Nostalgia STM: 8 Festivais que marcaram época e não existem mais.

Nostalgia STM: 8 Festivais que marcaram época e não existem mais.

O Brasil tem um histórico notável de festivais de música, todos com momentos inesquecíveis. A Strip Me mostra hoje que nem só de Rock in Rio e Lollapalooza vive o brasileiro.

Juntar vários artistas num mesmo palco não é um negócio novo. Muito antes da contra cultura hippie, Woodstock e etc, já rolavam as caravanas de artistas, que viajavam de cidade em cidade tocando em feiras agropecuárias e quermesses de igrejas. Isso tanto na gringa como aqui no Brasil. Vamos lembrar que nos anos 50, umas dessas caravanas no sul dos Estados Unidos carregava Johnny Cash, Jerry Lee Lewis e Elvis Presley. Mas, sim, o conceito de festival de música como a gente conhece hoje, nasceu ali nos anos 60. Já falamos sobre isso aqui no blog, num texto bem legal sobre o Woodstock, que você pode ler aqui. No Brasil não foi diferente. Do mesmo jeito que rolavam as caravanas, que reuniam Inezita Barroso, Chitãozinho e Xororó e outros artistas, também nos anos 60 os hippies tupiniquins organizaram um mega festival, o nosso Woodstock, a ser realizado no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Batizado de Festival da Primavera, e carinhosamente apelidado de Ibirastock, o rolê estava marcado para os dias 15 e 16 de novembro de 1969. Porém, os militares fizeram com que o festival fosse cancelado dias antes. O que sobrou, e foi amplamente reproduzido, se tornando item de decoração, foi o cartaz psicodélico criado pelo artista Antonio Peticov.

Mas a história do Brasil com festivais de música vai muito além da ditadura militar. Antes do Ibirastock, os festivais realizados pelos canais de televisão já geravam um fuzuê danado tendo cenas antológicas como Gilberto Gil e Os Mutantes tocando Domingo no Parque, o bossanovista Sérgio Ricardo full pistola espatifando seu violão, Caetano Veloso cantando É Proibido Proibir e fazendo um discurso indignado contra o público, gritando “Vocês não entendem nada! Nada!”… enfim, isso tudo, é claro, até 1968, quando o AI 5 foi decretado e a censura se instaurou de vez, culminando no cancelamento dp Ibirastock. Porém, dali em diante, a contra cultura, músicas de protesto e a cultura pop em geral faziam com que artistas e bandas seguissem produzindo e nunca faltou quem quisesse fazer um festivalzinho aqui e ali. Até que, em 1975, finalmente rolou o Festival de Águas Claras, e o Brasil nunca mais ficou sem ter um festival de música rolando. Hoje a Strip Me relembra os festivais mais importantes que rolaram por aqui, mas que não existem mais.

Festival de Águas Claras

Os hippies brasileiros finalmente conseguiram ter seu Woodstock em 1975, graças aos esforços de um estudante de engenharia e amante da música, que resolveu realizar um festival na fazenda de sua família, na pequena cidade de Iacanga, no interior de São Paulo. Entre o cancelamento do Ibirastock em 1969 e o Festival de Águas Claras, outros festivais até rolaram, mas com pouca expressão e muita repressão. O jovem organizador do Festival de Águas Claras, era bem articulado e tinha boas conexões. Usou isso em seu favor e conseguiu autorizações do DOPS e outros orgãos de censura para realizar o festival. A primeira edição, em 1975, contou com várias bandas de rock como O Som Nosso de Cada Dia, Os Mutantes, O Terço e outros. A segunda edição foi a mais bem sucedida, aconteceu em 1981, quando já havia começado a abertura política da ditadura. Contou com um line up mais variado e estrelado, com nomes como João Gilberto, Gilberto Gil, Alceu Valença, Raul Seixas, Luiz Gonzaga e muitos outros. O festival ainda contou com duas outras edições, em 1983 e 1984, mas sem a mesma qualidade. A crise econômica e um certo amadorismo que, no início dava certo charme ao festival, acabaram atrapalhando. No ano seguinte veio o Rock in Rio e elevou o nível de maneira tão radical, que desanimou os organizadores a produzir novas edições.

M2000 Summer Concerts

O que se pode dizer, logo de cara, sobre o festival M2000 Summer Concerts, é que foi um baita evento ousado. Organizado pela então muito popular marca de tênis M2000, foi um festival emblemático porque levou essa estrutura de grandes festivais para o litoral, para cidades que, com exceção do Rio de Janeiro, não estavam habituadas a receber eventos daquele tamanho. Além do mais, os shows foram de graça, na areia da praia. E, para completar, os shows rolaram entre janeiro e fevereiro de 1994, época em que rolava em São Paulo e no Rio o legendário Hollywood Rock. O M2000 Summer Concerts rolou em 4 cidades do litoral: Santos, Rio de Janeiro, Florianópolis e Capão da Canoa, no Rio Grande do Sul. O festival contou com nomes internacionais de peso como Three Walls Down, Chaka Demus, Shabba Ranks, Fito Paez, Helmet, Rollins Band, Lemonheads e Mr. Big. O M2000 Summer Concerts ficou marcado por ser o primeiro festival de grande porte a levar milhares de pessoas para praia para curtir shows de graça. Também tem sua importância por ter sido o primeiro palco grande onde se apresentaram Chico Science & Nação Zumbi e também os Raimundos, que em seguida ganhariam notoriedade nacional.

Claro Q É Rock!

Em 2004 a empresa de telefonia Claro, com a intenção de fortalecer sua marca, resolveu promover um festival de música. A organização acertou a mão ao se concentrar num nicho que era muito pouco levado em conta nos line ups dos principais festivais, o rock e pop alternativo. A grande atração do evento foi a banda Placebo. O festival rolou em São Paulo e teve uma aceitação imensa do público. O que motivou a empresa em investir ainda mais no ano seguinte. A segunda edição do Claro Q É Rock, em 2005, foi realmente memorável com Iggy Pop, Sonic Youth, Flaming Lips, Fantômas, Good Charlotte e Nine Inch Nails. Um line up nunca antes visto, juntando tudo quanto é tipo de gente. O festival rolou na Chácara do Jockey, em São Paulo, no final de novembro, época de muita chuva. Mas o lamaçal não atrapalhou e o que se viu ali foram shows realmente inesquecíveis. Destaque para Mike Patton a frente dos Fantômas destilando bizarrices sonoras, mas também tocando um ou outro clássico do Faith no More, o vocalista dos Flaming Lips dentro de uma bolha rolando acima do público, Iggy Pop incansável fazendo mosh e chamando o público para invadir o palco e o Nine Inch Nails com um show absurdamente pesado e recheado de hits. Infelizmente, o festival parou por aí, mas deixou sua marca na história.

