As 5 edições mais polêmicas do Rock in Rio.

As 5 edições mais polêmicas do Rock in Rio.

A recente polêmica envolvendo o Rock in Rio e os sertanejos é mais uma na coleção de várias tretas que o festival acumula em seus 40 anos de existência e 9 edições realizadas. Conheça aqui as mais marcantes.

Sem dúvida o Rock in Rio é o festival de música mais importante do Brasil. Fez história em 1985 para além do showbiz, sendo um dos símbolos da redemocratização do país. De lá pra cá, se vão 40 anos (vá lá… 39) e 9 edições recheadas de histórias, concertos memoráveis, momentos inusitados e, é claro, muita treta! Sabendo que o que o brasileiro gosta mesmo é de ver o circo pegar fogo, a Strip Me separou as 5 edições mais recheadas de tretas e polêmicas do Rock in Rio pra te contar.

Rock in Rio 1 (1985)

Na real, a primeira edição de festival teve várias tretas, mas muito por conta do amadorismo e, até certo ponto, ingenuidade por parte dos organizadores de um evento daquela magnitude no país. Uma das tretas mais famosas dessa edição foi o estrelismo do Freddie Mercury, que exigia que por onde ele passasse nos bastidores, os corredores deveriam estar vazios. Então sempre tinha alguém a frente dele, pedindo que artistas e técnicos que confraternizavam nos corredores, entrassem em seus camarins para que passasse a rainh… quer dizer, o vocalista do Queen. Em um desses momentos, enquanto Mercury passava, ouvia-se um coro vindo de dentro das salas: “Bicha! Bicha! Bicha!”. Outra treta foi protagonizado por Erasmo Carlos. A organização do festival teve a brilhante ideia de colocar o Tremendão para tocar antes de Whitesnake e Iron Maiden. Pra piorar, o ingênuo Erasmo quis homenagear os metaleiros usando uma roupa de couro preta cheia de tachinhas. Agora imagina um tiozão fantasiado de metaleiro tocando Gatinha Manhosa diante de uma horda enfurecida de adolescentes cabeludos esperando o Iron Maiden. O Tremendão deixou o palco debaixo de uma saraivada de cusparadas e vaias.

Rock in Rio 2 (1991)

A segunda edição do festival também foi cercada de barracos e polêmicas. A começar pela escolha do local. Ao contrário da primeira edição, realizada num campo aberto, um descampado nos arredores do Rio de Janeiro, a edição de 1991 rolou no estádio do Maracanã. Essa foi a primeira das grandes tretas daquele ano. Alguns laudos feitos no ano anterior por conta do campeonato brasileiro de futebol indicavam que alguns pontos da estrutura do estádio estavam comprometidos e o estádio chegou a ser interditado uma semana antes do festival acontecer. Porém, o jeitinho brasileiro se fez presente e a organização do Rock in Rio conseguiu liberar o estádio e, ainda bem, não aconteceu nenhum acidente grave. Algumas bandas brasileiras se recusaram a participar do festival, fazendo críticas pesadas na imprensa sobre o descaso com os artistas nacionais e privilégios dos gringos. Barão Vermelho, Caetano Veloso e Legião Urbana, foram os que mais fizeram críticas. Já os artistas brasileiros que tocaram, realmente sofreram com a falta de apoio. Muitos fizeram shows ruins por não terem feito passagem de som, ter espaço de palco bem reduzido e etc. E teve também uma treta com os Guns n’ Roses, que quase desistiram de tocar horas antes de subir ao palco, quando ficaram sabendo que seu show seria transmitido por uma estação de rádio local. Mas no fim deu tudo certo, e eles fizeram um dos melhores shows daquela edição.

Rock in Rio 3 (2001)

Para a terceira edição, a equipe do Rock in Rio achou melhor voltar para onde tudo começou. O mesmo terreno onde havia acontecido a edição de 1985. Mas isso não evitou que muitas tretas acontecessem, principalmente porque, ao tentar organizar melhor e colocar tudo em pratos limpos, os organizadores oficializaram o que tanto havia acontecido em 1991. Constava nos contratos que as bandas brasileiras não teriam direito a passar som, interferir na montagem do palco ou escolher que horário preferiam tocar. O resultado foi um boicote das principais bandas brasileiras que se apresentariam, como O Rappa, Skank, Raimundos, Cidade Negra e Charlie Brown Jr. Outra treta foi a inclusão de uma noite teen , que contaria com artistas como N’Sync, Britney Spears e Sandy & Júnior. Os puristas do rock ficaram ressentidos com a inclusão desses artistas. Pra piorar, aquela turma das bandas brasileiras do boicote ficaram sabendo que a dupla Sandy & Júnior receberia um cachê bem maior do que o acertado com os outros artistas brasileiros. Britney Spears protagonizou pelo menos duas polêmicas em sua apresentação. Primeiro que ela foi muito criticada por utilizar playback em vários momentos, mas o mais engraçado foi que, em certo momento de sua apresentação, ela vai para o backstage para uma troca de roupa. Ela usava um microfone desses de headset, e acabaram deixando o microfone dela aberto e toda a conversa dela com a produção nos bastidores foi ouvida pelo público e transmitida ao vivo pela TV, incluindo ela xingando e criticando sua própria equipe.

