10 Curiosidades incríveis sobre a trilha sonora de Pulp Fiction que você precisa conhecer.

10 Curiosidades incríveis sobre a trilha sonora de Pulp Fiction que você precisa conhecer.

Mais do que músicas de fundo, as canções de Pulp Fiction ajudaram a contar a história, mudaram a indústria fonográfica e marcaram a cultura pop para sempre. A Strip Me desvenda para você os segredos dessa trilha sonora inesquecível!

De maneira geral, a trilha sonora não é apenas um acessório no cinema, ela está integrada à narrativa. A música (ou ausência dela) ajuda a transmitir com mais intensidade a mensagem ali contida. Por exemplo, é a ausência de música que faz de Onde os Fracos Não Tem Vez uma obra tão avassaladora, bem como é a música genial de John Willians que faz E.T. – O Extraterrestre tão emocionante, ou Indiana Jones ser tão empolgante. Além disso, o uso de canções pop também sempre tiveram esse efeito ao longo da história do cinema. Born to Be Wild está eternamente ligada ao filme Easy Rider, assim como Mrs. Robinson ao A Primeira Noite de Um Homem, e assim como tantas outras canções ligadas a filmes memoráveis. Tendo tudo isso em mente, fica evidente o quão revolucionário para o cinema foi Pulp Fiction, a obra prima de Quentin Tarantino, em 1994.

Propositalmente, Tarantino não quis nenhuma música composta para o filme, nenhum tema ou música incidental. Ele apenas fez uma seleção de canções que iam do surf ao country, passando pelo soul, funk e rock e as distribuiu pelo filme. Numa entrevista de 1995, Tarantino diz que utilizou a surf music como fio condutor de todo o filme porque percebeu que soa como se Morricone fizesse rock n’ roll. Em Pulp Fiction, as músicas vão muito além de ambientar as cenas, para serem parte ativa da narrativa. Cada escolha musical feita por Tarantino carrega peso emocional e simbólico, ajudando a descrever estados de espírito, antecipar reviravoltas ou intensificar a atmosfera de uma sequência de cenas. O disco da trilha sonora foi lançado praticamente junto com o filme e realmente mudou o cenário da música pop e a forma como a indústria cinematográfica iria trabalhar as trilhas sonoras dali em diante.

Uma trilha sonora tão emblemática como essa não poderia deixar de ser celebrada pela Strip Me, que se identifica completamente com a pegada rock n’ roll e a diversidade de estilos que Pulp Fiction apresenta. Por isso, trouxemos hoje 10 curiosidades sobre essa obra prima.

A seleção.
Como Tarantino escolheu as músicas de Pulp Fiction

Tornou-se notório depois de Pulp Fiction que Tarantino escolhe muitas músicas das trilhas sonoras de seus filmes antes mesmo de escrever as cenas. Indo um pouco além de Pulp Fiction, para ilustrar isso, o cineasta afirmou que já sabia que queria usar a música Don’t Let Me Be Misunderstood para um duelo com espadas samurai, e a cena toda do final de Kill Bill foi coreografada em cima da canção. A mesma coisa aconteceu com boa parte das canções de Pulp Fiction. Tarantino desenvolveu as cenas já tendo as músicas como referência. E foi essa relação simbiótica que fez essa trilha sonora ser tão revolucionária.

Não é só música.
Os diálogos memoráveis entre as canções

Um dos grandes charmes do álbum de Pulp Fiction é que ele não traz apenas música, intercalando trechos de diálogos memoráveis do filme entre as faixas. O efeito é imediato: ao ouvir o álbum, você praticamente reassiste ao filme na cabeça, revivendo cenas, personagens e toda a atmosfera única da trama. Embora Pulp Fiction não tenha sido o primeiro a misturar falas e músicas em uma trilha sonora, foi um dos responsáveis por popularizar esse formato e transformá-lo em tendência. Poucos meses depois, a trilha de Assassinos por Natureza (que também tem o dedo de Tarantino, aliás) seguiria um caminho parecido. A diferença é que, em Pulp Fiction, as falas foram incorporadas de forma tão natural que o álbum inteiro se transforma numa experiência cinematográfica auditiva.

Ferramenta narrativa.
Como a trilha ajuda a contar a história do filme

Ao invés de buscar músicas da época ou encomendar composições incidentais para cada cena, Tarantino escolheu faixas que causassem emoção, que pudessem efetivamente reforçar o humor ácido, a tensão, ou a sensação de nostalgia artificial que permeia todo o filme. Em Pulp Fiction, as músicas são parte do storytelling. Bullwinkle Part II acompanha a viagem de heroína de Vincent, criando um clima sombrio e alucinado. Girl, You’ll Be a Woman Soon serve como trilha para a sedução e o prenúncio da tragédia. Comanche transforma uma cena violenta num espetáculo ainda mais desconcertante.
Tarantino usa a trilha sonora como se fosse mais um roteirista, guiando pelas emoções dos personagens e amplificando a experiência sensorial do espectador.

Sucesso.
A trilha sonora que vendeu mais que muita banda grande

Estima-se que o disco da trilha sonora de Pulp Fiction vendeu aproximadamente 6 milhões e 300 mil cópias ao redor do mundo. Só nos Estados Unidos foram pelo menos 3 milhões de cópias. Um feito gigantesco para uma coletânea de músicas antigas e sem nenhuma faixa pop contemporânea à época de seu lançamento. Foi um verdadeiro marco para o mercado fonográfico. Vale lembrar também que ali entre 1994 e 1995 rolou a popularização do CD, que tornava a experiência de ouvir o disco mais agradável, não sendo necessário interromper a audição para virar o lado do disco. Qualquer pessoa que tenha vivido os anos 90 certamente tem uma história com essa trilha sonora. Na maioria das vezes, essas histórias se resumem a ouvir o disco repetidas vezes por meses a fio.

Um empurrãozinho rumo ao mainstream.
Como a banda Urge Overkill estourou graças a Tarantino

A banda Urge Overkill foi formada em 1986 em Chicago. Uma típica banda de rock alternativo, como muitas que surgiram na época, aparentemente fadada a tocar nas college radios, e só. Entre 1989 e 1991, lançou 3 discos independentes. Após receber alguns elogios abrindo shows do Nirvana em 1991, na lendária tour do Nevermind, a banda assinou com a Geffen e lançou um EP em 1992 e um novo disco em 1993. Mesmo com contrato com uma grande gravadora, estavam longe de ser uma banda famosa e muito popular. Foi quando Tarantino se encantou com a versão que a banda fez para uma música de Neil Diamond, gravada no tal EP de 1992. Depois do estouro de Pulp Fiction, catapultados pela música Girl, You’ll Be a Woman Soon, a banda passou a tocar em festivais, aparecer na mídia e tudo mais. Mas não conseguiram segurar a onda. Lançaram um disco às pressas em 1995, que não foi muito bem sucedido e a banda se separou em seguida. Rolou uma reunião da banda em 2010, e eles seguem por aí até hoje, sem fazer muito alarde.

Surf Revival.
O renascimento da surf music pós-Pulp Fiction

A surf music foi concebida e ganhou notoriedade no comecinho dos anos 60, se dividindo em duas vertentes: a surf music e as surf songs. A surf music propriamente dita era essencialmente instrumental, inspirado por bandas como The Ventures, o guitarrista Dick Dale formatou a música surf como a conhecemos. Guitarra estralada, levemente distorcida e afundada em reverb, sobre uma batida cadenciada e um baixo hipnótico. Já as surf songs eram as músicas de bandas como Beach Boys e Jan and Dean, que emulavam um pouco dessa sonoridade, mas tinha vocais trabalhados, músicas com letras falando sobre praia e etc. O gênero era muito popular, mas foi perdendo espaço para a psicodelia, o rock de protesto… e caiu no ostracismo ali pelos anos 70. Até que Tarantino resolveu utilizar a surf music como base para a trilha sonora de Pulp Fiction. Os anos 90 viveram um baita revival de surf music por conta de Pulp Fiction. Dick Dale voltou a gravar discos e fazer shows e pintaram novas bandas, como Man or Astro-Man, totalmente inspiradas na linguagem surf.

Clássico mediterrâneo.
Misirlou: de melodia exótica a hino pop dos anos 90

A faixa mais emblemática de toda a trilha sonora de Pulp Fiction certamente é Misirlou. Mas se engana quem pensa que foi Dick Dale o criador da obra. Misirlou, na verdade, é uma música tradicional dos povos do mar Mediterrâneo, principalmente Grécia e Turquia. É dessas músicas antiquíssimas, cujo autor é desconhecido. Ela já foi gravada algumas vezes, inclusive, antes de Dale. Reza a lenda que Dick Dale estava numa festa tocando guitarra, e foi desafiado por amigos a tocar uma música usando apenas uma corda do instrumento. Lembrou-se então dessa melodia que seu pai, de origem turca, cantarolava em casa. Tocou e gostou do resultado. Acabou desenvolvendo o arranjo e gravando Misirlou em 1962. Pouco mais de 30 anos depois, Tarantino desenterrou essa pérola e a tornou uma das músicas instrumentais mais populares dos anos 90, chegando a tocar massivamente nas rádios (coisa raríssima para uma música instrumental). Mais recentemente, ela serviu de base para o Black Eyed Peas cravar um dos maiores clássicos da primeira década do século vinte e um, a música Pump It.

Dança no improviso.
A cena da dança mais icônica do cinema

A sequência mais marcante de Pulp Fiction é a dança de Mia Wallace e Vincent Vega competindo pelo troféu do Concurso de Twist do Jack Rabbit Slim’s. Essa cena acabou se tornando umas das mais parodiadas do cinema desde então. E foi uma cena idealizada por Tarantino já tendo a música You Never Can Tell, do Chuck Berry como trilha. Provavelmente foi a música que inspirou a criação da cena, inclusive. Mas o mais curioso aqui é que tudo foi feito meio que no improviso. Principalmente a dança. Normalmente, numa situação como essa, a dança é coreografada e os atores ensaiam antes de filmar pra valer a cena. Mas aqui não. Tarantino simplesmente montou todo o set e orientou Uma Thurman e John Travolta a improvisarem. Colocou a música pra tocar e disse ao casal algo como: “Dancem e se divirtam, que a gente vai filmando aqui”. Deu no que deu.

Legado.
Como a trilha de Pulp Fiction virou referência cultural

Quando Pulp Fiction chegou aos cinemas em 1994, ele não apenas reinventou o cinema independente, mas também revolucionou a maneira como o público e a indústria encaravam trilhas sonoras. A trilha sonora de Pulp Fiction definiu o tom do filme e se tornou um fenômeno cultural que redefiniu a importância das músicas licenciadas no cinema. Com seu ecletismo calculado, Tarantino provou que uma boa trilha pode ser tão icônica quanto os próprios personagens, elevando a narrativa e gerando um impacto que ultrapassa as telas. Ainda hoje, ao ouvir qualquer faixa dessa seleção histórica, é impossível não ser transportado de volta para o universo estilizado e explosivo do filme. Para ver esse impacto basta pegar os filmes da metade dos anos 90 pra cá. Além de usarem cada vez mais as falas intercaladas às músicas, podemos notar trilhas cada vez mais cuidadosas na seleção das músicas utilizadas. Repare, por exemplo, nas trilhas de filmes como Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes (1998), Onze Homens e Um Segredo (2001) e, recentemente, o ótimo Cruella (2021). Este é o legado da trilha sonora de Pulp Fiction.

Edição de colecionador.
A edição especial da trilha com faixas bônus e raridades

Para celebrar os 10 anos do lançamento de Pulp Fiction, a MCA Records lançou em 2003 uma reedição da trilha sonora de Pulp Fiction. Music From The Motion Picture Pulp Fiction (Collector’s Edition) foi lançado apenas em CD nos Estados Unidos e Europa. Traz uma capa diferente, com apenas um recorte do cartaz do filme, com o olhar fatal de Uma Thurman. O disco traz ainda quatro músicas extras, que aparecem no filme, mas não entraram no disco. São elas Since I First Met You, da banda The Robins e Rumble, do guitarrista Link Wray, que tocam na cena da conversa entre Mia e Vincent no Jack Rabbit Slim’s, Strawberry Letters #23 dos Brothers Johnson, que aparece brevemente no início do filme, quando Jules e Vincent andam pelo corredor do prédio, e Out of Limits, da banda The Marketts, mais um surf que toca após Bruce Willis acelerar a moto, quer dizer, a chopper, ao dizer “Zed’s dead, baby.” Por fim, o disco traz ainda um trecho de uma entrevista onde Tarantino fala sobre a trilha sonora de Pulp Fiction. E a faixa começa com ele logo dizendo: “A primeira coisa que faço quando tenho uma ideia para um novo filme, é ir até minha coleção de discos e começo a ouvir música.”

