Hoje fechamos a trilogia de posts dedicados ao mês do orgulho LGBTI+. Já demos uma geral na história, já falamos sobre os direitos na teoria e na prática, tudo direitinho. Mas convenhamos que a gente não é de ferro e também precisa relaxar e curtir a vida, não é mesmo? Por isso, vamos fechar essa trilogia com o astral lá em cima falando do que a gente mais gosta: arte! Afinal, a arte está recheada de grandes obras e grandes personalidades que representam muito bem os homossexuais de todo o mundo. Vamos falar sobre alguns deles.
É muito legal notar que existem filmes, peças de teatro, canções e pinturas que retratam ou são inspiradas em temáticas gays, mas que são concebidas por artistas héteros. Da mesma maneira, tem muito artista homossexual que não necessariamente explora este tema em suas obras. Um grande exemplo disso é o gênio da Pop Art, Andy Warhol. Notoriamente homossexual, afeito a festas e bares que celebravam a diversidade, por onde transitavam artistas de vanguarda, transexuais e todo o tipo de pessoas que não se encaixavam nos padrões “normais” da sociedade dos anos 1960 e 1970, Warhol conseguiu ser visto e celebrado em todo o mundo como um artista genial, sem precisar esconder seu estilo de vida. Produziu obras de arte incomparáveis sem esbarrar em nenhum momento na militância. Ter o orgulho de não esconder sua vida pessoal, por mais excêntrica que fosse, mostrando que isso não interferia negativamente na sua competência como profissional já foi militância suficiente.
Na música não são poucos os exemplos de artistas gays que tem uma obra invejável sem colocar em evidência sua sexualidade. Rob Halford é um dos vocalistas de heavy metal mais influentes do estilo e fez história frente à banda Judas Priest. Ele se assumiu homossexual em 1998 numa entrevista para a MTV e chocou muita gente. O rock, e em especial o metal, é um meio muito machista e homofóbico. O fato de Halford ter se assumido publicamente ajudou muito a abrir o diálogo e quebrar esses preconceitos. Aqui no Brasil um dos músicos mais influentes da música pop também se assumiu tardiamente, porém sem causar tanta surpresa quanto o vocalista do Judas Priest. Lulu Santos é um dos músicos mais respeitados do rock e pop desde os anos 1980. Exímio guitarrista e compositor de muito bom gosto, Lulu Santos sempre foi discreto com sua via pessoal, e na música nunca foi panfletário, apesar de falar frequentemente sobre amor livre e diversidade. Ele assumiu ser gay somente em 2018 e todo mundo ficou feliz por ele, porém, surpreso mesmo, ninguém ficou. Mas tudo bem.
Deixando um pouco de lado os artistas e falando sobre obras de arte, não há mídia melhor para representar um grupo de pessoas tão plurais, cheias de vida, de amor, de cores e de histórias fantásticas como o cinema. É onde as imagens, a música e a história se juntam para proporcionar uma experiência de vida capaz de nos encantar, inspirar, divertir e fazer pensar. Então fizemos um top 5 filmes sensacionais que representam muito bem a comunidade gay e, cada um à sua maneira, proporciona reflexões importantíssimas.
5 – Meninos Não Choram
É um filme pesado, é verdade. Mas é uma história incrível e muito bem retratada no filme. História real, aliás. Brandon era um rapaz que nasceu mulher, mas desde criança se identificava como homem e tentou se impor como tal. É uma história trágica sobre aceitação e preconceito. Um filme de roer as unhas, emocionante, e com atuações inacreditáveis. Tanto que Hilary Swank ganhou Oscar de melhor atriz em 2000 pela sua atuação como protagonista. Boys Don’t Cry foi lançado em 1999, escrito e dirigido por Kimberly Peirce e tem uma baita trilha sonora boa!
4 – Madame Satã
O representante brasileiro nesta lista é um ótimo filme, também baseado em uma história real e com atuações excelentes. Madame Satã era o “nome de guerra” de João Francisco dos Santos. Ele foi um dos primeiros transformistas do Brasil e virou ícone da liberdade sexual no país, com uma trajetória surpreendente no Rio de Janeiro dos anos 1930. O filme foi lançado em 2002, dirigido por Karim Aïnouz e protagonizado com brilhantismo por Lázaro Ramos.
3 – Filadélfia
Um clássico, né? Este filme está aqui porque representa muito bem o preconceito que os gays sofriam nos anos 1980 e 1990, agravado pelo surgimento da AIDS. Mas além de retratar super bem este momento, é um filmaço em todos os aspectos. Uma trilha sonora arrebatadora com Bruce Springsteen, Neil Young, Sade, Maria Callas, Peter Gabriel, atuações impressionantes de Tom Hanks e Denzel Washington e direção irretocável do gênio Jonathan Demme. O filme foi lançado em 1993 e ganhou dois Oscars no ano seguinte: Melhor Ator e Melhor Canção Original.
2 – Tudo Sobre Minha Mãe
Que o Almodóvar é um gênio, não há dúvida, né? Porém, na hora de escolher qual o seu melhor filme, aí dúvida é o que não falta, tantos são os filmes excelentes dele. Mas com certeza um que sempre vai estar entre seus 3 melhores trabalhos é este. Uma história comovente e arrebatadora, colocada impecavelmente num roteiro que consegue ser dramático e bem humorado, bem amarrado e instigante. A trama se desenrola quando uma mãe solteira tem seu filho envolvido em um acidente e vai à procura do pai da criança, que virou travesti. Uma história insólita e cheia de surpresas que acaba por tratar diversos temas espinhosos com muita propriedade. O filme escrito e dirigido por Almodóvar foi lançado em 1999 e levou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
1 – Priscilla – A Rainha do Deserto
É uma escolha óbvia? Um baita clichê? É sim! Mas nenhum filme na história conseguiu com tanta perfeição representar o espirito gay com tanto brilhantismo. Está tudo lá. A alegria, o glamour, a paixão pela arte, os preconceitos, é claro, e todas as dificuldades e delícias de se assumir como é e viver assim. Priscilla – A Rainha do Deserto é um road movie delicioso, engraçado e empolgante, desses filmes que a gente já viu um monte de vezes, mas sempre acaba vendo de novo. O filme foi lançado em 1994, escrito e dirigido por Stephan Elliott e se tornou, logo de cara, um clássico absoluto. Ah, sim, e também tem uma trilha sonora daquelas!
E assim finalizamos nossa trilogia de posts especiais no mês do orgulho LGBTI+. Posts que, além de homenagear e celebrar a diversidade, reforçam o posicionamento da Strip Me como uma marca que abraça a diversidade e faz coro com todas as vozes que clamam por liberdade e igualdade. Afinal tudo que é escrito aqui representa os princípios e valores da marca. Orgulho, diversão e arte em junho, no ano todo e por toda a vida!
Vai fundo!
Para ouvir: A playlist hoje dá uma geral nas trilhas sonoras dos cinco filmes indicados neste post! Confere lá! Top 10 tracks LGBTI+ Soundtracks!