bichos de estimação. Seu colar de espinhos traz pendurado um beija flor morto. No México o beija flor simboliza sorte no amor. A obra foi pintada logo depois de Frida e Diego se divorciarem, o que explica o beija flor estar morto. Já o colar de espinhos, coloca Frida como uma mulher sofredora como Jesus. Mas ela emula Jesus não como divindade, mas como homem simples do povo, também representando o impacto do cristianismo nas culturas ancestrais mexicanas.

Frida Kahlo é um exemplo a ser seguido por vários motivos. Entre eles, pelo fato de conseguir transformar sentimentos e princípios em arte. Mas não só isso. Também por ser uma mulher de personalidade forte, que conseguiu se impor num mundo majoritariamente masculino como ainda é o mundo das artes. Isso sem falar na sua resiliência e coragem frente a tantos sofrimentos físicos. Por isso, a Strip Me quer mais é celebrar sua vida e obra de todas as maneiras possíveis, tanto em texto como em camisetas lindas e super sofisticadas, que você encontra na coleção de camisetas de arte no nosso site. Lá você também confere as coleções de camisetas de cinema, música, cultura pop, bebidas e muito mais, sem falar nos lançamentos, que pintam na nossa loja toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Segue uma playlist inspirada na Frida Kahlo, que era uma mexicana ativista e revolucionária, só com sons de bandas mexicanas que fazem música de protesto. Viva México y Frida top 10 Tracks.

Para assistir: Altamente recomendado o filme Frida, de 2002, dirigido pela Julie Taymor e protagonizado pela Salma Hayek. Um filme esteticamente lindo que retrata com intensidade a vida tempestuosa de Frida Kahlo.

10 fatos que você precisa saber sobre o samba.

10 fatos que você precisa saber sobre o samba.

O samba é a voz do Brasil. Por isso, é fundamental que a gente o conheça muito bem. A Strip Me está aqui hoje para te contar 10 coisas que você precisa saber sobre o samba.

Falar sobre o samba, em especial sua origem e e fundamentos, parece uma tarefa simples, mas não é. Trata-se de uma música que faz parte da nossa identidade, quer você goste dele ou não. Certa vez, o músico César Camargo Mariano, um brilhante arranjador, também conhecido por ter sido casado com Elis Regina, disse numa conversa sobre música e mistura de elementos do jazz com o samba, que ele não era um jazzista, jamais poderia ser, mas usa elementos daquela linguagem para se expressar musicalmente. Uma declaração muito sensata. O jazz é uma música que surgiu das plantações de algodão no sul dos Estados Unidos, somente quem cresceu naquele contexto, ouvindo as histórias e sentindo as vibrações daqueles sons pode ser considerado um jazzista genuíno. E o mesmo acontece conosco, com o samba. Faz sentido que qualquer brasileiro, que tenha contato com sua história e se envolva com música brasileira, possa ser considerado um sambista. Mas, claro, uns sempre serão mais sambistas que outros.

O samba, e todas as suas variações ao longo da história, é uma das mais importantes manifestações artísticas do brasileiro, mas principalmente dos africanos escravizados, que aqui criaram raízes. Assim como o jazz nos Estados Unidos, o samba por aqui veio das cantigas e dos batuques dos negros em suas lamentações e também celebrações ritualísticas. Isso foi se misturando às músicas de origem européias e acabou no que conhecemos como o samba e o choro. Toda a trajetória do samba é uma história longa e interessantíssima. E a Strip Me, sempre afim de te contar boas histórias, hoje traz 10 fatos fundamentais sobre o samba, pra você poder batucar com propriedade na mesa do bar.

Samba – Di Cavalcanti (1925)

Origem.

A origem do samba é controversa, uns dizem que surgiu na Bahia, outros no Rio de Janeiro… mas seja onde for, o fato é que foi uma evolução das cantigas tradicionais africanas, misturadas às músicas populares européias. Mas podemos considerar, por ser algo documentado, que o samba nasceu na extinta Praça Onze, no Rio de Janeiro. A Praça Onze era uma praça no bairro Cidade Nova, no Rio de Janeiro, um pouco ao norte do centro histórico da cidade. Aquela região foi largamente habitada por negros, escravizados recém libertos, após a assinatura da Lei Áurea no fim do século dezenove. Particularmente, na casa de uma baiana bem sucedida, que morava de frente para a praça e era uma excelente cozinheira, alguns músicos se reuniam no início do século XX. Entre eles, Donga, João da Baiana, Sinhô e Pixinguinha. Também foi na Praça Onze que aconteceram as primeiras reuniões populares carnavalescas, que dariam origem às escolas de samba. Na década de 1940, o então presidente do Brasil, Getúlio Vargas mandou abrir uma vasta avenida que ligaria o centro à zona norte do Rio. Essa avenida, que acabou levando seu nome, inclusive, passou por cima da Praça Onze, deixando somente sua história de pé.

Primeiro registro.

Reza a lenda que o primeiro samba gravado foi composto justamente na casa da tal baiana, em frente a Praça Onze. Segundo contam os sambistas mais antigos, que viveram naquela época, a música Pelo Telefone surgiu de improviso numa roda de samba, na qual estavam presentes Donga, Sinhô, Pixinguinha, João da Baiana, Caninha e Lalau de Ouro em outubro de 1916. Porém, na hora de registrar a canção, Donga ficou com o crédito. Em novembro do mesmo ano, Donga deu entrada no Departamento de Direitos Autorais da Biblioteca Nacional a partitura do samba, partitura esta escrita por Pixinguinha. Donga gravou Pelo Telefone em 1917. Na época fez muito sucesso no carnaval, e depois foi amplamente revisitada décadas depois por artistas como Martinho da Vila.

Samba popular.

Até o início da década de 1930, o samba era música de gueto, coisa preto e pobre. As coisas começaram a mudar quando intérpretes das grandes rádios começaram a cantar alguns sambas. Além das rádios, o Brasil estava sendo governado por Getúlio Vargas, um ditador, mas também um astuto populista. Ele viu no samba uma maneira de se comunicar melhor com o povo, promoveu shows e elogiava alguns artistas. É verdade também que nessa época rolou uma tentativa de branquear o samba. Enquanto os grandes compositores como Donga e Pixinguinha não apareciam nunca como intérpretes, Francisco Alves e Lamartine Babo tinham alta circulação nos cartazes das principais rádios do país. 

Revolução de 1930.

Calma. Não estamos aqui pra falar de política. Estamos aqui pra falar da verdadeira revolução de 1930! Até porque aquela que a gente estuda nos livros de história do colégio não foi revolução, foi golpe de estado. Mas isso não vem ao caso. O fato é que em 1930, um jovem compositor do bairro de Vila Isabel, no Rio de Janeiro, começou a compor umas músicas que mudariam o jeito de se fazer samba e colocaria o gênero no gosto popular de vez. Noel Rosa só tinha vinte anos de idade em 1930, ano que ele compôs Com que Roupa, Feitiço da Vila e Palpite Infeliz. Além de músico inventivo, Noel era um excelente letrista, usando o cotidiano e o bom humor. Seus sambas inspiraram muitos sambistas que surgiam na época, principalmente aqueles que vinham dos morros e bairros mais pobres, e que se identificavam com aquela linguagem simples. Além dos já citados, também é de Noel Rosa clássicos como Gago Apaixonado, Fita Amarela e Conversa de Botequim. O sambista revolucionou o samba, mas não viveu suficiente para viver suas glórias. Ele faleceu aos 26 anos de idade, em 1936, vítima da tuberculose.

Sem Título – Carybé (1984)

Samba consolidado.

Entre as décadas de 1940 e 1950 o samba se estabeleceu como grande expressão popular. Bairros e comunidades se organizavam para criar escolas de samba, e cada uma tinha um grupo de compositores. Neste contexto surgem nomes como Cartola, Nelson Sargento, Nelson do Cavaquinho, Zé Keti, Lupicínio Rodrigues, Élton Medeiros e Adoniran Barbosa. Porém, esses sambistas todos acabam vivendo quase no anonimato, pois eram compositores, mas suas músicas ficavam conhecidas nas vozes de intérpretes como Orlando Silva e Nelson Gonçalves. Ainda assim, esse foi um período importantíssimo, de consolidação do samba. Estava tudo pronto para que mais uma revolução acontecesse.

Velho samba e bossa nova.

Considerado o inventor da bossa nova, com sua batida característica ao violão e o jeito de cantar baixinho, João Gilberto certa vez explicou que sempre quis aprender a tocar samba no violão, mas achava muito difícil. Foi então que escolheu, entre os diferentes acompanhamentos rítmicos, a levada do tamborim para executar na mão direita, enquanto, na mão esquerda, misturava acordes do samba com harmonias truncadas de jazz que ele também adorava. Pronto, surgiu a bossa nova! E não dá pra dizer que a bossa nova não é samba, porque é sim! Mas também é algo mais. É um samba sofisticado, contemporâneo. Tanto é que logo ganhou o mundo. Mas era coisa de jovem universitário, de classe média alta. No meio daquela playboyzada toda, foi uma garotinha tímida que se ligou que o samba de verdade não estava nas praias do Leblon, mas nos morros do centro da cidade.

Resgatando o samba.

Foi Nara Leão que se desgarrou do grupo e foi procurar os velhos sambistas. Em seu primeiro disco, ela não quis gravar as bossas de seus amigos, como Menescal e Carlos Lyra. Preferiu subir o morro e procurar os sambas de Cartola e Zé Kéti. Foi quando esses compositores começaram a ganhar notoriedade e reconhecimento. A turma da bossa nova era formadora de opinião e logo esses sambistas, que ali pelos anos 60, comecinho dos 70, até já estavam com certa idade, mas conseguiram usufruir dessa popularidade tardia. Foi quando, por exemplo, Cartola promovia grandes encontros em seu bar, o Zicartola, onde jovens compositores como Paulinho da Viola e Chico Buarque deram seus primeiros acordes. Depois de Nara Leão, outro nome fundamental para o samba foi João Carlos Botezelli, mais conhecido como Pelão. Pelão foi um produtor musical dos bons. Fã de boa música, quando ele viu Nara Leão e tantos outros jovens gravando os velhos mestres do samba, se perguntou por que diabos ninguém pensou em fazer com que eles próprios gravassem suas canções. Pelão foi responsável pelos discos clássicos de Adoniran Barbosa, Cartola e Nelson Cavaquinho interpretando seus próprios sambas, todos com mais de sessenta e tantos anos, com a voz cansada, mas com uma emoção incomparável!


Carnaval – Cândido Portinari (1960)

Samba regional.

A tendência é que a gente identifique o samba como uma manifestação tipicamente carioca. De fato, grande parte dos grandes expoentes do samba são do Rio de Janeiro. Mas o samba é brasileiro, e se manifesta em diferentes regiões do país, e cada região tem um tempero, uma peculiaridade. Para começar, podemos citar um dos maiores gênios do samba: Lupicínio Rodrigues. Nascido e criado em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Entre milongas e bugios, Lupicínio encontrou no samba a maneira de expressar seus amores e desilusões. Além de ter sido o criador do termo “dor de cotovelo”, ele compôs clássicos como Felicidade e Nervos de Aço. Já o paulistaníssimo Adoniran Barbosa criou um samba cosmopolita, urbano e até mesmo poliglota, versando em italiano e paulistanês. Já com influências das religiões de matrizes africanas e seus afoxés, a Bahia também sempre foi um expoente de bom samba, tendo como seu maior nome o inigualável Dorival Caymmi. Enfim, samba tem no Brasil inteiro, com diferente sotaques, mas sempre com muita qualidade.

