8 fatos que você precisa saber sobre o mestre Belchior.

8 fatos que você precisa saber sobre o mestre Belchior.

Um dos compositores mais influentes e geniais da música brasileira, Belchior segue sendo celebrado, mesmo passados sete anos de sua morte. A Strip Me traz fatos e curiosidades que você precisa saber para conhecer melhor este que é um dos grandes mestres da MPB.

É muito comum no universo da música que compositores geniais não se tornem tão conhecidos quanto suas próprias canções, que acabam ganhando notoriedade na interpretação de outros artistas. Isso quando não acontece de determinada canção ficar tão vinculada ao intérprete, que o público sequer fica sabendo quem a compôs. Afinal, quanta gente não tem por aí até hoje achando que Twist and Shout é uma composição de Lennon & McCartney, ou que All Along the Watchtower foi escrita por Jimi Hendrix? Na música brasileira não é diferente. Não pense você que Vapor Barato é uma canção original d’O Rappa, ou que Evidências foi escrita pelo Chitãozinho & Xororó. Mas um dos mais emblemáticos exemplos dessa simbiose entra canção e intérprete na música brasileira é Como Nossos Pais, imortalizada na voz potente de Elis Regina. Um verdadeiro clássico, cujo compositor é o cearense Belchior.

Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes (literalmente um dos maiores nomes da MPB) nasceu em Sobral, no Ceará, no dia 26 de outubro de 1946. Desde criança demonstrava aptidão para as artes, em especial a escrita. Com 10 anos de idade participava de feiras e quermesses se candidatando em concursos de canto, além de fazer repente e escrever poemas. Também, ainda criança, desenvolveu o gosto pela leitura. Quando jovem, largou a faculdade para se dedicar à música, mudou-se pro sudeste, passou perrengue, mas conseguiu emplacar algumas canções. Ganhou notoriedade, para anos depois cair no ostracismo, o qual o compositor abraçou e, pode se dizer, se dedicou a ele. Faleceu em abril de 2017, vítima de um aneurisma. Depois de sua morte, vem sendo redescoberto pelas novas gerações e celebrado como um dos mais importantes e talentosos compositores do Brasil. A Strip Me traz alguns detalhes interessantes sobre a trajetória de Belchior, que só realçam seu brilhantismo e excentricidade.

Ego ego, delicto meo.

Aos 16 anos de idade, Belchior mudou-se de Sobral para Fortaleza para estudar. Católico, optou por ingressar num colégio interno de frades italianos capuchinhos, onde aprendeu latim e italiano, além de estudar filosofia, teologia e canto gregoriano. Com dezenove anos, passou em medicina na Faculdade Federal do Ceará, mas não concluiu o curso, abandonando a universidade no quarto ano parta se dedicar à música. Nessa fase, com 24 anos de idade, além de latim e italiano, Belchior dominava o inglês, espanhol e francês. Não à toa, suas composições se destacam justamente pelas letras, repletas de reflexões filosóficas e referências literárias, resultado de sua vivência acadêmica. Todavia, a beleza da obra de Belchior é que ele consegue transmitir isso tudo com simplicidade e leveza, sem soar professoral ou pedante, além de não deixar de incluir sempre suas referências de música e cultura pop.

Pessoal do Ceará.

No final dos anos 60, começo dos 70, Fortaleza tinha uma cena cultural efervescente. Compositores, poetas e filósofos costumavam se encontrar pelos bares da cidade e ajudavam a divulgar os trabalhos uns dos outros. O escritor e poeta Augusto Pontes foi um dos principais incentivadores da formalização daquela cena como um movimento, inspirado pelo movimento tropicalista que surgia na Bahia e do Clube da Esquina em Minas Gerais. Ao mesmo tempo, em 1971, Belchior ganhava o IV Festival Universitário de Música Brasileira com sua composição Hora do Almoço, interpretada pela dupla Jorginho Telles e Jorge Nery. Em 1972 a canção Mucuripe, composta por Belchior em parceria com Fagner, é gravada por Elis Regina. Com prestígio entre a classe musical, Belchior e Fagner se mudam para o Rio de Janeiro. Juntos vão Ednardo, Amelinha, Rodger Rogério, Téti e outros músicos, que acabam conhecidos por Pessoal do Ceará. O nome pega e o tal movimento cearense almejado por Augusto Pontes ganha nome. Em 1973 essa turma se junta para gravar o disco Pessoal do Ceará – Meu Corpo Minha Embalagem Todo Gasto na Viagem. Curiosamente, Belchior não participa do disco, porque já estava envolvido com a gravação de seu próprio disco, que seria lançado um ano depois.

