6 fenômenos que só vemos no Carnaval.

6 fenômenos que só vemos no Carnaval.

Estamos na metade de janeiro, mas já mirando no Carnaval que desponta no horizonte. Para ir esquentando os tamborins, a Strip Me listou 6 fenômenos maravilhoso que nós só presenciamos no Carnaval!

Basicamente, todos os superlativos utilizados para descrever o Carnaval são justificados e verdadeiros. Pode chamar de o maior espetáculo da Terra, a maior festa popular do mundo, os dias mais divertidos do ano e por aí vai. É tudo verdade. E quem melhor que o próprio brasileiro para afirmar isso com propriedade? Quem já dormiu no corredor de uma casa de dois cômodos ocupada por 17 pessoas, quem já reuniu uma turma de mais de 10 pessoas pra curtir o bloquinho e dez minutos depois já se perdeu de todo mundo, quem passa o ano ouvindo Black Sabbath no Spotify, mas sai pulando de abadá atrás do trio cantando todas da Ivete, quem já curou a ressaca tomando uma latinha de cerveja nove e meia da manhã, quem já achou que era domingo e na verdade já era terça feira, quem já encheu um isopor de gelo e latas de cerveja e pegou vários potinhos de glitter e foi pra rua vender tudo e levantar uma grana (mas curtir a festa também, que ninguém é de ferro), quem já entrou no metrô pra ir embora e se viu cantando a plenos pulmões Sandra Rosa Madalena em coro com o vagão inteiro. Enfim, quem já viveu tudo isso pode afirmar com tranquilidade, não existe nada como o Carnaval. E tem algumas coisas que a gente só vê no Carnaval. 

Para começar a concentração e preparar o corpo e o espírito pro Carnaval, a Strip Me vem falar sobre esses fenômenos maravilhosos que só se manifestam no Carnaval.

A metamorfose ambulante da música.

Não existe Carnaval sem música. E a música do Carnaval é essencialmente o samba, certo? É. Mas também tem outro detalhe importante a ser observado sobre o Carnaval: a elasticidade dos limites. Hoje em dia ouve-se de tudo no carnaval. Um exemplo claro disso é o Carnaval de rua paulistano. Os bloquinhos de São Paulo são muito plurais. Tem bloquinho que toca Beatles, que toca Rita Lee, que toca Pablo Vittar. Tem bloquinho de punk rock, de tecno, de sertanejo…e até de marchinhas carnavalescas, veja você! A mesma coisa pode ser observada nos trios elétricos do nordeste e no Carnaval de rua de todas as grandes cidades brasileiras. Importante também citar os sambas enredo, que embalam os desfiles das escolas de samba. Os desfiles das escolas de samba são um show à parte do Carnaval e fazem parte do imaginário carnavalesco, principalmente pros gringos, essa coisa da mulata porta bandeira sambando exuberante e os sambas enredos com todos os seus clichês maravilhosos e os puxadores animando ainda mais a festa. Mas o que mais impressiona e realmente só se vê no Carnaval é essa metamorfose do gosto musical das pessoas. É o fã de AC DC que passa o ano inteiro de camiseta preta, ou a moça que não perde uma festa de Barretos e canta todas do Bruno e Marrone, que chegam no Carnaval, vestem o abadá e saem pulando incansavelmente, cantando todas as músicas do trio elétrico! Cada um tem seu gosto musical, mas o Carnaval não tem nada a ver com isso.

O acúmulo de funções da rua.

A rua é uma faixa de concreto quem tem apenas uma função: servir de via pública para o trânsito de veículos motorizados ou não. A rua é margeada por calçadas, que são as vias por onde transitam os pedestres, as pessoas caminhando. E é isso. Simples assim.  Mas durante o Carnaval isso muda.  A rua continua tendo sua função de via pública de trânsito no Carnaval, mas também acumula as funções de pista de dança, palco de atrações artísticas, local para o comércio de bebidas, alimentos e outras coisinhas. Da mesma forma, a calçada, com suas sarjetas convidativas, acumulam a função de local de descanso, repouso, recuperação e enlaces amorosos. Tudo que envolve a rua acaba acumulando funções no Carnaval. Placas, além de informar direções, também são utilizadas como pontos de referência e encontro. Muretas e marquises tornam-se úteis apoios para copos e alimentos e por aí vai. O Carnaval não transforma só as pessoas, mas também as cidades.

Fantasiar.

