
Inteligência artificial é um assunto em alta hoje em dia. Mas para o cinema, é assunto antigo. Muito antes de Chat GPT e Deepseek, HAL 9000 já deixava uma pulga atrás de orelhas humanas quanto a até onde uma máquina pode pensar e sentir. A Strip Me traz hoje os 10 melhores filmes envolvendo inteligência artificial.
Em abril de 1961 a Guerra Fria começava a esquentar, quando o astronauta russo Yuri Gagarin foi o primeiro ser humano a conduzir uma espaçonave e orbitar nosso planeta. Os norte americanos ficaram pistola e logo colocaram em prática o emblemático programa Apolo, que acabaria por levar Neil Armstrong e sua patota à lua em 1969. O que ficou conhecida como a Corrida Espacial entre os Estados Unidos e a Rússia. Esse frenesi de ver quem consegue elaborar a tecnologia mais eficiente e levar o homem mais longe no espaço primeiro, parece se repetir nos dias atuais. Dessa vez, no lugar da Rússia, temos a China. No lugar de espaçonaves, temos a corrida pelo desenvolvimento de plataformas de inteligência artificial que sejam cada vez mais inovadoras e versáteis. Tudo isso em meio a sanções e proibições de comércio de hardware entre os dois países. Com isso, cada vez mais se fala sobre inteligência artificial na mídia.

Acontece que para o cinema, esse papo de inteligência artificial é antigo. Está aí desde os anos 60. Claro, era uma coisa muito distante da realidade e, em alguns casos, tinha um viés apocalíptico considerável. Mas o fato é que, se a gente se acostumou tão rápido a ver uma máquina conversando com naturalidade com um ser humano, se não nos assustamos tanto ao ver uma máquina compor uma canção, ou elaborar uma ilustração, é porque a gente está vendo filmes que mostram isso tudo faz tempo. Portanto, a Strip Me selecionou os 10 melhores filmes sobre IA para te recomendar. Confere aí.
2001 Uma Odisséia no Espaço – 1968

A lista já abre com este clássico absoluto, e talvez o melhor entre os citados nesta lista (que está organizada em ordem cronológica). Já haviam muitos filmes de ficção científica até 1968. Filmes bons, inclusive. Mas Kubrick virou a página e reinventou o gênero sci-fi com 2001 Uma Odisséia no Espaço. Ele não só introduziu efeitos visuais inovadores para a época, mas também elaborou uma narrativa enigmática e uma abordagem filosófica sobre a evolução humana e a relação com a tecnologia. Sua influência perdura até hoje, sendo celebrado por cineastas e críticos como uma obra que não só redefiniu a experiência do cinema, mas também abriu caminho para discussões profundas sobre o papel da tecnologia na sociedade.
Onde assistir: Max, Prime Video
Blade Runner – 1982

Quando uma obra consegue forjar um novo termo, que segue sendo usado por mais de 40 anos, já merece ser reverenciado. Até 1982, ninguém sabia o que era um cyberpunk. Hoje, cyberpunk pode até ser considerado um movimento estético e filosófico. Tudo graças à obra máxima de Ridley Scott, Blade Runner. O longa apresenta uma visão distópica de um futuro onde a linha entre o humano e o artificial se torna cada vez mais tênue, colocando em xeque temas como identidade, memória e a própria essência da humanidade. Vale lembrar que Blade Runner é uma adaptação para o cinema de um dos livros mais impactantes do celebrado autor Philip K. Dick. O livro em questão, Andróides Sonham com Ovelhas Elétricas?, foi lançado em 1968 e é melhor que o filme. Se você já viu o filme, e sabe que ele é incrível, imagina como é o livro!
Onde assistir: Apple TV
O Exterminados do Futuro 2: O Julgamento Final – 1991

