Alguns simples objetos conseguem nos transmitir muitos sentimentos e memórias, e ter significados distintos. Foi pensando nesse mix de sentimentos e significados tão bons que a Strip Me lançou recentemente a camiseta Bicicleta. Com uma estética super atraente, uma bicicleta estampada numa camiseta significa liberdade, beleza, simplicidade, saúde e até mesmo música e psicodelia! Neste caso, a leveza pode ser sentida diretamente, já que a camiseta em questão é feita com uma malha premium de algodão orgânico, com selo BCI, e a estampa é impressa com tinta a base de água. Uma camiseta tão natural quanto um bom passeio de bike no parque.
A bicicleta foi inventada na Alemanha em 1817 pelo barão Karl Van Drais. Ele batizou sua criação de laufmaschine, traduzindo, máquina corredora. Mas não era bem uma máquina, e nem corria tanto assim. Para se ter ideia, ela não tinha pedais. Eram duas rodas, uma na frente da outra, presas a uma armação e o cidadão ia sentado no meio, dando o impulso com os pés para andar, e ia se equilibrando ali em cima sem ter onde apoiar os pés. Por incrível que pareça, a ideia vingou e muita gente gostou. Muitos anos depois a ideia do barão alemão chegou na Escócia, onde o ferreiro Kirkpatrick MacMillan aperfeiçoou a ideia e fez o esquema de engrenagens e corrente que ligava as rodas a dois pedais, presos na roda dianteira. Daí em diante realmente a bicicleta ficou popular em muitas partes do mundo. Passou por mais algumas mudanças até chegar ao modelo que conhecemos hoje. Até o fim do século XIX a roda dianteira era bem maior que a traseira, por exemplo. Em 1870 passou a ser construída toda de metal, e era conhecida como bone shaker, já que fazia o corpo do ciclista tremer todo ao passar pelas ruas de paralelepípedo das cidades europeias.
Em 1888 foram desenvolvidas as primeira bicicletas com pneus de borracha nas rodas, para amortecer impactos e tornar o passeio mais confortável. Na década seguinte, elas começam a ser produzidas em larga escala e se tornam um meio de transporte muito popular, já nos moldes que conhecemos hoje, com as duas rodas de tamanho igual e pedais no corpo da bicicleta, e não presos à roda dianteira. Começava assim uma revolução.
Sem exagero. Revolução em vários aspectos. Primeiro que a revolução industrial estava a todo o vapor (com o perdão do trocadilho) no fim do século XIX. Trabalhadores cada vez mais precisavam de meio de transportes para ir trabalhar, em fábricas que ficavam distante de alguns bairros residenciais. O fim do século XIX e começo do século XX foram tempos turbulentos e, pela primeira vez a bicicleta vai se tornar símbolo de alguma coisa que extrapola sua função de meio de transporte. As bicicletas acabaram sendo muito utilizadas pelas mulheres como meio de transporte. A imagem da bicicleta acabou sendo associada ao movimento sufragista, o surgimento do feminismo e as lutas das mulheres por direitos iguais. Nota-se que desde o início as mulheres sempre fizeram as escolhas mais sábias. Afinal, até hoje a bicicleta é considerada um dos mais eficientes e completos meios de transporte do mundo.
Tudo ia muito bem e a bicicleta se tornava um meio de transporte popularíssimo. Até chegar o Henry Ford e sua turma. A invenção do carro foi um baque para os fabricantes de bicicleta. Com a popularização dos automóveis, as próprias cidades passaram a se desenvolver pensando nos carros e não em ciclistas. Além do mais, com carros pesados e andando em alta velocidade, o risco de ser atropelado por um ao andar calmamente de bicicleta pela cidade aumentou muito, e as vendas caíram. A solução foi diminuir, não o preço, mas sim a altura das bicicletas, que passaram a ser comercializadas como um brinquedo saudável para as crianças. A estratégia funcionou. Pelo menos até o fim dos anos 90, nove entre dez crianças tinha pelo menos um causo de tombo de bicicleta pra contar.
