Cachaça: tudo que você precisa saber sobre a mais brasileira das bebidas.

Cachaça: tudo que você precisa saber sobre a mais brasileira das bebidas.

Brasileiríssima, a cachaça é a mais antiga bebida alcoólica destilada das Américas consumida até hoje. Para você ficar mais íntimo da branquinha, a Strip Me traz 5 curiosidades sobre a bebida e 5 drinks feitos com cachaça.

Se você pensa que cachaça é água, está no lugar certo. Porque aqui você vai conhecer cada detalhe sobre essa bebida tão maravilhosa e icônica da cultura brasileira, pra nunca mais fazer confusão. Presente não só no balcão do bar, mas na culinária, na música, no cinema… enfim, a cachaça faz parte da história do Brasil. Mais do que isso, é reconhecida como patrimônio cultural brasileiro. Estudos apontam que o consumo moderado de cachaça pode até trazer benefícios para a saúde, como redução do estresse e ajudar a digestão. E quem somos nós para questionar a ciência, certo? Dividida entre a branquinha e a envelhecida, a cachaça é versátil e pode muito bem ser consumida pura, como protagonizar drinks incríveis. E a Strip Me traz 5 curiosidades sobre a cachaça e 5 opções deliciosas de drinks com a bebida que vão além da tradicional caipirinha.

Cachaça ou aguardente?

Essa é uma questão simples de responder. Toda cachaça é aguardente, mas nem toda aguardente é cachaça. O que acontece é que se denomina aguardente toda bebida destilada de vegetais, ou ainda de vinho e licores. Por definição, são bebidas alcoólicas, obtidas pela fermentação e posterior destilação de mostos açucarados. Portanto, vodca, rum, gim, steinhager, bagaceira ou grappa, conhaque, tequila… é tudo aguardente. Inclusive a cachaça. Entretanto, a cachaça, assim como acontece com o vinho do Porto ou o champagne, só pode receber essa denominação se for produzida no Brasil. Quando produzida em qualquer outro lugar do mundo, é chamada de aguardente de cana.

A Revolta da Cachaça.

A cana de açúcar é nativa das ilhas da Polinésia, Papua Nova Guiné e Filipinas, ali entre a Austrália e o sul da Ásia. Chegou ao ocidente através dos árabes. Entre os séculos XV e XVI, portugueses e espanhóis já dominavam sua cultura. A Ilha da Madeira, em Portugal, por exemplo, era grande produtora de açúcar. A planta chegou no Brasil pouco depois da chegada de Cabral, por volta de 1530. Se adaptou incrivelmente bem entre os atuais estados de Pernambuco e Bahia. Logo o Brasil passou a produzir muito açúcar. A história de que a cachaça foi descoberta por acaso por escravos é pura lenda. A real é que os colonos portugueses, acostumados a produzir aguardente dos restos da uva, a bagaceira, certamente usaram tais conhecimentos para criar uma aguardente de cana. Uma vez desenvolvida, a cachaça rapidamente se tornou popular entre fazendeiros e escravos. Como consequência, caiu vertiginosamente o consumo de vinho, importado da Europa no Brasil. Descontente com as baixas vendas do vinho português, o rei Dom João IV proibiu a produção de cachaça no Brasil. De cara, a lei não colou. Brasil, né… Em 1659 uma nova lei mandava que todos os alambiques da Bahia e Pernambuco fossem destruídos, bem como embarcações que fossem flagradas transportando a bebida. Já no Rio de Janeiro e São Paulo cada alambique seria taxado com impostos abusivos. Em 1660 mais de 100 donos de engenhos de açúcar se juntaram a tomaram a cidade do Rio de Janeiro, onde estava o governador, exigindo o fim dos impostos e a liberação do comércio e consumo da cachaça. Importante dizer também que a cachaça era uma das mais valiosas moedas de troca por negros escravizados na África. Claro, a revolta foi logo abafada pelas tropas portuguesas, que prenderam ou mataram todos os revoltosos. E em 1661, visando não comprometer o tráfico negreiro, ainda mais após as primeiras descobertas de ouro em Minas Gerais, os impostos foram abaixados e o comércio e consumo da branquinha foram liberados.

Um santo remédio.

Obviamente, aqui precisamos começar dizendo que o consumo em excesso de cachaça, ou qualquer outra bebida alcoólica, não é nem um pouco saudável, e pode causar vários problemas sérios de saúde. Porém, se tomar de forma moderada, a cachaça tem várias propriedades que podem fazer bem. A cachaça é rica em antioxidantes, que protegem as células sadias do organismo, contém anticoagulantes, que melhoram a circulação sanguínea e previnem o AVC e a trombose, dilata os vasos sanguíneos, o que ajuda a proteger o coração contra infartos, tem propriedades diuréticas, que ajudam a eliminar toxinas do organismo e, por fim, o álcool presente na cachaça pode estimular a produção de suco gástrico, o que ajuda a quebrar os alimentos e facilita a digestão. Não é à toa que muita gente toma aquela dosinha matreira de pinga antes do almoço, para abrir o apetite.

Madeira.

A cachaça pode ser divida basicamente em dois tipos, a branca e a envelhecida. a branca é a mais tradicional, após ser produzida, normalmente é armazenada em tonéis de aço, que não alteram em nada seu aroma e sabor. É transparente e não passa por nenhum tipo de envelhecimento antes de ser comercializada. Já a envelhecida passa por um processo mais cuidadoso de armazenamento, sendo maturada por meses em barris de madeira. O tempo de maturação e a madeira utilizada no barril de armazenamento vão ditar a coloração, o aroma e sabor dessa cachaça. As madeiras mais comuns utilizadas são o carvalho europeu, a amburana, o jequitibá-rosa, amendoeira e o bálsamo. De maneira geral, as cachaças envelhecidas em madeira são mais encorpadas, tem uma bela coloração âmbar ou dourada, aroma herbal e sabor com notas mais intensas e levemente adocicadas. Justamente por esse trampo todo e por requerer um cuidado maior no preparo e nesse tempo todo de maturação, normalmente as envelhecidas são bem mais caras. Mas são uma delícia.

Mais cara do mundo.

A cachaça mais cara do mundo custa 180 mil DÓLARES! Isso dá quase 1 milhão de reais! Você não leu errado, são quase um milhão de reais por uma garrafa de cachaça! Mas calma, porque é isso mesmo. São quase um milhão de reais pela garrafa, já os 700 mi de cachaça que vem dentro custa em média duzentos e trinta reais. Na real, essa foi uma baita jogada de marketing da tradicionalíssima marca Velho Barreiro. Eles pegaram sua cachaça premium, produzida em alambique, de forma artesanal, chegando a um teor alcóolico entre 39% e 40%, que depois vai para tonéis de madeira especial, a amburana, onde fica armazenado por cerca de quatro anos, envelhecendo para que o sabor seja mais adocicado e floral. Já a garrafa é coberta por ouro rosé e centenas de pequenos diamantes. O layout, inclusive, foi desenhado pelo próprio presidente da empresa e confeccionada por um ourives de sua confiança. Só existe uma garrafa disponível à venda, e outra só será produzida após a venda desta. Já a cachaça, é sim de excelente qualidade, mas é a mesmíssima encontrada em qualquer supermercado da linha premium da Velho Barreiro, só que em humildes garrafas comuns, de vidro mesmo.

TOP 5 Drinks feitos com cachaça.

Batida de coco

Tradicionalíssima, refrescante, adocicada e elegante, a batida de coco é simples e uma delícia. Para seu preparo, são necessários 60 ml de cachaça, 60 mil de leite de coco, 30 ml de leite condensado, uma pitada de noz moscada e gelo. Há quem goste de bater o gelo, a cachaça, o leite de coco e o leite condensado no liquidificador, e depois só finalizar com a noz moscada já no copo. Outra maneira é misturar a cachaça, o leite de coco, o leite condensado e o gelo na coqueteleira, e, da mesma forma, finalizar com a noz moscada no copo.

Nega Rosa

Um drink inusitado e muito saboroso feito com cachaça, xarope de gengibre, licor de melancia e suco de limão siciliano e um talo de capim santo. É verdade que alguns ingredientes não são tão fáceis de achar, como o xarope de gengibre ou o licor de melancia, mas vale a pena procurar, porque fica realmente muito bom. O modo de preparo é o seguinte: Macere 3 ou 4 pedaços de melancia com o suco de limão siciliano e o xarope de gengibre em uma coqueteleira, depois é só adicionar o licor de melancia e a cachaça, uns cubos de gelo e bater. Quando for servir, coloque no copo um pedaço inteiro de melancia e o talo de capim santo quebrado, para que ele solte mais sabor, acrescente a mistura da coqueteleira e pronto.

Rabo de Galo

Certamente o mais clássico drink com cachaça depois da caipirinha, e, sem dúvida o mais consumido nos bares pelo Brasil afora. De preparo simples e sabor intenso, este drink, cujo nome simplesmente traduz o termo cocktail e tem uma origem simples em balcões de padarias e botequins, vem ganhando espaço nos cardápios de bares requintados. Seu modo de preparo é bem simples. Num copo pequeno, misture uma dose de cachaça, meia dose de vermute tinto e meia dose de Cynar. Para finalizar, um tiwst de limão. Mais simples, impossível!

Bombeirinho

Um drink tão marcante dos anos 80 que periga começar a tocar A-Ha do nada quando você tomar. Mas é delicioso! Para fazer, é só misturar 50 ml de cachaça, 20 ml de suco de laranja, 20 ml de suco de limão siciliano e 20 ml de groselha. Bata vigorosamente isso tudo na coqueteleira com uns 4 ou 5 cubos de gelo. Sirva num copo baixo. Pra dar uma enfeitada, vale colocar meia rodela de limão taiti ou siciliano junto. Aí é só colocar o disco da Cindy Lauper pra tocar e a festa está garantida.

Drink de Cachaça de Jambu

Mas se é brasilidade que você quer, não tem pedida melhor que um exótico, refrescante e saboroso drink com cachaça de jambu. O jambu é uma planta nativa do norte do Brasil e muito utilizada na gastronomia paraense e amazonense. Ela tem sabor intenso, picante e chega a ter propriedades anestésicas, deixando dormente a língua quando ingerida. A cachaça de jambu é feita com o infusão das folhas na bebida. Até algum tempo atrás, não era tão fácil encontrar a cachaça de jambu fora do região norte, mas hoje ela se popularizou e pode ser encontrada facilmente em adegas e lojas especializadas em bebidas de todo o país. Mas vamos ao drink. É super simples. Em um copo com gelo, coloque 50 ml de cachaça de jambu, suco de meio limão e 250 ml de água tônica. Misture bem com uma colher e finalize com meia rodela de limão siciliano.

Impossível nós, como bons brasileiros que somos, não exaltarmos a cachaça, a versão engarrafada da alma brasileira! Símbolo de diversão e resistência, só ela poderia inspirar poesias, músicas e as mais estapafúrdias e maravilhosas filosofias de balcão de boteco. Afinal, com uma dose de cachaça, qualquer conversa vira sabedoria ancestral. A Strip Me, que entende tudo e mais um pouco de brasilidade, traz para suas estampas toda essa aura da branquinha. Dá uma olhada nas coleções de bebidas, brasilidades e Carnaval lá na nossa loja. Aliás, lá você também fica por dentro de todos os nossos lançamentos, que pintam toda semana, e confere todas as nossas coleções.

Vai fundo!

Para ouvir: Aquela playlist que destila o que há de melhor na música brasileira tendo como tema a boa e velha cachacinha! Cachaça top 10 tracks.

O caramelo é nosso!

O caramelo é nosso!

Dois anos atrás a Strip Me lançava um dos seus maiores hits, a camiseta Caramelo Republic, inspirada por uma cadelinha caramelo. Conheça essa história.

Que o doguinho caramelo é orgulho nacional, todo mundo sabe faz tempo. Bem como sabemos que os caramelos, e vira latas em geral, são dos mais inteligentes, dóceis e fiéis cães que existem. Assim sendo, no caótico ano de 2020, os diretores da Strip Me adotaram uma pequena cadelinha, prontamente batizada Britney. Entretanto, logo ganhou a alcunha de Cabrita, dada sua invejável habilidade de pular e saltar pela casa. Assim sendo, hoje já tem por nome de registro Britney Spears Caramela Cabrita. Além de ser um dos pets dos diretores da Strip Me, a serelepe Britney acabou se tornando inspiração para vários produtos da empresa.

O primeiro deles foi a camiseta Caramelo Republic. Uma esperta sacada onde a bandeira da California é antropofagicamente transformada: o urso dá lugar uma bela imagem da Cabrita pulando. Os dizeres Caramelo Republic arrematam a estampa, não deixando dúvida de que somos realmente a nação dos doguinhos caramelos! A estampa Caramelo Republic foi lançada pela Strip Me em 2022, e se tornou rapidamente um hit de vendas e uma das estampas mais amadas, e copiadas, da marca. Tanto que, além de camiseta, ele virou moleton, ecobag e até quadro decorativo. E esse foi só o primeiro passo, ou melhor, pulo, da Britney nas estampas da Strip Me.

Na sequência, vieram várias outras camisetas inspiradas na Britney. Entre elas, mais um mashup maravilhoso, a camiseta Vira Lata Caramelo, onde a famosa logo da produtora de cinema MGM deixa o leão de lado para colocar sob os holofotes nossa amada Cabrita, pronta para distribuir lambeijos, ao invés de um cafona rugido. Mas, provavelmente, a estampa que melhor define o espírito livre e bem humorado da Strip Me seja a camiseta Van Dog, onde a Britney, com uma orelha a menos, posa altiva onde antes estava o pintor Van Gogh em seu famoso auto retrato. É mais uma que virou hit instantâneo. Também, pudera, temos um diverso e imenso público de muito bom gosto, espalhado por vários lugares do mundo.

