Brasileirês: 12 palavras que só o brasileiro entende.

Brasileirês: 12 palavras que só o brasileiro entende.

A língua portuguesa é um idioma encantador, sem dúvida um dos mais bonitos do ocidente. Mas o brasileiro o eleva a níveis de originalidade sem precedentes, e a Strip Me te mostra isso com muita propriedade.

São 9 no mundo os países que tem o português como idioma oficial. Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial, Moçambique, Portugal, Timor-Leste e São Tomé e Príncipe. Certamente cada um deles tem seu sotaque, suas gírias e palavras que foram incluídas no dicionário local. Mas a gramática e estrutura linguística são as mesmas. Então, se um português, um angolano, um brasileiro e um timorense se encontrarem no bar, eles vão conseguir se comunicar tranquilamente. Além de ter uma baita cara de começo de piada, esse encontro no bar seria uma experiência muito interessante para constatar as semelhanças e diferenças entre um mesmo idioma.

Na verdade, a gente sabe que o português brasileiro é muito mais rico e interessante do que os outros portugueses falados mundo afora. Afinal, onde mais você vai ouvir uma frase como “A parada começou na zueira, mas depois virou uma puta treta, mas tudo se resolveu na mais pura malemolência!” O brasileirês é maravilhoso, justamente porque é nosso, tão nosso quanto a jabuticaba, o brigadeiro, o dia dos namorados em junho e o cheque pré-datado. E tem algumas palavrinhas que podem até constar no dicionário de outros países de língua portuguesa, mas que ninguém as utiliza com a destreza e com o “borogodó”do brasileiro. A Strip Me listou 12 delas para você conferir.

Abestado.

No nordeste do Brasil é uma gíria muito antiga. É uma palavra auto explicativa, trata-se de um adjetivo para alguém bobo, lerdo, ingênuo… enfim, besta. Nos anos 90 se espalhou para o resto do país, principalmente através do sucesso de cantores nordestinos como Tiririca e Genival Lacerda.

Bamboleio.

Temos aqui uma palavra que exemplifica muito bem o português BR. É uma derivação da palavra bamba, que tem origem africana e significa valentia, coragem. Tanto que ainda se usa muito dizer que quem é o maioral em alguma coisa é o bambambã. Em certo ponto, ganhou outra conotação, quando surgiu a expressão “andar na corda bamba”, designando que quem o faz tem coragem para correr riscos e se equilibrar. Assim surgiu o verbo bambolear. E o bamboleio é essa ginga brasileira, de se equilibrar, ter jogo de cintura. Isso em tudo na vida.

Borogodó.

Provavelmente a mais brasileira das palavras. O borogodó não tem uma etimologia conhecida. Provavelmente tem ali uma origem africana, mas nunca se identificou isso de fato. Além do mais, é uma palavra relativamente nova. Começou a aparecer entre as décadas de 1920 e 1930 e se popularizou rapidamente, logo sendo utilizada na música e na literatura. E o que é o borogodó? Borogodó é um elemento que torna alguém ou alguma coisa muito cativante, irresistível e única. Carmen Miranda era cheia de borogodó, Pelé era cheio de borogodó… enfim, o Brasil é puro borogodó!

Firmeza.

Para qualquer outro país de língua portuguesa, firmeza é simplesmente uma derivação da palavra firme, que define algo como sólido, rígido. Mas aqui no Brasil vai muito além disso. A premissa é a mesma, mas pra nós, firmeza é alguém ou alguma coisa com muitas qualidades, admirável, confiável. Pode muito bem ser substituída pela expressão ponta firme, que tem a mesma conotação. Firmeza também ganhou o status de cumprimento, substituindo a palavra beleza. É uma palavra mais utilizada no sudeste do Brasil, especificamente em São Paulo, mas pode ser ouvida Brasil afora, graças ao som de gente como Racionais e Emicida. Que, aliás, são muito firmeza!

Maínha.

De maneira objetiva, é o diminutivo de mãe. Aliás, o diminutivo de mãezinha. Termo usado desde sempre no nordeste brasileiro. Mas acabou virando gíria nacional, sendo que em todo o Brasil você vai encontrar gente que, quando quer se referir à mãe de maneira mais afetuosa, logo mete um maínha na frase. Mas em boa parte do nordeste, a palavra não se limita a referir-se à mãe com carinho, mas sim é uma substituta direta de mãe ou mamãe. Por exemplo, uma criança baiana pode dizer um carinhoso “Maínha, eu te amo.” como um corriqueiro “Maínha, acabei, vem me limpar!”

Malemolência.

Tal qual o borogodó, a etimologia precisa de malemolência é desconhecida. Por óbvio, deduzimos que é uma derivação da palavra mole, como molenga, por exemplo, mas com uma conotação mais leve e positiva.A malemolência remete a uma leveza sedutora, um gingado suave. A malemolência é um samba do Martinho da Vila, é uma tapioca quentinha com manteiga e um cafezinho coado na hora. Malemolência, acima de tudo é um estado de espírito!

