8 versões da música brasileira.

8 versões da música brasileira.

A música brasileira é tão diversa e original quanto o povo de cada região do país. A Strip Me dá uma geral em cada gênero musical tipicamente brasileiro, que fazem da nossa música tão rica e fascinante.

Existe uma universalidade na música. Isso é inquestionável. Músicas tradicionais de povos que nunca se encontraram tem semelhanças. Desde os batuques aborígenes que são parecidos com a música feita pelos nativos de toda a América antes da chegada dos europeus, até a música contemporânea, onde a sétima menor, nota que caracteriza o blues (a blue note) é a mesma que marca as melodias características do baião. Se duvida, cantarole aí a melodia da introdução de Asa Branca, mas mude o andamento para o compasso de blues. Claro que estamos aqui falando sob um ponto de vista mais ocidental e eurocêntrico. Claro que existem as escalas orientais, como nas músicas indianas e árabes que tem campos harmônicos distintos, com microtons e melodias truncadas e estranhas aos nossos ouvidos. Mas convenhamos que aqui para a nossa realidade e foco de interesse, não precisamos  ir tão longe.

Chorinho – Candido Portinari (1946)

Até porque o nosso negócio aqui é o Brasil mesmo! E a música brasileira, por si só já é incrivelmente diversa. E cada gênero tem distinções e peculiaridades impressionantes! E não dá pra cravar que um gênero é mais brasileiro ou original que o outro, porque cada um vem de uma região, de uma cultura e realidade totalmente diferentes. Então, hoje a Strip Me mergulha no vasto universo da música brasileira, onde cada gênero é um planeta distinto. E vamos falar um pouco sobre cada um deles.

Samba

Quando a gente fala em música brasileira, a primeira coisa que vem à cabeça é o samba. Não à toa. É provavelmente o gênero musical mais popular no país inteiro. Ainda que com sotaques diferentes, todo mundo faz samba no Brasil. O samba tem origem nos ritmos africanos trazidos pelos escravizados, que, na maioria das vezes, praticavam sua religiosidade na clandestinidade. Os primeiros registros do samba como o conhecemos aconteceram no Rio de Janeiro, no começo do século vinte. Existe muita discussão sobre a origem do samba pra valer ter acontecido no Rio de Janeiro ou na Bahia. Mas o primeiro samba gravado é de um carioca e foi gravado no Rio de Janeiro. O samba Pelo Telefone foi composto por Donga e Pixinguinha em 1917 e gravado no mesmo ano. Se você quiser aprofundar um pouco mais neste assunto, confere o post que nós publicamos aqui no blog recentemente:
10 fatos que você precisa saber sobre o samba.

Frevo

O frevo nasceu nos primeiros carnavais de rua de Recife e Olinda, no estado de Pernambuco, na primeira metade do século vinte. Musicalmente é uma mistura do maxixe, subgênero do baião, com as marchinhas, e isso tocado numa velocidade mais acelerada. Por isso mesmo o nome frevo, vem do verbo ferver, que muitos populares diziam “frever”. Isso porque aa principal característica do frevo é a combinação de música e dança. Uma música frenética, que conta inclusive com alguns movimentos de capoeira. O frevo ja se tornou Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco e é uma das mais vibrantes e únicas manifestações musicais do Brasil.

Carimbó

O carimbó tem suas raízes em uma mistura bem interessante de influências culturais. Ele é resultado da combinação de elementos musicais de origem indígena, africana e dos países vizinhos da América Latina. Assim como o frevo, ele tem como uma de suas características mais marcantes a dança. A cadência e a dança vem dos índios, o uso dos instrumentos de percussão são influência dos africanos e as melodias misturam cantigas tradicionais com a cumbia colombiana e o calipso da América Central. O carimbó tem origem no norte do Brasil, mais especificamente no Pará, e tem como seus nomes mais importantes o compositor Pinduca e a cantora Dona Onete. O carimbó originou a guitarrada, gênero que, tanto pode ser instrumental como cantado, mas tem como marca o protagonismo da guitarra elétrica. A guitarrada é a versão tupiniquim da surf music.

