10 Curiosidades incríveis sobre a trilha sonora de Pulp Fiction que você precisa conhecer.

10 Curiosidades incríveis sobre a trilha sonora de Pulp Fiction que você precisa conhecer.

Mais do que músicas de fundo, as canções de Pulp Fiction ajudaram a contar a história, mudaram a indústria fonográfica e marcaram a cultura pop para sempre. A Strip Me desvenda para você os segredos dessa trilha sonora inesquecível!

De maneira geral, a trilha sonora não é apenas um acessório no cinema, ela está integrada à narrativa. A música (ou ausência dela) ajuda a transmitir com mais intensidade a mensagem ali contida. Por exemplo, é a ausência de música que faz de Onde os Fracos Não Tem Vez uma obra tão avassaladora, bem como é a música genial de John Willians que faz E.T. – O Extraterrestre tão emocionante, ou Indiana Jones ser tão empolgante. Além disso, o uso de canções pop também sempre tiveram esse efeito ao longo da história do cinema. Born to Be Wild está eternamente ligada ao filme Easy Rider, assim como Mrs. Robinson ao A Primeira Noite de Um Homem, e assim como tantas outras canções ligadas a filmes memoráveis. Tendo tudo isso em mente, fica evidente o quão revolucionário para o cinema foi Pulp Fiction, a obra prima de Quentin Tarantino, em 1994.

Propositalmente, Tarantino não quis nenhuma música composta para o filme, nenhum tema ou música incidental. Ele apenas fez uma seleção de canções que iam do surf ao country, passando pelo soul, funk e rock e as distribuiu pelo filme. Numa entrevista de 1995, Tarantino diz que utilizou a surf music como fio condutor de todo o filme porque percebeu que soa como se Morricone fizesse rock n’ roll. Em Pulp Fiction, as músicas vão muito além de ambientar as cenas, para serem parte ativa da narrativa. Cada escolha musical feita por Tarantino carrega peso emocional e simbólico, ajudando a descrever estados de espírito, antecipar reviravoltas ou intensificar a atmosfera de uma sequência de cenas. O disco da trilha sonora foi lançado praticamente junto com o filme e realmente mudou o cenário da música pop e a forma como a indústria cinematográfica iria trabalhar as trilhas sonoras dali em diante.

Uma trilha sonora tão emblemática como essa não poderia deixar de ser celebrada pela Strip Me, que se identifica completamente com a pegada rock n’ roll e a diversidade de estilos que Pulp Fiction apresenta. Por isso, trouxemos hoje 10 curiosidades sobre essa obra prima.

A seleção.
Como Tarantino escolheu as músicas de Pulp Fiction

Tornou-se notório depois de Pulp Fiction que Tarantino escolhe muitas músicas das trilhas sonoras de seus filmes antes mesmo de escrever as cenas. Indo um pouco além de Pulp Fiction, para ilustrar isso, o cineasta afirmou que já sabia que queria usar a música Don’t Let Me Be Misunderstood para um duelo com espadas samurai, e a cena toda do final de Kill Bill foi coreografada em cima da canção. A mesma coisa aconteceu com boa parte das canções de Pulp Fiction. Tarantino desenvolveu as cenas já tendo as músicas como referência. E foi essa relação simbiótica que fez essa trilha sonora ser tão revolucionária.

Não é só música.
Os diálogos memoráveis entre as canções

Um dos grandes charmes do álbum de Pulp Fiction é que ele não traz apenas música, intercalando trechos de diálogos memoráveis do filme entre as faixas. O efeito é imediato: ao ouvir o álbum, você praticamente reassiste ao filme na cabeça, revivendo cenas, personagens e toda a atmosfera única da trama. Embora Pulp Fiction não tenha sido o primeiro a misturar falas e músicas em uma trilha sonora, foi um dos responsáveis por popularizar esse formato e transformá-lo em tendência. Poucos meses depois, a trilha de Assassinos por Natureza (que também tem o dedo de Tarantino, aliás) seguiria um caminho parecido. A diferença é que, em Pulp Fiction, as falas foram incorporadas de forma tão natural que o álbum inteiro se transforma numa experiência cinematográfica auditiva.

Ferramenta narrativa.
Como a trilha ajuda a contar a história do filme

Ao invés de buscar músicas da época ou encomendar composições incidentais para cada cena, Tarantino escolheu faixas que causassem emoção, que pudessem efetivamente reforçar o humor ácido, a tensão, ou a sensação de nostalgia artificial que permeia todo o filme. Em Pulp Fiction, as músicas são parte do storytelling. Bullwinkle Part II acompanha a viagem de heroína de Vincent, criando um clima sombrio e alucinado. Girl, You’ll Be a Woman Soon serve como trilha para a sedução e o prenúncio da tragédia. Comanche transforma uma cena violenta num espetáculo ainda mais desconcertante.
Tarantino usa a trilha sonora como se fosse mais um roteirista, guiando pelas emoções dos personagens e amplificando a experiência sensorial do espectador.

Sucesso.
A trilha sonora que vendeu mais que muita banda grande

Estima-se que o disco da trilha sonora de Pulp Fiction vendeu aproximadamente 6 milhões e 300 mil cópias ao redor do mundo. Só nos Estados Unidos foram pelo menos 3 milhões de cópias. Um feito gigantesco para uma coletânea de músicas antigas e sem nenhuma faixa pop contemporânea à época de seu lançamento. Foi um verdadeiro marco para o mercado fonográfico. Vale lembrar também que ali entre 1994 e 1995 rolou a popularização do CD, que tornava a experiência de ouvir o disco mais agradável, não sendo necessário interromper a audição para virar o lado do disco. Qualquer pessoa que tenha vivido os anos 90 certamente tem uma história com essa trilha sonora. Na maioria das vezes, essas histórias se resumem a ouvir o disco repetidas vezes por meses a fio.

Um empurrãozinho rumo ao mainstream.
Como a banda Urge Overkill estourou graças a Tarantino

A banda Urge Overkill foi formada em 1986 em Chicago. Uma típica banda de rock alternativo, como muitas que surgiram na época, aparentemente fadada a tocar nas college radios, e só. Entre 1989 e 1991, lançou 3 discos independentes. Após receber alguns elogios abrindo shows do Nirvana em 1991, na lendária tour do Nevermind, a banda assinou com a Geffen e lançou um EP em 1992 e um novo disco em 1993. Mesmo com contrato com uma grande gravadora, estavam longe de ser uma banda famosa e muito popular. Foi quando Tarantino se encantou com a versão que a banda fez para uma música de Neil Diamond, gravada no tal EP de 1992. Depois do estouro de Pulp Fiction, catapultados pela música Girl, You’ll Be a Woman Soon, a banda passou a tocar em festivais, aparecer na mídia e tudo mais. Mas não conseguiram segurar a onda. Lançaram um disco às pressas em 1995, que não foi muito bem sucedido e a banda se separou em seguida. Rolou uma reunião da banda em 2010, e eles seguem por aí até hoje, sem fazer muito alarde.

Surf Revival.
O renascimento da surf music pós-Pulp Fiction

A surf music foi concebida e ganhou notoriedade no comecinho dos anos 60, se dividindo em duas vertentes: a surf music e as surf songs. A surf music propriamente dita era essencialmente instrumental, inspirado por bandas como The Ventures, o guitarrista Dick Dale formatou a música surf como a conhecemos. Guitarra estralada, levemente distorcida e afundada em reverb, sobre uma batida cadenciada e um baixo hipnótico. Já as surf songs eram as músicas de bandas como Beach Boys e Jan and Dean, que emulavam um pouco dessa sonoridade, mas tinha vocais trabalhados, músicas com letras falando sobre praia e etc. O gênero era muito popular, mas foi perdendo espaço para a psicodelia, o rock de protesto… e caiu no ostracismo ali pelos anos 70. Até que Tarantino resolveu utilizar a surf music como base para a trilha sonora de Pulp Fiction. Os anos 90 viveram um baita revival de surf music por conta de Pulp Fiction. Dick Dale voltou a gravar discos e fazer shows e pintaram novas bandas, como Man or Astro-Man, totalmente inspiradas na linguagem surf.

Clássico mediterrâneo.
Misirlou: de melodia exótica a hino pop dos anos 90

A faixa mais emblemática de toda a trilha sonora de Pulp Fiction certamente é Misirlou. Mas se engana quem pensa que foi Dick Dale o criador da obra. Misirlou, na verdade, é uma música tradicional dos povos do mar Mediterrâneo, principalmente Grécia e Turquia. É dessas músicas antiquíssimas, cujo autor é desconhecido. Ela já foi gravada algumas vezes, inclusive, antes de Dale. Reza a lenda que Dick Dale estava numa festa tocando guitarra, e foi desafiado por amigos a tocar uma música usando apenas uma corda do instrumento. Lembrou-se então dessa melodia que seu pai, de origem turca, cantarolava em casa. Tocou e gostou do resultado. Acabou desenvolvendo o arranjo e gravando Misirlou em 1962. Pouco mais de 30 anos depois, Tarantino desenterrou essa pérola e a tornou uma das músicas instrumentais mais populares dos anos 90, chegando a tocar massivamente nas rádios (coisa raríssima para uma música instrumental). Mais recentemente, ela serviu de base para o Black Eyed Peas cravar um dos maiores clássicos da primeira década do século vinte e um, a música Pump It.

Dança no improviso.
A cena da dança mais icônica do cinema

A sequência mais marcante de Pulp Fiction é a dança de Mia Wallace e Vincent Vega competindo pelo troféu do Concurso de Twist do Jack Rabbit Slim’s. Essa cena acabou se tornando umas das mais parodiadas do cinema desde então. E foi uma cena idealizada por Tarantino já tendo a música You Never Can Tell, do Chuck Berry como trilha. Provavelmente foi a música que inspirou a criação da cena, inclusive. Mas o mais curioso aqui é que tudo foi feito meio que no improviso. Principalmente a dança. Normalmente, numa situação como essa, a dança é coreografada e os atores ensaiam antes de filmar pra valer a cena. Mas aqui não. Tarantino simplesmente montou todo o set e orientou Uma Thurman e John Travolta a improvisarem. Colocou a música pra tocar e disse ao casal algo como: “Dancem e se divirtam, que a gente vai filmando aqui”. Deu no que deu.

Legado.
Como a trilha de Pulp Fiction virou referência cultural

Quando Pulp Fiction chegou aos cinemas em 1994, ele não apenas reinventou o cinema independente, mas também revolucionou a maneira como o público e a indústria encaravam trilhas sonoras. A trilha sonora de Pulp Fiction definiu o tom do filme e se tornou um fenômeno cultural que redefiniu a importância das músicas licenciadas no cinema. Com seu ecletismo calculado, Tarantino provou que uma boa trilha pode ser tão icônica quanto os próprios personagens, elevando a narrativa e gerando um impacto que ultrapassa as telas. Ainda hoje, ao ouvir qualquer faixa dessa seleção histórica, é impossível não ser transportado de volta para o universo estilizado e explosivo do filme. Para ver esse impacto basta pegar os filmes da metade dos anos 90 pra cá. Além de usarem cada vez mais as falas intercaladas às músicas, podemos notar trilhas cada vez mais cuidadosas na seleção das músicas utilizadas. Repare, por exemplo, nas trilhas de filmes como Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes (1998), Onze Homens e Um Segredo (2001) e, recentemente, o ótimo Cruella (2021). Este é o legado da trilha sonora de Pulp Fiction.

Edição de colecionador.
A edição especial da trilha com faixas bônus e raridades

Para celebrar os 10 anos do lançamento de Pulp Fiction, a MCA Records lançou em 2003 uma reedição da trilha sonora de Pulp Fiction. Music From The Motion Picture Pulp Fiction (Collector’s Edition) foi lançado apenas em CD nos Estados Unidos e Europa. Traz uma capa diferente, com apenas um recorte do cartaz do filme, com o olhar fatal de Uma Thurman. O disco traz ainda quatro músicas extras, que aparecem no filme, mas não entraram no disco. São elas Since I First Met You, da banda The Robins e Rumble, do guitarrista Link Wray, que tocam na cena da conversa entre Mia e Vincent no Jack Rabbit Slim’s, Strawberry Letters #23 dos Brothers Johnson, que aparece brevemente no início do filme, quando Jules e Vincent andam pelo corredor do prédio, e Out of Limits, da banda The Marketts, mais um surf que toca após Bruce Willis acelerar a moto, quer dizer, a chopper, ao dizer “Zed’s dead, baby.” Por fim, o disco traz ainda um trecho de uma entrevista onde Tarantino fala sobre a trilha sonora de Pulp Fiction. E a faixa começa com ele logo dizendo: “A primeira coisa que faço quando tenho uma ideia para um novo filme, é ir até minha coleção de discos e começo a ouvir música.”

A verdade é que Pulp Fiction é uma fonte inesgotável de inspiração. Seja pela estética, pela história desconstruída, pelos diálogos inesquecíveis ou pela trilha sonora arrebatadora e atemporal. Não é à toa que a obra prima de Tarantino seja um dos temas mais explorados pela Strip Me, tanto nas estampas de camisetas, sempre lindas e originais, seja nos textos aqui do blog. Para conhecer todas as nossas camisetas que fazem referência a Pulp Fiction e ainda conferir toda a nossa coleção de camisetas de cinema, dá uma olhada na nossa loja. Além disso, por lá você encontra camisetas de música, arte, cultura pop, bebidas e muito mais, e também todos os nossos lançamentos, que pintam por lá toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Olha, a gente até poderia, como de costume, fazer um top 10 com as melhores músicas da trilha sonora do filme. Mas é uma tarefa deveras inglória. Então vamos colocar aqui o link pra você simplesmente ouvir toda a trilha sonora, e rever o filme mais uma vez na sua mente, enquanto curte cada faixa. Ouça aqui.

O Lado B da Música Brasileira: Ritmos que Contam Outras Histórias do Brasil.

O Lado B da Música Brasileira: Ritmos que Contam Outras Histórias do Brasil.

A riqueza musical brasileira vai além do sertanejo e do samba. A nossa música pulsa com ritmos regionais cheios de identidade e tradição, que nem sempre alcançam todos os cantos do país. Por isso, a Strip Me apresenta 5 ritmos típicos que revelam as raízes culturais do Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul.

Parece óbvio dizer isso. Mas, nem só de Caetano Veloso, Anitta, Gilberto Gil, Belo e Chitãozinho & Xororó vive a música brasileira. Existe um Brasil musical que não sobe ao palco do Rock in Rio, que raramente aparece nas playlists das mais tocadas do Spotify, mas que faz parte da alma sonora do país. Estamos falando do lado B da música brasileira, gêneros musicais e ritmos regionais que são muito populares em determinadas regiões, mas que não alcançam visibilidade nacional. Gêneros musicais que contam recortes únicos da história do Brasil, com autenticidade e identidade própria.