A verdade é que Pulp Fiction é uma fonte inesgotável de inspiração. Seja pela estética, pela história desconstruída, pelos diálogos inesquecíveis ou pela trilha sonora arrebatadora e atemporal. Não é à toa que a obra prima de Tarantino seja um dos temas mais explorados pela Strip Me, tanto nas estampas de camisetas, sempre lindas e originais, seja nos textos aqui do blog. Para conhecer todas as nossas camisetas que fazem referência a Pulp Fiction e ainda conferir toda a nossa coleção de camisetas de cinema, dá uma olhada na nossa loja. Além disso, por lá você encontra camisetas de música, arte, cultura pop, bebidas e muito mais, e também todos os nossos lançamentos, que pintam por lá toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Olha, a gente até poderia, como de costume, fazer um top 10 com as melhores músicas da trilha sonora do filme. Mas é uma tarefa deveras inglória. Então vamos colocar aqui o link pra você simplesmente ouvir toda a trilha sonora, e rever o filme mais uma vez na sua mente, enquanto curte cada faixa. Ouça aqui.

David Fincher em estado bruto: todos os filmes do diretor, do pior ao melhor.

David Fincher em estado bruto: todos os filmes do diretor, do pior ao melhor.

Obcecado por crimes, detalhes e personagens quebrados, David Fincher moldou o cinema moderno com estilo inconfundível. Hoje a Strip Me celebra sua obra com um ranking cheio de tensão e personalidade.

Quando o assunto é cinema de suspense com estética sombria, reviravoltas de tirar o fôlego e personagens complexos, não tem pra ninguém, David Fincher é o cara. Diretor visionário, perfeccionista assumido e mestre na arte de nos deixar desconfortáveis na poltrona, Fincher construiu uma das filmografias mais impactantes das últimas décadas. Seu olhar clínico para os detalhes, a obsessão por múltiplas tomadas e a parceria com roteiristas afiados transformaram cada um de seus filmes em experiências profundas. Não é à toa, que ele foi escalado para dirigir a continuação de uma das obras mais impactantes de Quentin Tarantino, Era Uma Vez em Hollywood.

Mas não para por aí. Antes de dominar Hollywood, Fincher fez história dirigindo videoclipes memoráveis para artistas como Madonna, Aerosmith, Nine Inch Nails e George Michael, apresentando sua linguagem visual estilizada que ficou célebre posteriormente nas telas de cinema. Para celebrar esse artista polivalente, a Strip Me vai rankear os filmes de David Fincher do menos marcante ao mais inesquecível.


10. Alien 3 (1992)

A estreia de David Fincher nos cinemas foi turbulenta. Marcado por muitas interferências de produtores, Alien 3 não é um grande filme. O próprio Fincher renega a obra. Ainda assim, dá pra sacar alguns traços do estilo que viria depois, a atmosfera opressiva, o senso estético, a câmera inquieta. É um filme imperfeito, mas com ecos do talento bruto que ele lapidaria mais tarde. Um começo conturbado para uma carreira brilhante.

Onde assistir: Apple TV e Amazon Prime Video.


9. The Killer (2023)

Aqui Fincher mergulha na rotina de um assassino profissional, mas deixa de lado o efeito surpresa presente em seus melhores trabalhos. O mais recente da lista é uma espécie de volta às origens minimalistas do diretor. Um filme frio e metódico como seu protagonista, um assassino profissional. A estética é impecável, como sempre, a narração é envolvente, quase hipnótica, mas falta aquele impacto emocional que outros filmes causam. Ainda assim, é um estudo interessante sobre obsessão, rotina e violência, com um Michael Fassbender mandando muito bem.

Onde assistir: Netflix.


8. Quarto do Pânico (2002)

Um suspense de ambiente fechado que explora bem a tensão entre mãe e filha presas em casa durante uma invasão. É o mais comercial dos filmes de Fincher, e ainda assim é muito melhor do que a média do gênero. Jodie Foster manda bem como mãe em modo sobrevivência, Kristen Stewart pré-Crepúsculo já mostra talento, e o uso do espaço e da câmera digital é um show à parte. Tenso, direto, eficiente. Fincher no modo menos é mais. É um filme muito bom, mas apesar de sólido, não chega ao nível das obras-primas do diretor.

Onde assistir: Apple TV e Amazon Prime Video.


7. The Game (1997)

Um thriller psicológico com clima de pesadelo. O filme que fez todo mundo desconfiar do próprio aniversário. The Game é um quebra-cabeça paranoico estrelado por Michael Douglas e cheio de reviravoltas. Talvez não envelheça tão bem quanto outros trabalhos de Fincher, mas ainda prende do começo ao fim. Sabe aquela sensação de que o chão vai sumir sob seus pés? Isso aqui tem de sobra.

Onde assistir: Apple TV e Amazon Prime Video.


6. Millennium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres (2011)

Adaptação sombria e elegante do livro de Stieg Larsson. A performance de Rooney Mara como Lisbeth Salander é um dos pontos altos do filme. Aqui temos o mais puro suco de David Fincher: trilha sonora marcante do mestre Trent Reznor, aquele clima sombrio, personagens quebrados e um mistério denso. Uma obra com um peso visual e narrativo de respeito!

Onde assistir: Apple TV e Amazon Prime Video.


5. Garota Exemplar (2014)

Um estudo de personagem disfarçado de suspense policial. Fincher entrega uma narrativa afiada sobre manipulação, casamento e mídia. Que fique claro, boa parte do êxito deste filme se deve ao roteiro, muito bem adaptado do livro de mesmo título e assinado por Gillian Flynn, que é também a autora do livro. Somam-se ao roteiro as atuações brilhantes de Rosamund Pike e Ben Affleck, e aquela tensão crescente que Fincher domina como poucos, Gone Girl é uma aula de como contar uma história sombria com elegância e veneno.

Onde assistir: Apple TV e Amazon Prime Video.


4. O Curioso Caso de Benjamin Button (2008)

Aqui Fincher sai da sua zona de conforto para contar uma história delicada sobre o tempo, a vida e o amor. A fotografia e os efeitos visuais são deslumbrantes, e Brad Pitt entrega uma ótima atuação. Visualmente impressionante e emocionalmente ambicioso, esse épico romântico é talvez o trabalho mais fora da curva de Fincher. Mas, convenhamos, falta aquela tensão visceral que marca os grandes filmes do diretor. Ainda assim, foi indicado a 13 Oscars e mostra que Fincher também sabe brincar com o coração, mesmo que não seja seu playground favorito.

Onde assistir: Netflix, Apple TV e Amazon Prime Video.


3. A Rede Social (2010)

Com roteiro afiado de Aaron Sorkin e trilha de Trent Reznor e Atticus Ross, Fincher transforma a história da criação do Facebook num drama tenso e elegante. Aqui temos a direção precisa e eficiente de Fincher, que faz deste drama moderno com ritmo de thriller, um filme surpreendente e subestimado. É sobre ambição, ego, ambição, traição, ambição, tecnologia… já falamos ambição?

Onde assistir: Apple TV e Amazon Prime Video.


2. Zodíaco (2007)

Baseado em fatos reais, é um thriller investigativo que foge do convencional. Fincher cria um retrato minucioso do caos e da frustração em busca da verdade. Meticuloso. Longo. Obsessivo. E absolutamente hipnotizante. Zodíaco é uma das obras-primas de Fincher, um mergulho profundo num caso que nunca foi resolvido. Não espere respostas, mas prepare-se para uma investigação que vai ficando cada vez mais densa, angustiante e real. Desses filmes que crescem a cada vez que é visto de novo.

Onde assistir: Apple TV e Amazon Prime Vide

1. Empate Técnico

Não tem jeito. São filmes distintos no enredo e estética, duas obras brilhantes e revolucionárias. Além disso, ambos os filmes trazem, com certeza, as duas melhores atuações de Brad Pitt em toda sua carreira. Não tinha como colocar um acima do outro.

Clube da Luta (1999)

A maior subversão da cultura pop desde o movimento punk. Fight Club virou culto, camiseta, tatuagem e frase de efeito. Por trás da estética suja e dos socos na cara, temos uma crítica brutal ao capitalismo, à masculinidade tóxica e à alienação moderna. A dupla Edward Norton e Brad Pitt entregam atuações inacreditáveis, a fotografia caótica, os cortes bruscos da edição, o clima denso que David Fincher consegue criar, tudo isso resulta numa obra assombrosa e excitante ao mesmo tempo. Ao final só resta mesmo perguntar Where’s My Mind?

Onde assistir: Apple TV e Amazon Prime Video.


Seven – Os Sete Crimes Capitais (1995)

Atmosfera pesada, direção implacável, performances arrepiantes e um dos finais mais impactantes da história do cinema. Um clássico que redefiniu o jeito de se fazer thrillers policiais. Brad Pitt merecia um Oscar pela sequência final no deserto, uma atuação muito poderosa. Não fosse Clube da Luta, poderíamos afirmar com tranquilidade que Seven é a obra-prima de David Fincher.

Onde assistir: HBO Max, Apple TV e Amazon Prime Video.


Poucos diretores contemporâneos conseguiram imprimir uma identidade tão forte e reconhecível quanto David Fincher. Seus filmes falam de obsessão, sistemas corrompidos, violência disfarçada e emoções reprimidas, tudo embalado por uma estética impecável e direção precisa. Para além das telas de cinema, Fincher também deixou sua marca na cultura pop por meio de videoclipes e séries de TV. Um artista autêntico e dinâmico. Claramente, é referência e inspiração para a Strip Me criar camisetas com excelência e originalidade. Camisetas de cinema, música, arte, cultura pop, bebidas e muito mais. Acesse nosso site, descubra as coleções e fique por dentro dos lançamentos, que pintam toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Como a maioria das trilhas sonoras dos filmes de David Fincher são mais focadas em temas incidentais do que em canções, vamos fazer uma playlist com as músicas que ele produziu videoclipes. E tem muita coisa boa! David Fincher Top 10 tracks.

Camiseta preta básica: o item favorito de 10 celebridades (e você vai entender por quê)

Camiseta preta básica: o item favorito de 10 celebridades (e você vai entender por quê)

Simples, versátil e cheia de atitude: a camiseta preta é aquele clássico que nunca sai de cena. De ícones do rock a estrelas de Hollywood, ela é a escolha certeira de quem sabe que menos é mais. Neste post, a Strip Me te mostra 10 celebridades que usam (e abusam) da camiseta preta básica no dia a dia.

Se existe um item que reina absoluto no universo da moda e do estilo minimalista, é a camiseta preta básica. Atemporal, versátil e sempre elegante, mesmo quando usada despretensiosamente, ela habita os guarda roupas de fashionistas e desencanados com o mesmo peso. Seja como base neutra pra compor visuais mais elaborados, ou como statement de simplicidade e autenticidade, a camiseta preta se impõe soberana. É o tipo de peça que diz muito, mesmo quando parece não querer dizer nada.

E o mais curioso disso tudo é que, entre tantas opções disponíveis no mundo da moda, são justamente as celebridades, esses ícones marcados pelo exagero, glamour e exposição, que não abrem mão desse clássico. Em looks de aeroporto, capas de revista, palcos, passarelas ou mesmo longe dos holofotes, indo ali só comprar um cigarro, a camiseta preta é figurinha carimbada. Não por acaso, ela transmite personalidade, atitude e, claro, muito estilo.

Se você está afim de se inspirar para montar um look com camiseta preta ou simplesmente curte ver como gente famosa incorpora o minimalismo na prática, vem com a gente nessa lista com 10 celebridades que provam que a camiseta preta é a escolha mais certeira do guarda-roupa.

James Dean

O retrato da juventude rebelde. James Dean eternizou a camiseta preta como símbolo de atitude. Com calca jeans justa, botas e uma expressão facial “tô nem aí”, ele moldou o estilo do século XX.

Johnny Cash

O Man in Black fez do preto sua armadura. Variando entre camisas e camisetas, sempre pretas, seu uniforme era praticamente um manifesto anti establishment. Estilo com causa, e muito carisma, claro.

Lou Reed

O poeta urbano de New York e avô do punk. Lou Reed praticamente inventou a postura “não estou tentando agradar ninguém, muito pelo contrário”. Lou e camiseta preta é uma coisa só, não dá pra dissociar um do outro. Seco, direto, real. Estilo sem filtro.

Keanu Reeves

Fiel à camiseta preta como parte de seu visual discreto, Keanu Reeves é prova de que o básico pode ter profundidade. Ele não precisa de muito pra parecer cool. Aliás, tamanha é sua discrição perambulando pelas ruas de LA ou New York, que podemos dizer que ele é o rei do quiet cool.

Kate Moss

Rainha do menos é mais, Kate Moss virou sinônimo de elegância casual. Ela mostra que uma camiseta preta pode ser tão sofisticada quanto qualquer peça de alta-costura, se usada com confiança e sabedoria.

Steve Jobs

O homem que nos ensinou a pensar diferente também provou que vestir-se igual todos os dias pode ser revolucionário. Jobs trajando sua camiseta preta virou ícone do minimalismo e eficiência, que refletem os conceitos básicos de sua empresa.

Rihanna

Ela pode usar o que quiser, e escolhe, muitas vezes, a camiseta preta como ponto de partida pra composições ousadas, super fashion e confortáveis. A camiseta preta, com ela, vai do básico ao glamouroso em questão de segundos.