Uma das tradições mais divertidas do Carnaval é usar fantasia para curtir a festa. Seja no bloquinho, no baile de salão do clube ou na arquibancada do sambódromo, todo mundo que ama Carnaval costuma caprichar na fantasia.  Nos tempos atuais, é importante notar a diferença entre a tradicional fantasia carnavalesca e a recente febre dos cosplays. Popular em convenções geek como a CCXP, o cosplay é quando a pessoa se esforça para ficar o mais parecido possível com determinado personagem, já a fantasia de Carnaval não se leva a sério e não tem esse compromisso com o fidedigno. Por exemplo, o vilão Coringa é muito popular em ambos os ambientes. A pessoa que faz cosplay vai se ligar em cada detalhe da maquiagem e da roupa, para ficar mais parecido, seja lá com qual versão do personagem. Já a fantasia de Carnaval, não só se atenta aos detalhes como pode acrescentar adereços que não tenham nada a ver. Assim, no Carnaval, uma pessoa fantasiada de Coringa pode facilmente ser confundida com o genial cantor cearense Falcão. Agora, o grande fenômeno do Carnaval é que, todo ano, depois que a festa acaba,  existe uma delírio em que a pessoa sempre pensa em tom de promessa: “Pro Carnaval do ano que vem vou me organizar pra arranjar a fantasia com antecedência, e não de última hora, no improviso, igual esse ano.” Todo fim de Carnaval, as pessoas fantasiam isso, mas no ano seguinte acabam indo atrás da fantasia um dia antes da festa do mesmo jeito.

Revogação das leis da física.

Durante o ano letivo é muito bonita essa história de que dois corpos não ocupam o mesmo espaço. Mas durante o Carnaval isso é uma conversa fiada danada! Primeiro porque nessa lei da física aí, os tais corpos que não ocupam o mesmo espaço não são necessariamente corpos de seres humanos, mas qualquer tipo de matéria. Por exemplo, duas rochas com dimensões e pesos idênticos não podem ocupar o mesmo espaço, o mesmo lugar. Cada uma no seu quadrado. E isso é a antítese do Carnaval. Segundo que no Carnaval dois corpos são dois corpos mesmo, de pessoas. E esses dois corpos vão estar junto com milhares de outros corpos. Todos se mexendo freneticamente (algo também conhecido como dança), suados e grudentos e cobertos por glitter. Com o som alto, todo mundo levemente embriagado, seguindo o suíngue da música e, muitas vezes alguns corpos justamente com a intenção maliciosa de ocupar o mesmo espaço de outros corpos… numa situação dessa, me diz como é que vai se decidir qual espaço pertence a qual corpo? E mais, no meio desse enrosco um no outro, no ápice do forrozinho Falamansa, sequer é possível definir com clareza qual corpo é qual. Acaba que é tudo a mesma coisa. No Carnaval o que menos importa é a física. Aliás, se você reparar bem, vai achar o Einstein de língua de fora e caipirinha na mão puxando a coreografia de Macarena ali no meio do povo.

Volatilidade da resistência ao alcool.

É comum, e até saudável, que cada pessoa tenha seus milites em relação ao consumo de bebidas alcoólicas. Tem gente que chega num ponto e pára de beber, pede uma água, um suco, para seguir firme no rolê. Tem gente que passa batido por esse ponto, e vai acabar a noite vomitando no banheiro do bar. Tem gente que aguenta um pouco mais e quer emendar uma balada na outra…Mas tudo dentro de um limite, sabendo que em algum momento é necessário ir pra casa tomar um banho e ir trabalhar. Mas isso é ao longo do ano, né. Porque naqueles 4 dias mágicos entre sábado e terça feira de Carnaval, isso muda. Muda também algo dentro de nós. Parece que nosso organismo se prepara o ano inteiro para quando o Carnaval chegar, e permite que você consuma doses excessivas de álcool e seguir festejando. É aquela época do ano em que não só é socialmente aceito abrir uma cerveja às nove da manhã, como é assim que se cura a ressaca do dia anterior. Isso no caso de você ter dormido, é claro. Porque, se vocë não dormiu, não parou de beber, logo a ressaca ainda não lhe alcançou. Também, não é para menos que tenhamos tanta resistência aos efeitos do álcool no Carnaval, afinal é a única época do ano que vemos alguém vendendo três cervejas latão por 10 reais e achamos isso super normal. 

A diversidade une as pessoas.

Outra coisa que não é exagero nenhum afirmar é que o Carnaval é uma festa democrática. Total verdade! Não só pelas inúmeras maneiras que você pode escolher aproveita-lo. Desde ficando em casa vendo filme e maratonando série, até fazer uma viagem pra praia com os amigos. Ou ir pro nordeste curtir os trios, ou os bloquinhos de Minas e São Paulo, ou carnaval dos desfiles glamourosos do Rio de Janeiro. Ou curtir na cidade onde você mora mesmo, onde certamente vai ter alguma coisa acontecendo. Mas além disso, tem o fator que, talvez por conta das fantasias, da energia e alegria contagiantes, da música… as pessoas se dão bem! Você pode se perder da sua turma no bloquinho, começar a conversar com uma galera diferente e, de repente, fez uma amizade boa. Todo mundo se sente livre para se expressar. Todo mundo se solta pra dançar como acha melhor. Não tem rico e nem pobre, gay, hétero… é todo mundo da galera! Isso fica muito evidente em cidades grandes, quando de repente você entra num vagão de metrô ou num ônibus cheio de gente coberta de glitter, com a cara cansada… mas aí, um abençoado puxa a primeira frase do refrão do hino nacional, e todo mundo canta em coro “E nessa loucura de dizer que não te quero!” E o mundo parece que é um só. Só no Carnaval.