Impossível pensar na década de noventa sem se lembrar de Arnold Schwarzenegger dizendo “Hasta la vista, baby.” Aliás, Exterminador do Futuro 2 é um amontoado de clichês dos anos 90. Cenas de ação alucinantes, a franja do jovem John Connor, a trilha sonora com Guns n’ Roses… E é, indiscutivelmente um filmaço. Talvez nem seja o que aborda com mais ênfase a questão da inteligência artificial, já que o tema é abordado com mais profundidade no primeiro filme da franquia. Mas é o segundo que entrou na lista porque é mais cinemão, né? Afinal de contas, um filme que tem um ciborgue de metal líquido que leva tiro de escopeta na cara e continua correndo, enquanto ao fundo toca You Could Be Mine não tem como ser ruim!
Onde assistir: Netflix, Prime Video
Matrix – 1999

Matrix é descendente direto de 2001 Uma Odisséia no Espaço e Blade Runner. Ele junta os conceitos filosóficos dos dois para criar uma trama instigante sobre controle, livre-arbítrio e tecnologia. Também é mais ampla e subjetiva a abordagem sobre a inteligência artificial especificamente. Não há no filme um robô ou uma máquina que converse com humanos ou algo assim. A inteligência artificial aqui é justamente uma poderosa plataforma que cria “realidades”. É, sem dúvida, um divisor de águas no cinema. Além de um roteiro complexo, mas cativante, traz efeitos visuais nunca vistos antes. A única coisa ruim de Matrix é que o filme inspirou um bando de homens reacionários a se juntar e criar o Movimento Red Pill. Ah, e o Matrix 3 também… que é muito, mas muito ruim.
Onde assistir: Max, Prime Video
A.I. – 2001

Dirigido por Steven Spielberg a partir de um projeto idealizado por Stanley Kubrick, é uma obra que mistura a sensibilidade emocional de Spielberg com a visão filosófica fria e fatalista de Kubrick. O filme explora temas complexos como a consciência artificial, o desejo humano por imortalidade e a busca por amor e aceitação, tornando-se uma meditação melancólica sobre o futuro da humanidade e suas criações. Visualmente deslumbrante e com um roteiro ambicioso, A.I. gerou debates sobre inteligência artificial muito antes de sua popularização aqui no mundo real. Embora tenha dividido opiniões na época, seu impacto na cultura pop é inegável, antecipando discussões sobre o papel da tecnologia na definição do que significa ser humano.
Onde assistir: Prime Video
Eu, Robô – 2004

Alex Proyas, responsável pelo controverso filme O Corvo, de 1994, dirige com precisão Eu, Robô. Um thriller de ação e ficção científica livremente inspirado no livro homônimo de Isaac Asimov. Embora tome grandes liberdades em relação à obra original, o filme mantém como base as Três Leis da Robótica e os dilemas éticos sobre a relação entre humanos e máquinas, que são a espinha dorsal da obra literária. Com efeitos visuais impressionantes para a época e um enredo acessível, pra não dizer simplista até demais, ajudou a popularizar conceitos de inteligência artificial e automação na cultura pop. Já o livro de Asimov, uma coletânea de contos interligados, é uma das obras mais influentes da ficção científica, trazendo reflexões sofisticadas sobre lógica robótica, moralidade e o impacto da tecnologia na sociedade. Enquanto o filme enfatiza ação e mistério, o legado literário de Asimov continua sendo referência fundamental para discussões sobre IA e ética tecnológica.
Onde assistir: Disney+, Prime Video
Wall-E – 2008

Wall-E é um exemplo brilhante de como a animação pode transcender o público infantil e atingir em cheio e surpreender adultos desavisados. Com pouquíssimos diálogos na primeira metade, o filme se apoia na força visual e emocional para contar uma história envolvente sobre solidão, amor e o impacto da humanidade no meio ambiente. Seu protagonista carismático e melancólico, um robô solitário em um planeta devastado pelo consumismo, causa no espectador uma desconfortável identificação, tornando-se uma poderosa crítica à sociedade moderna. Além de sua animação impecável e texto mega sensível, Wall-E se consolidou como um dos filmes mais relevantes da Pixar, levantando questões sobre sustentabilidade e o futuro da vida na Terra sem ser panfletário, e mostrando que animações podem ir muito mais longe do que meros contos infantis.
Onde assistir: Disney+
Her – 2013