Samba 90.

Apesar de não serem tão numerosos até os anos 70, grupos de samba sempre existiram. Desde O Bando da Lua, conjunto que acompanhava Carmem Miranda, até Os Originais do Samba, passando pelos Demônios da Garoa. Mas a partir dos anos 70 e 80 o sucesso do Trio Mocotó e do grupo Fundo de Quintal inspirou muitos jovens a formarem seus próprios grupos e também atiçou o faro das gravadoras. Nos anos 80 grupos como Raça Negra e Exaltasamba já davam suas primeira batucadas. E a coisa estourou mesmo nos anos 90, com uma enxurrada de grupos como Só pra Contrariar, Negritude Jr. Soweto, Art Popular e tantos outros. Fenômeno que ficou conhecido como pagode anos 90, e que faz sucesso até hoje. Não se trata exatamente de uma reinvenção do samba, mas sim uma modernização, dando ao gênero um verniz mais pop.

Carnaval em Madureira – Tarsila do Amaral (1924)

Samba de hoje.

Em 1975 Alcione já pedia pra não deixar o samba morrer. Até hoje seu pedido está sendo cumprido com êxito. A cada geração que surge, o samba é revisitado e repensado, se adaptando a novas linguagens e tecnologias, mas sem deixar o tradicionalismo pra trás. Enquanto nomes como Xande de Pilares e Mumuzinho levam adiante o samba de raiz, caras como Criolo e Marcelo D2 colocam o samba num caldeirão de rap, hip hop, soul e funk para trazer à tona grandes obras.  Em especial Marcelo D2 tem se mostrado um verdadeiro alquimista do samba. Em 2003 lançou o irretocável disco À Procura da Batida Perfeita, e desde então vem lançando trabalhos muito inspirados. Seu último disco, lançado em 2023, chamado Iboru é um disco de samba como há muito tempo não se via, uma mistura fina de tradição e contemporaneidade. O samba ainda vive, e não dá sinais de cansaço.

O samba é coisa nossa, é suco de Brasil, é música da nossa essência! E a Strip Me, que não é ruim da cabeça e nem doente do pé, ajuda no batuque e engrossa o coro de lerê lererê. Só no sapatinho, vamos fazendo várias camisetas, uma mais linda que a outra, inspiradas e referenciando o samba! Vem conferir no nosso site! São camisetas de música, cultura pop, arte, cinema, bebidas, brasilidades e muito mais! Na nossa loja você também fica sempre por dentro dos nossos lançamentos, que pintam toda semana!

Vai fundo!

Para ouvir: Claro, uma playlist no capricho com o melhor so samba de todos os tempos! Samba no pé top 10 Tracks.

Para assistir: Imperdível o documentário O Samba, lançado em 2015 e dirigido por Georges Gachot. O filme tem Martinho da Vila como protagonista. Ele conta histórias do samba e de sua própria carreira, enquanto apresenta ao expectador o bairro de Vila Isabel, terra de Noel Rosa e do próprio Martinho, além de mostrar bastidores da escola de samba da comunidade, por vários anos vencedora do carnaval carioca. 

Os 10 Mandamentos do Boteco.

Os 10 Mandamentos do Boteco.

Apesar de ultra democrático, o bom e velho boteco não é terra de ninguém. Há um código de conduta não escrito, mas que deve ser respeitado. Portanto, hoje a Strip Me apresenta os 10 Mandamentos do Boteco.

Bar, doce lar! Não há lugar onde o brasileiro se sinta mais em casa do que o bar. Aquele boteco gostoso, com mesas na rua, cerveja estupidamente gelada e garçom gente boa. Mais que um simples estabelecimento comercial, é uma instituição brasileira e patrimônio socio-cultural. O bar é a materialização da democracia, onde todo o tipo de gente conversa sobre todo o tipo de assunto com liberdade. Mas falando assim, parece que é um lugar com certa pompa e circunstância. Mas é nada! É um lugar despojado e agradável que você pode ir de bermuda e chinelo ou de roupa social, que ninguém vai te julgar.

Mas não pense você que essa liberdade e despojamento fazem do boteco um lugar ao deus dará, uma terra de ninguém. Justamente por essa aura livre, não tem uma regra escrita de como agir e o que não fazer no bar. Mas claro que há um código de conduta, um decálogo de mandamentos a serem seguidos. Algo que está no consciente coletivo e que todo mundo meio que sabe, sem saber direito de onde aprendeu. Para exaltar a chegada desse calorão, o mês da Oktoberfest e simplesmente porque nós amamos um bom papo na mesa do bar, a Strip Me traz Os Dez Mandamentos do Boteco.

1. O que acontece no bar, fica no bar.

É meio que como as regras do Clube da Luta. A mesa do bar tem ares de confessionário, e o álcool tende a fazer com que as pessoas se tornem cada vez mais sinceras, além de ser um combustível muito eficiente para transformar pessoas comuns em hábeis dançarinos. Mas isso tudo não precisa ser motivo de buchicho ou chacota durante o cafezinho na segunda feira de manhã na empresa.

2. Serás cliente fiel de pelo menos um bar na cidade onde moras.

Olha, uma das características básicas do boteco é a boa convivência. E a boa convivência é algo que se constrói ao longo do tempo. Por isso, é muito importante você eleger em sua cidade o seu bar favorito, e frequenta-lo periodicamente, saber o nome do dono do bar, de pelo menos um dos garçons e etc. Isso te impede de ir a outros bares? Claro que não! Mas é sempre bom ter um porto seguro, onde você tem certeza que a cerveja estará gelada e que você não vai precisar pedir pra trocar a tulipa pelo copo americano.

3. Conversarás com o garçom além do essencial.

Esse negócio de falar somente o essencial é que com o motorista do busão. No bar, você tem total liberdade para pedir opinião do garçom não só sobre qual a porção mais apetitosa, mas também sobre o desempenho do time que vai jogar nos dias vindouros e até mesmo pedir conselhos amorosos. Garçons são sempre pessoas sábias e merecem ser ouvidas.

4. Não deixarás a cerveja esquentar no copo.

Não caia em conversa furada de falsos profetas, que teimam em levar etiqueta e melindres para a mesa de bar. Há quem diga que é indelicado colocar cerveja no copo de outra pessoa, sem que ela peça. Besteira! No bar, não se deixa a cerveja esquentar! Completar um copo que está com menos da metade é um favor que você faz àquele amigo que bebe mais devagar. Aquele golinho no fundo do copo pode rapidamente esquentar, tornando-se pouco atrativo ao paladar. Ao completar o copo com cerveja gelada, você restitui o equilíbrio da mesa.

5. Pedirás um petisco.

Nem que seja um amendoim. Mas um tira gosto é essencial para manter a mesa do bar funcionando perfeitamente, além de prolongar a qualidade da conversa ali desenvolvida. Afinal, todo mundo sabe que beber de barriga vazia faz com que o álcool faça efeito mais rápido. Para não começar a enrolar as palavras logo na quinta ou sexta garrafa, uma boa porção é fundamental. De preferência alguma fritura, como um belo torresmo, que ajudará a metabolizar o álcool no seu organismo. Além disso, tal ato vai colaborar com a arrecadação do bar, permitindo que ele se mantenha aberto e funcionando bem.

6. Saberás pedir cerveja gelada por diferentes expressões.

Não só por uma questão de entretenimento e diversão, mas também para evitar a monotonia da repetição da mesma frase muitas vezes na mesma noite, é importante que o frequentador do boteco tenha um bom vocabulário de expressões para chamar aquela cerveja gelada. “Vê uma trincando.” ”Me traz uma canela de pedreiro!” “Traz aquela com o véu de noiva.”  “Desce aquela tirada do cu da foca.” E por aí vai. O mesmo vale para a maneira como você se refere ao garçom. Amigão, doutor, mestre, consagrado, professor, meu querido, comandante…

7. Conversarás sobre todos os assuntos.

No bar é muito importante que você converse sobre todos os assuntos possíveis. Mesmo que você não entenda nada sobre o assunto em curso na mesa, opine, mostre-se curioso e tente aprender alguma coisa. Veja bem, não confunda a mesa do bar com um palanque ou uma sala de aula. Ninguém gosta de um palestrinha. Mas é sempre bom ter conversas leves e descomprometidas sobre os mais variados assuntos. O importante é não ficar a noite toda com a cara enfiada no celular só porque você não viu o último filme do Scorsese ou não liga a mínima que a Sandy é a mais nova divorciada da praça.

8. Não brigarás.

Esse é tão óbvio que não precisava nem ser dito, né? Até porque sair na mão é um troço muito demodê, é cafonérrimo, muito anos 90. Hoje em dia ninguém resolve mais nada brigando. Além disso, derruba o clima do bar, deixa todo mundo tenso, enquanto estão todos ali pra relaxar e curtir. Pra piorar, uma briga pode causar danos materiais ao bar e deixa-lo com fama de lugar mau frequentado. Portanto, se quiser brigar, não vá pro bar, vá pro Twitter.

9. Pedirás a saideira antes da conta.

Certas tradições são inquebráveis! Essa é uma delas. Todo mundo na mesa concorda que a conversa está boa, mas está ficando tarde, já comeram e beberam o suficiente e tal? Tudo bem. Então é hora de pedir a conta. Mas é absolutamente necessário manter o decoro e fazer como manda o figurino dizendo: “Campeão, traz pra gente a saideira e a conta faz favor!” A saideira é a responsável pelo brinde de despedida e por deixar o inebriante gostinho de quero mais, que fará com que todos na mesa aguardem ansiosamente pelo próximo fim de semana.

10. Se for embora antes dos demais, pedirás a parcial e pagarás sua parte.

Outro mandamento que nem precisava ser dito, de tão óbvio e ululante. Mas é sempre bom reforçar, porque sempre tem um espertinho que toma uma caixa de cerveja, joga trinta reais na mesa e vai embora de fininho. Ora, o fiel frequentador do boteco jamais faz isso. Se precisa ir embora antes dos demais da mesa, ele pede uma parcial, faz a divisão e paga sua parte. Assim, mantém todo um equilíbrio entre os presentes na mesa que ficarão até o final, além de fortalecer os vínculos de confiança e amizade.

Eu ouvi um amém? 10 Mandamentos desses é pra glorificar de pé, de preferência, com copo em riste, pronto pra brindar! O boteco é esse poço de brasilidade, lugar de barulho, diversão e arte, de diversidade, liberdade e democracia! Um lugar que a Strip Me leva no coração e se inspira para elaborar as mais lindas e descoladas camisetas de bebidas, mas também de cultura pop, onde o boteco está mais que inserido, aliás. E tem ainda as camisetas de arte, cinema, música, games e muito mais. Na nossa loja você confere tudo isso e ainda fica por dentro de todos os nossos lançamentos, que pintam por lá toda semana!

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist digna de um fiel botequeiro! Bar, doce lar Top 10 tracks.

Para assistir: Recomendadíssimo o documentário sobre um dos grandes cantores de todos os tempos no Brasil: Cauby Peixoto. O filme Cauby: Começaria Tudo Outra Vez foi lançado em 2015 e dirigido por Nelson Hoineff. E o que um doc sobre o Cauby Peixoto tem a ver com o tema do texto? Ora, o Cauby fez sua fama e até seus últimos dias de vida se apresentou no bar mais famoso de São Paulo, o Bar Brahma! E, além disso, o Cauby tem uma história incrível que merece ser conhecida.

A Lista de Spielberg – Os 10 melhores filmes do diretor.

A Lista de Spielberg – Os 10 melhores filmes do diretor.