Planeta Terra Festival

Em 2007 o grupo de telecomunicação Terra Network resolveu entrar na onda dos festivais de música para alavancar sua marca entre os jovens. Malandramente, a organização acabou indo na mesma onda do Claro Q É Rock, que causou tanto furor em 2005. Na sua primeira edição, trouxeram nomes como Kasabian, Lily Allen e os mega influentes Devo. A fórmula funcionou muito bem. Tanto que o festival, a cada ano trazia pelo menos um nome desses, que é super importante e influente, mas não necessariamente tão popular. Assim, em 2008, trouxeram os papas do shoegaze The Jesus and Mary Chain, em 2009 Iggy Pop & The Stooges e Sonic Youth, em 2010 Smashing Pumpkins e Pavement, em 2011 The Strokes e Beady Eye, em 2012 Garbage e Kings of Leon e em 2013 Blur e Lana DelRey. Em 2014 a organização do festival anunciou que por conta da Copa do Mundo no Brasil e das eleições presidenciais, o evento não iria acontecer, mas prometeram que voltaria em 2015. O que nunca aconteceu. Ficamos orfãos de um dos festivais mais legais que já passaram por aqui, com line ups sempre surpreendentes.

Skol Beats

Sacando que nem tudo nessa vida é rock e de olho na alta popularidade que a música eletrônica e a cultura DJ tinham na virada do milênio, a cervejaria Skol decidiu realizar um festival de música eletrônica para promover sua marca.. Sua primeira edição aconteceu no ano 2000 e cobriu todos os estilos que estavam bombando na época como Jungle, Drum ‘n’ Bass, Trance, House e o Techno, trazendo nomes de peso como Paul Oakenfold, Armand van Helden, Frankie Knuckles, Bob Sinclar, DJ Rap, Fabio, Optical, Green Velvet, Stacey Pullen, além de nacionais como DJ Marky, Anderson Noise e Mau Mau. O Skol Beats rolou todo ano, de 2000 a 2008, na cidade de São Paulo e, nesse período se consolidou como o maior evento de música eletrônica da América do Sul. O festival nunca parou de crescer em seus 9 anos de existência. Portanto, todo mundo recebeu com surpresa a notícia de que a Skol estava cancelando a realização do festival de 2009 em diante, pois a marca não queria mais se envolver na realização de grandes eventos, mais sim patrocinar shows e eventos menores. Até hoje estamos tentando entender essa lógica e morrendo de saudade do festival Skol Beats.

SWU

O SWU foi um festival sem precedentes no Brasil. Idealizado por um publicitário e realizado por um grupo diverso de pessoas, o SWU Music & Arts Festival uniu a importância de se discutir a sustentabilidade com manifestações artísticas e música. Realizado no interior de São Paulo, o festival contava com uma infra estrutura que condizia com o seu ideal, utilizando geradores de energia movidos a biodiesel, por exemplo. Além de promover palestras e fóruns sobre sustentabilidade, o SWU, sigla para Starts With You, trouxe grandes nomes da música em suas duas edições. Trouxe pela primeira vez ao Brasil Rage Against the Machine, Lynyrd Skynyrd e Stone Temple Pilots, além de grandes nomes como Pixies, Faith No More, Alice in Chains, Dave Matthews Band, Regina Spektor, Joss Stone, Black Eyed Peas, Queens of the Stone Age, Linkin Park, Duran Duran… olha, foram realmente duas edições memoráveis, ocorridas em 2010 e 2011. Não se sabe a razão pela qual o festival deixou de ser realizado. Especula-se que o crescimento e surgimento de cada vez mais festivais no país, ou seja, a concorrência cada vez maior, fez com que os organizadores desistissem do projeto.

Free Jazz Festival/Tim Festival

A empresa de cigarros Souza Cruz se aventurou no negócio de festivais de música modestamente em 1975, dando origem a um dos festivais mais importantes da história do Brasil, o Hollywood Rock, que naquele ano foi idealizado pelo escritor Nelson Motta. A experiência não foi das mais positivas. Até que em 1985, com o sucesso do Rock in Rio a marca resolveu investir nesse ramo mais uma vez. Porém, preferiu se distanciar do rock, até para evitar comparações com o Rock in Rio, e foi criado o Free Jazz Festival. Além de trazer uma das marcas mais populares da empresa, o nome deixava claro que o foco era o jazz, mas havia liberdade para que outros estilos comparecessem. O festival rolou anualmente de 1985 a 2001, sendo que em apenas 1990 o evento não aconteceu por conta da crise econômica causada pelo famigerado Plano Collor. O Free Jazz fez história pelo seu ecletismo e grandes nomes da música que trouxe para tocar no Brasil, de Chet Baker a Fatboy Slim, passando por Ray Charles, Nina Simone, John Lee Hooker, Dizzy Gillespie, Duke Ellington, Albert King, Bo Diddley, Chuck Berry, James Brown, BB King, Stevie Wonder, Jamiroquai, Isaac Hayes, Bjork, Jeff Beck, Ben Harper, Sean Lennon, Manu chao, Belle and Sebastian… realmente eram line ups admiráveis. Em 2003, uma das prerrogativas da lei antitabagista aprovada pelo governo era que marcas de cigarro não poderiam patrocinar eventos culturais. Assim, a organização do festival passou para as mãos da empresa de telefonia Tim, passando a se chamar Tim Festival. O Tim Festival seguiu a mesma linha do Free Jazz, dando maior ênfase ao jazz, à música eletrônica e alternativa. Sob o nome Tim festival, ao longe de suas 6 edições, entre 2003 e 2008, vieram ao Brasil nomes como The White Stripes, Public Enemy, Kanye West, Cat Power, Arctic Monkeys, The Killers, Herbie Hancock, Patti Smith, Daft Punk, Arcade Fire, Wilco, Libertines e muito mais. O festival encerrou as atividades por conta da crise financeira de 2008, e nunca mais voltou.