Blackbird e Assum Preto.

Com a sorte de ter nascido numa família de classe média, cujo pai era juiz e a mãe dona de casa e integrante do coral da igreja, Belchior teve a oportunidade de consumir muita música, além de ter acesso livre à biblioteca do pai. Quando jovem, ouvia os grandes nomes do rádio como Ângela Maria e Cauby Peixoto, mas se encantava mesmo era com o ritmo contagiante e as histórias cantadas pelo vozeirão de Luis Gonzaga. Na faculdade, convivendo com jovens mais antenados, conheceu os Beatles e Bob Dylan, que fizeram com que ele tivesse um novo olhar sobre a música. Principalmente nos dois primeiros discos de Belchior é possível identificar claramente como essa mistura entre a música nordestina e o folk rock acontecia e funcionava bem. Em especial na música Velha Roupa Colorida, ficam as evidentes as referências de Belchior, que passam inclusive pelo escritor Edgar Alan Poe.

Almoço ou janta.

Elis Regina gravou Mucuripe em 1972, mas só foi conhecer pessoalmente Belchior e escolher algumas músicas do compositor para incluir no seu novo disco três anos depois. Mesmo tendo ganhado um festival, tendo uma música de sucesso moderado gravada por Elis Regina e sendo elogiado no meio artístico, Belchior estava numa baita pindaíba quando se mudou para o sudeste, primeiro para o Rio de Janeiro e em seguida São Paulo. Foi na capital paulista que ele gravou seu primeiro disco em 1974. O álbum não teve muita repercussão, mas já trazia grandes canções como A Palo Seco, Todo Sujo de Batom e Mote e Glosa. Em 1975, morando de favor na casa em reforma de um amigo, Belchior soube que Elis Regina estava no estúdio de sua gravadora na cidade e foi tentar falar com ela. Lá chegando ficou numa sala ao lado de estúdio e ouviu ela dizendo: “Esse rapaz que está aí é o Belchior? Que bom, eu quero ouvir as músicas dele… ” ao serem apresentados, Belchior já deu a real: “Eu não posso mostrar minhas músicas para você agora porque eu não tenho gravador. Estou morando numa construção e não tenho violão. Portanto, se você não me der as condições para que eu possa mostrar as minhas músicas, nada feito. Mas eu posso ir na sua casa. Se a senhora morar longe, é só me passar o endereço. E, se o convite for feito para eu ir na sua casa, que seja na hora do almoço ou do jantar.” Belchior foi embora do estúdio com o convite para jantar com Elis e mostrar suas músicas. Desse encontro, Como Nossos Pais e Velha Roupa Colorida seriam escolhidas para serem incluídas no clássico disco Falso Brilhante.

Eu não estou interessado em nenhuma tiuria.

Belchior ainda não tinha 30 anos de idade completos quando foi lançada sua obra prima. O disco Alucinação foi lançado em junho de 1976. Elis Regina, que já era uma cantora consagrada, foi generosa ao propor que seu disco, Falso Brilhante, contendo duas canções de Belchior, fosse lançado poucos meses antes do lançamento do segundo disco do compositor, Alucinação, que continha as mesmas duas músicas, mas interpretadas pelo seu autor. As músicas Como Nossos Pais e Velho Roupa Colorida já vinham sendo tocadas por Elis em seus shows mesmo antes do lançamento de Falso Brilhante e já faziam muito sucesso. Isso impulsionou muito as vendas de Alucinação. E o disco acabou se tornando um clássico para além dos hits de Elis. Apenas um Rapaz Latino Americano vinha de encontro à realidade do jovem brasileiro daquela época. Os anseios e lamentações da canção são certeiros. Já na música Alucinação, Belchior traz uma reflexão que permanece atual sobre a vida em sociedade nas grandes cidades. Outra das mais impactantes do disco é Sujeito de Sorte, um petardo recheado de suíngue e inconformismo. Musicalmente é um disco muito mais de rock do que MPB, é quase dylanesco. Não só porque as canções são todas calcadas em levadas de violão, com forte acento folk, mas também pelas letras longas, com métricas de rima inconstantes e cantadas com uma voz anasalada, em vários momentos sendo mais recitadas em tom de desabafo do que propriamente cantadas. Essas interpretações mais como lamentos, dão personalidade e sentimento às canções. Trata-se, realmente, de um disco impecável e fundamental.