Perto de completar 77 anos de idade, Steven Spielberg é considerado um dos mais revolucionários cineastas da história! Para homenagear essa lenda, a Strip Me apresenta uma lista com os 10 melhores filmes do diretor.

Quando a série Stranger Things foi lançada, lá em 2016, deu pra sacar de imediato que seria um sucesso retumbante. Toda a estética oitentista, mesclando suspense e aventura, com crianças como protagonistas, remetia imediatamente a filmes como E.T., Contatos Imediatos de Terceiro Grau, Gremlins e Os Goonies. Os dois primeiros dirigidos por Spielberg e os outros dois produzidos por ele. O roteiro referenciando Stephen King foi a cereja no bolo. Não tinha como dar errado. Spielberg elaborou a fórmula perfeita para contar histórias envolventes que fascinam crianças, jovens e adultos. Seus filmes encantaram gerações, e Stranger Things fez o mesmo com os jovens de hoje em dia. Entre filmes que dirigiu e produziu, são mais de 40 títulos. A imensa maioria, filmes ótimos! Com uma linguagem pop deliciosa e essa mistura de aventura, suspense e comédia juvenil, e em outros momentos dramas impactantes e inspiradores, Steven Spielberg deixa uma marca profunda no cinema mundial. Uma obra a ser celebrada!

Nossa maneira de homenagear esse monstro sagrado da sétima arte, é fazer uma lista com os 10 melhores filmes de sua carreira como diretor. Uma tarefa árdua e muito conflituosa, e que certamente vai gerar muita polêmica e questionamentos tanto quanto às escolhas, como quanto à posição de cada filme na lista. Vale lembrar que o décimo colocado está longe de ser o pior filme do cineasta, pois, estamos selecionando 10 entre uma filmografia de mais de 40 filmes. E, além do mais, a Strip Me é como um bom personagem dos filmes de Spielberg, que ri na cara do perigo. Então se liga na nossa lista.

10 Prenda-me Se For Capaz (2002)

Olha só. Para se ter ideia de que tipo de artista estamos lidando aqui. O décimo colocado da lista é um filme irrepreensível! Um baita roteiro bom, direção espetacular e Leonardo DiCaprio e Tom Hanks mandando ver em atuações excelentes! O filme é divertidíssimo, baseado em fatos reais. De certa forma, foi uma volta por cima do diretor, voltando às suas raízes de se focar numa boa história. Ele vinha de dois filmes que não foram assim tão bem sucedidos, apesar de serem bons: A.I. (2001) e Minority Report (2002). Depois de Prenda-me Se For Capaz, ele emendou uma sequência de ótimos filmes: O Terminal (2004) Guerra dos Mundos (2005) e Munique (2005).

9 Contatos Imediatos de Terceiro Grau (1977)

Depois do sucesso enorme de Tubarão (1975), Spielberg tinha carta branca para fazer o que quisesse. Foi então que ele concebeu um verdadeiro clássico, abordando uma de suas paixões: ficção científica e extraterrestres. Contatos Imediatos de Terceiro Grau marcou uma nova era no cinema, ao retratar de forma muito direta e com muitos efeitos especiais, a chegada de alienígenas na terra. Contatos Imediatos de Terceiro Grau está para os filmes de alienígenas como O Poderoso Chefão para os filmes de máfia.

8 A Cor Púrpura (1985)

Aqui Spielberg mostrou maturidade e competência invejáveis. Com uma fotografia belíssima um roteiro denso, mas brilhante, o diretor conta com maestria parte da história dos Estados Unidos através da vida de uma mulher negra do sul do país do início do século XX. Whoopi Goldberg e Danny Glover entregam atuações impressionantes. A Cor Púrpura marca também a incursão de Spielberg nos filmes de época e dramas pessoais, que ele tão bem exploraria cada vez mais no futuro.

7 Indiana Jones e a Última Cruzada (1989)

Antes de mais nada, precisamos dizer que o certo seria também incluir os dois filmes anteriores do arqueólogo mais casca grossa do mundo. Mas iria comprometer muito a lista. Também não seria justo colocar na lista todos os filmes da franquia num mesmo tópico, já que os dois últimos filmes são decepcionantes, para dizer o mínimo. Mas falemos do que é bom. Indiana Jones é um dos personagens mais emblemáticos e carismáticos da história do cinema. Ele foi criado por Spielberg e George Lucas, mas foi o primeiro quem mais se envolveu no projeto e dirigiu todos os filmes. O primeiro, Os Caçadores da Arca Perdida (1981) é tão bom que tem uma de suas cenas parodiada frequentemente, a cena em que Indiana corre de uma bola de rocha gigante. O segundo, No Templo da Perdição (1984), é igualmente divertidíssimo e traz a marcante cena do banquete com cérebro de macaco. Mas é em A Última Cruzada que temos o filme mais bem acabado e bem escrito do herói. E, nada mais justo do que Indiana Jones ter seu pai interpretado pelo cara que encarnou pela primeira vez ninguém menos que Bond, James Bond.

6 O Resgate do Soldado Ryan (1998)

5 anos após uma imersão brutal na invasão nazista na Polônia, Spielberg retorna ao tema Segunda Guerra Mundial, mas desta vez retratando campos de batalha e o fatídico 6 de junho de 1944. O desembarque dos Aliados na Normandia, que ficou conhecido como O Dia D, um levante que foi decisivo para o fim da guerra. A cena inicial do filme já é de arrepiar, mostrando o tempestuoso desembarque das tropas, em meio a tiros e bombas, com uma fotografia e edição brilhantes! O filme tem cenas de ação empolgantes, mas também conta com um roteiro bem trabalhado. Protagonizado por Tom Hanks, parceiro de longa data de Spielberg, O Resgate do Soldado Ryan certamente foi preponderante para Hanks produzir no futuro a excelente série Band of Brothers.

5 Jurassic Park (1993)

Bem vindos ao Top 5, bem vindos ao parque dos dinossauros! Tá legal, se a gente for analisar certinho, na sua essência Jurassic Park não traz nada de novo. Lembra muito o enredo de King Kong, clássico de 1933. Mas a real é que Spielberg foi genial ao criar o Jurassic Park, tanto no quesito cinema, ao trazer efeitos especiais moderníssimos para época, mas também em termos de timing mercadológico. A cratera de Chicxulub, na península de Yucatán, México, foi descoberta em 1978 e a teoria do impacto de um meteoro ter sido responsável pela extinção dos dinossauros só foi amplamente aceita pela classe científica em meados da década de 80. O tema dinossauro estava na moda e o livro de Michael Crichton, Jurassic Park, chamou a atenção de Spielberg, que logo comprou os direitos e o adaptou para o cinema. Desde então dinossauros se tornaram verdadeiros ícones pop, além de brinquedos que até hoje encantam as crianças. 

4 Tubarão (1975)

Tubarão foi o primeiro grande êxito de Spielberg. O filme arrecadou aproximadamente 470 milhões de dólares, um número impensável à época, sendo que o filme custou 9 milhões para ser feito. Este valor só foi batido dois anos depois por Star Wars. Adaptado de um livro com o mesmo título, o filme é um suspense primoroso! Os muitos problemas técnicos durante as filmagens com o tubarão mecânico, fizeram com que algumas cenas se tornassem ainda mais angustiantes, ao sugerir a presença do predador, mas sem de fato mostrá-lo. Spielberg dirige este filme com maestria. O longa também marca o início da parceria com John Williams, que compôs o tema de Tubarão e, sem sombra de dúvida, fez a trilha sonora tensa e minimalista se tornar clássica!

3 E.T. – O Extraterrestre

Spielberg já mostrara em Contatos Imediatos de Terceiro Grau que entendia de filmes de ficção científica e alienígenas. E se Contatos Imediatos… foi um divisor de águas para o gênero, E.T. acabou sendo realmente revolucionário. Com efeitos especiais encantadores e um roteiro irretocável, o diretor concebeu uma de suas obras mais marcantes.O longa mescla momentos de drama, comédia e aventura, tudo amarrado por uma trama que fala essencialmente de amizade e empatia. Isso tudo torna E.T. um filme atemporal e irresistível. Recebeu nove indicações ao Oscar e ganhou 4, incluindo melhor trilha sonora, pelo belíssimo tema escrito por John Williams. Ah, sim, foi o filme que revelou para o mundo a carismática Drew Barrymore.

2 Império do Sol (1987)

Império do Sol não é dos filmes mais lembrados de Spielberg, mas é um colosso! Um filme épico, emocionante e esteticamente lindo! Teve 6 indicações ao Oscar, mas acabou não levando nenhuma estatueta. O filme conta a história de um garoto inglês vivendo com a família na China, e que se perde dos pais durante a invasão dos japoneses na Segunda Guerra Mundial. O garoto em questão é interpretado por Christian Bale, então com 12 anos de idade e estreando no cinema. E sua atuação é arrasadora. Apesar das indicações ao Oscar, os críticos malharam o filme na época, o taxando de sentimental e fantasioso, ao retratar um momento histórico tão sombrio com leveza até demais. Ainda assim, trata-se de um filme brilhante! Uma história emocionante, um protagonista cativante e, pra variar, uma trilha sonora de arrepiar de John Williams.

1 A Lista de Schindler (1993)

Spielberg vem de uma família de judeus e sempre foi muito ligado à religião e sua história. Talvez até por isso, sua primeira empreitada ao retratar a Segunda Guerra Mundial se deu pelo lado dos japoneses, em Império do Sol. Foi uma jogada esperta do diretor. Império do Sol lhe deu a expertise necessária e a percepção de que em determinados momentos não é preciso economizar na tinta ao pintar momentos sombrios e desesperadores. E a história verídica do empresário Oskar Schindler lhe caiu como uma luva para que ele finalmente retratasse o Holocausto com o devido respeito e exaltar a forca de seu povo. Tudo nesse filme funciona muito bem. Esteticamente, sendo filmado todo em preto e branco, é muito elegante e sóbrio, o roteiro é irrepreensível, as atuações de Liam Neeson e Ralph Fiennes são ótimas e, claro, a sempre presente e brilhante trilha sonora de John Williams. A Lista de Schindler foi indicado a nada menos que 12 categorias do Oscar e venceu 7, entre elas, Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Roteiro Adaptado. É um filme monumental, um retrato fidedigno dos horrores do nazismo e uma obra indispensável.

Mas olha, a obra de Steven Spielberg é muito maior do que esses 10 filmes. Faltou falar do bonito Além da Eternidade (1989), o encantador Hook: A Volta do Capitão Gancho (1991), o emocionante Amistad (1997), o divertido As Aventuras de Tintin (2011), o inspirador Lincoln (2012), o ambicioso Ponte dos Espiões (2015) e o excelente The Post: A Guerra Secreta (2017). Isso sem falar nos clássicos que ele colaborou como produtor e consultor, como a trilogia De Volta para o Futuro, Os Goonies, Gremlins, Te Pego Lá Fora, Uma Cilada para Roger Rabbit, a franquia MIB: Homens de Preto, A Casa Monstro e muito mais. O homem é uma máquina de fazer blockbuster!

Um cineasta com um currículo desse, não há o que possamos fazer senão reverenciar e prestar homenagens! A  obra de Steven Spielberg ajudou a formatar a personalidade e os gostos de gerações de jovens desde os anos 70 até hoje. Por isso, claro que ele é figurinha carimbada entre aqueles que inspiram a Strip Me a estar sempre produzindo camisetas lindas e originais, onde, vira e mexe, alguns de seus filmes são referenciados. Pra conferir é só acessar a nossa loja e dar uma geral na coleção de camisetas de cinema, e também nas coleções de música, arte, cultura pop, games e muito mais. No nosso site você também fica por dentro dos nossos mais recentes lançamentos, que pintam por lá toda semana. 