A gente não vê a hora de chegar o Carnaval! Claro, porque é mais que uma festa, mas uma expressão cultural tão nossa, tão brasileira, que a Strip Me celebra com amor e cai na folia sem pudor! Por isso temos uma coleção inteira dedicada ao Carnaval, além de várias outras camisetas que celebram a brasilidade na coleções Tropics, Verão, Cultura Pop, Cartola, Florais e outras. São todas camisetas ideais para o Carnaval. Além de lindas, são feitas com um tecido levíssimo, super confortável, e com um corte que dá um caimento perfeito, do P ao XGG. Dá uma olhada no nosso site todas as nossas coleções. Na nossa loja você também confere todos os lançamentos, que pintam toda semana!

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist caprichada pra ir esquentando os motores para quando o Carnaval chegar! Pré-Carnaval top 10 Tracks.

10 fatos que você precisa saber sobre o samba.

10 fatos que você precisa saber sobre o samba.

O samba é a voz do Brasil. Por isso, é fundamental que a gente o conheça muito bem. A Strip Me está aqui hoje para te contar 10 coisas que você precisa saber sobre o samba.

Falar sobre o samba, em especial sua origem e e fundamentos, parece uma tarefa simples, mas não é. Trata-se de uma música que faz parte da nossa identidade, quer você goste dele ou não. Certa vez, o músico César Camargo Mariano, um brilhante arranjador, também conhecido por ter sido casado com Elis Regina, disse numa conversa sobre música e mistura de elementos do jazz com o samba, que ele não era um jazzista, jamais poderia ser, mas usa elementos daquela linguagem para se expressar musicalmente. Uma declaração muito sensata. O jazz é uma música que surgiu das plantações de algodão no sul dos Estados Unidos, somente quem cresceu naquele contexto, ouvindo as histórias e sentindo as vibrações daqueles sons pode ser considerado um jazzista genuíno. E o mesmo acontece conosco, com o samba. Faz sentido que qualquer brasileiro, que tenha contato com sua história e se envolva com música brasileira, possa ser considerado um sambista. Mas, claro, uns sempre serão mais sambistas que outros.

O samba, e todas as suas variações ao longo da história, é uma das mais importantes manifestações artísticas do brasileiro, mas principalmente dos africanos escravizados, que aqui criaram raízes. Assim como o jazz nos Estados Unidos, o samba por aqui veio das cantigas e dos batuques dos negros em suas lamentações e também celebrações ritualísticas. Isso foi se misturando às músicas de origem européias e acabou no que conhecemos como o samba e o choro. Toda a trajetória do samba é uma história longa e interessantíssima. E a Strip Me, sempre afim de te contar boas histórias, hoje traz 10 fatos fundamentais sobre o samba, pra você poder batucar com propriedade na mesa do bar.

Samba – Di Cavalcanti (1925)

Origem.

A origem do samba é controversa, uns dizem que surgiu na Bahia, outros no Rio de Janeiro… mas seja onde for, o fato é que foi uma evolução das cantigas tradicionais africanas, misturadas às músicas populares européias. Mas podemos considerar, por ser algo documentado, que o samba nasceu na extinta Praça Onze, no Rio de Janeiro. A Praça Onze era uma praça no bairro Cidade Nova, no Rio de Janeiro, um pouco ao norte do centro histórico da cidade. Aquela região foi largamente habitada por negros, escravizados recém libertos, após a assinatura da Lei Áurea no fim do século dezenove. Particularmente, na casa de uma baiana bem sucedida, que morava de frente para a praça e era uma excelente cozinheira, alguns músicos se reuniam no início do século XX. Entre eles, Donga, João da Baiana, Sinhô e Pixinguinha. Também foi na Praça Onze que aconteceram as primeiras reuniões populares carnavalescas, que dariam origem às escolas de samba. Na década de 1940, o então presidente do Brasil, Getúlio Vargas mandou abrir uma vasta avenida que ligaria o centro à zona norte do Rio. Essa avenida, que acabou levando seu nome, inclusive, passou por cima da Praça Onze, deixando somente sua história de pé.

Primeiro registro.

Reza a lenda que o primeiro samba gravado foi composto justamente na casa da tal baiana, em frente a Praça Onze. Segundo contam os sambistas mais antigos, que viveram naquela época, a música Pelo Telefone surgiu de improviso numa roda de samba, na qual estavam presentes Donga, Sinhô, Pixinguinha, João da Baiana, Caninha e Lalau de Ouro em outubro de 1916. Porém, na hora de registrar a canção, Donga ficou com o crédito. Em novembro do mesmo ano, Donga deu entrada no Departamento de Direitos Autorais da Biblioteca Nacional a partitura do samba, partitura esta escrita por Pixinguinha. Donga gravou Pelo Telefone em 1917. Na época fez muito sucesso no carnaval, e depois foi amplamente revisitada décadas depois por artistas como Martinho da Vila.

Samba popular.