A Britney Spears Caramela Cabrita é um dos pets dos diretores da Strip Me. E seu amor por pets se reflete na produção das camisetas, tanto que já são tantas envolvendo este universo que foi criada a coleção Pet Friendly, com mais de 25 estampas. Além disso, a venda de nossas camisetas já colaborou com vários ONGs que cuidam de animais abandonados. Isso sem falar na nossa produção feita por demanda, com tecidos certificados com selo BCI e tintas biodegradáveis, fazendo da Strip Me uma empresa que defende e pratica a sustentabilidade.

Hoje, portanto, celebramos os 2 anos de lançamento da Caramelo Republic, que inaugurou uma nova e efervescente fase da Strip Me, que culminou na criação da coleção Pet Friendly. Assim como o vira lata caramelo é o orgulho do Brasil a camiseta Caramelo Republic é um orgulho, originalíssimo, diga-se, da Strip Me! Para conhecer mais sobre nossas camisetas Pet Friendly, bem como camisetas de cultura pop, florais, sustentabilidade, bebidas, música, cinema e muito mais, dá uma olhada na nossa loja, onde você também fica por dentro de todos os lançamentos, que pintam por lá toda semana.

Vai Fundo!

Para ouvir: Uma playlist deliciosa, cheio de lambeijos! 10 canções que foram escritas de seus donos artistas para seus amados cãezinhos. E tem música ali que você nem imaginava que era feita pra cachorro! Top 10 tracks músicas pra cachorro! 

10 bigodes que fizeram história na cultura pop.

10 bigodes que fizeram história na cultura pop.

Determinados elementos são tão marcantes que viram referência. Na cultura pop, bigodes das mais diferentes formas e espessuras viraram verdadeiros ícones. A Strip Me elencou os 10 mais memoráveis.

Conjunto de pêlos faciais que cresce acima do lábio superior e abaixo do nariz. Resumindo muito basicamente, essa é a definição do bigode. Atualmente é meramente estético, mas na antiguidade, já foi símbolo de poder, religiosidade e bravura. Ainda que os primeiros registros mais confiáveis de homens ostentando bigode date do século IX, há indícios que já no Antigo Egito, ele já fosse utilizado. A origem da palavra mustache, bigode em inglês, tem origem no grego helenístico, vindo se transformando ao longo dos séculos. Já a palavra bigode em si tem origem mais interessante. Na Idade Média, os bárbaros germânicos usavam bigodes volumosos e tinham por grito de guerra “Bei Gott!”, ou seja, por Deus. O pessoal da península ibérica associou o grito de guerra aos homens peludos entre a boca e o nariz e passaram a chamar os bárbaros de bigode, que acabou virando a palavra latina para designar o tal conjunto de pêlos faciais.

Já no século XIX o bigode realmente se popularizou, e os homens começaram a explorar cada vez mais diferentes maneiras de ostentá-lo. Um bigode vistoso e bem desenhado era sinal de classe e elegância. E, por fim, o bigode está aí até hoje firme e forte. E durante todo o século XX, com o surgimento da mídia, celebridades e etc, alguns bigodes se tornaram icônicos, marcaram época e foram copiados à exaustão. A Strip Me selecionou os 10 bigodes mais marcantes da cultura pop. Confira.

Friedrich Nietzsche

Ainda que o filósofo alemão seja anterior à cultura contemporânea, fica impossível falar de bigodes e não citá-lo. É amplamente sabido que Nietzsche foi um dos filósofos mais influentes da segunda metade do século XIX. Seus textos críticos à religião, à moral da sociedade em que vivia, e, de certa forma, até mesmo à cultura, fizeram dele um escritor controverso e, ao mesmo tempo inovador. Ele ajudou a moldar o conceito que hoje entendemos por existencialismo. E, acima de tudo, como um bom bárbaro germânico, Nietzsche ostentava um volumoso e imponente bigode que lhe cobria toda a boca, e que se tornou sua marca registrada.

Charlie Chaplin

Sem dúvida o pioneiro da comédia no cinema, Chaplin era multi tarefa. Dirigia, escrevia e atuava. É considerado um dos criadores do cinema e referência para praticamente todo mundo que veio depois dele. Controverso e desafiador, Chaplin nunca assumiu um posicionamento político, mas acabou sendo incluído na famosa e infame Lista Negra de Hollywood no fim dos anos 40, considerado subversivo. Além de sua trajetória de grandes trabalhos, Chaplin acabou imortalizado na imagem de seu mais notório personagem, denominado simplesmente O Vagabundo, mas também conhecido por Carlitos na América Latina. O personagem aparece em vários filmes de Chaplin, sendo os mais notórios deles Luzes da Cidade e O Imigrante. Além do chapéu coco e da bengala de bambu, destaca-se o diminuto, mas marcante bigode, que virou moda nos anos 30.

Salvador Dali

O mestre do surrealismo teve não só sua obra marcada pela excentricidade e brilhantismo, mas teve também uma vida pessoal igualmente excêntrica, além de conturbada e sabidamente controversa. Por exemplo, numa época em que sequer existia o conceito de relacionamento aberto, Dali e Gala, sua esposa, já viviam um casamento aberto sem o menor pudor. Dalí morreu de insuficiência cardíaca em 1989, aos 84 anos, em Figueres, na Espanha, onde foi sepultado. Em 2017 seu corpo foi exumado para obtenção de amostras de DNA, para um processo de paternidade, que deu negativo. E o que mais chamou a atenção é que seu bigode estava intacto! Em 1955 Dali deu uma entrevista à BBC e contou o segredo para um bigode tão espevitado. Ele disse que, após um almoço, estava comendo tâmaras. Com as mãos sujas da fruta, modelou o bigode, que ficou a tarde toda daquele jeito. Foi então que ele decidiu adotar o estilo. Ficou um tempo usando a oleosidade da tâmara, mas depois passou a usar uma cera de origem húngara. Em 2010 uma pesquisa elegeu o bigode de Dali o mais famoso do mundo. Nada mais justo, para um dos artistas mais revolucionários da humanidade.

Charles Bronson

Tanto a carreira de Charles Bronson, como seu bigode acabam ganhando notoriedade por serem ordinários, ou seja, comuns. Já a vida pessoal do ator foi super movimentada. Filho de um casal de lituanos vivendo na Pensilvania, Bronson passou boa parte de sua infância sem falar inglês, foi aprender o idioma depois de adolescente. Serviu o exército dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial como artilheiro de cauda do bombardeiro B-29, chegando a ganhar a medalha Purple Heart, uma das mais importantes condecorações de guerra. Nos anos 50 ingressou no cinema por acaso, como figurante e foi ficando, ganhando papéis secundários aqui e ali. Fez vários westerns, mas foi na década de 70 que se destacou com os filmes de pouca conversa e muita ação. Seu maior sucesso foi o clássico Desejo de Matar, de 1974. Assim como seu bigode simples e ralo, no filme Bronson interpreta um pacato arquiteto, que tem sua esposa e filha estupradas e vai em busca de vingança. Desejo de Matar teve mais cinco sequências, além disso Bronson estrelou vários outros filmes do mesmo estilo. E seu bigode ajudou a criar essa imagem de tiozinho ranzinza tão cativante.

Freddie Mercury

Com vasta diversidade em cabelos compridos e vistosas costeletas, o rock n’ roll nunca foi tão marcado por bigodes. Claro, teve um ou outro, os Beatles na fase Sgt. Peppers…, Frank Zappa, Lemmy Kilmister (que, a rigor, considera-se bigode e barba). Mas pelo menos um bigode ficou realmente marcado na história do rock. Um bigode espesso e bem desenhado. Claro que estamos falando de Freddie Mercury, a colossal voz a frente da banda Queen. Desde suas primeiras experiências musicais, antes de conhecer Brian May, até seus últimos dias, Freddie Mercury mudou muito de estilo. Usava roupas psicodélicas, depois couro, collants… enfim. Mas a mudança que mais ficou marcada e imortalizou sua imagem foi a do bigode. Segundo um amigo pessoal de Mercury, dois fatores foram determinantes para que ele adotasse o bigode. Primeiro que, em meados dos anos 70, estava se criando nos Estados Unidos uma imagem de homem viril, o popular machão, que ostentava bigode. Essa imagem foi prontamente adotada pela comunidade gay e Freddie Mercury a adotou, pois além de gostar do estilo, o bigode disfarçava seus dentes levemente protuberantes que tanto o incomodavam. Assim, se consolidou o bigode mais emblemático do rock n’ roll.

Tom Selleck

Falar de bigode e não citar Tom Selleck é como falar de guitarra sem mencionar Jimi Hendrix. Sem dúvida Selleck carrega o bigode mais famoso dos anos 80. Protagonista da famosa série Magnum, Tom Selleck inspirou muitos homens a cultivar um espesso e bem aparado bigode. Bigode este que acabou por se tornar sua marca registrada. Em praticamente todos os filmes e séries em que atuou, sempre manteve o bigode, no máximo deixava crescer a barba. Agora imagine você que Selleck foi a primeira opção de Spielberg e George Lucas para interpretar seu personagem recém criado, Indiana Jones. Tratativas chegaram a ser feitas, mas os produtores da série Magnum não o liberaram para filmar o longa Caçadores da Arca Perdida, e o papel acabou caindo no colo de Harrison Ford. Certamente se Indiana Jones tivesse um bigode de respeito como aquele, não ia ter nazista nenhum querendo se meter a besta com ele.

Hulk Hogan

A luta livre é uma das formas mais curiosas de entretenimento que existem. Hoje já não é tão popular, mas entre as décadas de 60 e 80 tinham um público cativo imenso e gerava celebridades conhecidas internacionalmente. É uma mistura de luta com teatro, onde personagens se enfrentam no ringue, executam golpes mirabolantes, sendo que o resultado já é sabido por todos, pois sempre há entre os combatentes o “bom” e o “mau”. Foi nesse contexto que o personagem Hulk Hogan surgiu e transcendeu o ringue, se tornando uma persona, um alter ego, do esportista e ator Terry Gene Bollea. Carismático, Hulk Hogan se tornou a maior estrela da luta livre, além de atuar com frequência em filmes e séries. Seu bigode, que contorna todo o lábio superior e desce até o queixo se tornou sua marca registrada e virou febre nos anos 80, chegando a ter como um de seus imitadores o frontman do Metallica, James Hetfield. No Brasil a luta livre também foi muito popular através do programa de TV Telecatch, onde a estrela era o personagem Teddy Boy Marino, mas sem a mesma imponência do Hulk Hogan por não ter um fio de bigode sequer.

Sam Elliott

Depois de Tom Selleck, Sam Elliott é certamente o ator mais lembrado quando se fala em bigode. Até porque nos quesitos exuberância e volume, o bigode de Elliott é praticamente imbatível. Sam Elliott é aquele tipo de ator que sempre agrada, mas que nunca teve um papel realmente grande, como protagonista. Seus papéis mais marcantes foram no clássico western moderno Tombstone, de 1993 (onde Kurt Russell exibe um belíssimo bigode também), faz aparições cirúrgicas e excelentes no maravilhoso O Grande Lebowski, de 1998, e, talvez seu papel mais marcante, no filme A Star is Born (juntos e shallow now, lembra?) onde sua atuação foi elogiadíssima, rendendo até indicações a vários prêmios, incluindo o Oscar de ator coadjuvante. Enfim, atrás daquele imenso bigode, há um ótimo ator.

Daniel Day-Lewis

E se estamos falando de bigodes no cinema, Daniel Day-Lewis não pode ficar de fora. Ainda que o ator não use bigode frequentemente, pelo menos dois de seus mais célebres personagens ostentavam bigodes memoráveis. Em Sangue Negro, o personagem implacável Daniel Plainview tem um farto bigode que lhe confere seriedade e certo garbo. Já no épico de Martin Scorsese Gangues de Nova Iorque, o personagem Billy The Butcher apresenta o que pode ser considerado o mais imponente e vistoso bigode do cinema. Para além do fato de Day-Lewis ter ganhado o Oscar de melhor ator por ambos os personagens, Billy The Butcher , em especial, tem tamanha densidade e força no filme por combinar o talento de Day-Lewis como ator, com uma estética de época imponente, que inclui um bigode longo, mas bem aparado, com as pontas levemente retorcidas. Realmente um bigode inesquecível.

Frida Kahlo

Dá pra cravar que se trata da maior artista plástica da América Latina. Mulher que passou poucas e boas, viveu intensamente e produziu arte com paixão e talento. Mas, peraí! Mulher num texto de bigode, coisa de homem? Pois é… não é assim que Frida Kahlo fosse bigoduda, mas ela tinha sim um buço mais evidente. E ela própria não se furtava a escondê-lo. Na maioria de seus auto retratos, ela pintava a si mesma evidenciando essa característica. Portanto, em nome da diversidade (e também do bom humor) achamos por bem incluí-la nessa lista. Até porque nunca é demais falar sobre Frida Kahlo e sua obra magnífica. Portanto fica aqui a nossa homenagem a esta grande artista, que se destacou como poucas em universos tão dominados por homens, como o das artes plásticas e do bigode.

Bonus Track: Bigodes Brasileiros

O Brasil também foi prodigioso em gerar homens com bigodes marcantes. Quem viveu a redemocratização na segunda metade dos anos 80 teve que conviver frequentemente na TV, jornais e revistas com aquele largo bigode grisalho do então presidente José Sarney. Ao contrário dele, Rivelino e seu vultuoso bigode deu muita alegria aos brasileiros jogando na seleção tricampeã de 1970, bem como em times como Corinthians e Fluminense. Para encerrar, não há no Brasil bigode mais famoso e imponente que o de Belchior, sem dúvida um compositor único bem como seu bigode.

Quando uma promessa é feita “no fio do bigode” significa que é um compromisso de honra, que não precisa de assinatura. A origem da expressão é incerta, mas reza a lenda que, em algum momento da história, quando dois homens precisavam selar um acordo, arrancavam cada um um fio de seu bigode para demonstrar boa fé ou confiança. Portanto, é no fio do bigode que a Strip Me garante as melhores e mais confortáveis camisetas, que são perfeitas para qualquer rolê, do churrasquinho à balada. São camisetas de cinema, música, arte, cultura pop e muito mais. No nosso site você confere todas as coleções e ainda fica por dentro de todos os lançamentos, que pintam toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist com grandes canções interpretadas por célebres bigodudos. Bigode top 10 tracks.

