![As 6 obras mais marcantes de Frida Kahlo.](https://blog.stripme.com.br/wp-content/uploads/2023/10/strip-me-blog-frida-14.gif)
Expoente do surrealismo na América e ícone do feminismo, a mexicana Frida Kahlo é uma das mulheres mais importantes do século XX. E a Strip Me está aqui para render homenagens a ela, elencando suas 6 obras mais impactantes.
É muito comum gostar muito da obra de um artista, mas pouco conhecer sua vida pessoal. E, ainda que a vida pessoal desse artista seja controversa, meio torta, também é comum que se separe a obra do artista, ou seja, uma coisa é a pessoa jurídica e outra é a pessoa física. Por exemplo, todo mundo sabe que o Bob Dylan é um ser humano intragável. Arrogante, mau humorado, cheio de manias. Mas ninguém nega a genialidade de sua obra. E tem muitos assim, de Axl Rose a Jack Kerouac. Em situações mais extremas e delicadas, temos casos como o cineasta Woody Allen, cuja obra é maravilhosa, mas as acusações que pesam sobre ele são inaceitáveis. Entretanto, existem casos opostos, em que a vida pessoal e a obra do artista são indissociáveis. Não dá para absorver a obra sem saber da vida do artista. E o maior exemplo desse caso é a genial pintora mexicana Frida Kahlo.
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Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón nasceu no dia 6 de julho de 1907 em Coyoacán, região central da Cidade do México. Quando criança, Frida teve poliomielite, o que a fez ficar anos dentro de casa. Quando adolescente, finalmente começou a sair e fazer amizades, enquanto estudava buscando fazer faculdade de medicina. Porém, aos 18 anos, ela estava dentro de um ônibus que se chocou com um bonde. O acidente foi terrível. Frida fraturou a coluna em três lugares diferentes, além da clavícula e do pé, que foi praticamente triturado. Ela também teve o abdome e o útero perfurados. Ficou meses no hospital e depois em casa, se recuperando. Três anos depois do acidente, Frida se filiou ao Partido Comunista Mexicano, onde conheceu Diego Rivera, o grande amor de sua vida. Os dois se casaram, estabelecendo uma relação intensa, recheada de traições e rompantes de romantismo. Por ter seu útero perfurado no acidente, ela não conseguiu ter filhos, apesar de muito querer. Sofreu 3 abortos espontâneos que a traumatizaram muito. Entusiasta da Revolução Mexicana de 1910, Frida Kahlo se inspirava muito no folclore mexicano e suas cores. Mas, vivendo a maior parte de sua vida numa cama de hospital ou de sua casa, sempre próxima a algum espelho, e convivendo diariamente com a dor e sofrimento, ela pintava muitos autorretratos e também sua família, além de ser comum encontrar em suas obras corpos dilacerados. Frida retratava sua própria existência. E essas são 6 de suas obras mais reveladoras.
As Duas Fridas (1939)
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São tantos símbolos, que quase não dá pra contar. Uma representação clara da personalidade confusa da artista. De uma lado, uma usando um vestido pomposo à moda europeia, do outra uma vestida com uma roupa tradicional de uma camponesa mexicana. O quadro foi pintado logo após uma das separações de Frida e Diego, por isso, ambas estão com os corações à mostra e a artéria que une as duas está cortada, representando o rompimento. Ao fundo nuvens carregadas, deixando claro que o clima estava pesado e não dava sinais de melhorar.
A Coluna Partida (1944)
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O retrato do sofrimento físico e emocional que a artista viveu por toda sua vida. Após passar por mais de uma cirurgia na coluna, após o fatídico acidente de ônibus, Frida vivenciou muita dor, tendo que usar desconfortáveis coletes e talas para corrigir sua postura. A paisagem seca ao fundo mostra como ela própria se sentia. Em seu corpo, pregos de diferentes tamanhos representam a dor constante que ela sentia, note que o maior de todos os pregos está cravado próximo ao coração. A coluna rachada é auto explicativa, mas o que chama a atenção na obra é o rosto de Frida. Cheio de lágrimas, mas transparecendo uma certa serenidade, como se ela tivesse aceitado que sua vida se resumia àquilo: a dor.