Winona Ryder

Winona Ryder sempre soube que uma camiseta preta pode carregar toda sua intensidade artística. Nos anos 90, ela era o espírito gótico grunge encarnado. Camiseta preta, cabelo bagunçado e aquela vibe de que ela sabia de coisas que ninguém mais sabia. Estilo eterno.

Angelina Jolie

Poucas pessoas entendem tão bem o poder do preto quanto Angelina Jolie. Ela mistura peças básicas com sofisticação e intensidade. Camiseta preta e calça social? Ela faz funcionar. Camiseta preta e jeans? ela faz o óbvio ser encantador.

Patti Smith

A madrinha do punk trouxe poesia, atitude e roupas andróginas do palco para as ruas. Sua camiseta preta, geralmente por baixo de um blazer masculino, é puro manifesto visual.

A camiseta preta é mais do que uma tendência, é um manifesto de simplicidade, autenticidade e atemporalidade. As celebridades aqui listadas, e muitas outras comprovam que o estilo minimalista, quando bem-feito, fala mais alto do que qualquer mega produção fashion. E, se você curte essa pegada e quer trazer esse visual versátil pro seu dia a dia, a Strip Me tem uma linha de camisetas básicas maravilhosas, com tecido 100% algodão e certificação BCI, corte exclusivo e caimento impecável. O tipo de peça que funciona em qualquer look, pra qualquer rolê, com estilo e muito conforto. Dá uma olhada no nosso site pra conferir e ficar por dentro de todas as nossas coleções e lançamentos, que pintam por lá toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist caprichada com canções dos 4 arautos da camiseta preta básica citados nessa lista. Camiseta Preta top 10 tracks.

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Top 10 Strip Me: Os 10 filmes mais emblemáticos dos anos 80.

Top 10 Strip Me: Os 10 filmes mais emblemáticos dos anos 80.

Os anos 80 foram marcados por uma mudança drástica na indústria cinematográfica, com uma profusão incontável de filmes com uma nova estética e linguagem. A Strip Me dá uma geral nessa década única para o cinema, elencando os filmes mais emblemáticos dos anos oitenta.

O cinema dos anos 80 foi um verdadeiro furacão cultural. Foi a década que consolidou o blockbuster, elevou os efeitos especiais a um novo patamar e nos presenteou com algumas das histórias mais incríveis já contadas na telona. Além disso, a estética vibrante, as trilhas sonoras inesquecíveis e o carisma dos personagens criaram um legado que nos atrai até hoje. Dos filmes de ação aos sci-fi visionários, passando pelas comédias adolescentes e aventuras inesquecíveis, essa foi uma época em que Hollywood encontrou a fórmula perfeita para capturar a imaginação do público.

Não é à toa que o cinema dessa década ainda influencia produções atuais, seja por meio de continuações tardias, reboots, ou pela infinidade de referências espalhadas em filmes e séries modernas. Para não deixar dúvida a esse respeito, a Strip Me fez um difícil recorte para chegar a um top 10 definitivo dos filmes mais marcantes dos anos 80. A lista está em ordem cronológica, já que a intenção não é estabelecer que um é melhor que o outro.

Star Wars: O Império Contra-Ataca (1980)

A continuação que não apenas superou o original, mas também elevou a franquia Star Wars a um nível de excelência raramente visto em sequências. Isso sem falar das cenas inesquecíveis e largamente parodiadas. “Luke, eu sou seu pai”… precisa dizer mais alguma coisa?

Apertem Os Cintos, O Piloto Sumiu ( 1980)

Jim Abrahams, David Zucker e Jerry Zucker reinventaram a comédia nonsense neste clássico repleto de referências à cultura pop, que gerou dezenas de filmes semelhantes nas décadas seguintes, de Corra que A Polícia Vem Aí até Todo Mundo em Pânico.

Indiana Jones e Os Caçadores da Arca Perdida (1981)

Aventuras nunca mais foram as mesmas depois que Harrison Ford colocou o chapéu e empunhou o chicote e quase foi esmagado por uma bola de pedra gigante. Steven Spielberg e George Lucas redefiniram o gênero com esse clássico, que deu origem a uma franquia campeã de bilheteria com 5 filmes lançados.

Blade Runner (1982)

O cyberpunk nasceu aqui. Visualmente deslumbrante e filosoficamente profundo, esse sci-fi influenciou tudo que veio depois, de Matrix a Westworld. Além do texto brilhante, trouxe inovações em efeitos especiais nunca vistos antes.

E.T. – O Extraterrestre (1982)

Steven Spielberg em sua melhor forma emocional, consegue traçar a linha mais evidente que diferencia os anos 70 e os anos 80 no cinema. Ele próprio dirigiu, em 1977, um outro filme envolvendo aliens, que é muito mais denso e sombrio. Já em E.T. ele traz uma história cheia de aventura, leve e envolvente sobre a amizade entre um menino e um alienígena, que conquistou corações no mundo todo. Além de redefinir a imagem que todo mundo tinha de um alienígena.

Ghostbusters (1984)

Quem você vai chamar? Essa mistura de comédia, terror e ficção científica trouxe efeitos inovadores e personagens que são lembrados até hoje. Isso sem falar no visual, o carro, a logo, os uniformes, os equipamentos… E, pra completar o pacote, uma trilha sonora inesquecível.

De Volta Para o Futuro (1985)

De Volta Para o Futuro é a síntese dos anos 80, evidenciando sua estética, o comportamento e a sociedade em geral. Até porque evidenciando tais características, reforça a diferença entre épocas tão distintas como os idílicos anos 50 e os caóticos anos 80. Essa diferença na cara, deixa o filme bem mais divertido. Viagens no tempo, DeLorean, Marty McFly e Doc Brown formam um combo inesquecível que ainda gera discussões e teorias entre os fãs.

O Clube dos Cinco (1985)

Sem sombra de dúvidas, este é o filme que capturou o espírito adolescente da década de 80. John Hughes definiu o gênero com esse drama sensível e atemporal sobre cinco jovens descobrindo suas identidades. É um filme teen, mas com uma profundidade poucas vezes vista antes no gênero. Um clássico atemporal.

Top Gun (1986)

Está tudo lá! Cenas deslumbrantes de ação, aviões fazendo manobras, Tom Cruise, óculos aviador, jaqueta de couro e uma trilha sonora arrebatadora. Esse filme elevou o conceito de blockbuster a um novo patamar e virou sinônimo de cultura pop oitentista.

Duro de Matar (1988)

John McClane chegou para reinventar o cinema de ação. Um herói improvável preso em um arranha-céu tomado por terroristas. Fórmula perfeita para um dos maiores thrillers de todos os tempos. Depois dele, se tornou comum ver no cinema um cara sozinho explodindo coisas aos borbotões e salvando o dia. Yippee-Ki-Yay, motherf*cker!

Bateu na trave, mas não entrou.

Alguns filmes foram deixados de fora com muita dor no coração, mas não podemos ignorar sua importância. Afinal são filmes populares até hoje, influenciaram muita gente e tem a cara dos anos 80. São eles:

Curtindo a Vida Adoidado
Os Goonies
Dirty Dancing
Quero Ser Grande
Máquina Mortífera

O cinema dos anos 80 moldou a cultura pop de forma única, criando personagens, visuais e histórias que continuam vivos na memória coletiva. Seja revendo essas obras ou percebendo suas influências em filmes e séries modernos, uma coisa é certa: essa década colorida e tresloucada nunca será esquecida! E, no que depender da Strip Me, não só não será esquecida, como será sempre celebrada. Dá uma conferida na nossa coleção de camisetas de cinema pra ver. E não é só isso, tem as camisetas de música, cultura pop, bebidas e muito mais. Além disso, no nosso site você fica por dentro de todos os lançamentos, que pintam toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Claro, uma playlist caprichada com o que tem de melhor nas trilhas sonoras dos filmes citados no texto. Cinema 80’s top 10 tracks.

Top 10 Strip Me: Os 10 beijos mais marcantes do cinema contemporâneo.

Top 10 Strip Me: Os 10 beijos mais marcantes do cinema contemporâneo.

Entre todos os clichês do cinema, certamente o beijo entre o casal protagonista de um filme é o mais antigo, e segue firme, forte e necessário. Portanto, a Strip Me se enche de romantismo para listar as 10 cenas de beijo mais marcantes do cinema.

O beijo no cinema é um dos artifícios mais antigos da sétima arte para transmitir paixão, desejo, romance ou até mesmo um alívio cômico. Quando bem feito, um beijo na tela pode mudar completamente a percepção do filme e se tornar um ícone da cultura pop. São tantos momentos importantes, alguns deles sendo o clímax do filme, que fica difícil simplesmente listas os 10 melhores. Até porque isso vai depender muito dos critérios adotados para tal seleção, o gosto e o conhecimento sobre filmes de cada pessoa. Ou seja, é uma lista polêmica, que com certeza vai ficar faltando aquele beijo daquele filme que você ama.

Mas a Strip Me está aqui para encarar esses desafios! E listas são com a gente mesmo! Portanto, confira a nossa lista dos beijos mais marcantes da história do cinema.

De Volta Para o Futuro (1985)

O beijo de George McFly (Crispin Glover) e Lorraine Baines (Lea Thompson) pode não ser o mais arrebatador da lista, mas é, sem dúvida, um dos mais importantes. Afinal, sem ele, Marty McFly (Michael J. Fox) literalmente deixaria de existir! Esse beijo não apenas sela o destino do casal, mas também garante a continuidade da linha do tempo.

Cidade de Deus (2002)

O filme que marca a retomada do cinema brasileiro no século XXI. Um verdadeiro clássico, com uma fotografia lindíssima, trilha sonora arrebatadora e roteiro impecável! E não podia faltar, é claro, uma cena de beijo pra ninguém botar defeito. Beijo apaixonado tendo praia como plano de fundo é clichê? É, mas também é um filme quer é a cara do Rio de Janeiro. O beijo entre Buscapé (Alexandre Rodrigues) e Angélica (Alice Braga) é um raro momento de doçura em meio ao caos da favela. É tímido, mas cheio de significado.

Homem Aranha (2002)

Quem diria que um filme de super herói iria gerar uma das cenas românticas mais criativas dos últimos tempos. Mais uma dessas cenas que muito casal certamente já reproduziu. O beijo de cabeça para baixo entre Peter Parker (Tobey Maguire) e Mary Jane (Kirsten Dunst) redefiniu as cenas de beijo no cinema. É icônico, inesperado e genuinamente criativo.

Diário de Uma Paixão (2004)

Não dá pra negar que se trata de um filme ousado. Afinal, é muito cômodo fazer um filme cheio de referência e reverência a gêneros como o terror, filmes de guerra e até mesmo filmes western ou de kung fu. Mas aqui trata-se de um filme que homenageia o melodrama, os filmes românticos como Casablanca. E o faz com perfeição. A cena do beijo apaixonado de Noah (Ryan Gosling) e Allie (Rachel McAdams) debaixo de uma chuva torrencial é tão linda, que virou até o cartaz do filme.

Brilho Eterno de Uma Mente sem Lembrança (2004)

O filme mais triste do genial roteirista Charlie Kaufman, um filme de romance todo desconstruído e encharcado em filosofia. É uma verdadeira obra de arte. O beijo entre Joel (Jim Carrey) e Clementine (Kate Winslet) na praia é um dos mais melancólicos e simbólicos do cinema. Em meio ao apagamento de memórias, esse beijo expressa o desejo de preservar um amor que, mesmo fadado ao esquecimento, continua a se repetir de forma inevitável e apaixonada.

Lisbela e o Prisioneiro (2004)

Guel Arraes acertou a mão mais uma vez com este filme delicioso, uma comédia romântica com todos os clichês do mundo, e que fazem com que o filme funcione muito bem, justamente por isso. A cena em que Lisbela (Débora Falabella) e Leléu (Selton Mello) se beijam dentro da sala de cinema é metalinguagem pura, e uma cena encantadora.

O Segredo de Brokeback Mountain (2005)

Um filme corajoso, acima de tudo. Mas, claro, é sim um ótimo filme, esteticamente lindo, com um roteiro muito bom e com atuações impecáveis! O primeiro e revelador beijo entre Ennis Del Mar (Heath Ledger) e Jack Twist (Jake Gyllenhaal) é um momento de pura emoção e intensidade. Carregado de desejo reprimido e sentimentos conflitantes, esse beijo não é apenas um marco para a história do cinema, mas também um dos mais impactantes e inesquecíveis já filmados.

O Homem do Futuro (2011)

Nesse divertido filme que mistura comédia romântica e ficção científica, a cena crucial do beijo acontece justamente quando o protagonista desiste de ir e voltar no tempo tentando resolver seus problemas, para se entregar à sua paixão. O beijo em questão acontece entre João (Wagner Moura) e Helena (Alinne Moraes) e carrega um misto de nostalgia e emoção, já que ele tenta corrigir os erros do passado e reconquistar seu amor.

