Filhos de Manchester: As 10 bandas mais importantes do berço do rock alternativo.

Filhos de Manchester: As 10 bandas mais importantes do berço do rock alternativo.

Depois de Londres, a cidade inglesa que mais gerou grandes bandas foi Manchester. A Strip Me dá um panorama da cidade e fala sobre as 10 bandas mais importantes que vieram de lá.

É muito comum ver gente traçando paralelos e fazendo associações entre as cidades Manchester e Seattle. De fato, rolam várias similaridades. O clima frio e chuvoso, são cidades essencialmente industriais e ambas geraram dezenas de bandas de rock que são relevantes até hoje. Mas cada uma tem suas nuances e particularidades, que sempre tornam tudo mais saboroso e interessante.

Nosso foco aqui é Manchester. Cidade que fica a noroeste da Inglaterra, é banhada pelo rio Mersey e cuja fundação não se sabe bem quando ocorreu, mas especula-se que tenha sido no século I, muito antes do Reino Unido ser o que é hoje. Manchester carrega uma história de luta e pioneirismo. Foi a primeira cidade a ter uma máquina a vapor operando na indústria têxtil, sendo assim um marco na Revolução Industrial. Justamente por seu caráter fabril, uniu uma diversidade étnica de trabalhadores muito diversa, bem como forjou uma classe trabalhadora unida e atuante socialmente. Estando longe demais das capitais, ensimesmou-se, criando, ao mesmo tempo, um certo orgulho de suas origens, um humor autodepreciativo e até mesmo criando rivalidade entre si mesma, com dois times de futebol de tradição e torcidas apaixonadas. Who needs London, anyway?

Tudo isso ajudou a forjar em Manchester uma sociedade criativa, trabalhadora e orgulhosa de si. Manchester e Liverpool sempre tiveram muito em comum, por serem cidades vizinhas, ligadas pelo rio Mersey. Por isso, quando começaram a despontar bandas de rock na região, no comecinho dos anos 60, esse movimento ficou conhecido como Merseybeat. Obviamente que o Merseybeat tinha como grande ícone os Beatles. Mas na sequência, duas grandes bandas de Manchester pintaram para engrossar o caldo do que ficaria conhecida como British Invasion. Anos depois, já no início da década de 1970, o clima em toda a Inglaterra era de desânimo e revolta. Uma crise econômica assolava o país, deixando milhares desempregados. Terreno fértil para o inconformismo do movimento punk. Os anos oitenta não foram muito melhores, e Manchester, nesse período, viu crescer pelo menos meia dúzia de grandes bandas alimentadas pela pobreza e desilusão.

Nesse contexto todo, a Strip Me selecionou as 10 bandas mais importantes surgidas em Manchester desde os anos 60 até hoje.

The Hollies

Uma das bandas mais importantes da Merseybeat. Eram camaradas dos Beatles e tem seu mérito por serem grandes compositores. Souberam criar lindas harmonias de vozes à la Beach Boys, mas sem serem tão ensolarados. Allan Clarke e Graham Nash formavam uma dupla ímpar. A banda não durou tanto tempo com sua formação clássica, mas seguiu com novos integrantes, e estão tocando até hoje. Em 1968 o guitarrista Graham Nash deixou a banda e trocou a chuvosa Manchester pela festiva California, onde integrou o super grupo Crosby, Stills, Nash & Young.

Herman’s Hermits

Apesar de ter caído no ostracismo da década de 1970 em diante, os Herman’s Hermits foram uma das bandas mais importantes da British Invasion. Entre 1965 e 1966 foi a banda que chegou mais perto de ser tão popular quantos os Beatles nos Estados Unidos, graças a sucessos como No Milk Today, I’m Henry VIII, I Am e There’s a Kind of Hush. Mas, para muita gente, vai ser sempre lembrada como a banda da clássica canção I’m Into Something Good, imortalizada num hilariante videoclipe no filme Corra que a Polícia Vem Aí!

