Apesar de ultra democrático, o bom e velho boteco não é terra de ninguém. Há um código de conduta não escrito, mas que deve ser respeitado. Portanto, hoje a Strip Me apresenta os 10 Mandamentos do Boteco.
Bar, doce lar! Não há lugar onde o brasileiro se sinta mais em casa do que o bar. Aquele boteco gostoso, com mesas na rua, cerveja estupidamente gelada e garçom gente boa. Mais que um simples estabelecimento comercial, é uma instituição brasileira e patrimônio socio-cultural. O bar é a materialização da democracia, onde todo o tipo de gente conversa sobre todo o tipo de assunto com liberdade. Mas falando assim, parece que é um lugar com certa pompa e circunstância. Mas é nada! É um lugar despojado e agradável que você pode ir de bermuda e chinelo ou de roupa social, que ninguém vai te julgar.
Mas não pense você que essa liberdade e despojamento fazem do boteco um lugar ao deus dará, uma terra de ninguém. Justamente por essa aura livre, não tem uma regra escrita de como agir e o que não fazer no bar. Mas claro que há um código de conduta, um decálogo de mandamentos a serem seguidos. Algo que está no consciente coletivo e que todo mundo meio que sabe, sem saber direito de onde aprendeu. Para exaltar a chegada desse calorão, o mês da Oktoberfest e simplesmente porque nós amamos um bom papo na mesa do bar, a Strip Me traz Os Dez Mandamentos do Boteco.
1. O que acontece no bar, fica no bar.
É meio que como as regras do Clube da Luta. A mesa do bar tem ares de confessionário, e o álcool tende a fazer com que as pessoas se tornem cada vez mais sinceras, além de ser um combustível muito eficiente para transformar pessoas comuns em hábeis dançarinos. Mas isso tudo não precisa ser motivo de buchicho ou chacota durante o cafezinho na segunda feira de manhã na empresa.
2. Serás cliente fiel de pelo menos um bar na cidade onde moras.
Olha, uma das características básicas do boteco é a boa convivência. E a boa convivência é algo que se constrói ao longo do tempo. Por isso, é muito importante você eleger em sua cidade o seu bar favorito, e frequenta-lo periodicamente, saber o nome do dono do bar, de pelo menos um dos garçons e etc. Isso te impede de ir a outros bares? Claro que não! Mas é sempre bom ter um porto seguro, onde você tem certeza que a cerveja estará gelada e que você não vai precisar pedir pra trocar a tulipa pelo copo americano.
3. Conversarás com o garçom além do essencial.
Esse negócio de falar somente o essencial é que com o motorista do busão. No bar, você tem total liberdade para pedir opinião do garçom não só sobre qual a porção mais apetitosa, mas também sobre o desempenho do time que vai jogar nos dias vindouros e até mesmo pedir conselhos amorosos. Garçons são sempre pessoas sábias e merecem ser ouvidas.
4. Não deixarás a cerveja esquentar no copo.
Não caia em conversa furada de falsos profetas, que teimam em levar etiqueta e melindres para a mesa de bar. Há quem diga que é indelicado colocar cerveja no copo de outra pessoa, sem que ela peça. Besteira! No bar, não se deixa a cerveja esquentar! Completar um copo que está com menos da metade é um favor que você faz àquele amigo que bebe mais devagar. Aquele golinho no fundo do copo pode rapidamente esquentar, tornando-se pouco atrativo ao paladar. Ao completar o copo com cerveja gelada, você restitui o equilíbrio da mesa.
5. Pedirás um petisco.
Nem que seja um amendoim. Mas um tira gosto é essencial para manter a mesa do bar funcionando perfeitamente, além de prolongar a qualidade da conversa ali desenvolvida. Afinal, todo mundo sabe que beber de barriga vazia faz com que o álcool faça efeito mais rápido. Para não começar a enrolar as palavras logo na quinta ou sexta garrafa, uma boa porção é fundamental. De preferência alguma fritura, como um belo torresmo, que ajudará a metabolizar o álcool no seu organismo. Além disso, tal ato vai colaborar com a arrecadação do bar, permitindo que ele se mantenha aberto e funcionando bem.