Hoje Eu Quero Voltar Sozinho (2014)

Esse é um dos filmes mais belos e sensíveis do cinema brasileiro dos últimos vinte anos. Uma obra singela, e ao mesmo tempo corajosa sobre a descoberta do amor e aceitação. O beijo entre Leonardo (Guilherme Lobo) e Gabriel (Fabio Audi) é um dos mais sensíveis e marcantes do cinema nacional recente. É a materialização do despertar do primeiro amor de forma delicada e natural.

Bacurau (2019)

Uma das obras mais impactantes do cinema brasileiro dos últimos tempos. Apesar de ser um filme de ação e suspense, há uma cena de beijo intensa entre Teresa (Bárbara Colen) e Acácio (Thomas Aquino), que acontece em meio à tensão e ao espírito de resistência da história.

Que lista maravilhosa, hein!? Claro, faltam dezenas de beijos memoráveis. Afinal, seja um beijo clássico de Hollywood ou uma cena moderna, poucas coisas na telona são tão mágicas quanto um beijo bem dado. E a Strip Me celebra cada momento mágico do cinema, e neles se inspira para criar camisetas lindas e super descoladas. Vai lá no nosso site e confere a coleção de camisetas de cinema, de música, de cultura pop, arte, bebidas e muito mais. Por lá você também ficva por dentro de todos os lançamentos, que pintam toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist super romântica, totalmente dedicada a um bom beijo! Beijo Top 10 tracks.

10 filmes que são adaptações de livros, e você não sabia.

10 filmes que são adaptações de livros, e você não sabia.

Desde sempre o cinema tem uma relação íntima com a literatura. Acontece que, de vez em quando, essa relação é meio escondida, e pouca gente fica sabendo. Por isso, hoje a Strip Me revela 10 filmes excelentes que são baseados em livros, e provavelmente, você não sabia.

É bem óbvio, na real, que o cinema tenha se desenvolvido muito graças a literatura. Pensa bem, quando se descobriu que dava pra gerar imagens em sequência, com movimento e tudo, os primeiros experimentos foram feitos procurando contar histórias simples e conhecidas. Ou seja, histórias contadas em livros. A primeira adaptação literária para o cinema mais conhecida é Cinderella, curta metragem de 1899, dirigida pelo francês Georges Méliès, que utilizou como roteiro o livro Cendrillon ou La Petite Pantoufle de Verre (mais conhecido por aqui simplesmente por Cinderela), de Charles Perrault, escrito e publicado em 1697. De lá pra cá, o cinema usou e abusou das mais diversas obras literárias. De Os Miseráveis a Harry Potter. Ou seja, uma das questões mais emblemáticas da sociedade moderna certamente é: Qual é melhor, o filme ou o livro?

Claro, além de subjetiva, é uma resposta muito pessoal. Mas dá pra gente afirmar que, de maneira geral, o livro é melhor que o filme por uma única razão: A imaginação é ilimitada, já o cinema, por mais que tenha efeitos visuais modernos, tem suas limitações. Por exemplo, as imagens que você vai criando na sua mente ao ler Alice no País das Maravilhas são únicas. Além disso, o livro não tem a limitação de tempo que o o cinema impõe. Assim, pode descrever cenas e contar detalhes sobre determinada história que acabam não entrando no filme. E, no final das contas, não importa muito qual é melhor, porque são experiências diferentes, ler um livro e assistir a um filme. Por isso, a gente recomenda que você faça os dois. Leia o livro e assista ao filme. Para te incentivar, listamos aqui 10 filmes que são adaptações de obras literárias e pouca gente sabe.

Psicose (1960)

Já começamos com os dois pés no peito, com um clássico absoluto do cinema. O excelente filme Hitchcock, de 2012, com Anthony Hopkins interpretando o cineasta magistralmente, retrata bem a concepção de Psicose, incluindo o momento em que Hitchcock lê o livro de mesmo nome, escrito pelo autor Robert Bloch e publicado em 1959. Hitchcock pirou no livro e correu para comprar os direitos da obra. Em seguida fez com que a editora recolhesse todos os livros das livrarias, para que ninguém lesse o livro e soubesse o final. Funcionou. O filme fez um sucesso retumbante e se tornou um divisor de águas para o gênero suspense no cinema. E, realmente, pouca gente soube que se tratava de uma adaptação de um livro, e até hoje não é fácil encontrar alguém que o tenha lido. Mas, claro, depois do sucesso do filme, o livro foi reeditado no mundo todo.
Onde assistir: Amazon Prime – Apple TV
Onde ler: Psicose – Robert Bloch – Darkside Books (2013)
O livro é melhor que o filme? Dá pra dizer que fica pau a pau. A maestria com que Hitchcock filmou determinadas cenas, inclusive a do chuveiro, elevam demais o filme.

O Exorcista (1973)

Quando de seu lançamento, O Exorcista foi um filme muito polêmico. Já existiam filme s de terror, com cenas grotescas e tal. Mas eram filmes que tinham um público restrito. O Exorcista foi o primeiro filme de terror a ser exibido indiscriminadamente nas salas de cinema, buscando atingir um público maior. O resultado foi muita gente saindo no meio da sessão horrorizada, algumas até passando mal, vomitando… o que gerou ainda mais interesse do público pela obra. No fim, passou batido pela imprensa e pelo público que o filme fora baseado num livro de mesmo nome, escrito por William Peter Blatty e lançado em 1971.
Onde assistir: Amazon Prime – Apple TV
Onde ler: O Exorcista – William Peter Blatty – Editora Harper Collins (2019)
O livro é melhor que o filme? Definitivamente sim. O filme é maravilhoso, claro. Mas tem muita gente que leu o livro antes de assistir ao filme. E, para essas pessoas, o filme não pareceu tão assustador, porque, sem referência das imagens do longa, as imagens criadas em suas mentes durante a leitura foram bem piores. Além do mais, o livro conta com mais cenas e detalhes de toda a trama.

Tubarão (1975)

Outro clássico que praticamente reinventou o suspense com uma história simples, truques sagazes de filmagem e uma trilha sonora matadora (com o perdão do trocadilho). O curioso aqui é que o livro que inspirou o filme, também chamado Tubarão, escrito por Peter Benchley e lançado em 1974 já era sucesso de vendas antes do lançamento do filme. Mas, claramente o filme atingiu um público muito maior, além de se tornar referência para o cinema, tendo algumas de suas cenas parodiadas inímeras vezes. Além do mais, ao adaptar o livro para o roteiro do filme, Spielberg soube muito bem enxugar a história, concentrando o foco na caça ao tubarão, e cortando muito das subtramas que o livro apresenta.
Onde assistir: Amazon Prime
Onde ler: Tubarão – Peter Benchley – Darkside Books (2021)
O livro é melhor que o filme? Apesar da carga de suspense que faz com que o leitor não queira largar o livro, a escrita de Benchley se mostra cansativa em alguns momentos, e as histórias paralelas à caçada nem sempre convencem. O filme é melhor.

Rambo: Programado para Matar (1982)

Ainda que não seja um título bom, a tradução brasileira para First Blood foi o que deu pra fazer. Mas deixemos isso de lado. O filme é um dos melhores num filão que Hollywood soube (e ainda sabe) explorar muito bem: veteranos de guerra que voltam pra casa muito perturbados. De Taxi Driver a Sniper Americano, a lista de filmes nessa pegada é longa. Sem sombra de dúvida, este primeiro dos quatro filmes protagonizados por John Rambo, é o melhor. Justamente por ter sido adaptado do livro de David Morrell, lançado em 1972. O livro virou best seller na década de setenta nos Estados Unidos, mas o filme fez de Rambo um personagem único da cultura pop, e as sequências de filmes não só descaracterizaram o personagem de sua origem, como o dissociaram completamente do livro.
Onde assistir: Netflix – Amazon Prime
Onde ler: O livro saiu no Brasil em 1972 pela editora Record, mas está fora de catálogo há décadas. A editora Pipoca & Nanquim está com uma reedição da obra prevista para o começo de março deste ano.
O livro é melhor que o filme? Sim. O livro tem força narrativa e dá profundidade aos personagens. O final do livro é completamente diferente do filme, tornando a história muito mais sombria e pessimista.

Jurassic Park (1993)

Spielberg mais uma vez nessa lista, e mais uma vez com uma história onde ele traz inovações e efeitos visuais inacreditáveis para dar vida a feras gigantes. A diferença básica entre Tubarão e Jurassic Park é que no segundo, Spielberg foi muito mais fiel ao livro. E com razão. Afinal, o que faz essa história ser tão empolgante é sua proximidade com a realidade. O livro Jurassic Park foi lançado em 1990 e escrito por Michael Crichton. O autor levou dez anos para finalizar o livro, mergulhado em pesquisas reais de paleontólogos e geneticistas que estudavam os dinossauros. Spielberg foi sábio suficiente para respeitar o texto e ousado suficiente para reviver com espantosa eficiência seres extintos milhares de anos atrás.
Onde assistir: Amazon Prime
Onde ler: Jurassic Park – Michael Crichton – Editora Aleph (2022)
O livro é melhor que o filme? O páreo é duro. O livro tem uma escrita instigante, já o filme tem um visual deslumbrante. Mas no frigir dos ovos, o livro se sai melhor por dar mais profundidade aos personagens e trazer algumas cenas muito interessantes que não estão no filme.

Forrest Gump (1994)

A obra prima de Robert Zemeckis é a trilogia De Volta Para o Futuro. Mas Forrest Gump é sua obra mais artística e sensível. Tom Hanks entrega uma de suas atuações mais inspiradas e a trilha sonora do longa é uma das melhores seleções de música pop americana de todos os tempos. O roteiro de Eric Roth é brilhante por conseguir condensar e lapidar uma boa obra literária, o livro Forrest Gump, escrito por Winston Groom e lançado em 1986. No livro, o protagonista tem uma doença rara chamada Síndrome de Savant, já no filme, o personagem tem um déficit de QI e certo espectro autista, mas nada além disso, o que fez com que o público se conectasse mais com ele.
Onde assistir: Amazon Prime – Apple TV
Onde ler: Forrest Gump – Winston Groom – Editora Aleph (2016)
O livro é melhor que o filme? Não. Não que o livro seja ruim, pelo contrário, é um ótimo livro, muito bem escrito e tal. Mas o filme consegue gerar mais empatia entre o público e o protagonista, além de enxugar um pouco as aventuras de Forrest, tornando o personagem e a história mais críveis. Por exemplo, no livro, além de tudo o que fez no filme, ele também foi astronauta, lutador profissional e dublê de Hollywood, passou um tempo com canibais e teve um macaco chamado Sue.

Jackie Brown (1997)

Quentin Tarantino é reconhecido e premiado por ser um roteirista formidável. Tanto que ele ganhou notoriedade em Hollywood primeiro como roteirista, ao assinar as histórias de Amor À Queima Roupa e Assassinos por Natureza, para então estrear como diretor em Cães de Aluguel. Todos os filmes de Tarantino são roteiros originais, criados por ele, exceto Jackie Brown, que ele adaptou do livro Rum Punch, escrito por Elmore Leonard e lançado em 1992. Um livro típico policial sobre crimes e etc. Tarantino o transformou num filme excelente em que ele referencia e reverencia os filmes blaxploitation dos anos 70. Claro, Tarantino assina o roteiro de Jackie Brown fazendo alterações aqui e ali em relação à história do livro.
Onde assistir: Amazon Prime
Onde ler: Ponche de Rum – Elmore Leonard – Editora Rocco (1997)
O livro é melhor que o filme? Não. Ainda que o livro seja muito bem escrito, Tarantino deixou a trama mais envolvente e instigante, além de ter no elenco Pam Grier, Bridget Fonda, Samuel L. Jackson, Robert DeNiro e Chris Tucker.

Clube da Luta (1999)

Certos livros parecem ter sido escritos para virar filme. Não que sejam ruins como literatura, mas contam uma história tão forte em imagens e personagens densos, palpáveis, que parecem pedir para serem encarnados em película. Chuck Palahniuck escreveu o livro Clube da Luta, que foi lançado em 1996. A obra até que foi bem avaliada pelos críticos e teve uma vendagem mediana. Mas foi David Fincher quem fez o livro virar best seller e ser publicado em vários países. Em 1999 Fincher adaptou o livro para a telona e acabou realizando uma das obras mais importantes dos anos 90, e que talvez seja o melhor filme de toda sua filmografia.
Onde assistir: Disney+ – Amazon Prime
Onde ler: Clube da Luta – Chuck Palahniuk – Editora Leya (2012)
O livro é melhor que o filme? Não. O filme é melhor. Os finais são diferentes no livro e no filme, e o do filme é melhor. Além disso outras mudanças feitas em alguns detalhes da história tornaram o filme mais instigante e divertido. Por exemplo, a breve, mas ótima cena em que rola um diálogo sobre escolher pessoas famosas para lutar, e são citados nomes como Gandhi e Abraham Lincoln, não está no livro.