O Veado Ferido (1946)
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Mais uma obra em que Frida se apresenta, mas desta vez numa interpretação mais subjetiva e fantasiosa. Ela funde sua cabeça ao corpo de um veado, animal que representa elegância, mas também fragilidade e ingenuidade. O animal segue em movimento, quase flutuando, mesmo ferido por 9 flechas, não por acaso, a maioria delas ao longo da coluna. Em seu rosto, não há sinal de dor, mas sim de apatia e desdém. O tronco em destaque a frente, com o galho quebrado ao chão, pode representar obstáculos que foram literalmente quebrados, da maneira que puderam.
Autorretrato com Vestido de Veludo (1926)
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Frida disse certa vez: “Pinto a mim mesma porque sou sozinha e porque sou o assunto que melhor conheço.” Ainda no leito de hospital, quando se recuperava do acidente de ônibus, seus pais adaptaram um cavalete à sua cama e lhe incentivaram a pintar. Também colocaram no quarta vários espelhos, para que ela visse a si mesma por vários ângulos. Assim começou sua prática de pintar autorretratos. Este em questão, foi o primeiro a ser considerado uma obra de qualidade. A escolha das cores fortes, o semblante sério, mas com certa leveza e o fundo com um mar revolto e escuro representa muito da vida da artista.
Frida e Diego Rivera (1931)
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O retrato do casal foi feito por Frida em 1931, durante uma viagem que fizeram aos Estados Unidos. Diego Rivera era um pintor de renome, especializado em murais e afrescos. Frida e Diego, na época, estavam casados há pouco mais de um ano, o relacionamento ainda ia bem e ela ainda não era reconhecida como grande artista. Assim, fica evidente na obra que Rivera tem protagonismo, sendo retratado bem maior que a esposa. A pomba acima da cabeça de Frida carrega uma faixa com os dizeres: “Aqui você vê a mim, Frida Kahlo, com meu amado marido Diego Rivera. Pintei este retrato na linda cidade de São Francisco, California, para nosso amigo, o Sr. Albert Bender, no mês de abril do ano de 1931.”. Albert Bender era amigo do casal, além de mecenas e comerciante de obras de arte.
Autorretrato com um Colar de Espinhos e Beija Flor (1940)
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Ainda que Frida seja sempre lembrada como uma artista surrealista, sua obra sempre foi muito realista, baseada em fatos, mas usando de uma estética livre e repleta de cores para expressar tais verdades. Esta é provavelmente a obra mais conhecida de Frida Kahlo. Não à toa uma das mais reveladoras. A começar pelo seu rosto, como sempre com um ar resignado e sério, mas sem demonstrar sentimento. Ela tem um gato de um lado e um macaco do outro de seus ombros. Frida era sabidamente uma admiradora dos animais e tinha gatos e macacos como bichos de estimação. Seu colar de espinhos traz pendurado um beija flor morto. No México o beija flor simboliza sorte no amor. A obra foi pintada logo depois de Frida e Diego se divorciarem, o que explica o beija flor estar morto. Já o colar de espinhos, coloca Frida como uma mulher sofredora como Jesus. Mas ela emula Jesus não como divindade, mas como homem simples do povo, também representando o impacto do cristianismo nas culturas ancestrais mexicanas.
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Frida Kahlo é um exemplo a ser seguido por vários motivos. Entre eles, pelo fato de conseguir transformar sentimentos e princípios em arte. Mas não só isso. Também por ser uma mulher de personalidade forte, que conseguiu se impor num mundo majoritariamente masculino como ainda é o mundo das artes. Isso sem falar na sua resiliência e coragem frente a tantos sofrimentos físicos. Por isso, a Strip Me quer mais é celebrar sua vida e obra de todas as maneiras possíveis, tanto em texto como em camisetas lindas e super sofisticadas, que você encontra na coleção de camisetas de arte no nosso site. Lá você também confere as coleções de camisetas de cinema, música, cultura pop, bebidas e muito mais, sem falar nos lançamentos, que pintam na nossa loja toda semana.
Vai fundo!
Para ouvir: Segue uma playlist inspirada na Frida Kahlo, que era uma mexicana ativista e revolucionária, só com sons de bandas mexicanas que fazem música de protesto. Viva México y Frida top 10 Tracks.
Para assistir: Altamente recomendado o filme Frida, de 2002, dirigido pela Julie Taymor e protagonizado pela Salma Hayek. Um filme esteticamente lindo que retrata com intensidade a vida tempestuosa de Frida Kahlo.
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