Cachaça: tudo que você precisa saber sobre a mais brasileira das bebidas.

Cachaça: tudo que você precisa saber sobre a mais brasileira das bebidas.

Brasileiríssima, a cachaça é a mais antiga bebida alcoólica destilada das Américas consumida até hoje. Para você ficar mais íntimo da branquinha, a Strip Me traz 5 curiosidades sobre a bebida e 5 drinks feitos com cachaça.

Se você pensa que cachaça é água, está no lugar certo. Porque aqui você vai conhecer cada detalhe sobre essa bebida tão maravilhosa e icônica da cultura brasileira, pra nunca mais fazer confusão. Presente não só no balcão do bar, mas na culinária, na música, no cinema… enfim, a cachaça faz parte da história do Brasil. Mais do que isso, é reconhecida como patrimônio cultural brasileiro. Estudos apontam que o consumo moderado de cachaça pode até trazer benefícios para a saúde, como redução do estresse e ajudar a digestão. E quem somos nós para questionar a ciência, certo? Dividida entre a branquinha e a envelhecida, a cachaça é versátil e pode muito bem ser consumida pura, como protagonizar drinks incríveis. E a Strip Me traz 5 curiosidades sobre a cachaça e 5 opções deliciosas de drinks com a bebida que vão além da tradicional caipirinha.

Cachaça ou aguardente?

Essa é uma questão simples de responder. Toda cachaça é aguardente, mas nem toda aguardente é cachaça. O que acontece é que se denomina aguardente toda bebida destilada de vegetais, ou ainda de vinho e licores. Por definição, são bebidas alcoólicas, obtidas pela fermentação e posterior destilação de mostos açucarados. Portanto, vodca, rum, gim, steinhager, bagaceira ou grappa, conhaque, tequila… é tudo aguardente. Inclusive a cachaça. Entretanto, a cachaça, assim como acontece com o vinho do Porto ou o champagne, só pode receber essa denominação se for produzida no Brasil. Quando produzida em qualquer outro lugar do mundo, é chamada de aguardente de cana.

A Revolta da Cachaça.

A cana de açúcar é nativa das ilhas da Polinésia, Papua Nova Guiné e Filipinas, ali entre a Austrália e o sul da Ásia. Chegou ao ocidente através dos árabes. Entre os séculos XV e XVI, portugueses e espanhóis já dominavam sua cultura. A Ilha da Madeira, em Portugal, por exemplo, era grande produtora de açúcar. A planta chegou no Brasil pouco depois da chegada de Cabral, por volta de 1530. Se adaptou incrivelmente bem entre os atuais estados de Pernambuco e Bahia. Logo o Brasil passou a produzir muito açúcar. A história de que a cachaça foi descoberta por acaso por escravos é pura lenda. A real é que os colonos portugueses, acostumados a produzir aguardente dos restos da uva, a bagaceira, certamente usaram tais conhecimentos para criar uma aguardente de cana. Uma vez desenvolvida, a cachaça rapidamente se tornou popular entre fazendeiros e escravos. Como consequência, caiu vertiginosamente o consumo de vinho, importado da Europa no Brasil. Descontente com as baixas vendas do vinho português, o rei Dom João IV proibiu a produção de cachaça no Brasil. De cara, a lei não colou. Brasil, né… Em 1659 uma nova lei mandava que todos os alambiques da Bahia e Pernambuco fossem destruídos, bem como embarcações que fossem flagradas transportando a bebida. Já no Rio de Janeiro e São Paulo cada alambique seria taxado com impostos abusivos. Em 1660 mais de 100 donos de engenhos de açúcar se juntaram a tomaram a cidade do Rio de Janeiro, onde estava o governador, exigindo o fim dos impostos e a liberação do comércio e consumo da cachaça. Importante dizer também que a cachaça era uma das mais valiosas moedas de troca por negros escravizados na África. Claro, a revolta foi logo abafada pelas tropas portuguesas, que prenderam ou mataram todos os revoltosos. E em 1661, visando não comprometer o tráfico negreiro, ainda mais após as primeiras descobertas de ouro em Minas Gerais, os impostos foram abaixados e o comércio e consumo da branquinha foram liberados.