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist no capricho com músicas que marcaram os principais filmes de Steven Spielberg. Spielberg top 10 Tracks.

10 frases inesquecíveis do cinema.

10 frases inesquecíveis do cinema.

Para mais um texto saboroso sobre grandes filmes, a Strip Me selecionou e deu uma geral em 10 frases memoráveis do cinema.

“A vida passa rápido demais. Se você não parar pra curtir de vez em quando, ela passa e você nem vê.” “Carpe diem! Aproveitem o dia, rapazes, façam de suas vidas algo extraordinário!˜ Duas frases que tem o mesmo significado, que são facilmente encontradas em diversas mensagens motivacionais e ambas foram extraídas de filmes. O curioso é que são frases de dois filmes completamente distintos (Curtindo a Vida Adoidado e Sociedade dos Poetas Mortos respectivamente). Mas são frases tão fortes e impactantes, ditas em cenas tão marcantes, que transcendem seu contexto original e se tornam um ícone pop tão forte quanto os óculos redondos de John Lennon ou uma imagem do Mestre Yoda. Só mesmo a magia do cinema para fazer com que uma simples frase tenha tanto peso e significado quanto uma imagem, que, teoricamente, pode valer mais do mil palavras.

Hoje estamos aqui para subverter essa máxima, de que uma imagem vale mais que mil palavras. Vamos mostrar que uma simples frase, com poucas palavras, vai te remeter a mais que uma imagem, mas a uma cena inteira, a um filme desses que a gente não cansa de rever. Filmes dos quais algumas falas são repetidas em conversas de bar e citadas em propagandas e em outros filmes. Aqui estão 10 das frases mais marcantes da história do cinema.

The first rule of Fight Club is: you do not talk about the Fight Club.

Se você sabe qual é a segunda regra do Clube da Luta, certamente está revendo em sua mente a cena em que Brad Pitt está no meio de um círculo de homens explicando os conceitos envolvendo a reunião daquele grupo. Clube da Luta é um dos filmes mais revolucionários da década de 90. Leva a assinatura do excelente diretor David Fincher e apresenta uma das melhores atuações da carreira de Edward Norton. Lançado em 1999, ele só não concorreu ao Oscar porque a concorrência era feroz. Para se ter ideia, naquele ano foram lançados Beleza Americana, O Informante, A Espera de Um Milagre, Magnólia, Garota Interrompida, Quero Ser John Malkovich, O Sexto Sentido, Meninos não Choram, O Talentoso Ripley e Tudo Sobre Minha Mãe. De qualquer forma, Clube da Luta é um marco no cinema e na cultura pop, e a primeira regra de Tyler Durden vem sendo quebrada desde então.

I love the smell of napalm in the morning.

Eis um dos filmes mais emblemáticos da história do cinema. Ninguém retratou a guerra do Vietnã com tanta intensidade quanto Francis Ford Coppola em Apocalypse Now. Tudo nesse filme é marcante, se tornou icônico e referência. A desoladora trilha sonora com The End, dos Doors, a revoada de helicópteros ao som de A Cavalgada das Valquírias, de Wagner e a atuação impressionante de Marlon Brando como Coronel Kurtz. Apocalypse Now foi lançado em 1979 e se tornou a base para todos os filmes sobre a guerra que vieram depois, incluindo os clássicos Full Metal Jacket e Platoon. E a quantidade de vezes que a frase dita pelo personagem de Robert Duvall foi repetida e parodiada na história da cultura pop é incontável. Nada mais justo, sendo uma frase vinda de um verdadeiro clássico.

Toto, I think we’re not in Kansas anymore.

E por falar em clássico, aqui está mais um. Um filme tão importante que transcendeu o cinema. Não só algumas de suas falas se tornaram emblemáticas, como o filme em si ganhou novas interpretações e ao ser irremediavelmente vinculado ao clássico disco do Pink Floyd, The Dark Side of the Moon. O Mágico de Oz é um dos filmes mais importantes do cinema mundial. Foi lançado em 1939 e só não é considerado a obra prima do diretor Victor Fleming, porque ele tem no currículo E O Vento Levou. Mas é o filme que revelou a atriz Judy Garland para o mundo e nos deu uma frase deliciosa de ser dita em qualquer situação de mudança.

Say hello to my little friend.

Independente do roteiro, da direção e etc, alguns filmes são o que são simplesmente por contarem com o ator certo no papel ideal. Scarface é um filme ótimo. Tem um bom roteiro, Brian de Palma manda super bem na direção e tal… Mas é indiscutível que ele se tornou um clássico do cinema por conta de Tony Montana, o personagem ao qual Al Pacino brilhantemente deu vida. Tony Montana é carismático e imprevisível, um personagem complexo, com profundidade, muito bem construído. E Al Pacino… bom, é o Al Pacino, um dos melhores atores de todos os tempos, e arrebenta tudo atuando neste filme. E a sequência final de Scarface (olha o spoiler, gente!) é uma das mais parodiadas em filmes envolvendo crime e tráfico de drogas! Afinal, uma cena com uma escrivaninha de escritório abarrotada de cocaína e um porto-riquenho alucinado com uma metralhadora nas mãos não tem como dar errado!

Does he look like a bitch?

Já que estamos falando de filmes sobre crimes, vamos falar de um dos melhores filmes dos últimos 30 anos, e que é um verdadeiro compêndio de ótimas frases. Aprendemos que o quarteirão com queijo em Paris se chama royale with cheese, a diferença entre uma motocicleta e uma chopper, que um milkshake pode custar 5 dólares e ser delicioso… tudo isso em diálogos inacreditavelmente bons! Pulp Fiction, a obra máxima de Quentin Tarantino, é um amontoado de referências pop que extrapolaram as telas de cinema. Mas a sequência inicial de Jules e Vincent é, literalmente, matadora! Dali temos frases memoráveis de Jules como “Say ‘what’ again! I dare you, I double dare you, motherfucker! Say ‘what’ one more godamm’ time!” Ou ainda, após atirar no rapaz no sofá, dizer “I’m sorry, did I break your concentration? I didn’t mean to do that. Please, continue, you were saying something about best intentions.” Mas nada se compara à simples e direta questão sobre Marcellus Wallace: “Does he look like a bitch?”

You talking to me?

Assim como Tony Montana em Scarface, Taxi Driver, um dos melhores filmes de Martin Scorsese, não seria metade do que é se não fosse a interpretação visceral e arrebatadora de Robert De Niro, dando vida ao protagonista Travis Bickle. A diferença é que Taxi Driver, além do brilhantismo de De Niro, conta com um roteiro monumental. O monólogo do Bickle ao dirigir seu taxi durante a noite é assombroso. Ao longo do filme, assistimos a evolução da loucura no personagem, que culmina na brilhante e mais do que referenciada cena de Travis diante do espelho, arma em punho, apontando para si mesmo. Junto com a cena do chuveiro, de Psicose, talvez essa seja a cena mais parodiada no cinema. E não é para menos. Taxi Driver é um monumento de filme.

Here`s Johnny!

E quando o assunto é maluco no cinema, logo vem à mente a cena de um buraco numa porta, aberto por um machado, e a cara ensandecida de Jack Nicholson preenchendo o buraco. O Iluminado é um desses filmes inesquecíveis, pertencente ao hall de filmes clássicos da história do cinema. É uma das melhores obras de Stanley Kubrick, que, por sua vez, adaptou para o cinema o genial livro de Stephen King. O filme todo é uma obra de arte. O roteiro é excelente, a fotografia e a direção de Kubrick são uma verdadeira aula de cinema e as atuações de Jack Nicholson e Shelley Duvall são irretocáveis! Enfim, um clássico incontestável!

Run, Forrest, run!

Quem nunca viu um amigo sair correndo por qualquer motivo e gritou “Run, Forrest, run!”, que atire o primeiro bombom de chocolate! Forrest Gump figura entre os melhores filmes dos anos 90, quiçá de todos os tempos. Além da magistral atuação de Tom Hanks, trata-se de um filme dirigido por Robert Zemeckis e escrito por Eric Roth. É um verdadeiro, épico, um roteiro primoroso! Como tal, claro que rolam várias outras frases emblemáticas ao longo do filme, como a clássica “A vida é como uma caixa de bombons, você nunca sabe o que vai encontrar.” Um filme tão bom, mas tão bom, que quem ainda não viu, precisa sair correndo pra ir assistir!

Roads? To where we’re going we don’t need roads!

Impossível ler ou ouvir essa frase e, em seguida, não pensar na música grandiosa de Alan Slvestri! Essa é uma das frases mais famosas do cinema, nem tanto por ser repetida por aí à exaustão. Mas sim por encerrar com perfeição um filme… perfeito! De Volta Para o Futuro é uma obra prima, também muito conhecido por frases como “Great Scott!” ou “What the hell is a gigawatt?” Mais uma vez, uma obra irretocável de Robert Zemeckis, mas desta vez com roteiro de Bob Gale e produção de Steven Spielberg. Os três filmes da franquia são maravilhosos, mas o primeiro é realmente especial. O roteiro não tem uma pontinha solta sequer, os diálogos são deliciosos, a direção é incrível os personagens e as atuações são irretocáveis! Um filme que marcou gerações, que acabaram descobrindo que diabos é um gigawatt e, desde então, sonham com um futuro onde os carros sejam movidos a lixo reciclável e não precisem de ruas.

I’m gonna make him an offer he can’t refuse.

Para fechar a lista com chave de ouro, uma das muitas frases do filme que sempre figura entre os cinco melhores filmes já feitos de todos os tempos em qualquer lista que se preze. O Poderoso Chefão é inigualável em tudo! Direção, roteiro, fotografia, atuações, trilha sonora… e frases maravilhosas! Em que outro filme você veria um gângster dizer para o outro: “Leave the gun, take the cannoli.”? Sem falar no monumental diálogo de abertura do filme. Olha, é uma obra tão grandiosa, que deve ser até pecado a gente falar dele assim, de forma tão passageira. Assim como De Volta para o Futuro, os três filmes da franquia são ótimos, mas o primeiro tem esse frescor, esse magnetismo, que faz com que você o reveja inúmeras vezes e não se canse. É o ponto de partida para todos os filmes de máfia que vieram depois.

Menção honrosa

Falamos de dez filmes clássicos do cinema mundial, mas não podemos esquecer que o bom e velho cinema tupiniquim também tem muito filme bom e concebeu algumas frases muito marcantes. A começar por Tropa de Elite, que traz consigo um caminhão de frases clássicas, como “Tira essa farda, que você não é caveira, você é moleque!” “Pede pra sair!” E tantas outras. Na mesma onda, tem o excelente Cidade de Deus e a emblemática fala “Dadinho é o caralho! Meu nome agora é Zé Pequeno, porra!” Na comédia, temos o inesquecível Xicó d’O Auto da Compadecida e a indefectível frase “Não sei, só sei que foi assim.” Isso sem falar nas chanchadas dos anos 70 e 80, de gosto duvidoso, mas que renderam pelo menos dois momentos memoráveis e dignos de virar meme. Primeiro é uma cena do filme Os Sete Gatinhos, de 1980, onde o personagem de Lima Duarte, revoltadíssimo, brada: “Eu quero saber quem foi que desenhou caralhinhos voadores na parede do banheiro!” Mas a melhor é a frase do Rei Pelé no filme Os Trombadinhas, de 1979. Quando uma garota pergunta ao craque se ele é o Pelé, ele retruca: “Não, eu sou o Jô Soares, sua piranha!”

