10 motivos para você assistir Twin Peaks.

10 motivos para você assistir Twin Peaks.

Uma das séries mais importantes da história da televisão, saída da cabeça privilegiada de David Lynch e influente até hoje, Twin Peaks é uma obra prima! A Strip Me celebra este clássico revelando 10 motivos para você assistir (ou rever) essa série maravilhosa.

Na noite do dia 8 de abril de 1990, quem assistia televisão nos Estados Unidos foi transportado para um mundo de mistério e muita esquisitice. E a maioria dessas pessoas fez questão de não sair desse mundo, deixando ecoar na mente uma só pergunta: “Quem matou Laura Palmer?”, a garota encontrada embrulhada em plástico na beira de um rio. A pequena cidade de Twin Peaks, que dá nome à série, é fictícia, porém, a cidade de Snoqualmie, no estado de Washington e pertinho de Seattle é conhecida hoje por muita gente como a verdadeira Twin Peaks, afinal foi lá que boa parte da série foi filmada. A cidade recebe fãs da série o ano todo, e por isso mesmo, mantém muitos dos imóveis e até mesmo a entrada da cidade, como foi retratado na série.

Twin Peaks é uma criação do cineasta David Lynch em parceria com o roteirista Mark Frost. Muitas são as lendas e curiosidades que envolvem a série. Exibida inicialmente em duas temporadas, em 1990 e 1991, teve dois longas metragens dirigidos pelo próprio Lynch e uma nova temporada, que deu sequência às duas primeira, lançada em 2017. Cultuada desde seu lançamento até hoje em dia, Twin Peaks é um marco do entretenimento e merece ser vista pelas novas gerações e revisitada por quem já viu mais de uma vez. Pra deixar isso claro, a Strip Me te dá 10 motivos para assistir Twin Peaks.

Tudo começou com a Marilyn Monroe.

No final dos anos oitenta, David Lynch e Mark Frost estavam trabalhando na adaptação para o cinema de um livro sobre a biografia de Marilyn Monroe. A coisa desandou e o projeto foi abortado, reza a lenda, porque Lynch insistia numa teoria da conspiração de que JFK esteve envolvido na morte da estrela, e estúdio nenhum de Hollywood queria comprar uma briga dessa. De qualquer forma, alguns elementos dessa biografia foram aproveitados na elaboração da série, como a morte de Laura Palmer, que aconteceu antes que ela contasse que estava envolvida com uma famosa figura da cidade, informação esta que constava em seu diário. O mesmo aconteceu com Monroe, que mantinha um diário e estava decidida a revelar seu relacionamento extraconjugal com Kennedy quando morreu, segundo o livro e as teorias de Lynch.

Os sinais estão noir.

O gênero cinematográfico noir tornou-se incrivelmente popular entre os anos 50 e 60, e acabou por influenciar radicalmente as gerações futuras de cineastas. Lynch e Frost sempre foram apaixonados pelo gênero e, não só fizeram de Twin Peaks uma série noir surrealista e perturbadora, como inseriram inúmeros elementos que fazem referêncvia aos filmes clássicos do gênero. Por exemplo, Maddy Ferguson, por exemplo, a versão morena de Laura Palmer, interpretada pela atriz Sheryl Lee, tem o mesmo nome de uma das personagens de Kim Novak no clássico filme Vertigo, de Hitchcock. Duas personagens, porque, assim como na série, Novak interpretava duas garotas, uma loira, que foi assassinada e uma sósia de cabelos pretos. Tem também na série um agente de seguros chamado Walter Neff, nome do personagem de Fred MacMurray em Pacto de Sangue, de Billy Wilder lançado em 1944. Isso sem falar em várias referências aos filmes Laura, de 1944, Crepúsculo dos Deuses, de 1950, e muitos outros. Twin Peaks é uma ode ao cinema noir.

Spielberg ficou na vontade.

Às vezes pode parecer exagerado quando a gente fala de uma série como Twin Peaks com tamanho entusiasmo. Mas não é exagero, foi realmente uma parada muito impactante e revolucionária na época. Tanto é que na segunda temporada muita gente grande quis fazer parte de alguma forma daquilo, pois sacaram que se tratava de uma série histórica. Uma dessas pessoas foi ninguém menos que Steven Spielberg, que na época, 1991, já era um dos cineastas mais celebrados do mundo. Spielberg se encantou com a série e chegou a pedir a Lynch que ele dirigisse um episódio Cogitou-se então dar o primeiro episódio da segunda temporada na mãos de Spielberg. Mas não rolou. Dizem que Lynch e Spielberg tiveram uma longa conversa, e que Spielberg havia prometido que faria a direção deixando o episódio o mais “estranho” possível, detalhando algumas de suas ideias. No fim, Lynch achou a abordagem de Spielberg muito convencional e dirigiu ele mesmo a estreia da segunda temporada, garantindo que Spielberg iria dirigir algum episódio no futuro. Mas o criador de ET e de Indiana Jones ficou a ver navios e está até hoje esperando tal oportunidade.