Um santo remédio.

Obviamente, aqui precisamos começar dizendo que o consumo em excesso de cachaça, ou qualquer outra bebida alcoólica, não é nem um pouco saudável, e pode causar vários problemas sérios de saúde. Porém, se tomar de forma moderada, a cachaça tem várias propriedades que podem fazer bem. A cachaça é rica em antioxidantes, que protegem as células sadias do organismo, contém anticoagulantes, que melhoram a circulação sanguínea e previnem o AVC e a trombose, dilata os vasos sanguíneos, o que ajuda a proteger o coração contra infartos, tem propriedades diuréticas, que ajudam a eliminar toxinas do organismo e, por fim, o álcool presente na cachaça pode estimular a produção de suco gástrico, o que ajuda a quebrar os alimentos e facilita a digestão. Não é à toa que muita gente toma aquela dosinha matreira de pinga antes do almoço, para abrir o apetite.

Madeira.

A cachaça pode ser divida basicamente em dois tipos, a branca e a envelhecida. a branca é a mais tradicional, após ser produzida, normalmente é armazenada em tonéis de aço, que não alteram em nada seu aroma e sabor. É transparente e não passa por nenhum tipo de envelhecimento antes de ser comercializada. Já a envelhecida passa por um processo mais cuidadoso de armazenamento, sendo maturada por meses em barris de madeira. O tempo de maturação e a madeira utilizada no barril de armazenamento vão ditar a coloração, o aroma e sabor dessa cachaça. As madeiras mais comuns utilizadas são o carvalho europeu, a amburana, o jequitibá-rosa, amendoeira e o bálsamo. De maneira geral, as cachaças envelhecidas em madeira são mais encorpadas, tem uma bela coloração âmbar ou dourada, aroma herbal e sabor com notas mais intensas e levemente adocicadas. Justamente por esse trampo todo e por requerer um cuidado maior no preparo e nesse tempo todo de maturação, normalmente as envelhecidas são bem mais caras. Mas são uma delícia.

Mais cara do mundo.

A cachaça mais cara do mundo custa 180 mil DÓLARES! Isso dá quase 1 milhão de reais! Você não leu errado, são quase um milhão de reais por uma garrafa de cachaça! Mas calma, porque é isso mesmo. São quase um milhão de reais pela garrafa, já os 700 mi de cachaça que vem dentro custa em média duzentos e trinta reais. Na real, essa foi uma baita jogada de marketing da tradicionalíssima marca Velho Barreiro. Eles pegaram sua cachaça premium, produzida em alambique, de forma artesanal, chegando a um teor alcóolico entre 39% e 40%, que depois vai para tonéis de madeira especial, a amburana, onde fica armazenado por cerca de quatro anos, envelhecendo para que o sabor seja mais adocicado e floral. Já a garrafa é coberta por ouro rosé e centenas de pequenos diamantes. O layout, inclusive, foi desenhado pelo próprio presidente da empresa e confeccionada por um ourives de sua confiança. Só existe uma garrafa disponível à venda, e outra só será produzida após a venda desta. Já a cachaça, é sim de excelente qualidade, mas é a mesmíssima encontrada em qualquer supermercado da linha premium da Velho Barreiro, só que em humildes garrafas comuns, de vidro mesmo.

TOP 5 Drinks feitos com cachaça.

Batida de coco

Tradicionalíssima, refrescante, adocicada e elegante, a batida de coco é simples e uma delícia. Para seu preparo, são necessários 60 ml de cachaça, 60 mil de leite de coco, 30 ml de leite condensado, uma pitada de noz moscada e gelo. Há quem goste de bater o gelo, a cachaça, o leite de coco e o leite condensado no liquidificador, e depois só finalizar com a noz moscada já no copo. Outra maneira é misturar a cachaça, o leite de coco, o leite condensado e o gelo na coqueteleira, e, da mesma forma, finalizar com a noz moscada no copo.