Ah, nada como um post leve e divertido como este, para celebrar todo o nosso amor pelo cinema. Não é à toa que o lema da Strip Me é barulho, diversão e arte! Pois o cinema nos proporciona isso tudo e muito mais! Nos dá inspiração para criarmos camisetas com estampas lindas, super descoladas e com muitas referências aos filmes que nós tanto amamos! Confere no nosso site a coleção de camisetas de cinema, e aproveita pra dar uma olhada nas camisetas de música, arte, cultura pop, games, e muito mais. Lá você também fica por dentro de todos os nossos lançamentos, que pintam toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist com melhores músicas das trilhas sonoras dos filmes citados neste post! Frases de Cinema Top 10 Tracks. 

10 Séries Memoráveis da HBO.

10 Séries Memoráveis da HBO.

Desde que se meteu a produzir séries nos anos 90, o canal HBO praticamente não errou a mão. Em meio a tanta série boa, a Strip Me selecionou as melhores pra você maratonar.

Para qualquer marca, um bom slogan é fundamental. Mas são poucas as que conseguem um slogan excelente, daqueles que, não só te remete ä marca de cara, mas que define a marca com exatidão. Da verdadeira maionese ao energético que te dá asas, sem esquecer, é claro, do barulho, diversão e arte, um grande slogan define uma marca por completo em poucas palavras. Certamente um dos slogans mais assertivos e brilhantes é o do canal de TV à cabo/produtora/canal de streaming HBO. “It’s not TV. It’s HBO.” O slogan é forte e preciso. Desde que se meteu a produzir séries, a HBO apresentou produtos com uma carga dramática, intensidade e qualidade visual que transcendem as séries de TV produzidas até meados dos anos 90, para alcançar um nível artístico bem mais alto, comparável aos grandes filmes do cinema. A primeira série que a HBO produziu foi Oz, em 1997. De lá pra cá, são dezenas de séries memoráveis com o selo HBO de qualidade. Garantia de que, mesmo sendo uma série de TV, não haverá economia ou pudor ao demonstrar violência e sexo ou proferir palavrões. O que torna tudo mais realista e intenso.

Entre tanta coisa boa, não é nada fácil selecionar 10 séries. Por isso, para essa lista, escolhemos as obras mais marcantes e emblemáticas. Lógico que ficou muita coisa de fora. Ficou de fora, por exemplo, Curb Your Enthusiasm, escrita e protagonizada pelo genial Larry David (co-autor de Seinfeld). Falando em Seinfeld, também não entrou a ótima Veep, protagonizada pela Julia Louis-Dreyfus. Ainda na onda da comédia, mas explorando outros caminhos, esbarrando no drama, tem a brilhante Six Feet Under, que também é excelente e também não está na lista. Sem falar de Big Little Lies, Euphoria, The Deuce, Westworld, The Leftovers e mais uma porrada de séries ótimas lançadas na última década. A HBO não pára de surpreender a gente com produções caprichadas. Para facilitar um pouco a nossa vida, elencamos as 10 séries escolhidas em ordem cronológica. Dessa forma fica mais nítido entender como o canal vem evoluindo exponencialmente, com produções cada vez melhores. Além disso, vaticinar que uma série é melhor que a outra é complicado, pois envolvem várias variáveis. Por exemplo, não dá pra comparar Sopranos com Succession ou Sex and the City com True Detectives. São mundos muito distantes, linguagens diferentes, não dá pra comparar. Se já deu trabalho selecionar esses 10 títulos, imagina ranquea-os entre melhores e piores…

Oz (1997 – 2003)

Essa foi a primeira produção da HBO. Uma estreia e tanto. Ainda que irregular, as primeiras temporadas são irretocáveis! Não é exagero dizer que a HBO começava um novo jeito de fazer TV. Retratando o dia a dia de uma penitenciária e seus detentos, Oz entrega um texto excelente, fotografia e edição muito competentes e atuações memoráveis de Ernie Hudson, Lee Tergesen, J.K. Simmons e Harold Perrineau, além, é claro de muita violência, nudez e palavrões, que se tornariam uma das marcas das produções da HBO.

Sex and the City (1998 – 2004)

Para equilibrar o excesso de testosterona de um bando de brucutus se estranhando na cadeia, Sex and the City  trouxe à tona o mundo feminino, como nunca antes havia sido retratado na televisão! De bobinha ou água com açúcar a série não tem nada! Pelo contrário. O roteiro é ótimo, com diálogos espirituosos e, por vezes, bem profundos. Depois que a série foi lançada, não faltam grupos de amigas que se identificam e se inspiram nas personagens vividas pelas atrizes Sarah Jessica Parker, Kim Cattrall, Kristin Davis e Cynthia Nixon. Além da qualidade da obra como um todo, Sex and the City foi fundamental para pavimentar a estrada para muitas outras séries protagonizadas por mulheres e com um olhar feminino, como Gilmore Girls, por exemplo.

The Sopranos (1999 – 2004)

Foi com Sopranos que a HBO se estabeleceu como uma grande produtora de séries para a TV. Até então não havia nada parecido com os Sopranos. Uma série absolutamente mundana, realista e muito, mas muito bem feita! O texto é genial! Equilibrado, com humor, ação e drama, sem falar nas inúmeras e deliciosas referências aos clássicos filmes de máfia, o texto da série é impecável. Além disso, é uma série sobre relações familiares, acima de tudo, o que torna tudo mais interessante e complexo. Aqui a HBO alcançou nível de qualidade até então inatingível para programas de televisão.

Band of Brothers (2001)

Tecnicamente, Band of Brothers não é uma série, mas sim uma minissérie. Talvez nem deveria figurar nessa lista. Mas… está aqui porque é realmente uma das produções mais bem sucedidas e impactantes da história da TV. Além de brilhante, a série carregou até 2010 o título de produção mais cara da TV, tendo custado aproximadamente 125 milhões de dólares. Mas, olha, valeu cada centavo. A obra contou com Tom Hanks e Steven Spielberg como co-produtores e conta a história real da Companhia “Easy”, 2º Batalhão, 506.º Regimento de Infantaria Paraquedista dos Estados Unidos, que teve atuação notável na Alemanha e no Japão durante a Segunda Guerra Mundial. Esteticamente, a série é inacreditável de tão boa. O texto também é excelente e a cereja no bolo são os depoimentos dos reais personagens, relembrando cada situação. Uma obra realmente inigualável.

The Wire (2002 – 2008)

The Wire é uma série tão impactante e cheia de camadas, que chega a ser difícil descreve-la. Talvez seja a obra mais completa da HBO, por reunir um roteiro muito bem escrito e sem pontas soltas, ter uma carga dramática na medida certa e ser tão realista a ponto de ter cara de documentário. A série aborda o tráfico de drogas na cidade de Baltimore. O que torna The Wire tão incrível é que ela consegue abordar com profundidade todos os lados da situação, retratando o cotidiano dos policias, dos traficantes, dos políticos, dos usuários e da sociedade civil. Justamente por essa abordagem, a série não tem protagonista, apresentando várias histórias simultaneamente, o que acaba colocando a cidade de Baltimore como a real protagonista da série. Uma obra realmente brilhante e digna de ser maratonada. 

Game of Thrones (2011 – 2019)

Aqui é onde a coisa realmente chegou no ápice. Game of Thrones é facilmente a série mais bem produzida, mais cara, mais hypada e mais polêmica dos últimos anos. E a mais popular também, é claro. A obra escrita por George R. R. Martin é realmente estupenda. E longa, bem longa. Não dá pra ter certeza, mas é bem provável que os livros da franquia só venderam uma enormidade, após a série ser produzida. A trama cheia de violência, sexo e traições num mundo épico, de magia e reinos cobiçados pegou de jeito o gosto popular. GOT é a série mais bem sucedida da HBO, mesmo tendo um final decepcionante.

True Detective (2014 – 2019)

True Detective já chegou com os dois pés no peito. A primeira temporada tinha no elenco Matthew McConaughey, Woody Harrelson e Michelle Monaghan. Não tinha como dar errado! E não deu. A primeira temporada é impecável! Mas a séries se tornou errática. A segunda temporada, mais morna, saiu em 2015. E a terceira só veio em 2019. Ainda que cada temporada tenha um arco fechado, com personagens e histórias distintos, isso não justifica os altos e baixos. Mas, de maneira geral, o texto de True Detective agrada. Com um ar noir sedutor, uma vez entrando em contato com cada história, é difícil largar o osso. Não à toa é uma das séries mais aclamadas e mais populares da HBO, e uma das mais assistidas em streaming na HBO Max.

Succession (2018 – 2023)

Succession foi “descoberta” como uma grande série já na era dos streamings. Ou seja, ela foi veiculada no canal à cabo, sem grande repercussão, mas quando a HBO Max entrou em cena, em maio de 2020, não tardou para a série ser descoberta e cair nas graças do público. Não é para menos., trata-se de uma série cativante. Em primeiro lugar, o roteiro é irretocável. Apesar da realidade mostrada na série ser inatingível para a esmagadora maioria da população mundial, a trama é envolvente e permite que haja identificação do espectador com os personagens, porque, independente do poder aquisitivo, conflitos humanos, relações familiares e etc, são comuns a todo mundo. Mas vai além do texto. A fotografia é brilhante, cuidadosa e artística, e a edição imprime um ritmo irresistível. A série foi concluída neste ano, e o final é um dos melhores já vistos. Coisa rara, já que estamos tão acostumados a ver séries excelentes ganharem finais decepcionantes. Além disso tudo, Succession é uma verdadeira aula de capitalismo.

Chernobyl (2019)

Mais uma minissérie. E, tal qual Band of Brothers, Chernobyl merece figurar nessa lista por que é excelente! A começar pelo tema. O acidente nuclear de Chernobyl nunca foi explicado em detalhes para o mundo. O governo russo sempre jogou o assunto pra debaixo do tapete. Claro, a minissérie não é um documentário. Tem um pouco de ficção ali, personagens e situações que não existiram na realidade. Mas rolou uma pesquisa cuidadosa para contar como tudo aconteceu, incluindo a negligência de funcionários da usina nuclear, bem como de políticos. Chernobyl tem um alto nível de drama e suspense, que deixa o espectador grudado no sofá e faz querer assistir mais um episódio e mais um e mais um… É um roteiro muito bem escrito, uma ambientação de época irretocável e ótimas atuações. Uma minissérie para entrar pra história!

The Last Of Us (2023)

The Last of Us é um perfeito resumo da atualidade. Não a trama, claro, mas todo o seu entorno e sua concepção. The Last of Us foi lançado originalmente em 2013 como um jogo de vídeo game. De imediato, se tornou um sucesso, por ter um enredo muito bem escrito, desafiador e envolvente, onde um homem precisa proteger e escoltar uma criança num cenário pós apocalíptico repleto de zumbis. Em meio à matança de monstros e inimigos humanos perversos, o jogo apresenta conflitos pessoais de cada personagem, em especial Joel, o protetor, e Ellie, a criança, os protagonistas da parada. Quando a HBO resolveu levar o jogo para o streaming, fez tudo direitinho. Se fez valer do algoritmo de redes sociais, para saber o que chamaria mais a atenção do público, direcionou a escolha do elenco e da trilha sonora. E é lógico que funcionou perfeitamente. Junto a um roteiro trabalhado com muito esmero, e muito bem escrito, Pedro Pascal e Bella Ramsey estão perfeitos nos papéis principais. Por enquanto, a série só tem uma, e irretocável, temporada. Mas a segunda já está confirmada. Vamos aguardar.