Reprovado em Cannes.

Em 1992 Twin Peaks reinava absoluta como a grande série de TV do momento. Porém, Lynch e Frost não estavam prontos para uma terceira temporada. No entanto, produziram um longa metragem excelente revelando os dias que antecederam a morte de Laura Palmer. Twin Peaks: Os Últimos Dias de Laura Palmer (título original Twin Peaks: Fire Walk With Me) foi lançado em 1992, e Lynch fez questão de apresentá-lo no Festival de Cannes. Apesar de todo o sucesso da série, da fotografia ousada do longa, do ótimo elenco, da trilha sonora inspirada… apesar de tudo isso, o filme levou uma vaia vigorosa ao final da exibição no festival. Claramente porque a platéia não entendeu nada. Não entendeu, inclusive, o que todos os admiradores de Lynch e de Twin Peaks sacaram desde sempre: não é pra entender, mas sim pra sentir, pra curtir, pra pirar, pra dar risada… Além disso, não tem nada mais antiestablishment do que ser reprovado em Cannes. Portanto, mais um ponto positivo para Twin Peaks.

David Bowie esteve aqui.

Por falar no longa metragem Twin Peaks: Fire Walk With Me, assim como Spielberg, outro admirador declarado da série é ninguém menos que David Bowie. Este sim, tem tudo a ver com a aura lynchniana de Twin Peaks. Tanto que, quando soube disso, Lynch convidou Bowie para atuar no longa e escreveu um papel especialmente para ele, o agente do FBI Phillip Jeffries. E Bowie, solto e canastrão está excelente no filme! Ele também aparece no filme de 2014, Twin Peaks: The Missing Pieces, que Lynch dirigiu. Trata-se de um compilado de cenas deletadas, tanto da série, como do filme, que com uma montagem e edição eficientes, formam um filme interessante, trazendo novos pontos de vista sobre o assassinato de Laura Palmer. Bowie estava escalado também para atuar na terceira temporada da série, que estreou em 2017, porém, ele faleceu um ano antes.

Quem matou Laura Palmer?

Pois é, como uma boa obra de cinema noir que se preze, Twin Peaks é carregada de mistério, sobretudo envolvendo um assassinato. E tudo que se quer numa história de assassinato é descobrir quem é o assassino. Lynch e Frost sempre souberam disso. Tanto que encerraram a primeira temporada sem revelar o assassino. A segunda temporada, lançada no ano seguinte, ia pelo mesmo caminho. Amontoavam-se pistas aqui e ali, teorias, bizarrices cada vez maiores… mas nada de revelar quem matou Laura Palmer. A ABC, canal de TV que transmitia a série, estava pressionando Lynch e Frost para revelarem o assassino desde a primeira temporada. Mas quando a segunda começou sem dar nenhum sinal que tal revelação ia rolar, eles pararam de pedir com gentileza, empurrando o programa para um horário péssimo que prejudicaria a audiência. Pouco depois da metade da segunda temporada, o assassino foi revelado. Lynch era contra, pois, com razão, sabia que a série se mantinha por conta do mistério, e que era muito mais sobre a cidade em si do que simplesmente sobre o assassinato de Laura. Ele estava tão certo que o tiro da ABC saiu pela culatra, e depois que o assassino foi revelado, a audiência caiu consideravelmente.

Angelo Badalamenti.

O músico e compositor Angelo Badalamenti já era amigo e parceiro de Lynch desde muito antes de Twin Peaks e fez muita coisa boa. Suas trilhas sonoras são realmente muito inspiradas, sobretudo a do filme Blue Velvet, de Lynch, lançado em 1986. Mas em Twin Peaks Badalamenti se supera, compondo uma trilha soberba, cheia de camadas e densidade. A música de abertura da série, inicialmente intitulada simplesmente Love Theme, é brilhante e, reza a lenda, foi composta em apenas 20 minutos. Além de ser responsável pelas trilhas sonoras de praticamente todos os filmes de Lynch, incluindo o excelente Cidade dos Sonhos, Badalamenti ainda compôs as trilhas de grandes filmes como O Suspeito da Rua Arlington, de Mark Pellington, lançado em 1999, o maravilhosos Secretária, de Steven Shainberg, lançado em 2002, Água Negra, do brasileiro Walter Salles, lançado em 2005 e muitos outros.