Shrek (2001)

A adorável e divertida animação Shrek é um conto de fada, ainda que tenha suas particularidades, e ainda que zombe de todos os clichês contidos no gênero. Exatamente por isso, o filme agradou tanto crianças e adultos. O que pouca gente sabe é que o longa foi baseado num livro infantil lançado em 1990, escrito pelo escritor e desenhista William Steig. Não dá pra dizer que o filme foi muito fiel ao livro porque a história do filme é bem mais complexa e cheia de tensões. Ainda assim, o livro tem seu valor. Na época em que foi lançado nos Estados Unidos, chegou a ganhar alguns prêmios, entre eles o de melhor livro infantil do ano.
Onde assistir: Netflix – Amazon Prime – Globoplay
Onde ler: Shrek! – William Steig – Editora Companhia das Letrinhas (2001)
O livro é melhor que o filme? Impossível definir, já que são obras muito diferentes em seu propósito. O filme é feito para entreter crianças e adultos, tem vários elementos e referências à cultura pop, já o livro é exclusivamente dedicado às crianças, tem uma linguagem mais simples e uma história mais direta, o que não é demérito nenhum, já que é muito bem escrito e ilustrado.

A Pele que Habito (2011)

Certamente uma das virtudes de um bom cineasta é saber identificar uma boa história e vislumbra-la na tela de cinema. Foi assim que Pedro Almodóvar, um cineasta essencialmente autoral (que escreve seus próprios roteiros) concebeu o ótimo e perturbador A Pele que Habito, após ler o livro Tarântula, do escritor francês Thierry Jonquet, lançado em 2011. A sinopse do livro e do filme são bem parecidas, mas Almodóvar, à sua maneira de sempre, fez questão de pesar a mão na tinta e tornar a história ainda mais perturbadora.
Onde assistir: Amazon Prime
Onde ler: Tarântula – Thierry Jonquet – Editora Record (2011)
O livro é melhor que o filme? É um páreo duro. O livro é instigante, uma leitura fluída e saborosa. Hás várias diferenças entre filme e livro na história, incluindo nomes de personagens e etc. O filme tem uma fotografia magnífica, atuações soberbas. É realmente difícil cravar qual dos dois é melhor.

Na real, não importa se o filme é melhor que o livro, mas sim consumir ambas as mídias e tirar suas próprias conclusões. E, é claro, estamos usando esse post só como desculpa pra poder chover no molhado e dizer que Ainda Estou Aqui é o Brasil no Oscar! Deixamos de ser a nação de chuteiras para ser a nação de óculos de aro grosso e cigarrinho na boca. E, tão importante quanto assistir ao filme e torcer pelo Oscar, é ler o livro do Marcelo Rubens Paiva. E para você se preparar para os próximos dias, essa mistura louca de Carnaval e premiação do Oscar, onde tudo vira festa, a Strip Me tem tudo pra te deixar no estilo com muito conforto para qualquer ocasião. É só conferir na nossa loja as coleções de camisetas de cinema e de Carnaval, além das coleções de cultura pop, brasilidades e muito mais. Além disso, no nosso site você fica por dentro de todos os lançamentos, que pintam toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: De todos os filmes aqui citados, Forrest Gump é o que tem a trilha sonora mais saborosa. Portanto, hoje a playlist é dedicada a ele. Forrest Gump top 10 tracks.

Top 10 Strip Me: Os 10 melhores filmes sobre inteligência artificial.

Top 10 Strip Me: Os 10 melhores filmes sobre inteligência artificial.

Inteligência artificial é um assunto em alta hoje em dia. Mas para o cinema, é assunto antigo. Muito antes de Chat GPT e Deepseek, HAL 9000 já deixava uma pulga atrás de orelhas humanas quanto a até onde uma máquina pode pensar e sentir. A Strip Me traz hoje os 10 melhores filmes envolvendo inteligência artificial.

Em abril de 1961 a Guerra Fria começava a esquentar, quando o astronauta russo Yuri Gagarin foi o primeiro ser humano a conduzir uma espaçonave e orbitar nosso planeta. Os norte americanos ficaram pistola e logo colocaram em prática o emblemático programa Apolo, que acabaria por levar Neil Armstrong e sua patota à lua em 1969. O que ficou conhecida como a Corrida Espacial entre os Estados Unidos e a Rússia. Esse frenesi de ver quem consegue elaborar a tecnologia mais eficiente e levar o homem mais longe no espaço primeiro, parece se repetir nos dias atuais. Dessa vez, no lugar da Rússia, temos a China. No lugar de espaçonaves, temos a corrida pelo desenvolvimento de plataformas de inteligência artificial que sejam cada vez mais inovadoras e versáteis. Tudo isso em meio a sanções e proibições de comércio de hardware entre os dois países. Com isso, cada vez mais se fala sobre inteligência artificial na mídia.

Acontece que para o cinema, esse papo de inteligência artificial é antigo. Está aí desde os anos 60. Claro, era uma coisa muito distante da realidade e, em alguns casos, tinha um viés apocalíptico considerável. Mas o fato é que, se a gente se acostumou tão rápido a ver uma máquina conversando com naturalidade com um ser humano, se não nos assustamos tanto ao ver uma máquina compor uma canção, ou elaborar uma ilustração, é porque a gente está vendo filmes que mostram isso tudo faz tempo. Portanto, a Strip Me selecionou os 10 melhores filmes sobre IA para te recomendar. Confere aí.

2001 Uma Odisséia no Espaço – 1968

A lista já abre com este clássico absoluto, e talvez o melhor entre os citados nesta lista (que está organizada em ordem cronológica). Já haviam muitos filmes de ficção científica até 1968. Filmes bons, inclusive. Mas Kubrick virou a página e reinventou o gênero sci-fi com 2001 Uma Odisséia no Espaço. Ele não só introduziu efeitos visuais inovadores para a época, mas também elaborou uma narrativa enigmática e uma abordagem filosófica sobre a evolução humana e a relação com a tecnologia. Sua influência perdura até hoje, sendo celebrado por cineastas e críticos como uma obra que não só redefiniu a experiência do cinema, mas também abriu caminho para discussões profundas sobre o papel da tecnologia na sociedade.
Onde assistir: Max, Prime Video

Blade Runner – 1982

Quando uma obra consegue forjar um novo termo, que segue sendo usado por mais de 40 anos, já merece ser reverenciado. Até 1982, ninguém sabia o que era um cyberpunk. Hoje, cyberpunk pode até ser considerado um movimento estético e filosófico. Tudo graças à obra máxima de Ridley Scott, Blade Runner. O longa apresenta uma visão distópica de um futuro onde a linha entre o humano e o artificial se torna cada vez mais tênue, colocando em xeque temas como identidade, memória e a própria essência da humanidade. Vale lembrar que Blade Runner é uma adaptação para o cinema de um dos livros mais impactantes do celebrado autor Philip K. Dick. O livro em questão, Andróides Sonham com Ovelhas Elétricas?, foi lançado em 1968 e é melhor que o filme. Se você já viu o filme, e sabe que ele é incrível, imagina como é o livro!
Onde assistir: Apple TV

O Exterminados do Futuro 2: O Julgamento Final – 1991

Impossível pensar na década de noventa sem se lembrar de Arnold Schwarzenegger dizendo “Hasta la vista, baby.” Aliás, Exterminador do Futuro 2 é um amontoado de clichês dos anos 90. Cenas de ação alucinantes, a franja do jovem John Connor, a trilha sonora com Guns n’ Roses… E é, indiscutivelmente um filmaço. Talvez nem seja o que aborda com mais ênfase a questão da inteligência artificial, já que o tema é abordado com mais profundidade no primeiro filme da franquia. Mas é o segundo que entrou na lista porque é mais cinemão, né? Afinal de contas, um filme que tem um ciborgue de metal líquido que leva tiro de escopeta na cara e continua correndo, enquanto ao fundo toca You Could Be Mine não tem como ser ruim!
Onde assistir: Netflix, Prime Video

Matrix – 1999

Matrix é descendente direto de 2001 Uma Odisséia no Espaço e Blade Runner. Ele junta os conceitos filosóficos dos dois para criar uma trama instigante sobre controle, livre-arbítrio e tecnologia. Também é mais ampla e subjetiva a abordagem sobre a inteligência artificial especificamente. Não há no filme um robô ou uma máquina que converse com humanos ou algo assim. A inteligência artificial aqui é justamente uma poderosa plataforma que cria “realidades”. É, sem dúvida, um divisor de águas no cinema. Além de um roteiro complexo, mas cativante, traz efeitos visuais nunca vistos antes. A única coisa ruim de Matrix é que o filme inspirou um bando de homens reacionários a se juntar e criar o Movimento Red Pill. Ah, e o Matrix 3 também… que é muito, mas muito ruim.
Onde assistir: Max, Prime Video

A.I. – 2001

Dirigido por Steven Spielberg a partir de um projeto idealizado por Stanley Kubrick, é uma obra que mistura a sensibilidade emocional de Spielberg com a visão filosófica fria e fatalista de Kubrick. O filme explora temas complexos como a consciência artificial, o desejo humano por imortalidade e a busca por amor e aceitação, tornando-se uma meditação melancólica sobre o futuro da humanidade e suas criações. Visualmente deslumbrante e com um roteiro ambicioso, A.I. gerou debates sobre inteligência artificial muito antes de sua popularização aqui no mundo real. Embora tenha dividido opiniões na época, seu impacto na cultura pop é inegável, antecipando discussões sobre o papel da tecnologia na definição do que significa ser humano.
Onde assistir: Prime Video

Eu, Robô – 2004

Alex Proyas, responsável pelo controverso filme O Corvo, de 1994, dirige com precisão Eu, Robô. Um thriller de ação e ficção científica livremente inspirado no livro homônimo de Isaac Asimov. Embora tome grandes liberdades em relação à obra original, o filme mantém como base as Três Leis da Robótica e os dilemas éticos sobre a relação entre humanos e máquinas, que são a espinha dorsal da obra literária. Com efeitos visuais impressionantes para a época e um enredo acessível, pra não dizer simplista até demais, ajudou a popularizar conceitos de inteligência artificial e automação na cultura pop. Já o livro de Asimov, uma coletânea de contos interligados, é uma das obras mais influentes da ficção científica, trazendo reflexões sofisticadas sobre lógica robótica, moralidade e o impacto da tecnologia na sociedade. Enquanto o filme enfatiza ação e mistério, o legado literário de Asimov continua sendo referência fundamental para discussões sobre IA e ética tecnológica.
Onde assistir: Disney+, Prime Video

Wall-E – 2008

Wall-E é um exemplo brilhante de como a animação pode transcender o público infantil e atingir em cheio e surpreender adultos desavisados. Com pouquíssimos diálogos na primeira metade, o filme se apoia na força visual e emocional para contar uma história envolvente sobre solidão, amor e o impacto da humanidade no meio ambiente. Seu protagonista carismático e melancólico, um robô solitário em um planeta devastado pelo consumismo, causa no espectador uma desconfortável identificação, tornando-se uma poderosa crítica à sociedade moderna. Além de sua animação impecável e texto mega sensível, Wall-E se consolidou como um dos filmes mais relevantes da Pixar, levantando questões sobre sustentabilidade e o futuro da vida na Terra sem ser panfletário, e mostrando que animações podem ir muito mais longe do que meros contos infantis.
Onde assistir: Disney+

Her – 2013

Spike Jonze, ainda que com poucos filmes em sua vasta filmografia, mais calcada em vídeos musicais, pode facilmente ser considerado um dos cineastas mais brilhantes dos últimos 25 anos. Em Her, Jonze apresenta um texto sensível e envolvente, baseado basicamente em diálogos entre um ser humano e uma inteligência artificial. O longa aborda temas como solidão, conexões emocionais e a relação crescente entre humanos e inteligências artificiais. A atuação de Joaquin Phoenix é brilhante, transmitindo com nuances sutis a vulnerabilidade e complexidade de Theodore, um homem que se apaixona por um sistema operacional de voz sedutora, voz esta de ninguém menos que Scarlett Johansson. O roteiro, vencedor do Oscar, equilibra melancolia e ternura, tornando a história profundamente humana e universal. Além de sua estética delicada e trilha sonora envolvente, Her antecipou discussões sobre amor digital e a forma como a tecnologia redefine nossas relações e emoções.
Onde assistir: Prime Video, Apple TV

Ex Machina – 2014

Antes de pensarmos em qualquer relação com tecnologia e IA, é necessário dizer que Ex Machina é um thriller psicológico fenomenal. E, sim, que aborda inteligência artificial de forma instigante e perturbadora. Com um roteiro afiado e minimalista, o filme questiona a consciência, o livre-arbítrio e a ética da criação tecnológica por meio da relação entre um jovem programador, um bilionário excêntrico (não é o Bruce Wayne) e a enigmática androide Ava. A estética fria e futurista, aliada a atuações intensas e um ritmo claustrofóbico, cria uma atmosfera de tensão crescente. Ex Machina se tornou um dos filmes mais influentes sobre IA na cultura pop, jogando gasolina na fogueira da discussão sobre a autonomia das máquinas e o perigo da manipulação emocional na era digital.
Onde assistir: Apple TV, Prime Video

M3GAN – 2022

De cara, a gente não pensa em M3GAN como um filme muito relevante. É simplesmente como se tivessem atualizado o software do Chucky, o brinquedo assassino. Mas uma das virtudes do filme é justamente conseguir se equilibrar entre esses clichês do terror com pitadas de humor negro, mas sem perder um tom crítico, que vai se mostrando mais claro à medida que o filme avança. Em resumo, a premissa do filme se apoia na criação de uma boneca que evolui para além da programação inicial, desafiando os limites da obediência e da consciência artificial, já levantando a bola para questionamentos reais sobre a imprevisibilidade da IA e os perigos da falta de regulamentação atual. Há ainda a critica aos pais que optam por delegar aspectos emocionais e educativos a dispositivos tecnológicos, levando à perda de conexão humana genuína de seus filhos. No fim, M3GAN se estabelece como um filme de terror inteligente, reafirmando a relevância do gênero como um espelho para os medos e dilemas da sociedade contemporânea.
Onde assistir: Prime Video, Apple TV

Este texto não estaria completo se a gente não citasse a série Super Vicki, mesmo sabendo que o fato de se lembrar dessa série entrega muito a idade. Então sigamos em frente. A inteligência artificial está aí e veio pra ficar. Vamos deixar governos e big techs se degladiando e simplesmente aproveitar para usufruir das facilidades que as IAs podem nos proporcionar e aprender a lidar com elas com sabedoria. Isso posto, ressaltamos que cada camiseta da Strip Me é criada com inteligência 100% orgânica e humana. São camisetas de cinema, música, cultura pop, arte, bebidas e muito mais. No nosso site, além de conferir todo nosso catálogo, você ainda fica por dentro de todos os lançamentos, que pintam por lá toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Playlist caprichada com o que há de melhor nas trilhas sonoras dos filmes aqui citados. IA no Cinema top 10 tracks.