Hollywood Rock

Pois é, como já foi dito acima, a primeiríssima edição do Hollywood Rock foi organizada pelo Nelson Motta em 1975, e a Souza Cruz entrou como patrocinadora, mas não deu pitaco na organização do festival, que contou apenas com artistas brasileiros. O evento rolou no estádio do Botafogo, no Rio de Janeiro, e foi marcado por muitos problemas técnicos, aparelhagem ruim e muita chuva. Mesmo assim, shows de Raul Seixas, Mutantes, Rita Lee & Tutti Frutti, o Peso e Vímana foram marcantes. Em 1988, com o Free Jazz dando bons resultados, a marca resolveu investir no Hollywood Rock, mas agora tendo mais autonomia sobre a organização. Com o know how do Free Jazz nas costas, trouxeram grandes atrações como UB40, Simply Red, Duran Duran e Supertramp. Foi um sucesso. Em 1989 o festival não rolou, por conta da caótica campanha para eleições presidenciais. Em 1990 o Hollywood Rock se consolidou de vez ao trazer Bob Dylan, Marillion e Bon Jovi, que estava no auge de sua carreira. Em 1992 seguiu trazendo grandes nomes e proporcionando uma estrutura cada vez melhor. Os destaques daquele ano foram EMF, Seal, Living Colour, Skid Row e Extreme. 1993 foi o ano mais emblemático do festival. O ano do grunge, cujo line up trazia L7, Alice in Chains, Red Hot Chilli Peppers e, é claro, Nirvana. O show do Nirvana em São Paulo é considerado o pior show da banda, já o do Rio de Janeiro entrou para história por Kurt Cobain ter cuspido nas câmeras da Rede Globo e exposto suas partes íntimas. A passagem do Nirvana pelo Brasil graças ao Hollywood Rock rendeu diversas histórias que serão lembradas para sempre, como a noitada de Cobain com João Gordo por São Paulo e o bilhete que Kurt escreveu para Arnaldo Baptista, mostrando ser fã dos Mutantes. Depois disso, o festival ainda durou por mais 3 anos. Em 1994 trouxe Ugly Kid Joe, Poison, Aerosmith e Robert Plant, em 1995 recebeu a tour Voodoo Lounge dos Rolling Stones, tendo Spin Doctors como banda de abertura e em 1996 trouxe Page & Plant, The Cure, Smashing Pumpkins, Supergrass e Black Crowes. Com as primeiras leis antitabagismo circulando a partir de 1997, a Souza Cruz precisou fazer cortes de custo e optou por manter o Free Jazz e cancelar o Hollywood Rock.

Poucas coisas são tão divertidas quanto estar num festival de música, curtindo com a turma shows de seus artistas favoritos. Por isso a Strip Me faz questão de celebrar os festivais que fizeram história no Brasil e, é claro, também os festivais que ainda estão por aí gerando grandes momentos e memórias. Se você, assim como nós, é apaixonado por música, precisa conferir a nossa coleção de camisetas de música. Mas não só isso, para os melhores rolês e festivais, temos ainda camisetas de arte, cultura pop, cinema, bebidas e muito mais. Passa lá no nosso site e aproveita para ficar por dentro de todos os nossos lançamentos, que pintam toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist no talo com músicas gravadas ao vivo de bandas que passaram pelos festivais aqui citados! Festival top 10 tracks.

Para assistir: Vale a pena conferir na Netflix o ótimo documentário O Barato de Iacanga, que conta a história do Festival de Águas Claras, o Woodstock brasileiro.

Camiseta Bootleg e o Revival dos Anos 90.

Camiseta Bootleg e o Revival dos Anos 90.

As camisetas bootleg, ou oversized t-shirts, estão em alta! Assim como tudo que vem dos anos 90! A Strip Me entrou de cabeça nessa onda e te explica tudo! O hype dos anos 90 e as camisetas bootleg personalizadas!

Parafraseando Oliviero Toscani, a moda é um cadáver que nos sorri. Em seu livro mais célebre, Toscani fala da publicidade, e não da moda. Mas muitos dos conceitos de uma se aplicam à outra. Ele afirma que a maioria das fórmulas usadas pela publicidade para vender são repetidas e recicladas ao longo dos anos. Assim é também a moda, cujas tendências vem e vão de tempos e tempos. Em certo ponto do livro, sendo ainda mais enfático, o fotógrafo italiano dispara: “A publicidade é um modelo falsificado e hipnótico da felicidade.” O mesmo podemos dizer da moda, um modelo falsificado e hipnótico da felicidade. A diferença é que a moda conseguiu subverter este conceito, imprimindo autenticidade e ousadia através do que ficou conhecido como Design Bootleg.

O Desing Bootleg

A parada começou em 1983 com o estilista do Harlem, bairro conhecido por sua comunidade negra em NY, Dapper Dan. Uma cliente chegou em seu ateliê se gabando de sua nova bolsa, enfatizando a marca, Louis Vuitton. Ele pensou: “Se essa garota está tão encantada assim por causa de um nome escrito pequenininho numa bolsa, imagina toda uma coleção de moda com essa marca!” Assim começou a desenvolver moletons, camisetas, jaquetas, bonés e outras peças estampando em tamanho grande várias marcas famosas como Gucci, Louis Vuitton, Fendi e muitas outras. E essas roupas todas eram usadas por gente como Rum DMC, LL Cool J, Bobby Brown e outros nomes do emergente hip-hop. E a moda pegou. Mas o sucesso durou pouco. As marcas entraram com várias ações judiciais e, não só as peças sumiram do mercado, como o ateliê de Dapper Dan foi fechado.