Te confundindo pra te esclarecer.

As duas primeiras temporadas de Twin Peaks, em 1990 e 1991, foram indiscutivelmente revolucionárias. Lynch e Frost (Lynch principalmente) pegou todas as regras e padrões de uma produção de série para tv e jogou no lixo (talvez tenha até colocado fogo em seguida, pra não sobrar nada mesmo). Twin Peaks não só trouxe uma linguagem mais cinematográfica para a TV, mas trouxe também conceitos de arte como o surrealismo e a psicodelia. Isso na estética. Já no roteiro, a beleza e originalidade estão justamente em dar ênfase nos personagens e na cidade, criar climas, diálogos… fazer com que o espectador se envolva de fato com a trama, sem dar respostas claras. Aliás, sem dar resposta nenhuma, praticamente, e ainda encher a sua cabeca de caraminholas, dando pano pra manga em teorias e divagações. Como já foi dito, Twin Peaks não é uma série para ser entendida racionalmente, não tem um começo, meio e fim estabelecidos, não dá muitas repostas, tem várias pontas soltas de roteiro… mas apresenta um retrato irresistível do inconsciente, do delírio e do sobrenatural! Lynch e Frost são Dali e Buñuel dos anos 90.

Tronco carismático.

Entre as milhares de bizarrices e excentricidades apresentadas na série, uma chama muito a atenção e se tornou um dos maiores ícones de Twin Peaks: o tronco de Margaret Lanterman. Margaret, mais conhecida como a Dama do Tronco, era uma moradora de Twin Peaks conhecida por carregar consigo um tronco cortado, com quem ela conversava e alegava ser capaz de prever eventos. Para a maioria dos moradores da cidade, ela era considerada apenas uma doente mental, pois frequentemente falava coisas sem sentido. No entanto, para além de suas falas aparentemente desconexas, Margaret tinha poderes xamânicos, capaz de interagir com o mundo espiritual. Margaret era interpretada pela atriz Catherine Coulson, que foi presenteada com o tal tronco quando acabaram as gravações de Twin Peaks. A atriz faleceu poucas semanas após o final das gravações da terceira temporada, em 2017, onde ela protagonizou uma cena de forte carga emocional falando sobre morte. O tronco segue com a família da atriz, que frequentemente recebe propostas de compras do objeto, chegando a valores que ultrapassam 300 mil dólares.

It’s David “Fucking” Lynch!

Se tudo que foi dito até agora não fosse suficiente, o simples fato de ser uma obra de David Lynch já deveria ser um argumento forte o suficiente para te convencer a assistir Twin Peaks. Afinal, estamos falando de um dos cineastas mais disruptivos, criativos e provocadores da história do cinema! Lynch carrega ares de divindade para caras como Tim Burton, Almdóvar, Dennis Villeneuve, Lars Von Trier e Darren Aronofsky. Lynch já estreou com um filme brilhante, o clássico Eraserhead, de 1977, depois vieram outros filmes inacreditáveis como O Homem Elefante, Blue Velvet, Coração Selvagem, Estrada Perdida, Cidade dos Sonhos… enfim, David Lynch é um dos grandes mestres do cinema e só isso já é suficiente para você querer ver e rever Twin Peaks, e toda a filmografia de Lynch!

Concluindo, se você gosta de séries como Arquivo X, True Detective, Lost, Dark, Stranger Things e tantas outras, você precisa agradecer a Twin Peaks. E a Strip Me não só agradece a Twein Peaks e ao David Lynch, como faz questão de prestar sua homenagem elaborando sempre camisetas cheias de personalidade e originalidade. As camisetas de cinema, por exemplo, estão repletas de referências a grandes filmes, diretores e séries. E tem também as camisetas de música, arte, cultura pop e muito mais. Você confere tudo no nosso site, e ainda fica por dentro de todos os lançamentos, que pintam toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist com os melhores sons que rolaram tanto na série quanto nos filmes. Twin Peaks Top 10 tracks.

7 curiosidades para entender o folclore brasileiro.

7 curiosidades para entender o folclore brasileiro.

Claro, ninguém está competindo, mas não dá pra negar que o folclore brasileiro é o melhor do mundo, né? plural e riquíssimo, nosso folclore vai da gastronomia às lendas mais fascinantes. A Strip Me traz 7 curiosidades sobre o folclore brasileiro, pra você ficar sabendo tudo sobre o assunto.