Eis que chega a Segunda Guerra Mundial. Muitas das grandes cidades da Europa viviam sob ataque. O químico Albert Hoffman trabalhava num laboratório farmacêutico e fazia pesquisas para tentar encontrar um composto que fosse um estimulante circulatório. Foi assim que ele chegou aos derivados do ácido lisérgico e acabou sintetizando o LSD! Personagem importantíssimo em toda a contra cultura dos anos 60, o LSD, e principalmente seus efeitos, foram descobertos por acaso. E por causa da Segunda Guerra Mundial ele ficou conhecido eternamente por bicicleta! No dia 19 de abril de 1943, Hoffman, com objetivos puramente científicos, mandou pra dentro 250 microgramas de LSD! Para se ter ideia, um microponto de ácido, consumido de forma recreativa e que dá aquela viagenzinha matreira, costuma ter em média 100 microgramas. Então, Albert Hoffman dropou dois micropontos de uma vez. Quando bateu, a viagem foi forte e ele não tinha condições de ficar no laboratório trabalhando. Então ele pediu para seu assistente o levar para casa. Mas tinha uma guerra lá fora, e por segurança, estava proibida a circulação de carros pela cidade. Hoffman então foi de bicicleta pra casa, viajandão!
Essa história ficou tão famosa que, não só o LSD passou a ser associado à bicicleta, como foi escolhido o dia 19 de abril como o dia da bicicleta! Claro que o dia da bicicleta não diz respeito ao consumo de alucinógenos, mas sim, é um dia de incentivo à prática de esportes e de se pensar na bicicleta como transporte sustentável e alternativo nas grandes cidades. Então, se você não sabia dessa história e é fã do Pink Floyd, agora está entendo porque o disco mais psicodélico da banda, e o único sob a liderança de Syd Barrett (um dos mais proeminentes consumidores de LSD do Reino Unido), se encerra com uma canção chamada Bike.
Com o passar do tempo e o desenvolvimento urbano, algumas grandes cidades da Europa passaram a incentivar o uso de bicicletas como alternativa ao carro e ao transporte público (trens, metrôs e ônibus). Em especial Amsterdã e Copenhague foram pioneiras e tem hoje em dia quase metade de sua população se locomovendo às pedaladas. Claro, são cidades planejadas e com um relevo plano, o que facilita muito o conforto para se andar de bicicleta. Mas muitas outras cidades se mobilizaram para criar ciclovias. Quanto mais gente de bicicleta, menos gente usando carros e poluindo o ar. Menos gente também no transporte público, desafogando lotações e tornando trens e ônibus mais confortáveis para aqueles que realmente dependem destes transportes, por necessidade financeira ou por morar muito longe. Isso sem falar que quem anda de bicicleta não se preocupa com o preço do combustível ou com IPVA e cuida da saúde física e mental.
Afinal, andar de bike acaba por se tornar um lazer, mesmo que você esteja indo ou voltando do trampo! Sempre dá pra tentar escolher caminhos mais arborizados e tranquilos, mandar aquela playlist delícia no fone de ouvido pra curtir o passeio… é só vantagem! A bicicleta tá aí! Faz parte da cultura pop e tem tudo a ver com sustentabilidade, natureza, saúde… tudo que a gente valoriza na Strip Me! Então, para conferir essa estampa da bicicleta e muitas outras, visite a nossa loja. Camisetas de música, cinema, arte, cultura pop e muito mais, e toda semana tem estampa nova chegando na seção de lançamentos. Confere lá e bom passeio!
Vai fundo!
Para ouvir: Montamos uma playlist delícia com sons good vibes pra você curtir no rolê de bike! Bike Trip Top 10 tracks.
Para assistir: Os cineastas italianos Lorenzo Veracini, Nandini Nambiar e Marco Avoletta fizeram uma animação imperdível inspirada no passeio do Albert Hoffman em 1943. O curta metragem de animação A Bycicle Trip foi lançado em 2007 é um primor! Vale a pena demais assistir. Tem inteirinho no Youtube.