Em 2018 o jovem, e já renomado, estilista Alessandro Michele prestou uma marcante homenagem a Dapper Dan. Além de fazer declarações exaltando Dan, ele apresentou em pleno desfile da Gucci uma jaqueta com dois Gs imensos estampados. De lá pra cá, o design bootleg ficou conhecido e ganhou força no mundo da moda, pegando emprestado do universo musical o termo bootleg, que significa em português nada mais que pirata, falsificação. Os discos bootlegs eram gravações feitas sem autorização dos artistas, feitas por fãs em shows ou de sobras de estúdio que vazavam dos estúdios. E foi numa época bem específica que os bootlegs se popularizaram: os anos 90! Os métodos digitais de gravação e o surgimento do CD contribuíram muito para o boom da cultura do bootleg na música.

Os Anos 90

A música é peça chave para entender a estética dos anos 90 no mundo da moda. As pessoas estavam cansadas das cores berrantes e mangas bufantes, da maquiagem pesada cheia de contrastes e dos cabelos moldados a laquê. Enquanto a moda passava por um momento de transição, a cultura pop tinha suas portas arrebentadas por uns moleques de jeans rasgados, camisas largas de flanela xadrez e cabelos ensebados. A MTV tinha lá seu quinhão de responsabilidade por essa explosão. Mas não foi só ela. De repente, Kurt Cobain estava na capa da revista Time e Eddie Vedder na capa da People, revistas que não tem nada a ver com música. Com a cultura do rock tão efervescente, as próprias gravadoras passaram a vender produtos licenciados com os nomes de suas bandas em letras garrafais, principalmente camisetas. Tais camisetas eram vendidas, principalmente em shows. Você ia curtir a apresentação de sua banda favorita e saía de lá com uma camiseta feita especialmente para aquela tour que a banda estava apresentando. Uma camiseta com o nome e uma foto da banda bem grandes na frente, e atrás, as datas e locais da turnê.

Essas camisetas se popularizaram muito e acabaram inspirando um monte de gente a fazer camisetas no mesmo estilo, fosse de banda ou não, e essa estética se tornou uma marca muito forte da moda nos anos 90. Em especial porque foi nessa época que a moda deixou o glamour de lado para abraçar o street wear. A alta costura e as roupas do dia a dia se misturaram. O hip-hop e rap dos anos 90 também fazem parte disso. Snoop Dogg, Notorious B.I.G. e Tupac eram talvez até mais famosos que a turma do grunge. Eles influenciaram muito o jeito dos jovens suburbanos de se vestir, e chegaram até as passarelas de moda.

No final das contas, a moda é cíclica. Suas tendências são repetidas já faz tempo. Nos anos 60 os mods e seus terninhos bem cortados revisitavam os anos 20, nos anos 80 as moças de vestidos bufantes e rapazes com jaquetas e topetes revisitavam os anos 50, nos anos 00 as polainas e calças Saint Tropez revisitavam os anos 80… e agora chegou a vez dos anos 90! Gargantilhas, vestidos slip em tons pastéis, camisas de flanela, coturnos, jeans rasgados, pochetes… tá tudo aí! Só falta o Evair no Palmeiras e o dólar e o real um pra um!

Camisetas Bootleg Personalizadas

Junto com isso tudo, voltou também o que na gringa eles chamam de oversized t-shirt. Ou seja, camisetas grandes. O nome diz respeito ao tamanho da estampa, mas também da peça em si, afinal, era moda nos 90 usar camisetas largas, parecendo que eram um número maior do que a pessoa precisava, ou seja, oversized. Mas na moda, as coisas não são simplesmente copiadas, mas sim se transformam. Portanto, acabou se tornando trend pessoas encomendarem camisetas personalizadas no estilo das camisetas “de banda” dos anos 90, largas e com estampas grandes. E tem de tudo, há quem personalize estampando o próprio nome ou o nome de alguém que vai ser presenteado com a camiseta, e fotos dessa pessoa, tem quem o faça com jogadores de futebol, personagens de filmes e outras celebridades. Essa moda é recente na gringa e está chegando agora aqui no Brasil.

Camiseta Bootleg Personalizada Raios

Claro que uma novidade carregada de tanta história, tanta referência pop e estilo próprio, já faz parte do completíssimo catálogo da Strip Me. Além das camisetas de arte, música, cinema, bebidas, cultura pop, games e muito mais com estampas lindas e originais, você também pode personalizar a sua camiseta Strip Me como quiser! Inclusive no estilo bootleg! É só você nos enviar sua frase, foto ou arte, que gente faz pra você! Ou seja, você vai ter no peito uma camiseta 100% exclusiva que, além de tudo, é confeccionada em tecido sustentável, com certificação BCI, possui modelagem tradicional unissex, gola redonda, corte reto e o caimento perfeito! Curtiu? Então chega lá na nossa loja pra fazer a sua. Lá você também fica por dentro de todas as nossas promoções e lançamentos, que pintam toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist caprichada com o que há de melhor das bandas que estamparam as camisetas dos anos 90! Bootleg T-Shirt Top 10 tracks.

Foo Fighters One by One: Todos os discos, do pior ao melhor!

Foo Fighters One by One: Todos os discos, do pior ao melhor!

O queridão Dave Grohl e sua turma tocam no Brasil neste fim de semana. Para esquentar os motores para os shows, a Strip Me deu uma geral na discografia da banda.

É realmente incrível que os Foo Fighters estejam em turnê depois de tanta coisa. Nós, brasileiros, lembramos muito bem de março do ano passado, quando fomos surpreendidos com o cancelamento do show da banda no Lollapalooza, por conta da morte de Taylor Hawkins. Em agosto do mesmo ano, a mãe de Dave Grohl também faleceu, deixando o vocalista despedaçado. Com tanta tragédia, era de se esperar que a banda, ainda que não encerrasse oficialmente suas atividades, pelo menos embarcasse num hiato por um período de tempo. Mas qual o quê! Após poucos meses de luto, os Foos se juntaram em estúdio com um novo baterista, o competente Josh Freese, e conceberam, simplesmente, um dos melhores discos de 2023, o excelente But Here We Are. O disco saiu em junho deste ano e a banda já está em turnê mundo afora. Eles tocam no Brasil no dia 7 de setembro em Curitiba e no dia 9 em São Paulo, como atração do festival The Town.