Spike Jonze, ainda que com poucos filmes em sua vasta filmografia, mais calcada em vídeos musicais, pode facilmente ser considerado um dos cineastas mais brilhantes dos últimos 25 anos. Em Her, Jonze apresenta um texto sensível e envolvente, baseado basicamente em diálogos entre um ser humano e uma inteligência artificial. O longa aborda temas como solidão, conexões emocionais e a relação crescente entre humanos e inteligências artificiais. A atuação de Joaquin Phoenix é brilhante, transmitindo com nuances sutis a vulnerabilidade e complexidade de Theodore, um homem que se apaixona por um sistema operacional de voz sedutora, voz esta de ninguém menos que Scarlett Johansson. O roteiro, vencedor do Oscar, equilibra melancolia e ternura, tornando a história profundamente humana e universal. Além de sua estética delicada e trilha sonora envolvente, Her antecipou discussões sobre amor digital e a forma como a tecnologia redefine nossas relações e emoções.
Onde assistir: Prime Video, Apple TV
Ex Machina – 2014

Antes de pensarmos em qualquer relação com tecnologia e IA, é necessário dizer que Ex Machina é um thriller psicológico fenomenal. E, sim, que aborda inteligência artificial de forma instigante e perturbadora. Com um roteiro afiado e minimalista, o filme questiona a consciência, o livre-arbítrio e a ética da criação tecnológica por meio da relação entre um jovem programador, um bilionário excêntrico (não é o Bruce Wayne) e a enigmática androide Ava. A estética fria e futurista, aliada a atuações intensas e um ritmo claustrofóbico, cria uma atmosfera de tensão crescente. Ex Machina se tornou um dos filmes mais influentes sobre IA na cultura pop, jogando gasolina na fogueira da discussão sobre a autonomia das máquinas e o perigo da manipulação emocional na era digital.
Onde assistir: Apple TV, Prime Video
M3GAN – 2022

De cara, a gente não pensa em M3GAN como um filme muito relevante. É simplesmente como se tivessem atualizado o software do Chucky, o brinquedo assassino. Mas uma das virtudes do filme é justamente conseguir se equilibrar entre esses clichês do terror com pitadas de humor negro, mas sem perder um tom crítico, que vai se mostrando mais claro à medida que o filme avança. Em resumo, a premissa do filme se apoia na criação de uma boneca que evolui para além da programação inicial, desafiando os limites da obediência e da consciência artificial, já levantando a bola para questionamentos reais sobre a imprevisibilidade da IA e os perigos da falta de regulamentação atual. Há ainda a critica aos pais que optam por delegar aspectos emocionais e educativos a dispositivos tecnológicos, levando à perda de conexão humana genuína de seus filhos. No fim, M3GAN se estabelece como um filme de terror inteligente, reafirmando a relevância do gênero como um espelho para os medos e dilemas da sociedade contemporânea.
Onde assistir: Prime Video, Apple TV



Este texto não estaria completo se a gente não citasse a série Super Vicki, mesmo sabendo que o fato de se lembrar dessa série entrega muito a idade. Então sigamos em frente. A inteligência artificial está aí e veio pra ficar. Vamos deixar governos e big techs se degladiando e simplesmente aproveitar para usufruir das facilidades que as IAs podem nos proporcionar e aprender a lidar com elas com sabedoria. Isso posto, ressaltamos que cada camiseta da Strip Me é criada com inteligência 100% orgânica e humana. São camisetas de cinema, música, cultura pop, arte, bebidas e muito mais. No nosso site, além de conferir todo nosso catálogo, você ainda fica por dentro de todos os lançamentos, que pintam por lá toda semana.
Vai fundo!
Para ouvir: Playlist caprichada com o que há de melhor nas trilhas sonoras dos filmes aqui citados. IA no Cinema top 10 tracks.