Fala a verdade. Uma lista de respeito! Muita coisa ficou de fora, mas o mundo mágico (e com sangue pra car@#=%) da HBO é realmente muito vasto, e está aí para nos entreter, inspirar e divertir. E como barulho, diversão e arte é com a gente mesmo, a Strip Me não podia deixar de dedicar um post para essas séries maravilhosas e, claro, caprichar nas camisetas de filmes e séries, com estampas super descoladas e originais! Confere lá na nossa loja! Além das camisetas de cinema, tem as camisetas de música, arte, games, bebidas, cultura pop e muito mais. E no nosso site você ainda fica por dentro de todos os lançamentos, que pintam toda semana!

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist sensacional com o que há de melhor nas trilhas sonoras das séries citadas no texto. HBO Top 10 Tracks.

Foo Fighters One by One: Todos os discos, do pior ao melhor!

Foo Fighters One by One: Todos os discos, do pior ao melhor!

O queridão Dave Grohl e sua turma tocam no Brasil neste fim de semana. Para esquentar os motores para os shows, a Strip Me deu uma geral na discografia da banda.

É realmente incrível que os Foo Fighters estejam em turnê depois de tanta coisa. Nós, brasileiros, lembramos muito bem de março do ano passado, quando fomos surpreendidos com o cancelamento do show da banda no Lollapalooza, por conta da morte de Taylor Hawkins. Em agosto do mesmo ano, a mãe de Dave Grohl também faleceu, deixando o vocalista despedaçado. Com tanta tragédia, era de se esperar que a banda, ainda que não encerrasse oficialmente suas atividades, pelo menos embarcasse num hiato por um período de tempo. Mas qual o quê! Após poucos meses de luto, os Foos se juntaram em estúdio com um novo baterista, o competente Josh Freese, e conceberam, simplesmente, um dos melhores discos de 2023, o excelente But Here We Are. O disco saiu em junho deste ano e a banda já está em turnê mundo afora. Eles tocam no Brasil no dia 7 de setembro em Curitiba e no dia 9 em São Paulo, como atração do festival The Town.

Para se preparar para os shows, nada melhor do que dar uma geral na carreira da banda e ouvir alguns discos. Por isso, a Strip Me realizou a quase hercúlea tarefa de selecionar todos os discos dos Foo Fighters do pior ao melhor. Então confere aí como ficou essa lista. Ah, sim, estão inclusos aqui somente os 11 discos de estúdio, com canções inéditas. Discos ao vivo e coletâneas não entraram.

11 Concrete and Gold (2017)

No final de 2015 os Foo Fighters lançaram um EP chamado Saint Cecilia, com 5 canções. O lançamento foi feito em homenagem às vítimas dos atentados terroristas de Paris, em novembro daquele ano. Com o EP. Dave Grohl divulgou uma carta aberta, que dava a entender que a banda poderia encerrar as atividades, mas que um novo disco seria feito antes. Este disco é Concrete and Gold. Sem dúvida o disco menos inspirado dos Foo Fighters, apesar das boas influências que ele carrega. Dave Grohl parece ter entrado no estúdio com o Álbum Branco dos Beatles embaixo do braço. Mais do que isso, Paul McCartney em pessoa participa do disco. Talvez a sanha de misturar essas influências sessentistas com o rock de arena da banda tenha feito Dave Grohl escrever boas canções, mas sem aquele brilho que faz o parquinho pegar fogo. É um disco morno. A maior prova de que a banda estava desmotivada e sem vontade de trabalhar pra valer é que subutilizaram a presença de Paul McCartney, o colocando para tocar bateria em uma das faixas, e nada mais!

10 Sonic Highways (2014)

Em 2012 Dave Grohl disse que os Foo Fighters fariam uma pausa por tempo indeterminado, para descansar, depois de anos ininterruptos de turnês intermináveis. Mas, como tem gente que gosta de descansar carregando pedra, Grohl pegou esse tempo livre e concebeu o ótimo documentário Sound City. Em meados de 2013 já rolava um zum zum zum de que a banda estava em estúdio produzindo material novo. Em dezembro, Grohl confirmou os boatos e disse que o disco já tinha nome, Sonic Highways, e que seria feito de uma maneira muito diferente. De fato, o disco foi gravado na estrada, cada música gravada numa cidade diferente com algum convidado local e com um contexto. A ideia é realmente ótima. Mas nem sempre uma boa idéia acaba sendo bem realizada. O disco é irregular e sem inspiração nenhuma. Sabe quando a gente vê na tv aqueles reality shows de culinária e alguém faz um prato lindo, cheio de conceito, mas que quando os jurados provam, não tem gosto de nada? Então. É isso. Sonic Highways é um um prato lindo e cheio de conceito, mas sem nenhum tompêro.

9 In Your Honor (2005)

Apesar de Dave Grohl parecer um cara simples, sem afetações, hábitos excêntricos ou vaidade, ele certamente tem alguns arroubos de megalomania em se tratando de música. In Your Honor foi o primeiro deles. Depois de passar meses compondo ao violão em sua casa, Grohl decidiu que o próximo disco dos Foos seria um disco duplo, onde um disco conteria somente músicas agitadas e cheias de distorção e outro somente com faixas acústicas. Além disso, o vocalista acabara de construir em sua casa, em LA, um estúdio profissional. Foi lá que a banda gravou todo o disco, e também a banda assina a produção da obra. É complicado dizer que o disco que entrega Best of You é um dos mais fracos da banda. Mas é a mais pura verdade. A real é que o disco plugado é bem bom e traz os destaques do álbum como um todo. Best of You, DOA e No Way Back são ótimas músicas. Do acústico, salvam-se ali Friend of a Friend e Miracle. O fato é que se condensassem os dois discos num só, teríamos um álbum muito bom. Mas acaba ficando pra trás por ser um disco longo e cansativo, com uma ou outra pérola no caminho.

8 Medicine of Midnight (2021)

Apesar da recepção fria de Concrete and Gold por parte de crítica e público em 2017, a banda se lançou em suas costumeiras turnês mundiais e tudo estava bem. Em 2019 Grohl já acumulava uma boa quantidade de músicas novas e a banda começou a produzir o disco no fim daquele ano. Era para o disco sair no início de 2020. E aqui entra aquela frase, a mais dita na década atual: Mas aí veio a pandemia, né? Por fim, o disco foi lançado em fevereiro de 2021 e foi uma grata surpresa! A banda que vinha desacreditada, depois de dois discos fracos, ressurgiu com um disco moderno, inspirado e divertido de se ouvir, sem perder a mão do bom, velho e sujo rock n` roll. O disco equilibra bem as guitarras saturadas com batidas e ritmos inspirados, com Taylor Hawkins em seu auge como baterista. O disco emula um som oitentista, mas sem soar datado. Em vários momentos lembra Bowie na fase Let`s Dance/Scary Monsters. Um disco revigorante para uma banda que estava se perdendo dentro de si mesma.

7 Echoes, Silence, Patience and Grace. (2007)

Lá em 1997, depois de uma exaustiva turnê, Pat Smear, guitarrista que acompanhava Grohl em empreitadas musicais desde os tempos do Nirvana, resolveu deixar os Foo Fighters, alegando esgotamento. Em 2005, durante a turnê de In Your Honor, Pat Smear fez algumas participações com a banda, mas ainda receoso de voltar definitivamente. Ainda sem Smear de volta, mas vira e mexe tocando em alguns shows, a banda lança o ao vivo Skin and Bones em 2006 e se recolhe para compor material novo. Para alavancar o disco,. Grohl convidou o produtor Gil Norton, responsável pelo clássico The Colour and the Shape e Pat Smear para gravar uma canção. Echoes, Silence, Patience and Grace foi recebido com entusiasmo. Emplacou 3 singles no primeiro lugar da Billboard e trouxe de volta um Foo Fighters direto e cheio de energia, com grandes canções como The Pretender, Long Road to Ruin e Let it Die. É um disco que só não está mais perto do top 5 porque acaba tendo algumas canções sem graça, que tornam o disco um pouco cansativo do meio para o fim. É o caso da balada insossa Stranger Things Have Happened e da dispensável instrumental Ballad of the Beaconsfield Miners.

6 But Here We Are (2023)

Como foi dito no início, é fantástico que depois de tanta tragédia, em especial para Dave Grohl, a banda esteja tão afiada, e tenha concebido um disco tão brilhante. Mas, na real, é aquela coisa, a dor foi transformada em música. A faixa título do disco diz tudo. “Você está pronto agora? Dor. Separação. Reverência. De braços dados, estamos para sempre. Eu te dei meu coração. Mas aqui estamos nós.” Acontece que, além dessa carga dramática toda transformada em arte, Dave Grohl foi capaz de revisitar praticamente todas as fases da banda, em especial as mais prolíficas. Show me How e Under You poderiam facilmente figurar entre o repertório de There`s Nothing Left to Lose. Rescued poderia estar no The Colour and the Shape. But Here We Are é um disco coeso, empolgante e inspirador! Só não entrou no top 5 porque… porra, porque daqui pra frente é só disco muito f#d@!

5 One by One (2002)

One by One é o terceiro disco da banda. Foi concebido em meio a muita treta e insegurança. O disco anterior, There`s Nothing Left to Lose tinha ido super bem, rolou uma mega turnê bem sucedida… mas quando a banda parou para compor novas canções o clima não foi dos melhores. Discussões começaram a pintar entre os músicos quanto a que rumo tomar com o novo disco, estavam inseguros com relação a qualidade das novas músicas… E, numa hora de crise, Dave Grohl fez o que qualquer um faria: Deixou tudo de lado e foi tocar bateria com outra banda. Grohl assumiu temporariamente as baquetas do Queens of the Stone Age e, com eles, gravou o disco Songs for the Deaf e saiu em turnê com a banda no primeiro semestre de 2002. No segundo semestre, os Foo Fighters estavam escalados para tocar em alguns festivais. Mas o clima estava péssimo, e a banda em voltas de terminar. Porém, os shows que fizeram foram muito empolgantes, a banda se reconectou e foi todo mundo para Alexandria, cidade do estado de Washington onde Grohl morava, e gravaram ali o One By One. E é um petardo. O disco já abre com All My Life. Depois seguem Times Like These, Tired of You, Halo, Burn Away e muitas outras. Um disco sensacional! Talvez um pouco longo (15 canções). Mas ainda assim, um disco muitíssimo acima da média.

4 Foo Fighters (1995)

O primeiro disco dos Foo Fighters é um disco solo do Dave Grohl. Ele só batizou a obra como Foo Fighters porque não queria que o disco ficasse conhecido como “o disco do cara do Nirvana”. Funcionou. O disco foi gravado em outubro de 1994, seis meses depois de Kurt Cobain cometer suicídio. Após a morte de Cobain, Dave Grohl cogitou abandonar a vida de músico. Mas acabou encontrando na música uma forma de se curar. Ele já vinha compondo algumas músicas desde 1991, 1992, quando morou com Kurt compôs músicas como Marigold, que chegou a ser gravada pelo Nirvana. Depois de gravar e batizar a compilação de músicas simplesmente como Foo Fighters, Grohl saiu distribuindo cópias. Quando viu que todo mundo curtiu e tinha até uma gravadora interessada, recrutou Nate Mendel e William Goldsmith, baixista e baterista da banda Sunny Day Real Estate, e Pat Smear, seu parceiro no Nirvana, e colocou a banda na estrada para divulgar o disco. Assim surgiu Foo Fighters como banda propriamente dita. Ah, sim, e o disco é ótimo, assim como em But Here We Are quase trinta anos depois, Grohl transformou sofrimento em grandes canções. Destaque para Big Me, This is a Call, Alone + Easy Target e I`ll Stick Around. É um disco com grandes canções, mas sem muito equilíbrio. Mas Dave Grohl só estava começando a moldar sua inigualável fórmula para unir barulho e melodia.