Até o início da década de 1930, o samba era música de gueto, coisa preto e pobre. As coisas começaram a mudar quando intérpretes das grandes rádios começaram a cantar alguns sambas. Além das rádios, o Brasil estava sendo governado por Getúlio Vargas, um ditador, mas também um astuto populista. Ele viu no samba uma maneira de se comunicar melhor com o povo, promoveu shows e elogiava alguns artistas. É verdade também que nessa época rolou uma tentativa de branquear o samba. Enquanto os grandes compositores como Donga e Pixinguinha não apareciam nunca como intérpretes, Francisco Alves e Lamartine Babo tinham alta circulação nos cartazes das principais rádios do país. 

Revolução de 1930.

Calma. Não estamos aqui pra falar de política. Estamos aqui pra falar da verdadeira revolução de 1930! Até porque aquela que a gente estuda nos livros de história do colégio não foi revolução, foi golpe de estado. Mas isso não vem ao caso. O fato é que em 1930, um jovem compositor do bairro de Vila Isabel, no Rio de Janeiro, começou a compor umas músicas que mudariam o jeito de se fazer samba e colocaria o gênero no gosto popular de vez. Noel Rosa só tinha vinte anos de idade em 1930, ano que ele compôs Com que Roupa, Feitiço da Vila e Palpite Infeliz. Além de músico inventivo, Noel era um excelente letrista, usando o cotidiano e o bom humor. Seus sambas inspiraram muitos sambistas que surgiam na época, principalmente aqueles que vinham dos morros e bairros mais pobres, e que se identificavam com aquela linguagem simples. Além dos já citados, também é de Noel Rosa clássicos como Gago Apaixonado, Fita Amarela e Conversa de Botequim. O sambista revolucionou o samba, mas não viveu suficiente para viver suas glórias. Ele faleceu aos 26 anos de idade, em 1936, vítima da tuberculose.

Sem Título – Carybé (1984)

Samba consolidado.

Entre as décadas de 1940 e 1950 o samba se estabeleceu como grande expressão popular. Bairros e comunidades se organizavam para criar escolas de samba, e cada uma tinha um grupo de compositores. Neste contexto surgem nomes como Cartola, Nelson Sargento, Nelson do Cavaquinho, Zé Keti, Lupicínio Rodrigues, Élton Medeiros e Adoniran Barbosa. Porém, esses sambistas todos acabam vivendo quase no anonimato, pois eram compositores, mas suas músicas ficavam conhecidas nas vozes de intérpretes como Orlando Silva e Nelson Gonçalves. Ainda assim, esse foi um período importantíssimo, de consolidação do samba. Estava tudo pronto para que mais uma revolução acontecesse.

Velho samba e bossa nova.

Considerado o inventor da bossa nova, com sua batida característica ao violão e o jeito de cantar baixinho, João Gilberto certa vez explicou que sempre quis aprender a tocar samba no violão, mas achava muito difícil. Foi então que escolheu, entre os diferentes acompanhamentos rítmicos, a levada do tamborim para executar na mão direita, enquanto, na mão esquerda, misturava acordes do samba com harmonias truncadas de jazz que ele também adorava. Pronto, surgiu a bossa nova! E não dá pra dizer que a bossa nova não é samba, porque é sim! Mas também é algo mais. É um samba sofisticado, contemporâneo. Tanto é que logo ganhou o mundo. Mas era coisa de jovem universitário, de classe média alta. No meio daquela playboyzada toda, foi uma garotinha tímida que se ligou que o samba de verdade não estava nas praias do Leblon, mas nos morros do centro da cidade.

Resgatando o samba.

Foi Nara Leão que se desgarrou do grupo e foi procurar os velhos sambistas. Em seu primeiro disco, ela não quis gravar as bossas de seus amigos, como Menescal e Carlos Lyra. Preferiu subir o morro e procurar os sambas de Cartola e Zé Kéti. Foi quando esses compositores começaram a ganhar notoriedade e reconhecimento. A turma da bossa nova era formadora de opinião e logo esses sambistas, que ali pelos anos 60, comecinho dos 70, até já estavam com certa idade, mas conseguiram usufruir dessa popularidade tardia. Foi quando, por exemplo, Cartola promovia grandes encontros em seu bar, o Zicartola, onde jovens compositores como Paulinho da Viola e Chico Buarque deram seus primeiros acordes. Depois de Nara Leão, outro nome fundamental para o samba foi João Carlos Botezelli, mais conhecido como Pelão. Pelão foi um produtor musical dos bons. Fã de boa música, quando ele viu Nara Leão e tantos outros jovens gravando os velhos mestres do samba, se perguntou por que diabos ninguém pensou em fazer com que eles próprios gravassem suas canções. Pelão foi responsável pelos discos clássicos de Adoniran Barbosa, Cartola e Nelson Cavaquinho interpretando seus próprios sambas, todos com mais de sessenta e tantos anos, com a voz cansada, mas com uma emoção incomparável!


Carnaval – Cândido Portinari (1960)

Samba regional.