8 fatos que você precisa saber sobre o mestre Belchior.

8 fatos que você precisa saber sobre o mestre Belchior.

Um dos compositores mais influentes e geniais da música brasileira, Belchior segue sendo celebrado, mesmo passados sete anos de sua morte. A Strip Me traz fatos e curiosidades que você precisa saber para conhecer melhor este que é um dos grandes mestres da MPB.

É muito comum no universo da música que compositores geniais não se tornem tão conhecidos quanto suas próprias canções, que acabam ganhando notoriedade na interpretação de outros artistas. Isso quando não acontece de determinada canção ficar tão vinculada ao intérprete, que o público sequer fica sabendo quem a compôs. Afinal, quanta gente não tem por aí até hoje achando que Twist and Shout é uma composição de Lennon & McCartney, ou que All Along the Watchtower foi escrita por Jimi Hendrix? Na música brasileira não é diferente. Não pense você que Vapor Barato é uma canção original d’O Rappa, ou que Evidências foi escrita pelo Chitãozinho & Xororó. Mas um dos mais emblemáticos exemplos dessa simbiose entra canção e intérprete na música brasileira é Como Nossos Pais, imortalizada na voz potente de Elis Regina. Um verdadeiro clássico, cujo compositor é o cearense Belchior.

Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes (literalmente um dos maiores nomes da MPB) nasceu em Sobral, no Ceará, no dia 26 de outubro de 1946. Desde criança demonstrava aptidão para as artes, em especial a escrita. Com 10 anos de idade participava de feiras e quermesses se candidatando em concursos de canto, além de fazer repente e escrever poemas. Também, ainda criança, desenvolveu o gosto pela leitura. Quando jovem, largou a faculdade para se dedicar à música, mudou-se pro sudeste, passou perrengue, mas conseguiu emplacar algumas canções. Ganhou notoriedade, para anos depois cair no ostracismo, o qual o compositor abraçou e, pode se dizer, se dedicou a ele. Faleceu em abril de 2017, vítima de um aneurisma. Depois de sua morte, vem sendo redescoberto pelas novas gerações e celebrado como um dos mais importantes e talentosos compositores do Brasil. A Strip Me traz alguns detalhes interessantes sobre a trajetória de Belchior, que só realçam seu brilhantismo e excentricidade.

Ego ego, delicto meo.

Aos 16 anos de idade, Belchior mudou-se de Sobral para Fortaleza para estudar. Católico, optou por ingressar num colégio interno de frades italianos capuchinhos, onde aprendeu latim e italiano, além de estudar filosofia, teologia e canto gregoriano. Com dezenove anos, passou em medicina na Faculdade Federal do Ceará, mas não concluiu o curso, abandonando a universidade no quarto ano parta se dedicar à música. Nessa fase, com 24 anos de idade, além de latim e italiano, Belchior dominava o inglês, espanhol e francês. Não à toa, suas composições se destacam justamente pelas letras, repletas de reflexões filosóficas e referências literárias, resultado de sua vivência acadêmica. Todavia, a beleza da obra de Belchior é que ele consegue transmitir isso tudo com simplicidade e leveza, sem soar professoral ou pedante, além de não deixar de incluir sempre suas referências de música e cultura pop.

Pessoal do Ceará.

No final dos anos 60, começo dos 70, Fortaleza tinha uma cena cultural efervescente. Compositores, poetas e filósofos costumavam se encontrar pelos bares da cidade e ajudavam a divulgar os trabalhos uns dos outros. O escritor e poeta Augusto Pontes foi um dos principais incentivadores da formalização daquela cena como um movimento, inspirado pelo movimento tropicalista que surgia na Bahia e do Clube da Esquina em Minas Gerais. Ao mesmo tempo, em 1971, Belchior ganhava o IV Festival Universitário de Música Brasileira com sua composição Hora do Almoço, interpretada pela dupla Jorginho Telles e Jorge Nery. Em 1972 a canção Mucuripe, composta por Belchior em parceria com Fagner, é gravada por Elis Regina. Com prestígio entre a classe musical, Belchior e Fagner se mudam para o Rio de Janeiro. Juntos vão Ednardo, Amelinha, Rodger Rogério, Téti e outros músicos, que acabam conhecidos por Pessoal do Ceará. O nome pega e o tal movimento cearense almejado por Augusto Pontes ganha nome. Em 1973 essa turma se junta para gravar o disco Pessoal do Ceará – Meu Corpo Minha Embalagem Todo Gasto na Viagem. Curiosamente, Belchior não participa do disco, porque já estava envolvido com a gravação de seu próprio disco, que seria lançado um ano depois.

Blackbird e Assum Preto.

Com a sorte de ter nascido numa família de classe média, cujo pai era juiz e a mãe dona de casa e integrante do coral da igreja, Belchior teve a oportunidade de consumir muita música, além de ter acesso livre à biblioteca do pai. Quando jovem, ouvia os grandes nomes do rádio como Ângela Maria e Cauby Peixoto, mas se encantava mesmo era com o ritmo contagiante e as histórias cantadas pelo vozeirão de Luis Gonzaga. Na faculdade, convivendo com jovens mais antenados, conheceu os Beatles e Bob Dylan, que fizeram com que ele tivesse um novo olhar sobre a música. Principalmente nos dois primeiros discos de Belchior é possível identificar claramente como essa mistura entre a música nordestina e o folk rock acontecia e funcionava bem. Em especial na música Velha Roupa Colorida, ficam as evidentes as referências de Belchior, que passam inclusive pelo escritor Edgar Alan Poe.

Almoço ou janta.

Elis Regina gravou Mucuripe em 1972, mas só foi conhecer pessoalmente Belchior e escolher algumas músicas do compositor para incluir no seu novo disco três anos depois. Mesmo tendo ganhado um festival, tendo uma música de sucesso moderado gravada por Elis Regina e sendo elogiado no meio artístico, Belchior estava numa baita pindaíba quando se mudou para o sudeste, primeiro para o Rio de Janeiro e em seguida São Paulo. Foi na capital paulista que ele gravou seu primeiro disco em 1974. O álbum não teve muita repercussão, mas já trazia grandes canções como A Palo Seco, Todo Sujo de Batom e Mote e Glosa. Em 1975, morando de favor na casa em reforma de um amigo, Belchior soube que Elis Regina estava no estúdio de sua gravadora na cidade e foi tentar falar com ela. Lá chegando ficou numa sala ao lado de estúdio e ouviu ela dizendo: “Esse rapaz que está aí é o Belchior? Que bom, eu quero ouvir as músicas dele… ” ao serem apresentados, Belchior já deu a real: “Eu não posso mostrar minhas músicas para você agora porque eu não tenho gravador. Estou morando numa construção e não tenho violão. Portanto, se você não me der as condições para que eu possa mostrar as minhas músicas, nada feito. Mas eu posso ir na sua casa. Se a senhora morar longe, é só me passar o endereço. E, se o convite for feito para eu ir na sua casa, que seja na hora do almoço ou do jantar.” Belchior foi embora do estúdio com o convite para jantar com Elis e mostrar suas músicas. Desse encontro, Como Nossos Pais e Velha Roupa Colorida seriam escolhidas para serem incluídas no clássico disco Falso Brilhante.

Eu não estou interessado em nenhuma tiuria.

Belchior ainda não tinha 30 anos de idade completos quando foi lançada sua obra prima. O disco Alucinação foi lançado em junho de 1976. Elis Regina, que já era uma cantora consagrada, foi generosa ao propor que seu disco, Falso Brilhante, contendo duas canções de Belchior, fosse lançado poucos meses antes do lançamento do segundo disco do compositor, Alucinação, que continha as mesmas duas músicas, mas interpretadas pelo seu autor. As músicas Como Nossos Pais e Velho Roupa Colorida já vinham sendo tocadas por Elis em seus shows mesmo antes do lançamento de Falso Brilhante e já faziam muito sucesso. Isso impulsionou muito as vendas de Alucinação. E o disco acabou se tornando um clássico para além dos hits de Elis. Apenas um Rapaz Latino Americano vinha de encontro à realidade do jovem brasileiro daquela época. Os anseios e lamentações da canção são certeiros. Já na música Alucinação, Belchior traz uma reflexão que permanece atual sobre a vida em sociedade nas grandes cidades. Outra das mais impactantes do disco é Sujeito de Sorte, um petardo recheado de suíngue e inconformismo. Musicalmente é um disco muito mais de rock do que MPB, é quase dylanesco. Não só porque as canções são todas calcadas em levadas de violão, com forte acento folk, mas também pelas letras longas, com métricas de rima inconstantes e cantadas com uma voz anasalada, em vários momentos sendo mais recitadas em tom de desabafo do que propriamente cantadas. Essas interpretações mais como lamentos, dão personalidade e sentimento às canções. Trata-se, realmente, de um disco impecável e fundamental.

Era uma vez o homem e seu tempo.

É inquestionável que Alucinação foi o disco mais importante e brilhante da carreira de Belchior. Entretanto, ele continuou produzindo e lançando ótimos discos depois disso. Ao todo são 14 discos de inéditas lançados entre 1974 e 1999. Em especial os discos lançados até 1979 são realmente irrepreensíveis. Em especial o disco Era Uma Vez o Homem e Seu Tempo, lançado em 1979, onde, além do clássico Medo de Avião, consta também a bela canção Comentário a Respeito de John, uma inspirada homenagem a John Lennon escrita um ano antes do beatle ser assassinado em Nova Iorque. Ao longo dos anos oitenta a qualidade de seus discos caiu um pouco, mas mesmo com discos um pouco abaixo da média, é possível pinçar boas canções. Nos anos 90 Belchior volta a lançar trabalhos mais inspirados. Baihuno, de 1993 e Vício Elegante, de 1996, são ótimos discos. O fato é que Belchior nunca deixou de compor, e sempre soube retratar muito bem o momento em que vivia. Sua discografia, acima de tudo, é um retrato de si mesmo.

Oi, sumido.

Após o lançamento de Vício Elegante, Belchior começava a ficar à margem da indústria fonográfica, que colocava todas as suas fichas em bandas de rock engraçadinhas, duplas sertanejas e conjuntos de axé. Em 1999 lança o regular Autorretrato, último disco de inéditas de sua carreira. Após a virada do século, faz cada vez menos shows. Em 2006 seu empresário por mais de 30 anos resolve se aposentar e se muda para a Espanha. Sem empresário, o compositor acaba por definitivamente não fazer mais shows. Para piorar, enfrentava na mesma época alguns processos judiciais por conta de suas duas filhas e também contra uma gravadora. Sem poder acessar seus rendimentos por direitos autorais, com alguns bens apreendidos pela justiça e conta bancária bloqueada, Belchior simplesmente abandonou sua casa em São Paulo e se mudou para o Rio Grande do Sul, onde abraçou de vez o ostracismo e morou de favor em hotéis, em casas de amigos e até mesmo de fãs. A partir de 2008 não se ouviu falar mais dele, e Belchior foi dado como desaparecido. Em 2009 foi encontrado no Uruguai por jornalistas, quando declarou estar compondo material para um novo disco. Porém, em 2012 sumiu de novo, para reaparecer em Porto Alegre anos depois. Até que, em 2017, foi divulgada a notícia de sua morte na pequena cidade gaúcha de Santa Cruz do Sul. Seu corpo foi transportado para o Ceará, onde foi sepultado, já que era esse seu desejo.

Belchior vive!

A obra de Belchior vem se provando mais do que duradoura, e não é de hoje. E nos mais diversos campos da música pop. Para se ter ideia, em 1997 Mano Brown já citava Belchior na bombástica faixa Capítulo 4, Versículo 3, no verso “Sou apenas um rapaz Latino Americano. Apoiado por 50 mil manos. Efeito colateral que seu sistema fez. Racionais Capítulo 4 Versículo 3.” Já mais próximo da linha que separa o rock e a MPB, Humberto Gessinger concebeu uma bela versão da música Alucinação, com um arranjo moderno, no disco Minuano, lançado também em 1997. Outro admirador de Belchior e seu estilo folk era Erasmo Carlos, que ainda em 1976 gravou a bela canção Paralelas. Cantoras da MPB moderna como Ana Cañas e Maria Rita também exaltam Belchior e já gravaram versões de canções do nordestino. Mas a mais recente e notória homenagem a Belchior foi feita pelo rapper Emicida, que sampleou e incluiu na sua música AmarElo o refrão acachapante de Sujeito de Sorte. Enfim, a obra de Belchior segue firme e forte, viva e pulsante, inspiradora e impactante.

Sujeitos de sorte somos nós por poder desfrutar de tantas canções escritas por este eterno rapaz latino americano. E a Strip Me faz questão de reverenciar este grande mestre e se inspirar para criar cada vez mais camisetas incríveis, perfeitas para qualquer rolê, com cabelo ao vento e gente jovem reunida. Na nossa loja você encontra camisetas de música e muitas outras coleções, como camisetas de cinema, arte, cultura pop e muito mais, além de ficar por dentro de todos os lançamentos, que pintam toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist alucinante com o que há de melhor na obra do Belchior. Belchior top 10 tracks.

Para assistir: Vale muito a pena assistir ao documentário Belchior – Apenas um Coração Selvagem. Com a direção sensível de Camila Cavalcanti e Natalia Dias, este doc lançado em 2022 retrata a vida e obra de Belchior e como ele segue influente na cultura brasileira. Disponível no catálogo da Globoplay.

Para ler: Recomendadíssima a biografia Belchior: Apenas um Rapaz Latino Americano, escrito pelo crítico e jornalista Jotabê Medeiros e lançado em 2017 pela editora Todavia. Um livro revelador sobre a vida pessoal de Belchior, além de detalhes curiosos sobre sua obra.