Era uma vez o homem e seu tempo.

É inquestionável que Alucinação foi o disco mais importante e brilhante da carreira de Belchior. Entretanto, ele continuou produzindo e lançando ótimos discos depois disso. Ao todo são 14 discos de inéditas lançados entre 1974 e 1999. Em especial os discos lançados até 1979 são realmente irrepreensíveis. Em especial o disco Era Uma Vez o Homem e Seu Tempo, lançado em 1979, onde, além do clássico Medo de Avião, consta também a bela canção Comentário a Respeito de John, uma inspirada homenagem a John Lennon escrita um ano antes do beatle ser assassinado em Nova Iorque. Ao longo dos anos oitenta a qualidade de seus discos caiu um pouco, mas mesmo com discos um pouco abaixo da média, é possível pinçar boas canções. Nos anos 90 Belchior volta a lançar trabalhos mais inspirados. Baihuno, de 1993 e Vício Elegante, de 1996, são ótimos discos. O fato é que Belchior nunca deixou de compor, e sempre soube retratar muito bem o momento em que vivia. Sua discografia, acima de tudo, é um retrato de si mesmo.

Oi, sumido.

Após o lançamento de Vício Elegante, Belchior começava a ficar à margem da indústria fonográfica, que colocava todas as suas fichas em bandas de rock engraçadinhas, duplas sertanejas e conjuntos de axé. Em 1999 lança o regular Autorretrato, último disco de inéditas de sua carreira. Após a virada do século, faz cada vez menos shows. Em 2006 seu empresário por mais de 30 anos resolve se aposentar e se muda para a Espanha. Sem empresário, o compositor acaba por definitivamente não fazer mais shows. Para piorar, enfrentava na mesma época alguns processos judiciais por conta de suas duas filhas e também contra uma gravadora. Sem poder acessar seus rendimentos por direitos autorais, com alguns bens apreendidos pela justiça e conta bancária bloqueada, Belchior simplesmente abandonou sua casa em São Paulo e se mudou para o Rio Grande do Sul, onde abraçou de vez o ostracismo e morou de favor em hotéis, em casas de amigos e até mesmo de fãs. A partir de 2008 não se ouviu falar mais dele, e Belchior foi dado como desaparecido. Em 2009 foi encontrado no Uruguai por jornalistas, quando declarou estar compondo material para um novo disco. Porém, em 2012 sumiu de novo, para reaparecer em Porto Alegre anos depois. Até que, em 2017, foi divulgada a notícia de sua morte na pequena cidade gaúcha de Santa Cruz do Sul. Seu corpo foi transportado para o Ceará, onde foi sepultado, já que era esse seu desejo.

Belchior vive!

A obra de Belchior vem se provando mais do que duradoura, e não é de hoje. E nos mais diversos campos da música pop. Para se ter ideia, em 1997 Mano Brown já citava Belchior na bombástica faixa Capítulo 4, Versículo 3, no verso “Sou apenas um rapaz Latino Americano. Apoiado por 50 mil manos. Efeito colateral que seu sistema fez. Racionais Capítulo 4 Versículo 3.” Já mais próximo da linha que separa o rock e a MPB, Humberto Gessinger concebeu uma bela versão da música Alucinação, com um arranjo moderno, no disco Minuano, lançado também em 1997. Outro admirador de Belchior e seu estilo folk era Erasmo Carlos, que ainda em 1976 gravou a bela canção Paralelas. Cantoras da MPB moderna como Ana Cañas e Maria Rita também exaltam Belchior e já gravaram versões de canções do nordestino. Mas a mais recente e notória homenagem a Belchior foi feita pelo rapper Emicida, que sampleou e incluiu na sua música AmarElo o refrão acachapante de Sujeito de Sorte. Enfim, a obra de Belchior segue firme e forte, viva e pulsante, inspiradora e impactante.