A tendência é que a gente identifique o samba como uma manifestação tipicamente carioca. De fato, grande parte dos grandes expoentes do samba são do Rio de Janeiro. Mas o samba é brasileiro, e se manifesta em diferentes regiões do país, e cada região tem um tempero, uma peculiaridade. Para começar, podemos citar um dos maiores gênios do samba: Lupicínio Rodrigues. Nascido e criado em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Entre milongas e bugios, Lupicínio encontrou no samba a maneira de expressar seus amores e desilusões. Além de ter sido o criador do termo “dor de cotovelo”, ele compôs clássicos como Felicidade e Nervos de Aço. Já o paulistaníssimo Adoniran Barbosa criou um samba cosmopolita, urbano e até mesmo poliglota, versando em italiano e paulistanês. Já com influências das religiões de matrizes africanas e seus afoxés, a Bahia também sempre foi um expoente de bom samba, tendo como seu maior nome o inigualável Dorival Caymmi. Enfim, samba tem no Brasil inteiro, com diferente sotaques, mas sempre com muita qualidade.

Samba 90.

Apesar de não serem tão numerosos até os anos 70, grupos de samba sempre existiram. Desde O Bando da Lua, conjunto que acompanhava Carmem Miranda, até Os Originais do Samba, passando pelos Demônios da Garoa. Mas a partir dos anos 70 e 80 o sucesso do Trio Mocotó e do grupo Fundo de Quintal inspirou muitos jovens a formarem seus próprios grupos e também atiçou o faro das gravadoras. Nos anos 80 grupos como Raça Negra e Exaltasamba já davam suas primeira batucadas. E a coisa estourou mesmo nos anos 90, com uma enxurrada de grupos como Só pra Contrariar, Negritude Jr. Soweto, Art Popular e tantos outros. Fenômeno que ficou conhecido como pagode anos 90, e que faz sucesso até hoje. Não se trata exatamente de uma reinvenção do samba, mas sim uma modernização, dando ao gênero um verniz mais pop.

Carnaval em Madureira – Tarsila do Amaral (1924)

Samba de hoje.

Em 1975 Alcione já pedia pra não deixar o samba morrer. Até hoje seu pedido está sendo cumprido com êxito. A cada geração que surge, o samba é revisitado e repensado, se adaptando a novas linguagens e tecnologias, mas sem deixar o tradicionalismo pra trás. Enquanto nomes como Xande de Pilares e Mumuzinho levam adiante o samba de raiz, caras como Criolo e Marcelo D2 colocam o samba num caldeirão de rap, hip hop, soul e funk para trazer à tona grandes obras.  Em especial Marcelo D2 tem se mostrado um verdadeiro alquimista do samba. Em 2003 lançou o irretocável disco À Procura da Batida Perfeita, e desde então vem lançando trabalhos muito inspirados. Seu último disco, lançado em 2023, chamado Iboru é um disco de samba como há muito tempo não se via, uma mistura fina de tradição e contemporaneidade. O samba ainda vive, e não dá sinais de cansaço.

O samba é coisa nossa, é suco de Brasil, é música da nossa essência! E a Strip Me, que não é ruim da cabeça e nem doente do pé, ajuda no batuque e engrossa o coro de lerê lererê. Só no sapatinho, vamos fazendo várias camisetas, uma mais linda que a outra, inspiradas e referenciando o samba! Vem conferir no nosso site! São camisetas de música, cultura pop, arte, cinema, bebidas, brasilidades e muito mais! Na nossa loja você também fica sempre por dentro dos nossos lançamentos, que pintam toda semana!

Vai fundo!

Para ouvir: Claro, uma playlist no capricho com o melhor so samba de todos os tempos! Samba no pé top 10 Tracks.

Para assistir: Imperdível o documentário O Samba, lançado em 2015 e dirigido por Georges Gachot. O filme tem Martinho da Vila como protagonista. Ele conta histórias do samba e de sua própria carreira, enquanto apresenta ao expectador o bairro de Vila Isabel, terra de Noel Rosa e do próprio Martinho, além de mostrar bastidores da escola de samba da comunidade, por vários anos vencedora do carnaval carioca. 

Cartola – 10 curiosidades sobre o mestre do samba.

Cartola – 10 curiosidades sobre o mestre do samba.

Uma homenagem da Strip Me ao homem que pintou o samba de verde e rosa e fez história na música popular brasileira.

Em 1957, o jornalista e escritor Stanislaw Ponte Preta fora visitar um amigo, que morava num prédio em Ipanema, zona sul do Rio de Janeiro. Depois do jantar, Stanislaw ainda ficou no apartamento do amigo até tarde batendo papo e tomando uísque. No tempo em que esteve lá, rolou a troca de turno dos vigias na portaria do prédio. Quando finalmente Stanislaw vai embora, já era tarde e ele estava meio bêbado. Quando passou pelo balcão da portaria, olhou para o vigia e tomou um susto. Quando já estava na calçada, voltou, encarou o vigia e perguntou: “Por acaso o senhor não é o Cartola, aquele sambista, é?”. Acanhado, o vigia respondeu: “Sou eu, sim senhor.”.