Do Norte ao Sul, passando pelo Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, cada canto do país vibra ao som de gêneros que merecem ser descobertos. Se liga nessa trip sonora pelos ritmos mais incríveis, apesar de pouco conhecidos nacionalmente, da nossa música, que a Strip Me preparou para você.

Milonga. O som e a poesia dos pampas gaúchos.

Com origens nas tradições gauchescas e forte influência da cultura platina, a milonga é um gênero musical que expressa a vida no campo, o amor pela terra e o espírito do gaúcho. É marcada por compasso lento, melodia melancólica e letras profundas. A milonga é o lado mais introspectivo e poético do Sul. Se originou entre os povos pampeanos ainda entre o fim do século dezenove e início do século vinte. Uma região onde as culturas uruguaia, argentina e brasileira se misturaram de maneira muito intensa. Inclusive, considera-se que a milonga deu origem ao tango argentino, mas no Brasil não sofreu tantas mudanças rítmicas e segue sendo uma das mais tradicionais formas de expressão do povo gaúcho, tendo sido incorporada até mesmo no rock, com bandas como Graforréia Xilarmônica e Engenheiros do Hawaii.

Moda de Viola. O lirismo do interior do sudeste.

Nascida nas roças e estradas de Minas e São Paulo, a moda de viola é uma forma musical que narra a vida rural com lirismo e profundidade. A viola caipira de 10 cordas dá o tom às histórias cantadas por duplas, que cantam fazendo harmonia em intervalo de terças. A moda de viola deu origem ao que conhecemos hoje nacionalmente por sertanejo. Na real, a música sertaneja vem passando por muitas modificações ao longo das décadas. Começou com a moda de viola, depois foi mudando sua estrutura rítmica e melódica incorporando elementos de guarânias paraguaias, enveredou pelo pop romântico, ganhou solos de guitarra, e hoje se divide entre a sofrência e o sertanejo universitário, muito mais urbano. Mas a moda de viola segue viva e representa o Sudeste longe da urbanização, com cheiro de terra molhada e café coado na hora.

Rasqueado. O som envolvente do Pantanal.

Mistura de polca paraguaia, ritmos indígenas, música sertaneja e até mariachis mexicanos, o rasqueado mato-grossense é um gênero alegre e contagiante. Presente em festas de peão e festivais regionais, ele é tocado com viola, acordeão e muito improviso. É o coração sonoro de Cuiabá e adjacências. Seu nome se refere à forma como os dedos “rasgam” as cordas de instrumentos como a viola de cocho, criando um ritmo característico. O rasqueado influenciou muito a música sertaneja atual (também chamada de sertanejo universitário). Em algumas canções de artistas matogrossenses como Zé Lucas & Benício e Luan Santana, dá pra notar o ritmo contagiante do rasqueado.

Brega. Os nordestinos também amam.

Talvez o gênero musical mais conhecido nacionalmente dessa lista, o brega se popularizou Brasil afora ali pelo fim dos anos noventa, comecinho dos dois mil, com Frank Aguiar e seu Morango do Nordeste. Mas, muito antes do brega ser cool, ele já era trilha sonora dos corações partidos no Nordeste brasileiro. Com letras diretas e dramáticas, o brega mistura romantismo exagerado e arranjos eletrônicos. De Reginaldo Rossi ao atual brega funk de Recife, o gênero se reinventa sem perder a essência popular. O brega, na verdade, já tem derivações distintas que fogem do padrão do estilo até os anos oitenta, alguns dos quais distantes da linha romântica popular, como são os casos do brega pop e do tecnobrega, categorizados pela modernização dos instrumentos musicais e por uma batida mais dançante. Por muito tempo chamado de cafona, o brega é, na verdade, uma das maiores expressões do sentimento popular nordestino. Suas letras falam de dor de cotovelo, paixão, traição e redenção com uma intensidade dramática única. É música pra cantar junto com lágrimas nos olhos e cerveja na mão.

Guitarrada. A surf music da Amazônia.

A banda Calypso, com seu inconfundível guitarrista Chimbinha, é apenas a ponta do iceberg de um gênero musical irresistível chamado guitarrada. Sabe aquele som estalado de uma stratocaster sem distorção, carregada no reverb? Então, essa é a base da guitarrada. Uma mistura de carimbó, cúmbia, merengue e rock instrumental, que resulta num som dançante e hipnótico. Criada por Mestre Vieira nos anos 1970, seguido por nomes como Aldo Sena e Manoel Cordeiro, a guitarrada é popularíssima no norte do Brasil, mas conquista também o povo nordestino. O maior expoente recente do gênero, aliás, é uma banda alagoana chamada Figueroas, com clássicos como Melô do Jonas e Bangladesh. Para saber como Dick Dale soaria se tivesse nascido em Belém do Pará, basta pegar qualquer disco do Aldo Sena.

Esses ritmos são mais que estilos musicais, são manifestações culturais vivas, ligadas ao cotidiano, à história oral e à ancestralidade do povo brasileiro. Ao dar play nesses sons, a gente se conecta com o Brasil profundo, plural e diverso que nem sempre aparece nos holofotes da mídia. E você bem sabe que a Strip Me veste a camiseta da brasilidade e da música brasileira em toda a sua diversidade. Se você curtiu essa viagem musical pelos ritmos regionais do país, aproveita o embalo e cola lá no nosso site. Conheça nossas coleções de camisetas de música, brasilidades, Carnaval, cultura pop e muito mais. Além disso, você fica por dentro de todos os nossos lançamentos, que pintam toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Claro, uma playlist caprichada com o lado B da música popular brasileira. Lado B da MPB top 10 tracks.

Top 10 Strip Me: 10 gatos inesquecíveis da cultura pop.

Top 10 Strip Me: 10 gatos inesquecíveis da cultura pop.

Se tem um bicho que domina o imaginário popular, é o gato. Presente em todas as mídias e expressões artísticas, fica evidente que a vida humana sem um bichano por perto seria muito sem graça. Por isso a Strip Me hoje destaca os gatos mais famosos da cultura pop.

Desde tempos imemoriais, os gatos fascinam e intrigam os seres humanos. Acredita-se que a domesticação desses felinos tenha começado há cerca de 9.000 anos, quando agricultores do Oriente Médio perceberam que os gatos eram ótimos caçadores de roedores. No Antigo Egito, os gatos foram elevados ao status de divindades, sendo associados à deusa Bastet, símbolo da proteção e fertilidade. Sua importância era tamanha que a pena para quem matasse um gato era a morte. De lá para cá, esses animais se espalharam pelo mundo, conquistando lares, corações e, claro, a cultura pop.

O escritor Charles Bukowski, apaixonado por gatos, disse numa entrevista o seguinte: “Se você está se sentindo mal, basta olhar para os gatos, você vai se sentir melhor, porque eles sabem que tudo é exatamente como é. Não há nada para ficar animado. Eles simplesmente sabem. Eles são salvadores. Quanto mais gatos você tiver, mais tempo você viverá”. Misteriosos, independentes e cheios de personalidade, os felinos conquistaram seu espaço no cinema, na TV, nos quadrinhos e até na música. Às vezes eles são parceiros fiéis de personagens icônicos, outras vezes são vilões de bigodes afiados, mas uma coisa é certa: quando um gato aparece na tela, ele rouba a cena.

De mafiosos a bruxas, de desenhos animados a clássicos do rock, os gatos marcaram presença em diversas mídias e ajudaram a construir alguns dos momentos mais memoráveis do entretenimento. A Strip Me apresenta uma lista cheia de fofura com alguns dos felinos mais famosos da cultura pop e sua importância para cada obra.

1. O Gato de Vito Corleone (O Poderoso Chefão)

Nada como um gato no colo para suavizar a imagem de um chefão da máfia. O felino que ronrona tranquilamente enquanto Vito Corleone, interpretado por Marlon Brando, intimida um patrício durante a festa de casamento de sua filha foi um achado de última hora. Diz a lenda que o gato nem estava no roteiro e foi encontrado perambulando pelos estúdios pelo próprio diretor Francis Ford Coppola, que resolveu incluí-lo na cena, que se tornou icônica.

2. O Gato de Holly Golightly (Bonequinha de Luxo)

Audrey Hepburn e seu gato sem nome formaram um dos pares mais inesquecíveis do cinema. No filme Bonequinha de Luxo, o bichano simboliza o espírito livre da protagonista, Holly Golightly. O momento em que ela, no auge da angústia, abandona o gato na chuva e depois o reencontra é de amolecer o coração do mais brutos dos seres humanos.

3. Gato Félix (Quadrinhos e Animação)

Antes mesmo do Mickey Mouse dar as caras neste mundo, o Gato Félix já brilhava nas telonas do cinema mudo. Criado nos anos 1910, esse gato de sorriso largo e truques mágicos encantou gerações. Sua bolsa mágica e sua capacidade de se safar de qualquer enrascada o transformaram em um verdadeiro ícone da animação e dos quadrinhos.

4. Garfield (Quadrinhos e Animação)

Preguiçoso, cínico e adorador de lasanha, Garfield é o gato que todos amam (e se identificam). Criado por Jim Davis em 1978, ele conquistou o mundo com suas tirinhas cheias de humor ácido. Seu ódio às segundas-feiras e suas constantes provocações ao ingênuo cão Odie fazem parte da cultura pop até hoje.

5. Salem Saberhagen (Sabrina, Aprendiz de Feiticeira)

Nenhum gato falante é tão sarcástico e espirituoso quanto Salem. Na série Sabrina, Aprendiz de Feiticeira, esse ex-feiticeiro transformado em gato por tentar dominar o mundo, garante algumas das melhores tiradas da série. Com sua voz grave e comentários afiados, ele rouba a cena sempre que aparece.

6. Bola de Neve (Os Simpsons)

Os Simpsons já tiveram vários gatos chamados Bola de Neve ao longo dos anos, mas o mais lembrado é o Bola de Neve II. Esse felino preto acompanha a família amarela em várias aventuras, sempre mantendo a pose indiferente e misteriosa típica dos gatos. Um verdadeiro clássico da TV.

7. Tom (Tom & Jerry)

Tom é o eterno perseguidor do esperto ratinho Jerry, numa das animações mais famosas da história. Criado em 1940, ele já sofreu todo tipo de pancada, explosão e quedas sem fim. Apesar de sempre acabar derrotado, sua resiliência e expressões exageradas garantiram sua popularidade por décadas.

8. Frajola (Looney Tunes)

“Eu acho que vi um gatinho!” Sim, todos nós vimos mesmo! Frajola é o eterno caçador do passarinho Piu-Piu e, assim como Tom, está fadado a falhar constantemente. Com seu sotaque engraçado e sua insistência em capturar a presa amarela, ele se tornou um dos felinos mais queridos da animação.

9. Stray Cat Strut (Stray Cats)

A banda Stray Cats trouxe o rockabilly de volta às paradas nos anos 80, e sua música Stray Cat Strut é praticamente um hino dos felinos independentes. A canção conta a história de um gato de rua cheio de atitude, que vive a vida do jeito que quer. Um verdadeiro espírito livre, assim como o rock n’ roll, e como todo gato deve ser.

10. The Lovecats (The Cure)

Os britânicos do The Cure entregaram um dos maiores sucessos de sua carreira, The Lovecats, fazendo uma singela e cativante ode aos felinos. Lançada em 1983, a música tem uma melodia envolvente e brincalhona, e seu clipe repleto de gatos consolidou sua conexão com o universo felino. Uma homenagem perfeita ao charme dos bichanos.

Menção honrosa

Ficou muito gato de fora dessa lista, é verdade. Da Mulher-Gato ao Manda Chuva, passando pelos Thundercats, o gato enigmático de Alice no País das Maravilhas, o Gato de Botas do Shrek e tantos outros. Mas não podemos encerrar essa lista sem sequer citar o clássico maior da televisão, uma canção curta, mas cheia de sentimento. Claro que estamos falando de Smelly Cat, o hit inquestionável da querida Phoebe Buffay em Friends. É um dos momentos mais emblemáticos da série. E, seja onde for, sempre que tem um momento emblemático, tem um gato em algum canto observando com desprezo e indiferença.

Seja na tela grande, nos quadrinhos ou na música, os gatos continuam encantando todo mundo com suas personalidades marcantes. Eles podem ser engraçados, sofisticados e notavelmente indiferentes, mas uma coisa é certa: são sempre inesquecíveis. Além da cultura pop, os gatos também deixaram sua marca no mundo das artes plásticas. Um dos exemplos mais famosos é o cartaz “Tournée du Chat Noir“, criado por Théophile Steinlen no século XIX para divulgar o famoso cabaré parisiense Le Chat Noir. A imagem do gato negro elegante e misterioso se tornou um símbolo artístico atemporal tão marcante, que inspirou a Strip Me a criar uma camiseta lindissima. Mas não fica nisso, na coleção de camisetas pet friendly, você encontra muitas outras camisetas incríveis estampadas com gatos e doguinhos. Isso sem falar nas camisetas de cultura pop, cinema, artes e muito mais. No nosso site você confere tudo e ainda fica por dentro dos nossos lançamentos, que pintam toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist todinha dedicada a gatos e gatas. Gatos top 10 tracks.

Para ler: A Editora L&PM lançou aqui no brasil o excelente Sobre Gatos, uma coletânea composta de textos e poemas inéditos sobre esses bichos maravilhosos que conquistaram a alma do nosso querido Velho Safado, Charles Bukowski. Leitura recomendadíssima.

Guia Strip Me: Os melhores festivais e shows no Brasil em 2025.

Guia Strip Me: Os melhores festivais e shows  no Brasil em 2025.

Entre março e novembro de 2025, o Brasil será palco de uma série de shows e festivais de música imperdíveis. A Strip Me traz pra você os principais eventos que vão agitar o país nesse período.

Acabou o Carnaval! Agora o ano começa pra valer no Brasil. E este vai ser um ano daqueles! De uns tempos pra cá, o Brasil tem se consolidado como um dos principais destinos para grandes eventos musicais no mundo. O país atrai tanto artistas internacionais de peso quanto valoriza sua rica cena musical local, promovendo festivais que misturam ritmos, culturas e experiências únicas. De São Paulo ao Rio de Janeiro, de Curitiba a Brasília, o calendário de festivais e shows de 2025 promete ser um dos mais intensos e diversificados dos últimos tempos, celebrando tanto a potência da música brasileira quanto a grandiosidade de performances internacionais.

A Strip Me, que não deixa passar nenhum festivalzinho que seja, te dá a letra dos melhores shows que vão rolar nesse ano. Então já prepara a agenda do celular aí, pra marcar as datas.

