8 fatos sobre a Mata Atlântica que você precisa saber.

8 fatos sobre a Mata Atlântica que você precisa saber.

Bioma de diversidade incalculável e carregado de história, a Mata Atlântica é um retrato fiel do Brasil. A Strip Me te ajuda a conhecer melhor esse caleidoscópio de fauna, flora e paisagens estonteantes.

A legendária carta de Pero Vaz de Caminha e os relatos de outros navegantes, incluindo Américo Vespúcio, retratam a costa brasileira como um lugar idílico. O próprio Vespúcio chegou a escrever em seu diário: “Se existe algum paraíso terrestre, ele certamente não fica longe dessas terras.” Essa visão paradisíaca se justifica. De suas naus, os europeus avistavam praias de águas claras, areia branca e uma densa floresta ao fundo, repleta de cores e vida. Isso sem falar no relevo, com montes e serras, que completavam a paisagem. Imagine, por exemplo, esses navegantes, vindos de uma terra com cidades sujas. de clima frio e sem grandes atrativos naturais, chegando na baía de Guanabara, com o exuberante Pão Açúcar se erguendo sobre uma mata verdejante, sob a brisa do mar e o calor tropical.

Essa exuberância que encantou os europeus era a Mata Atlântica em todo o seu esplendor. Atualmente a Mata Atlântica é considerada um bioma distinto, com características próprias, assim como o Pantanal, o Cerrado ou a Amazônia. Sua formação data de 50 milhões de anos aproximadamente, conhecido como período quaternário. Nessa época o que hoje é a América do Sul já era uma porção de terra isolada como continente, mais ou menos como a conhecemos hoje. Por estar numa localização tropical, todas as eras glaciais que rolaram ao longo de todo esse tempo, esfriando, esquentando e alagando, propiciaram à região a proliferação de uma biodiversidade imensa. Até a chegada dos europeus, a Mata Atlântica ocupava boa parte do território leste e central da América do Sul, se estendendo do nordeste brasileiro até a costa do Uruguai, e avançando em alguns pontos para o interior do sudeste e sul, chegando ao interior do Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, interior e São Paulo, Paraná e chegando a algumas partes do Paraguai.

Hoje temos, em toda a América do Sul, apenas 16% do que era a Mata Atlântica 500 anos atrás. E, infelizmente, a tendência é esse número diminuir ainda mais. Para que a gente possa evitar ao máximo a diminuição da Mata Atlântica e ter noção da importância da sua conservação, a Strip Me apresenta 8 fatos que você precisa saber sobre esse nosso bioma tão essencial.

Geografia.

A Mata Atlântica ocupa 1,1 milhão de km² em 17 estados do território brasileiro, estendendo-se por grande parte da costa do país. Possuem áreas preservadas da Mata Atlântica os estados Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia,  Alagoas, Sergipe, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí. A WWF (World Wide Fund for Nature Inc.) dividiu o bioma em 15 ecorregiões, para que as ações de preservação possam ser feitas localmente, atendendo às necessidades de cada região, já que a Mata Atlântica abrange ambientes montanhosos, litorâneos, mangues e etc.

Povos originários.

A chegada de seres humanos nas regiões de Mata Atlântica data de doze a dez mil anos atrás, de acordo com achados arqueológicos em Lagoa Santa, Minas Gerais. A interação desses primeiros povos impactaram muito o bioma. Eram povos nômades, mas que já praticavam uma agricultura rudimentar. Há teorias (ainda não comprovadas cientificamente) que dizem que os pampas gaúchos, num passado muito distante, era uma área de Mata Atlântica que passou por frequentes derrubadas e queimadas feitas por esses primeiros povos, até se estabelecer como vastos campos descampados que conhecemos atualmente. Ainda hoje as áreas preservadas de Mata Atlântica abrigam muitas etnias de indígenas, que lutam para conservar sua cultura e estilo de vida. Esses povos são cada vez mais ameaçados por demarcações de terras, garimpos ilegais e projetos de leis espúrios. Algumas das etnias ainda vivendo na Mata Atlântica são os Kaingang, Terena, Potiguara, Kadiweu, Pataxó, Krenak, Guarani, Caiová e Tupiniquim.