6. Saberás pedir cerveja gelada por diferentes expressões.
Não só por uma questão de entretenimento e diversão, mas também para evitar a monotonia da repetição da mesma frase muitas vezes na mesma noite, é importante que o frequentador do boteco tenha um bom vocabulário de expressões para chamar aquela cerveja gelada. “Vê uma trincando.” ”Me traz uma canela de pedreiro!” “Traz aquela com o véu de noiva.” “Desce aquela tirada do cu da foca.” E por aí vai. O mesmo vale para a maneira como você se refere ao garçom. Amigão, doutor, mestre, consagrado, professor, meu querido, comandante…
7. Conversarás sobre todos os assuntos.
No bar é muito importante que você converse sobre todos os assuntos possíveis. Mesmo que você não entenda nada sobre o assunto em curso na mesa, opine, mostre-se curioso e tente aprender alguma coisa. Veja bem, não confunda a mesa do bar com um palanque ou uma sala de aula. Ninguém gosta de um palestrinha. Mas é sempre bom ter conversas leves e descomprometidas sobre os mais variados assuntos. O importante é não ficar a noite toda com a cara enfiada no celular só porque você não viu o último filme do Scorsese ou não liga a mínima que a Sandy é a mais nova divorciada da praça.
8. Não brigarás.
Esse é tão óbvio que não precisava nem ser dito, né? Até porque sair na mão é um troço muito demodê, é cafonérrimo, muito anos 90. Hoje em dia ninguém resolve mais nada brigando. Além disso, derruba o clima do bar, deixa todo mundo tenso, enquanto estão todos ali pra relaxar e curtir. Pra piorar, uma briga pode causar danos materiais ao bar e deixa-lo com fama de lugar mau frequentado. Portanto, se quiser brigar, não vá pro bar, vá pro Twitter.
9. Pedirás a saideira antes da conta.
Certas tradições são inquebráveis! Essa é uma delas. Todo mundo na mesa concorda que a conversa está boa, mas está ficando tarde, já comeram e beberam o suficiente e tal? Tudo bem. Então é hora de pedir a conta. Mas é absolutamente necessário manter o decoro e fazer como manda o figurino dizendo: “Campeão, traz pra gente a saideira e a conta faz favor!” A saideira é a responsável pelo brinde de despedida e por deixar o inebriante gostinho de quero mais, que fará com que todos na mesa aguardem ansiosamente pelo próximo fim de semana.
10. Se for embora antes dos demais, pedirás a parcial e pagarás sua parte.
Outro mandamento que nem precisava ser dito, de tão óbvio e ululante. Mas é sempre bom reforçar, porque sempre tem um espertinho que toma uma caixa de cerveja, joga trinta reais na mesa e vai embora de fininho. Ora, o fiel frequentador do boteco jamais faz isso. Se precisa ir embora antes dos demais da mesa, ele pede uma parcial, faz a divisão e paga sua parte. Assim, mantém todo um equilíbrio entre os presentes na mesa que ficarão até o final, além de fortalecer os vínculos de confiança e amizade.
Eu ouvi um amém? 10 Mandamentos desses é pra glorificar de pé, de preferência, com copo em riste, pronto pra brindar! O boteco é esse poço de brasilidade, lugar de barulho, diversão e arte, de diversidade, liberdade e democracia! Um lugar que a Strip Me leva no coração e se inspira para elaborar as mais lindas e descoladas camisetas de bebidas, mas também de cultura pop, onde o boteco está mais que inserido, aliás. E tem ainda as camisetas de arte, cinema, música, games e muito mais. Na nossa loja você confere tudo isso e ainda fica por dentro de todos os nossos lançamentos, que pintam por lá toda semana!
Vai fundo!
Para ouvir: Uma playlist digna de um fiel botequeiro! Bar, doce lar Top 10 tracks.
Para assistir: Recomendadíssimo o documentário sobre um dos grandes cantores de todos os tempos no Brasil: Cauby Peixoto. O filme Cauby: Começaria Tudo Outra Vez foi lançado em 2015 e dirigido por Nelson Hoineff. E o que um doc sobre o Cauby Peixoto tem a ver com o tema do texto? Ora, o Cauby fez sua fama e até seus últimos dias de vida se apresentou no bar mais famoso de São Paulo, o Bar Brahma! E, além disso, o Cauby tem uma história incrível que merece ser conhecida.