Março

Lollapalooza
O festival mais hypado de todos os tempos está de volta neste ano, mais uma vez nos aprazíveis morrinhos do Autódromo de Interlagos. O lineup de 2025 vem forte com nomes como Olivia Rodrigo, Shawn Mendes, Alanis Morissette, Justin Timberlake, Foster the People e Zedd.
28, 29 e 30 de março no Autódromo de Interlagos – São Paulo

Alanis Morissette
Além de ser uma das principais headliners do Lollapalooza, a musa dos anos 90, Alanis Morissette, também se apresenta na capital paranaense. A canadense vai despejar seus hits na Pedreira Paulo Leminski.
30 de março na Pedreira Paulo Leminski – Curitiba

Abril

Stray Kids
Quem está ali na faixa dos 40 anos, certamente preferia que fossem os Stray Cats. Mas terão que se contentar em levar seus filhos para assistir este que é um dos maiores nome do K-Pop.
1 de abril no Estádio Nilton Santos – Rio de Janeiro
5 e 6 de abril no Estádio MorumBis – São Paulo

Monsters of Rock
Por falar em gente já com certa idade, o festival Monsters of Rock celebra em 2025 os 30 anos de sua primeira edição no Brasil. E quem vai animar a festa são feras do metal como Scorpions, Judas Priest, Europe e Queensrÿche.
19 de abril no Allianz Parque – São Paulo

Maio

Lady Gaga
Depois de Madonna causar frenesi nas areias de Copacabana, este ano é a vez de Lady Gaga subir no palco e sacudir a baía de Guanabara, trazendo a tour de seu disco mais recente, Mayhem. E o melhor: O show é de graça! Só fica esperto com esse seu celular! Attenzione pickpocket!
3 de maio na praia de Copacabana – Rio de Janeiro

System of a Down
Serj Tankian e sua turma barulhenta voltam ao Brasil para shows super aguardados! A banda esteve no Brasil pela última vez em 2015.
6 de maio no Estádio Major Antônio Couto Pereira – Curitiba
8 de maio no Estádio Nilton Santos – Rio de Janeiro
10 e 11 de maio no Allianz Parque – São Paulo
14 de maio no Autódromo de Interlagos – São Paulo

Porão do Rock
O Porão do Rock se estabeleceu já faz um tempo como um dos festivais de rock mais autênticos e com uma curadoria invejável. Neste ano o festival traz a excelente banda Stone Temple Pilots, além de contar com Sepultura, Black Pantera, Dead Fish, BaianaSystem e muito mais.
23 e 24 de maio no estacionamento da Arena BRB – Brasília

C6 Fest
O C6 Fest chega a sua terceira edição com 4 dias de festival e muitas atrações interessantes e diversificadas. Neste ano, tem como principais nomes Pretenders, Wilco, Air, Nile Rodgers & Chic e Seu Jorge. Aliás, a banda de Chrissie Hynde chega no Brasil dias antes do festival para se apresentar em Porto Alegre dia 18, Curitiba dia 20 e Brasília dia 22.
22, 23, 24 e 25 de maio no Parque Ibirapuera – São Paulo

Popload
O festival mais celebrado da música alternativa não poderia ficar de fora. O Popload esse ano vem cremoso com atrações como Norah Jones, St. Vincent, Laufey, Terno Rei & Samuel Rosa e muito mais.
31 de maio no Parque Ibirapuera – São Paulo

Junho

Best of Blues & Rock
Na atividade desde 2013, o festival Best of Blues & Rock sempre traz grandes atrações, misturando diferentes estilos e gerações. Neste ano apresentam Dave Mathews Band, Alice Cooper, Deep Purple, Richard Ashcroft, além dos brasileiros Cachorro Grande, Barão Vermelho e muito mais.
7, 8, 14 e 15 de junho no Parque Ibirapuera – São Paulo

João Rock
O maior festival de música brasileira do país promete mais uma edição de grandes shows e infra estrutura caprichada, pro rolê ser uma experiência muito além da música. Mas, claro, o foco são os shows. Os destaques entre as atrações de 2025 são Planet Hemp, BaianaSystem, Natiruts, Sandra Sá, Toni Tornado & A Banda do Síndico, Seu Jorge e muito mais.
14 de junho no Parque Permanente de Exposições – Ribeirão Preto

Julho

James Blunt
Haja visto que julho é alta temporada de shows no hemisfério norte (a.k.a. verão) o mês de julho é pouco movimentado por aqui. Mas no zero a zero a gente não fica. O britânico James Blunt se apresenta por aqui com hits como You’re Beautiful e Same Mistake e vem celebrar os 20 anos do lançamento de seu primeiro disco, Back to Bedlam.
Dia 8 de julho no Terra SP – São Paulo

Agosto

Kylie Minogue
A maior diva pop da Austrália acumula hits mundo afora, e vem para o Brasil para um único e aguardado show.
15 de agosto no Auditório Ibirapuera – São Paulo

I Wanna Be Tour
O festival com foco no punk e emo teve sua primeira edição ano passado e foi um sucesso. Em 2025 eles voltam com grandes atrações como Fall Out Boy, Good Charlotte, Forfun, Dead Fish e Fresno.
23 de agosto no Estádio Couto Pereira – Curitiba
30 de agosto no Allianz Parque – São Paulo

Setembro

Coala
O festival mais querido da música nacional tem como headliners em 2025 Liniker e Caetano Veloso, além de outras atrações ainda a serem reveladas. Apesar desse suspense envolvendo o lineup, o festival está confirmadíssimo.
5, 6 e 7 de setembro no Memorial da América latina – São Paulo

The Town
O The Town iniciou suas atividades aqui no Brasil em 2023, e em suas duas edições, trouxe lineups invejáveis! 2025 não será diferente. Green Day, Sex Pistols e Iggy Pop encabeçam a vertente punk do evento, que vai contar também com Mariah Carey, Kate Perry e Camila Cabello.
6, 7, 12, 13 e 14 de setembro no Autódromo de Interlagos – São Paulo
17 de setembro no Rio Guamá – Belém
20 de setembro no Estádio do Mangueirão – Belém

Outubro

Steven Wilson
Um dos maiores nomes do rock progressivo, Steven Wilson já passou pelas bandas Yes, King Crimson, Jethro Tull, Marillion e XTC. Seu show inclui sucessos de todas essas bandas, além de material solo do multi instrumentista. Para quem se liga nessa vertente de som, é imperdível.
17 de outubro no Tokyo Marine Hall – São Paulo

Tomorrowland
A edição tupiniquim deste ano do maior festival de música eletrônica do mundo vai ser um arraso e contará com vários nomes brasileiros no lineup. As atrações ainda não foram confirmadas para a edição brasileira, mas normalmente, quem toca na edição belga, que rola em julho, acaba tocando também na edição brasileira. Alguns dos nomes confirmados para o festival na Bélgica são Acid Asian, Alok, ANNA, Antdot, Bhaskar, Blazy, Cat Dealers, Curol, Dubdogz, FTampa, Vegas, Vintage Culture, Webra e outros.
10, 11 e 12 de outubro no Parque Maeda – Itu

Novembro

Oasis
Depois de uma venda disputadíssima e muito rápida de ingressos no ano passado, o Oasis volta ao Brasil para dois shows aguardadíssimos. Enquanto tem gente fazendo bolão para adivinhar a data em que os irmãos Gallagher vão brigar e cancelar a turnê no meio, os sortudos que estão com ingresso comprado aguardam novembro ansiosamente.
22 e 23 de novembro no Estádio Morumbis – São Paulo

Rock the Mountain
Rock the Mountain é aquele festival que transborda bicho grilagem, e justamente por isso, é uma delícia! Natureza, rangos vegetarianos, artesanato, tirolesa e muita música. Neste ano o festival tem como atração gringa a britânica Jorja Smith, mas conta ainda com Liniker, BaianaSystem, Chet Faker, Gloria Groove e Ney Matogrosso.
31 de outubro, 1, 2, 7, 8 e 9 de novembro no parque Municipal de Petrópolis – Petrópolis

Então é isso. Realmente estamos bem servidos de shows e festivais em 2025. De K-Pop a heavy metal, tem de um tudo esse ano! Pra nós isso é ótimo! A diversidade de festivais não só movimenta a economia e o turismo, mas também fortalece o intercâmbio cultural entre público e artistas. É tanto rolê bom, que ainda bem que você tem a Strip Me pra deixar no estilo com todo o conforto do mundo! Além da descoladíssima Coleção Festival, fosse encontra camisetas de música, cultura pop, brasilidades, bebidas e muito mais! Chega lá no nosso site pra conferir, assim você também fica por dentro de todos os nossos lançamentos, que pintam toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist saborosa com o que demlhro o Brasil vai receber em 2025. Festivais BR 2025 Top 10 tracks.

Strip Me Top 10: Os blocos de Carnaval imperdíveis em 2025.

Strip Me Top 10: Os blocos de Carnaval imperdíveis em 2025.

Esqueça os camarotes VIP, as abadás caríssimos e a fila para pegar aquela cerveja morna. Nos bloquinhos, a festa é democrática e a diversão é garantida. A Strip Me te ajuda a cair na folia elencando os melhores blocos de São Paulo e do Rio de Janeiro.

Pois é. Se tem uma coisa que o Brasil sabe fazer como ninguém, é Carnaval. E o fenômeno dos blocos de rua, também chamados carinhosamente de bloquinhos, é cada vez mais popular e se mostra a melhor parte do Carnaval esbanjando diversidade. Uma festa democrática, na rua e totalmente de graça, onde a única pulseirinha possível é a da hidratação (fica a dica). Você bem sabe que os blocos de Carnaval não surgiram ontem e, muito menos, como tendência pra postar no Instagram. No começo do século XX, os primeiros cortejos carnavalescos já reuniam multidões nas ruas ao som de marchinhas e batuques. Os cordões carnavalescos e os ranchos foram precursores do que hoje conhecemos como bloquinhos.

Atualmente, os bloquinhos arrastam milhões de foliões Brasil afora. São festas gratuitas, diversas e cheias de personalidade. Tem bloco de axé, de samba, de rock, de pop, de funk, de música brega, de tudo junto e misturado! Sem falar nos blocos temáticos, inspirados em séries, filmes, memes e até ciências (sim, existe um bloco que exalta a tabela periódica, por exemplo). Sem falar que o bloquinho virou palco para fantasias que vão do clássico pirata ao inovador Tia do Zap. Para você curtir o Carnaval de rua em todo o seu esplendor, a Strip Me elenca os melhores e mais famosos blocos de São Paulo e Rio de Janeiro. Confira.

São Paulo

Ritaleena
22/02 – 12h – Perdizes + 02/03 – 12h – Butantã

Em 2015 duas amigas resolveram criar um bloco que fosse a cara da cidade e encontraram na obra de Rita Lee todos os elementos que procuravam. A celebração do feminino, a irreverência e músicas maravilhosas que facilmente poderiam empolgar multidões. Afinal, Caetano já cravou que Rita Lee é a mais concreta tradução de São Paulo, né? Há exatos 10 anos que o bloco Ritaleena é sucesso absoluto no Carnaval paulistano, atraindo milhares de pessoas. Para mais informações, siga o bloco não só na rua, mas também no Instagram @bloco_ritaleena

Bloco do Sargento Pimenta
23/02 – 11h – Ibirapuera

Bloco criado em 2010 no Rio de Janeiro, logo de cara fez o maior sucesso. Afinal, não tinha como dar errado, tocar clássicos dos Beatles em versões carnavalescas. Dois anos depois de sua criação, a trupe participou também do Carnaval de rua de São Paulo e conquistou o coração dos paulistanos. De lá pra cá o bloco se divide todo ano com datas em São Paulo e no Rio, além de constantemente viajar para outras cidades do Brasil. Neste ano, o bloco se apresenta no Rio de Janeiro no dia 03 de março, 10h no aterro do Flamengo. Para mais informações, siga o bloco não só na rua, mas também no Instagram @blocodosargentopimenta

Batuntã
23/02 – 13h – Pinheiros + 02/03 – 14h – Vila Madalena

Tradicionalíssimo bloco paulistano, em atividade desde 1999. Desde sua criação já tinha a o intuito de inserir cada vez mais diversidade no Carnaval de rua de São Paulo. Assim foi feito, através da fusão de ritmos como o samba, baião e maracatu. É, sem dúvida, um dos mais animados da capital paulista e faz questão de não se limitar a um só bairro da cidade. Neste ano, estarão em Pinheiros e na Vila Madalena. Para mais informações, siga o bloco não só na rua, mas também no Instagram @blocobatunta

Monobloco
23/02 – 14h – Ibirapuera

Mais um bloco carioca que conquistou os paulistanos. Criado em 2000 como uma oficina de percussão para jovens, no ano seguinte, fez um desfile nas ruas do Rio de Janeiro no Carnaval e se tornou um bloco permanente desde então. A passagem por São Paulo é obrigatória em todo Carnaval já faz muitos anos. Mas o bloco ultrapassou as barreiras carnavalescas, já tendo lançado 4 discos e dois DVDs, faz shows Brasil afora o ano todo e ainda segue sendo oficina de percussão, ensinando música para jovens da periferia carioca. Para mais informações, siga o bloco não só na rua, mas também no Instagram @monoblocooficial

Acadêmicos do Baixo Augusta
23/02 – 14h – Consolação

Acadêmicos do Baixo Augusta é um dos blocos mais importantes de São Paulo. Foi criado em 2009 já pensando que o Carnaval paulistano precisava de um bloco com foco na inclusão e diversidade. A região conhecida como Baixo Augusta é desde sempre um local de boemia, onde misturam-se diferentes tribos em democrática harmonia. O bloco procura manter essa aura. Além de tudo, é conhecido por aglutinar grandes nomes do meio artístico. Por exemplo, quem comanda a banda do bloco é o Simoninha, a rainha do bloco é a adorável Alessandra Negrini e o porta estandarte é o talentoso escritor Marcelo Rubens Paiva, que, aliás, é cadeirante. Para mais informações, siga o bloco não só na rua, mas também no Instagram @academicosdobaixoaugusta

Rio de Janeiro

Cordão da Bola Preta
23/02 – 9h – Rua da Relação + 01/03 – 9h – Rua Primeiro de Março

Este é o maior e mais antigo bloco de Carnaval do Brasil (e, consequentemente, do mundo, né…). Iniciou suas atividades no Carnaval de 1918, no centro do Rio de Janeiro. Desde então, desfila tradicionalmente todo ano, no sábado de carnaval, no centro da cidade, começando por volta das 9h da manhã. O bloco também sai na sexta-feira imediatamente anterior à abertura do Carnaval, no mesmo local. Para mais informações, siga o bloco não só na rua, mas também no Instagram @cordaodabolapretaoficial