Quando fora descoberto ali, trabalhando como lavador de carros e vigia de prédios em Ipanema, muita gente no morro da Mangueira tinha dado Cartola como morto. Depois de algumas desavenças com o pessoal da escola de samba, Cartola, que havia crescido na Mangueira, resolveu se mudar. Foi para Nilópolis e se entregou à bebida. Pra piorar, em 1946 pegou meningite e quase morreu. Quando estava se recuperando da doença, sua espoa na época, Deolinda, faleceu, vítima de um ataque cardíaco. Muito debilitado, com a saúde frágil e o abuso de álcool, Cartola não ia durar muito. Mas foi salvo por uma antiga admiradora de seus sambas. Eusébia Silva do Nascimento, mais conhecida como Zica, encontrou o sambista largado, bêbado, numa viela do morro do Caju. O acolheu, cuidou dele e eles acabaram se apaixonando um pelo outro. Já haviam se passado praticamente dez anos que ele tinha saído da Mangueira sem nunca dar notícia. Foi quando ele acabou arranjando uns bicos na zona sul e acabou sendo descoberto pelo Stanislaw Ponte Preta.

Cartola chegou a ganhar algum dinheiro e ter certo reconhecimento entre os músicos cariocas na década de 1930. Compôs alguns sambas que foram gravados por gente grande do rádio, como Francisco Alves e Sílvio Caldas. Ainda nessa época, conviveu com o poeta de Vila Isabel, Noel Rosa, e chegou a tocar com Pixinguinha. Era o compositor principal da escola de samba Estação Primeira de Mangueira, mas se desentendeu com alguns integrantes da escola e acabou saindo. Só voltou pra lá nos anos 1960, já com Dona Zica ao seu lado. Foi quando começou a realmente ganhar reconhecimento e popularidade, ao ser exaltado por grandes nomes da música jovem da época, como Nara Leão e Paulinho da Viola. Realmente a vida de Cartola é um moinho, de tantas voltas que deu. Então separamos 10 fatos essenciais e curiosos sobre a vida deste, que é considerado o mais influente compositor do samba.

Nome errado.

Cartola nasceu  no dia 11 de outubro de 1908. Foi batizado Agenor de Oliveira. Nome que pelo qual ele deixaria de ser chamado pela maioria das pessoas alguns anos depois, ao receber o apelido de Cartola. Porém, já na década de 1960, quando foi arranjar os papéis para se casar, descobriu que seu nome fora registrado errado no cartório. E em seus documentos constava o nome Angenor de Oliveira. Como ele já era conhecido por Cartola mesmo, deixou como estava e passou a assinar “Angenor” mesmo, pra não ter problema.

O surgimento de Cartola.

Aos 15 anos Angenor largou a escola e foi trabalhar pra ajudar nas despesas da família. Logo conseguiu um emprego com um grupo de pedreiros. Estamos falando da primeira metade da década de 1920, antes da era Vargas e dos direitos trabalhistas. Se não tinham direitos, imagine se havia preocupação com segurança no trabalho. Ninguém usava capacete. Mais preocupado com o cal e cimento que se acumulavam no cabelo do que com proteção, Angenor arranjou um chapéu preto, que passou a usar para não sujar a cabeça. Como o chapéu era alguns números maior do que a cabeça do rapaz, os colegas de trabalho passaram a chama-lo de Cartola.

Cartola aos 12 anos de idade. – C´redito da imagem: Arquivo Jornal O Globo

Dureza.

Assim como a esmagadora maioria dos negros na cidade do Rio de Janeiro, Cartola e sua família eram muito pobres. Mesmo nos anos 1930, quando começou a se destacar como compositor de samba e ter suas canções gravadas por nomes como Francisco Alves, Sílvio Caldas e até mesmo Carmem Miranda, ele não era bem remunerado. Afinal, a venda de discos, que já não era muito alta, não tinha nenhum controle mais rígido. Então, incapacitados de receber direitos autorias por execução das músicas no rádio ou venda de discos, os compositores costumavam vender suas músicas por um valor fechado, com uma possível bonificação se a música estourasse. Como não era sempre que se conseguia compor um bom samba para vender, Cartola, assim como tantos outros compositores, como Noel Rosa, por exemplo, não tinham uma vida financeira estável.

Estação Primeira de Mangueira.

Quando criança, Cartola morou com os pais no bairro das Laranjeiras, no Rio de Janeiro. Pela proximidade, acabou se tornando um apaixonado torcedor do Fluminense. Mas logo a família se mudou para o morro da Mangueira, onde uma pequena comunidade começava a se expandir. Foi ali que Cartola viveu sua adolescência e se tornou compositor de samba junto com alguns amigos. E foi com esses amigos que, em abril de 1928, Cartola juntou os quatro ou cinco blocos carnavalescos que rolavam no morro e fundaram a Estação Primeira de Mangueira, uma das mais tradicionais e bem sucedidas escolas de samba do Rio de Janeiro.

Cartola e Pixinguinha – Crédito da imagem: Arquivo Jornal O Globo

Dream Team.