Cultura pop sem fronteiras: Os 10 artistas latinos mais influentes nos Estados Unidos.

Cultura pop sem fronteiras: Os 10 artistas latinos mais influentes nos Estados Unidos.

A cultura pop norte americana indiscutivelmente influencia boa parte do mundo. Mas ela está longe de ser unicamente estadunidense. A Strip Me elencou 10 artistas latinos que deixaram sua marca e um colorido a mais na cultura pop dos EUA.

José Carlos de Brito e Cunha, mais conhecido simplesmente como J. Carlos, foi um dos maiores desenhista do Brasil no início do século XX. Chargista implacável, fez caricaturas históricas de boa parte dos presidentes da República Velha. Em 1941 Walt Disney fez uma viagem pela América do Sul, e em sua passagem pelo Brasil se encantou com as paisagens do Rio de Janeiro, com o samba e com os desenhos magníficos de J. Carlos. Disney fez questão de conhecer J. Carlos, e logo os dois se tornaram amigos. Antes de voltar para os Estados Unidos, Disney convidou J. Carlos a se mudar para Los Angeles e trabalhar nos estúdios Disney. O brasileiro recusou o convite, e presenteou o amigo estadunidense com um desenho de um papagaio abraçado ao Pato Donald. Em agosto de 1942 era lançada mundialmente a animação Saludos, Amigos!, uma produção dos estúdios Disney apresentando um novo personagem, que apresentava as belezas do Rio de Janeiro a um atônito Pato Donald ao som de Aquarela do Brasil. Era Zé Carioca, um papagaio que, reza a lenda, é igual ao desenho feito por J. Carlos. É o que diz a lenda, porque tal desenho do cartunista brasileiro nunca mais foi visto, e Walt Disney nunca sequer o mencionou como “inspiração” para criar o Zé Carioca, que se tornaria um dos personagens mais populares da Disney no final da primeira metade do século XX.

Histórias como essa são mais comuns do que se imagina. A cultura pop que consumimos vem essencialmente dos Estados Unidos. Mas ela é encharcada de influências, referências e, muitas vezes, feita por artistas estrangeiros, especialmente da América Latina. Para ficarmos na seara da animação, basta dizer que um dos filmes mais vistos em 2011 foi a animação Rio, criação do brasileiro Carlos Saldanha, arrecadou de bilheteria quase 500 milhões de dólares no mundo todo, sendo que só nos Estados Unidos, a arrecadação foi de 143.6 milhões de dólares. Ou seja, a cultura pop não só é feita a partir de elementos de diferentes nacionalidades, como o próprio público norte americano consome esse conteúdo com fervor. Para celebrar esse mundo sem fronteiras e que abraça culturas de diferentes nacionalidade, a Strip Me apresenta os 10 artistas latinos que exerceram (e ainda exercem) grande influência na cultura pop dos Estados Unidos.

Ritchie Valens

A passagem de Ritchie Valens por este mundo foi breve. Mais breve ainda foi sua carreira musical. Entretanto, seu nome é lembrado até hoje e sua obra ajudou a moldar a música pop e o rock n’ roll como os conhecemos. Ele nasceu na California. Seus pais eram mexicanos, o que fez com que ele assimilasse muito a cultura do México, mas também consumia o que era feito nos Estados Unidos. O cinema e o bebop, e posteriormente o rock, fizeram com que ele se dedicasse ainda muito jovem a aprender a tocar guitarra. Aos 16 anos de idade, formou sua primeira banda, cuja formação era o puro suco da América: a banda chamada Satellites era formada por dois negros, um americano de ascendência mexicana e um de origem japonesa. Meses depois, influenciado por um grande empresário que investiu nele, Ritchie Valens se tornou artista solo e decolou com o sucesso Come On Let’s Go. Em 1958 emplacou a balada Donna. Consolidado como hitmaker, insistiu em gravar uma versão de uma música tradicional mexicana, cantando em espanhol mesmo. La Bamba foi seu maior sucesso, mudou um pouco a cara do rock, até então meio engessado no mesmo formato. Ritchie Valens estava a bordo do avião, que também levava Buddy Holly The Big Bopper, e se acidentou no estado de Iowa, no dia 3 de fevereiro de 1959. Evento que ficou conhecido como “o dia em que a música morreu”.

Cheech Marin

Outro californiano filho de mexicanos, Cheech Marin, ao lado de Tommy Chong, literalmente abriu um novo caminho na cultura pop, dando protagonismo a dois maconheiros convictos, sendo um deles um imigrante mexicano (o personagem de Cheech Marin). A dupla Cheech & Chong foi um sucesso arrebatador, dando início a um novo gênero de comédia, com uma pegada mais alternativa e rock n’ roll que influenciaria artistas da música, como Willie Nelson, da comédia, como George Carlin e do cinema ao inspirar, por exemplo, os irmãos Coen a desenvolver o personagem Jeffrey “The Dude” Lebowski. A duple Cheech & Chong protagonizou mais de 10 filmes, e Cheech Marin se tornou um dos atores mais requisitados de Hollywood, atuando em filmes e em séries de TV aos montes. Claro que na dublagem brasileira, mas a célebre frase que abre a música Queimando Tudo, clássico da banda Planet Hemp, é ninguém menos que Cheech Marin, displicente dizendo “Ah, desde que eu nasci que eu fumo!”

Tom Jobim

O nosso maestro maior não poderia estar de fora desta lista. Afinal, a bossa nova foi reverenciada no mundo todo, porém, nos Estados Unidos a coisa foi além. Literalmente a bossa nova foi incorporada a um dos gêneros mais originais dos Estados Unidos, o jazz. Tanto é que o saxofonista Stan Getz gravou mais de um disco dedicados somente ao gênero brasileiro, até mesmo Quincy Jones foi influenciado pelo nosso som, dedicando também um disco inteiro a bossa nova, que inclui a clássica Soul Bossa Nova. Claro, a bossa nova foi um movimento articulado por vários músicos, em especial João Gilberto, Tom Jobim, Vinícius de Moraes e etc. Mas foi Tom Jobim quem chegou mais longe fora do Brasil, gravando um disco com Frank Sinatra e levando Garota de Ipanema a ser uma das músicas mais regravadas do mundo. Constatar ainda hoje essa influência imensa de Tom Jobim é fácil. Basta notar que em muitos, mas muitos mesmo, filmes de Hollywood, virou e mexeu tem uma bossinha rolando na trilha sonora.

Walter Salles

Mais um brasileiro nessa lista. No cinema, em especial no cinema cult, Walter Salles é visto como um grande cineasta. Aqui no Brasil encabeçou o movimento Cinema de Retomada, que rolou ali em meados dos anos 90 e fez o cinema brasileiro voltar a ser profissional e relevante. A indicação de Central do Brasil ao Oscar de melhor filme estrangeiro abriu as portas do cinema norte americano para Salles. De cara ele emplacou o excelente Diário de Motocicleta, até conseguir chegar onde muitos cineastas, incluindo nomes como Francis Ford Coppola, sonharam, mas não conseguiram realizar: adaptar para o cinema o emblemático livro On The Road, a bíblia beat de Jack Kerouac. O estilo de filmagem de Walter Salles, que consegue um equilíbrio encantador entre o o cinema underground e o pop, chama cada vez mais a atenção e certamente já influencia diretores mais novos, como os talentosos Ari Aster e Sam Levinson. Sobre Ainda Estou Aqui, falaremos depois que ganharmos o Oscar.

Carlos Santana

Santana ganhou um certo ar de bruxo da guitarra. Certamente isso se deve ao elevado grau de espiritualidade e mística que seu som emana. E esse som só foi possível por Santana se ligar que não dá pra ter fronteiras na música. Ainda pouco conhecido e com apenas um disco lançado naquele mesmo ano, Santana foi um dos maiores destaques do festival de Woodstock, em 1969. A percussão hipnótica e os solos psicodélicos de Soul Sacrifice arrebataram a multidão durante uma das tardes do evento. Carlos Santana nasceu em 1947, no México. Ele começou sua jornada musical sob forte influência do pai, um violonista mariachi. Porém, ao se mudar para os Estados Unidos na adolescência, ele mergulhou no blues e no rock, absorvendo influências de B.B. King, John Lee Hooker e Gábor Szabó. Nos anos 70, álbuns como Abraxas e Santana III consolidaram seu estilo e trouxeram hits como Black Magic Woman e Oye Como Va, uma releitura de Tito Puente, que mostraram como o rock pode abraçar o ritmo latino sem perder a potência. Enquanto o rock progressivo e o hard rock dominavam as paradas, Santana provava que havia espaço para um som mais espiritual, dançante e multicultural.

Alejandro G. Iñárritu

Nascido na Cidade do México, em 1963, Iñárritu começou sua carreira no rádio e na publicidade antes de enveredar pelo mundo do cinema. Sua estreia como diretor veio com Amores Brutos, um drama cru e visceral que entrelaça diferentes histórias. O filme foi um sucesso estrondoso, conquistando prêmios internacionais e colocando o nome de Iñárritu no radar de Hollywood. Assim, em seguida, com 21 Gramas e Babel, completou sua chamada “Trilogia da Dor” e deu uma nova cara para o cinema. Iñárritu não apenas levou uma estética inovadora para Hollywood, mas também desafiou a indústria a pensar de maneira diferente. Seus filmes lidam com temas universais como identidade, imigração, alienação e sobrevivência, tornando-se essenciais para o cinema contemporâneo. Além disso, ele foi um dos expoentes da chamada “Onda Mexicana” em Hollywood, ao lado de Alfonso Cuarón e Guillermo del Toro, provando que o cinema norte americano está longe de ser uma arte exclusivamente anglo-saxã.

Jennifer Lopez

J.Lo é filha de porto-riquenhos, cresceu no Bronx, New York, ouvindo salsa, pop e R&B, influências que mais tarde definiram seu estilo musical. Essa receita se mostrou certeira. Seu disco de estreia, On the 6, de 1999, foi um sucesso imenso, ajudando, inclusive, a catapultar a carreira da cantora também como atriz em Hollywood. Jenniffer Lopez tem uma carreira musical e como atriz repleta de grandes sucessos, mas sua importância para a cultua pop vai muito além disso. J.Lo quebrou barreiras para os latinos na indústria do entretenimento. Antes dela, era raro ver uma artista de origem latina dominar as paradas pop e o cinema ao mesmo tempo. Sua ascensão abriu portas para estrelas como Shakira, Bad Bunny e Rosalía. Ela também redefiniu padrões de beleza e representatividade. Seu corpo curvilíneo desafiou os padrões eurocêntricos de Hollywood e ajudou a mudar a forma como a mídia via a diversidade de corpos femininos. Enfim, uma diva pop pra ninguém botar defeito!

Sofía Vergara

Sofía Vergara é colombiana e começou sua carreira como apresentadora de TV e modelo. Após chamar a atenção de alguns produtores norte americanos, ela abraçou sua grande chance em 2009, quando foi escalada para viver Gloria Pritchett em Modern Family, uma das sitcoms mais bem-sucedidas da história da TV americana. Com seu timing cômico impecável e sua representação autêntica de uma mulher latina forte e engraçada, Sofía rapidamente se tornou uma das personagens mais queridas da série. Sofía Vergara desafiou estereótipos e, ao mesmo tempo, trouxe visibilidade para as mulheres latinas na TV americana. Antes dela, os papéis destinados a atrizes latinas muitas vezes se resumiam a personagens secundárias e estereotipadas. Seu sotaque carregado, que poderia ter sido um obstáculo, virou uma marca registrada e um símbolo de orgulho latino. Em vez de tentar esconder suas origens, Vergara usou sua autenticidade como uma vantagem. Fora das telas, Sofía construiu um império empresarial, com linhas de roupas, perfumes e produtos de beleza, tornando-se uma das mulheres latinas mais influentes dos negócios nos Estados Unidos.