Ranking PTA: Todos os filmes de Paul Thomas Anderson, do “pior” ao melhor.

Ranking PTA: Todos os filmes de Paul Thomas Anderson, do “pior” ao melhor.

Um dos mais inventivos e diretores do cinema autoral dos últimos 30 anos, Paul Thomas Anderson tem uma filmografia invejável. A Strip Me listou toda a obra de PTA, do “pior” ao melhor.

O cenário é uma cafeteria na beira de uma rodovia, no meio do deserto. Em uma mesa, dois homens conversam sobre uma situação difícil, enquanto tomam café e fumam cigarros. Em outra mesa um casal em plena lua de mel tem uma DR, enquanto tomam café e o rapaz fuma um cigarro. Do lado de fora, um cara com jeitão de poucos amigos estaciona seu carro e vai ao telefone público. Em seguida, entra na cafeteria, compra café e um maço de cigarros. Os dois homens, o casal e o rapaz sozinho não se conhecem. Mas estão conectados por uma nota de vinte dólares. Foi assim que Paul Thomas Anderson ingressou no negócio do cinema. Seu curtametragem Cigarettes and Coffee, lançado em 1993, impressionou tanto os críticos que ganhou o Festival de Sundance e rendeu ao diretor a oportunidade de produzir um longa metragem.

Paul Thomas Anderson, PTA para os mais chegados, é o tipo de cineasta que parece estar jogando outro jogo, enquanto todo mundo está tentando entender as regras do jogo em curso. Nasceu em 1970, em uma Los Angeles que respira cinema. Não por acaso, a maioria dos seus filmes se passam em LA. Anderson despontou como o garoto prodígio do cinema cult dos anos 90, mas, em vez de seguir fórmulas, ele decidiu fazer um mix louco de personagens disfuncionais, roteiros ousados e uma câmera que dança ao som de sua própria música. Rankear seus 9 filmes é tarefa hercúlea, além de muito polêmica. Mas a Strip Me não tem medo de cinéfilos enfurecidos e comprou essa briga. Vale dizer, é claro, que mesmo o pior filme de Paul Thomas Anderson é um filme ótimo, muito acima da média. Também é importante ressaltar que usamos aqui critérios mais tangíveis do cinema. A maior dificuldade de se rankear os filmes de PTA é que eles, invariavelmente, envolvem emoções e geram no espectador uma conexão afetiva. Por isso, essa é uma lista que pode variar muito de pessoa para pessoa.

9 – Jogada de Risco (1996)

Pode ser considerada a versão estendida do curta Cigarettes and Coffee, até porque o longa foi feito graças ao curta ter sido premiado em Sundance três anos antes. A trama gira em torno de um veterano do blackjack em Las Vegas que começa a ensinar seus truques a um jovem rapaz. Os dois se tornam bons amigos, mas a amizade desanda depois que o rapaz se apaixona por uma cativante garçonete. O roteiro é simples, mas bem amarradinho, tem ótimas atuações, incluindo Philip Seymour Hoffman, que trabalharia com PTA dali em diante até sua morte prematura, e também já mostra a leveza e olhar aguçado de Anderson ao conduzir a câmera. Não tem nada de mais, mas é um filme acima da média, que consegue prender a atenção do espectador e entreter com eficiência.
Onde assistir: Amazon Prime – Apple TV

8 – Licorice Pizza (2021)

Curiosamente, o primeiro e o mais recente filme da carreira de PTA constam nesta lista como os “mais fracos” de sua obra. Ainda assim, trata-se de um filme delicioso, não se deixe enganar. Aqui temos um formato que Anderson utiliza em alguns de seus filmes, mas que aqui alcança um patamar diferente. É o de construir o filme todo em função dos personagens. A trama em si não tem reviravoltas ou eventos que vão mudar a vida das pessoas. Licorice Pizza se presta simplesmente a acompanhar um rapaz e uma mulher que se apaixonam e como suas vidas e o relacionamento se desenvolve. Temos como pano de fundo um bucólico subúrbio de LA nos anos 70 muito bem construído e excelentes atuações. Neste quesito, aliás, destaque para Bradley Cooper, que faz apenas uma participação e aparece em poucos momentos, mas quando o faz, rouba a cena completamente. É um filme leve e surpreendente, para assistir naquele domingo de tarde e sorrir.
Onde assistir: Amzon Prime

7 – Vício Inerente (2014)

Na mesma pegada de Licorice Pizza, Vício Inerente se presta unicamente a acompanhar as desventuras de um detetive particular doidão levando sua vida, fumando maconha, investigando seus casos, fumando maconha, tendo um romance , fumando maconha… enfim. O filme vale por ter um roteiro simples, mas que não é cansativo, uma fotografia excelente e uma atuação arrebatadora de Joaquim Phoenix. Em filmes como este, PTA mostra que é possível ser simples e cometido, sem apelar para grandes estripulias no roteiro, e ainda assim fazer cinema de altíssimo nível.
Onde assistir: Amazon Prime

6 – Boogie Nights (1997)

O salta de qualidade, principalmente como roteirista, que PTA deu de seu filme de estreia para este, que é o segundo de sua filmografia, é brutal! Boogie Nights é um filme cheio de camadas e simbolismos, desses que faz você repensar sobre do que ele realmente se trata quando vê mais de uma vez. Na superfície, temos um filme sobre a era de ouro das produções pornográficas no cinema e a ascensão de um grande astro. Mas, na real, é uma obra sobre pertencimento, sobre busca por raízes, por família e sobre uma utópica manifestação artística original e transcendente. Traz um elenco fabuloso e uma direção positivamente peculiar. Só não entrou no top 5 porque tem um rimo errático. Mas é um filme brilhante. Se ele está na sexta posição, imagine o que vem pela frente!
Onde assistir: HBO Max

5 – Embriagado de Amor (2002)

Sejamos francos. É uma comédia romântica. Com tudo que se espera de um filme do gênero. Incluindo o Adam Sandler. Mas calma, porque é uma comédia romântica do PTA! E isso faz toda a diferença. Temos aqui mais um filme na linha evolução de personagem. O roteiro é muito bem escrito e tem como propósito mostrar como um rapaz solitário, inseguro e reprimido vai crescer e amadurecer a partir do momento em que se apaixona por uma garota. É uma comédia romântica, mas o humor não é explícito e pastelão, mas sim um humor de desconforto, quase de vergonha alheia, mas que tem sua graça dentro do contexto da história. Temos aqui também a melhor atuação de Adam Sandler em toda sua carreira e uma excelente atuação da adorável Emily Watson. Um filme maravilhoso!
Onde assistir: Amazon Prime – Apple TV

4 – Trama Fantasma (2017)

Trama Fantasma é, indiscutivelmente, um passo a frente na filmografia de PTA. É o filme mais bonito de Anderson. Plasticamente é impecável, com uma fotografia delicada e sensível, edição e montagem que dão fluidez e ritmo perfeito, ainda mais tendo como trilha as melodias emblemáticas e belas de Jonny Greenwood, mais conhecido por ser o guitarrista da banda Radiohead, que assina a trilha sonora do longa. Para completar temos um protagonista controverso, metódico, carente e muito talentoso, interpretado pelo magnífico Daniel Day-Lewis. O filme tem como pano de fundo o glamouroso mundo da moda na alta sociedade de Londres dos anos 1950. O personagem de Day-Lewis, um costureiro aclamadíssimo e talentoso, vive vários conflitos e vê sua vida virar de cabeça pra baixo por causa de uma garota. Um filme de arte pra ninguém botar defeito.
Onde assistir: Telecine – Apple TV

3 – O Mestre (2012)

Isso aqui não é um filme, é uma catarse! PTA pegou os principais temas que trabalhou em suas obras mais relevantes até ali (Sangue Negro e Magnólia), condensou e concebeu um filme contundente e arrasador. O Mestre fala sobre fé, submissão, relações humanas e o infinito ciclo abusivo do mestre que precisa do pupilo que precisa do mestre que precisa do pupilo… Com exceção da atuação irrepreensível, que lhe rendeu o Oscar, no filme Capote (2006), de Bennett Miller, neste O Mestre Philip Seymour Hoffman entrega sua mais potente e avassaladora atuação. Da mesma forma, Joaquim Phoenix também está impressionante e Amy Adams igualmente excepcional. É um filme pesado, que levanta muitas questões fundamentais para a vida em sociedade, mas também para cada um refletir sozinho sobre si mesmo no banho ou antes de dormir.
Onde assistir: HBO Max – Amazon Prime

2 – Magnólia (1999)

É o filme mais famoso, e também o mais controverso. Daqueles que separa as pessoas em quem ama e quem detesta. Muita gente, aliás, vai dizer que ele deveria figurar na primeira colocação dessa lista. É compreensível. Um filme que traz 9 histórias distintas, mas que vão se cruzar de alguma maneira até o final do filme, todas elas histórias de conflitos, desesperança, tristeza, solidão, mentira… acaba que provavelmente o espectador vá se identificar e se conectar com pelo menos duas histórias ali. Isso faz com que quem ame este filme, tenha com ele uma conexão afetiva muito grande. É muito comum ver pela internet, em fóruns de cinema ou vídeos e podcasts, gente dizendo que Magnólia salvou sua vida, ajudou a superar uma perda, ou um vício. É muito louco isso. É um filme tão complexo, mas tão cativante, que fica quase impossível descrevê-lo. Mas é um filme genial. É a arte fazendo o seu papel, de causar no espectador as mais variadas emoções, gerar conexões com a realidade e, principalmente, fazer pensar. É um filme imperdível!
Onde assistir: HBO Max

1 – Sangue Negro (2007)

Magnólia figuraria na primeira colocação dessa lista, não fosse essa obra de arte chamada Sangue Negro. Começando pelo roteiro, soberbo, bem escrito, denso, com personagens profundos e grandes diálogos. Daniel Plainview é um dos personagens mais emblemáticos da história do cinema moderno. Ainda mais quando interpretado com verdadeira transcendência por Daniel Day-Lewis. O filme retrata a trajetória de Plainview, um homem ambicioso e incansável que, em busca de petróleo, vai entrar em conflito com um pastor de uma pequena comunidade. Esteticamente, o filme é impecável! Fotografia cheia de contrastes, montagem e edição primorosas e uma direção magistral. Em Sangue Negro PTA alcança o ápice em seu ofício. Deixando emoções e gosto pessoal de lado, sem dúvida, Sangue Negro é o filme mais completo e bem acabado de sua carreira. Uma verdadeira obra prima! Um filme que pode assustar por ser longo e com um tema tão amargo. Mas, acredite, vale cada segundo. É uma aula de cinema a cada frame.
Onde assistir: Amazon Prime – Apple TV

Em resumo, a filmografia de PTA é uma caixa de surpresas: você nunca sabe o que vai encontrar, mas tem certeza de que será algo original, imprevisível e brilhante. Claro, sempre vai ter quem saia da sala de cinema sem entender metade do que viu , mas para quem se conecta com sua visão, Anderson é simplesmente um dos diretores mais inovadores do nosso tempo. Uma obra tão instigante e inspiradora não poderia ficar de foras do cardápio de referências e influências da Strip Me. Confere lá na nossa loja a coleção de camisetas de cinema, de música, arte, cultura pop, games, bebidas e muito mais. No nosso site você também fica por dentro de todos os nossos lançamentos, que pintam toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist caprichada com o qwue de melhor rola nas trilhas sonoras dos filmes do PTA. Paul Thomas Anderson top 10 tracks.

Para assistir: Além de todos os filmes da lista, vale a pena conferir o curtametragem citado no início do texto. Cigarettes and Coffee está disponível de graça no Youtube. Só clicar aqui.

Coleção Brasilidades Strip Me: O melhor do Brasil é a brasilidade.

Coleção Brasilidades Strip Me: O melhor do Brasil é a brasilidade.

Brasilidade é aquele tempero especial que só se encontra por aqui. A Strip Me transformou todo esse tempero em camisetas lindas, que fazem parte da Coleção Brasilidades.

Em vários lugares do mundo a expressão “Se a vida lhe der um limão, faça uma limonada.” é conhecida. Mas aqui no Brasil o buraco é mais embaixo, e se a vida nos dá um limão, a gente faz logo uma caipirinha, aproveita o embalo e já mete fogo na churrasqueira, chama os amigos. Tudo porque a vida nos deu um limão. Foi pensando justamente que o Brasil tem esse ritmo diferente e tantas outras peculiaridades, que a Strip Me criou uma coleção incrível dedicada às nossas brasilidades. Nossos hábitos, o jeito de falar, a cultura, a gastronomia, e até mesmo o controverso jeitinho brasileiro… o melhor do Brasil é a brasilidade!

Aliás, o jeitinho brasileiro é uma boa maneira de começar esse nosso papo sobre brasilidade. Com razão, é um termo que tem certo peso pejorativo, porque, muito já se viu que essa criatividade do brasileiro é usada muitas vezes para o mal. Não à toa, o jeitinho brasileiro é também conhecido por Lei de Gerson. Gerson de Oliveira é um ex-jogador de futebol, foi um meio campista de primeira, considerado um dos melhores jogadores da seleção brasileira tricampeã de 1970. Seleção essa que tinha também Pelé no seu auge. Inclusive, durante a copa de 1970, Pelé protagonizou um acontecimento único na história do futebol. Ele imortalizou um gol perdido, após uma jogada inacreditável, dando o famoso drible da vaca no goleiro uruguaio no final do jogo entre Brasil e Uruguai, semifinal da competição. Mesmo sem o gol, o lance foi tão bonito, que entrou pra história. Bom, voltando. Gerson, meio campo da seleção, carioca da gema, foi convidado em 1976 para protagonizar o comercial de TV de uma marca de cigarros. Sim, um jogador de futebol fazendo propaganda de cigarro. Outros tempos… Enfim. No comercial, Gerson era entrevistado por um jornalista, que perguntava por que ele tinha escolhido a marca de cigarros Vila Rica. Ele responde: “Por que pagar mais caro se o Vila me dá tudo aquilo que eu quero de um bom cigarro? Gosto de levar vantagem em tudo, certo? Leve vantagem você também!” A frase “Gosto de levar vantagem em tudo, certo?”, dita no mais malemolente carioquês virou bordão, e sempre que alguém precisa justificar alguma subversão desde então, já manda “É a lei de Gerson, né? Eu preciso levar a minha vantagem.”