Perrengue.

Certamente esta é a palavra com a origem mais inusitada. Na verdade, trata-se de uma palavra de origem espanhola, que era muito popular até o século XVII na Espanha e suas colônias, mas que depois disso caiu em desuso. É uma derivação da palavra perro, cachorro em espanhol. Na época, para os espanhóis, perrengue era adjetivo para pessoas teimosas, arredias. Quando queriam dizer que Fulano é teimoso como um cachorro, diziam Fulano é um perrengue. A palavra sobreviveu ao tempo só no Brasil (que, sim, foi colônia da Espanha entre 1580 e 1640), e no século XIX ganhou a conotação de situação complicada, problemática. Isso porque, da palavra perro também derivam os termos aperrear e emperrar, significando situação que é travada, obstruída à força. Ao longo do tempo, devem ter rolado algumas confusões de significado, sendo palavras da mesma origem e bem parecidas. Assim, perrengue virou isso aí… uma situação embaçada, tá ligado? Um perrengue!

Ranço.

É uma palavrinha que, assim como firmeza, certamente é utilizada em outros países de língua portuguesa. Mas não com a mesma malemolência que nós usamos por aqui! A etimologia da palavra ranço do latim rancidus, significa podre, fétido, ou seja, um adjetivo para uma coisa que cheira mal. Mas por aqui, transformamos essa palavra num sentimento, que extrapola o significado da palavra em si. Afinal, um cheiro podre, ruim, causa na gente o sentimento de asco e desprezo. Assim, passamos a utilizar a palavra ranço para demonstrar esse desprezo e nojo de certas pessoas ou situações. Por exemplo, é muito comum a gente dizer que tem ranço de gente homofóbica e intolerante.

Remelexo.

Remelexo, meus amigos e minha amigas, nada mais é do que o bom e velho rebolado! Numa linguagem mais formal, movimento em que os quadris se movem de maneira ritmada. Obviamente deriva da palavra mexer , mais precisamente remexer. O fofinho Rei Julian se remexe muito e tem lá seu valor, mas jamais terá o remelexo do brasileiro numa roda de samba!

Treta.

Treta vem do latim tret, que significa perspicácia na prática da esgrima, daí, derivou-se a palavra treita no português arcaico significando manha, jeito. Atualmente, treta, em Portugal, ainda tem essa conotação de habilidade. Presume-se que, uma vez que treta é um jargão da esgrima, ou seja, de uma luta, no Brasil a palavra ganhou esse significado de confusão, briga, situação caótica. Mas tá tudo bem. Cada país com o sua treta. Não vai ser por isso que nós vamos arranjar treta com os portugueses, até porque pode ser que eles venham com as tretas deles pra cima de nós.

Ziriguidum.

Essa é fácil! Ziriguidum é o samba em seu esplendor! A etimologia da palavra, claro, é incerta e duvidosa. Mas é 100% brasileira, isso não há dúvida. Sua origem, muito provavelmente, é onomatopeica, ou seja, é a reprodução em palavra de um som. No caso, é o som do movimento do pandeiro junto com a batida do samba entre um e outro compasso. “Dum dum ziriguidum dum dum”. Mas claro que nós ampliamos o sentido da palavra para caracterizar algo tipicamente brasileiro, dá pra dizer que é uma palavra meio irmã do borogodó.

Zueira.

Mais uma palavra de origem onomatopeica, zueira deriva de zumbido, que, por sua vez, emula o som dos insetos voadores. Sabe aquele pernilongo que curte dar uns rasantes perto da sua orelha quando você tá tentando dormir? Então… Convencionou-se chamar de zueira, um lugar onde tem muito ruído, ou muito zumbido. Agora, como a palavra ganhou a conotação de brincadeira, sacanagem, piada… ninguém sabe. Talvez seja porque toda boa baguncinha boa que se preze seja bem barulhenta, uma zueira danada! Mas caso você ache que não tem nada a ver, e que a gente está aqui de zueira, tudo bem.

Gonçalves Dias já dizia que as aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá. Sendo assim, como poderíamos nós, brasileiríssimos e cheios de borogodó, falar o mesmo português que eles falam lá, ora pois? E a Strip Me, sempre com muita malemolência e ziriguidum, se inspira nesse jeitinho brasileiro todo especial para criar camisetas lindas e super estilosas que esbanjam brasilidade! Basta conferir as nossas coleções de Carnaval, Verão e Tropics, isso sem falar nas camisetas de música, cinema, arte, bebidas, cultura pop… olha, é muita coisa! Vai lá na nossa loja conferir, e aproveita pra ficar por dentro dos nossos lançamentos que pintam lá toda semana!

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist do balacobaco cheia de brasilidades! Borogodó Top 10 tracks.

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