Buzzcocks

Não é preciso cavar muito fundo para descobrir que uma das principais referências e inspiração para Bad Religion, Green Day, Blink 182 e toda a turma do punk californiano, é a banda de Manchester Buzzcocks. Formada em 1976 após um show dos Sex Pistols na cidade, o grande diferencial dos Buzzcocks é que eles trocaram as letras políticas e de protesto por temas existenciais adolescentes, com muita ironia e bom humor. Banda fundamental!

Joy Division

O show dos Sex Pistols citado acima aconteceu no dia 20 de junho de 1976. E não só a rapaziada que formaria os Buzzcocks estavam presentes e resolveram montar uma banda. Tinha uma outra molecada ali que ficou tão impactada com o show dos Pistols, que correu pra montar uma banda também. Ian Curtis, Bernard Sumner, Peter Hook e Stephen Morris se juntaram e montaram uma banda chamada Warsaw, influenciada basicamente por Sex Pistols e The Stooges. Mas logo a banda resolveu mudar de rumo. Trocou de nome para Joy Division e começaram a criar um som único, misturando Velvet Underground e Kraftwerk. Assim, acabaram por fundar um novo gênero, o pós punk e ser determinante para a cena gótica que se criava. Até hoje segue sendo uma das bandas mais influentes de todos os tempos.

New Order

A gente até poderia botar Joy Division e New Order no mesmo balaio. Mas o New Order tem uma carreira tão distinta e influente para além do estilo soturno do Joy Division, que merece ser citada à parte. O New Order nada mais é do que o Joy Division sem o vocalista Ian Curtis, que cometeu suicídio em maio de 1980. Sem Curtis, a banda decidiu abraçar de vez a sonoridade eletrônica do Kraftwerk e mais uma vez cunhou um novo gênero, o eletro rock. Por revolucionar a música eletrônica e o rock com um acento pop fabuloso, o New Order é uma das bandas mais revolucionárias e influente dos anos 80. Se você gosta de Massive Attack, The Killers, LCD Soundsystem, Arcade Fire e etc, agradeça a Peter Hook e sua turma.

The Smiths

Dá pra cravar que a os Smiths são os pais do indie rock. Ok, muita gente pode dizer que é o Joy Division. Mas podemos colocar nos seguintes termos: Joy Division e The Smiths são para o indie o que The Stooges e Ramones são para o punk. A banda começou em 1982 e despontou logo de cara na Inglaterra. Não só Morrisey criou uma nova linguagem no rock, com um tom confessional e melancólico nas letras, como Johnny Marr também trouxe muita inovação com sua guitarra limpa e inventiva, trocando solos virtuosos por acordes e riffs surpreendentes. Os caras mudaram completamente o cenário, reinventaram o pós punk e desovaram mundo afora uma infinidade de bandas tristes que vão de Legião Urbana a Belle and Sebastian.

The Stone Roses

Os Stone Roses encabeçam dois movimentos importantíssimos e que cresceram paralelamente: Madchester e Britpop. A fama de Manchester de ser a Seattle inglesa vem dessa época em que, depois dos Smiths, bandas pipocavam por todo o canto e acabaram criando um uma cena muito forte que, assim como o grunge, não era musicalmente muito similar, mas tinha aquela camaradagem entre as bandas. O primeiro disco dos Stone Roses, lançado em 1989, é um dos melhores discos dos anos oitenta, com uma sonoridade forte e grandes melodias. Assim como os Sex Pistols fizeram os caras dos Buzzcocks e Joy Division querem estar numa banda, o embrião do que seria o Oasis surgiu depois de um show dos Stone Roses. Liam Gallagher disse que foi os Stone Roses foi a primeira banda que ele viu ao vivo, e Noel já afirmou que quando ouviu pela primeira vez Sally Cinnamon, primeiro single dos Stone Roses lançado em 1987, ele teve certeza que seria músico.