Maracatu

A origem da palavra é tupi: maracá-tu, que significa batida do maracá. Maracá é um chocalho, um instrumento de percussão. Só por aí, já dá pra sacar que o maracatu é genuinamente brasileiro, com forte influência indígena. Mas não só isso. Ele surgiu no século dezessete em Pernambuco, quando os escravos dos engenhos de açúcar celebravam a coroação do rei do Congo, um líder entre todos os negros escravizados. O rei do Congo era o único que tinha contato com o dono da fazenda e podia fazer reivindicações. A coroação era a única noite do ano em que a senzala podia festejar, e eles aproveitavam para celebrar seus orixás e professar sua fé. A mesma coroação rolava nos quilombos dos escravizados fugitivos, que se uniam aos algumas tribos de índios. Com o tempo a coroação ganhou contornos indígenas e influência de dança e música dos brancos. E no fim do século dezenove virou bloco carnavalesco. Na década de 1990 o maracatu foi reinventado ao ser mesclado com o rock n’ roll e o hip hop, dando origem ao maravilhoso movimento Manguebeat. Se você quiser mais detalhes sobre o maracatu, confere o texto que publicamos sobre o tema aqui no blog em fevereiro de 2021:
Maracatu Atômico!

Baião

O baião é um patrimônio de todo o nordeste brasileiro. Mas tem sua origem mesmo no estado de Pernambuco. Como já é amplamente difundido, o precursor do baião foi Luiz Gonzaga, que é pernambucano. Como todos os gêneros musicais brasileiros, o baião é uma mistura de diferentes culturas. A sanfona traz a influência europeia, a zabumba é um instrumento percussivo africano, e o triângulo é uma criação genuinamente nordestina. O baião começou a se popularizar na década de 1940. Portanto, é um gênero musical novo, que aglutinou toda a cultura nordestina e africana de Pernambuco, incluindo o maracatu, bem como as cantigas de roda, os cantos de lavoura e os repentes. O baião acabou se tornando símbolo do nordeste e teve várias ramificações como o forró e o xote, por exemplo. Nos anos noventa, o baião chegou a virar rock n’ roll, quando a banda Raimundos mesclou de maneira brilhante o hardcore e o baião em seus dois primeiros discos.

Sertanejo

A música sertaneja talvez seja a mais diversa e fascinante do Brasil, porque acabou se ramificando em muitos subgêneros e gera muita discussão até hoje. Ela remete aos trovadores que andavam pelo sertão nas comitivas dos bandeirantes. Com o fim das bandeiras, muitos desses trovadores se estabeleceram nas cidades dos estados de São Paulo e Minas Gerais e seguiram tocando sua violinha em festejos. Com o fim da escravidão e a imigração massiva de trabalhadores nas lavouras de café daquela região, essa música ganhou novos contornos e influências até se tornar no que hoje conhecemos como música caipira, as modas de viola de tônico e Tinoco e outras duplas. Foi ali onde tudo começou. Com o passar do tempo, essa música caipira começou a aglutinar outros gêneros. Na região sul, as milongas argentinas, no centro oeste as guarânias paraguaias e assim por diante. A música caipira tradicional evoluiu para a música sertaneja, que nos anos 80 ganhou instrumentos elétricos e moldura pop. Ao mesmo tempo surgia a música brega de Reginaldo Rossi e Odair José, depois veio o sertanejo universitário, que hoje já se tornou um subgênero difícil de definir, tamanha a miscelânea estética e musical. No contexto geral a música sertaneja só perde para o samba na representatividade da diversidade e amontoado de culturas que é o Brasil.

Bossa Nova

Apesar de mais contemporânea e já nascendo sob forte influência da música pop dos Estados Unidos, a bossa nova é legitimamente brasileira, e um dos nossos gêneros musicais mais ricos. Ah, sim, pra não ficar dúvida, lá nos anos 1950 o Cole Porter, o Nat King Cole e tantos outros artistas do jazz eram o que havia de mais pop no mundo. Em resumo, a bossa nova é a fusão do samba com o jazz, onde todo o aparato percussivo e o canto empostado e forte do samba deu lugar ao minimalismo do violão e do canto suave, enquanto as harmonias mais básicas ganhavam acordes truncados com o acento do jazz. Tom Jobim, João Gilberto, Johnny Alf e Dick Farney são considerados os criadores da bossa nova, que depois ganhou outros nomes fundamentais como Nara Leão e Roberto Menescal. Sendo um gênero musical mais novos com forte apelo pop, a bossa nova já teve sua história contada em livros e filmes aos montes. Inclusive nós publicamos um texto bem legal aqui no blog em janeiro de 2021 detalhando de forma muito interessante a origem da bossa nova. Confira no link abaixo.
Bossa Nova!