Para se preparar para os shows, nada melhor do que dar uma geral na carreira da banda e ouvir alguns discos. Por isso, a Strip Me realizou a quase hercúlea tarefa de selecionar todos os discos dos Foo Fighters do pior ao melhor. Então confere aí como ficou essa lista. Ah, sim, estão inclusos aqui somente os 11 discos de estúdio, com canções inéditas. Discos ao vivo e coletâneas não entraram.

11 Concrete and Gold (2017)

No final de 2015 os Foo Fighters lançaram um EP chamado Saint Cecilia, com 5 canções. O lançamento foi feito em homenagem às vítimas dos atentados terroristas de Paris, em novembro daquele ano. Com o EP. Dave Grohl divulgou uma carta aberta, que dava a entender que a banda poderia encerrar as atividades, mas que um novo disco seria feito antes. Este disco é Concrete and Gold. Sem dúvida o disco menos inspirado dos Foo Fighters, apesar das boas influências que ele carrega. Dave Grohl parece ter entrado no estúdio com o Álbum Branco dos Beatles embaixo do braço. Mais do que isso, Paul McCartney em pessoa participa do disco. Talvez a sanha de misturar essas influências sessentistas com o rock de arena da banda tenha feito Dave Grohl escrever boas canções, mas sem aquele brilho que faz o parquinho pegar fogo. É um disco morno. A maior prova de que a banda estava desmotivada e sem vontade de trabalhar pra valer é que subutilizaram a presença de Paul McCartney, o colocando para tocar bateria em uma das faixas, e nada mais!

10 Sonic Highways (2014)

Em 2012 Dave Grohl disse que os Foo Fighters fariam uma pausa por tempo indeterminado, para descansar, depois de anos ininterruptos de turnês intermináveis. Mas, como tem gente que gosta de descansar carregando pedra, Grohl pegou esse tempo livre e concebeu o ótimo documentário Sound City. Em meados de 2013 já rolava um zum zum zum de que a banda estava em estúdio produzindo material novo. Em dezembro, Grohl confirmou os boatos e disse que o disco já tinha nome, Sonic Highways, e que seria feito de uma maneira muito diferente. De fato, o disco foi gravado na estrada, cada música gravada numa cidade diferente com algum convidado local e com um contexto. A ideia é realmente ótima. Mas nem sempre uma boa idéia acaba sendo bem realizada. O disco é irregular e sem inspiração nenhuma. Sabe quando a gente vê na tv aqueles reality shows de culinária e alguém faz um prato lindo, cheio de conceito, mas que quando os jurados provam, não tem gosto de nada? Então. É isso. Sonic Highways é um um prato lindo e cheio de conceito, mas sem nenhum tompêro.

9 In Your Honor (2005)

Apesar de Dave Grohl parecer um cara simples, sem afetações, hábitos excêntricos ou vaidade, ele certamente tem alguns arroubos de megalomania em se tratando de música. In Your Honor foi o primeiro deles. Depois de passar meses compondo ao violão em sua casa, Grohl decidiu que o próximo disco dos Foos seria um disco duplo, onde um disco conteria somente músicas agitadas e cheias de distorção e outro somente com faixas acústicas. Além disso, o vocalista acabara de construir em sua casa, em LA, um estúdio profissional. Foi lá que a banda gravou todo o disco, e também a banda assina a produção da obra. É complicado dizer que o disco que entrega Best of You é um dos mais fracos da banda. Mas é a mais pura verdade. A real é que o disco plugado é bem bom e traz os destaques do álbum como um todo. Best of You, DOA e No Way Back são ótimas músicas. Do acústico, salvam-se ali Friend of a Friend e Miracle. O fato é que se condensassem os dois discos num só, teríamos um álbum muito bom. Mas acaba ficando pra trás por ser um disco longo e cansativo, com uma ou outra pérola no caminho.

8 Medicine of Midnight (2021)

Apesar da recepção fria de Concrete and Gold por parte de crítica e público em 2017, a banda se lançou em suas costumeiras turnês mundiais e tudo estava bem. Em 2019 Grohl já acumulava uma boa quantidade de músicas novas e a banda começou a produzir o disco no fim daquele ano. Era para o disco sair no início de 2020. E aqui entra aquela frase, a mais dita na década atual: Mas aí veio a pandemia, né? Por fim, o disco foi lançado em fevereiro de 2021 e foi uma grata surpresa! A banda que vinha desacreditada, depois de dois discos fracos, ressurgiu com um disco moderno, inspirado e divertido de se ouvir, sem perder a mão do bom, velho e sujo rock n` roll. O disco equilibra bem as guitarras saturadas com batidas e ritmos inspirados, com Taylor Hawkins em seu auge como baterista. O disco emula um som oitentista, mas sem soar datado. Em vários momentos lembra Bowie na fase Let`s Dance/Scary Monsters. Um disco revigorante para uma banda que estava se perdendo dentro de si mesma.

7 Echoes, Silence, Patience and Grace. (2007)

Lá em 1997, depois de uma exaustiva turnê, Pat Smear, guitarrista que acompanhava Grohl em empreitadas musicais desde os tempos do Nirvana, resolveu deixar os Foo Fighters, alegando esgotamento. Em 2005, durante a turnê de In Your Honor, Pat Smear fez algumas participações com a banda, mas ainda receoso de voltar definitivamente. Ainda sem Smear de volta, mas vira e mexe tocando em alguns shows, a banda lança o ao vivo Skin and Bones em 2006 e se recolhe para compor material novo. Para alavancar o disco,. Grohl convidou o produtor Gil Norton, responsável pelo clássico The Colour and the Shape e Pat Smear para gravar uma canção. Echoes, Silence, Patience and Grace foi recebido com entusiasmo. Emplacou 3 singles no primeiro lugar da Billboard e trouxe de volta um Foo Fighters direto e cheio de energia, com grandes canções como The Pretender, Long Road to Ruin e Let it Die. É um disco que só não está mais perto do top 5 porque acaba tendo algumas canções sem graça, que tornam o disco um pouco cansativo do meio para o fim. É o caso da balada insossa Stranger Things Have Happened e da dispensável instrumental Ballad of the Beaconsfield Miners.