Amigos da Onça
01/03 – 9h – Praia do Flamengo

Em atividade desde 2012, o grupo se apresenta não só como bloco, mas também no formato banda, com um estilo performático espalhafatoso e irreverente, trazendo em seu repertório, além de composições autorais, uma mistura de ritmos, que passa pelo pop, salsa, rock, reggae, samba, funk, carimbó, maracatu, baião, pagode baiano e pagodes dos anos 90. É diversão garantida ou seu dinheiro de volta. Mas como é de graça…fica elas por elas. Para mais informações, siga o bloco não só na rua, mas também no Instagram @blocoamigosdaonca

Bangalafumenga
02/03 – 9h – Monumentos aos Pracinhas

O bloco surgiu em 1998, inicialmente apenas como um grupo de amigos, artistas que se dedicavam a poesia, samba e improvisos, no Planetário da Gávea. No mesmo ano eles decidiram desfilar no Carnaval, nas ruas do Leblon, se tornando oficialmente um bloco. Em 2001 os músicos do bloco passaram a se apresentar como banda, e seguem fazendo shows para além dos carnavais, e já estão com 3 discos lançados. Para mais informações siga o bloco não só na rua, mas também no Instagram @bangalafumenga

Carmelitas
28/02 – 13h – Largo do Curvelo + 04/03 – 8h – Largo do Curvelo

Outro bloco super tradicional do Rio de Janeiro, e com uma história maravilhosa. Rolava uma lenda nos anos oitenta de que uma freira havia sido vista pulando o muro do Convento das Carmelitas, no bairro de Santa Teresa, e se misturado aos foliões de um bloco na sexta feira de Carnaval, e depois fora flagrada pulando de volta para dentro do convento na terça feira. Em 1990 foi criado o Bloco das Carmelitas, que desfila em Santa Teresa toda sexta e toda terça de Carnaval, e muitos dos foliões vão fantasiados de freira e padre, para que a verdadeira freira passe despercebida. E é um dos blocos mais animados do Rio de Janeiro até hoje. Para mais informações, siga o bloco não só na rua, mas também no Instagram @blocodascarmelitas

Filhos de Gandhi
04/03 – 9h – Avenida Atlântica

Fundado originalmente em Salvador, Bahia, no ano de 1949, Filhos de Gandhi é um afoxé, ou seja, é um cortejo de rua que sai durante o Carnaval, sendo uma manifestação com raízes no povo Iorubá. Geralmente, seus integrantes são vinculados a um terreiro de Candomblé ou de Umbanda. Em 1951 o alguns baianos que se mudaram para o Rio de Janeiro, fundaram o afoxé com o mesmo nome na capital carioca em 1951. E ele segue como bloco carnavalesco desde então exaltando os ritmos e crenças das religiões de matrizes africanas com muita beleza e animação. Para mais informações, siga o bloco não só na rua, mas também no Instagram @filhosdegandhirio

Então é isso. Foliões, uni-vos! Porque o Carnaval já nos bate à porta. E se você nunca foi num bloquinho, se joga sem medo, porque é bom demais! Pode se lambuzar de glitter (mas daquele biodegradável, de preferência) sem medo de ser feliz e cair no samba! E pra você curtir no estilo e com muito conforto, a Strip Me tem as coleções de Carnaval, Verão, Brasilidades, Bebidas, e até uma especial do Cartola, pra você usar e abusar, lembrando que são camisetas 100% algodão certificado, mega confortáveis e com caimento perfeito, seja no P ou no XGG. Cola lá no nosso site pra conferir.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist perfeita pra fazer aquele esquenta com os maiores sucessos dos principais blocos do Brasil! Bloquinho top 10 tracks.

Disco na agulha: Os 10 discos mais raros em vinil da música brasileira.

Disco na agulha: Os 10 discos mais raros em vinil da música brasileira.

O revival dos discos de vinil rolou já tem alguns anos. Hoje, deixou de ser tendência e é uma demanda real do mercado fonográfico. Para colecionadores veteranos e iniciantes, a Strip Me levanta os 10 discos da música brasileira mais procurados em vinil.

Se alguém te dissesse, lá pelos anos 2000, que os LPs voltariam a ser desejados, disputados e até mesmo fabricados em larga escala novamente, provavelmente você iria rir e chamar esse alguém de maluco, enquanto colocava de volta o fone de ouvido e seguiria ouvindo no discman o CD que você acabara de “queimar” com as músicas que baixou do Napster. Mas eis que, desafiando o inevitável avanço tecnológico, os discos de vinil ressuscitaram das cinzas, como uma fênix em formato de bolacha preta. E não, isso não é só nostalgia barata. O retorno triunfal do vinil pode ser explicado por vários fatores, mas o principal deles é o próprio ritual que envolve colocar um disco para tocar. Em um mundo onde tudo é instantâneo, essa cerimônia sonora oferece um charme irresistível.

E não pense você que quem faz esse mercado girar é somente o colecionador mais velho, aquele cara saudosista, que viveu a época em que a fita cassete era a única alternativa além do vinil e a digitalização da música era coisa de ficção científica. Esses aficionados, muitas vezes, ainda guardam seus toca-discos originais e podem ser encontrados discutindo calorosamente sobre prensagens, selos raros e a mítica superioridade do som analógico. Por outro lado, uma nova geração de colecionadores tem surgido. Jovens que cresceram na era do streaming, onde a música é etérea, invisível, sem um suporte físico. Para eles, o vinil é um objeto de desejo, uma peça de arte que combina a experiência auditiva com o prazer tátil, de segurar algo real. Esses novos fãs do LP são movidos tanto pela qualidade sonora quanto pela estética. Capas icônicas, encartes caprichados e aquele ar cult que transforma qualquer prateleira em uma galeria de arte.

A grande diferença entre esses dois perfis de colecionadores é que os mais velhos nutrem uma obsessão maior por ter discos em suas prensagens originais, da época de seu lançamento. Já os mais jovens não se importam tanto com isso, até preferindo adquirir prensagens recentes, em que discos clássicos ganham edições de luxo, com vinil de 180 gramas, muitas vezes colorido, encartes e etc. Hoje a Strip Me, que também se liga no chiadinho inebriante da agulha em contato com o disco, elenca os álbuns de música brasileira mais procurados em suas prensagens originais. A maior parte deles já ganharam reedições recentemente, e são fáceis de serem encontrados. Mas suas prensagens originais seguem raríssimas. Confere aí.

Chega de Saudade – João Gilberto (1959)

Considerado o marco zero da bossa nova, este disco certamente é um dos mais influentes da música brasileira moderna. Ainda que Tom Jobim seja fundamental para a existência da bossa nova, foi o jeito de cantar sussurrando e a batida de violão característica de João Gilberto que forjaram a sonoridade e estética do gênero. Por sua tamanha importância histórica, este disco é valiosíssimo para qualquer colecionador que se preze. Mas, claro, desde que seja a prensagem original de 1959, com o selo da Odeon no disco, já que a obra recebeu vários reedições ao longo dos anos.

Raulzito e Os Panteras – Raulzito e Os Panteras – (1968)

Primeiro registro oficial de Raul Seixas em disco, este álbum está longe de trazer aquela genialidade que o Raul entrega em Krig-Ha-Bandolo, por exemplo. Mas ainda assim, já deixa pistas do que estaria por vir no futuro. A começar pela ousada versão de Lucy in the Sky With Diamonds, intitulada aqui como Você Também Pode Sonhar. As autorais Me Deixa em Paz, Trem 103 e O Dorminhoco também já davam uma pista do que seria a carreira de Raul Seixas posteriormente. A banda, incialmente conhecida simplesmente como The Panthers, se tornou Raulzito e Os Panteras quando se mudou de Salvador para o Rio de Janeiro e começou a ser banda de apoio de músicos como Jerry Adriani e Roberto Carlos, no auge da Jovem Guarda. A prensagem original, de janeiro de 1968, é rara, já que o disco vendeu pouco e logo saiu de catálogo. Depois da morte de Raul o disco foi reeditado em 1989, mas passou despercebido e não é visto como item valioso pelos colecionadores, ao contrário da prensagem de 1968, que vale um bom dinheiro.

Ronnie Von – Ronnie Von (1968)

É difícil de acreditar que esse tiozinho que a gente vê na TV todo engomadinho, comendo risoto e tomando vinho, foi um dos responsáveis pelo surgimento do rock psicodélico brasileiro. Ronnie Von fez muito mais do que colocar Os Mutantes pra tocar na TV, ajudando a tornar a banda mais popular. Ele gravou, em 1968, o primeiro de 3 discos que misturam psicodelia e rock progressivo com muita qualidade. Entretanto, esses discos não venderam bem na época e caíram no esquecimento. Desapontado, Ronnie Von trilhou outros rumos em sua carreira artística, até acabar abandonando a música e se tornando apresentador de televisão. Em 2001, a banda gaúcha Vídeo Hits regravou a música Sílvia 20 Horas Domingo, gravada originalmente neste disco do Ronnie Von de 1968. Isso fez com que surgisse no underground um revival dessa fase psicodélica do Ronnie Von e uma caça a esse disco, que teve uma prensagem limitada na época de seu lançamento. Ele foi relançado em 2005 e depois em 2013. mas a prensagem de 1968 segue um artigo raro, que vale uma nota preta.

Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta: Sessão das 10 – Sociedade da Grã-Ordem Kavernista (1971)

Literalmente, um dos discos mais lendários da história da música brasileira. Isso porque a gravação desse álbum envolve várias lendas. A primeira, e mais famosa delas, é que tudo não passou de uma traquinagem, em que Raul Seixas, então produtor na CBS, aproveitou um fim de semana prolongado em que os diretores da gravadora estavam viajando para juntar seus amigos no estúdio e gravar umas maluquices. A turma em questão contava com Sérgio Sampaio, Edy Star e Mirian Batucada, além do próprio Raul. Diz a lenda ainda que foi prensada uma tiragem reduzida daquela gravação e distribuída sem o aval da gravadora, que quando soube do conteúdo do disco, mandou recolher das lojas. Uma história muito boa pra ser verdade. E realmente, não aconteceu nada disso. Raul Seixas, que encabeçou o projeto, tinha autorização da gravadora e liberdade para fazer o que bem quisesse. Mas o disco encalhou nas lojas na época, justamente por ser muito esquisitinho. Depois da morte de Raul Seixas, esse disco se tornou uma relíquia. E é, de fato, um disco muito bom! Foi relançado em 2018, em vinil de 180 gramas e tudo. Mas a prensagem de 1971 não é nada fácil de se achar, e, se encontrada, não sai por menos de 500 reais.

Jorge Ben On Stage – Jorge Ben (1972)

Um dos discos mais raros desta lista, justamente por não ter sido relançado posteriormente. E trata-se de uma obra fantástica. É o registro de um show feito em março de 1972 no Japão, onde Jorge Ben, acompanhado do legendário Trio Mocotó, enfileira suas músicas mais brilhantes até então em interpretações arrebatadoras. O disco só foi lançado no Japão e é objeto de culto por colecionadores de vinil e fãs do Jorge Ben. Sem nenhuma explicação convincente, além daquelas desculpas de sempre, de diretos de registro dos fonogramas por parte das gravadoras e blá blá blá, o disco nunca ganhou uma edição brasileira, sequer em CD. Claro, com a popularização do compartilhamento de mp3, o disco foi digitalizado e se espalhou. Se você ainda baixa mp3 em plataformas tipo Soulseek, provavelmente vai achar, mas também dá pra ouvir esse registro irretocável no Youtube. E vale muito a pena ouvir!

Ogum Xangô – Gilberto Gil e Jorge Ben (1975)

A gravação deste disco foi a conclusão de uma das histórias mais famosas e saborosas da música brasileira. No início de 1975, Eric Clapton veio para o Brasil passar férias. Ele não faria nenhum show por aqui, então a Phonogram, sua gravadora, acabou organizando uma festa para recebê-lo, com os principais nomes de seu catálogo brasileiro. Estavam lá Rita Lee, Caetano Veloso e muitos outros. Incluindo Gilberto Gil e Jorge Ben. A certa altura, surgem uns violões e começa uma animada jam session, com Gil, Jorge, Clapton e mais dois ou três músicos. Mas, Gil e Jorge estavam com a pá virada e começaram a bombardear riffs grooveados, calcados em batidas e ritmos africanos, fazendo improvisos inacreditáveis. Um a um, os músicos foram saindo da jam, sem conseguir acompanhar os dois, incluindo o deus da guitarra Eric Clapton. O anfitrião da festa era André Midani, então presidente da gravadora. Enquanto Gil e Jorge debulhavam seus violões, Midani puxou de lado o produtor Armando Pittigliani e disse: “Eu quero esses dois em estúdio gravando isso amanhã!”. Claro que não foi no dia seguinte, já que a festinha acabou de manhã. Mas menos de uma semana depois, já estavam em estúdio. O resultado foi um dos discos mais experimentais e empolgantes da MPB. É outro que não teve reedição até hoje, e é considerado mosca branca pelos colecionadores.

Paêbiru – Lula Côrtes e Zé Ramalho (1975)

Paêbiru segue sendo o disco brasileiro mais caro no mercado do vinil. Isso porque só foram prensadas 1.500 cópias no ano de seu lançamento, e aproximadamente mil delas foram perdidas numa enchente em Recife dias antes da distribuição do disco nas lojas. Uma cópia em bom estado, da prensagem original de 1975, vale aproximadamente 4 mil reais. E o disco em si é realmente muito bom. Se Ronnie Von marca o início da psicodelia no Brasil, Lula Côrtes e Zé Ramalho marcam a fusão impecável do rock psicodélico e progressivo com ritmos nordestinos. É um disco experimental e muito envolvente, instigante. Uma curiosidade sobre ele é que o título do disco foi grafado errado e não foi corrigido. Pois trata-se de um disco conceitual que aborda através dos 4 elementos da natureza, terra, fogo, água e ar, a mística trilha indígena Peabiru, Os Caminhos do Peabiru formam uma rede de trilhas ancestrais que datam de mais de 3 mil anos. Elas conectam o Oceano Atlântico ao Pacífico, passando pelo Brasil, Paraguai e Bolívia, chegando até o Peru. No território nacional percorre o litoral de Santa Catarina e São Paulo e corta o Paraná de leste a oeste. Cultuado no mundo todo, o disco já recebeu reprensagens alemã e britânica em vinil, além da reedição de luxo brasileira lançada em 2019.

