Brasilidade é aquele tempero especial que só se encontra por aqui. A Strip Me transformou todo esse tempero em camisetas lindas, que fazem parte da Coleção Brasilidades.
Em vários lugares do mundo a expressão “Se a vida lhe der um limão, faça uma limonada.” é conhecida. Mas aqui no Brasil o buraco é mais embaixo, e se a vida nos dá um limão, a gente faz logo uma caipirinha, aproveita o embalo e já mete fogo na churrasqueira, chama os amigos. Tudo porque a vida nos deu um limão. Foi pensando justamente que o Brasil tem esse ritmo diferente e tantas outras peculiaridades, que a Strip Me criou uma coleção incrível dedicada às nossas brasilidades. Nossos hábitos, o jeito de falar, a cultura, a gastronomia, e até mesmo o controverso jeitinho brasileiro… o melhor do Brasil é a brasilidade!
Aliás, o jeitinho brasileiro é uma boa maneira de começar esse nosso papo sobre brasilidade. Com razão, é um termo que tem certo peso pejorativo, porque, muito já se viu que essa criatividade do brasileiro é usada muitas vezes para o mal. Não à toa, o jeitinho brasileiro é também conhecido por Lei de Gerson. Gerson de Oliveira é um ex-jogador de futebol, foi um meio campista de primeira, considerado um dos melhores jogadores da seleção brasileira tricampeã de 1970. Seleção essa que tinha também Pelé no seu auge. Inclusive, durante a copa de 1970, Pelé protagonizou um acontecimento único na história do futebol. Ele imortalizou um gol perdido, após uma jogada inacreditável, dando o famoso drible da vaca no goleiro uruguaio no final do jogo entre Brasil e Uruguai, semifinal da competição. Mesmo sem o gol, o lance foi tão bonito, que entrou pra história. Bom, voltando. Gerson, meio campo da seleção, carioca da gema, foi convidado em 1976 para protagonizar o comercial de TV de uma marca de cigarros. Sim, um jogador de futebol fazendo propaganda de cigarro. Outros tempos… Enfim. No comercial, Gerson era entrevistado por um jornalista, que perguntava por que ele tinha escolhido a marca de cigarros Vila Rica. Ele responde: “Por que pagar mais caro se o Vila me dá tudo aquilo que eu quero de um bom cigarro? Gosto de levar vantagem em tudo, certo? Leve vantagem você também!” A frase “Gosto de levar vantagem em tudo, certo?”, dita no mais malemolentecarioquês virou bordão, e sempre que alguém precisa justificar alguma subversão desde então, já manda “É a lei de Gerson, né? Eu preciso levar a minha vantagem.”
O outro lado do jeitinho brasileiro, que não tem essa carga pejorativa e tal, já está explícita no parágrafo acima. Faz parte do jeitinho brasileiro contar umas duas histórias diferentes, acabar invariavelmente falando de futebol, para explicar uma coisa que poderia ser dita em duas ou três frases. Convenhamos. Explicar o jeitinho brasileiro falando do gol que não foi mais famoso do mundo e de um jogador de futebol fazendo propaganda de cigarro é o mais puro suco de Brasil! Através de tantas histórias e peculiaridades como essas, a Strip Me se inspira para criar camisetas super estilosas e brasileiríssimas como a camiseta Campinho, a camiseta Não Gol e a camiseta Suco de Brasil. São camisetas mega confortáveis e lindas, cujas estampas são muito bem elaboradas, com personalidade e um toque minimalista. Equilíbrio perfeito entre estilo e simplicidade.