Sujeitos de sorte somos nós por poder desfrutar de tantas canções escritas por este eterno rapaz latino americano. E a Strip Me faz questão de reverenciar este grande mestre e se inspirar para criar cada vez mais camisetas incríveis, perfeitas para qualquer rolê, com cabelo ao vento e gente jovem reunida. Na nossa loja você encontra camisetas de música e muitas outras coleções, como camisetas de cinema, arte, cultura pop e muito mais, além de ficar por dentro de todos os lançamentos, que pintam toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist alucinante com o que há de melhor na obra do Belchior. Belchior top 10 tracks.

Para assistir: Vale muito a pena assistir ao documentário Belchior – Apenas um Coração Selvagem. Com a direção sensível de Camila Cavalcanti e Natalia Dias, este doc lançado em 2022 retrata a vida e obra de Belchior e como ele segue influente na cultura brasileira. Disponível no catálogo da Globoplay.

Para ler: Recomendadíssima a biografia Belchior: Apenas um Rapaz Latino Americano, escrito pelo crítico e jornalista Jotabê Medeiros e lançado em 2017 pela editora Todavia. Um livro revelador sobre a vida pessoal de Belchior, além de detalhes curiosos sobre sua obra.

Tal pai, tal filho: Rockstars e seus filhos famosos

Tal pai, tal filho: Rockstars e seus filhos famosos

Filhos de rockstars costumam crescer cercados pelo agitado mundo do show business e muitas vezes, por costume, genética ou só porque viram o quão divertido ele é, acabam se tornando parte desse mercado em seus próprios méritos. Para homenagear os pais orgulhosos, vamos lembrar os filhos que se mostraram dispostos a carregar a tocha.

Jakob Dylan

Nascido em 1969, Jakob é o mais jovem dentre os cinco filhos de Sara e Bob Dylan. O filho da lenda folk começou a tocar guitarra inspirado por bandas como The Clash e Buzzcocks, e antes de se formar no ensino médio já havia lançado um disco. Após se mudar para Los Angeles, no fim da década de 1980, Jakob formou a banda The Wallflowers com seu amigo de infância Tobi Miller, e fez muito sucesso durante a década de 1990. A banda voltou a ativa em 2012 após um hiato de seis anos.


Jason Bonham

Filho de John Bonham, um dos maiores bateristas de todos os tempos, Jason não perdeu tempo seguindo os passos do pai, aos quatro anos o garoto já apareceu tocando sua mini bateria no documentário ‘The Song Remais the Same’ e aos 17 já fazia sua primeira turnê internacional. Por diversas vezes Jason já ocupou o posto de seu pai ao lado dos outros membros do Led Zeppelin, como no Live Aid e na famigerada reunião da banda em 2007, e nunca decepcionou.

http://https://www.youtube.com/watch?v=fpigDGf6vXM


Lisa Marie Presley

Filha do eterno rei do rock, Lisa Marie ficou conhecida na década de 1990 por um dueto que fez com pai, Elvis Presley, e uma vida pessoal um tanto quanto agitada. Lisa Marie foi casada com Michael Jackson e Nicholas Cage na época, relacionamentos que deixaram a mídia maluca e foram manchetes de tudo que envolvia fofoca. Passados os dois casamentos, a filha de Elvis resolveu se dedicar de uma vez por todas ao mercado fonográfico e lançou seu primeiro álbum de composições próprias em 2003. Mais dois registros foram lançados desde então, um em 2005 e o outro em 2012.


Zak Starkey

Por ironia do destino, o filho do Beatle menos adorado foi quem conseguiu mais notoriedade em sua carreira musical. Zak, fruto do primeiro casamento de Ringo Starr, foi o penúltimo baterista do Oasis e atualmente é integrante do The Who. Curiosamente, o baterista original do Who, Keith Moon, era o padrinho de Zak e chegou a lhe ensinar alguns truques na bateria.

http://https://www.youtube.com/watch?v=IzPVY_hUUEc


Kelly Osbourne

O número de profissões que Kelly Osbourne já teve é equivalente à quantidade de drogas que papai Ozzy usou. Kelly começou como reality star no clássico ‘The Osbournes’, lançou um álbum (com versões de Madonna e Black Sabbath), atuou no teatro e teve um programa de rádio na BBC. Atualmente ela apresenta o programa ‘Fashion Police’ no E! e deixou seus dias de cantora pop-punk-teen-gótica pra trás.