Happy Mondays

Happy Mondays é o tipo de banda que se destaca pela excentricidade. Claro, é uma banda competente e talentosa, mas não chega aos pés de Stone Roses, por exemplo. Mas contribuiu muito para moldar o movimento Madchester, musical e esteticamente. O Happy Mondays trouxe um ar de loucura e psicodelia que outras bandas não tinham. conta ponto a favor também saber que o nome da banda é uma brincadeira com o maior hit do New Order, a música Blue Monday. Aqui no Brasil a banda não ficou tão conhecida. Ganhou alguma popularidade quando vieram ao Brasil em 1991 para o Rock in Rio 2 e fizeram um show surpreendente. Além disso, o vocalista Shaun Ryder causou certa polêmica ao declarar para a Folha de S. Paulo tinha a intenção de vir ao Brasil trazendo mil tabletes de ecstasy, mas desistiu quando soube das condições das cadeias brasileiras, e preferiu não correr o risco de experimentar uma cela no país.

Oasis

Pois é. Atualmente não se fala em outra coisa. O retorno do Oasis é pauta em tudo quanto é lugar. Não à toa. Ainda que não sejam tão influentes quanto alguns de seus conterrâneos, certamente, é a banda mais popular da história de Manchester. O Oasis personifica o velho padrão do rock, a dupla criativa como Lennon e McCartney, Jagger e Richards e etc. Os irmãos Liam e Noel Gallagher são compositores fabulosos. Ambos funcionam bem em carreira solo, mas juntos rola uma química inexplicável. Se pegar qualquer lista dos melhores discos dos anos 90, certamente você vai ver um disco do Oasis lá, ou até mesmo dois. O Oasis fez parte do tal britpop, teve ali, no meio dos anos noventa uma tentativa de criar uma rivalidade com o Blur que não foi adiante (até porque o Oasis é claramente bem melhor que o Blur)… mas no fim, a banda extrapolou isso tudo, conquistando popularidade no mundo todo com uma obra invejável. Certamente é um dos filhos favoritos de Manchester.

The Chemical Brothers

A dupla Ed Simons e Tom Rowlands se conheceu em Manchester e acabou ajudando a revolucionar a música eletrônica. E não tinha lugar melhor para isso do que a cidade que gerou o New Order, que junto com Kraftwerk e Cabaret Voltaire, sempre foi uma das principais influências da dupla. O movimento Madchester, que começou ali com The Stone Roses e Happy Mondays, já tinha em seu DNA uma boa dose de música eletrônica, assim, foi natural que, mesmo não sendo uma banda de rock convencional, o duo The Chermical Brothers se tornasse um dos principais expoentes do Madchester. Indo além disso, junto com Prodigy e Fat Boy Slimn, o Chemical Brothers deu uma nova cara à música eletrônica.

Que cidade fulgurante é Manchester! Um lugar que respira boa música e exala grandes melodias Um lugar assim merece mais que nosso respeito, mas nossa homenagem! E a Strip Me, que tem uma verve musical que não é só pra inglês ver, celebra Manchester e começa setembro com várias camisetas lindas inspiradas no rock n’ roll. Pra conferir, é só colar no nosso site e ver os últimos lançamentos. e você pode ainda dar uma olhada nas camisetas de música, arte, cinema, cultura pop e muito mais.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist fina e elegante com o que de melhor saiu de Manchester. Manchester top 10 tracks.

De Pink Floyd a The Strokes: 6 capas icônicas

De Pink Floyd a The Strokes: 6 capas icônicas

Em 2014 a venda de discos de vinil ultrapassou a marca de 9 milhões de unidades, maior número desde 1991, e um dos maiores motivos para a revitalização do bom e velho bolachão é a experiência que o mesmo proporciona aos aficionados musicais, a possibilidade de ouvir as canções, tocar o disco e de apreciar com detalhes as artes estampadas em suas capas, torna o ato de ouvir seu álbum algo muito mais prazeroso. Para comemorar o renascimento desse ótimo costume escolhemos 6 designs icônicos, que passam o recado do álbum antes mesmo da primeira nota ser reproduzida e adicionam ainda mais complexidade e beleza a obras tão importantes para a cultura pop.