O outro lado do jeitinho brasileiro, que não tem essa carga pejorativa e tal, já está explícita no parágrafo acima. Faz parte do jeitinho brasileiro contar umas duas histórias diferentes, acabar invariavelmente falando de futebol, para explicar uma coisa que poderia ser dita em duas ou três frases. Convenhamos. Explicar o jeitinho brasileiro falando do gol que não foi mais famoso do mundo e de um jogador de futebol fazendo propaganda de cigarro é o mais puro suco de Brasil! Através de tantas histórias e peculiaridades como essas, a Strip Me se inspira para criar camisetas super estilosas e brasileiríssimas como a camiseta Campinho, a camiseta Não Gol e a camiseta Suco de Brasil. São camisetas mega confortáveis e lindas, cujas estampas são muito bem elaboradas, com personalidade e um toque minimalista. Equilíbrio perfeito entre estilo e simplicidade.

Tá aí! Simplicidade é outra palavrinha fundamental para explicar um pouco melhor esse nosso conceito de brasilidade. Se a gente tivesse que escolher um único ícone, que resumisse tudo que envolve brasilidade, sem sombra de dúvida, o escolhido seria o nosso amado doguinho vira lata caramelo. Pensa bem. O vira lata caramelo é o mestre da adaptação, se sente em casa em qualquer calçada, e, sem fazer força, consegue ser mais fiel que qualquer corinthiano. Ele está lá quando a gente mais precisa, para não desperdiçar aquele petisco que caiu da mesa do boteco na calçada ou para acompanhar o amigo bêbado que, prudentemente, resolveu deixar o carro na frente do bar e foi embora a pé. Importante ressaltar, inclusive, que boteco que se preza tem um vira lata caramelo perambulando entre as mesas. Aquele bar que não tem cardápio de mesa, mas aquele menu pendurado na parede, com as opções e respectivos valores escritos com giz. Onde a cerveja é sempre estupidamente gelada, também conhecida por canela de pedreiro, o único lugar capaz de transformar desconhecidos em amigos de infância em poucos goles. O botequim é a maior instituição da cultura brasileira. Tanto é que até hoje é lembrado o Zicartola, boteco capitaneado pelo casal Dona Zica e Cartola, um dos maiores gênios do samba. Localizado na legendária Rua da Carioca, no centro da cidade do Rio de Janeiro, o estabelecimento servia desde simples porções de salaminho fatiado, até portentosas feijoadas, não deixando faltar a cervejinha gelada e um bom batuque, que era feito pelos próprios clientes. Gente como Zé Ketti, Aracy de Almeida, Nara Leão, Paulinho da Viola e tantos outros. Por pura inaptidão para administrar o negócio, o Zicartola durou apenas 20 meses, de setembro de 1963 a maio de 1965. O estabelecimento passou das mãos de Cartola para outra lenda da música brasileiro, o mestre Jackson do Pandeiro. Ainda bem que o que não falta, ainda mais no Rio de Janeiro, é botequim, que é pra vira lata caramelo nenhum se sentir abandonado.

O boteco não precisa de glamour para ser bom, assim como o vira lata caramelo não precisa de pedigree para ser amado. Glamour e pedigree, aliás, palavras estrangeiras. Ambos são brasilidade em estado bruto: descomplicados, alegres, e com um carisma que derrete qualquer mau humor. É nessa vibe de simplicidade, descontração e afeto que as estampas da coleção Brasilidades da Strip Me são elaboradas. Camisetas de altíssimo nível, perfeitas pra qualquer rolê. Do boteco à balada, do churrasquinho ao festival de música. Se liga, por exemplo na camiseta Sextou, na camiseta Menu de Bar e na camiseta Caramelo do Brasil, pra ver que é exatamente a síntese de tudo que a gente falou até agora.

A gente podia ficar o dia todo aqui especificando brasilidades. Do Abaporu à bossa nova, da jaboticaba à samambaia, da praia de Copacabana à fitinha de nosso Senhor do Bom Fim, do café à cachacinha. É tanta coisa, que a coleção Brasilidades da Strip Me tem mais de 70 estampas! Todas elas, além do bom gosto da estampa, são camisetas confeccionadas com tecido leve e confortável, com certificado BCI (Better Cotton Initiative), com corte e caimento perfeitos do P ao 2XGG. Uma verdadeira celebração à cultura brasileira e tudo que a gente tem de melhor! No nosso site, você confere toda a coleção Brasilidades, além das camisetas de arte, cinema, música, cultura pop, bebidas e muito mais. Lá você também fica por dentro de todos os nossos lançamentos, que pintam toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma brasilidade indiscutível é a música. Portanto, confira a nossa playlist Brasilidades Top 10 Tracks.

Brasileirês: 10 expressões que só o brasileiro fala.

Brasileirês: 10 expressões que só o brasileiro fala.

O brasileiro sabe que quem tem limite é município. Na arte, na gastronomia, na música, no esporte, a originalidade do brasileiro é incomparável. Mas é no idioma que a gente se supera mesmo! Por isso a Strip Me selecionou as 10 expressões que só o brasileiro fala, e entende.

Não tem pra ninguém! Só quem é daqui entende de cabo a rabo uma boa conversa no mais puro brasileirês. É que num bate papo desses, as palavras vem acompanhadas de um tempero todo especial, tanto é que, na gringa, um brasileiro identifica o outro só de bater o olho. E não adianta fazer vista grossa, o nosso português é muito melhor que o do lado de lá do Atlântico. Afinal, as tais expressões idiomáticas, a gente tem aqui a dar com pau. Muitas delas, quem vem de fora pode achar sem pé nem cabeça, mas pra nós, faz todo o sentido. Mas não vamos ficar aqui batendo na mesma tecla e chovendo no molhado, até porque já publicamos aqui no blog um texto do balacobaco elencando e dando o significado de algumas palavras que só são encontradas no brasileirês. Para ler, clica aqui. Mas não é por isso que vamos ficar aqui moscando. A Strip Me hoje fala na lata as 10 expressões idiomáticas mais populares no Brasil, e que só nós falamos e entendemos em sua plenitude.

Nós na fita.

Essa expressão se popularizou nos anos 90, em especial em São Paulo, mas logo se espalhou para o resto do Brasil. Não tem uma origem conhecida, mas o mais provável é que tenha sido derivada da expressão da mesma época “sair bem na fita”, significando aparecer bem ao ser filmado ou fotografado, lembrando que até o começo dos anos 2000 vídeos e fotos não eram digitais, mas sim gravados em… fitas! De sair bem na fita, veio o “nós na fita” já com uma conotação mais firme, querendo dizer “tamo aí, na atividade”, ou seja, se fazer presente, pronto para o que der e vier.

Cair a ficha.

Mais uma expressão analógica, que para os mais jovens, ainda é usada, seu significado é sabido, mas talvez sua origem não seja tão conhecida. Bom, cair a ficha significa entender alguma coisa depois de um tempo. O uso mais comum da expressão é em frases como “Demorou mas a ficha caiu.” que quer dizer, custou, levou um tempo, mas entendi. Muito antes do celular, se você estava na rua e precisava fazer uma ligação, o único jeito era usar um telefone público, o popular orelhão. Mas, claro, não era de graça. Você precisava comprar fichas, que eram inseridas no telefone, tal qual um fliperama. Fliperama era uma máquina de video game que… bom, deixa pra lá. O fato é que você colocava a ficha no telefone e discava o número. Quando a ligação era conectada, ouvia-se a ficha caindo dentro do aparelho. Portanto, você esperava ali alguns segundos, até que a ficha caía, e você sabia que a ligação havia sido feita. Assim, quando uma pessoa pensa por algum tempo sobre algo que lhe foi explicado, para só então confirmar que compreendeu, convencionou-se dizer: Caiu a ficha.

Para inglês ver.

Filha direta do onipresente jeitinho brasileiro, a expressão “para inglês ver” tem o significado de farsa, enganação, ou então fazer alguma coisa sem cuidado, de qualquer jeito. Quando um produto parece ter boa aparência, mas é de má qualidade, costumamos dizer que pra inglês ver. A origem dessa expressão é macabra e remonta um dos mais cruéis momentos históricos do Brasil. No século XIX o Brasil era o destino de um número obsceno de africanos escravizados. Nessa época, a Inglaterra, impulsionada pela sia Revolução Industrial, já havia abolido a escravidão e forçava os outros países do ocidente a fazer o mesmo. O Brasil, devendo uma grana preta aos ingleses, fazia um decreto atrás do outro proibindo o tráfico de escravos, todos eles solenemente ignorados por traficantes e pelas autoridades que deveriam puní-los. Assim, diziam que tais leis eram só pra inglês ver. Na atualidade, é ainda o equivalente a dizer que no Brasil tem lei que não pega.

Chutar o balde.

Chutar o balde significa agir de forma exagerada, impulsiva, irresponsável. Mas o que isso tem a ver com um balde? A origem da expressão é desconhecida, mas especula-se que vem dos tempos em que criminosos eram condenados à morte por enforcamento. Na maioria dos países europeus, a forca era formada por uma armação de madeira, um tablado com um alçapão embaixo de onde ficava o condenado com a corda no pescoço. No momento da execução, o carrasco abria o alçapão, “tirando o chão” do condenado, que ficava suspenso pelo pescoço, morrendo sufocado. Aqui, as forcas eram mais improvisadas. Sem o tablado, colocava-se uma banqueta, um bloco de madeira ou um balde virado de boca para baixo, onde o condenado subia, ficando à altura da corda que lhe envolvia o pescoço. O carrasco então chutava a banqueta, o bloco ou o balde sob os pés do condenado, que ficava pendurado. Outra teoria, um pouco mais branda, diz que a expressão se originou no interior, entre fazendeiros. Ao ordenhar as vacas, acontecia de alguma ficar mais irritada e chutar o balde onde estava sendo coletado o leite. O que, claramente, deixava o fazendeiro igualmente irritado, a ponto de chutar o balde já chutado pela vaca, é claro.

Chorar as pitangas.

Um dos exemplos mais completos de como o idioma brasileiro se tornou autêntico em relação ao português de Portugal. A expressão chorar as pitangas significa se lamentar, se vitimizar, se fazer de coitado. É uma expressão que tem um teor pejorativo forte, indicando que quem fica chorando as pitangas, está exagerando, se vitimizando sem motivo. A expressão tem origem em Portugal, onde usava-se a expressão chorar lágrimas de sangue. Sendo que aquele que chora lágrimas de sangue é falso, por exemplo, um homem que trai a mulher e fica se lamentando tentando reconquista-la, diz-se que este traiu a mulher e agora chora lágrimas de sangue para reconquista-la. No Brasil, a pitanga sempre foi uma fruta muito apreciada pelos portugueses. Seu formato e cor vermelho escarlate remetiam a gotas de sangue, assim, chorar lágrimas de sangue acabou virando chorar as pitangas. E, convenhamos, para o brasileiro, que adora um deboche, é muito melhor falar chorar as pitangas do que chorar lágrimas de sangue.

Cheio de nove horas.

Esse é uma das melhores expressões brasileiras. Aparentemente, não tem pé nem cabeça, afinal como é possível alguém estar cheio de nove horas, se até o relógio, que é quem conta o tempo, tem apenas uma marcação de nove horas? Pra piorar, o significado da expressão não tem nada a ver com horário ou tempo, mas sim representa uma pessoa muito detalhista, meticulosa, cheia de manias e frescuras. Com o passar do tempo, passou a significar também pessoas que gostam de utilizar muitos apetrechos e aparelhos tecnológicos complicados, o que acaba meio que dando no mesmo, afinal, uma pessoa assim, é uma pessoa cheia de frescuras… enfim, chata. A expressão tem origem no fim do século XIX, quando as grandes cidades do Brasil começaram a ter uma vida noturna mais efervescente. Estava em vigor na época um toque de recolher, que se dava às nove da noite. Quem fosse visto na rua depois desse horário poderia até ser preso, mas claro que isso acontecia só com negros e pobres. Com o passar do tempo, os jovens que queriam ficar na rua até mais tarde e eram confrontados pelos pais, que insistiam que eles voltassem para casa no horário de recolher, diziam que os velhos vinham falar com eles cheios de nove horas. Assim, a expressão virou sinônimo de gente implicante, e foi se modificando de lá pra cá.

A luz dormiu acesa.

Essa é uma expressão simples e fácil de entender. Tem muito gringo, incluindo portugueses, que gostam de fazer piada com essa expressão, dizendo que, onde já se viu um objeto inanimado dormir. Assim como a luz dormir acesa, a porta também pode dormir aberta sim, senhor! Afinal, nada mais é do que passar a noite, as pessoas da casa foram dormir e esqueceram de apagar uma luz ou fechar uma porta. Essa expressão faz parte de tantas outras frases que a gente usa pra facilitar a comunicação, dar ênfase em alguma coisa… como dizer segue reto toda vida, ou quando vai colocar um bife pra fritar e dizer escuta o cheiro. São expressões como essa que fazem do português brasileiro o mais charmoso do mundo!

Falar pelos cotovelos.

Mais uma dessas expressões que parecem não fazer sentido nenhum. Pois é, de fato, nenhum ser humano consegue falar por outra parte do corpo que não a boca. Não existe registro da origem dessa expressão, mas sabe-se que é utilizada já há muito tempo por aqui. Especula-se que sua origem seja por conta de pessoas que costumam falar de maneira histriônica, gesticulando e falando muito rápido. Por movimentar muito os braços quando falam, passamos a dizer que a pessoa fala pelos cotovelos. Outra teoria, menos popular, mas também plausível, diz que quem fala pelos cotovelos é aquela pessoa que fala muito e, quando numa conversa, costuma cutucar seu interlocutor com os cotovelos para chamar atenção ou enfatizar alguma frase. Mas o ideal mesmo é só falar pela boca, sem exagero, de preferência.