Tropicalismo

Esse conceito, hoje já super manjado, de globalização começou a florescer no final dos anos sessenta, embalado pela massificação dos meios de comunicação e a contra cultura. Era uma época realmente fértil para que artistas questionassem sua própria existência e origens ao mesmo tempo que absorviam tudo que era novo para criar e se expressar. Foi assim que o samba, o maracatu, o rock n’ roll, o naturalismo e o modernismo da literatura e da pintura se uniram num movimento novo, pungente, pop, único e irresistível, que, tal qual um Macunaíma, botava o dedo nas feridas do país, mas com leveza e bom humor. Em nenhum outro lugar do mundo se viu algo assim. O tropicalismo foi mais que o Flower Power à brasileira, foi um movimento artístico, musical em sua essência, de vanguarda mesmo! Tanto que, ainda hoje, a gente vê artistas gringos conceituadíssimos que descobrem Mutantes, Tom Zé, Novos Baianos, Caetano Veloso… e ficam chapados no som! Nós também já publicamos aqui um texto muito bacana dando uma geral no movimento tropicalista, em setembro de 2020. Link abaixo.
Soy loco por ti, Tropicália.

A música é mesmo fascinante e essencial para a vida. Ela funciona como veículo para a religiosidade, mas também como mero entretenimento. Também se presta a inspirar, emocionar e expressar todo e qualquer sentimento. Da alegria à frustração, da raiva à paz de espírito. Particularmente, a música brasileira, com toda a sua originalidade e diversidade, consegue imprimir ainda cores físicas e metafísicas através do som e da dança. Por isso, a Strip Me se presta a celebrar a música brasileira em sua totalidade, abraçando todos os gêneros e estilos! Isso fica nítido na nossa coleção de camisetas de música, bem como nas camisetas de cultura pop, brasilidades, arte, cinema, bebidas e muito mais! Confere lá no nosso site e aproveita pra ficar por dentro de todos os lançamentos, que pintam por lá toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist brasileiríssima com cada um dos gêneros musicais abordados neste texto. Música brasileira top 10 Tracks.

Para ler: Realmente um dos gêneros brasileiros mais fascinantes, pela sua diversidade e trajetória é a música sertaneja. Para entender tudo sobre o gênero, o livro Cowboys do Asfalto é perfeito! Além de contar com uma pesquisa detalhada e muita informação, o livro é bem escrito, tem uma escrita direta e fluída, uma leitura muito agradável! O livro é escrito por Gustavo Alonso e foi lançado em 2015 pela editora Civilização Brasileira.

A calçada de Copacabana e a garota de Ipanema.

A calçada de Copacabana e a garota de Ipanema.

A Strip Me está sempre lançando novidades, com uma frequência invejável. Toda semana tem pelo menos uma ou duas camisetas novas, com estampas originalíssimas e de muito bom gosto. Toda estampa criada tem sua importância e alguma ligação com esse nosso universo de diversidade, cultura, barulho, diversão e arte. Um dos lançamentos mais recentes é a “Copacabana”, uma camiseta minimalista com estampa do icônico desenho do calçadão da praia mais famosa do Rio de Janeiro. Além de nos remeter ao verão, aos passeios à beira mar e à natureza, a praia de Copacabana carrega muito da história da cultura brasileira. Hoje Vamos falar sobre uma dessas histórias.

O calçadão de Copacabana foi construído em 1906, com 4,15 quilômetros de comprimento e abrange as praias do Leme e de Copacabana. O desenho de ondas foi inspirado no calçamento da Praça do Rocio, em Lisboa. Trata-se de uma das praças mais tradicionais do centro da capital portuguesa e o desenho das ondas claras e escuras representam o encontro das águas do rio Tejo com o Oceano Atlântico. Inicialmente, no calçadão carioca, o desenho das ondas ficava perpendicular ao calçamento. Só depois de uma reforma na década de 1970, que teve como arquiteto o legendário Burle Marx, que as ondas passaram a ser paralelas ao calçamento, como conhecemos atualmente. Todo o calçadão foi feito com pedras trazidas de Portugal, bem como a equipe que instalou e até hoje faz a manutenção do calçadão periodicamente é formada por trabalhadores portugueses especialistas nesse tipo de trabalho.