Tá aí! Simplicidade é outra palavrinha fundamental para explicar um pouco melhor esse nosso conceito de brasilidade. Se a gente tivesse que escolher um único ícone, que resumisse tudo que envolve brasilidade, sem sombra de dúvida, o escolhido seria o nosso amado doguinho vira lata caramelo. Pensa bem. O vira lata caramelo é o mestre da adaptação, se sente em casa em qualquer calçada, e, sem fazer força, consegue ser mais fiel que qualquer corinthiano. Ele está lá quando a gente mais precisa, para não desperdiçar aquele petisco que caiu da mesa do boteco na calçada ou para acompanhar o amigo bêbado que, prudentemente, resolveu deixar o carro na frente do bar e foi embora a pé. Importante ressaltar, inclusive, que boteco que se preza tem um vira lata caramelo perambulando entre as mesas. Aquele bar que não tem cardápio de mesa, mas aquele menu pendurado na parede, com as opções e respectivos valores escritos com giz. Onde a cerveja é sempre estupidamente gelada, também conhecida por canela de pedreiro, o único lugar capaz de transformar desconhecidos em amigos de infância em poucos goles. O botequim é a maior instituição da cultura brasileira. Tanto é que até hoje é lembrado o Zicartola, boteco capitaneado pelo casal Dona Zica e Cartola, um dos maiores gênios do samba. Localizado na legendária Rua da Carioca, no centro da cidade do Rio de Janeiro, o estabelecimento servia desde simples porções de salaminho fatiado, até portentosas feijoadas, não deixando faltar a cervejinha gelada e um bom batuque, que era feito pelos próprios clientes. Gente como Zé Ketti, Aracy de Almeida, Nara Leão, Paulinho da Viola e tantos outros. Por pura inaptidão para administrar o negócio, o Zicartola durou apenas 20 meses, de setembro de 1963 a maio de 1965. O estabelecimento passou das mãos de Cartola para outra lenda da música brasileiro, o mestre Jackson do Pandeiro. Ainda bem que o que não falta, ainda mais no Rio de Janeiro, é botequim, que é pra vira lata caramelo nenhum se sentir abandonado.
O boteco não precisa de glamour para ser bom, assim como o vira lata caramelo não precisa de pedigree para ser amado. Glamour e pedigree, aliás, palavras estrangeiras. Ambos são brasilidade em estado bruto: descomplicados, alegres, e com um carisma que derrete qualquer mau humor. É nessa vibe de simplicidade, descontração e afeto que as estampas da coleção Brasilidades da Strip Me são elaboradas. Camisetas de altíssimo nível, perfeitas pra qualquer rolê. Do boteco à balada, do churrasquinho ao festival de música. Se liga, por exemplo na camiseta Sextou, na camiseta Menu de Bar e na camiseta Caramelo do Brasil, pra ver que é exatamente a síntese de tudo que a gente falou até agora.
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| Por Paulo Argollo | Comentários desativados em Maradona: Deus é argentino.
“Se Pelé é Beethoven, eu sou Keith Richards, Ron Wood e Bono Vox todos juntos.” A frase é de Diego Armando Maradona, é claro. Não que o atacante argentino fosse muito ligado ao rock n’ roll. O rock estava longe de ser o gênero musical favorito de Maradona. Já sobre o estilo de vida, não se pode dizer o mesmo. Não só pelos abusos e notória vida noturna atribulada, mas também pelo seu posicionamento social e político sempre contestador e inconformista, podemos dizer que Maradona era muito rock n’ roll. Com o Brasil eliminado da Copa do Mundo de 2022 e a Argentina classificada para disputar a final, a Strip Me achou por bem dedicar este espaço ao maior ícone do futebol argentino, um dos maiores do mundo e um personagem marcante e surpreendente da cultura pop do século XX.
Diego Armando Maradona nasceu no dia 30 de outubro de 1960 em Lanús, nos arredores de Buenos Aires. Vinha de uma família pobre e foi criado em Villa Fiorito, uma favela na periferia sul da capital argentina. Reza a lenda que ganhou uma bola aos 3 aos de idade e logo demonstrou muito talento para o futebol. Dali em diante, sempre seria visto com uma bola entre os pés. Como muitos momentos a vida de Maradona, sua entrada no futebol profissional é bastante folclórica. O time de futebol Argentino Junior tinha um time infanto-juvenil chamado Cebollitos, que existia para revelar jovens craques para o time adulto. Um garoto da favela de Fiorito fez o teste para entrar no time e passou com louvores. Ao ser elogiado pelo técnico do time pela sua habilidade, o garoto agradeceu e disse que no bairro dele tinha um outro menino que era muito melhor que ele, mas que não fora fazer o teste porque não tinha dinheiro para pagar o trem até a cidade. Intrigado, o técnico deu um dinheiro ao garoto e disse ”É pro seu amigo pegar o trem amanhã e vir fazer um teste.”