6 But Here We Are (2023)

Como foi dito no início, é fantástico que depois de tanta tragédia, em especial para Dave Grohl, a banda esteja tão afiada, e tenha concebido um disco tão brilhante. Mas, na real, é aquela coisa, a dor foi transformada em música. A faixa título do disco diz tudo. “Você está pronto agora? Dor. Separação. Reverência. De braços dados, estamos para sempre. Eu te dei meu coração. Mas aqui estamos nós.” Acontece que, além dessa carga dramática toda transformada em arte, Dave Grohl foi capaz de revisitar praticamente todas as fases da banda, em especial as mais prolíficas. Show me How e Under You poderiam facilmente figurar entre o repertório de There`s Nothing Left to Lose. Rescued poderia estar no The Colour and the Shape. But Here We Are é um disco coeso, empolgante e inspirador! Só não entrou no top 5 porque… porra, porque daqui pra frente é só disco muito f#d@!

5 One by One (2002)

One by One é o terceiro disco da banda. Foi concebido em meio a muita treta e insegurança. O disco anterior, There`s Nothing Left to Lose tinha ido super bem, rolou uma mega turnê bem sucedida… mas quando a banda parou para compor novas canções o clima não foi dos melhores. Discussões começaram a pintar entre os músicos quanto a que rumo tomar com o novo disco, estavam inseguros com relação a qualidade das novas músicas… E, numa hora de crise, Dave Grohl fez o que qualquer um faria: Deixou tudo de lado e foi tocar bateria com outra banda. Grohl assumiu temporariamente as baquetas do Queens of the Stone Age e, com eles, gravou o disco Songs for the Deaf e saiu em turnê com a banda no primeiro semestre de 2002. No segundo semestre, os Foo Fighters estavam escalados para tocar em alguns festivais. Mas o clima estava péssimo, e a banda em voltas de terminar. Porém, os shows que fizeram foram muito empolgantes, a banda se reconectou e foi todo mundo para Alexandria, cidade do estado de Washington onde Grohl morava, e gravaram ali o One By One. E é um petardo. O disco já abre com All My Life. Depois seguem Times Like These, Tired of You, Halo, Burn Away e muitas outras. Um disco sensacional! Talvez um pouco longo (15 canções). Mas ainda assim, um disco muitíssimo acima da média.

4 Foo Fighters (1995)

O primeiro disco dos Foo Fighters é um disco solo do Dave Grohl. Ele só batizou a obra como Foo Fighters porque não queria que o disco ficasse conhecido como “o disco do cara do Nirvana”. Funcionou. O disco foi gravado em outubro de 1994, seis meses depois de Kurt Cobain cometer suicídio. Após a morte de Cobain, Dave Grohl cogitou abandonar a vida de músico. Mas acabou encontrando na música uma forma de se curar. Ele já vinha compondo algumas músicas desde 1991, 1992, quando morou com Kurt compôs músicas como Marigold, que chegou a ser gravada pelo Nirvana. Depois de gravar e batizar a compilação de músicas simplesmente como Foo Fighters, Grohl saiu distribuindo cópias. Quando viu que todo mundo curtiu e tinha até uma gravadora interessada, recrutou Nate Mendel e William Goldsmith, baixista e baterista da banda Sunny Day Real Estate, e Pat Smear, seu parceiro no Nirvana, e colocou a banda na estrada para divulgar o disco. Assim surgiu Foo Fighters como banda propriamente dita. Ah, sim, e o disco é ótimo, assim como em But Here We Are quase trinta anos depois, Grohl transformou sofrimento em grandes canções. Destaque para Big Me, This is a Call, Alone + Easy Target e I`ll Stick Around. É um disco com grandes canções, mas sem muito equilíbrio. Mas Dave Grohl só estava começando a moldar sua inigualável fórmula para unir barulho e melodia.

3 Wasting Light (2011)

Em 2009 os Foo Fighters encerraram a turnê do disco Echoes, Silence, Patience and Grace e resolveram tirar uns meses de férias. Mais uma vez, Dave Grohl foi descansar carregando pedra e montou a banda Them Crooked Vultures, uma superbanda na real, já que contava com Grohl na bateria, Josh Homme, do Queens of the Stone Age, na guitarra e ninguém menos que John Paul Jones, ex baixista do Led Zeppelin! A banda passou o ano fazendo shows e gravou um ótimo disco. Com todo mundo descansado e cheio de energia, os Foo Fighters voltam a se reunir em 2010 e Pat Smear é oficialmente reintegrado à banda. E os planos eram promissores. O novo disco seria gravado na garagem da casa de Dave Grohl, usando somente equipamentos analógicos e tendo como produtor Butch Vig, o cara que produziu o Nevermind, o clássico do Nirvana. Tudo conspirou e o disco é sensacional! Pesado, com boas melodias e algumas canções memoráveis. A cereja no bolo para os fãs mais antigos de Dave Grohl foi a participação de Krist Novoselic no disco. O ex baixista do Nirvana toca na faixa I Should Have Known. O disco ainda conta com a participação de Bob Mould, do Husker Dü, tocando guitarra e fazendo backing vocals em Dear Rosemary, umas das melhores músicas do disco. Wasting Light é um dos melhores discos dos Foos por trazer canções brilhantes interpretadas por uma banda madura e bem entrosada.

2 There’s Nothing Left To Lose (1999)

Fãs do Foo Fighters com uma queda por rock mais pesado certamente colocariam Wasting Light como o segundo melhor disco da banda. Mas vamos segurar essa emoção e pensar racionalmente. There`s Nothing Left To Lose é um disco impecável. Mas como Dave Grohl e companhia chegaram a ele?  Bom, pra começo de conversa, este disco marca a entrada de Taylor Hawkins na bateria. Na real, foi uma fase de muita mudança na formação da banda. Vamos lembrar que Pat Smear deixou a banda em 1997, depois da tour de The Colour and the Shape. O baterista William Goldsmith também já tinha deixado a banda. Goldsmith foi substituído por Hawkins e Pat Smear foi substituído por Franz Stahl, guitarrista que tocara com Grohl na banda Scream nos anos 80. Em 1998 Grohl, Mendel, Stahl e Hawkins se reuniram para compor material para um disco novo. Porém, as ideias não estavam batendo entre Stahl e o resto da banda, o que culminou em sua demissão. There`s Nothing Left To Lose foi concebido e gravado basicamente pelo trio Grohl, Mendel e Hawkins. Como sempre, na adversidade, Dave Grohl tira da cartola canções inspiradíssimas. Trata-se de um disco impecável porque é nele que Grohl encontrou o equilíbrio perfeito na sua fórmula de misturar barulho e melodia. A união do Teenage Fanclub com o Motorhead. Neste disco estão clássicos absolutos como Learn to Fly, Next Year, Breakout e Generator, além de pérolas como Aurora e Headwires. É um disco que não tem como não gostar!