No dia 22 de agosto de 1846, o escritor inglês William John Thoms inventou o termo folklore, unindo as palavras folk (pessoas, povo) e lore (conhecimento, saber), para designar os conhecimentos e cultura tradicionais que formam a identidade de um povo ou sociedade. Isso significa que o termo engloba todo o tipo de manifestações culturais, como música e dança, mas a melhor e mais clara personificaçãso do folclore são histórias e lendas contadas oralmente. Tanto é que dois dos mais famosos pioneiros no estudo do folclore foram os Irmãos Grimm, que coletaram e registraram em livros muitas das lendas folclóricas da Europa, que acabariam por se tornar os populares contos de fadas (que de infantis não tinham nada). Portanto, o conceito de folclore surgiu no século XIX e foi se espalhando pelo mundo, fazendo com que cada povo buscasse seus elementos folclóricos.

Aqui no Brasil, até rolaram alguns estudos sobre o folclore brasileiro ainda na segunda metade do século XIX, mas foi só no século XX que isso se tornou uma pauta realmente relevante entre intelectuais e a coisa toda desenrolou. A Strip Me traz 7 curiosidades que vão te deixar muito bem informado sobre o folclore brasileiro e tudo que ele envolve.

Origens.

Antes de mais nada, é bom ressaltar que um dos fundamentos do folclore de maneira geral é não se saber a origem de seus elementos, uma vez que eles são natos à sua sociedade e transmitidos de maneira oral ao longo de gerações. Portanto, aqui não vamos tratar da origem de personagens, lendas e etc, mas sim dar uma geral em como esses elementos começaram a ser estudados, catalogados e etc. O nome mais importante do folclore brasileiro é o historiador e antropólogo Luiz da Câmara Cascudo. Mas não foi o único. Enquanto Câmara Cascudo fazia seus estudos no Rio Grande do Norte, em São Paulo Mário de Andrade também mergulhava no Brasil profundo, bem como Monteiro Lobato. Aliás, a Semana de Arte Moderna de 1922 foi importantíssima para gerar curiosidade e interesse de cada vez mais pessoas pelo folclore brasileiro.

Personagens mais conhecidos.

São muitos os personagens do folclore brasileiro. Muitos deles conhecidos apenas em algumas regiões, já que as lendas do nosso folclore são distintas nas diferentes partes de um país tão grande, afinal, tais lendas e personagens surgem em ambientes diferentes. A região norte tem suas lendas mais ligadas às florestas e aos indígenas, no nordeste tem muita influência africana, dada a alta concentração de escravizados em Pernambuco e na Bahia no período colonial. Nas regiões sul e sudeste são lendas e personagens relacionadas às fazendas e no centro oeste misturam-se lendas de fazendeiros com a cultura indígena. Entretanto, por terem sido retratados em livros, filmes e séries de TV, alguns personagens dessas lendas ficaram conhecidos no país todo. Alguns deles são:

Saci-Pererê: Entidade zombeteira, Saci é um pequeno negrinho conhecido por realizar travessuras contra viajantes e moradores da zona rural. Possui apenas uma perna, usa um gorro vermelho e fuma cachimbo.
Boitatá: cobra de fogo que, na lenda, atacava aqueles que incendiavam a floresta.
Curupira: Entidade da floresta, de cabelos vermelhos como o fogo e os pés ao contrário (com os calcanhares para frente). É o protetor da floresta, aterrorizando os homens brancos que a desmatam..
Boto cor-de-rosa: Personagem do folclore amazônico, é um boto (o golfinho de água doce) que se transforma em um homem sedutor, frequenta festas, seduzindo e engravidando mulheres solteiras.
Mula sem Cabeça: A história varia um pouco de um lugar para o outro, mas em geral, trata-se de uma mulher que se deitou com um sacerdote religioso e foi amaldiçoada, se transformando em uma mula com labaredas de fogo no lugar da cabeça, que galopa pelos campos de noite, assombrando as pessoas.
Iara: É a sereia brasileira. A lenda de Iara vem dos índios. Dizem que Iara era uma habilidosa guerreira, que despertava a inveja de seus irmãos homens. Os irmãos armaram uma emboscada para matá-la, mas ela não só escapou, como acabou matando seus irmãos. Seu pai, indignado pela morte dos filhos homens jogou Iara no encontro das águas dos rios Negro e Solimões. Os peixes a resgataram e a transformaram em sereia. Desde então, ela aparece vez por outra para encantar com sua beleza e seu canto pescadores que se aventuram pelos rios da Amazônia.
Cuca: Personagem que surgiu na Península Ibérica e se enraizou no folclore brasileiro através dos colonos portugueses e espanhóis que vieram para cá na época das grandes navegações. É uma bruxa que pode ter a forma de uma velha, ou de uma mulher com cara de jacaré. Uma das versões da lenda diz que, a cada 1.000 anos, brota de um ovo uma nova Cuca. Então, a Cuca “antiga” se transforma em um pássaro de canto triste, enquanto a nova Cuca assume seu papel, fazendo maldades maiores do que a anterior. Recentemente, muita gente tem implorado para ser pego pela Cuca, que foi repaginada e interpretada pela maravilhosa Alessandra Negrini numa série de TV.