Era 1969 e Goyo Carrizo, um garoto de 8 anos fez o teste para fazer parte do time Cebollitos. O menino impressionou o técnico Francisco Cornejo, que, além de aprovar Corrizo, teceu alguns elogios ao garoto. É quando ele responde que tem um amigo onde mora que é muito melhor que ele. Cornejo, literalmente, paga pra ver e dá o dinheiro para que Goyo desse ao tal amigo pegar o trem. O amigo era Diego Maradona, também com 8 anos de idade. No dia seguinte, Maradona comparece e faz o teste. O técnico fica absolutamente estarrecido com o domínio e habilidade de Maradona com a bola. Em sua autobiografia, Cornejo escreveu sobre aquele momento: “Dizem que pelo menos uma vez na vida todos os homens assistem a um milagre, mas a maioria não percebe. Eu percebi.” Com 16 anos de idade, Maradona já foi alçado ao time principal do Argentino Juniors. Aos 17 foi convocado para a seleção argentina pela primeira vez, atuou bem em alguns amistosos, mas acabou não sendo convocado para Copa do Mundo de 1976, apenas uma das muitas polêmicas daquela Copa.
Em 1981 Maradona estreou no Boca Juniors, que sempre foi seu time do coração. Mas durou pouco tempo no time argentino. Numa transação histórica, a mais alta até então, Maradona foi vendido para o Barcelona no ano seguinte por 5 milhões de euros. Com dinheiro sobrando, o craque mergulha na vida noturna catalã. Apesar de ser um notório boêmio, na época Diego ainda não havia se iniciado no vício de cocaína, mas adoeceu logo em seu primeiro ano no Barcelona, acometido de uma hepatite. Mesmo doente seguiu treinando durante o tratamento da doença e alguns meses depois já estava em forma. Porém, no ano seguinte, logo no início do campeonato espanhol, sofreu uma falta dura e fraturou o tornozelo. Ficou 106 dias sem jogar. Voltou para jogar o fim da temporada, com o Barcelona chegando à final da Copa del Rey, o campeonato nacional da Espanha. Acontece que o Barça perdeu a final para o Atlético de Bilbao. Furioso, Maradona começou uma briga depois do apito afinal que se tornou uma briga generalizada, um verdadeiro quebra-quebra dentro de campo, com jogadores saindo seriamente feridos. Por essa conduta, Maradona acabou sendo suspenso por 3 meses e o Barcelona acabou vendendo o jogador para o pequeno time italiano de Nápoles em seguida.
Na Itália, Maradona foi recebido como herói. Sua contratação envolvendo 6,9 milhões de euros causou polêmica. O Napoli, apesar de tradicional, era um time pequeno e sem grandes recursos para uma contratação daquele calibre. Logo surgiu a suspeita de que a máfia estava envolvida na negociação do jogador argentino, informação que segue ainda hoje sem ser confirmada e muito menos desmentida. Mas sua estadia na Itália foi a que fez de Maradona um verdadeiro ídolo mundial. Não só levou o Napoli a conquistar títulos nacionais e um continental, a Copa da UEFA, como brilhou absoluto na Copa do Mundo de 1986, no México, onde a Argentina sagrou-se bi-campeã do mundo e Maradona foi o responsável pelo famoso gol do século, bem como o legendário gol da mão de deus.