3 Wasting Light (2011)

Em 2009 os Foo Fighters encerraram a turnê do disco Echoes, Silence, Patience and Grace e resolveram tirar uns meses de férias. Mais uma vez, Dave Grohl foi descansar carregando pedra e montou a banda Them Crooked Vultures, uma superbanda na real, já que contava com Grohl na bateria, Josh Homme, do Queens of the Stone Age, na guitarra e ninguém menos que John Paul Jones, ex baixista do Led Zeppelin! A banda passou o ano fazendo shows e gravou um ótimo disco. Com todo mundo descansado e cheio de energia, os Foo Fighters voltam a se reunir em 2010 e Pat Smear é oficialmente reintegrado à banda. E os planos eram promissores. O novo disco seria gravado na garagem da casa de Dave Grohl, usando somente equipamentos analógicos e tendo como produtor Butch Vig, o cara que produziu o Nevermind, o clássico do Nirvana. Tudo conspirou e o disco é sensacional! Pesado, com boas melodias e algumas canções memoráveis. A cereja no bolo para os fãs mais antigos de Dave Grohl foi a participação de Krist Novoselic no disco. O ex baixista do Nirvana toca na faixa I Should Have Known. O disco ainda conta com a participação de Bob Mould, do Husker Dü, tocando guitarra e fazendo backing vocals em Dear Rosemary, umas das melhores músicas do disco. Wasting Light é um dos melhores discos dos Foos por trazer canções brilhantes interpretadas por uma banda madura e bem entrosada.

2 There’s Nothing Left To Lose (1999)

Fãs do Foo Fighters com uma queda por rock mais pesado certamente colocariam Wasting Light como o segundo melhor disco da banda. Mas vamos segurar essa emoção e pensar racionalmente. There`s Nothing Left To Lose é um disco impecável. Mas como Dave Grohl e companhia chegaram a ele?  Bom, pra começo de conversa, este disco marca a entrada de Taylor Hawkins na bateria. Na real, foi uma fase de muita mudança na formação da banda. Vamos lembrar que Pat Smear deixou a banda em 1997, depois da tour de The Colour and the Shape. O baterista William Goldsmith também já tinha deixado a banda. Goldsmith foi substituído por Hawkins e Pat Smear foi substituído por Franz Stahl, guitarrista que tocara com Grohl na banda Scream nos anos 80. Em 1998 Grohl, Mendel, Stahl e Hawkins se reuniram para compor material para um disco novo. Porém, as ideias não estavam batendo entre Stahl e o resto da banda, o que culminou em sua demissão. There`s Nothing Left To Lose foi concebido e gravado basicamente pelo trio Grohl, Mendel e Hawkins. Como sempre, na adversidade, Dave Grohl tira da cartola canções inspiradíssimas. Trata-se de um disco impecável porque é nele que Grohl encontrou o equilíbrio perfeito na sua fórmula de misturar barulho e melodia. A união do Teenage Fanclub com o Motorhead. Neste disco estão clássicos absolutos como Learn to Fly, Next Year, Breakout e Generator, além de pérolas como Aurora e Headwires. É um disco que não tem como não gostar!

1 The Colour and the Shape (1997)

Quis o destino que o disco mais impactante e que ficaria para sempre estabelecido como o melhor  de toda a obra da banda de Dave Grohl fosse o segundo disco, assim como Nevermind foi o segundo disco do Nirvana. E não é exagero nenhum cravar que The Colour and the Shape é um dos melhores discos da segunda metade dos anos 90. Depois de gravar sozinho o disco de estreia da banda, Dave Grohl conseguiu o que queria. Não ser mais visto como “o cara do Nirvana”, mas sim como o vocalista dos Foo Fighters. A boa aceitação da de crítica e público e a boa relação entre os músicos dentro da banda, que na época contava com Dave Grohl e Pat Smear nas guitarras, Nate Mendel no baixo e William Goldsmith na bateria, inspirou Grohl a compor canções grandiosas e irresistíveis! Vale dizer aqui que uma das grandes forças do disco é a bateria cavalar… que foi gravada pelo próprio Dave Grohl. Reza a lenda que, após ouvir a primeira mixagem das músicas, com Goldsmith na bateria, Grohl achou as baterias das músicas sem pegada, sem inspiração. E ele foi lá e regravou tudo. Lógico que Goldsmith ficou puto e saiu da banda. Foi quando Grohl, que precisava de alguém pra começar a tour do disco, conseguiu convencer o baterista da banda da Alanis Morissette a abandonar a cantora e se juntar a ele nos Foos. E Taylor Hawkins estava dentro. Bom, The Colour and the Shape é um disco brilhante, impecável e atemporal. Duvida? Ouça ele inteiro. O disco fala por si. E ali estão alguns dos maiores clássicos da banda, como Monkey Wrench, Everlong e My Hero.

Certa vez, Grohl disse numa entrevista: “Adoro estar em uma banda de rock, mas não sei se necessariamente quero estar em uma banda de rock alternativo dos anos 90 pelo resto da minha vida.” A frase é perfeita e explica a longevidade dos Foo Fighters. Fazer o que ama, mas não se acomodar. Procurar sempre inovar, encontrar caminhos diferentes, mas sem perder a personalidade e originalidade. Uma inspiração e tanto para a Strip Me, que está às margens de completar 10 anos de barulho, diversão e arte, procurando sempre novos caminhos. E é claro que você encontra estampas referentes aos Foo Fighters e muitas outras bandas na nossa coleção de camisetas de música, pra você curtir o show dos Foos no maior estilo! Além disso, na nossa loja ainda tem as camisetas de cinema, bebidas, arte, cultura pop e muito mais. Dá uma olhada lá no nosso site, e aproveita para ficar por dentro dos nossos lançamentos, que pintam toda semana!

Vai fundo!

Para ouvir: Nossa prática aqui é sempre fazer um top 10. Mas hoje vamos abrir uma exceção para essa banda tão maravilhosa e fazer um top 11, com uma música de cada discos dos Foo Fighters. Mas não aquelas óbvias, tá? Everlong, Learn to Fly, Best of You… todo mundo conhece. Vamos pinçar aqui músicas menos óbvias, porém igualmente excelentes. Foo Fighters top 11 Tracks.

Para assistir: É imperdível o divertidíssimo documentário Foo Fighters Back and Forth, dirigido pelo James Moll e lançado em 2011, praticamente junto com o disco Wasting Light. O doc dá uma geral na história da banda e apresenta sua trajetória desde as gravações de Grohl sozinho 1994 até os bastidores de Wasting Light. Enfim, é bom demais e vale a pena ver.

Para ler: Dave Grohl já foi contemplado com pelo menos três bons livros contando sua trajetória. Mas o definitivo, claro, é o escrito por ele mesmo. Bom humorado e com muita fluidez Grohl escreve suas memórias no excelente livro Contador de Histórias: Memórias da Vida e Música, lançado em 2022 no Brasil pela editora Intrínseca. Leitura recomendada!

10 curiosidades sobre a vida de Van Gogh.

10 curiosidades sobre a vida de Van Gogh.

Você conhece o mito, as lendas e, é claro, as obras, mas talvez saiba pouco sobre a vida de Vincent Van Gogh. A Strip Me está aqui pra te contar um pouco mais.

É uma triste verdade. Se tornou um clichê do mundo das artes, um artista ser reconhecido como gênio somente depois de morto. E um dos maiores representantes deste clichê é o pintor holandês Vincent Van Gogh. Na real, Van Gogh é quase uma caricatura, um amontoado de clichês, da persona de um artista. Absurdamente talentoso, visceral, mas inseguro, recluso, perturbado e desesperado por ter a aprovação de qualquer pessoa. Apesar de demonstrar aptidão para as artes desde criança, começou a pintar pra valer já durante a vida adulta, depois de ter passado por diferentes e mundanos empregos comuns. Se apaixonava e era rejeitado com frequência, o que contribuía para uma acentuada depressão. E, é claro, não pode faltar aquele ingrediente essencial aos grandes gênios: o abuso de álcool. Por consequência, uma morte prematura e trágica. Pronto, eis a receita de um típico artista genial.

Mas calma! É lógico que não é pra ninguém levar isso ao pé da letra. Você pode muito bem ser um gênio e ser abstêmio e com uma vida amorosa bem resolvida. E você sair por aí enchendo a cara e se sentindo injustiçado por ter sido o último a ser escolhido no futebol do fim de semana não faz de você um expoente de qualquer coisa. Isso estabelecido, podemos nos debruçar na vida e obra de Van Gogh e tirar dessa história toda algum aprendizado e inspiração. Afinal, nem tudo era talento, houve ali muito estudo e dedicação. A obra de Van Gogh é vasta e muito conhecida. Além disso, super acessível. Em São Paulo, por exemplo, vai estrear no dia 15 de setembro uma exposição imersiva incrível chamada Van Gogh Live 8K, no Shopping Lar Center, na Vila Guilherme. A exposição já passou pelo Rio de Janeiro, Fortaleza e Recife com muito sucesso. São mais de 250 obras expostas em ambientes com projetores de alta definição e com trilhas sonoras que vão de Bach a Pink Floyd. Bom, as obras você já conhece, agora a Strip Me te mostra um pouco mais sobre a vida deste grande artista.

Autorretrato com Orelha Cortada (1889)

1 Essa família é muito unida…

Van Gogh nasceu em 1853. Foi batizado como Vincent, nome de seu avô. E também o nome de seu irmão mais velho (que morreu logo após o parto) e de seu tio-avô. Ou seja, era um nome comum na família. Uma família de classe média alta e muito ligada ao mundo das artes. O pai de Van Gogh, Theodorus, era pastor protestante, assim como o vovô Vincent também era, e tinha cinco irmãos. Dos cinco, três eram marchands, ou seja, mercadores de obras de arte. Além disso, o tio-avô Vincent era escultor. Portanto se tratava de uma família muito religiosa e também intimamente ligada às artes.Após a morte prematura de seu irmão mais velho, Vincent Van Gogh se tornou o primogênito. Com o tempo, ele ganhou um casal de irmãos: Wil e Theo Van Gogh. Vincent e Theo logo se tornaram amigos inseparáveis. Durante a vida adulta, trocavam cartas com frequência. Muito do que sabemos sobre a vida do artista vem do conteúdo dessa intensa correspondência.

2 Não é fácil ser criança.

Van Gogh era uma criança séria e tímida. O fato de ele ter sido alfabetizado e tido aulas em casa até os dez anos de idade ajudou a moldar essa personalidade. Aos onze anos ele finalmente foi mandado para um colégio. Porém, era um internato. Lá ele se sentia mais do que deslocado, por não saber como socializar com outras crianças, se sentia também abandonado pela sua família. Mas foi na escola que ele começou a desenhar. Lá lecionava um professor excêntrico, que via como secundária a técnica e priorizava a captura das impressões das coisas, em especial a natureza e os objetos comuns, antevendo o que viria a ser o Expressionismo no século XX. Esse professor influenciou muito a maneira como Van Gogh viria a pensar e produzir sua arte. Entretanto, de maneira geral, foi uma infância e adolescência muito dura. Em uma de suas cartas a seu irmão anos depois, ele descreveu sua juventude como “austera, fria e estéril”.