Nancy Sinatra

Nancy Sinatra nasceu na época em que seu pai, Frank Sinatra, estava prestes a se tornar uma das maiores estrelas pop da história dos Estados Unidos. Nancy fez sua estreia em rede nacional em um programa especial em que Frank recebia Elvis Presley, que acabara de voltar de seu período em serviço militar pela Europa. Nancy lançou em 1964 o hit ‘These Boots Are Made for Walking’, e vendeu mais de um milhão de cópias na época, transformando a música em um standard nos Estados Unidos e na Inglaterra. Seguindo o exemplo do pai, que já foi até preso por sedução e adultério, Nancy abusava da sensualidade e de sua voz suave e cheia de personalidade.


Ziggy Marley

Ziggy e seus sete irmãos foram criados por seu pai, Bob Marley, próximos aos palcos, muitas vezes aparecendo para cantar algumas músicas. Com a morte de Bob Marley, em 1981, a banda The Wailers convidou Ziggy para se apresentar no lugar do pai, o projeto rendeu algumas turnês mundiais ao longo da década de 1980. Após uma época com os Wailers, Ziggy montou a banda The Melody Makers e experimentou quase duas décadas de sucesso nesse projeto. Em 2003, o terceiro filho de Bob Marley saiu em carreira solo. Seus irmão Damien e Stephen também construíram carreiras de sucesso no reggae.


 


Sobre a Strip Me

A Strip Me é a melhor opção para quem quer comprar camisetas de bandas online. Com pegada rock ‘n’ roll e inspiração em tudo que é cool, você encontra em nossa loja online camisetas de filmes, camisetas de cultura pop e camisetas de bandas de rock femininas e masculinas.

Iggy Pop no SPFW + 10 curiosidades sobre o ícone

Iggy Pop no SPFW + 10 curiosidades sobre o ícone

Iggy Pop realmente tem tesão pela vida: tem 67 anos e não tem hora pra acabar. Prova disso é a participação do rock star no São Paulo Fashion Week: foi convidado por uma marca para quebrar (isso mesmo, quebrar) um óculos gigante usando um bastão. Punk ou não?

O músico, que vira e mexe também ataca de ator nas horas vagas, surpreendeu os fashionistas no SPFW mostrando toda a sua atitude punk e contando em diversos veículos: “Sou fã do Brasil. E, desta vez, tive tempo para conhecer a cena rock de São Paulo. Circulei por aí, tranquilamente, por alguns bares de rock, e gostei muito do que ouvi”.

Fãs que somos aqui na Strip Me do ex-líder dos Stoogesinclusive já dedicamos uma de nossas estampas a ele, separamos 10 momentos curiosos da vida de Iggy Pop pra você relembrar e, obviamente, se divertir. Dá um look!

1. Iggy Pop foi criado em um estacionamento de trailers. Isso explica muita coisa.

2. Durante a adolescência ficou amigo dos irmãos trouble makers Ron e Scott Asheton e Jason Alexander. Anos mais tarde, montaram o The Stooges e lançaram três discos (Stooges, Fun House e Raw Power) que marcaram a história do rock, influenciando do punk ao heavy metal.

http://www.youtube.com/watch?v=EDNzQ3CXspU


3. James Newell Osterberg (nome de nascença), ganhou o apelido “Iggy Pop” quando tocava na bandaThe Iguanas.

4. Iggy Pop também é um baterista foda, inclusive largou a Universidade de Michigan para tocar com músicos de blues em Chicago.

5. Iggy causava em suas apresentações: sangrava, ficava pelado, rolava em cacos de vidro e bebia o seu próprio vômito durante seus shows. Marilyn Manson curtiu isso.

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6. O cantor também tem uma carreira no cinema underground. Participou de clássicos cult como Sid & Nancy, O Corvo: Cidade dos Anjos, Sobre Cafés e Cigarros, e até em Star Trek: Deep Space Nine.