Tanta exposição, tanta polêmica e tantas rusgas com a imprensa fizeram de Maradona um verdadeiro ícone da cultura pop. Tanto que, mesmo sem ele próprio ter grande identificação com o rock, muitos dos grandes nomes do estilo não perdiam a oportunidade de conhecer o craque. Foi assim com o Queen em 1981, quando passou pela Argentina numa turnê gigantesca. Os ingleses eram todos fãs de futebol e fizeram questão de convidar Maradona para o seu camarim. Se deram tão bem que Freddie Mercury convidou Maradona para subir ao palco durante o show de Buenos Aires para dar um oi para o público e anunciar a canção Another One Bites the Dust. Em 1998 quem passou pela capital argentina foram os Oasis. Após um show alucinante, a dupla Noel e Liam Gallagher bebiam cerveja e iam frequentemente ao banheiro num pub portenho. Numa mesa próxima, Sting, que também fazia shows pela Argentina, literalmente chorava porque seu quarto havia sido invadido e ele fora roubado. Pra completar a bizarrice da noite, chegam no pub um grupo de umas 20 ou 30 pessoas amontoadas e falando alto, que subiram para uma área privativa do lugar. Liam pergunta por ali e fica sabendo que se tratava de Maradona e sua turma. Ele manda então seu intérprete perguntar se eles poderiam ir conhecer o jogador, já que são fãs de futebol. Eles são autorizados, sobem e se deparam com uma festinha daquelas, Maradona fazia embaixadinha com uma tampa de garrafa e tinha os olhos estalados tais quais ovos fritos. Veja você. Os irmãos Gallagher, sempre cheios de marra, ficam intimidados, apenas tiram uma foto com o craque e resolvem se mandar dali. Quando se despedem, Maradona diz que se eles fossem embora levando alguma das mulheres que estavam ali, ele mandaria alguém enchê-los de bala. Eles voltam para o pub desconcertados e provavelmente foram chorar assustados junto com o Sting.
Maradona teve contato com a cocaína em Barcelona, numa festa de despedida da cidade, dias antes de partir para Nápoles. Na Itália acabou conhecendo Guillermo Coppola, um bon-vivant que empresariava jogadores de futebol. Maradona o contrata e eles se tornam grandes amigos. Coppola coloca Maradona no circuito dos intocáveis multi-milionários onde tudo é possível e tudo é permitido. Coppola também era um boêmio inveterado, acompanhava e incentivava Maradona a viver a vida sem limites. A relação entre os dois durou de 1985 a 2003. Depois disso, ficaram sem se falar, brigados sabe-se lá por qual motivo. Voltaram a se encontrar só em 2015, quando o pai de Maradona faleceu. Reataram a amizade, mas não o vínculo profissional. Depois de 2000, quando teve uma overdose quase fatal em Punta del Leste, no Uruguai, Maradona teve idas e vindas em clínicas de reabilitação para se livrar do vício em álcool e cocaína. Em 2020 supõe-se que Maradona estava sóbrio a pelo menos alguns meses. Ele morreu no dia 25 de novembro de 2020 por conta de uma parada cardiorrespiratória.
Além de gênio do futebol e ícone da cultura pop, Maradona também é reconhecido como um progressista, que sempre defendeu a luta de classes e o combate contra racismo e as desigualdades sociais. Uma personalidade tão emblemática e fundamental do século XX não poderia passar batido pela Strip Me. Ainda mais às vésperas de uma final de Copa do Mundo em que a Argentina enfrenta a França, nossos mais recentes algozes em final de Copa. A rivalidade folclórica entre Brasil e Argentina já se provou tola, apesar de ainda render boas risadas. Por isso, vamos torcer pelos hermanos neste domingo, tomando aquela cervejinha com os amigos e curtindo o verão no maior estilo. Você tanto pode aproveitar a Coleção Copa do Mundo, como também as camisetas de música, cinema, arte e cultura pop na nossa loja. Por lá você também fica por dentro de todos os lançamentos, que pipocam toda semana.
Vai fundo.
Para ouvir: Maradona foi tão grande que chegou a ser homenageado com músicas de diversos estilos na Argentina e no mundo. Hoje compilamos as 10 melhores sobre o craque. Maradona top 10 tracks.
Para assistir: Altamente recomendável a série Maradona: Conquista de um Sonho, produção argentina da Amazon Prime Video. Uma geral da história de Diego Maradona da infância até uma overdose quase fatal em 2000. Produção super bem feita, com ótimas atuações e direção muito eficiente. Vale a pena demais conferir.
| Por Paulo Argollo | Comentários desativados em A Copa do Mundo é Pop!
É inegável. Se tem uma coisa que mexe com a gente, vira nossa rotina de cabeça pra baixo, nos deixa ansiosos, histéricos, empolgados e, muitas vezes, revoltados, mas a gente não sabe viver sem, essa coisa é a Copa do Mundo. Até quem não torce para time nenhum e não liga pra futebol, quando chega a Copa, curte assistir aos jogos, debater com os amigos sobre quem joga bem ou joga mal e quem vai ser campeão do mundo. Mas o que faz com que isso tudo aconteça?