Os Comedores de Batata (1885)

3 Tava ruim, tava bom, agora parece que piorou.

Quando tinha 17 para 18 anos de idade, um de seus tios conseguiu um emprego para Van Gogh numa empresa que comerciava obras de arte e realizava exposições em várias cidades da Europa. De início, ele foi trabalhar na cidade de Haia, mas logo em seguida foi transferido para a filial de Londres. Tudo ia bem e Van Gogh estava feliz da vida. Ele já tinha um salário superior ao de seu pai e morava na principal cidade da Europa economicamente. Mas a alegria não durou muito. Depois de um ano em Londres, ele se apaixonou pela filha do homem que era o senhorio de onde ele morava. A menina não quis nada com ele. Rejeitado, ele entrou numa bad. Na mesma época começou a questionar os critérios da empresa onde trabalha e a maneira como comercializavam obras de arte. Em 1875 ele foi transferido para Paris, numa tentativa de fazer com que ele melhorasse seu humor. Não adiantou e ele acabou sendo demitido um ano depois.

4 Os testes da fé.

Ainda desiludido pela rejeição da filha do senhorio de Londres, Van Gogh se voltou para a religião. Após ser demitido, voltou para a Holanda, na casa de seus pais. Por lá só fazia ler a bíblia e tentava evangelizar pessoas que passavam pela rua. Em 1877, numa tentativa de dar um rumo na vida do filho e incentivar sua fé, os pais de Van Gogh o mandaram para passar uns tempos com o seu tio,  Johannes Stricker, um respeitado teólogo que vivia em Amsterdam. Seu tio o ajudava a estudar para que Van Gogh ingressasse na Universidade de Amsterdam, no curso de teologia. Mas ele não passou nos exames. Desiludido, abandonou a casa de seu tio e se mudou para Laeken, na Bélgica, para entrar numa escola missionária protestante. Porém, também era necessário passar por um exame para entrar naquela escola. E mais uma vez ele foi reprovado.

Os Girassóis (1889)

5 Colocar a mão no fogo por alguém.

Van Gogh volta para a casa de seus pais em 1881, na cidade de Etten, interior da Holanda. É nessa época que ele começa a se dedicar com algum afinco ao desenho e a pintura. Nesse meio tempo, se muda para Etten a jovem Kee Vos-Stricker. Ela era prima de Van Gogh, filha do tio teólogo Johannes. Kee acabara de ficar viúva e se mudou de Amsterdam em busca de novos ares. Van Gogh se encantou pela garota. Eles se tornaram amigos, faziam longas caminhadas conversando sobre a vida. E, é claro, ele se apaixonou por ela. Ao pedi-la em casamento, Van Gogh recebeu um sonoro “Não, nunca e jamais!” como resposta. Ela voltou para Amsterdam. Com a desculpa de tentar vender suas obras recentes, ele foi para Amsterdam atrás dela. Mas Kee não queria mais vê-lo de jeito nenhum. Ele insistia toda noite, batendo na casa da família, e o pai dela o mandava embora. Certa noite, Van Gogh colocou sua mão esquerda sobre uma lamparina e disse ao seu tio: “Ao menos deixem me vê-la pelo tempo que eu puder manter minha mão na chama.” Johannes correu e apagou o fogo. E disse que a vontade de Kee deveria ser respeitada. Além do mais, ele, Johannes, não aprovava tal união pelo simples fato de Van Gogh não ter nenhuma condição de se sustentar financeiramente.

6 Óleo sobre tela.

Nessa mesma época, entre 1881 e 1882, Van Gogh procurou seu primo mais velho, Anton Mauve, um pintor conceituado na Holanda na época. Foi com Mauve que Van Gogh tomou conhecimento das técnicas de pintura sobre tela, usando aquarela e tinta a óleo. Porém, a parceria durou pouco. Os dois se desentenderam por conta da teimosia de Van Gogh, que questionava algumas técnicas de Mauve. Entretanto, apesar da experiência e talento do primo mais velho, Van Gogh estava certo, pelo menos em um aspecto. Quando começou a trabalhar com a tinta a óleo, Van Gogh ficou encantado com a textura do produto e desenvolveu uma técnica que consistia em colocar bastante tinta sobre a tela e ir raspando com uma espátula, formando camadas e dando volume aos traços. Mauve não gostava muito do resultado. Achava grosseiro e um desperdício de tinta. E estava claramente equivocado.

Terraço do Café À Noite (1888)

7 Café com pão.

Depois dos desentendimentos com Mauve, Van Gogh estava decidido a investir na carreira de artista. Mudou-se para Nuenem, no sul do Holanda, uma região rural, muito tranquila, onde começou a trabalhar retratando compos de plantação e trabalhadores da lavoura. Eram obras sombrias, quase sem vida, sempre feita numa paleta de cores terrosas e escuras. Seu irmão, Theo, passou a bancar Van Gogh e tentava vender suas obras pela região, indo de Haia até Paris. Entretanto, estava na moda o impressionismo de Monet e Renoir, com muitas cores. Em novembro de 1885 Van Gogh se muda para a Antuérpia, vivendo uma vida miserável. O dinheiro que recebia de seu irmão, Van Gogh gastava essencialmente em materiais de pintura e vivia sob uma dieta diária de pão, café e tabaco. Por outro lado, na Antuérpia, uma cidade grande, com muitos museus, ele passou a se aprofundar nos estudos da teoria das cores, estudando as obras de Peter Paul Rubens, ampliando sua paleta para incluir carmim, azul-cobalto e verde-esmeralda. Van Gogh também se encantou nessa época pelas xilogravuras ukiyo-e japonesas, como a famosa Onda de Kanagawa, passando a acrescentar em suas pinturas elementos dessa estética.

8 A patota de Paris.

Agregando novas cores e técnicas, Van Gogh evoluiu muito e suas obras começaram a ser reconhecidas. Após uma bem sucedida exposição de algumas de suas obras em Haia, ele resolve se mudar para Paris com seu irmão Theo em 1886. Na capital francesa, Van Gogh conseguiu um espaço para trabalhar no ateliê de Fernand Cormon. Logo se enturmou com outros artistas, que se reuniam na loja de produtos para pintura de Julien Tanguy. Ali se reuniam Van Gogh,  Émile Bernard, Louis Anquetin, Henri de Toulouse-Lautrec, além, é claro, de Paul Gauguin, que se tornaria amigo muito próximo de Van Gogh. Paris consumiu muito de Van Gogh. O ambiente boêmio, os amigos artistas e sua intensidade natural fazia ele beber compulsivamente. Mesmo assim, foi uma fase muito produtiva. Ele morou em Paris de 1886 a 1888. Nesse período, produziu mais de 200 telas.

A Noite Estrelada (1889)

9 Tá tudo muito bom. Mas e a história da orelha?

A gente sabe que o principal motivo pelo qual você se dedicou a ler este texto é para saber um pouco mais sobre a famosa história de Van Gogh ter decepado sua orelha esquerda. Portanto, é chegada a hora. Van Gogh foi embora de Paris e se estabeleceu em Arles, cidade no litoral sul da França, banhada pelo Mediterrâneo. O clima litorâneo fez muito bem ao artista. Foi lá que ele concebeu algumas de suas obras mais famosas, como a A Cadeira de Van Gogh, Noite Estrelada Sobre o Ródano, Quarto em Arles e Natureza Morta: Vaso com Doze Girassóis. Foi então que o amigo Gauguin aceitou ir visitar-lo e passar uma temporada morando com Van Gogh. Nos primeiros dias, tudo bem. Mas a situação foi pesando à medida que os dois se tornavam mais íntimos. Van Gogh inseguro, querendo aprovação a todo momento e teimoso, enquanto Gauguin era arrogante e dominador. Pra piorar, seguem-se alguns dias de chuva ininterruptos, que os impedem de sair de casa. Até que, após uma discussão acalorada, Gauguin vai embora. Os dois discutem mais na rua, enquanto Gauguin ruma para um hotel. Segundo seu próprio relato ao irmão, Van Gogh volta para casa desesperado e ouvindo vozes. Impulsivamente corta a orelha esquerda e logo desmaia por conta do forte sangramento. Mas antes de perder os sentidos, enrolou a orelha num papel e enviou o pacote para Gabrielle Berlatier, criada de um bordel que ele frequentou com o amigo por aqueles dias. Ela foi até a polícia, que encontrou Van Gogh desmaiado em casa e o levou para o hospital. O caso foi considerado pelos médicos como um surto psicótico. Depois disso, Gauguin nunca mais falou com Van Gogh. Episódios como a mão na lamparina e esse da orelha, além dos excessos de álcool deixavam claro que Van Gogh precisava de cuidados psiquiátricos.

10 O disparo da morte.

Em 1889 Van Gogh foi internado num hospício em Santo Rémy. Foi lá que ele pintou o clássico A Noite Estrelada, uma visão noturna da janela de seu quarto no hospício. Em maio de 1890 recebeu alta. Mas estava muito debilitado, ainda sofrendo de uma depressão aguda. Se mudou para a bucólica cidade de Auvers-sur-Oise, próxima a Paris. Lá viveu solitário seus últimos dias. No dia 25 de junho de 1890 ele estava num campo de trigo próximo de onde morava, fazendo esboços para pintar a paisagem. Eis que ele tira do bolso do casaco um revólver e atira contra o próprio peito. O tiro não o matou de imediato, ele se levantou e caminhou até o hospital. Morreu aproximadamente 30 horas depois do disparo, no dia 27 de junho, por conta de uma hemorragia interna e falência dos órgãos. Van Gogh demorou para morrer. Mais ainda demorou para ele ser reconhecido. Somente dez anos depois, ele seria reverenciado como grande gênio e considerado o pai do movimento expressionista de Munch e Kandinsky.

Tá aí. Vida de artista não é nada fácil. É sofrida e cheia de perrengues, pra no fim ainda morrer sem ter seu valor reconhecido. Mas, como diz o ditado, antes tarde do que nunca. Então estamos aqui para celebrar a vida e obra de Vincent van Gogh, o colocando no lugar que merece: no panteão dos grandes gênios da pintura de todos os tempos. E a Strip Me tem várias camisetas incríveis homenageando este grande mestre nas coleções de camisetas de arte e cultura pop. Dá uma olhada na nossa loja para conferir estas e outras estampas, como as coleções de camisetas de cinema, música, games, vida digital, bebidas e muitas outras. No nosso site você também fica por dentro dos lançamentos, que pintam toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist derretendo de tanta psicodelia e músicas viajandonas, ideais para se ouvir enquanto aprecia algumas obras do Van Gogh. Para ver Van Gogh top 10 tracks.

Para assistir: Vale conferir o filme de 2018 At Eternity’s Gate, dirigido por Julian Schnabel e com Willen Dafoe no papel de Van Gogh mandando muito bem. Um filme muitíssimo bem dirigido, com uma plasticidade linda e excelentes atuações, além de um roteiro muito bem amarrado. Retrata o florescer do talento de Van Gogh, sua amizade com Gauguin e sua internação.

Para ler: Claro que a gente podia recomendar aqui alguma biografia e tal… Mas não resistimos a recomendar a leitura saborosíssima de um dos melhores escritores que o Brasil já teve! O gaúcho Moacyr Scliar foi um brilhante contista e um de seus livros mais célebres é a coletânea de contos A Orelha de Van Gogh, que é também o título de um dos contos do livro. No conto em questão um comerciante esperto afirma ter num pote a orelha cortada de Van Gogh. Olha, é leitura obrigatória e diversão garantida. Ah, sim, o livro foi lançado em 1989 e está em catálogo até hoje pela editora Companhia das Letras.

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