Jogar conversa fora.

Em 1923 o antropólogo polonês Bronisław Malinowski cunhou o termo “comunicação fática” para designar uma conversa casual, ou seja, um tipo de comunicação social despretensiosa. Ele afirmou ainda que saber e conseguir conduzi-la é um tipo de habilidade social. Isso é pra dizer que não existe uma origem para a expressão jogar conversa fora, mas provavelmente, ela surgiu de alguém que presenciou uma conversa sem conteúdo relevante e, a achando descartável, disse que estavam desperdiçando a fala, ou seja, jogando conversa fora. Mais carinhosos com a comunicação fática de Malinowski, os ingleses chamam esse bate papo de “small talk”, ou seja, uma conversa pequena. Mas cuidado, porque aqui pra nós conversinha é outra parada. Quem vem com conversinha é gente que quer enganar, passar pra trás… mas enfim. Já estamos jogando conversa fora demais neste tópico.

Eita.

A palavra eita poderia ter entrado no texto citado no início deste texto, em que abordamos as palavras mais utilizadas no brasileirês. Mas acontece que o eita é uma palavra muito versátil, que vem sempre acompanhada de outra palavra, que é o que vai determinar seu significado. Não tem uma origem conhecida, mas provavelmente começou como uma interjeição de assombro ou surpresa, assim como o ai é uma interjeição de dor. Porém, começou a ser utilizada em diferentes situações, sempre associada a outra palavra. As mais utilizadas são:
Eita porra! – Indica surpresa, espanto.
Eita lelelê. – Indica reprovação, desânimo.
Eita nóis! – Indica empolgação, animação.
A palavra eita também pode ser utilizada sozinha, para indicar grande surpresa, algo muito inesperado e ao mesmo tempo empolgante. Neste caso, a palavra é alongada no início e, em geral, exclamada num grito: Eeeeeita! Aliás, fica aqui o nosso reconhecimento e admiração pelo apresentador e embaixador do eita no Brasil, o grande Fausto Silva.

Menção honrosa: Teu cu.

Expressão coringa, pode ser usada em qualquer circunstância. É o argumento definitivo e finalizador de qualquer discussão. Apesar do pronome possessivo em segunda pessoa estar presente, a expressão tem força muito maior e abrangente do que a simples designação do orifício do interlocutor. Afinal, representa um argumenta de refutação expressa, de discordância veemente e divergência taxativa, além de proporcionar a quem verbaliza a expressão o raro prazer de saber que está com a razão. A utilização de “teu cu” em qualquer situação é o mais puro suco de Brasil.

Bom, parece que já falamos pelos cotovelos hoje por aqui. Mas antes de picar a mula, precisamos te lembrar que a Strip Me é toda trabalhada na brasilidade com muito orgulho. No nosso site você confere toda essa nossa originalidade exuberante nas coleções de Carnaval, Brasilidades, Verão e Tropics, mas também em todo todas as outras coleções, como as camisetas de arte, cinema, música, cultura pop e muito mais. Na nossa loja você tamb;em fica por dentro de todos os nossos lançamentos, que pintam por lá toda semana!

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist caprichada, cheia de brasilidade. Borogodó 2 top 10 tracks.

8 filmes imperdíveis do inconfundível Wes Anderson.

8 filmes imperdíveis do inconfundível Wes Anderson.

Wes Anderson ganhou notoriedade no cinema como o mestre da simetria e das cores pastéis. Mas sua obra mostra que seu talento vai muito além disso. A Strip Me selecionou os 8 melhores filmes do cineasta para comprovar.

Wes Anderson é o tipo de cineasta que, mesmo que você nunca tenha ouvido falar dele (o que é difícil), com certeza já viu uma cena ou outra de seus filmes em algum lugar. Uma paleta de cores pastéis, personagens excêntricos que parecem saídos de uma vitrine de loja de brinquedos, e uma simetria tão precisa que faria até um engenheiro civil se emocionar. É assim que o mundo de Wes Anderson funciona, uma mistura mágica de nostalgia, humor peculiar e um toque de estranheza que só ele sabe fazer.

É verdade que ele parece ter uma régua invisível nas mãos. Os enquadramentos de seus filmes são tão meticulosamente calculados que ficam no limite entre o TOC e a genialidade. E ele adora tons suaves, que remetem à infância, como amarelo mostarda, rosa claro e verde menta. Parece que tudo no mundo dele foi pintado à mão, com pinceladas cuidadosas para criar uma sensação de sonho. Mas, se o visual já é peculiar, espere até conhecer os personagens. Anderson tem uma habilidade única de criar personagens excêntricos, como se colocassem os caras do Monty Python para escrever contos de fadas na Disney, onde as crianças são geniais e os adultos têm crises existenciais. Sim, Wes Anderson também é um roteirista brilhante e original, criando não só personagens fantásticos, mas histórias bem contadas, com diálogos muito bem construídos. Seus filmes transmitem uma teatralidade difícil de se ver nas telas de cinema e que funciona muito bem. Muitas vezes se tem a impressão de, ao ver um de seus filmes, estar presenciando uma peça de teatro.

Para celebrar a obra deste cineasta tão singular, a Strip Me pinçou da filmografia de Anderson seus 8 melhores trabalhos.

A Crônica Francesa (2021)

Ainda que não esteja entre seus melhores filmes, A Crônica Francesa é um retrato fiel da obra de Wes Anderson como um todo. Sua estética sempre tão meticulosa, com simetria e cores distintas, transmitem uma ideia de limiar entre sonho e realidade, inocência e vida mundana. Aqui, ao retratar um editor de revista à beira da morte e a virada do século com o mundo editorial se adaptando aos novos tempos, Anderson nos coloca nesse lugar entre dois mundos. Um filme delicado e cativante.
Onde assistir: Disney+

Três é Demais (1998)

Não deixe que o péssimo título em português te desanime a assistir esse ótimo filme. O título em inglês, Rushmore, é bem melhor e poderia ser mantido, afinal se trata da instituição de ensino onde Max, o protagonista, estuda. Rushmore é o segundo longa da carreira de Wes Anderson, e já traz todos os elementos que o tornariam inconfundível. A começar pelo protagonista, que, propositalmente, não gera empatia ou identificação com o espectador, mas é carismático. Sem falar, é claro, na estética marcante. É uma comédia deliciosa sobre amizade e aprendizado.
Onde assistir: Amazon Prime

Viagem a Darjeeling (2007)

A fórmula de sucesso d’Os Excêntricos Tenenbaums, de uma tragicomédia sobre uma família disfuncional se repete aqui, porém, numa pegada mais dinâmica. No fim das contas, trata-se de um road movie sobre relações interpessoais, laços familiares e redenção. A aura mística e misteriosa da Índia é o pano de fundo perfeito para uma história muito bem escrita com uma fotografia impecável. A busca do sentido da vida é ilustrado aqui através de uma viagem de trem conturbada e exuberante. Esteticamente, está entre os mais belos de Wes Anderson.
Onde assistir: Disney+

A Ilha dos Cachorros (2018)

Um dos trabalhos mais ousados de Wes Anderson por se tratar de uma animação em stop motion com uma temática aparentemente infantil, mas de profundidade filosófica impressionante. Antes de qualquer coisa, é importante dizer que é um filme visualmente lindíssimo! Livre para criar cenários sem depender de locações e paisagens reais, Anderson nos entrega uma obra de arte. O roteiro completa o longa com questionamentos fundamentais sobre a vida em sociedade, o autoritarismo, preconceito, solidariedade… olha, é muita coisa. Mas tudo embrulhado numa história de aventura bem humorada, que traz toda essa carga com certa leveza. É um filme brilhante!

Os Excêntricos Tenenbaums (2001)

Foi o filme que realmente fez com que Wes Anderson tivesse reconhecimento na indústria cinematográfica. À época do lançamento do longa, sua recepção por parte da crítica ficou dividida entre quem amou e quem odiou. Mas foi sucesso de público e rapidamente Anderson passou a figurar entre os cineastas queridinhos da turma do cinema cult, ao lado de Tarantino, os irmãos Coen e Roman Polanski. O filme retrata uma história sobre reconciliação familiar e padrões de comportamento em sociedade. Um clássico cult.
Onde assistir: Disney+ – Amzon Prime

O Fantástico Sr. Raposo (2009)

Esta foi a primeira experiência de Wes Anderson com animação em stop motion. E, olha, foi uma baita de uma estreia! O Fantástico Sr. Raposo é uma adaptação para o cinema de um livro de 1970 de mesmo título, escrito por Roald Dahl. Trata-se de um livro infantil, mas como toda boa obra infantil, tem sempre um fundo de crítica social, ou algo do gênero. Anderson captou essa essência da história para elaborar um filme, que consegue ser encantador para crianças e impactante para adultos. Uma história sobre roubo, conspiração e amor. É imperdível!
Onde assistir: Disney+

Moonrise Kingdom (2012)

Muita gente considera este o melhor filme de Wes Anderson. Pode até ser, realmente é uma obra de arte. Aqui, mais do que nunca, a estética andersoniana se faz presente de forma exuberante. A fotografia é linda! E o roteiro muito bem escrito, uma história com drama e comédia na medida certa, com personagens encantadores e diálogos espertos. Uma aventura deliciosa sobre amizade, padrões sociais questionáveis e a inconsequente inocência da juventude. A cereja do bolo é um elenco fabuloso com Bruce Willis, Edward Norton, Bill Murray, Frances McDormand e Tilda Swinton.
Onde assistir: Disney+ – Amazon Prime

O Grande Hotel Budapeste (2014)

A obra prima de Wes Anderson é ambientada no período entre as duas guerras mundiais, em que, num hotel, o gerente e um jovem empregado se tornam grandes amigos. Entre as aventuras vividas pelos dois, constam o roubo de uma obra de arte renascentista, a fortuna de uma família e as transformações históricas durante a primeira metade do século XX. É a obra máxima de Anderson porque ele conseguiu dar um passo adiante em sua fórmula, tanto na estética quanto na escrita. Além disso, o elenco todo apresenta atuações memoráveis. É desses filmes que a gente não cansa de ver, e se você esbarra nele zapeando os canais da TV, vai acabar parando pra assistir. Ah, sim, é claro que ele ganhou 4 Oscars e foi uma das maiores bilheterias daquele ano. É cult e blockbuster ao mesmo tempo!
Onde assistir: Disney+ – Amazon Prime

Como não admirar um artista que consegue absorver as melhores referências (Kubrick, Almodóvar, Lars Von Trier, Terrence Malik…) e produzir obras com tanta personalidade? Wes Anderson consegue essa proeza, evidenciar suas referências, mas ser autoral. Assim é também a Strip Me. A gente faz as camisetas mais lindas e confortáveis, ideais para qualquer rolê, com estampas que esbanjam as melhores referências, e com aquele estilo que só a gente tem. Vai lá no nosso site e confere a coleção de camisetas de cinema, de música, arte, cultura pop, bebidas e muitas outras, isso sem falar que por lá você fica por dentro de todos os nossos lançamentos, que pintam toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist delícia com algumas das grandes canções que aparecem nos filmes de Wes Anderson. Wes Anderson Top 10 tracks.

Filhos de Manchester: As 10 bandas mais importantes do berço do rock alternativo.

Filhos de Manchester: As 10 bandas mais importantes do berço do rock alternativo.

Depois de Londres, a cidade inglesa que mais gerou grandes bandas foi Manchester. A Strip Me dá um panorama da cidade e fala sobre as 10 bandas mais importantes que vieram de lá.

É muito comum ver gente traçando paralelos e fazendo associações entre as cidades Manchester e Seattle. De fato, rolam várias similaridades. O clima frio e chuvoso, são cidades essencialmente industriais e ambas geraram dezenas de bandas de rock que são relevantes até hoje. Mas cada uma tem suas nuances e particularidades, que sempre tornam tudo mais saboroso e interessante.

Nosso foco aqui é Manchester. Cidade que fica a noroeste da Inglaterra, é banhada pelo rio Mersey e cuja fundação não se sabe bem quando ocorreu, mas especula-se que tenha sido no século I, muito antes do Reino Unido ser o que é hoje. Manchester carrega uma história de luta e pioneirismo. Foi a primeira cidade a ter uma máquina a vapor operando na indústria têxtil, sendo assim um marco na Revolução Industrial. Justamente por seu caráter fabril, uniu uma diversidade étnica de trabalhadores muito diversa, bem como forjou uma classe trabalhadora unida e atuante socialmente. Estando longe demais das capitais, ensimesmou-se, criando, ao mesmo tempo, um certo orgulho de suas origens, um humor autodepreciativo e até mesmo criando rivalidade entre si mesma, com dois times de futebol de tradição e torcidas apaixonadas. Who needs London, anyway?

Tudo isso ajudou a forjar em Manchester uma sociedade criativa, trabalhadora e orgulhosa de si. Manchester e Liverpool sempre tiveram muito em comum, por serem cidades vizinhas, ligadas pelo rio Mersey. Por isso, quando começaram a despontar bandas de rock na região, no comecinho dos anos 60, esse movimento ficou conhecido como Merseybeat. Obviamente que o Merseybeat tinha como grande ícone os Beatles. Mas na sequência, duas grandes bandas de Manchester pintaram para engrossar o caldo do que ficaria conhecida como British Invasion. Anos depois, já no início da década de 1970, o clima em toda a Inglaterra era de desânimo e revolta. Uma crise econômica assolava o país, deixando milhares desempregados. Terreno fértil para o inconformismo do movimento punk. Os anos oitenta não foram muito melhores, e Manchester, nesse período, viu crescer pelo menos meia dúzia de grandes bandas alimentadas pela pobreza e desilusão.

Nesse contexto todo, a Strip Me selecionou as 10 bandas mais importantes surgidas em Manchester desde os anos 60 até hoje.