Em 1940 desembarcou no Rio de Janeiro o maestro erudito Leopold Stokowski, músico norte americano renomado em todo o mundo. Ele estava percorrendo a América do Sul fazendo um trabalho semelhante ao que Alan Lomax fizera no sul dos Estados Unidos 20 anos antes. Estava fazendo gravações de músicas tradicionais, nativas dos diferentes povos latinos. Ficou a cargo do também maestro erudito Heitor Villa Lobos (sim, aquele mesmo, que se apresentou de casaca e calçando chinelos, na Semana de Arte Moderna de 1922) reunir os músicos para realizar as tais gravações. Assim, Villa Lobos reuniu Pixinguinha, Cartola, Donga e João da Baiana, para tocarem juntos e, quem sabe compor alguma coisinha. Um dos sambas gravados foi Quem Me Vê Sorrindo, composição de Cartola. Claro que esse registro histórico nunca foi lançado oficialmente aqui no Brasil, mas saiu num compacto de 78rpm nos Estados Unidos. E hoje é fácil achar na internet, esse que é o encontro entre os granes e principais criadores do samba como o conhecemos.

A luz no fim do túnel.

Em 1947 o mundo de Cartola estava desmoronando. A nova direção da Mangueira não simpatizava com ele e seus sambas vinham sendo sempre reprovados para representar a escola no carnaval do ano seguinte. Para piorar, ele contraiu meningite. Foi internado, ficou 3 dias em coma e quase dois meses internado. Quando teve alta, estava muito debilitado e precisava andar com a ajuda de muletas. Somaram-se as desavenças na escola de samba com a vergonha que ele sentia de sua condição física, resolveu se mudar, ir embora do morro da Mangueira. Conseguiu um barraco em Nilópolis, onde se estabeleceu com Deolinda, sua esposa. Porém, Deolinda faleceu no fim de 1947, vítima de um ataque cardíaco. Cartola entrou numa depressão pesada, estava bebendo muito. Era comum encontra-lo caído entre Nilópolis e o Morro do Caju. Foi quando Eusébia Silva do Nascimento o reconheceu, o levou para casa e cuidou dele. Mais conhecido como Dona Zica, ela gostava dos sambas do Cartola e os dois logo se apaixonaram. Com ela, Cartola se recuperou e decidiu voltar para  Mangueira. Lá compraram uma casa no pé do morro e, já distante da música, ele arranjou trabalho como lavador de carros e porteiro em Ipanema.

Cartola em frente a seu bar, o lendário Zicartola. Crédito da Imagem: Arquivo Jornal O Globo

Zicartola.

Quando Stanislaw Ponte Preta encontrou Cartola trabalhando de porteiro, ficou inconformado. Considerava Cartola um gênio do samba e não descansou enquanto não conseguiu alguns contatos com rádios para tocar suas músicas e marcar alguns shows para o sambista. De volta ao mundo do samba, Cartola conseguiu um trabalho como zelador da Associação de Escolas de Samba do Rio de Janeiro. O lugar, um casarão no centro antigo do Rio de Janeiro, naturalmente já reunia muitos sambistas de toda a cidade com frequência. Cartola e Dona Zica, sempre por lá, transformavam tudo em festa. Dona Zica era cozinheira de mão cheia e a coisa foi se tornando ponto de encontro mesmo. Os próprios sambistas juntaram grana e convenceram o casal a abrir um bar. Assim, em 1963 foi inaugurado o Zicartola, na Rua da Carioca, centro histórico do Rio. Um bar que se tornou marco histórico na música popular brasileira. Ali, se reuniam velhos e jovens músicos, do morro e do Leblon. Foi lá que Paulinho da Viola se destacou. Era o único lugar em que era possível encontrar Nara Leão, Elizeth Cardoso, Zé Keti, Nelson Cavaquinho, além de jornalistas e artistas em geral. Era um lugar mágico. Mas Cartola e Dona Zica, como administradores era ótimos artistas. Ou seja, o bar acabou falindo e fechou as portas dois anos depois, em 1965. Foi bom enquanto durou.

Registros históricos.

O sambista paulista Adoniran Barbosa costumava dizer que o Pelão, apelido de João Carlos Botezelli, era o Álvares Cabral do samba. De fato, a importância de Pelão para o samba é incalculável. No início dos anos 1970, ele entrou numa verdadeira batalha para conseguir registrar em disco os nomes mais importantes, porém deixados de lado, do samba brasileiro. Assim, Pelão conseguiu levar para o estúdio gente como Nelson Cavaquinho, Adoniran Barbosa e Cartola para gravarem seus primeiros discos solo. Eram todos artistas com mais de 60 ano de idade, que tiveram suas canções regravadas, mas que nunca tinha tido a chance de eles próprios gravarem suas músicas. Um dos diretores da gravadora onde Pelão trabalhava chegou a dizer para ele que o estúdio não era um asilo. Pelão, consciente da importância do trabalho que fazia, só mandou um sonoro “Vai tomar no c#!” e saiu andando. O primeiro disco do Cartola, portanto, foi produzido pelo Pelão e foi lançado em 1974. De cara foi um sucesso de público e critica. O disco trazia clássicos como Corra e Olha o Céu e Alvorada. O sucesso foi tamanho que Pelão insistiu em gravar mais um. Também intitulado simplesmente Cartola, seu segundo disco, lançado em 1976, foi um estrondo. Puxado pelas antológicas músicas A Vida é um Moinho e As Rosas Não Falam, o disco vendeu muito. Às beiras de completar 70 anos de idade, finalmente Cartola tinha sido reconhecido e recebia um bom dinheiro pela sua obra.