Bom, pra começo de conversa, a Copa do Mundo já se tornou parte da cultura pop. Não se trata simplesmente de uma disputa esportiva entre seleções do mundo. Mas sim uma festa, jogos televisionados, com verdadeiros ídolos em campo, álbum de figurinhas, jingles e músicas marcantes e, mais recentemente, uma infinidade de memes e piadocas difundidas em larga escala em redes sociais. Só por aí, já temos um panorama da importância da Copa do Mundo. Mas vai além, principalmente no Brasil. Afinal, temos aqui uma tradição antiga de apaixonados por futebol. Ainda que o esporte não tenha sido criado aqui, indiscutivelmente nos apoderamos dele, e fizemos do futebol a nossa mais emblemática marca mundo afora.
Chega a ser engraçado que ainda hoje haja quem diga que futebol não se discute. Porra, é o assunto mais discutido no país desde sempre! Seja um Grenal, um Corinthians e Palmeiras, um Flaflu, o futebol está sempre na pauta do brasileiro. Nem que seja para puxar assunto com um desconhecido ou mudar de assunto durante uma conversa desconfortável, com a inabalável frase “E o Corinthians, hein… ?”. E na época da Copa do Mundo isso se intensifica. Começa no sorteio das chaves, onde a gente descobre quem vai jogar contra quem na primeira fase. Depois tem a convocação dos jogadores, momento sempre tenso e que gera muita conversa. E, por fim, os jogos! A melhor parte! Quem não gosta de ir almoçar em plena terça feira e conferir um jogão entre Tunísia e Coréia do Sul?
Mas, além disso tudo, cada edição de Copa do Mundo é marcado por pelo menos um momento muito inusitado, ou um placar de jogo impensável, uma jogada muito controversa, e até mesmo teorias da conspiração. Sendo o Brasil o país que mais participou de Copas do Mundo, aliás, o Brasil é o único país do mundo que esteve presente em todas as edições da competição, é natural que tenhamos muitos desses causos famosos, que entram para a história. Selecionamos aqui 5 destes momentos marcantes do Brasil em Copas do Mundo para contar para você.
Maracanazo
Também conhecido como Maracanaço, mas a expressão em espanhol, Maracanazo, parece mais apropriada. Trata-se do fatídico 16 e julho de 1950. Por incrível que pareça, a Copa do Mundo de 1950 tem muito em comum com a edição de 2014. Começa que ambas aconteceram no Brasil. Assim como em 2014, o Brasil esteve envolvido num jogo que terminou 7 a 1, porém, desta vez o Brasil saiu vitorioso marcando 7 gols na seleção da Suécia. Por fim, a Copa acabou em vexame para o Brasil, que não se sagrou campeão. O estádio do Maracanã acabara de ser inaugurado e era o palco para a final da Copa, entre Brasil e Uruguai. Nas quartas de final e na semifinal, o Brasil vinha de resultados espetaculares, como o 7 a 1 na Suécia e um 6 a 1 na Espanha, enquanto o Uruguai vinha de uma campanha mais sofrida, com um empate entre 2 a 2 e uma vitória de 3 a 2. O clima de “já ganhou” era tão exagerado que o jornalista e empresário Paulo Machado de Carvalho, que viria a ser homenageado no futuro tendo seu nome na fachada do estádio do Pacaembu, esteve na concentração da seleção brasileira no dia anterior e ficou impressionado com o clima de festa. Ao chegar em casa, de noite, na véspera da final, chegou a dizer para o seu filho: “Vamos perder.”. Dito e feito. O Uruguai entrou em campo determinado, segurando os ataques brasileiros e avançando no campo de ataque. O primeiro tempo acabou sem gols, mas com a superioridade dos uruguaios evidente. No segundo tempo, o Brasil abre o placar com gol de França nos primeiros minutos de jogo. A resposta uruguaia vem com o gol de Schiaffino com 20 minutos do segundo tempo. O jogo se torna dramático, e a torcida, que até então vibrava, diminui o tom, com ar preocupado. Mas aos 34 minutos do segundo tempo, o ponta direita Ghiggia recebe a bola no campo de ataque, entra na grande área e dispara um chute em diagonal. A bola passa entre as mãos do goleiro Barbosa e vai para o fundo do gol. Uruguai 2 a 1 e um silêncio fúnebre no estádio do Maracanã lotado, com 200 mil pessoas. Até daria tempo de correr atrás do prejuízo, mas a seleção brasileira, que já vinha jogando com dificuldade, desabou frente ao silêncio da torcida. O jogo acabou e o estádio foi se esvaziando. O então presidente da Fifa, Jules Rimet, entregou a taça ao capitão do time uruguaio, Obdulio Varela, em silêncio, com apenas um aperto de mão. O time do Uruguai sequer comemorou a vitória no estádio, dado o clima de velório. O goleiro Barbosa abandonou o futebol, e ainda assim, viveu marcado como o artífice do vexame, e a Confederação Brasileira de Desportos, CBD, Achou por bem remodelar o uniforme da seleção, trocando as camisas brancas com golas e detalhes nas mangas azuis, para o uniforme amarelo com calções azuis que conhecemos hoje. Tudo isso fez com que ficasse eternamente marcado na história o dia 16 de julho de 1950 como Maracanazo.