Racional Vol.1 e Vol.2 – Tim Maia (1975)

Os discos mais emblemáticos da carreira de Tim Maia, ironicamente foram absolutamente rejeitados por ele. A história é conhecida. Tim embarcou nessa seita maluca chamada Cultura Racional, parou de beber, fumar e cheirar, emagreceu e passou a escrever canções que exaltavam a tal Cultura Racional, o livro O Universo em Desencanto e o autor do livro e profeta auto proclamado da seita, Manuel Jacinto Coelho. O disco, dividido em dois volumes, foi lançado de forma independente pelo selo do próprio Tim, a Seroma Discos, já que gravadora nenhuma ousou investir numa sandice daquelas. Tal qual aconteceu com John Lennon na India, com o guru Maharishi Mahesh Yogi, Maia descobriu, pouco depois do lançamento dos discos, que Manuel Jacinto aprontava das suas, indo contra muita coisa que sua seita pregava. Full pistola, Tim Maia mandou recolher e destruir todos os discos em circulação. E até sua morte, evitava falar sobre, negava pedidos de artistas querendo regravar uma ou outra faixa e proibia relançamento dos dois volumes (além de voltar a beber, fumar e cheirar como nunca). Mas depois de sua morte, com o crescente interesse do público pela música negra brasileira dos anos setenta, e posteriormente com o filme Cidade de Deus, não tinha mais quem segurasse. Os dois volumes receberam reedições luxuosas em CD e vinil. Mas uma cópia bem conservada original de 1975 pode valer mais de mil reais.

Zebra / Masquerade – Vímana (1977)

O Vímana teve uma trajetória breve e conturbada. A banda surgiu na leva do rock progressivo que assolou o Brasil em meados dos anos setenta, destacando bandas como O Terço, Moto Perpétuo, Casa das Máquinas e outras. O que torna a história do Vímana curiosa, apesar de a banda ter lançado apenas um compacto, é sua formação. Faziam parte da banda Lulu Santos, Ritchie e Lobão, ainda jovenzinhos, mas já virtuosos em seus respectivos instrumentos (na época Lobão era baterista, vale lembrar). Além disso, a dissolução da banda, que tinha sim um baita potencial para trilhar um caminho de sucesso, se deu de maneira pitoresca. A banda fora contratada para integrar o novo conjunto de Patrick Moraz, ex tecladista da cultuada banda Yes. Acontece que Patrick começou a ficar enciumado com o carisma de Lulu Santos no palco, que roubava as atenções para si. Para piorar, Lobão foi descoberto tendo um caso com a esposa de Patrick. Aí, foi aquele brigueiro e a banda acabou. O compacto, lançado antes de Patrick Moraz aparecer, até que vendeu razoavelmente bem, mas depois sumiu do mercado. Com o revival do vinil, muita gente começou a procurar o compacto, que se tornou ítem de colecionador valioso. O compacto de 7 polegadas foi reeditado pela Polysom em 2016.

Robson Jorge & Lincoln Olivetti – Robson Jorge & Lincoln Olivetti (1982)

Exemplo clássico de como o tempo é capaz de transformações drásticas. Robson Jorge e Lincoln Olivetti, acima de tudo, eram produtores musicais e arranjadores geniais. Responsáveis por grandes discos de artistas variados, de Tim Maia a Reginaldo Rossi e de Gal Costa a Sidney Magal. A dupla, amplamente antenada com o que rolava na gringa, tinha pleno conhecimento do que era hype em termos de arranjos, e dominavam os equipamentos mais modernos, como sintetizadores e mesas de som. A dupla foi responsável por repaginar e trazer uma qualidade até então inalcançável para a indústria fonográfica tupiniquim. Mas acabou sendo amplamente criticada por isso. Críticos diziam que Jorge e Olivetti pasteurizavam o som e o destituía de sua brasilidade. Uma bobagem pretensiosa. A partir dos anos 2000, com o regaste da música brasileira negra dos anos setenta, que redescobriu Cassiano, e Gerson King Combo, trouxe junto o único disco em que Jorge e Olivetti saíram da ficha técnica na contra capa, para figurar como protagonistas. A dupla foi reconhecida por essa nova geração como grande inovadora e transformadora da música pop brasileira. O disco é um amontoado de grooves dançantes irresistíveis, grandes timbres e ótimas melodias. O disco saiu em vinil em 1982 e até que vendeu bem, mas logo saiu de catálogo. Até 2016, era um dos discos mais raros e caros da música brasileira, tendo sido redescoberto por inúmeros DJs, que o utilizavam como base para seus beats. Por fim, ele ganhou uma reedição no Brasil em 2016 e também foi prensado na Inglaterra em 2018.

No fim das contas, o revival do vinil veio pra ficar e é um lembrete de que nem tudo que é antigo perde o valor. Em uma época em que tudo pode ser baixado, ouvido sob demanda e até ignorado com um simples clique, o vinil exige tempo, paciência e dedicação, e talvez seja justamente isso que o torne tão especial. E a Strip Me, sempre de olho nas tendências, e movida pela boa música, não pode deixar de exaltar essa mídia tão charmosa e icônica que é o disco de vinil. Levamos isso tão a sério que disco e vitrola é o que não falta na nossa coleção de camisetas de música. Mas, claro, tem também as camisetas de arte, cinema, cultura pop e muito mais. Na nossa loja você confere o nosso catálogo todinho e ainda fica por dentro dos nossos lançamentos, que pintam por lá toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Lógico, uma playlist deliciosa com o que há de melhor nos 10 discos citados nessa lista. Disco Raro BR top 10 tracks.

Cultura pop sem fronteiras: Os 10 artistas latinos mais influentes nos Estados Unidos.

Cultura pop sem fronteiras: Os 10 artistas latinos mais influentes nos Estados Unidos.

A cultura pop norte americana indiscutivelmente influencia boa parte do mundo. Mas ela está longe de ser unicamente estadunidense. A Strip Me elencou 10 artistas latinos que deixaram sua marca e um colorido a mais na cultura pop dos EUA.

José Carlos de Brito e Cunha, mais conhecido simplesmente como J. Carlos, foi um dos maiores desenhista do Brasil no início do século XX. Chargista implacável, fez caricaturas históricas de boa parte dos presidentes da República Velha. Em 1941 Walt Disney fez uma viagem pela América do Sul, e em sua passagem pelo Brasil se encantou com as paisagens do Rio de Janeiro, com o samba e com os desenhos magníficos de J. Carlos. Disney fez questão de conhecer J. Carlos, e logo os dois se tornaram amigos. Antes de voltar para os Estados Unidos, Disney convidou J. Carlos a se mudar para Los Angeles e trabalhar nos estúdios Disney. O brasileiro recusou o convite, e presenteou o amigo estadunidense com um desenho de um papagaio abraçado ao Pato Donald. Em agosto de 1942 era lançada mundialmente a animação Saludos, Amigos!, uma produção dos estúdios Disney apresentando um novo personagem, que apresentava as belezas do Rio de Janeiro a um atônito Pato Donald ao som de Aquarela do Brasil. Era Zé Carioca, um papagaio que, reza a lenda, é igual ao desenho feito por J. Carlos. É o que diz a lenda, porque tal desenho do cartunista brasileiro nunca mais foi visto, e Walt Disney nunca sequer o mencionou como “inspiração” para criar o Zé Carioca, que se tornaria um dos personagens mais populares da Disney no final da primeira metade do século XX.

Histórias como essa são mais comuns do que se imagina. A cultura pop que consumimos vem essencialmente dos Estados Unidos. Mas ela é encharcada de influências, referências e, muitas vezes, feita por artistas estrangeiros, especialmente da América Latina. Para ficarmos na seara da animação, basta dizer que um dos filmes mais vistos em 2011 foi a animação Rio, criação do brasileiro Carlos Saldanha, arrecadou de bilheteria quase 500 milhões de dólares no mundo todo, sendo que só nos Estados Unidos, a arrecadação foi de 143.6 milhões de dólares. Ou seja, a cultura pop não só é feita a partir de elementos de diferentes nacionalidades, como o próprio público norte americano consome esse conteúdo com fervor. Para celebrar esse mundo sem fronteiras e que abraça culturas de diferentes nacionalidade, a Strip Me apresenta os 10 artistas latinos que exerceram (e ainda exercem) grande influência na cultura pop dos Estados Unidos.

Ritchie Valens

A passagem de Ritchie Valens por este mundo foi breve. Mais breve ainda foi sua carreira musical. Entretanto, seu nome é lembrado até hoje e sua obra ajudou a moldar a música pop e o rock n’ roll como os conhecemos. Ele nasceu na California. Seus pais eram mexicanos, o que fez com que ele assimilasse muito a cultura do México, mas também consumia o que era feito nos Estados Unidos. O cinema e o bebop, e posteriormente o rock, fizeram com que ele se dedicasse ainda muito jovem a aprender a tocar guitarra. Aos 16 anos de idade, formou sua primeira banda, cuja formação era o puro suco da América: a banda chamada Satellites era formada por dois negros, um americano de ascendência mexicana e um de origem japonesa. Meses depois, influenciado por um grande empresário que investiu nele, Ritchie Valens se tornou artista solo e decolou com o sucesso Come On Let’s Go. Em 1958 emplacou a balada Donna. Consolidado como hitmaker, insistiu em gravar uma versão de uma música tradicional mexicana, cantando em espanhol mesmo. La Bamba foi seu maior sucesso, mudou um pouco a cara do rock, até então meio engessado no mesmo formato. Ritchie Valens estava a bordo do avião, que também levava Buddy Holly The Big Bopper, e se acidentou no estado de Iowa, no dia 3 de fevereiro de 1959. Evento que ficou conhecido como “o dia em que a música morreu”.

Cheech Marin

Outro californiano filho de mexicanos, Cheech Marin, ao lado de Tommy Chong, literalmente abriu um novo caminho na cultura pop, dando protagonismo a dois maconheiros convictos, sendo um deles um imigrante mexicano (o personagem de Cheech Marin). A dupla Cheech & Chong foi um sucesso arrebatador, dando início a um novo gênero de comédia, com uma pegada mais alternativa e rock n’ roll que influenciaria artistas da música, como Willie Nelson, da comédia, como George Carlin e do cinema ao inspirar, por exemplo, os irmãos Coen a desenvolver o personagem Jeffrey “The Dude” Lebowski. A duple Cheech & Chong protagonizou mais de 10 filmes, e Cheech Marin se tornou um dos atores mais requisitados de Hollywood, atuando em filmes e em séries de TV aos montes. Claro que na dublagem brasileira, mas a célebre frase que abre a música Queimando Tudo, clássico da banda Planet Hemp, é ninguém menos que Cheech Marin, displicente dizendo “Ah, desde que eu nasci que eu fumo!”

Tom Jobim

O nosso maestro maior não poderia estar de fora desta lista. Afinal, a bossa nova foi reverenciada no mundo todo, porém, nos Estados Unidos a coisa foi além. Literalmente a bossa nova foi incorporada a um dos gêneros mais originais dos Estados Unidos, o jazz. Tanto é que o saxofonista Stan Getz gravou mais de um disco dedicados somente ao gênero brasileiro, até mesmo Quincy Jones foi influenciado pelo nosso som, dedicando também um disco inteiro a bossa nova, que inclui a clássica Soul Bossa Nova. Claro, a bossa nova foi um movimento articulado por vários músicos, em especial João Gilberto, Tom Jobim, Vinícius de Moraes e etc. Mas foi Tom Jobim quem chegou mais longe fora do Brasil, gravando um disco com Frank Sinatra e levando Garota de Ipanema a ser uma das músicas mais regravadas do mundo. Constatar ainda hoje essa influência imensa de Tom Jobim é fácil. Basta notar que em muitos, mas muitos mesmo, filmes de Hollywood, virou e mexeu tem uma bossinha rolando na trilha sonora.

Walter Salles

Mais um brasileiro nessa lista. No cinema, em especial no cinema cult, Walter Salles é visto como um grande cineasta. Aqui no Brasil encabeçou o movimento Cinema de Retomada, que rolou ali em meados dos anos 90 e fez o cinema brasileiro voltar a ser profissional e relevante. A indicação de Central do Brasil ao Oscar de melhor filme estrangeiro abriu as portas do cinema norte americano para Salles. De cara ele emplacou o excelente Diário de Motocicleta, até conseguir chegar onde muitos cineastas, incluindo nomes como Francis Ford Coppola, sonharam, mas não conseguiram realizar: adaptar para o cinema o emblemático livro On The Road, a bíblia beat de Jack Kerouac. O estilo de filmagem de Walter Salles, que consegue um equilíbrio encantador entre o o cinema underground e o pop, chama cada vez mais a atenção e certamente já influencia diretores mais novos, como os talentosos Ari Aster e Sam Levinson. Sobre Ainda Estou Aqui, falaremos depois que ganharmos o Oscar.

Carlos Santana

Santana ganhou um certo ar de bruxo da guitarra. Certamente isso se deve ao elevado grau de espiritualidade e mística que seu som emana. E esse som só foi possível por Santana se ligar que não dá pra ter fronteiras na música. Ainda pouco conhecido e com apenas um disco lançado naquele mesmo ano, Santana foi um dos maiores destaques do festival de Woodstock, em 1969. A percussão hipnótica e os solos psicodélicos de Soul Sacrifice arrebataram a multidão durante uma das tardes do evento. Carlos Santana nasceu em 1947, no México. Ele começou sua jornada musical sob forte influência do pai, um violonista mariachi. Porém, ao se mudar para os Estados Unidos na adolescência, ele mergulhou no blues e no rock, absorvendo influências de B.B. King, John Lee Hooker e Gábor Szabó. Nos anos 70, álbuns como Abraxas e Santana III consolidaram seu estilo e trouxeram hits como Black Magic Woman e Oye Como Va, uma releitura de Tito Puente, que mostraram como o rock pode abraçar o ritmo latino sem perder a potência. Enquanto o rock progressivo e o hard rock dominavam as paradas, Santana provava que havia espaço para um som mais espiritual, dançante e multicultural.

Alejandro G. Iñárritu

Nascido na Cidade do México, em 1963, Iñárritu começou sua carreira no rádio e na publicidade antes de enveredar pelo mundo do cinema. Sua estreia como diretor veio com Amores Brutos, um drama cru e visceral que entrelaça diferentes histórias. O filme foi um sucesso estrondoso, conquistando prêmios internacionais e colocando o nome de Iñárritu no radar de Hollywood. Assim, em seguida, com 21 Gramas e Babel, completou sua chamada “Trilogia da Dor” e deu uma nova cara para o cinema. Iñárritu não apenas levou uma estética inovadora para Hollywood, mas também desafiou a indústria a pensar de maneira diferente. Seus filmes lidam com temas universais como identidade, imigração, alienação e sobrevivência, tornando-se essenciais para o cinema contemporâneo. Além disso, ele foi um dos expoentes da chamada “Onda Mexicana” em Hollywood, ao lado de Alfonso Cuarón e Guillermo del Toro, provando que o cinema norte americano está longe de ser uma arte exclusivamente anglo-saxã.