1 The Colour and the Shape (1997)

Quis o destino que o disco mais impactante e que ficaria para sempre estabelecido como o melhor  de toda a obra da banda de Dave Grohl fosse o segundo disco, assim como Nevermind foi o segundo disco do Nirvana. E não é exagero nenhum cravar que The Colour and the Shape é um dos melhores discos da segunda metade dos anos 90. Depois de gravar sozinho o disco de estreia da banda, Dave Grohl conseguiu o que queria. Não ser mais visto como “o cara do Nirvana”, mas sim como o vocalista dos Foo Fighters. A boa aceitação da de crítica e público e a boa relação entre os músicos dentro da banda, que na época contava com Dave Grohl e Pat Smear nas guitarras, Nate Mendel no baixo e William Goldsmith na bateria, inspirou Grohl a compor canções grandiosas e irresistíveis! Vale dizer aqui que uma das grandes forças do disco é a bateria cavalar… que foi gravada pelo próprio Dave Grohl. Reza a lenda que, após ouvir a primeira mixagem das músicas, com Goldsmith na bateria, Grohl achou as baterias das músicas sem pegada, sem inspiração. E ele foi lá e regravou tudo. Lógico que Goldsmith ficou puto e saiu da banda. Foi quando Grohl, que precisava de alguém pra começar a tour do disco, conseguiu convencer o baterista da banda da Alanis Morissette a abandonar a cantora e se juntar a ele nos Foos. E Taylor Hawkins estava dentro. Bom, The Colour and the Shape é um disco brilhante, impecável e atemporal. Duvida? Ouça ele inteiro. O disco fala por si. E ali estão alguns dos maiores clássicos da banda, como Monkey Wrench, Everlong e My Hero.

Certa vez, Grohl disse numa entrevista: “Adoro estar em uma banda de rock, mas não sei se necessariamente quero estar em uma banda de rock alternativo dos anos 90 pelo resto da minha vida.” A frase é perfeita e explica a longevidade dos Foo Fighters. Fazer o que ama, mas não se acomodar. Procurar sempre inovar, encontrar caminhos diferentes, mas sem perder a personalidade e originalidade. Uma inspiração e tanto para a Strip Me, que está às margens de completar 10 anos de barulho, diversão e arte, procurando sempre novos caminhos. E é claro que você encontra estampas referentes aos Foo Fighters e muitas outras bandas na nossa coleção de camisetas de música, pra você curtir o show dos Foos no maior estilo! Além disso, na nossa loja ainda tem as camisetas de cinema, bebidas, arte, cultura pop e muito mais. Dá uma olhada lá no nosso site, e aproveita para ficar por dentro dos nossos lançamentos, que pintam toda semana!

Vai fundo!

Para ouvir: Nossa prática aqui é sempre fazer um top 10. Mas hoje vamos abrir uma exceção para essa banda tão maravilhosa e fazer um top 11, com uma música de cada discos dos Foo Fighters. Mas não aquelas óbvias, tá? Everlong, Learn to Fly, Best of You… todo mundo conhece. Vamos pinçar aqui músicas menos óbvias, porém igualmente excelentes. Foo Fighters top 11 Tracks.

Para assistir: É imperdível o divertidíssimo documentário Foo Fighters Back and Forth, dirigido pelo James Moll e lançado em 2011, praticamente junto com o disco Wasting Light. O doc dá uma geral na história da banda e apresenta sua trajetória desde as gravações de Grohl sozinho 1994 até os bastidores de Wasting Light. Enfim, é bom demais e vale a pena ver.

Para ler: Dave Grohl já foi contemplado com pelo menos três bons livros contando sua trajetória. Mas o definitivo, claro, é o escrito por ele mesmo. Bom humorado e com muita fluidez Grohl escreve suas memórias no excelente livro Contador de Histórias: Memórias da Vida e Música, lançado em 2022 no Brasil pela editora Intrínseca. Leitura recomendada!

Kurt Cobain: a última estrela do rock?

Kurt Cobain: a última estrela do rock?

De “último rockstar” a “porta-voz de uma geração”, muitas são as alcunhas dadas a Kurt Cobain, e mesmo 20 anos após sua morte, o eterno líder do Nirvana continua sendo uma das figuras mais influentes e emblemáticas da cultura pop, tornando-se símbolo eterno para a rebeldia juvenil e para a contestação de paradigmas e valores sociais.

Entre relações pessoais complicadas, escândalos midiáticos e enorme interesse público (tudo isso sempre acompanhado por música de extrema sensibilidade e qualidade) formou-se o mito Cobain, que iremos dissecar em 10 episódios notórios, seja musical ou cultural.

Infância conturbada

Quando nos lembramos de Kurt Cobain, a primeira imagem que vem à mente é a de uma pessoa quieta, traço que, segundo familiares, foi adquirido após o divórcio de seus pais. Kurt chegou a relatar o impacto que isso teve em sua vida, dizendo que “se sentia envergonhado” com o fato. O divórcio fez com que Kurt passasse a morar com amigos e parentes durante muitos períodos, inclusive com avós, e em especial com suas tias, que estimularam seu lado artístico e apresentaram ao jovem Kurt a primeira banda pela qual ele se apaixonou: The Beatles.


Primeiros contatos com a cena musical

Enquanto estava no colegial, Cobain viu um show da banda punk Melvins, e após criar uma relação com os integrantes da banda, passou a frequentar seus ensaios e conhecer pessoas ligadas à cena de Washington, inclusive Krist Novoselic. Na mesma época, após ter largado a escola, Kurt foi expulso de casa por sua mãe e passou a morar na casa de amigos e, segundo reza a lenda, embaixo de uma ponte no rio Whishkah, fato que inspirou a música “Something in the Way”.