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7. O disco favorido de Pop é Bringing It All Back Home, de Bob Dylan. <3

8. A equipe de animação responsável pelo filme O Senhor dos Anéis se inspirou no cantor para criar o corpitcho do personagem Gollum. My precious!


9. Físico esse que aparentemente também apeteceu diversas moçoilas, na listinha de casos e namoricos estão: Debbie Harry, Angela Bowie (na época, casada com David Bowie), Nico (1938-1988), Bebe Buell, Patti Smith entre outras.

10. O músico já declarou que “é triste ser o avô do punk rock”. A gente discorda, Iggy! 😀


Sobre a Strip Me

Na música Lust For Life Iggy Pop canta sobre os prazeres de uma vida nada convencional, tanto que acabou virando o tema do clássico do cinema cult Trainspotting. Essa é a homenagem da Strip Me a um lema que também aderimos: o tesão pela vida! Está disponível na loja online, assim como diversas outras camisetas de bandas, camisetas de filmes e cultura pop. Dá um pulo lá: www.stripme.com.br e have fun!

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10 versões de Bob Dylan

10 versões de Bob Dylan

Bob Dylan é, sem dúvida, uma das figuras mais influentes do século 20 e seu impacto cultural foi fundamental para a juventude questionar e desafiar os paradigmas sociais na década de 1960, além de revolucionar toda a estética artística que resultaria no rock and roll como conhecemos hoje.

A maior prova de sua importância é o número (e variedade) de artistas que homenagearam Dylan ao tocar ou gravar uma de suas músicas, provando que tudo que se ouviu nos últimos 50 anos tem sua marca.

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Notáveis por sua originalidade e honestidade, aqui vão 10 composições de Bob Dylan na voz de outros artistas que valem o play.

1. All Along the Watchtower – Jimi Hendrix

http://www.youtube.com/watch?v=JJx5626euOo


 

2. Knockin’ on Heaven’s Door – Guns n’ Roses

http://www.youtube.com/watch?v=OWUhHXgZ_dw


 

3. Like a Rolling Stone – The Rolling Stones


 

4. Blowin’ in the Wind – Stevie Wonder


 

5. Mr. Tambourine Man – The Byrds

http://www.youtube.com/watch?v=uPqAvgN6Tyw


 

6. Tangled up in Blue – KT Tunstall


 

7. Wicked Messenger – The Black Keys


 

8. Forever Young – Eddie Vedder

https://www.youtube.com/watch?v=-oNkSVEYP40


 

9. Outlaw Blues – Queens of the Stone Age


 

10. Isis – The White Stripes


 


Sobre a Strip Me

Rock’n’roll é o universo Strip Me, que cria estampas exclusivas e desenvolve camisetas de bandas, camisetas de filmes e camisetas de cultura pop super descoladas. A camiseta Bob Dylan é uma de nossas homenagens mais bacanudas e cheias de estilo. Corre pra loja online pra ver tudo: www.stripme.com.br 😉

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Like a Rolling Stone: por Bruno Vinicius Silva

Like a Rolling Stone: por Bruno Vinicius Silva

Qual a razão do eterno charme dos Rolling Stones? O que esses senhores de 70 anos, que já protagonizaram escândalos que fariam bandas como os Guns´n Roses ou os Sex Pistols ficarem coradas de vergonha, representam atualmente em uma indústria de entretenimento cada vez mais escassa de atitude e que parece ser planejada por contadores americanos ávidos por dinheiro? E porque ainda precisamos dos velhos e malvados Stones?

Precisamos dos Rolling Stones basicamente porque a função do rock´n roll desde o seu início é de romper com padrões vigentes, sair do marasmo e sacudir as pessoas e a sociedade em que essas estão inseridas. Os Stones parecem viver permanentemente em um túnel do tempo, em uma era que os astros do rock não eram apenas marionetes instruídas por assessores de imprensa em sintonia com o politicamente correto e sim dândis hedonistas da livre expressão artística.

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Que figuras tristes são os astros atuais se comparados aos Stones. Mal começam a fazer sucesso e já começam a ostentar, menosprezar seu público, se acomodam e passam a se levar a sério demais.