Jennifer Lopez

J.Lo é filha de porto-riquenhos, cresceu no Bronx, New York, ouvindo salsa, pop e R&B, influências que mais tarde definiram seu estilo musical. Essa receita se mostrou certeira. Seu disco de estreia, On the 6, de 1999, foi um sucesso imenso, ajudando, inclusive, a catapultar a carreira da cantora também como atriz em Hollywood. Jenniffer Lopez tem uma carreira musical e como atriz repleta de grandes sucessos, mas sua importância para a cultua pop vai muito além disso. J.Lo quebrou barreiras para os latinos na indústria do entretenimento. Antes dela, era raro ver uma artista de origem latina dominar as paradas pop e o cinema ao mesmo tempo. Sua ascensão abriu portas para estrelas como Shakira, Bad Bunny e Rosalía. Ela também redefiniu padrões de beleza e representatividade. Seu corpo curvilíneo desafiou os padrões eurocêntricos de Hollywood e ajudou a mudar a forma como a mídia via a diversidade de corpos femininos. Enfim, uma diva pop pra ninguém botar defeito!

Sofía Vergara

Sofía Vergara é colombiana e começou sua carreira como apresentadora de TV e modelo. Após chamar a atenção de alguns produtores norte americanos, ela abraçou sua grande chance em 2009, quando foi escalada para viver Gloria Pritchett em Modern Family, uma das sitcoms mais bem-sucedidas da história da TV americana. Com seu timing cômico impecável e sua representação autêntica de uma mulher latina forte e engraçada, Sofía rapidamente se tornou uma das personagens mais queridas da série. Sofía Vergara desafiou estereótipos e, ao mesmo tempo, trouxe visibilidade para as mulheres latinas na TV americana. Antes dela, os papéis destinados a atrizes latinas muitas vezes se resumiam a personagens secundárias e estereotipadas. Seu sotaque carregado, que poderia ter sido um obstáculo, virou uma marca registrada e um símbolo de orgulho latino. Em vez de tentar esconder suas origens, Vergara usou sua autenticidade como uma vantagem. Fora das telas, Sofía construiu um império empresarial, com linhas de roupas, perfumes e produtos de beleza, tornando-se uma das mulheres latinas mais influentes dos negócios nos Estados Unidos.

Shakira

Shakira Isabel Mebarak Ripoll nasceu na Colômbia em 1977, descendente de famílias libanesa e colombiana. É uma das poucas cantoras de música pop que compõe seu próprio material. E ela começou a compor desde cedo, já impregnada de influências culturais multiétnicas de sua família, misturando isso ao rock, ao pop e R&B. Nos anos 90, ela conquistou o mercado latino com álbuns como Pies Descalzos e Dónde Están los Ladrones?, que trouxeram hits como Estoy Aquí e Ojos Así. Sua autenticidade e versatilidade já eram evidentes, mas foi no início dos anos 2000 que ela deu um salto rumo ao estrelato global. Shakira fez uma transição inteligente para o mercado norte-americano ao lançar Laundry Service, seu primeiro álbum em inglês, em 2001. Daí em diante, ela não parou de crescer. Sua apresentação no Super Bowl 2020, ao lado de Jennifer Lopez, foi um marco na representatividade latina, reafirmando a influência da cultura hispânica nos Estados Unidos. No fim, Shakira não apenas levou a música latina para o topo das paradas norte americanas, ela ajudou a redefinir o que significa ser uma estrela pop global.

Guillermo del Toro

Guillermo del Toro cresceu no México dos anos 70 fascinado por histórias de terror, literatura gótica e monstros clássicos. Essa paixão foi nutrida desde cedo por cineastas como Alfred Hitchcock e o herói mexicano El Santo, além da estética sombria das histórias de H.P. Lovecraft. Ele começou jovem no cinema como maquiador de efeitos especiais, o que lhe deu uma visão detalhada sobre o design de diferentes criaturas, o que lhe seria muito útil no futuro. Mesmo sendo um cineasta de nicho, del Toro conseguiu algo raro: ser respeitado tanto pela crítica quanto pelo público. Seu talento para equilibrar terror, emoção e beleza visual fica evidente em Círculo de Fogo, por exemplo, um blockbuster que homenageia os filmes de monstros japoneses. No entanto, sua consagração veio com A Forma da Água, uma história de amor entre uma mulher muda e uma criatura aquática. O filme rendeu a del Toro o Oscar de Melhor Diretor e Melhor Filme, tornando-o um dos poucos latinos a conquistar essa honraria. Guillermo del Toro não apenas trouxe novas perspectivas para Hollywood, mas também quebrou barreiras para cineastas latinos. Seu trabalho celebra os monstros como metáforas para a humanidade e transforma o horror em poesia.

Se tem uma coisa que a cultura pop dos Estados Unidos nunca conseguiu evitar foi a influência latina. Ainda bem! Apesar do discursinho vazio imperialista que pinta os Estados Unidos como uma ilha cultural autossuficiente, a verdade é que o país sempre dançou, cantou e vibrou ao som de diversos ritmos. Da música ao cinema, da televisão à literatura, a cultura norte americana seria infinitamente mais pobre sem esse tempero. Ainda bem também que a Strip Me respira e se inspira com essa latinidade, com a nossa brasilidade e com a convergência de culturas, de onde quer que elas venham! Nossas camisetas de cinema, música, cultura pop, arte e muito mais, reforçam, com muito estilo e originalidade, que não tem muro ou fronteira que a arte não consiga transpor.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist caprichada com o que de melhor os artistas da música citados neste texto produziram. Sem Fronteiras Top 10 tracks.

7 curiosidades para entender o folclore brasileiro.

7 curiosidades para entender o folclore brasileiro.

Claro, ninguém está competindo, mas não dá pra negar que o folclore brasileiro é o melhor do mundo, né? plural e riquíssimo, nosso folclore vai da gastronomia às lendas mais fascinantes. A Strip Me traz 7 curiosidades sobre o folclore brasileiro, pra você ficar sabendo tudo sobre o assunto.

No dia 22 de agosto de 1846, o escritor inglês William John Thoms inventou o termo folklore, unindo as palavras folk (pessoas, povo) e lore (conhecimento, saber), para designar os conhecimentos e cultura tradicionais que formam a identidade de um povo ou sociedade. Isso significa que o termo engloba todo o tipo de manifestações culturais, como música e dança, mas a melhor e mais clara personificaçãso do folclore são histórias e lendas contadas oralmente. Tanto é que dois dos mais famosos pioneiros no estudo do folclore foram os Irmãos Grimm, que coletaram e registraram em livros muitas das lendas folclóricas da Europa, que acabariam por se tornar os populares contos de fadas (que de infantis não tinham nada). Portanto, o conceito de folclore surgiu no século XIX e foi se espalhando pelo mundo, fazendo com que cada povo buscasse seus elementos folclóricos.

Aqui no Brasil, até rolaram alguns estudos sobre o folclore brasileiro ainda na segunda metade do século XIX, mas foi só no século XX que isso se tornou uma pauta realmente relevante entre intelectuais e a coisa toda desenrolou. A Strip Me traz 7 curiosidades que vão te deixar muito bem informado sobre o folclore brasileiro e tudo que ele envolve.

Origens.

Antes de mais nada, é bom ressaltar que um dos fundamentos do folclore de maneira geral é não se saber a origem de seus elementos, uma vez que eles são natos à sua sociedade e transmitidos de maneira oral ao longo de gerações. Portanto, aqui não vamos tratar da origem de personagens, lendas e etc, mas sim dar uma geral em como esses elementos começaram a ser estudados, catalogados e etc. O nome mais importante do folclore brasileiro é o historiador e antropólogo Luiz da Câmara Cascudo. Mas não foi o único. Enquanto Câmara Cascudo fazia seus estudos no Rio Grande do Norte, em São Paulo Mário de Andrade também mergulhava no Brasil profundo, bem como Monteiro Lobato. Aliás, a Semana de Arte Moderna de 1922 foi importantíssima para gerar curiosidade e interesse de cada vez mais pessoas pelo folclore brasileiro.

Personagens mais conhecidos.

São muitos os personagens do folclore brasileiro. Muitos deles conhecidos apenas em algumas regiões, já que as lendas do nosso folclore são distintas nas diferentes partes de um país tão grande, afinal, tais lendas e personagens surgem em ambientes diferentes. A região norte tem suas lendas mais ligadas às florestas e aos indígenas, no nordeste tem muita influência africana, dada a alta concentração de escravizados em Pernambuco e na Bahia no período colonial. Nas regiões sul e sudeste são lendas e personagens relacionadas às fazendas e no centro oeste misturam-se lendas de fazendeiros com a cultura indígena. Entretanto, por terem sido retratados em livros, filmes e séries de TV, alguns personagens dessas lendas ficaram conhecidos no país todo. Alguns deles são:

Saci-Pererê: Entidade zombeteira, Saci é um pequeno negrinho conhecido por realizar travessuras contra viajantes e moradores da zona rural. Possui apenas uma perna, usa um gorro vermelho e fuma cachimbo.
Boitatá: cobra de fogo que, na lenda, atacava aqueles que incendiavam a floresta.
Curupira: Entidade da floresta, de cabelos vermelhos como o fogo e os pés ao contrário (com os calcanhares para frente). É o protetor da floresta, aterrorizando os homens brancos que a desmatam..
Boto cor-de-rosa: Personagem do folclore amazônico, é um boto (o golfinho de água doce) que se transforma em um homem sedutor, frequenta festas, seduzindo e engravidando mulheres solteiras.
Mula sem Cabeça: A história varia um pouco de um lugar para o outro, mas em geral, trata-se de uma mulher que se deitou com um sacerdote religioso e foi amaldiçoada, se transformando em uma mula com labaredas de fogo no lugar da cabeça, que galopa pelos campos de noite, assombrando as pessoas.
Iara: É a sereia brasileira. A lenda de Iara vem dos índios. Dizem que Iara era uma habilidosa guerreira, que despertava a inveja de seus irmãos homens. Os irmãos armaram uma emboscada para matá-la, mas ela não só escapou, como acabou matando seus irmãos. Seu pai, indignado pela morte dos filhos homens jogou Iara no encontro das águas dos rios Negro e Solimões. Os peixes a resgataram e a transformaram em sereia. Desde então, ela aparece vez por outra para encantar com sua beleza e seu canto pescadores que se aventuram pelos rios da Amazônia.
Cuca: Personagem que surgiu na Península Ibérica e se enraizou no folclore brasileiro através dos colonos portugueses e espanhóis que vieram para cá na época das grandes navegações. É uma bruxa que pode ter a forma de uma velha, ou de uma mulher com cara de jacaré. Uma das versões da lenda diz que, a cada 1.000 anos, brota de um ovo uma nova Cuca. Então, a Cuca “antiga” se transforma em um pássaro de canto triste, enquanto a nova Cuca assume seu papel, fazendo maldades maiores do que a anterior. Recentemente, muita gente tem implorado para ser pego pela Cuca, que foi repaginada e interpretada pela maravilhosa Alessandra Negrini numa série de TV.

Festas.

Nem só de lendas e personagens curiosos vive o folclore. Os costumes e cultura tradicionais de um povo também fazem parte do folclores. Desta forma, algumas festas típicas, celebradas há muito tempo e que caracterizam a cultura brasileira podem ser consideradas folclóricas. assim é o Carnaval, a Festa Junina e o Bumba Meu Boi (ou Boi Bumbá). Curiosamente, as 3 festas tem origem européia, sofrendo adaptações e transformações, se mesclando às culturas de povos originários e africanos e se tornando autenticamente brasileiras. Essas festas são todas reconhecidas como Patrimônio Cultural do Brasil pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

Gastronomia.

E não tem festa sem comida, né? Mas falando sério, a gastronomia faz parte da cultura, principalmente quando se trata de um prato cuja a origem é desconhecida ou tem muitas versões e existe faz muito tempo. Provavelmente o mais emblemático desses pratos seja a feijoada, cuja a origem gera muita polêmica. A maioria dos historiadores negam a versão de que a feijoada foi criada pelo escravos, que pegavam as partes do porco que seus donos não comiam. Pois ensopados de feijão com aparas de carnes já eram comuns na Europa antes da colonização do Brasil. Possivelmente, a feijoada, assim como as festas e algumas lendas, é resultado da mistura de culturas, alguma receita européia que foi adaptada com ingredientes brasileiros. O mesmo vale para o pato no tucupI, o acarajé e até mesmo o churrasco de chão, típico do sul do país. Tudo isso faz parte do nosso folclore. E, claro, para ajudar na digestão, a nossa boa e velha cachaça também é folclórica!

Música.

A música é parte fundamental do folclore. Não só aqui, mas em todo lugar. Aqui no Brasil a gente se acostumou a tratar o folclore como uma coisa restrita a essa parte de lendas, do Saci e da Mula Sem Cabeça. Já em outros países, a música tradicional é tão presente que se tornou um gênero, a folk music. Claro, rolou aí uma apropriação do termo folklore entre os gringos, em especial os estadunidenses. Uma coisa é o Woody Guthrie, ou até mesmo o Bob Dylan, tocando canções antigas ao violão, outra coisa é uma gurizada mais nova tocando canções originais, novas e dizendo que fazem folk music. Mas pra nós isso não interessa. O que interessa é que a nossa música folc é riquíssima! O samba é folc, a moda de viola é folc, o frevo é folc, o baião é folc! E gente como Cartola, Luis Gonzaga, Tonico e Tinoco e muitos outros são autores autênticos da música folclórica brasileira!

Literatura.

Voltando aos personagens e lendas, o folclore, como já dissemos aqui é essencialmente formado por histórias contadas de forma oral e transmitidas de geração para geração. Mas alguns escritores ajudaram a popularizar essas lendas para além de suas regiões de origem através da literatura. Muitos livros foram escritos tanto romances e contos, como compêndios e estudos sobre lendas do folclore. Aqui vamos citar os dois mais importantes, um na área do romance e outro na área dos estudos. O modernista Mário de Andrade escreveu uma obra definitiva sobre o folclore brasileiro, o livro Aspectos do Folclore Brasileiro. Um compilado de ensaios sobre diferentes pontos de vista e abordagens do nosso folclore. Foi relançado pela Editora Global em 2019 sob a supervisão de mestres e doutores titulares do curso de antropologia da USP (Universidade de São Paulo). Outra obra que não pode deixar de ser citada é O Sítio do Pica Pau Amarelo, a obra mais conhecida de Monteiro Lobato. Trata-se de 23 volumes, escritos entre 1921 e 1947. Entre os volumes mais célebres estão Reinações de Narizinho, O Saci, Caçadas de Pedrinho, Emília no País da Gramática e Histórias de Tia Nastácia. Todas as histórias se passam num sítio e são permeadas por lendas e personagens do folclore brasileiro. Todos os 23 livros foram lançados por várias editoras ao longo dos anos, mas os mais caprichados são os lançados pela Editora Brasiliense, em capa dura.