Rock in Rio 8 (2019)

O tempo é o melhor professor. Indiscutivelmente a organização do Rock in Rio aprendeu muito com os erros do passado e, ao longo dos anos, foi alinhando melhor sua relação com artistas, melhorando sua infra estrutura e investindo cada vez mais para que o público possa viver uma grande experiência. Mas, a edição de 2019 voltou a ter um número acima da média de tretas e polêmicas. Uma delas é uma polêmica que sempre perseguiu e continua perseguindo o festival: a crítica a outros gêneros musicais. Em 2019, a presença de artistas do funk e rap em larga escala fez muita gente xingar muito no Twitter. E boa parte das polêmicas daquele ano giraram em torno desse núcleo. O Rock in Rio 8 foi marcado por muitas manifestações políticas do público, contra o então presidente Jair Bolsonaro e em homenagem à vereadora assassinada Marielle Franco. Durante o show do Black Eyed Peas, uma das principais atrações, Will.i.am disse, em inglês, claro, que amava bossa nova. Porém, sua pronúncia das palavras bossa nova saiu embolada. O público entendeu que ele havia mencionado Bolsonaro e desabou em vaias e xingamentos. Anitta também causou polêmica. Após forte apelo de seu público, ela não foi escalada para tocar na sétima edição do festival, em 2017. Mas em 2019 estava lá e causou geral. Ficou marcada sua frase “Vocês pensaram que eu não ia rebolar minha bunda no Rock in Rio?” Por fim, uma das atrações mais importantes do festival, o rapper Drake também fez o clima desandar ao proibir que seu show fosse transmitido pela TV, coisa que já estava até acordada em contrato. O bonitão quase não sobe ao palco e conseguiu barrar a transmissão. Sujeitinho bem antipático…

Rock in Rio 10 (2024)

O Rock in Rio 10 só vai rolar daqui dois meses, do dia 13 ao dia 22 de setembro. Mas a porrada já está lambrando desde já internet afora! O que acontece é que muito gente está criticando o line up do festival. O Rock in Rio comemora este ano seus 40 anos. Sim, a primeira edição foi em 1985, e os 40 anos completos seria só ano que vem, mas como o festival já vem de uma programação de rolar a cada dois anos e tal, acaba que a celebração foi adiantada alguns meses. A treta já começou quando os primeiros headliners foram sendo anunciados, e o público sentindo falta do rock. Confirmaram Mariah Carey, Ed Sheeran, Cindy Lauper, Katy Perry… e, até então, nenhum megadethzinho pra alegrar a turma. Já com praticamente todas as datas fechadas, o dia 21 de setembro ainda se mantinha vazio, e era a esperança dos roqueiros, daquele ser o dia do metal ou algo assim. Para desgosto desse pessoal, o dia 21 foi anunciado como o Dia Brasil, e vai contar com atrações nacionais apenas. Sepultura, Ratos de Porão, Angra… ? Nada disso! Chitãozinho & Xororó, Ana Castela e Luan Santana! É a primeira vez que artistas sertanejos participam do evento. E a internet veio abaixo! Muita gente vem dizendo que é um absurdo que o festival que traz o rock no nome, ao celebrar seus 40 anos e 10 edições não só não valorize o rock, como inclua sertanejos no line up. Uma verdadeira afronta, é o que dizem. A treta ainda segue movimentando as redes sociais. E quem acha que não tem nada de rock no Rock in Rio, saiba que estão confirmada as bandas Avenged Sevenfold, Evanescence e os veteranos da banda Journey, sim, aqueles da música Don’t Stop Believing. O Rock in Rio 2024 parece ter optado por não ter nenhuma banda de rock pesado, mas compensa mantendo um clima pesadíssimo nas redes sociais.

No fim das contas, em qualquer evento grande, que envolva muita gente, muitos artistas de egos inflados e fãs coléricos, a chance de sair tretas e polêmicas é praticamente 100%. Em especial o Rock in Rio, em praticamente todas as edições, as críticas mais frequentes são justamente referentes à inclusão de outros gêneros musicais que não o famigerado rock. Conclui-se portanto que o erro foi de quem criou o festival, lá em 1985, e botou a palavrinha rock no nome. Se fosse Music In Rio, não estaríamos aqui nos deliciando com tanta polêmica. E além de não dispensar uma boa fofoquinha com um cafézinho coado e bolo de fubá, na Strip Me todo mundo é entusiasta de grandes festivais e apaixonado por música! Isso pode ser facilmente constatado nas nossas coleções de camisetas de música, cultura pop e brasilidades, além das camisetas de arte, cinema, bebidas, games e muito mais. Na nossa loja você confere tudo isso e ainda fica por dentro dos nossos lançamentos, que pintam toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist com o que de melhor passou pelos palcos do Rock in Rio ao longo desses 40 anos. Rock in Rio Top 10 tracks.

Para assistir: A Globoplay produziu uma série documental de 5 episódios bem legal sobre o festival. Rock in Rio – A História, foi lançado em 2022 e vale a pena conferir. Tem entrevista de muita gente bacana e várias histórias interessantes.

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