Festas.

Nem só de lendas e personagens curiosos vive o folclore. Os costumes e cultura tradicionais de um povo também fazem parte do folclores. Desta forma, algumas festas típicas, celebradas há muito tempo e que caracterizam a cultura brasileira podem ser consideradas folclóricas. assim é o Carnaval, a Festa Junina e o Bumba Meu Boi (ou Boi Bumbá). Curiosamente, as 3 festas tem origem européia, sofrendo adaptações e transformações, se mesclando às culturas de povos originários e africanos e se tornando autenticamente brasileiras. Essas festas são todas reconhecidas como Patrimônio Cultural do Brasil pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

Gastronomia.

E não tem festa sem comida, né? Mas falando sério, a gastronomia faz parte da cultura, principalmente quando se trata de um prato cuja a origem é desconhecida ou tem muitas versões e existe faz muito tempo. Provavelmente o mais emblemático desses pratos seja a feijoada, cuja a origem gera muita polêmica. A maioria dos historiadores negam a versão de que a feijoada foi criada pelo escravos, que pegavam as partes do porco que seus donos não comiam. Pois ensopados de feijão com aparas de carnes já eram comuns na Europa antes da colonização do Brasil. Possivelmente, a feijoada, assim como as festas e algumas lendas, é resultado da mistura de culturas, alguma receita européia que foi adaptada com ingredientes brasileiros. O mesmo vale para o pato no tucupI, o acarajé e até mesmo o churrasco de chão, típico do sul do país. Tudo isso faz parte do nosso folclore. E, claro, para ajudar na digestão, a nossa boa e velha cachaça também é folclórica!

Música.

A música é parte fundamental do folclore. Não só aqui, mas em todo lugar. Aqui no Brasil a gente se acostumou a tratar o folclore como uma coisa restrita a essa parte de lendas, do Saci e da Mula Sem Cabeça. Já em outros países, a música tradicional é tão presente que se tornou um gênero, a folk music. Claro, rolou aí uma apropriação do termo folklore entre os gringos, em especial os estadunidenses. Uma coisa é o Woody Guthrie, ou até mesmo o Bob Dylan, tocando canções antigas ao violão, outra coisa é uma gurizada mais nova tocando canções originais, novas e dizendo que fazem folk music. Mas pra nós isso não interessa. O que interessa é que a nossa música folc é riquíssima! O samba é folc, a moda de viola é folc, o frevo é folc, o baião é folc! E gente como Cartola, Luis Gonzaga, Tonico e Tinoco e muitos outros são autores autênticos da música folclórica brasileira!

Literatura.

Voltando aos personagens e lendas, o folclore, como já dissemos aqui é essencialmente formado por histórias contadas de forma oral e transmitidas de geração para geração. Mas alguns escritores ajudaram a popularizar essas lendas para além de suas regiões de origem através da literatura. Muitos livros foram escritos tanto romances e contos, como compêndios e estudos sobre lendas do folclore. Aqui vamos citar os dois mais importantes, um na área do romance e outro na área dos estudos. O modernista Mário de Andrade escreveu uma obra definitiva sobre o folclore brasileiro, o livro Aspectos do Folclore Brasileiro. Um compilado de ensaios sobre diferentes pontos de vista e abordagens do nosso folclore. Foi relançado pela Editora Global em 2019 sob a supervisão de mestres e doutores titulares do curso de antropologia da USP (Universidade de São Paulo). Outra obra que não pode deixar de ser citada é O Sítio do Pica Pau Amarelo, a obra mais conhecida de Monteiro Lobato. Trata-se de 23 volumes, escritos entre 1921 e 1947. Entre os volumes mais célebres estão Reinações de Narizinho, O Saci, Caçadas de Pedrinho, Emília no País da Gramática e Histórias de Tia Nastácia. Todas as histórias se passam num sítio e são permeadas por lendas e personagens do folclore brasileiro. Todos os 23 livros foram lançados por várias editoras ao longo dos anos, mas os mais caprichados são os lançados pela Editora Brasiliense, em capa dura.

Filmes e Séries.