Shakira

Shakira Isabel Mebarak Ripoll nasceu na Colômbia em 1977, descendente de famílias libanesa e colombiana. É uma das poucas cantoras de música pop que compõe seu próprio material. E ela começou a compor desde cedo, já impregnada de influências culturais multiétnicas de sua família, misturando isso ao rock, ao pop e R&B. Nos anos 90, ela conquistou o mercado latino com álbuns como Pies Descalzos e Dónde Están los Ladrones?, que trouxeram hits como Estoy Aquí e Ojos Así. Sua autenticidade e versatilidade já eram evidentes, mas foi no início dos anos 2000 que ela deu um salto rumo ao estrelato global. Shakira fez uma transição inteligente para o mercado norte-americano ao lançar Laundry Service, seu primeiro álbum em inglês, em 2001. Daí em diante, ela não parou de crescer. Sua apresentação no Super Bowl 2020, ao lado de Jennifer Lopez, foi um marco na representatividade latina, reafirmando a influência da cultura hispânica nos Estados Unidos. No fim, Shakira não apenas levou a música latina para o topo das paradas norte americanas, ela ajudou a redefinir o que significa ser uma estrela pop global.

Guillermo del Toro

Guillermo del Toro cresceu no México dos anos 70 fascinado por histórias de terror, literatura gótica e monstros clássicos. Essa paixão foi nutrida desde cedo por cineastas como Alfred Hitchcock e o herói mexicano El Santo, além da estética sombria das histórias de H.P. Lovecraft. Ele começou jovem no cinema como maquiador de efeitos especiais, o que lhe deu uma visão detalhada sobre o design de diferentes criaturas, o que lhe seria muito útil no futuro. Mesmo sendo um cineasta de nicho, del Toro conseguiu algo raro: ser respeitado tanto pela crítica quanto pelo público. Seu talento para equilibrar terror, emoção e beleza visual fica evidente em Círculo de Fogo, por exemplo, um blockbuster que homenageia os filmes de monstros japoneses. No entanto, sua consagração veio com A Forma da Água, uma história de amor entre uma mulher muda e uma criatura aquática. O filme rendeu a del Toro o Oscar de Melhor Diretor e Melhor Filme, tornando-o um dos poucos latinos a conquistar essa honraria. Guillermo del Toro não apenas trouxe novas perspectivas para Hollywood, mas também quebrou barreiras para cineastas latinos. Seu trabalho celebra os monstros como metáforas para a humanidade e transforma o horror em poesia.

Se tem uma coisa que a cultura pop dos Estados Unidos nunca conseguiu evitar foi a influência latina. Ainda bem! Apesar do discursinho vazio imperialista que pinta os Estados Unidos como uma ilha cultural autossuficiente, a verdade é que o país sempre dançou, cantou e vibrou ao som de diversos ritmos. Da música ao cinema, da televisão à literatura, a cultura norte americana seria infinitamente mais pobre sem esse tempero. Ainda bem também que a Strip Me respira e se inspira com essa latinidade, com a nossa brasilidade e com a convergência de culturas, de onde quer que elas venham! Nossas camisetas de cinema, música, cultura pop, arte e muito mais, reforçam, com muito estilo e originalidade, que não tem muro ou fronteira que a arte não consiga transpor.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist caprichada com o que de melhor os artistas da música citados neste texto produziram. Sem Fronteiras Top 10 tracks.

10 atores/atrizes brasileiros que fazem sucesso na gringa.

10 atores/atrizes brasileiros que fazem sucesso na gringa.

Isso não é exatamente novidade, mas cada vez mais artistas brasileiros se destacam em séries e filmes internacionais. A Strip Me listou os 10 mais famosos.

Hollywood é o grande palco dos sonhos no universo cinematográfico. E, ao longo dos anos, diversos atores e atrizes brasileiros têm provado que o talento tropical pode brilhar intensamente sob os holofotes internacionais. Em performances marcantes e grandes papéis em blockbusters, nossos artistas têm deixado sua marca ao redor do mundo. Claro, para chegar lá é preciso enfrentar uma longa jornada de muito trabalho, estabelecer uma rede de contatos confiável, ultrapassar a barreira linguística, encarar alguns preconceitos e, acima de tudo, ter muito talento. Ainda bem que aqui a gente é brasileiro e não desiste nunca.

E muita gente encarou essa jornada toda e se deu bem. E quem abriu essa porteira com seus balangandãs e borogodó foi a inesquecível Carmen Miranda, que não consta nessa lista justamente por ser tão importante e já ter um texto todinho dedicado a ela aqui no blog. Para ler é só clicar aqui. Mas a lista de grandes atores e atrizes brasileiros que se deram bem nos Estados Unidos e também na Europa é consideravelmente longa. E é importante dizer que a gente importa talentos não só na atuação, mas tem muito brasileiro que manda bem demais trampando no cinema internacional como fotógrafos, editores, sonoplastas, maquiadores, figurinistas… enfim. Mas hoje a Strip Me destaca os 10 atores e atrizes mais conhecidos na gringa. Confere aí.

José Wilker

Sem dúvida, um dos maiores nomes da dramaturgia brasileira. José Wilker foi um mestre no teatro, no cinema e na televisão. Ainda que não tenha tido uma carreira internacional muito prolífica, atuou em pelo menos dois filmes gringos que receberam notoriedade. O principal deles foi Medicine Man, onde Wilker atuou ao lado de ninguém menos que Sean Connery. O longa se passa na Amazônia e fala sobre um curandeiro que parece ter encontrado uma planta com propriedades altamente curativas. Além de contar ainda com Lorraine Bracco no elenco, o filme é dirigido pelo John McTiernan, o homem responsável por filmes como Duro de Matar, O Predador, O Último Grande Herói e Caçada ao Outubro Vermelho, e tem trilha sonora assinada por Jerry Goldsmith, compositor das trilhas de filmes como Poltergeist, os três filmes da franquia Rambo, Gremlins e Alien.

Sônia Braga

Depois de Carmen Miranda, certamente Sônia Braga foi a atriz que alcançou maior sucesso em Hollywood. Além de seu talento incontestável, sua beleza incomparável conquistou os norte americanos. Prova disso é sua extensa filmografia, onde dos 51 filmes em que atuou, mais de 20 são produções estadunidenses. E não estamos falando de filmes desconhecidos onde ela faz um papel coadjuvante qualquer. Ela já atuou ao lado de gente como Willian Hurt, Clint Eastwood, Robert Redford, Raul Julia, Charlie Sheen e muitos outros. Para fugir dos óbvios O Beijo da Mulher Aranha e Luar Sobre Parador, destacamos aqui o empolgante filme The Rookie, longa dirigido e protagonizado por Clint Eastwood. Foi lançado em 1990 e, apesar de não ter tido tanta repercussão na época, vale a pena conferir. Ah, sim, e vale mencionar também que ela participou de séries como Sex and the City e Luke Cage, mostrando que talento não tem prazo de validade.

Seu Jorge

Mais conhecido por sua excelente obra musical, Seu Jorge também surpreendeu como ator em produções brasileiras e internacionais. Ele interpretou Pelé dos Santos no cultuado A Vida Marinha com Steve Zissou, de Wes Anderson, onde encantou o público com versões em português de músicas de David Bowie. Sua naturalidade em cena e carisma deram todo um charme a mais para o longa. Tanto que Wes Anderson voltou a contar com a atuação de Seu Jorge no recente Asteroid City. Ainda assim, nada que ele tenha feito no cinema supera sua brilhante atuação no insuperável curta Tarantino‘s Mind ao lado de Selton Mello.

Maria Fernanda Cândido

Depois de ficar conhecida nacionalmente como a Paola, da novela Terra Nostra, e seu sotaque italiano caricato, a excelente atriz Maria Fernanda Cândido teve sua estreia no cinema internacional justamente num filme italiano. Il Traditore, dirigido por Marco Bellocchio, foi lançado em 2019 e narra a história real do mafioso Tommaso Buscetta. O filme foi muito elogiado naquele ano em Cannes e abriu as portas das produções estrangeiras para atriz. Dali em diante ela participou de mais uma produção italiana, Bastardi a Mano Armata (2021), uma francesa, Les Chambres des Merveilles (2023), e uma grande produção hollywoodiana do universo Harry Potter, o filme Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore. Ela participou também de uma ótima série chilena chamada El Presidente, que retrata o escândalo de corrupção da FIFA deflagrado em 2015.

Gabriel Leone

O jovem Gabriel Leone ganhou notoriedade por aqui recentemente por interpretar Ayrton Senna na série biográfica do piloto na Netflix. Mas ele já vinha chamando a atenção por suas atuações em novelas e na série brasileira Dom. Em 2023 já chegou chegando no mercado internacional com um papel relevante no ótimo filme Ferrari, de Michael Mann. Além disso, já está confirmado no elenco da nova temporada da série dos irmãos Russo, Citadel. Com apenas 32 anos de idade e muito talento, certamente ainda vem muita coisa boa por aí na carreira de Gabriel Leone.

Bruna Marquezine

Aqui no Brasil Bruna Marquezine é a personificação da palavra celebridade. Ficou muito famosa por atuar em novelas e séries brasileiras, ganhou status de sex symbol, protagonizou um relacionamento conturbado com um jogador de futebol… e para completar o pacote, vem ganhando destaque no cinema internacional. Sua primeira aparição em produção gringa foi no filme cult Breaking Through, de John Swetnam, lançado em 2015. Mas foi em 2023 que ela conseguiu um papel de destaque numa grande produção, o longa Besouro Azul, uma produção da DC Comics, que vem engrossar esse caldo de filmes de super heróis dos quadrinhos. Marquezine assinou contrato com a UTA (United Talents Agency), uma das maiores agências de atores e atrizes dos Estados Unidos. Portanto, é certo que novos papéis em Hollywood logo logo vão pintar para ela. Até porque, desde 2019 ela já pode ser considerada uma celebridade internacional, já que desfila como modelo nos principais eventos de moda do mundo, como a New York Fashion Week, Semana da Moda de Milão e Paris Fashion Week, desfilando por marcas como Dolce & Gabbana.

Wagner Moura

O baiano Wagner Moura conquistou o Brasil como o Capitão Nascimento em Tropa de Elite, mas foi sua atuação impecável como Pablo Escobar na série Narcos, da Netflix, que o lançou de vez no cenário internacional. Sem ser falante nativo do espanhol, Moura não apenas aprendeu o idioma, mas também deu vida a um dos personagens mais complexos da história da TV. A performance lhe rendeu indicações a prêmios importantes e consolidou sua carreira fora do Brasil. Isso sem falar nos impagáveis memes, em especial do Pablo Escobar contemplativo. Mas a carreira internacional de Wagner Moura começou antes de Narcos, e em grande estilo. Em 2013 integrou o elenco do longa-metragem de ficção científica estadunidense Elysium, contracenando com Matt Damon e Jodie Foster. Desde então, a carreira internacional do ator vem deslanchando, ele já participou de produções pequenas, mas muito elogiadas, como o longa de 2019 Wasp Network, de Olivier Assayas, até produções hollywoodianas como Agente Oculto, de 2022 e Guerra Civil, de 2024.

Morena Baccarin

Morena Baccarin é brasileira, mas passou boa parte de sua vida nos Estados Unidos. Isso certamente ajudou muito para que ela conseguisse consolidar uma carreira de atriz por lá. Ela começou se destacando em séries como Firefly e Homeland, nessa sendo indicada ao Emmy, inclusive. Mas foi na série Gotham que ela realmente mostrou a que veio. Nada mais justo, afinal, quem nasceu no Rio de Janeiro, como ela, tira de letra a violência da cidade do Batman. Já no cinema propriamente dito, ela ganhou notoriedade interpretando a namorada de Wade Wilson, no filme Deadpool, da Marvel. Reconhecimento merecido aliás, até porque não deve ter sido fácil aturar as piadas de quinta série do herói que ela namorou no filme.

Rodrigo Santoro

Rodrigo Santoro é outro nome indispensável nessa lista. Ele começou sua carreira internacional em filmes como Simplesmente Amor, de 2003, mas sua transformação como o Rei Xerxes em 300, de 2006, foi o turning point de sua carreira. Além de Hollywood, Santoro também conquistou espaço em produções latinas e europeias. Com mais de 30 filmes nas costas, sendo pelo menos uns 15 estrangeiros, Santoro já está com sua carreira internacional mega consolidada, o que nos permite aqui simplesmente relembrar seus pequenos deslizes, como a breve (e embaraçosa) participação na série Lost e o intragável filme As Panteras Detonando.