O Mágico Tricampeonato
Em partes, o Brasil nunca superou o Maracanazo, tanto que estamos aqui, em 2022, ainda falando dele. Mas, por outro lado, superou sim. E o futebol brasileiro se aperfeiçoou e cresceu. Na Copa da Suécia, em 1958, o Brasil foi campeão pela primeira vez. Em 1962, a competição foi no Chile e o Brasil se sagrou bicampeão. Ganhando o tricampeonato, o Brasil poderia levar a taça Jules Rimet para casa, e uma nova taça seria forjada para que a seleção que conquistasse o título por 3 vezes pudesse fazer o mesmo, coisa que não aconteceu até agora. A Copa de 1966 foi na Inglaterra o Brasil teve uma performance mediana, sendo eliminado nas oitavas de final. Mas em 1970, no México, a situação era diferente. O Brasil vinha com um time praticamente imbatível. Pelé estava no auge de sua forma física e já era um jogador experiente, de muita técnica. Ao lado dele um time impressionante com Jairzinho, Tostão, Rivellino, Gérson, Clodoaldo, Piazza e Carlos Alberto Torres, todos jogadores habilidosos em seu melhor momento profissional. O Brasil simplesmente passou pela fase de eliminatórias e por toda a Copa do Mundo invicto, sem perder nenhum jogo sequer! Algumas das jogadas espetaculares de Pelé e sua turma durante aquela Copa são reprisadas até hoje e tidas como jogadas insuperáveis. É quando se imortaliza o salto de Pelé dando um soco no ar ao comemorar seus gols. Mesmo com as demonstrações ufanistas não sendo muito bem vistas por boa parte da sociedade brasileira, que vivia o auge da violência na ditadura militar, ninguém resistiu a comemorar o tricampeonato. A taça Jules Rimet finalmente era nossa, e ficaria exposta numa das salas da Confederação Brasileira de Desportos, CBD, que atualmente se chama Confederação Brasileira de Futebol, a CBF. A Jules Rimet lá permaneceu por pouco mais de 10 anos, até ser roubada, em dezembro de 1983, num dos episódios mais pitorescos e inacreditáveis da história do Brasil.