Nega Rosa

Um drink inusitado e muito saboroso feito com cachaça, xarope de gengibre, licor de melancia e suco de limão siciliano e um talo de capim santo. É verdade que alguns ingredientes não são tão fáceis de achar, como o xarope de gengibre ou o licor de melancia, mas vale a pena procurar, porque fica realmente muito bom. O modo de preparo é o seguinte: Macere 3 ou 4 pedaços de melancia com o suco de limão siciliano e o xarope de gengibre em uma coqueteleira, depois é só adicionar o licor de melancia e a cachaça, uns cubos de gelo e bater. Quando for servir, coloque no copo um pedaço inteiro de melancia e o talo de capim santo quebrado, para que ele solte mais sabor, acrescente a mistura da coqueteleira e pronto.

Rabo de Galo

Certamente o mais clássico drink com cachaça depois da caipirinha, e, sem dúvida o mais consumido nos bares pelo Brasil afora. De preparo simples e sabor intenso, este drink, cujo nome simplesmente traduz o termo cocktail e tem uma origem simples em balcões de padarias e botequins, vem ganhando espaço nos cardápios de bares requintados. Seu modo de preparo é bem simples. Num copo pequeno, misture uma dose de cachaça, meia dose de vermute tinto e meia dose de Cynar. Para finalizar, um tiwst de limão. Mais simples, impossível!

Bombeirinho

Um drink tão marcante dos anos 80 que periga começar a tocar A-Ha do nada quando você tomar. Mas é delicioso! Para fazer, é só misturar 50 ml de cachaça, 20 ml de suco de laranja, 20 ml de suco de limão siciliano e 20 ml de groselha. Bata vigorosamente isso tudo na coqueteleira com uns 4 ou 5 cubos de gelo. Sirva num copo baixo. Pra dar uma enfeitada, vale colocar meia rodela de limão taiti ou siciliano junto. Aí é só colocar o disco da Cindy Lauper pra tocar e a festa está garantida.

Drink de Cachaça de Jambu

Mas se é brasilidade que você quer, não tem pedida melhor que um exótico, refrescante e saboroso drink com cachaça de jambu. O jambu é uma planta nativa do norte do Brasil e muito utilizada na gastronomia paraense e amazonense. Ela tem sabor intenso, picante e chega a ter propriedades anestésicas, deixando dormente a língua quando ingerida. A cachaça de jambu é feita com o infusão das folhas na bebida. Até algum tempo atrás, não era tão fácil encontrar a cachaça de jambu fora do região norte, mas hoje ela se popularizou e pode ser encontrada facilmente em adegas e lojas especializadas em bebidas de todo o país. Mas vamos ao drink. É super simples. Em um copo com gelo, coloque 50 ml de cachaça de jambu, suco de meio limão e 250 ml de água tônica. Misture bem com uma colher e finalize com meia rodela de limão siciliano.

Impossível nós, como bons brasileiros que somos, não exaltarmos a cachaça, a versão engarrafada da alma brasileira! Símbolo de diversão e resistência, só ela poderia inspirar poesias, músicas e as mais estapafúrdias e maravilhosas filosofias de balcão de boteco. Afinal, com uma dose de cachaça, qualquer conversa vira sabedoria ancestral. A Strip Me, que entende tudo e mais um pouco de brasilidade, traz para suas estampas toda essa aura da branquinha. Dá uma olhada nas coleções de bebidas, brasilidades e Carnaval lá na nossa loja. Aliás, lá você também fica por dentro de todos os nossos lançamentos, que pintam toda semana, e confere todas as nossas coleções.

Vai fundo!

Para ouvir: Aquela playlist que destila o que há de melhor na música brasileira tendo como tema a boa e velha cachacinha! Cachaça top 10 tracks.

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