Alice Braga

Seguindo os passos de sua tia Sônia, Alice Braga despontou logo como uma excelente atriz. Fez seu nome atuando muito bem no excelente Cidade de Deus, de 2002. Como o filme teve projeção internacional, ela acabou chamando a atenção na gringa. Estreou lá fora em 2006, ao lado de Brendan Fraser, Mos Def e Caralina Sandino Mereno em Journey To The End Of The Night, que não é um baita filme, mas é um bom entretenimento. Em seguida já conseguiu um papel de destaque, co protagonizando o filme Eu Sou a Lenda, de 2007, com Will Smith. Alice Braga carrega uma filmografia de 34 filmes, sendo 22 estrangeiros. É de encher a tia Sônia de orgulho! E todos nós, brasileiros, também, é claro.

E o que faz com que tantos brasileiros estejam se dando bem na indústria cinematográfica internacional? A resposta é uma só, e está lá no começo deste texto. É o borogodó que só a gente tem, é claro! De Carmen Miranda a Alice Braga De José Wilker a Gabriel Leone, o brasileiro chega lá e entrega o serviço bem feitinho e com um temperinho a mais. Não há quem resista. Assim como não dá pra resistir a imensa variedade de produtos da Strip Me, que exalam brasilidade por todas as fibras! Camisetas de cinema, música, cultura pop e muito mais, além de bonés, bermudas, ecobags e outros acessórios. Cola no nosso site pra conferir e ficar por dentro de todos os lançamentos.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist delícia com artistas brasileiros que fazem sucesso na gringa. Brasil for export top 10 tracks.

Ranking PTA: Todos os filmes de Paul Thomas Anderson, do “pior” ao melhor.

Ranking PTA: Todos os filmes de Paul Thomas Anderson, do “pior” ao melhor.

Um dos mais inventivos e diretores do cinema autoral dos últimos 30 anos, Paul Thomas Anderson tem uma filmografia invejável. A Strip Me listou toda a obra de PTA, do “pior” ao melhor.

O cenário é uma cafeteria na beira de uma rodovia, no meio do deserto. Em uma mesa, dois homens conversam sobre uma situação difícil, enquanto tomam café e fumam cigarros. Em outra mesa um casal em plena lua de mel tem uma DR, enquanto tomam café e o rapaz fuma um cigarro. Do lado de fora, um cara com jeitão de poucos amigos estaciona seu carro e vai ao telefone público. Em seguida, entra na cafeteria, compra café e um maço de cigarros. Os dois homens, o casal e o rapaz sozinho não se conhecem. Mas estão conectados por uma nota de vinte dólares. Foi assim que Paul Thomas Anderson ingressou no negócio do cinema. Seu curtametragem Cigarettes and Coffee, lançado em 1993, impressionou tanto os críticos que ganhou o Festival de Sundance e rendeu ao diretor a oportunidade de produzir um longa metragem.

Paul Thomas Anderson, PTA para os mais chegados, é o tipo de cineasta que parece estar jogando outro jogo, enquanto todo mundo está tentando entender as regras do jogo em curso. Nasceu em 1970, em uma Los Angeles que respira cinema. Não por acaso, a maioria dos seus filmes se passam em LA. Anderson despontou como o garoto prodígio do cinema cult dos anos 90, mas, em vez de seguir fórmulas, ele decidiu fazer um mix louco de personagens disfuncionais, roteiros ousados e uma câmera que dança ao som de sua própria música. Rankear seus 9 filmes é tarefa hercúlea, além de muito polêmica. Mas a Strip Me não tem medo de cinéfilos enfurecidos e comprou essa briga. Vale dizer, é claro, que mesmo o pior filme de Paul Thomas Anderson é um filme ótimo, muito acima da média. Também é importante ressaltar que usamos aqui critérios mais tangíveis do cinema. A maior dificuldade de se rankear os filmes de PTA é que eles, invariavelmente, envolvem emoções e geram no espectador uma conexão afetiva. Por isso, essa é uma lista que pode variar muito de pessoa para pessoa.

9 – Jogada de Risco (1996)

Pode ser considerada a versão estendida do curta Cigarettes and Coffee, até porque o longa foi feito graças ao curta ter sido premiado em Sundance três anos antes. A trama gira em torno de um veterano do blackjack em Las Vegas que começa a ensinar seus truques a um jovem rapaz. Os dois se tornam bons amigos, mas a amizade desanda depois que o rapaz se apaixona por uma cativante garçonete. O roteiro é simples, mas bem amarradinho, tem ótimas atuações, incluindo Philip Seymour Hoffman, que trabalharia com PTA dali em diante até sua morte prematura, e também já mostra a leveza e olhar aguçado de Anderson ao conduzir a câmera. Não tem nada de mais, mas é um filme acima da média, que consegue prender a atenção do espectador e entreter com eficiência.
Onde assistir: Amazon Prime – Apple TV

8 – Licorice Pizza (2021)

Curiosamente, o primeiro e o mais recente filme da carreira de PTA constam nesta lista como os “mais fracos” de sua obra. Ainda assim, trata-se de um filme delicioso, não se deixe enganar. Aqui temos um formato que Anderson utiliza em alguns de seus filmes, mas que aqui alcança um patamar diferente. É o de construir o filme todo em função dos personagens. A trama em si não tem reviravoltas ou eventos que vão mudar a vida das pessoas. Licorice Pizza se presta simplesmente a acompanhar um rapaz e uma mulher que se apaixonam e como suas vidas e o relacionamento se desenvolve. Temos como pano de fundo um bucólico subúrbio de LA nos anos 70 muito bem construído e excelentes atuações. Neste quesito, aliás, destaque para Bradley Cooper, que faz apenas uma participação e aparece em poucos momentos, mas quando o faz, rouba a cena completamente. É um filme leve e surpreendente, para assistir naquele domingo de tarde e sorrir.
Onde assistir: Amzon Prime

7 – Vício Inerente (2014)

Na mesma pegada de Licorice Pizza, Vício Inerente se presta unicamente a acompanhar as desventuras de um detetive particular doidão levando sua vida, fumando maconha, investigando seus casos, fumando maconha, tendo um romance , fumando maconha… enfim. O filme vale por ter um roteiro simples, mas que não é cansativo, uma fotografia excelente e uma atuação arrebatadora de Joaquim Phoenix. Em filmes como este, PTA mostra que é possível ser simples e cometido, sem apelar para grandes estripulias no roteiro, e ainda assim fazer cinema de altíssimo nível.
Onde assistir: Amazon Prime

6 – Boogie Nights (1997)

O salta de qualidade, principalmente como roteirista, que PTA deu de seu filme de estreia para este, que é o segundo de sua filmografia, é brutal! Boogie Nights é um filme cheio de camadas e simbolismos, desses que faz você repensar sobre do que ele realmente se trata quando vê mais de uma vez. Na superfície, temos um filme sobre a era de ouro das produções pornográficas no cinema e a ascensão de um grande astro. Mas, na real, é uma obra sobre pertencimento, sobre busca por raízes, por família e sobre uma utópica manifestação artística original e transcendente. Traz um elenco fabuloso e uma direção positivamente peculiar. Só não entrou no top 5 porque tem um rimo errático. Mas é um filme brilhante. Se ele está na sexta posição, imagine o que vem pela frente!
Onde assistir: HBO Max

5 – Embriagado de Amor (2002)

Sejamos francos. É uma comédia romântica. Com tudo que se espera de um filme do gênero. Incluindo o Adam Sandler. Mas calma, porque é uma comédia romântica do PTA! E isso faz toda a diferença. Temos aqui mais um filme na linha evolução de personagem. O roteiro é muito bem escrito e tem como propósito mostrar como um rapaz solitário, inseguro e reprimido vai crescer e amadurecer a partir do momento em que se apaixona por uma garota. É uma comédia romântica, mas o humor não é explícito e pastelão, mas sim um humor de desconforto, quase de vergonha alheia, mas que tem sua graça dentro do contexto da história. Temos aqui também a melhor atuação de Adam Sandler em toda sua carreira e uma excelente atuação da adorável Emily Watson. Um filme maravilhoso!
Onde assistir: Amazon Prime – Apple TV

4 – Trama Fantasma (2017)

Trama Fantasma é, indiscutivelmente, um passo a frente na filmografia de PTA. É o filme mais bonito de Anderson. Plasticamente é impecável, com uma fotografia delicada e sensível, edição e montagem que dão fluidez e ritmo perfeito, ainda mais tendo como trilha as melodias emblemáticas e belas de Jonny Greenwood, mais conhecido por ser o guitarrista da banda Radiohead, que assina a trilha sonora do longa. Para completar temos um protagonista controverso, metódico, carente e muito talentoso, interpretado pelo magnífico Daniel Day-Lewis. O filme tem como pano de fundo o glamouroso mundo da moda na alta sociedade de Londres dos anos 1950. O personagem de Day-Lewis, um costureiro aclamadíssimo e talentoso, vive vários conflitos e vê sua vida virar de cabeça pra baixo por causa de uma garota. Um filme de arte pra ninguém botar defeito.
Onde assistir: Telecine – Apple TV

3 – O Mestre (2012)

Isso aqui não é um filme, é uma catarse! PTA pegou os principais temas que trabalhou em suas obras mais relevantes até ali (Sangue Negro e Magnólia), condensou e concebeu um filme contundente e arrasador. O Mestre fala sobre fé, submissão, relações humanas e o infinito ciclo abusivo do mestre que precisa do pupilo que precisa do mestre que precisa do pupilo… Com exceção da atuação irrepreensível, que lhe rendeu o Oscar, no filme Capote (2006), de Bennett Miller, neste O Mestre Philip Seymour Hoffman entrega sua mais potente e avassaladora atuação. Da mesma forma, Joaquim Phoenix também está impressionante e Amy Adams igualmente excepcional. É um filme pesado, que levanta muitas questões fundamentais para a vida em sociedade, mas também para cada um refletir sozinho sobre si mesmo no banho ou antes de dormir.
Onde assistir: HBO Max – Amazon Prime

2 – Magnólia (1999)

É o filme mais famoso, e também o mais controverso. Daqueles que separa as pessoas em quem ama e quem detesta. Muita gente, aliás, vai dizer que ele deveria figurar na primeira colocação dessa lista. É compreensível. Um filme que traz 9 histórias distintas, mas que vão se cruzar de alguma maneira até o final do filme, todas elas histórias de conflitos, desesperança, tristeza, solidão, mentira… acaba que provavelmente o espectador vá se identificar e se conectar com pelo menos duas histórias ali. Isso faz com que quem ame este filme, tenha com ele uma conexão afetiva muito grande. É muito comum ver pela internet, em fóruns de cinema ou vídeos e podcasts, gente dizendo que Magnólia salvou sua vida, ajudou a superar uma perda, ou um vício. É muito louco isso. É um filme tão complexo, mas tão cativante, que fica quase impossível descrevê-lo. Mas é um filme genial. É a arte fazendo o seu papel, de causar no espectador as mais variadas emoções, gerar conexões com a realidade e, principalmente, fazer pensar. É um filme imperdível!
Onde assistir: HBO Max

1 – Sangue Negro (2007)

Magnólia figuraria na primeira colocação dessa lista, não fosse essa obra de arte chamada Sangue Negro. Começando pelo roteiro, soberbo, bem escrito, denso, com personagens profundos e grandes diálogos. Daniel Plainview é um dos personagens mais emblemáticos da história do cinema moderno. Ainda mais quando interpretado com verdadeira transcendência por Daniel Day-Lewis. O filme retrata a trajetória de Plainview, um homem ambicioso e incansável que, em busca de petróleo, vai entrar em conflito com um pastor de uma pequena comunidade. Esteticamente, o filme é impecável! Fotografia cheia de contrastes, montagem e edição primorosas e uma direção magistral. Em Sangue Negro PTA alcança o ápice em seu ofício. Deixando emoções e gosto pessoal de lado, sem dúvida, Sangue Negro é o filme mais completo e bem acabado de sua carreira. Uma verdadeira obra prima! Um filme que pode assustar por ser longo e com um tema tão amargo. Mas, acredite, vale cada segundo. É uma aula de cinema a cada frame.
Onde assistir: Amazon Prime – Apple TV

Em resumo, a filmografia de PTA é uma caixa de surpresas: você nunca sabe o que vai encontrar, mas tem certeza de que será algo original, imprevisível e brilhante. Claro, sempre vai ter quem saia da sala de cinema sem entender metade do que viu , mas para quem se conecta com sua visão, Anderson é simplesmente um dos diretores mais inovadores do nosso tempo. Uma obra tão instigante e inspiradora não poderia ficar de foras do cardápio de referências e influências da Strip Me. Confere lá na nossa loja a coleção de camisetas de cinema, de música, arte, cultura pop, games, bebidas e muito mais. No nosso site você também fica por dentro de todos os nossos lançamentos, que pintam toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist caprichada com o qwue de melhor rola nas trilhas sonoras dos filmes do PTA. Paul Thomas Anderson top 10 tracks.

Para assistir: Além de todos os filmes da lista, vale a pena conferir o curtametragem citado no início do texto. Cigarettes and Coffee está disponível de graça no Youtube. Só clicar aqui.

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