Breja, loira gelada, cerva, cervejinha… enfim, Cerveja!

Breja, loira gelada, cerva, cervejinha… enfim, Cerveja!

Lógico que não vamos deixar o mês de outubro passar sem falar de cerveja, né? Afinal de contas, é o mês da Oktoberfest, além disso, já dá pra ver no horizonte as festas de fim de ano chegando, quando junta aqueles amigos antigos que mudaram de cidade e voltam pra passar o Natal em família. E o calor também já vem chegando com força, propiciando aquele happy hour no fim do dia pra refrescar as ideias e molhar as palavras.

Você deve se lembrar que a gente já deu uma geral no mundo das cervejas neste blog ano passado. Caso não se lembre, vale a pena dar uma lida, é só clicar aqui. Enfim, já sabemos que a cerveja é a bebida alcoólica mais antiga da humanidade, surgiu entre os sumérios, passou pelos egípcios, monges medievais, trabalhadores germânicos do século XIX, britânicos beberrões do começo do século XX, até chegar na geração Z fumando vaper e tomando Stellinha. Mas falando sério, o segmento de cervejas se desenvolveu muito, e isso é uma coisa relativamente recente. Até os anos 70 cerveja era bebida de proletário, sem requinte. Chique era tomar vinho, harmonizando com queijos esquisitos e tal. E isso no mundo todo, não só aqui no Brasil.

Por incrível que pareça, quem começou a fazer com que as pessoas entendessem que a cerveja era um universo bem mais interessante e sofisticado foi o Michael Jackson! Mas calma! Antes de você ir pro Google caçar imagens do Rei do Pop tomando uma breja na Vila Madalena, saiba que não é esse Michael Jackson que você está pensando. Estamos falando do Michael James Jackson, um jornalista e escritor inglês, autor de vários livros sobre cervejas e que protagonizou uma minissérie exibida no Discovery Channel em 1989 chamado Beer Hunter. Michael Jackson sempre iniciava os episódios com o mesmo discurso: “O meu nome é mesmo Michael Jackson, mas eu não canto, não danço e nem bebo Pepsi. Eu viajo o mundo provando cervejas, é disso que eu vivo. É um trabalho duro, mas alguém precisa fazê-lo”.

Esse Michael Jackson foi um figura.  Infelizmente já falecido, em agosto de 2007 aos 65 anos de idade, ele lançou em 1977 o livro World Guide to Beer, que fez um sucesso enorme. Ele escreveu mais de 10 livros sobre cerveja e whisky. Era colaborador de várias revistas das mais diversas pelo mundo com artigos e críticas. O crescente interesse do público por cerveja fez com que um canal independente de televisão da Inglaterra o convidasse para produzir e protagonizar um documentário sobre cervejas do mundo. O documentário foi dividido em 6 partes e exibido como uma minissérie na Grã Bretanha, e depois para vários países do mundo pelo Discovery Channel. Os episódios são divididos por lugares e suas escolas cervejeiras, principalmente a Bélgica, a Alemanha e o Reino Unido (Inglaterra, Escócia e Irlanda), passando ainda pelos Estados Unidos. Sua passagem pelos Estados Unidos, inclusive, foi essencial para o surgimento de muitas microcervejarias, que iriam desenvolver uma nova linguagem na fabricação e novos tipos de cerveja.

Aqui no Brasil sentimos mais os ecos do trabalho do Michael Jackson, mas a história recente das cervejas artesanais por aqui passam necessariamente pela Oktoberfest de Blumenau, Santa Catarina. A Oktoberfest é uma festa tradicionalíssima na Alemanha. Começou em 1810, em Munique, onde vivia a realeza da Baviera. Para celebrar o casamento do príncipe, foi organizada, no dia 12 de outubro, uma festa enorme no gramado em frente do castelo, aberta ao povo, e que contaria com uma corrida de cavalos como grand finale. A festa fez tanto sucesso, que a população resolveu repeti-la no ano seguinte, com a corrida de cavalos e também como uma feira agrícola, para fomentar o comércio. Desde então, em somente 24 anos a festividade, que acabou conhecida como Oktoberfest não aconteceu, devido ás guerras ou epidemias como a cólera, que acometiam as cidades com frequência no século XIX. Em 1984 com a economia em crise e com a cidade de Blumenau recém atingida por uma terrível enchente, empresários catarinenses descendentes de alemães tiveram a ideia de promover uma versão da Oktoberfest na cidade para levantar dinheiro e ajudar a cidade a se reerguer. A ideia deu tão certo que até hoje é uma das festas mais tradicionais do Brasil, recebendo aproximadamente 500 mil pessoas por ano.

O sucesso da Oktoberfest em Blumenau fez com que várias cervejarias pequenas do sul do país pudessem se desenvolver. Paralelamente o público começou a conhecer mais sobre diferentes tipos de cerveja. Vieram os anos 90, a estabilidade econômica do Plano Real e o acesso cada vez mais fácil a produtos importados, inclusive cervejas. Nos anos 2000 o acesso á internet abriu as portas do conhecimento sobre produção, facilidade de compra online… e a coisa cresceu ainda mais. Agora, com alguns vídeos e um investimento em um ou outro equipamento mais específico, a turma consegue produzir sua própria cerveja no fundo de casa.

O legal mesmo dessa coisa toda é que nesse mundinho da cerveja tem espaço pra todo mundo. Pro cara que curte uma cervejinha gelada no boteco, pro cara que gosta de cozinhar e fazer harmonizações, pro curioso que curte cerveja amarga, pro mestre cervejeiro profissional… e dá pra todo mundo conviver numa boa. A cerveja é uma baita bebida democrática e plural. Uma vibe que tem tudo a ver com a Strip Me, onde você encontra várias camisetas com estampas de cerveja e muitos outros temas que representam tão bem a liberdade, diversidade, harmonia e, é claro, barulho, diversão e arte! Vem pra nossa loja conferir!

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist ensolarada pra você curtir tomando uma gelada naquele happy hour delícia! Happy Hour Top 10 Tracks. Ah, sim. Não são músicas que falam sobre cerveja, tá? São músicas que simplesmente caem bem naquele papo animado regado a cerveja boa num fim de tarde de calor.

Para assistir: Sem dúvida a citada minissérie Beer Hunter é altamente recomendável e tem completinha no Youtube com legenda e tudo. O link da playlist com os 6 episódios tá aqui.

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