Filmes e Séries.

TV As produções do audiovisual envolvendo o folclore brasileiro não é assim tão vasto quanto a literatura. Claro, é uma mídia bem mais cara e trabalhosa. Ainda assim, existem vários títulos excelentes disponíveis por aí, alguns não tão fáceis de serem encontrados, é verdade, mas que vale a pena procurar. Entre os filmes, recomendamos duas produções recentes e muito interessantes. A primeira é Recife Assombrado, um filme de terror muito bem executado, dirigido por Adriano Portela e lançado em 2019. Trata-se da história de um jovem que procura seu irmão desaparecido na cidade de Recife, e acaba se deparando com assombrações, muitas delas ligadas a lendas do folclore. Na mesma pegada de terror, dirigido por Erlanes Duarte e lançado em 2021, temos Curupira, O Demônio da Floresta. Um filme intenso onde um grupo de jovens se perde na floresta amazônica e enfrentam um truculento caçador e o assustador Curupira. Recife Assombrado é um filme mais difícil de ser encontrado, já Curupira, O Demônio da Floresta está disponível na Amazon Prime e na Apple TV.

Já as séries, temos a clássica produção da TV Globo de Sítio do Pica Pau Amarelo, lançada em 1977 e feita até 1986, tendo 14 temporadas. A série adapta para a TV boa parte da obra de Monteiro Lobato com muita eficiência, além de ter na abertura a música de Gilberto Gil que se tornou um clássico absoluto. Mais recente, a Netflix produziu entre 2021 e 2023 a série Cidade Invisível, onde as criaturas folclóricas vivem na atualidade disfarçadas entre as pessoas comuns, mas acabam sendo ameaçadas. A série tem apenas duas temporadas, a segunda é mais fraquinha, mas a primeira é excelente e vale muito a pena assistir.

Pois é. O folclore brasileiro é vasto, muito rico e abrangente. Igualzinho a Strip Me, que tem um catálogo vasto, muito rico e abrangente de camisetas de música, cinema, arte, cultura pop, bebidas e muito mais. Tudo com o borogodó que só a gente tem, com brasilidade saindo pelos poros! Vai pro nosso site conferir, e aproveita pra ficar por dentro de todos os lançamentos, que pintam por lá toda semana!

Vai fundo!

Para ouvir: uma playlist caprichada com músicas inspiradas no folclore brasileiro. Folclore top 10 tracks.

10 bigodes que fizeram história na cultura pop.

10 bigodes que fizeram história na cultura pop.

Determinados elementos são tão marcantes que viram referência. Na cultura pop, bigodes das mais diferentes formas e espessuras viraram verdadeiros ícones. A Strip Me elencou os 10 mais memoráveis.

Conjunto de pêlos faciais que cresce acima do lábio superior e abaixo do nariz. Resumindo muito basicamente, essa é a definição do bigode. Atualmente é meramente estético, mas na antiguidade, já foi símbolo de poder, religiosidade e bravura. Ainda que os primeiros registros mais confiáveis de homens ostentando bigode date do século IX, há indícios que já no Antigo Egito, ele já fosse utilizado. A origem da palavra mustache, bigode em inglês, tem origem no grego helenístico, vindo se transformando ao longo dos séculos. Já a palavra bigode em si tem origem mais interessante. Na Idade Média, os bárbaros germânicos usavam bigodes volumosos e tinham por grito de guerra “Bei Gott!”, ou seja, por Deus. O pessoal da península ibérica associou o grito de guerra aos homens peludos entre a boca e o nariz e passaram a chamar os bárbaros de bigode, que acabou virando a palavra latina para designar o tal conjunto de pêlos faciais.

Já no século XIX o bigode realmente se popularizou, e os homens começaram a explorar cada vez mais diferentes maneiras de ostentá-lo. Um bigode vistoso e bem desenhado era sinal de classe e elegância. E, por fim, o bigode está aí até hoje firme e forte. E durante todo o século XX, com o surgimento da mídia, celebridades e etc, alguns bigodes se tornaram icônicos, marcaram época e foram copiados à exaustão. A Strip Me selecionou os 10 bigodes mais marcantes da cultura pop. Confira.

Friedrich Nietzsche

Ainda que o filósofo alemão seja anterior à cultura contemporânea, fica impossível falar de bigodes e não citá-lo. É amplamente sabido que Nietzsche foi um dos filósofos mais influentes da segunda metade do século XIX. Seus textos críticos à religião, à moral da sociedade em que vivia, e, de certa forma, até mesmo à cultura, fizeram dele um escritor controverso e, ao mesmo tempo inovador. Ele ajudou a moldar o conceito que hoje entendemos por existencialismo. E, acima de tudo, como um bom bárbaro germânico, Nietzsche ostentava um volumoso e imponente bigode que lhe cobria toda a boca, e que se tornou sua marca registrada.

Charlie Chaplin

Sem dúvida o pioneiro da comédia no cinema, Chaplin era multi tarefa. Dirigia, escrevia e atuava. É considerado um dos criadores do cinema e referência para praticamente todo mundo que veio depois dele. Controverso e desafiador, Chaplin nunca assumiu um posicionamento político, mas acabou sendo incluído na famosa e infame Lista Negra de Hollywood no fim dos anos 40, considerado subversivo. Além de sua trajetória de grandes trabalhos, Chaplin acabou imortalizado na imagem de seu mais notório personagem, denominado simplesmente O Vagabundo, mas também conhecido por Carlitos na América Latina. O personagem aparece em vários filmes de Chaplin, sendo os mais notórios deles Luzes da Cidade e O Imigrante. Além do chapéu coco e da bengala de bambu, destaca-se o diminuto, mas marcante bigode, que virou moda nos anos 30.

Salvador Dali

O mestre do surrealismo teve não só sua obra marcada pela excentricidade e brilhantismo, mas teve também uma vida pessoal igualmente excêntrica, além de conturbada e sabidamente controversa. Por exemplo, numa época em que sequer existia o conceito de relacionamento aberto, Dali e Gala, sua esposa, já viviam um casamento aberto sem o menor pudor. Dalí morreu de insuficiência cardíaca em 1989, aos 84 anos, em Figueres, na Espanha, onde foi sepultado. Em 2017 seu corpo foi exumado para obtenção de amostras de DNA, para um processo de paternidade, que deu negativo. E o que mais chamou a atenção é que seu bigode estava intacto! Em 1955 Dali deu uma entrevista à BBC e contou o segredo para um bigode tão espevitado. Ele disse que, após um almoço, estava comendo tâmaras. Com as mãos sujas da fruta, modelou o bigode, que ficou a tarde toda daquele jeito. Foi então que ele decidiu adotar o estilo. Ficou um tempo usando a oleosidade da tâmara, mas depois passou a usar uma cera de origem húngara. Em 2010 uma pesquisa elegeu o bigode de Dali o mais famoso do mundo. Nada mais justo, para um dos artistas mais revolucionários da humanidade.

Charles Bronson

Tanto a carreira de Charles Bronson, como seu bigode acabam ganhando notoriedade por serem ordinários, ou seja, comuns. Já a vida pessoal do ator foi super movimentada. Filho de um casal de lituanos vivendo na Pensilvania, Bronson passou boa parte de sua infância sem falar inglês, foi aprender o idioma depois de adolescente. Serviu o exército dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial como artilheiro de cauda do bombardeiro B-29, chegando a ganhar a medalha Purple Heart, uma das mais importantes condecorações de guerra. Nos anos 50 ingressou no cinema por acaso, como figurante e foi ficando, ganhando papéis secundários aqui e ali. Fez vários westerns, mas foi na década de 70 que se destacou com os filmes de pouca conversa e muita ação. Seu maior sucesso foi o clássico Desejo de Matar, de 1974. Assim como seu bigode simples e ralo, no filme Bronson interpreta um pacato arquiteto, que tem sua esposa e filha estupradas e vai em busca de vingança. Desejo de Matar teve mais cinco sequências, além disso Bronson estrelou vários outros filmes do mesmo estilo. E seu bigode ajudou a criar essa imagem de tiozinho ranzinza tão cativante.

Freddie Mercury

Com vasta diversidade em cabelos compridos e vistosas costeletas, o rock n’ roll nunca foi tão marcado por bigodes. Claro, teve um ou outro, os Beatles na fase Sgt. Peppers…, Frank Zappa, Lemmy Kilmister (que, a rigor, considera-se bigode e barba). Mas pelo menos um bigode ficou realmente marcado na história do rock. Um bigode espesso e bem desenhado. Claro que estamos falando de Freddie Mercury, a colossal voz a frente da banda Queen. Desde suas primeiras experiências musicais, antes de conhecer Brian May, até seus últimos dias, Freddie Mercury mudou muito de estilo. Usava roupas psicodélicas, depois couro, collants… enfim. Mas a mudança que mais ficou marcada e imortalizou sua imagem foi a do bigode. Segundo um amigo pessoal de Mercury, dois fatores foram determinantes para que ele adotasse o bigode. Primeiro que, em meados dos anos 70, estava se criando nos Estados Unidos uma imagem de homem viril, o popular machão, que ostentava bigode. Essa imagem foi prontamente adotada pela comunidade gay e Freddie Mercury a adotou, pois além de gostar do estilo, o bigode disfarçava seus dentes levemente protuberantes que tanto o incomodavam. Assim, se consolidou o bigode mais emblemático do rock n’ roll.

Tom Selleck

Falar de bigode e não citar Tom Selleck é como falar de guitarra sem mencionar Jimi Hendrix. Sem dúvida Selleck carrega o bigode mais famoso dos anos 80. Protagonista da famosa série Magnum, Tom Selleck inspirou muitos homens a cultivar um espesso e bem aparado bigode. Bigode este que acabou por se tornar sua marca registrada. Em praticamente todos os filmes e séries em que atuou, sempre manteve o bigode, no máximo deixava crescer a barba. Agora imagine você que Selleck foi a primeira opção de Spielberg e George Lucas para interpretar seu personagem recém criado, Indiana Jones. Tratativas chegaram a ser feitas, mas os produtores da série Magnum não o liberaram para filmar o longa Caçadores da Arca Perdida, e o papel acabou caindo no colo de Harrison Ford. Certamente se Indiana Jones tivesse um bigode de respeito como aquele, não ia ter nazista nenhum querendo se meter a besta com ele.

Hulk Hogan

A luta livre é uma das formas mais curiosas de entretenimento que existem. Hoje já não é tão popular, mas entre as décadas de 60 e 80 tinham um público cativo imenso e gerava celebridades conhecidas internacionalmente. É uma mistura de luta com teatro, onde personagens se enfrentam no ringue, executam golpes mirabolantes, sendo que o resultado já é sabido por todos, pois sempre há entre os combatentes o “bom” e o “mau”. Foi nesse contexto que o personagem Hulk Hogan surgiu e transcendeu o ringue, se tornando uma persona, um alter ego, do esportista e ator Terry Gene Bollea. Carismático, Hulk Hogan se tornou a maior estrela da luta livre, além de atuar com frequência em filmes e séries. Seu bigode, que contorna todo o lábio superior e desce até o queixo se tornou sua marca registrada e virou febre nos anos 80, chegando a ter como um de seus imitadores o frontman do Metallica, James Hetfield. No Brasil a luta livre também foi muito popular através do programa de TV Telecatch, onde a estrela era o personagem Teddy Boy Marino, mas sem a mesma imponência do Hulk Hogan por não ter um fio de bigode sequer.

Sam Elliott

Depois de Tom Selleck, Sam Elliott é certamente o ator mais lembrado quando se fala em bigode. Até porque nos quesitos exuberância e volume, o bigode de Elliott é praticamente imbatível. Sam Elliott é aquele tipo de ator que sempre agrada, mas que nunca teve um papel realmente grande, como protagonista. Seus papéis mais marcantes foram no clássico western moderno Tombstone, de 1993 (onde Kurt Russell exibe um belíssimo bigode também), faz aparições cirúrgicas e excelentes no maravilhoso O Grande Lebowski, de 1998, e, talvez seu papel mais marcante, no filme A Star is Born (juntos e shallow now, lembra?) onde sua atuação foi elogiadíssima, rendendo até indicações a vários prêmios, incluindo o Oscar de ator coadjuvante. Enfim, atrás daquele imenso bigode, há um ótimo ator.

Daniel Day-Lewis

E se estamos falando de bigodes no cinema, Daniel Day-Lewis não pode ficar de fora. Ainda que o ator não use bigode frequentemente, pelo menos dois de seus mais célebres personagens ostentavam bigodes memoráveis. Em Sangue Negro, o personagem implacável Daniel Plainview tem um farto bigode que lhe confere seriedade e certo garbo. Já no épico de Martin Scorsese Gangues de Nova Iorque, o personagem Billy The Butcher apresenta o que pode ser considerado o mais imponente e vistoso bigode do cinema. Para além do fato de Day-Lewis ter ganhado o Oscar de melhor ator por ambos os personagens, Billy The Butcher , em especial, tem tamanha densidade e força no filme por combinar o talento de Day-Lewis como ator, com uma estética de época imponente, que inclui um bigode longo, mas bem aparado, com as pontas levemente retorcidas. Realmente um bigode inesquecível.

Frida Kahlo

Dá pra cravar que se trata da maior artista plástica da América Latina. Mulher que passou poucas e boas, viveu intensamente e produziu arte com paixão e talento. Mas, peraí! Mulher num texto de bigode, coisa de homem? Pois é… não é assim que Frida Kahlo fosse bigoduda, mas ela tinha sim um buço mais evidente. E ela própria não se furtava a escondê-lo. Na maioria de seus auto retratos, ela pintava a si mesma evidenciando essa característica. Portanto, em nome da diversidade (e também do bom humor) achamos por bem incluí-la nessa lista. Até porque nunca é demais falar sobre Frida Kahlo e sua obra magnífica. Portanto fica aqui a nossa homenagem a esta grande artista, que se destacou como poucas em universos tão dominados por homens, como o das artes plásticas e do bigode.

Bonus Track: Bigodes Brasileiros

O Brasil também foi prodigioso em gerar homens com bigodes marcantes. Quem viveu a redemocratização na segunda metade dos anos 80 teve que conviver frequentemente na TV, jornais e revistas com aquele largo bigode grisalho do então presidente José Sarney. Ao contrário dele, Rivelino e seu vultuoso bigode deu muita alegria aos brasileiros jogando na seleção tricampeã de 1970, bem como em times como Corinthians e Fluminense. Para encerrar, não há no Brasil bigode mais famoso e imponente que o de Belchior, sem dúvida um compositor único bem como seu bigode.