The Hollies

Uma das bandas mais importantes da Merseybeat. Eram camaradas dos Beatles e tem seu mérito por serem grandes compositores. Souberam criar lindas harmonias de vozes à la Beach Boys, mas sem serem tão ensolarados. Allan Clarke e Graham Nash formavam uma dupla ímpar. A banda não durou tanto tempo com sua formação clássica, mas seguiu com novos integrantes, e estão tocando até hoje. Em 1968 o guitarrista Graham Nash deixou a banda e trocou a chuvosa Manchester pela festiva California, onde integrou o super grupo Crosby, Stills, Nash & Young.

Herman’s Hermits

Apesar de ter caído no ostracismo da década de 1970 em diante, os Herman’s Hermits foram uma das bandas mais importantes da British Invasion. Entre 1965 e 1966 foi a banda que chegou mais perto de ser tão popular quantos os Beatles nos Estados Unidos, graças a sucessos como No Milk Today, I’m Henry VIII, I Am e There’s a Kind of Hush. Mas, para muita gente, vai ser sempre lembrada como a banda da clássica canção I’m Into Something Good, imortalizada num hilariante videoclipe no filme Corra que a Polícia Vem Aí!

Buzzcocks

Não é preciso cavar muito fundo para descobrir que uma das principais referências e inspiração para Bad Religion, Green Day, Blink 182 e toda a turma do punk californiano, é a banda de Manchester Buzzcocks. Formada em 1976 após um show dos Sex Pistols na cidade, o grande diferencial dos Buzzcocks é que eles trocaram as letras políticas e de protesto por temas existenciais adolescentes, com muita ironia e bom humor. Banda fundamental!

Joy Division

O show dos Sex Pistols citado acima aconteceu no dia 20 de junho de 1976. E não só a rapaziada que formaria os Buzzcocks estavam presentes e resolveram montar uma banda. Tinha uma outra molecada ali que ficou tão impactada com o show dos Pistols, que correu pra montar uma banda também. Ian Curtis, Bernard Sumner, Peter Hook e Stephen Morris se juntaram e montaram uma banda chamada Warsaw, influenciada basicamente por Sex Pistols e The Stooges. Mas logo a banda resolveu mudar de rumo. Trocou de nome para Joy Division e começaram a criar um som único, misturando Velvet Underground e Kraftwerk. Assim, acabaram por fundar um novo gênero, o pós punk e ser determinante para a cena gótica que se criava. Até hoje segue sendo uma das bandas mais influentes de todos os tempos.

New Order

A gente até poderia botar Joy Division e New Order no mesmo balaio. Mas o New Order tem uma carreira tão distinta e influente para além do estilo soturno do Joy Division, que merece ser citada à parte. O New Order nada mais é do que o Joy Division sem o vocalista Ian Curtis, que cometeu suicídio em maio de 1980. Sem Curtis, a banda decidiu abraçar de vez a sonoridade eletrônica do Kraftwerk e mais uma vez cunhou um novo gênero, o eletro rock. Por revolucionar a música eletrônica e o rock com um acento pop fabuloso, o New Order é uma das bandas mais revolucionárias e influente dos anos 80. Se você gosta de Massive Attack, The Killers, LCD Soundsystem, Arcade Fire e etc, agradeça a Peter Hook e sua turma.

The Smiths

Dá pra cravar que a os Smiths são os pais do indie rock. Ok, muita gente pode dizer que é o Joy Division. Mas podemos colocar nos seguintes termos: Joy Division e The Smiths são para o indie o que The Stooges e Ramones são para o punk. A banda começou em 1982 e despontou logo de cara na Inglaterra. Não só Morrisey criou uma nova linguagem no rock, com um tom confessional e melancólico nas letras, como Johnny Marr também trouxe muita inovação com sua guitarra limpa e inventiva, trocando solos virtuosos por acordes e riffs surpreendentes. Os caras mudaram completamente o cenário, reinventaram o pós punk e desovaram mundo afora uma infinidade de bandas tristes que vão de Legião Urbana a Belle and Sebastian.

The Stone Roses

Os Stone Roses encabeçam dois movimentos importantíssimos e que cresceram paralelamente: Madchester e Britpop. A fama de Manchester de ser a Seattle inglesa vem dessa época em que, depois dos Smiths, bandas pipocavam por todo o canto e acabaram criando um uma cena muito forte que, assim como o grunge, não era musicalmente muito similar, mas tinha aquela camaradagem entre as bandas. O primeiro disco dos Stone Roses, lançado em 1989, é um dos melhores discos dos anos oitenta, com uma sonoridade forte e grandes melodias. Assim como os Sex Pistols fizeram os caras dos Buzzcocks e Joy Division querem estar numa banda, o embrião do que seria o Oasis surgiu depois de um show dos Stone Roses. Liam Gallagher disse que foi os Stone Roses foi a primeira banda que ele viu ao vivo, e Noel já afirmou que quando ouviu pela primeira vez Sally Cinnamon, primeiro single dos Stone Roses lançado em 1987, ele teve certeza que seria músico.

Happy Mondays

Happy Mondays é o tipo de banda que se destaca pela excentricidade. Claro, é uma banda competente e talentosa, mas não chega aos pés de Stone Roses, por exemplo. Mas contribuiu muito para moldar o movimento Madchester, musical e esteticamente. O Happy Mondays trouxe um ar de loucura e psicodelia que outras bandas não tinham. conta ponto a favor também saber que o nome da banda é uma brincadeira com o maior hit do New Order, a música Blue Monday. Aqui no Brasil a banda não ficou tão conhecida. Ganhou alguma popularidade quando vieram ao Brasil em 1991 para o Rock in Rio 2 e fizeram um show surpreendente. Além disso, o vocalista Shaun Ryder causou certa polêmica ao declarar para a Folha de S. Paulo tinha a intenção de vir ao Brasil trazendo mil tabletes de ecstasy, mas desistiu quando soube das condições das cadeias brasileiras, e preferiu não correr o risco de experimentar uma cela no país.

Oasis

Pois é. Atualmente não se fala em outra coisa. O retorno do Oasis é pauta em tudo quanto é lugar. Não à toa. Ainda que não sejam tão influentes quanto alguns de seus conterrâneos, certamente, é a banda mais popular da história de Manchester. O Oasis personifica o velho padrão do rock, a dupla criativa como Lennon e McCartney, Jagger e Richards e etc. Os irmãos Liam e Noel Gallagher são compositores fabulosos. Ambos funcionam bem em carreira solo, mas juntos rola uma química inexplicável. Se pegar qualquer lista dos melhores discos dos anos 90, certamente você vai ver um disco do Oasis lá, ou até mesmo dois. O Oasis fez parte do tal britpop, teve ali, no meio dos anos noventa uma tentativa de criar uma rivalidade com o Blur que não foi adiante (até porque o Oasis é claramente bem melhor que o Blur)… mas no fim, a banda extrapolou isso tudo, conquistando popularidade no mundo todo com uma obra invejável. Certamente é um dos filhos favoritos de Manchester.

The Chemical Brothers

A dupla Ed Simons e Tom Rowlands se conheceu em Manchester e acabou ajudando a revolucionar a música eletrônica. E não tinha lugar melhor para isso do que a cidade que gerou o New Order, que junto com Kraftwerk e Cabaret Voltaire, sempre foi uma das principais influências da dupla. O movimento Madchester, que começou ali com The Stone Roses e Happy Mondays, já tinha em seu DNA uma boa dose de música eletrônica, assim, foi natural que, mesmo não sendo uma banda de rock convencional, o duo The Chermical Brothers se tornasse um dos principais expoentes do Madchester. Indo além disso, junto com Prodigy e Fat Boy Slimn, o Chemical Brothers deu uma nova cara à música eletrônica.

Que cidade fulgurante é Manchester! Um lugar que respira boa música e exala grandes melodias Um lugar assim merece mais que nosso respeito, mas nossa homenagem! E a Strip Me, que tem uma verve musical que não é só pra inglês ver, celebra Manchester e começa setembro com várias camisetas lindas inspiradas no rock n’ roll. Pra conferir, é só colar no nosso site e ver os últimos lançamentos. e você pode ainda dar uma olhada nas camisetas de música, arte, cinema, cultura pop e muito mais.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist fina e elegante com o que de melhor saiu de Manchester. Manchester top 10 tracks.

8 Bandas que se separam e se reuniram com sucesso anos depois.

8 Bandas que se separam e se reuniram com sucesso anos depois.

No dia 27 de agosto a banda Oasis anunciou seu retorno tão aguardado pelos fãs. Para celebrar essa ótima notícia, a Strip Me relembra 8 bandas que se separaram, mas voltaram tempos depois e se deram bem.

Vamos combinar que o convívio em sociedade não é nada fácil. Sempre que um grupo de pessoas tem que passar muito tempo junto, coisas boas e ruins resultam disso. Pode ser que surja uma amizade para a vida toda, como pode originar desafetos incorrigíveis. Na real, quanto mais a relação entre esse grupo depender de tomada de decisões e assumir responsabilidades, maior a chance de dar alguma merda e sair uma briga. E os motivos para isso acontecer são os mais variados. Desde de uma piadinha inocente sendo mal interpretada, até alguém mal intencionado tentar levar muita vantagem em cima dos demais. Um dos exemplos mais claros desse tipo de situação pode ser observada numa banda de rock.

Vamos pegar aqui o estereótipo mais tradicional possível de uma banda, ou seja, três ou quatro amigos que gostam do mesmo estilo de música e resolvem aprender a tocar instrumentos e fazer seu próprio som. Seguindo nos clichês que já cansamos de ler em biografias de estrelas do rock, se a banda alcança sucesso comercial, logo os problemas se intensificam. A pressão de empresários faz com que surjam divergências entre os músicos sobre fazer um som mais comercial ou mais agressivo, sexo e drogas passam a fazer parte da rotina, nublando a percepção de realidade… a amizade começa a rachar, e de repente, do nada, o baixista joga uma garrafa de Jack Daniel’s na cabeça do guitarrista no camarim e pronto. A banda acaba. Se essa relação de amizade e parceria musical vai cicatrizar e voltar a ser como antes, só o tempo e a necessidade de dinheiro dirão.

E muitas dessas relações acabam voltando sim. E com êxito. A Strip Me selecionou 8 grandes bandas que se separaram por um tempo, voltaram a tocar anos depois e se deram bem.

Sex Pistols

Os Sex Pistols é um caso único na história do rock n’ roll. A banda durou apenas dois anos, lançou um único disco, e mesmo assim deixou uma marca permanente na música pop e é reverenciada até hoje. A banda começou em 1976 com John Lydon no vocal, Paul Cook na bateria, Steve Jones na guitarra e Glen Matlock no baixo. Matlock foi substituído por Sid Vicious no início de 1977, ainda antes da banda entrar em estúdio para gravar o indispensável disco Never Mind The Bollocks, Here’s the Sex Pistols. Ironicamente, Glen Matlock foi contratado como músico de estúdio para gravar algumas linhas de baixo no lugar de Sid, que era um músico bem ruinzinho. A banda era um verdadeiro caos. O comportamento agressivo de Lydon e o abuso desenfreado de drogas de Sid Vicious fez a banda entrar em colapso durante uma tour nos Estados Unidos no início de 1978, que decretou o fim da banda.

Em 1996, para a surpresa de muitos, é anunciada a reunião dos Sex Pistols para uma série de shows. A turnê foi apropriadamente intitulada Filthy Lucre (lucro sujo), já que declaradamente, o quarteto não era mais o que se pode chamar de bons amigos. John Lydon, Steve Jones, Paul Cook e Glen Matlock empreenderam uma tour de 6 meses que passou pela Europa, Austrália, América do Norte e América do Sul, e certamente rendeu bons lucros para a banda. Em 2000 foi lançado o documentário The Filth and The Fury, que incentivou a banda a se reunir para mais shows, que foram se sucedendo com êxito até 2008. Depois disso, o clima pesou de novo entre John Lydon e Steve Jones, e o vocalista deixou a banda definitivamente. Mas Jones, Cook e Matlock seguiram tocando juntos colocando Frank Carter no lugar de Lydon. Com essa formacão, os Sex Pistols, vira e mexe, ainda aparecem em algum festival.

Velvet Underground

Apesar de não ser tão popular, o Velvet Underground é uma das bandas mais influentes e fundamentais do rock. Uma banda totalmente anticlimax, que propunha uma sonoridade letárgica e letras sombrias, em contraponto com o clima festivo de paz e amor vigente entre a juventude da época. Lou Reed, John Cale, Sterling Morrison e Maureen Tucker são os avós do punk rock e da música alternativa. Existe muita mística envolvendo a história da banda e seu desenvolvimento. Os abusos de heroína e outras drogas e o ambiente caótico e alienante do submundo artístico de New York fez com que a banda, ainda que muito criativa, produzisse muito pouco e vivesse mais de shows. Lou Reed e John cale, os dois principais compositores, se desentendiam frequentemente, em 1969 Cale foi expulso da banda por Reed e substituído pelo guitarrista Doug Yule, e foi o começo do fim. Em 1970 Lou Reed decide abandonar a banda para seguir carreira solo. O Velvet Underground ainda segue com Sterling Morrison, Maureen Tucker e Doug Yule, que assumiu os vocais, até 1973, quando a banda finalmente encerra suas atividades.