Por sua beleza natural e boa localização, a praia de Copacabana logo foi habitada por pessoas de posses ao longo do século XIX, quando a família real portuguesa veio para o Brasil e causou uma drástica urbanização na então capital do Brasil. Em 1923 foi inaugurado, entre mansões e palacetes à beira mar, o imponente hotel Copacabana Palace. O hotel de quartos luxuosos e um enorme cassino logo tornou-se ícone do Rio de Janeiro e abrigava as mais altas celebridades do Brasil e do Mundo. Em 1946 o jogo foi proibido no país e o cassino do hotel foi transformado em sala de shows e espetáculos. Desta forma o hotel, em especial suas áreas de convivência como o bar, o restaurante e a piscina, tornaram-se ponto de encontro de intelectuais e boêmios cariocas. Ainda hoje o Copacabana Palace hospeda os mais importantes artistas e políticos que visitam o Rio de janeiro. A longa lista de hóspedes ilustres conta com nomes como Walt Disney, Brigitte Bardot, Clark Gable, princesa Diana, Nelson Mandela, Paul McCartney, Barack Obama, Tom Cruise, Mick Jagger e muitos outros.

Foi em um prédio próximo ao Copacabana Palace, o Edifício Palácio Champs Élysées, na Avenida Atlântica, nº 2.856, em Copacabana, que nasceu o movimento musical brasileiro que ganharia o mundo: a bossa nova. O edifício era dividido em três blocos (Louvre, Trianon e Versalhes) com entradas independentes. O apartamento 303 do bloco Louvre pertenceu à família da cantora Nara Leão. Por volta de 1957 o apartamento reunia alguns amigos de Nara, como Roberto Menescal, Carlos Lyra, Sérgio Mendes e Ronaldo Bôscoli. Essa turma receberia mais tarde a adição de João Gilberto, vindo da Bahia. Todos eram muito jovens naquela época, por volta de 18, 19 anos. Foi através de João Gilberto que essa turma jovem se ligou a dois caras um pouco mais velhos, que foram fundamentais para a explosão da bossa nova: Tom Jobim e Vinícius de Moraes.

Em 1962 a bossa nova já tinha se popularizado. A canção Chega de Saudade, de João Gilberto, já era um grande sucesso, vendeu muitos discos e era a música símbolo da bossa nova. Mas no fim de junho daquele ano isso começava a mudar. Vinícius de Moraes e Tom Jobim se reuniam frequentemente num bar a um quarteirão da praia de Ipanema, vizinha de Copacabana, para tomar chopp durante a tarde. Sempre escolhiam uma mesa na calçada para observar o movimento. Toda semana viam uma garota passar por eles de maiô e sacola pendurada no braço indo para a praia. Uma garota deslumbrante, linda mesmo! Depois de tanto admirar aquela moça passando, resolveram escrever uma canção.

Nessa época Vinícius de Moraes estava escrevendo uma peça de teatro, uma comédia, chamada Blimp, e encomendou a Tom alguns temas musicais para serem utilizados na peça. O roteiro da peça era meio bobo, contava a história de um extraterrestre que caía por engano no Rio de Janeiro e se apaixonava por uma carioca. Para a peça, Tom Jobim compôs três melodias, que acabariam se tornando canções famosas. São elas Samba do Avião, Só Danço Samba e Garota de Ipanema. Por fim, a peça não saiu do papel. E quando veio a ideia da música sobre a moça da praia, Vinícius escolheu uma daquelas três canções que Tom tinha composto, e que estavam sem letra.

Pouca gente sabe, mas inicialmente Vinícius escreveu uma letra bem diferente para a música, bem mais introspectiva. Dizia assim: “Vinha cansado de tudo, de tantos caminhos. Tão sem poesia, tão sem passarinhos. Com medo da vida, com medo do amor. Quando, na tarde vazia, tão linda no espaço, eu vi a menina que vinha num passo cheio de balanço a caminho do mar.” Pega o começo da música e canta essa parte por cima, que você vai ver que dá certinho. Mas acontece que o Tom Jobim não gostou muito, ele queria uma letra mais ensolarada, mais leve. Vinícius então volta pra casa e escreve os versos que mudariam a música brasileira: “Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça…”. Tal a grandeza da música, Garota de Ipanema foi apresentada ao público pela primeira vez num show que foi gravado e saiu em disco. Foi um show no restaurante Au Bon Gourmet, em Copacabana, que contava com Tom Jobim, Vinícius de Moraes e João Gilberto, acompanhados pelo conjunto Os Cariocas. Para apresentar a nova canção Tom, Vinícius e João Gilberto fizeram uma deliciosa introdução. Sobre uma delicada melodia ao piano, João Gilberto começava cantando: “Tom, e se você fizesse agora uma canção que possa nos dizer, contar o que é o amor?”. Tom Jobim respondia: “Olha, Joãozinho, eu não saberia sem Vinícius pra fazer a poesia.”. E Vinícius retrucava: “Para essa canção se realizar, quem dera o João para cantar.”. E João Gilberto: “Ah, mas quem sou eu? Eu sou mais vocês. Melhor se nós cantássemos os três.”. E entra a imbatível introdução de Garota de Ipanema.