A Decepção de 1982
Em 1977 Pelé se aposenta. Com a sua aposentadoria e os malucos anos 70 chegando ao fim, o mundo clamava por renovação. No futebol brasileiro isso não tardou a acontecer. Logo no comecinho dos anos 80 despontavam alguns jogadores de força física impressionante e muita habilidade. E não só atacantes, mas em todas as posições, como meio campo, lateral e defesa. Sob o comando do experiente e sisudo técnico Telê Santana, a seleção brasileira foi para a Copa da Espanha, em 1982, considerada pela imprensa do mundo todo e, em especial pelos torcedores brasileiros, como a melhor seleção brasileira já vista na história, com craques em todas as posições. O time titular era formado por Waldir Peres, Leandro, Oscar, Luizinho e Junior; Toninho Cerezzo, Falcão, Sócrates e Zico; Serginho Chulapa e Éder. Na reserva o time ainda contava com Roberto Dinamite, Paulo Isidoro, Dirceu e outros mais. Era pra ser uma máquina de moer times e fazer gols. E a seleção até que chegou nas oitavas de final com certo conforto. Ganhou todos os jogos da primeira fase, com direito a goleadas de 4 a 1 em cima da Escócia e 4 a 0 em cima da Nova Zelândia. Mas já nas oitavas de final, a coisa mudou de figura. O Brasil precisou suar muito para ganhar da Argentina por 3 a 1. Ironicamente, o time vinha vencendo, mas não apresentava o espetáculo que se esperava dele. Mesmo assim, os brasileiros chegam às quartas de final para enfrentar a Itália como francos favoritos. A Itália fazia uma Copa sofrível, tendo vencido apenas um dos 5 jogos que fizera até então. Desta forma, instaurou-se mais uma vez o preocupante climão de “já ganhou” entre a comissão brasileira na Espanha. Em campo, o Brasil foi surpreendido por uma Itália aguerrida e bem organizada taticamente. Jogo foi duro. Com 5 minutos, o craque Paolo Rossi já abre o placar, marcando para a Itália. Aos 12 minutos, Sócrates responde pelo Brasil. Tudo igual. Mas Paolo Rossi estava impossível e faz o segundo da Itália aos 26 minutos do primeiro tempo. Começa o segundo tempo e o Brasil tem dificuldade de avançar. Mas num ataque rápido, Falcão marca para o Brasil e empata novamente. 2 a 2. A alegria dos brasileiros durou exatos 6 minutos. Aos 29 do segundo tempo, mais uma vez Paolo Rossi marca para a Itália, fechando o placar. O Brasil foi eliminado tendo, a que era considerada, a melhor seleção de todos os tempos, e foi eliminado no mesmo clima de “já ganhou” que fizera sua tragédia em 1950.
A Copa Vendida
Em 1998 a internet ainda engatinhava, sequer existia a banda larga, a conexão era feita através de pulso telefônico. Mesmo assim, foi a internet que desencadeou uma das teorias da conspiração mais estapafúrdias do Brasil, mas que, por se tratar de Copa do Mundo e futebol, ainda faz o maior sucesso, nem que seja pra tirar aquele sarrinho. Bom, na Copa de 1998, o time do Brasil vinha bem na competição e chegou na final contra a França, país que sediava aquela Copa. O Brasil vinha muito bem, em boa parte por conta do desempenho de Ronaldinho Fenômeno, que estava em seu auge. Pois bem, tudo naquela final conspirou para uma boa teoria da conspiração. Horas antes do jogo, Ronaldinho teve uma convulsão, chegou a ser cortado do time, mas acabou entrando em campo mesmo assim. O Brasil jogou mal e acabou perdendo de 3 a 0. França, campeã, a mesma França que sediava a Copa. Algumas horas depois do fim da final, o site da CBF foi invadido por um hacker, coisa que não era nada difícil na época. No lugar do site, entrou uma página com um texto, absolutamente mau escrito, diga-se, com passagens como “a perca da copa se deu porque…” e outros atentados à língua portuguesa. Mas enfim, o tal texto dizia que havia um acordo entre a FIFA, a CBF e a Nike, para que o Brasil entregasse o título para a França. Em troca, todos os jogadores do Brasil seriam patrocinados pela Nike, coisa que não aconteceu, a Copa seguinte seria no Brasil, o que não aconteceu, foi no Japão, a Copa de 2006 seria sediada em parceria por Japão e Austrália, um absurdo que não aconteceu, foi na Alemanha e, por fim, dizia que o Brasil seria campeão em 2002, na Copa realizada no Brasil. Até acertou que fomos campeões em 2002, mas foi do outro lado mundo. Enfim, ainda que pouca gente tivesse acesso a internet em 1998, a imprensa se encarregou de noticiar largamente a tal invasão do site da CBF e o conteúdo da teoria ali exposta, tornando a teoria popular em todo o canto. Obviamente, tudo foi rapidamente desmentido. Mas a teoria segue tendo seus adeptos até hoje. Afinal, se tem uma coisa que brasileiro gosta tanto quanto futebol, é de uma boa teoria da conspiração.
Manifestações, Memes e 7 a 1.