Quando uma promessa é feita “no fio do bigode” significa que é um compromisso de honra, que não precisa de assinatura. A origem da expressão é incerta, mas reza a lenda que, em algum momento da história, quando dois homens precisavam selar um acordo, arrancavam cada um um fio de seu bigode para demonstrar boa fé ou confiança. Portanto, é no fio do bigode que a Strip Me garante as melhores e mais confortáveis camisetas, que são perfeitas para qualquer rolê, do churrasquinho à balada. São camisetas de cinema, música, arte, cultura pop e muito mais. No nosso site você confere todas as coleções e ainda fica por dentro de todos os lançamentos, que pintam toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist com grandes canções interpretadas por célebres bigodudos. Bigode top 10 tracks.

8 fatos que você precisa saber sobre o mestre Belchior.

8 fatos que você precisa saber sobre o mestre Belchior.

Um dos compositores mais influentes e geniais da música brasileira, Belchior segue sendo celebrado, mesmo passados sete anos de sua morte. A Strip Me traz fatos e curiosidades que você precisa saber para conhecer melhor este que é um dos grandes mestres da MPB.

É muito comum no universo da música que compositores geniais não se tornem tão conhecidos quanto suas próprias canções, que acabam ganhando notoriedade na interpretação de outros artistas. Isso quando não acontece de determinada canção ficar tão vinculada ao intérprete, que o público sequer fica sabendo quem a compôs. Afinal, quanta gente não tem por aí até hoje achando que Twist and Shout é uma composição de Lennon & McCartney, ou que All Along the Watchtower foi escrita por Jimi Hendrix? Na música brasileira não é diferente. Não pense você que Vapor Barato é uma canção original d’O Rappa, ou que Evidências foi escrita pelo Chitãozinho & Xororó. Mas um dos mais emblemáticos exemplos dessa simbiose entra canção e intérprete na música brasileira é Como Nossos Pais, imortalizada na voz potente de Elis Regina. Um verdadeiro clássico, cujo compositor é o cearense Belchior.

Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes (literalmente um dos maiores nomes da MPB) nasceu em Sobral, no Ceará, no dia 26 de outubro de 1946. Desde criança demonstrava aptidão para as artes, em especial a escrita. Com 10 anos de idade participava de feiras e quermesses se candidatando em concursos de canto, além de fazer repente e escrever poemas. Também, ainda criança, desenvolveu o gosto pela leitura. Quando jovem, largou a faculdade para se dedicar à música, mudou-se pro sudeste, passou perrengue, mas conseguiu emplacar algumas canções. Ganhou notoriedade, para anos depois cair no ostracismo, o qual o compositor abraçou e, pode se dizer, se dedicou a ele. Faleceu em abril de 2017, vítima de um aneurisma. Depois de sua morte, vem sendo redescoberto pelas novas gerações e celebrado como um dos mais importantes e talentosos compositores do Brasil. A Strip Me traz alguns detalhes interessantes sobre a trajetória de Belchior, que só realçam seu brilhantismo e excentricidade.

Ego ego, delicto meo.

Aos 16 anos de idade, Belchior mudou-se de Sobral para Fortaleza para estudar. Católico, optou por ingressar num colégio interno de frades italianos capuchinhos, onde aprendeu latim e italiano, além de estudar filosofia, teologia e canto gregoriano. Com dezenove anos, passou em medicina na Faculdade Federal do Ceará, mas não concluiu o curso, abandonando a universidade no quarto ano parta se dedicar à música. Nessa fase, com 24 anos de idade, além de latim e italiano, Belchior dominava o inglês, espanhol e francês. Não à toa, suas composições se destacam justamente pelas letras, repletas de reflexões filosóficas e referências literárias, resultado de sua vivência acadêmica. Todavia, a beleza da obra de Belchior é que ele consegue transmitir isso tudo com simplicidade e leveza, sem soar professoral ou pedante, além de não deixar de incluir sempre suas referências de música e cultura pop.

Pessoal do Ceará.

No final dos anos 60, começo dos 70, Fortaleza tinha uma cena cultural efervescente. Compositores, poetas e filósofos costumavam se encontrar pelos bares da cidade e ajudavam a divulgar os trabalhos uns dos outros. O escritor e poeta Augusto Pontes foi um dos principais incentivadores da formalização daquela cena como um movimento, inspirado pelo movimento tropicalista que surgia na Bahia e do Clube da Esquina em Minas Gerais. Ao mesmo tempo, em 1971, Belchior ganhava o IV Festival Universitário de Música Brasileira com sua composição Hora do Almoço, interpretada pela dupla Jorginho Telles e Jorge Nery. Em 1972 a canção Mucuripe, composta por Belchior em parceria com Fagner, é gravada por Elis Regina. Com prestígio entre a classe musical, Belchior e Fagner se mudam para o Rio de Janeiro. Juntos vão Ednardo, Amelinha, Rodger Rogério, Téti e outros músicos, que acabam conhecidos por Pessoal do Ceará. O nome pega e o tal movimento cearense almejado por Augusto Pontes ganha nome. Em 1973 essa turma se junta para gravar o disco Pessoal do Ceará – Meu Corpo Minha Embalagem Todo Gasto na Viagem. Curiosamente, Belchior não participa do disco, porque já estava envolvido com a gravação de seu próprio disco, que seria lançado um ano depois.

Blackbird e Assum Preto.

Com a sorte de ter nascido numa família de classe média, cujo pai era juiz e a mãe dona de casa e integrante do coral da igreja, Belchior teve a oportunidade de consumir muita música, além de ter acesso livre à biblioteca do pai. Quando jovem, ouvia os grandes nomes do rádio como Ângela Maria e Cauby Peixoto, mas se encantava mesmo era com o ritmo contagiante e as histórias cantadas pelo vozeirão de Luis Gonzaga. Na faculdade, convivendo com jovens mais antenados, conheceu os Beatles e Bob Dylan, que fizeram com que ele tivesse um novo olhar sobre a música. Principalmente nos dois primeiros discos de Belchior é possível identificar claramente como essa mistura entre a música nordestina e o folk rock acontecia e funcionava bem. Em especial na música Velha Roupa Colorida, ficam as evidentes as referências de Belchior, que passam inclusive pelo escritor Edgar Alan Poe.

Almoço ou janta.

Elis Regina gravou Mucuripe em 1972, mas só foi conhecer pessoalmente Belchior e escolher algumas músicas do compositor para incluir no seu novo disco três anos depois. Mesmo tendo ganhado um festival, tendo uma música de sucesso moderado gravada por Elis Regina e sendo elogiado no meio artístico, Belchior estava numa baita pindaíba quando se mudou para o sudeste, primeiro para o Rio de Janeiro e em seguida São Paulo. Foi na capital paulista que ele gravou seu primeiro disco em 1974. O álbum não teve muita repercussão, mas já trazia grandes canções como A Palo Seco, Todo Sujo de Batom e Mote e Glosa. Em 1975, morando de favor na casa em reforma de um amigo, Belchior soube que Elis Regina estava no estúdio de sua gravadora na cidade e foi tentar falar com ela. Lá chegando ficou numa sala ao lado de estúdio e ouviu ela dizendo: “Esse rapaz que está aí é o Belchior? Que bom, eu quero ouvir as músicas dele… ” ao serem apresentados, Belchior já deu a real: “Eu não posso mostrar minhas músicas para você agora porque eu não tenho gravador. Estou morando numa construção e não tenho violão. Portanto, se você não me der as condições para que eu possa mostrar as minhas músicas, nada feito. Mas eu posso ir na sua casa. Se a senhora morar longe, é só me passar o endereço. E, se o convite for feito para eu ir na sua casa, que seja na hora do almoço ou do jantar.” Belchior foi embora do estúdio com o convite para jantar com Elis e mostrar suas músicas. Desse encontro, Como Nossos Pais e Velha Roupa Colorida seriam escolhidas para serem incluídas no clássico disco Falso Brilhante.

Eu não estou interessado em nenhuma tiuria.

Belchior ainda não tinha 30 anos de idade completos quando foi lançada sua obra prima. O disco Alucinação foi lançado em junho de 1976. Elis Regina, que já era uma cantora consagrada, foi generosa ao propor que seu disco, Falso Brilhante, contendo duas canções de Belchior, fosse lançado poucos meses antes do lançamento do segundo disco do compositor, Alucinação, que continha as mesmas duas músicas, mas interpretadas pelo seu autor. As músicas Como Nossos Pais e Velho Roupa Colorida já vinham sendo tocadas por Elis em seus shows mesmo antes do lançamento de Falso Brilhante e já faziam muito sucesso. Isso impulsionou muito as vendas de Alucinação. E o disco acabou se tornando um clássico para além dos hits de Elis. Apenas um Rapaz Latino Americano vinha de encontro à realidade do jovem brasileiro daquela época. Os anseios e lamentações da canção são certeiros. Já na música Alucinação, Belchior traz uma reflexão que permanece atual sobre a vida em sociedade nas grandes cidades. Outra das mais impactantes do disco é Sujeito de Sorte, um petardo recheado de suíngue e inconformismo. Musicalmente é um disco muito mais de rock do que MPB, é quase dylanesco. Não só porque as canções são todas calcadas em levadas de violão, com forte acento folk, mas também pelas letras longas, com métricas de rima inconstantes e cantadas com uma voz anasalada, em vários momentos sendo mais recitadas em tom de desabafo do que propriamente cantadas. Essas interpretações mais como lamentos, dão personalidade e sentimento às canções. Trata-se, realmente, de um disco impecável e fundamental.

Era uma vez o homem e seu tempo.

É inquestionável que Alucinação foi o disco mais importante e brilhante da carreira de Belchior. Entretanto, ele continuou produzindo e lançando ótimos discos depois disso. Ao todo são 14 discos de inéditas lançados entre 1974 e 1999. Em especial os discos lançados até 1979 são realmente irrepreensíveis. Em especial o disco Era Uma Vez o Homem e Seu Tempo, lançado em 1979, onde, além do clássico Medo de Avião, consta também a bela canção Comentário a Respeito de John, uma inspirada homenagem a John Lennon escrita um ano antes do beatle ser assassinado em Nova Iorque. Ao longo dos anos oitenta a qualidade de seus discos caiu um pouco, mas mesmo com discos um pouco abaixo da média, é possível pinçar boas canções. Nos anos 90 Belchior volta a lançar trabalhos mais inspirados. Baihuno, de 1993 e Vício Elegante, de 1996, são ótimos discos. O fato é que Belchior nunca deixou de compor, e sempre soube retratar muito bem o momento em que vivia. Sua discografia, acima de tudo, é um retrato de si mesmo.

Oi, sumido.

Após o lançamento de Vício Elegante, Belchior começava a ficar à margem da indústria fonográfica, que colocava todas as suas fichas em bandas de rock engraçadinhas, duplas sertanejas e conjuntos de axé. Em 1999 lança o regular Autorretrato, último disco de inéditas de sua carreira. Após a virada do século, faz cada vez menos shows. Em 2006 seu empresário por mais de 30 anos resolve se aposentar e se muda para a Espanha. Sem empresário, o compositor acaba por definitivamente não fazer mais shows. Para piorar, enfrentava na mesma época alguns processos judiciais por conta de suas duas filhas e também contra uma gravadora. Sem poder acessar seus rendimentos por direitos autorais, com alguns bens apreendidos pela justiça e conta bancária bloqueada, Belchior simplesmente abandonou sua casa em São Paulo e se mudou para o Rio Grande do Sul, onde abraçou de vez o ostracismo e morou de favor em hotéis, em casas de amigos e até mesmo de fãs. A partir de 2008 não se ouviu falar mais dele, e Belchior foi dado como desaparecido. Em 2009 foi encontrado no Uruguai por jornalistas, quando declarou estar compondo material para um novo disco. Porém, em 2012 sumiu de novo, para reaparecer em Porto Alegre anos depois. Até que, em 2017, foi divulgada a notícia de sua morte na pequena cidade gaúcha de Santa Cruz do Sul. Seu corpo foi transportado para o Ceará, onde foi sepultado, já que era esse seu desejo.

Belchior vive!

A obra de Belchior vem se provando mais do que duradoura, e não é de hoje. E nos mais diversos campos da música pop. Para se ter ideia, em 1997 Mano Brown já citava Belchior na bombástica faixa Capítulo 4, Versículo 3, no verso “Sou apenas um rapaz Latino Americano. Apoiado por 50 mil manos. Efeito colateral que seu sistema fez. Racionais Capítulo 4 Versículo 3.” Já mais próximo da linha que separa o rock e a MPB, Humberto Gessinger concebeu uma bela versão da música Alucinação, com um arranjo moderno, no disco Minuano, lançado também em 1997. Outro admirador de Belchior e seu estilo folk era Erasmo Carlos, que ainda em 1976 gravou a bela canção Paralelas. Cantoras da MPB moderna como Ana Cañas e Maria Rita também exaltam Belchior e já gravaram versões de canções do nordestino. Mas a mais recente e notória homenagem a Belchior foi feita pelo rapper Emicida, que sampleou e incluiu na sua música AmarElo o refrão acachapante de Sujeito de Sorte. Enfim, a obra de Belchior segue firme e forte, viva e pulsante, inspiradora e impactante.

Sujeitos de sorte somos nós por poder desfrutar de tantas canções escritas por este eterno rapaz latino americano. E a Strip Me faz questão de reverenciar este grande mestre e se inspirar para criar cada vez mais camisetas incríveis, perfeitas para qualquer rolê, com cabelo ao vento e gente jovem reunida. Na nossa loja você encontra camisetas de música e muitas outras coleções, como camisetas de cinema, arte, cultura pop e muito mais, além de ficar por dentro de todos os lançamentos, que pintam toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist alucinante com o que há de melhor na obra do Belchior. Belchior top 10 tracks.

Para assistir: Vale muito a pena assistir ao documentário Belchior – Apenas um Coração Selvagem. Com a direção sensível de Camila Cavalcanti e Natalia Dias, este doc lançado em 2022 retrata a vida e obra de Belchior e como ele segue influente na cultura brasileira. Disponível no catálogo da Globoplay.

Para ler: Recomendadíssima a biografia Belchior: Apenas um Rapaz Latino Americano, escrito pelo crítico e jornalista Jotabê Medeiros e lançado em 2017 pela editora Todavia. Um livro revelador sobre a vida pessoal de Belchior, além de detalhes curiosos sobre sua obra.

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