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E esse é um dos charmes dos Stones, não se levarem tão a sério. Como não gostar da única banda que ousou rivalizar com os sacrossantos Beatles, ao se comportarem de uma maneira tão espontânea, insolente e divertida. Algumas canções clássicas dos Stones renderiam uma visita inesperada da polícia se fossem lançadas atualmente (Exagero? Veja a letra de Stray Cat Blues de 1968 ou de Some Girls de 1978 só como exemplos).

Aliás, na contra capa de seu primeiro álbum já estava dada a dica: “Os Rolling Stones não são apenas uma banda, são um estilo de vida” – * (A contra capa do segundo disco, entretanto já ia além e sugeria ao jovem que não tivesse dinheiro para comprar o disco que roubasse de um cego, o que deu merda é lógico).

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E o que seria esse estilo de vida Stones de ser? De acordo com Bill Wyman, ser um Stone é ser um aventureiro, uma pessoa que goste de viajar, que não fica parada no tempo e faz acontecer. Em outras palavras a tradução do trecho que inspirou o nome da banda – “A Rolling Stone gathers no moss”, ou seja, Pedra que Rola não cria Limo.

Assistir um show ou ouvir um disco clássico como Sticky Fingers nos conecta imediatamente com essas figuras insolentes e suas histórias de rebeldia, transgressão, prisões, brigas e traições entre integrantes e de sobrevivência. Aliás, essa tem sido a tônica do grupo desde os anos 60. Depois de terem sido escolhidos como bodes expiatórios da sociedade conservadora e passado por um numero infindável de batidas policiais, processos, perseguições da imprensa, a banda insiste em sobreviver.

Como diriam em uma de suas canções definitivas, Jumpin Jack Flash, em que Jagger cita ser criado por uma velha e desdentada bruxa, ter sido surrado nas costas, afogado e deixado para morrer, mas que estava tudo legal, de fato isso que dá gás, o que em outras palavras significa, “Passei pelo pior, mas sobrevivi com um sorriso.”

Para se livrarem de sua antiga gravadora (A famosa Decca que recusou os Beatles e que os censurava constantemente), os Stones estavam devendo três álbuns. Depois de uma combinação ardilosa de coletâneas antigas e discos ao vivo, ficou faltando um single exigido por contrato. Mick Jagger e Keith Richards então compuseram algo que sabiam que a gravadora não teria coragem de lançar. Um single homoerótico chamado Cocksucker Blues (O Blues do chupador de p**), com diversas palavras de baixo calão que acusava o próprio dono da Decca de procurar rapazes nos becos de Londres. Obviamente o contrato foi rescindido. Algum artista atual teria a coragem e autoconfiança para isso?

Feito isso a imagem definitiva dos Rolling Stones (aquela de 1972, época do inimitável Exile on Main Street) foi construída sobre esse amálgama de sobrevivência e decadência. 24 horas no ar, com farras intermináveis, agora donos da própria gravadora e do próprio nariz, tudo que era moderno, descolado e subversivo passava pelos Stones dos anos 70. O nome do documentário que foi censurado em todos os países que registrou esse período? Cocksucker Blues.

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Keith Richards certa vez disse que Bob Dylan, no auge do seu estrelato nos 60, disse: “Eu poderia ter escrito Satisfaction, mas vocês não conseguiriam escrever Blowin in the Wind“. A resposta de Keith foi unicamente “Vá se Foder cara”.

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Depois desse entrevero com os Stones, Bob Dylan escreveu seu hino máximo “Like a Rolling Stone” em 1965, e apesar de jurar que nada teve a ver com a banda, ironicamente descreve perfeitamente seu espírito livre, desimpedido e rebelde.

“How Does it Feel ?

To be without a home?

Like a complete unknow?

Like a Rolling Stone?”

(Qual a sensação?

De estar sem lar?

Como um completo desconhecido?

Como uma pedra rolando?)

Pra tentar sintetizar o que é o estilo de vida de um Rolling Stone, dá o play na sensacional versão de Tumblin’ Dice de 1972. Os Stones no seu auge!

 


Sobre a Strip Me:

A Strip Me desenvolve camisetas com estampas criativas e acessórios exclusivos. Seu foco são camisetas de filmes, camisetas de rock e camisetas de cultura pop, além da linha de acessórios produzidos em 100% couro, como cintos e braceletes. Confira os produtos em nossa loja virtual: www.stripme.com.br

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