TV As produções do audiovisual envolvendo o folclore brasileiro não é assim tão vasto quanto a literatura. Claro, é uma mídia bem mais cara e trabalhosa. Ainda assim, existem vários títulos excelentes disponíveis por aí, alguns não tão fáceis de serem encontrados, é verdade, mas que vale a pena procurar. Entre os filmes, recomendamos duas produções recentes e muito interessantes. A primeira é Recife Assombrado, um filme de terror muito bem executado, dirigido por Adriano Portela e lançado em 2019. Trata-se da história de um jovem que procura seu irmão desaparecido na cidade de Recife, e acaba se deparando com assombrações, muitas delas ligadas a lendas do folclore. Na mesma pegada de terror, dirigido por Erlanes Duarte e lançado em 2021, temos Curupira, O Demônio da Floresta. Um filme intenso onde um grupo de jovens se perde na floresta amazônica e enfrentam um truculento caçador e o assustador Curupira. Recife Assombrado é um filme mais difícil de ser encontrado, já Curupira, O Demônio da Floresta está disponível na Amazon Prime e na Apple TV.

Já as séries, temos a clássica produção da TV Globo de Sítio do Pica Pau Amarelo, lançada em 1977 e feita até 1986, tendo 14 temporadas. A série adapta para a TV boa parte da obra de Monteiro Lobato com muita eficiência, além de ter na abertura a música de Gilberto Gil que se tornou um clássico absoluto. Mais recente, a Netflix produziu entre 2021 e 2023 a série Cidade Invisível, onde as criaturas folclóricas vivem na atualidade disfarçadas entre as pessoas comuns, mas acabam sendo ameaçadas. A série tem apenas duas temporadas, a segunda é mais fraquinha, mas a primeira é excelente e vale muito a pena assistir.

Pois é. O folclore brasileiro é vasto, muito rico e abrangente. Igualzinho a Strip Me, que tem um catálogo vasto, muito rico e abrangente de camisetas de música, cinema, arte, cultura pop, bebidas e muito mais. Tudo com o borogodó que só a gente tem, com brasilidade saindo pelos poros! Vai pro nosso site conferir, e aproveita pra ficar por dentro de todos os lançamentos, que pintam por lá toda semana!

Vai fundo!

Para ouvir: uma playlist caprichada com músicas inspiradas no folclore brasileiro. Folclore top 10 tracks.

10 Séries Memoráveis da HBO.

10 Séries Memoráveis da HBO.

Desde que se meteu a produzir séries nos anos 90, o canal HBO praticamente não errou a mão. Em meio a tanta série boa, a Strip Me selecionou as melhores pra você maratonar.

Para qualquer marca, um bom slogan é fundamental. Mas são poucas as que conseguem um slogan excelente, daqueles que, não só te remete ä marca de cara, mas que define a marca com exatidão. Da verdadeira maionese ao energético que te dá asas, sem esquecer, é claro, do barulho, diversão e arte, um grande slogan define uma marca por completo em poucas palavras. Certamente um dos slogans mais assertivos e brilhantes é o do canal de TV à cabo/produtora/canal de streaming HBO. “It’s not TV. It’s HBO.” O slogan é forte e preciso. Desde que se meteu a produzir séries, a HBO apresentou produtos com uma carga dramática, intensidade e qualidade visual que transcendem as séries de TV produzidas até meados dos anos 90, para alcançar um nível artístico bem mais alto, comparável aos grandes filmes do cinema. A primeira série que a HBO produziu foi Oz, em 1997. De lá pra cá, são dezenas de séries memoráveis com o selo HBO de qualidade. Garantia de que, mesmo sendo uma série de TV, não haverá economia ou pudor ao demonstrar violência e sexo ou proferir palavrões. O que torna tudo mais realista e intenso.

Entre tanta coisa boa, não é nada fácil selecionar 10 séries. Por isso, para essa lista, escolhemos as obras mais marcantes e emblemáticas. Lógico que ficou muita coisa de fora. Ficou de fora, por exemplo, Curb Your Enthusiasm, escrita e protagonizada pelo genial Larry David (co-autor de Seinfeld). Falando em Seinfeld, também não entrou a ótima Veep, protagonizada pela Julia Louis-Dreyfus. Ainda na onda da comédia, mas explorando outros caminhos, esbarrando no drama, tem a brilhante Six Feet Under, que também é excelente e também não está na lista. Sem falar de Big Little Lies, Euphoria, The Deuce, Westworld, The Leftovers e mais uma porrada de séries ótimas lançadas na última década. A HBO não pára de surpreender a gente com produções caprichadas. Para facilitar um pouco a nossa vida, elencamos as 10 séries escolhidas em ordem cronológica. Dessa forma fica mais nítido entender como o canal vem evoluindo exponencialmente, com produções cada vez melhores. Além disso, vaticinar que uma série é melhor que a outra é complicado, pois envolvem várias variáveis. Por exemplo, não dá pra comparar Sopranos com Succession ou Sex and the City com True Detectives. São mundos muito distantes, linguagens diferentes, não dá pra comparar. Se já deu trabalho selecionar esses 10 títulos, imagina ranquea-os entre melhores e piores…