Descobrimento.

A Mata Atlântica está intrinsicamente ligada à história do Brasil e sua colonização pelos portugueses. Nos primeiros anos de exploração, os portugueses buscavam ouro e pedras preciosas, o que não encontraram. Mas encontraram uma infinidade de árvores nativas da Mata Atlântica cuja madeira lhes era muito valiosa: o Pau Brasil. Foi o primeiro alvo de comércio dos europeus. Em seguida veio a era dos paulistas, ou bandeirantes, que desbravaram a aparentemente intransponível muralha da Serra do Mar e se embrenharam pelo interior do Brasil em busca de índios para escravizar e também de ouro, é claro. Com a descoberta do ouro nas Gerais, áreas imensas de Mata Atlântica vieram abaixo, e as áreas que se mantiveram de pé eram um grande obstáculo para o transporte das pedras preciosas para os portos, para serem levadas para a Europa. Em contra partida, sempre houve preocupação em torno da conservação das matas, especialmente entre os missionários jesuítas, que acreditavam numa agricultura florestal dinâmica, mas eram frequentemente ignorados por governadores e outras autoridades. Mas as missões jesuíticas do sul do Brasil e da Argentina e Uruguai comprovam isso. Após a vinda da família real para o Brasil, até o reinado de Dom Pedro II, houve também alguma consideração relacionada à busca de conhecimento e conservação da biodiversidade. Mas o ciclo do café atropelou isso tudo, desmatando desenfreadamente. E, por fim, o êxodo rural, crescimento populacional e desenvolvimentos das grandes metrópoles completam este quadro tão preocupante.

Diversidade.

Quando a corte de Dom João VI se estabeleceu por aqui, vieram também cientistas e botânicos que ficaram impressionados com a diversidade das matas brasileiras. Posteriormente, Dom Pedro II incentivou e financiou muitas expedições de cientistas para estudar a fauna e flora da Mata Atlântica. São mais de 20 mil espécies de plantas e 2 mil espécies de animais (sem contar insetos e aracnídeos). Para se ter uma ideia, um levantamento feito na Reserva Biológica de Una, no sul da Bahia, constatou a maior diversidade de árvores do mundo, com 450 espécies diferentes num só hectare de floresta. Nos anos 90 o mico leão dourado, na iminência da extinção na época, virou símbolo da preservação da Mata Atlântica. O primata ainda é o maior símbolo da Mata Atlântica, e graças ás inúmeras campanhas e esforços, a espécie do primata está cada vez mais longe da extinção, através da ação de ambientalistas promovendo a reintrodução no habitat natural de indivíduos criados em cativeiro.

Água.

A Mata Atlântica abriga uma rede imensa e muito importante de bacias hidrográficas, que fornecem água para mais de 145 milhões de pessoas. O desastre recente no Rio Grande do Sul mostra de forma trágica a consequência do desmatamento e a importância da mata em margens de rios e encostas. São as matas ciliares que ajudam a conter a força das águas, e o solo permeável que absorve a água e ajuda a evitar grandes inundações. A Mata Atlântica é o lar de sete das nove maiores bacias hidrográficas do Brasil. São elas Paraná, Uruguai, São Francisco, Parnaíba, Atlântica Sul, Atlântico Sudeste, Atlântico Leste, Atlântico Nordeste Oriental. Isso sem falar de um dos maiores aquíferos do mundo, o Aquífero Guarani, que fica sob a Mata Atlântica. A diminuição da Mata Atlântica pode ser fatal para muitos desses rios.

Sobrevivência.

A Mata Atlântica é uma das florestas com maior diversidade de plantas no mundo e considerada uma das áreas mais importantes para a conservação da biodiversidade do planeta. Além disso, abriga 70% da população brasileira. Aliás, 61% da área urbana do Brasil se encontra neste bioma e responde por 80% da economia nacional. Porém e portanto ao mesmo tempo, é o bioma mais devastado e ameaçado do país. Se faz cada vez mais necessário que toda e qualquer iniciativa que promova a preservação da Mata Atlântica seja apoiada e divulgada. Aqui estão algumas delas para você conhecer.
SPVS (Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental) siga @spvsbrasil
SOS Mata Atlântica siga @sosmataatlantica
IA-RBMA (Instituto Amigos da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica) siga @rbmataatlantica
IMAFLORA (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola) siga @imaflorabrasil
IPÊ (Instituto de Pesquisas Ecológicas) siga @institutoipe

Turismo.