Nirvana

Em 1986, Cobain começou a escrever as primeiras músicas do Nirvana e logo começou a ensaiar as mesmas com Novoselic. Após alguns meses ensaiando no segundo andar do salão de beleza da mãe de Krist, a dupla recrutou um baterista e começou a se apresentar na região de Aberdeen. A música “About a Girl” foi composta nessa época e descreve a relação de Kurt com sua namorada da época, que reclamava das madrugadas em que ele ficava escrevendo músicas se negando a arrumar um emprego.


Bleach

O primeiro álbum da banda foi lançado em 1989 pela Sub Pop Records, importante gravadora da cena independente. Para se encaixar nos gostos da cena Grunge da época, Cobain escondeu suas canções artísticas de pegada mais pop e deixou seu outro lado aparecer no álbum, com músicas pesadas e letras negativas, feitas na noite anterior as gravações, enquanto ele estava “p— da vida”.


Contrato com grandes gravadoras

Após o lançamento de Bleach, Kurt ficou descontente com a falta de habilidade da Sub Pop em atrair atenção da mídia e público para seu álbum, e foi atrás das grandes gravadoras. Depois de muita insistência de Kim Gordon, do Sonic Youth, a banda entrou em acordo com a Geffen Records e foi para o Sound City Studios, em Los Angeles, para sessões de gravação. Durante dois meses, com Butch Vig na produção, a banda gravou várias ideias e entregou o álbum com atraso.


Sucesso mundial

A tiragem original para Nevermind, segundo disco do Nirvana, foi de apenas 250 mil cópias. Esse fato, por si só, revela a baixa expectativa da gravadora na banda, prevendo, no máximo, um sucesso tímido de vendas. Mas, enquanto a banda excursionava por pequenas casas de show na Europa, o clipe de “Smells Like Teen Spirit” foi lançado na MTV e o resto se tornou história. A música era tocada exaustivamente ao redor do mundo, as vendas explodiram, a banda tirou Michael Jackson do primeiro lugar da Bilboard, Cobain se despontou como ícone de sua geração… Hoje, 23 anos após seu lançamento, Nevermind já vendeu mais de 70 milhões de cópias e é considerado um dos maiores álbuns de todos os tempos.


Courtney Love

Love e Cobain se conheceram em 1990 enquanto suas bandas, Hole e Nirvana, tocavam em um clube em Oregon. Após alguns meses de insistência, Courtney conseguiu se tornar próxima de Kurt com a ajuda de Dave Grohl. Vale dizer que ambos compartilhavam uma coisa em comum: um interesse obsessivo por drogas. O relacionamento mudou a vida de Cobain para sempre, e em 1992, após descobrir que Courtney estava grávida, os dois se casaram no Havaí. Kurt se casou de pijama azul porque estava “com preguiça de colocar um terno”.


VMA de 1992

No VMA de 1992, o Nirvana confirmou ao mundo que não era uma banda convencional só no som. Nos bastidores, os integrantes, sempre acompanhados de Courtney Love, brigaram com Axl Rose e com os executivos da MTV, que insistiam que a banda tocasse Smells Like Teen Spirit ou Lithium, enquanto eles queriam tocar Rape Me, inédita e completamente desconhecida para o grande público da época. Eles cederam e tocaram Lithium, mas antes fizeram toda a produção mijar nas calças ao tocar os primeiros acordes de Rape Me ao vivo, em rede nacional. No fim da apresentação, Krist Novoselic foi à nocaute ao arremessar seu baixo alguns metros no ar e deixar o mesmo cair em sua testa, enquanto Dave Grohl mandava saudações indecorosas para Axl Rose. Cobain também não perdeu a oportunidade e cuspiu no piano que Axl Rose usaria mais tarde para tocar November Rain, outro mega hit da época.


Passagem pelo Brasil

Para os fãs brasileiros, parte da mitologia da banda está ligada aos shows em janeiro de 1993 nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, durante o finado Hollywood Rock, que ainda contou com participação de outras bandas hypadas da época, como L7, Red Hot Chili Peppers e Alice in Chains. Durante o show de São Paulo, num Morumbi lotado por 110 mil pessoas, a banda fez um show caótico, definido por Novoselic como “um show de desconstrução da imagem”. Teve de tudo: cover de Duran Duran, Kurt Cobain rastejando no palco, os integrantes da banda trocando de instrumentos no fim do show etc. A noite acabou à paulistana, em uma balada na Augusta até as 11 horas da manhã seguinte, com João Gordo de motorista para Kurt, Courtney Love, Flea do Red Hot Chili Peppers e Patti Schemel do Hole. Já o show no Rio de Janeiro foi considerado, no fim das contas, um “bom show”. Teve transmissão ao vivo da Rede Globo, participação do baixista Flea, Kurt Cobain completamente sedado por remédios, destruição de instrumentos, Kurt Cobain mostrando o bilau para a câmera da Globo, dentre outras coisas…


Morte

Em 30 de março de 1994, Kurt fugiu de um hospital de Los Angeles, onde estava internado para cuidar de seu vício em heroína, e pegou um voo de volta para Seattle. Lá foi avistado por fãs em alguns bares da cidade, até sumir completamente no dia 03 de abril. Em 08 de abril seu corpo foi encontrado por um eletricista em sua casa, que também encontrou ao seu lado uma arma e uma carta, escrita por Cobain. Kurt se suicidou aos 27 anos. Oito meses após sua morte, foi lançado o MTV Unplugged in New York, registro acústico do Nirvana, considerado pelos fãs como um último “adeus” de Cobain.

http://www.youtube.com/watch?v=9pb8iLS18wo


 


E aqui vai nosso merchan!

Fãs que somos de Kurt Cobain, nós aqui da Strip Me fizemos uma homenagem lindona, a Camiseta Kurt da Coleção Smoking Summer, que você pode conferir em nossa loja virtual, a www.stripme.com.br. Corre lá, tem camisetas de bandas, camisetas de filmes, camisetas de cultura pop e acessórios, tudo exclusivo e super descolado 😉

Cadastre-se na Newsletter
X

Receba nossos conteúdos por e-mail.
Clique aqui para se cadastrar.