Garota de Ipanema teve sua primeira versão em estúdio gravada por Pery Ribeiro em 1963, no disco Pery é Todo Bossa. Outras gravações vieram na sequência, com destaque para as versões instrumentais do Tamba Trio e do próprio Tom Jobim, que após perceber o sucesso dos shows de bossa nova realizados no Carnegie Hall, em New York, lançou a faixa com o título em inglês, The Girl from Ipanema. Em 1964 o saxofonista de jazz Stan Getz se junta a João Gilberto para gravar um disco antológico, que escancara as portas do mundo para a bossa nova. É deste disco, Getz/Gilberto, a versão mais famosa da canção, cantada em inglês pela então esposa de João Gilberto, Astrud Gilberto. Em 1967, se ainda havia no mundo alguém que não conhecia The Girl from Ipanema, acabaria conhecendo de qualquer maneira. Pois a música entra no disco Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim. Sim, Sinatra se apaixona pela bossa nova e grava um disco inteiro com Tom Jobim. A história deste disco, por si só, merece um texto inteiro. Para se ter ideia, Sinatra telefonou dos Estados Unidos para a casa de Tom, que não estava. Sinatra insistiu tanto em falar com Tom Jobim que fez com que a telefonista o procurasse, fazendo ligações para vários lugares. O encontrou, claro, no mesmo bar em que a ideia de Garota de Ipanema surgiu. O garçom foi até a mesa de Tom e disse ”Olha, tem um gringo no telefone querendo falar com o senhor, não estou entendo nada.”. Era Frank Sinatra.

Garota de Ipanema fez com que a bossa nova se tornasse um dos estilos musicais mais populares em todo o mundo durante os anos 60 e 70, levando consigo o nome do Brasil. Garota de Ipanema é a segunda música mais regravada do mundo, com mais de 250 versões! Ela só perde para Yesterday, dos Beatles. E quando essa constatação foi divulgada, foram perguntar ao Tom Jobim o que ele achava disso. E ele falou: “Olha, pra mim está ótimo. Afinal estou em segundo lugar, mas a música que está em primeiro lugar é dos Bestles, e os Beatles são em 4, né? Eu sou um só.”.

É por histórias tão ricas e interessantes como essas que a Strip Me se dedica a lançar estampas tão incríveis, como essa, inspirada no calçadão de Copacabana, também na bossa nova e na cultura brasileira de maneira geral. E não só isso, mas muito mais. São camisetas de arte, música, cinema, cultura pop e muito mais. Na nossa loja você fica por dentro de todos os lançamentos e promoções. Confere lá!

Vai fundo!

Para ouvir: Se Garota de Ipanema é a segunda música mais gravada do mundo, com certeza dá pra fazer uma bela playlist com as 10 melhores versões. Ouça e escolha a sua favorita entre versões de Frank Sinatra, Ella Fitzgerald, Amy Winehouse, Tim Maia, entre outros. Garota de Ipanema Top 10 tracks.

Para assistir: Claro que na onda do sucesso mundial de Garota de Ipanema, foi feito um filme com o mesmo nome e com a bossa nova como trilha sonora. O roteiro em si é fraco, mais uma desculpa para que várias canções sejam tocadas, funcionando como um compilado de videoclipes. O filme Garota De Ipanema foi lançado em 1967 e dirigido pelo Leon Hirszman. O roteiro foi escrito por várias pessoas em parceria, entre eles Vinícius de Moraes e Glauber Rocha. No elenco, boa parte da turma da bossa nova e da MPB aparecem, de Tom Jobim a Chico Buarque. Vale a pena ver como curiosidade e pela boa música. Tem inteiro no Youtube.

Para ler: Olha, a gente poderia aqui recomendar livros e mais livros que se prestam a dissecar a bossa nova. Mas, ao invés disso, recomendamos um dos melhores livros do Vinícius de Moraes. Livro este que, por se tratar de uma compilação de crônicas e poemas, tem muita bossa ali, já que as crônicas geniais de Vinícius tinham um ritmo delicioso e os poemas a beleza deslumbrante, como a de algumas praias cariocas. O livro Para Viver um Grande Amor foi lançado originalmente em 1972 e está disponível atualmente numa bela edição pela Companhia das Letras.

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