Em 1990 Lou Reed e John Cale se juntam para gravar o disco Songs for Drella, compostas pela dupla em homenagem a Andy Warhol, morto em 1987 e amigo íntimo de todos da banda. Com o disco, começam a pipocar boatos sobre uma reunião do Velvet Underground. A reunião se concretiza em 1992, quando a banda sai em uma celebrada tour pela Europa e Estados Unidos. A tour é um sucesso, em seguida a banda começa a excursionar com o U2 e pinta até um convite da MTV para que a banda grave um acústico. Tudo ia muito bem até que, em 1994, Reed e Cale brigam novamente. Para finalizar qualquer possibilidade da banda produzir algo novo, Sterling Morrison morreu em agosto de 1995, vítima de um linfoma. Foi uma reunião breve, é verdade, mais muito significativa, dada a importância da banda. Afinal, tenha certeza que sem Velvet Underground, não existiria Ramones, Talking Heads, Sonic Youth, Strokes

Pixies

Por falar em banda influente, os Pixies não poderiam ficar de fora desta lista. Assim como o Velvet Underground, os Pixies nunca foram um sucesso estrondoso de público, mas desde de seu primeiro EP, Come on Pilgrim, de 1987, é elogiadíssima pela crítica. A banda começou em Boston em 1986, formado por Black Francis na guitarra e voz, Kim Deal no baixo e voz, Joey Santiago na guitarra e Dave Lovering na bateria. Com seu som melódico e barulhento os Pixies conquistaram o coração de caras como Kurt Cobain, que inúmeras vezes rasgou elogios à banda na imprensa e chegou a declarar que Smells Like Teen Spirit havia sido uma tentativa de emular o som dos Pixies. Entre 1987 e 1991 a banda lançou 4 discos excelentes e fez muitos shows, mas o comportamento autoritário de Black Francis e a verve rebelde e criativa de Kim Deal fizeram com a banda se separasse em 1992.

Em 2004 foi anunciado o retorno dos Pixies aos palcos com sua formação original, tendo Black Francis e Kim Deal se reconciliado. Com a internet já popular e o público tendo mais acesso à informações e discos, o retorno dos Pixies foi muito celebrado, e a banda fez uma turnê mundial extensa e muito bem sucedida, passando inclusive pelo Brasil. Até 2013 a banda seguiu fazendo shows e começou a pintar até a vontade de gravar um novo disco de inéditas. Foi aí que o caldo desandou, e Black Francis e Kim Deal se desentenderam de novo. Deal anunciou sua saída, mas a banda seguiu em frente contratando a baixista Paz Lenchantin. De lá pra cá, a banda segue em plena atividade, tendo lançado 4 discos de inéditas.
Nota do editor: O show dos Pixies em Curitiba, em 2004, foi memorável, um dos melhores que já vi na vida.

The Police

O Police fez história como uma das bandas mais competentes da história, um power trio imbatível. O baixista e vocalista Sting tinha um histórico de músico de jazz, já o baterista Stewart Copeland vinha do rock progressivo e o guitarrista Andy Summers, ainda que um músico muito técnico, trazia a linguagem do punk e da new wave. Os três componentes se condensaram e o resultado foi um pop afiadíssimo, moderno e cativante. A banda atuou de 1977 a 1983 enfileirando hits radiofônicos e ganhando Grammys. Neste período lançaram 5 discos, todos resultando em altas vendas e turnês mundiais. Realmente, a banda praticamente não parou de trabalhar ao longo desses 6 anos. A convivência e as pressões de gravadora e empresários deixou o trio exausto e sedento por explorar novos caminhos. Assim, em 1983, anunciaram uma pausa das atividades da banda, para que cada integrante pudesse se dedicar a outros projetos. Essa pausa acabou se prolongando tanto, que acabou sendo considerada o fim do Police.

Ainda que o trio tenha voltado a tocar junto esporadicamente em um ou outro evento especial, foi só em 2007 que foi anunciado o triunfal retorno do Police. A banda fez uma extensa turnê mundial entre 2007 e 2008 que realmente consagrou o Police como uma das bandas mais importantes dos últimos tempos. Essa tour passou pelo Brasil lotando o Maracanã numa noite histórica. Depois disso, em 2008, coube a Stewart Copeland anunciar que a banda estava definitivamente encerrando as atividades de uma vez por todas. Como curiosidade, vale citar que cada membro do trio seguiu com seus projetos próprios. O guitarrista Andy Summers acabou se ligando muito ao Brasil. Gravou disco com a Fernanda Takai e montou uma banda chamada Call The Police, onde toca com o baixista Rodrigo Santos (ex-Barão Vermelho) e João Barone (Paralamas do Sucesso) os maiores sucessos do Police desde 2014 até atualmente.

Blink 182

O Blink 182 é uma dessas bandas cuja formação considerada “clássica” não é a original. A banda começou em 1992 com Tom DeLonge na guitarra, Mark Hoppus no baixo e Scott Reynor na bateria. Com essa formação a banda lançou dois discos, alcançando até certo reconhecimento no mainstream, empurrados pela onda punk que assolava as rádios graças ao Green Day e Offspring. Porém, à medida que a popularidade da banda crescia, o baterista Scott Reynor foi se perdendo cada vez mais nas farras e bebedeiras. Durante uma tour em 1998 ele simplesmente desapareceu, deixando a banda na mão. Convocado às pressas, Travis Barker não deixou a baqueta cair e assumiu os tambores da banda definitivamente. No ano seguinte, a banda lança Enema of the State e estoura de vez, ficando conhecida no mundo inteiro. Em 2005 a banda anunciou oficialmente que estava encerrando as atividades, por divergências musicais entre os integrantes da banda.

Em 2009 a banda apareceu de surpresa na cerimônia do Grammy e anunciou seu retorno aos palcos. E foi uma volta retumbante. As tours foram sucesso de público, o que incentivou a banda a começar a trabalhar em novas canções. Em 2011 lançam o disco Neighborhoods e seguem em frente a todo vapor. A alegria durou até 2015, quando DeLonge anunciou que estava saindo da banda, pois queria se dedicar a outros projetos para além do universo da música. Hoppus e Barker continuaram trabalhando com Matt Skiba no lugar de DeLonge. Em 2021, Mark DeLonge publicou em suas redes sociais estar em tratamento por conta de um câncer. Em 2022, já curado e grato aos fãs pela enxurrada de boas vibrações que recebeu, anunciou seu retorno à banda, que lançou um disco novo em 2023 e saiu em turnê mundo afora, chegando a desembarcar no Brasil, inclusive. E não dão sinais de que vão parar tão cedo.

Faith No More

Outra banda cuja formação clássica não é a original. Na real, o Faith No More é o tipo de banda que acabou sendo identificada muito mais pelo seu frontman do que pelos demais integrantes. Ainda que o Faith No More não seja o Faith No More sem a presença do batera Mike Bordin, do baixista Billy Gould e do tecladista Roddy Bottum, sem dúvida é Mike Patton que carrega o nome da banda nas costas. Faith no More começou em 1982, além de Bordin, Gould e Bottum, fazia parte da banda o guitarrista Jim Martin. Até ficarem com Chuck Mosley, muita gente passou pela cargo de vocalista da banda, até mesmo uma ilustre desconhecida até então chamada Courtney Love, que na época era namorada do tecladista. Mosley ficou na banda de 1984 até 1989 e chegou a gravar dois discos. Insatisfeitos com as limitações vocais e excessos alcoólicos de Mosley, o vocalista foi demitido. Em seu lugar entra Mike Patton e tudo muda! A banda grava, logo de cara, um disco avassalador, que vende milhões de cópias mundo afora. Em pouco tempo, Patton toma conta da banda com sua energia criativa e bizarrices sonoras. Apesar de Jim Martin ter seu valor e ter feito parte dos discos mais importantes da banda (The Real Thing e Angel Dust), ele não concordava com as estripulias de Patton e saiu fora em 1993. Muitos guitarristas passaram pela banda desde então. O Faith No More encerrou as atividades em 1998, depois de todos os integrantes estarem encarando a banda como um reles emprego, estanto todos interessados em outros projetos.

Em 2009 a banda anuncia que está se reunindo para fazer uma turnê europeia. O curioso dessa história é que Patton e companhia, nas entrevistas sobre o retorno da banda, não tinham nenhum pudor em afirmar que o retorno da banda estava acontecendo porque todos eles estavam precisando levantar uma grana. Desta forma despretensiosa, a banda acabou fazendo uma tour que, além da Europa, passou pela América do Norte e América do Sul, incluindo o Brasil, claro. Com shows bombásticos, o Faith No More surpreendeu o público mundo afora fazendo shows e até mesmo lançando um disco de inéditas em 2015. Atualmente, a banda está oficialmente parada porque Mike Patton está em tratamento, desde 2020, após ser diagnosticado com agorafobia, um distúrbio que causa crises de ansiedade e pânico.
Nota do editor: O show do Faith No More em São Paulo em 2009 também figura entre os mais memoráveis que já presenciei.

Guns n’ Roses

Uma convergência de fatores fez com que os Guns n’ Roses fossem considerados a maior banda de rock do mundo entre 1987 e 1991, quando foram atropelados pelo grunge. A banda começou em 1985 como uma dissidência da banda L.A. Guns. Tracii Guns (guitarra solo), Ole Beich (baixo) e Robbie Gardner (bateria), que faziam parte dos L.A. Guns se juntaram aos amigos Axl Rose, que era vocalista, e Izzy Stradlin, guitarrista. A junção de L.A. Guns com Axl Rose, gerou o nome Guns n’ Roses. Mas essa formação durou pouco. Tretas e chapações fizeram a banda se separar, mas Axl e Izzy ficaram com o nome e convocaram o guitarrista Slash, o baixista Duff McKagan e o batera Steve Adler. e o resto é história. O talento inegável de Axl Rose e Slash para compor grandes canções, a pose hedonista e a MTV dando seus primeiros passos, sedenta por bandas que aparecessem bem na telinha, alçaram rapidamente os Guns n’ Roses ao estrelato. Na real, a banda nunca encerrou suas atividades oficialmente. Axl Rose manteve o nome da banda de pé, mesmo sem nenhum dos integrantes da fase áurea da banda (leia-se os discos Appetite for Destruction e Use Your Illusion 1 e 2). O primeiro a deixar a banda foi Slash, em 1995. Em 1997 Duff McKagan foi o último dos integrantes daquela época a deixar a banda nas mãos de Axl Rose.

Depois de muita negociação, conversas entre os ex-integrantes e até mesmo um histórico desabafo choroso de Axl Rose no palco em pleno Rock in Rio 2001, a trinca de ouro dos Guns n’ Roses, Axl Rose, Slash e Duff McKagan acertaram os ponteiros e finalmente anunciaram que voltariam a tocar juntos. O retorno rolou em grande estilo, no festival Coachella de 2016. Desde então a banda segue excursionando mundo afora e disparando seus grandes hits, que marcaram toda uma geração de moleques cabeludos.

Oasis

Pra finalizar, não poderíamos deixar de falar sobre a banda que inspirou a elaboração dessa lista! Oasis tem uma história interessante de apropriação. Começou com o baixista Paul McGuigan, o guitarrista Paul “Bonehead” Arthurs, o baterista Tony McCarroll e Chris Hutton nos vocais, que formavam uma banda chamada Rain, em 1991. Insatisfeitos com as performances do vocalista, Hutton foi substituído por Liam Gallagher, que era camarada dos caras da banda. Logo ao entrar, Liam propôs que a banda trocasse de nome para Oasis, sugestão aceita. Eles seguiram tocando pelos bares de Manchester sem grandes pretensões. Noel, irmão mais velho de Liam, costumava acompanhar a banda e dar uma força como roadie. Notando que a banda tinha potencial, mas não conseguia desenvolver boas canções, Noel propôs entrar para a banda com uma condição: ele ser o líder, e único compositor, e que os músicos se comprometessem a encarar a busca pelo sucesso com seriedade. Por alguma razão, aquela molecada que era quatrou ou cinco anos mais nova, aceitou. Noel virou o dono da banda e… não é que deu certo? Logo eles conseguem assinar com uma grande gravadora, lançam um disco de estreia soberbo e começam uma escalada veloz rumo ao estrelato. Mas, claro, no meio do caminho haviam egos inflados, drogas, pressão de empresários, gravadoras… e mais egos inflados. Liam passou a disputar as atenções e liderança com Noel e entre 1996 até meados da década de 2000, foi uma sucessão de briga e volta entre os dois irmãos, e, de fato, acabou que a banda se resumiu aos dois mesmo. A coisa toda se arrastou até 2009, quando Noel anunciou sua saída e, por consequência, o fim da banda, numa nota em que dizia: “É com tristeza e grande alívio que venho dizer que deixei o Oasis hoje à noite. As pessoas vão escrever e dizer o que quiserem, mas eu simplesmente não poderia continuar trabalhando com Liam por mais um só dia.”

Desde então, órfãos do Oasis sonham com uma reunião dos irmãos Gallagher nos palcos, e quem sabe nos estúdios, compondo material novo. Enquanto isso, se contentam com as carreiras solo de Liam e Noel. Até que, dias atrás, pintou no Instagram da banda uma imagem com a data “27 de agosto de 2024”. Todo mundo ficou alvoraçado com uma possível volta da banda. E esse retorno realmente se confirmou! Na última terça feira, dia 27 de agosto, foi anunciada e já começaram as vendas de uma tour da banda pelo Reino Unido, e já rolam várias especulações sobre uma tour mundial! Só nos resta torcer e aguardar.
Nota do editor: Caso se confirme um show do Oasis no Brasil, pretendo estar presente, certo de que será mais um entre os memoráveis shows que já vi.

Nada como a notícia da reunião de uma banda amada pra aquecer os nossos corações! E se é show bom que está por vir, a Strip Me já está prontinha pra te fornecer as mais incríveis e charmosas camisetas para vestir nesses momentos! A nossa coleção de camisetas de música é um arraso! Vai lá na nossa loja conferir! E tem também as camisetas de cinema, arte, cultura pop, bebidas e muito mais. Ah, sim. No nosso site você também fica por dentro de todos os nossos lançamentos, que pintam por lá toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Aquela playlist arrasadora com as bandas que foram, mas voltaram! Back Together top 10 tracks.

Para assistir: Para entender bem esse lance todo de como funciona uma banda por dentro e sacar porque as bandas acabam se separando, mesmo quando estão por cima, vale a pena assistir a divertidíssima minissérie Daisy Jones and The Six, a história de uma banda fictícia que se deu bem e depois se deu mal. Além de uma fotografia linda e roteiro super bem escrito, a trilha sonora é ótima!

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