O turismo ecológico vem se tornando cada vez mais popular. Ainda bem. Afinal de contas, quanto mais gente interessada em conhecer e desfrutar da natureza, maior vai ser o interesse em preservar áreas de mata nativa. A Mata Atlântica possui em seu vasto território algumas das atrações turísticas mais atraentes e deslumbrantes do Brasil. Começando pelo primeiro, temos o Parque Nacional de Itatiaia, o primeiro parque nacional de preservação do Brasil, criado em 1937. O parque fica entre os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais e abriga 360 espécies de aves (incluindo gaviões, codornas e tucanos) e 67 espécies de mamíferos (como a paca, macacos e preguiças). E, é claro, possui trilhas inacreditáveis. O Passeio de trem Curitiba-Morretes é o mais bonito do Brasil, passando por paisagens deslumbrantes de Mata Atlântica através da Serra do Mar paranaense. A Pedra da Gávea no Rio de Janeiro, conhecida como a cabeça do imperador, é o maior bloco monolítico à beira mar do mundo, a 842m acima do mar, e cercada por uma floresta exuberante. Por incrível que pareça dá pra curtir uma pedaço de Mata Atlântica no coração da cidade de São Paulo. O Parque Trianon, na avenida Paulista, é um pedacinho de mata nativa preservada. Pra finalizar, temos uma das sete maravilhas naturais do mundo, as majestosas Cataratas do Iguaçu, um conjunto de 275 quedas d’água que formam uma paisagem de beleza única em meio a Mata Atlântica. Isso sem falar na Ilha do Mel, Ilha do Cardoso, o Parque Estadual do Turvo, O Parque da Pedra Branca, a Pedra do Baú, a Gruta da Casa de Pedra, o Parque Nacional da Serra de Bocaina…

Cogumelos.

Para finalizar essa lista, uma curiosidade, no mínimo, instigante. Na Reserva Betary, trecho de 60 hectares de Mata Atlântica localizada na cidade de Iporanga, no estado de São Paulo, é possível ver exemplares de Mycena lucentipes. Durante o dia, são fungos como outro qualquer, mas à noite eles emitem um brilho luminoso verde neon. Sim, eles literalmente brilham no escuro! Das cerca de 100 espécies de cogumelos bioluminescentes identificadas em todo o mundo, 27 foram encontradas na Reserva Betary. A primeira pergunta que surge é: Por que esses danadinhos brilham no escuro? A resposta é simples. É para atrair insetos e aranhas, que ajudarão a disseminar os seus esporos pela floresta. A segunda pergunta óbvia é: Dá barato? Ainda não há uma resposta para essa pergunta, pelo menos, ninguém se manifestou a este respeito. Mas a probabilidade de ele ser alucinógeno é grande, pois pertence a família Mycena, a qual boa parte dos fungos são alucinógenos, mas pode ser que ele seja venenoso também. Mas só o fato de você estar dando uma banda pela floresta no meio da noite e dar de cara com um cogumelo brilhante, já é naturalmente uma baita doideira!

Para além do barulho, diversão e arte, faz parte do DNA da Strip Me o amor pela natureza e os animais, fazendo com que a marca coloque em prática várias ações que vão desde a utilização de tecido certificado e tintas biodegradáveis até a doação de parte do valor de cada venda realizada para ONGs de combate á fome e pelos direitos dos animais. Fazemos questão de exaltar a nossa flora inigualável com a coleção de camisetas florais, além de sempre levantar a bandeira da sustentabilidade. Dá uma olhada no nosso site para conferir essa e outras coleções, para conhecer um pouco mais sobre nós e ficar por dentro dos nossos lançamentos, que pintam por lá toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist caprichada com músicas excelentes que falam sobre a preservação da natureza. Mata Atlântica Top 10 tracks.

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