The Dark Side of the Moon

A capa mais icônica do rock foi imaginada por Storm Thorgerson, que utilizou um prisma para fazer alusão à iluminação de palco usada pelo Pink Floyd no início da década de 1970. Além de remeter às performances da banda, o design estava de acordo com o único pedido da banda, algo simples e ousado, como a temática das letras do álbum. Um clássico instantâneo, assim como suas canções.

DarkSide

Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band

A ousadia de Sgt. Pepper’s começa em sua capa. A arte conta com dezenas de personalidades selecionadas pelos Beatles, entre artistas, líderes religiosos e esportistas estão: Bob Dylan, Marlon Brando, Marilyn Monroe, Edgar Allan Poe, Karl Marx, William Burroughs e Albert Einstein, além dos próprios Beatles, ao lado da imaginária Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band. Com os anos, dezenas de interpretações sobre a efervescência cultural que o álbum traz em suas canções foram relacionados com elementos da capa, aumentando a genialidade e sapiência da obra como um todo.

SgtPepper-post

The Velvet Underground & Nico

Em meados da década de 1960 a banda Velvet Underground, liderada por Lou Reed, caiu nas graças do lendário artista visual Andy Warhol devido a suas performances experimentais e temáticas polêmicas. Em 1966, Warhol sugeriu a parceria com a cantora alemã Nico e bancou o estúdio de gravação para que a colaboração fosse registrada em um álbum. O fato de The Velvet Underground & Nico se tornar um álbum fundamental para o Rock ajudou, mas o design concebido por Warhol estava destinado ao status de icônico, independente da música que o acompanhasse.

VelvetUnderground

London Calling

Instrumentos destruídos não era uma visão comum nos shows do Clash, porém, durante uma apresentação no Palladium de Nova Iorque, em que os seguranças não deixavam os espectadores levantarem de suas cadeiras, o baixista Paul Simonon demonstrou sua frustração com a situação arremessando seu instrumento contra o palco. Para a capa do álbum, além da foto que captura o espírito do rock and roll, um momento de perda total de controle, o nome foi estilizado com fontes fazendo alusão ao disco de estreia de Elvis Presley, finalizando a representação visual mais expressiva do estilo.

LondonCalling

Unknown Pleasures

O designer Peter Saville traduziu para imagem um sinal de rádio emitido pela Universidade de Cambridge, linhas brancas sobre um fundo preto, fazendo uma capa que não tinha nem o nome do álbum nem o nome da banda. Desde seu lançamento em 1979, a imagem já foi reproduzida milhares de vezes de todas as maneiras possíveis, transcendendo o nicho musical, sem nunca perder seu impacto. Intrigante, simplista e hipnotizante, tão revolucionário quanto a proposta musical do pós-punk do Joy Division.

UnknownPleasures

Is This It

Tão despretensioso quanto o som da banda, a foto de Colin Lane nasceu em seu apartamento, ao ver sua namorada saindo nua do banho, ele decidiu fotografá-la com uma luva que estava jogada pelo lugar. O resultado veio após poucos registros, assim, sem muito conceito além de tentar parecer sexy. A foto, tão simples, cool e empolgante quanto a banda, caiu como uma luva (com o perdão do trocadilho).

IsThisIt

 

 


A Strip Me

A Strip Me desenvolve camisetas de rock, camisetas de filmes, camisetas de seriados, além de acessórios cheios de estilo. Dá uma olhada lá no site pra conhecer as t-shirts mais descoladas da cultura pop 😉

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