O ano de 2013 foi dos mais conturbados para o Brasil politicamente. Por todo canto eclodiram manifestações populares, que ganharam as ruas protestando contra corrupção e o establishment político do país de maneira geral. Tais manifestações, que culminaram com o impeachment da então presidente Dilma Rousseff, tinham, entre outras pautas, a realização da Copa das Confederações em 2013 e da Copa do Mundo em 2014 no Brasil, além das Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro. Tais competições acabariam promovendo a construção de estádios e arenas que teriam seus custos superfaturados e muito dinheiro público sendo desviado, como se provou ter acontecido realmente, anos depois. Por conta disso, durante toda a Copa, que acabou acontecendo no Brasil em 2014, eram muito comuns manifestações na frente dos estádios. Mas não foi só isso que marcou essa Copa. A produção de memes espalhados pelo Twitter e Facebook foi impressionante. Tivemos a Caxirola, um instrumento musical feito para a Copa, mas que não passava de um chocalho, o Canarinho Pistola, o mascote da Copa, que era pra ser um Canário simpático, mas aparentava estar puto da cara, o Mick Jagger pé frio e muitos outros memes. Mas a marca mais profunda da Copa do Mundo de 2014 foi a derrota avassaladora do Brasil para a Alemanha, o fatídico 7 a 1. O Brasil chegou nas quartas de final contra a Colômbia com um desempenho mediano, tendo uma vitória e dois empates. O jogo contra os colombianos foi quente. O Brasil ganhou de 2 a 1, mas perdeu seu nome mais importante. Neymar foi atingido pelo colombiano Zúñiga e teve que sair de campo. Contundido, Neymar não poderia jogar contra a Alemanha na semifinal, no dia 8 de julho de 2014. O jogo foi no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte. Até hoje, ninguém consegue explicar direito o que aconteceu. Na imprensa, passou a ser usada a expressão “apagão” para designar a performance da seleção brasileira. Os alemães fecharam o primeiro tempo com 5 gols marcados. No segundo tempo vieram mais dois, e um gol brasileiro, marcado por Oscar aos 44 do segundo tempo. Foi uma derrota tão emblemática que, até hoje é comum que as pessoas, ao verem alguma coisa que prejudica o Brasil, seja corrupção, tragédia natural ou alguma outra coisa assim, se diga a frase “É todo dia um 7 a 1.”.
Sejam momentos tristes ou felizes, emocionantes ou engraçados, é disso que a Copa do Mundo é feita, e é por isso que gostamos tanto dela! A Copa e Pop! Por isso a Strip Me não resistiu a esse clima delicioso de Copa do Mundo que vem se aproximando e já soltou uma coleção novinha, super descolada e com estampas incríveis inspiradas na Copa do Mundo! Além das estampas exclusivas, você pode personalizar a sua camiseta inspirada nas figurinhas da Copa ou na camisa 10 da seleção. Para conhecer, entra na nossa loja e dá uma olhada na seção Coleção Copa do Mundo. Além disso, você ainda confere lá as camisetas de arte, cinema, música, cultura pop e muito mais, e ainda fica por dentro dos nossos lançamentos mais recentes! Então tá feito o jogo. Mata essa bola no peito e escolha a sua camiseta.
Vai fundo!
Para ouvir: Vamos então de playlist da Copa do Mundo, com todas aquelas músicas sobre futebol que a gente ama ouvir em época de Copa! Copa do Mundo Top 10 tracks
Para assistir: Tem no Youtube um curta metragem muito legal sobre um cara nos anos 80 que quer vingar a vida arruinada do goleiro Barbosa depois do Maracanazo de 1950. É uma historinha curta e bem divertida, protagonizada pelo Antônio Fagundes. O curta se chama Barbosa, foi lançado em 1988 e dirigido pela dupla Ana Luiza Azevedo e Jorge Furtado.
Para ler: Um livro leve, mas muito interessante e detalhado sobre a tragédia de 1950 é A Anatomia de uma Derrota. Escrito pelo jornalista Paulo Perdigão e lançado em 2000 pela editora L&PM, a obra traz numa linguagem agradável e muito direta minúcias que tentam explicar a derrota do Brasil para o Uruguai naquele fatídico 16 de julho de 1950.