A icônica foto feita por Ivan Klingen, que virou capa de disco, em 1977.

Pausa pro café.

A icônica foto de Cartola tomando café foi tirada por Ivan Klingen em 1977. De imediato, ela já se tornou uma das imagens mais reconhecidas do sambista. A foto foi tirada numa manhã em que deveria acontecer o ensaio de fotos para a gravadora RCA, de onde seria escolhida uma foto para estampar a capa do próximo disco do sambista. Acontece que ninguém avisou Cartola sobre o tal ensaio. Ivan chegou no morro da Mangueira numa manhã e encontra Carola na porta de sua casa, de mala na mão, esperando uma carona para ir para a rodoviária, pois tinha um compromisso fora da cidade. Contrariado o sambista aceita entrar em casa para posar para algumas fotos, enquanto a carona não chegava. Foi quando Dona Zica, para acalmar os ânimos resolveu servir um cafezinho. Quando Ivan viu a xícara verde, teve a ideia da foto. Perguntou se Dona Zica não teria um pires cor de rosa. E ela tinha. Pronto! Estava feita uma das mais icônicas fotos da música popular brasileira, mesmo com o fotografado estando de péssimo humor. Claro, a imagem também capturou a essência da cultura brasileira, já que o cafezinho é parte indispensável da nossa vida cotidiana e um símbolo da nossa hospitalidade, afinal, seja onde for que você chegue, na casa de um amigo ou no consultório médico, a primeira coisa que te oferecem é um cafezinho.

Despedida.

Em 1978 Cartola não andava se sentindo bem. Sentia dores pelo corpo e fraqueza. Depois de alguns exames, foi diagnosticado com um câncer na tireoide. Chegou até a ser operado naquele mesmo ano, o que lhe deu uma boa sobrevida. Mas não o curou completamente. E tudo isso ele preferiu esconder dos amigos e da imprensa. Apenas Dona Zica e alguns poucos familiares sabiam da verdadeira condição de Cartola. No dia 27 de novembro de 1980 foi publicada uma crônica no Jornal do Brasil, sob o título Cartola, no moinho do mundo e assinada por Carlos Drummond de Andrade. A crônica exalta o poder, a transcendência e a beleza da obra de Cartola com um lirismo que só Drummond poderia produzir. Cartola leu a homenagem na cama do hospital onde estava internado. Ficou radiante e cheio de si pela homenagem vinda de um dos maiores escritores e intelectuais do Brasil. Quis o destino que aquela fosse a última homenagem que Cartola recebeu em vida. Ele faleceu no dia 30 de novembro, por complicações causadas pelo câncer. Cartola sempre dizia que no seu enterro, gostaria que o Waldomiro tocasse o bumbo. Waldomiro foi um dos fundadores da Mangueira com Cartola, além de um dos grandes amigos. Assim, no dia 1 de dezembro, no Cemitério do Caju, no Rio de Janeiro, um grupo enorme de pessoas, entre elas Clara Nunes, Alcione, Emilio Santiago, Chico Buarque, João Nogueira, Dona Ivone Lara, Nelson Sargento, Jamelão, Clementina de Jesus, Martinho da Vila, Gal Costa, Simone, Elizeth Cardoso, Beth Carvalho, Paulinho da Viola e Gonzaguinha, cantavam em coro As Rosas Não Falam, sob a marcação do bumbo de Waldomiro, enquanto o caixão de Cartola era baixado, coberto pela bandeira do Fluminense.

Realmente uma história incrível e inspiradora! São histórias como essa que instigam a Strip Me a sempre produzir mais e criar coleções que exaltam a brasilidade, as nossas raízes e a boa música! Sempre, é claro, com bom gosto e uma pegada contemporânea, como a lindíssima Coleção Cartola! Portanto, corre lá na nossa loja pra conferir as camisetas de música, cinema, arte, cultura pop e muito mais, além de ficar por dentro dos lançamentos, que pintam toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist caprichada com o melhor da obra do Cartola, pra você curtir enquanto toma um cafezinho. Cartola Top 10 tracks.

Para assistir: É ótimo o documentário Cartola: Música para os Olhos, lançado em 2007 e escrito e dirigido pela dupla Lírio Ferreira e Hilton Lacerda. O doc traz não só a trajetória incrível de Cartola, mas também a evolução do samba no Rio de Janeiro. Vale a pena demais assistir e está completinho, na faixa, no Youtube. Link aqui.

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