Oz (1997 – 2003)

Essa foi a primeira produção da HBO. Uma estreia e tanto. Ainda que irregular, as primeiras temporadas são irretocáveis! Não é exagero dizer que a HBO começava um novo jeito de fazer TV. Retratando o dia a dia de uma penitenciária e seus detentos, Oz entrega um texto excelente, fotografia e edição muito competentes e atuações memoráveis de Ernie Hudson, Lee Tergesen, J.K. Simmons e Harold Perrineau, além, é claro de muita violência, nudez e palavrões, que se tornariam uma das marcas das produções da HBO.

Sex and the City (1998 – 2004)

Para equilibrar o excesso de testosterona de um bando de brucutus se estranhando na cadeia, Sex and the City  trouxe à tona o mundo feminino, como nunca antes havia sido retratado na televisão! De bobinha ou água com açúcar a série não tem nada! Pelo contrário. O roteiro é ótimo, com diálogos espirituosos e, por vezes, bem profundos. Depois que a série foi lançada, não faltam grupos de amigas que se identificam e se inspiram nas personagens vividas pelas atrizes Sarah Jessica Parker, Kim Cattrall, Kristin Davis e Cynthia Nixon. Além da qualidade da obra como um todo, Sex and the City foi fundamental para pavimentar a estrada para muitas outras séries protagonizadas por mulheres e com um olhar feminino, como Gilmore Girls, por exemplo.

The Sopranos (1999 – 2004)

Foi com Sopranos que a HBO se estabeleceu como uma grande produtora de séries para a TV. Até então não havia nada parecido com os Sopranos. Uma série absolutamente mundana, realista e muito, mas muito bem feita! O texto é genial! Equilibrado, com humor, ação e drama, sem falar nas inúmeras e deliciosas referências aos clássicos filmes de máfia, o texto da série é impecável. Além disso, é uma série sobre relações familiares, acima de tudo, o que torna tudo mais interessante e complexo. Aqui a HBO alcançou nível de qualidade até então inatingível para programas de televisão.

Band of Brothers (2001)

Tecnicamente, Band of Brothers não é uma série, mas sim uma minissérie. Talvez nem deveria figurar nessa lista. Mas… está aqui porque é realmente uma das produções mais bem sucedidas e impactantes da história da TV. Além de brilhante, a série carregou até 2010 o título de produção mais cara da TV, tendo custado aproximadamente 125 milhões de dólares. Mas, olha, valeu cada centavo. A obra contou com Tom Hanks e Steven Spielberg como co-produtores e conta a história real da Companhia “Easy”, 2º Batalhão, 506.º Regimento de Infantaria Paraquedista dos Estados Unidos, que teve atuação notável na Alemanha e no Japão durante a Segunda Guerra Mundial. Esteticamente, a série é inacreditável de tão boa. O texto também é excelente e a cereja no bolo são os depoimentos dos reais personagens, relembrando cada situação. Uma obra realmente inigualável.

The Wire (2002 – 2008)

The Wire é uma série tão impactante e cheia de camadas, que chega a ser difícil descreve-la. Talvez seja a obra mais completa da HBO, por reunir um roteiro muito bem escrito e sem pontas soltas, ter uma carga dramática na medida certa e ser tão realista a ponto de ter cara de documentário. A série aborda o tráfico de drogas na cidade de Baltimore. O que torna The Wire tão incrível é que ela consegue abordar com profundidade todos os lados da situação, retratando o cotidiano dos policias, dos traficantes, dos políticos, dos usuários e da sociedade civil. Justamente por essa abordagem, a série não tem protagonista, apresentando várias histórias simultaneamente, o que acaba colocando a cidade de Baltimore como a real protagonista da série. Uma obra realmente brilhante e digna de ser maratonada. 

Game of Thrones (2011 – 2019)

Aqui é onde a coisa realmente chegou no ápice. Game of Thrones é facilmente a série mais bem produzida, mais cara, mais hypada e mais polêmica dos últimos anos. E a mais popular também, é claro. A obra escrita por George R. R. Martin é realmente estupenda. E longa, bem longa. Não dá pra ter certeza, mas é bem provável que os livros da franquia só venderam uma enormidade, após a série ser produzida. A trama cheia de violência, sexo e traições num mundo épico, de magia e reinos cobiçados pegou de jeito o gosto popular. GOT é a série mais bem sucedida da HBO, mesmo tendo um final decepcionante.

True Detective (2014 – 2019)

True Detective já chegou com os dois pés no peito. A primeira temporada tinha no elenco Matthew McConaughey, Woody Harrelson e Michelle Monaghan. Não tinha como dar errado! E não deu. A primeira temporada é impecável! Mas a séries se tornou errática. A segunda temporada, mais morna, saiu em 2015. E a terceira só veio em 2019. Ainda que cada temporada tenha um arco fechado, com personagens e histórias distintos, isso não justifica os altos e baixos. Mas, de maneira geral, o texto de True Detective agrada. Com um ar noir sedutor, uma vez entrando em contato com cada história, é difícil largar o osso. Não à toa é uma das séries mais aclamadas e mais populares da HBO, e uma das mais assistidas em streaming na HBO Max.

Succession (2018 – 2023)

Succession foi “descoberta” como uma grande série já na era dos streamings. Ou seja, ela foi veiculada no canal à cabo, sem grande repercussão, mas quando a HBO Max entrou em cena, em maio de 2020, não tardou para a série ser descoberta e cair nas graças do público. Não é para menos., trata-se de uma série cativante. Em primeiro lugar, o roteiro é irretocável. Apesar da realidade mostrada na série ser inatingível para a esmagadora maioria da população mundial, a trama é envolvente e permite que haja identificação do espectador com os personagens, porque, independente do poder aquisitivo, conflitos humanos, relações familiares e etc, são comuns a todo mundo. Mas vai além do texto. A fotografia é brilhante, cuidadosa e artística, e a edição imprime um ritmo irresistível. A série foi concluída neste ano, e o final é um dos melhores já vistos. Coisa rara, já que estamos tão acostumados a ver séries excelentes ganharem finais decepcionantes. Além disso tudo, Succession é uma verdadeira aula de capitalismo.

Chernobyl (2019)

Mais uma minissérie. E, tal qual Band of Brothers, Chernobyl merece figurar nessa lista por que é excelente! A começar pelo tema. O acidente nuclear de Chernobyl nunca foi explicado em detalhes para o mundo. O governo russo sempre jogou o assunto pra debaixo do tapete. Claro, a minissérie não é um documentário. Tem um pouco de ficção ali, personagens e situações que não existiram na realidade. Mas rolou uma pesquisa cuidadosa para contar como tudo aconteceu, incluindo a negligência de funcionários da usina nuclear, bem como de políticos. Chernobyl tem um alto nível de drama e suspense, que deixa o espectador grudado no sofá e faz querer assistir mais um episódio e mais um e mais um… É um roteiro muito bem escrito, uma ambientação de época irretocável e ótimas atuações. Uma minissérie para entrar pra história!

The Last Of Us (2023)

The Last of Us é um perfeito resumo da atualidade. Não a trama, claro, mas todo o seu entorno e sua concepção. The Last of Us foi lançado originalmente em 2013 como um jogo de vídeo game. De imediato, se tornou um sucesso, por ter um enredo muito bem escrito, desafiador e envolvente, onde um homem precisa proteger e escoltar uma criança num cenário pós apocalíptico repleto de zumbis. Em meio à matança de monstros e inimigos humanos perversos, o jogo apresenta conflitos pessoais de cada personagem, em especial Joel, o protetor, e Ellie, a criança, os protagonistas da parada. Quando a HBO resolveu levar o jogo para o streaming, fez tudo direitinho. Se fez valer do algoritmo de redes sociais, para saber o que chamaria mais a atenção do público, direcionou a escolha do elenco e da trilha sonora. E é lógico que funcionou perfeitamente. Junto a um roteiro trabalhado com muito esmero, e muito bem escrito, Pedro Pascal e Bella Ramsey estão perfeitos nos papéis principais. Por enquanto, a série só tem uma, e irretocável, temporada. Mas a segunda já está confirmada. Vamos aguardar.

Fala a verdade. Uma lista de respeito! Muita coisa ficou de fora, mas o mundo mágico (e com sangue pra car@#=%) da HBO é realmente muito vasto, e está aí para nos entreter, inspirar e divertir. E como barulho, diversão e arte é com a gente mesmo, a Strip Me não podia deixar de dedicar um post para essas séries maravilhosas e, claro, caprichar nas camisetas de filmes e séries, com estampas super descoladas e originais! Confere lá na nossa loja! Além das camisetas de cinema, tem as camisetas de música, arte, games, bebidas, cultura pop e muito mais. E no nosso site você ainda fica por dentro de todos os lançamentos, que pintam toda semana!

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist sensacional com o que há de melhor nas trilhas sonoras das séries citadas no texto. HBO Top 10 Tracks.

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