Samba rock: o que é, quem inventou e os 10 discos essenciais.

Samba rock: o que é, quem inventou e os 10 discos essenciais.

No embalo do mês do rock, a Strip Me traz o rock à brasileira por excelência. O samba-rock começou na década de 1950 e segue sendo uma das mais genuínas expressões artísticas do Brasil. Saiba tudo sobre este gênero aqui.

“Eu só boto bebop no meu samba quando o Tio Sam tocar um tamborim. Quando ele pegar no pandeiro e na zabumba, quando ele aprender que o samba não é rumba. Aí eu vou misturar Miami com Copacabana, chiclete eu misturo com banana e o meu samba vai ficar assim. Olha aí o samba-rock, meu irmão!” Ironicamente a primeira menção ao termo samba-rock se encontra nesta música de 1959, um dos grandes clássicos da música brasileira, interpretada pelo mestre Jackson do Pandeiro. E a ironia é que a canção é justamente um manifesto em prol da pureza do samba contra os estrangeirismos que invadiam o Brasil naquela época, exigindo que, se é pra rolar essa fusão, que seja feita igualmente. Nem mesmo ritmicamente a música remete ao gênero. Ainda assim, pode ser considerada um dos pontos de origem do samba-rock. Hoje a Strip Me dá uma geral no samba-rock, com suas origens, principais nomes e os 10 discos essenciais do gênero.

No passinho.

O samba-rock é um caso interessante, onde a dança veio antes que a música. Anos antes de Jorge Ben eternizar sua batida de violão inigualável no clássico Samba Esquema Novo, já rolavam em São Paulo grandes bailes, onde pessoas de classe média e classe baixa se divertiam e dançavam ao som dos grandes sucessos internacionais e brasileiros da época. Em meados dos anos 50 os melhores salões de baile da cidade de São Paulo eram animados por grandes orquestras e prevalecia um elitismo descarado, com segregação racial e tudo. Já os bailes frequentados pelas classes menos abastadas eram animados por grandes sistemas de som, onde rolavam os discos de sucesso do momento. Como era comum rolar um rock e depois um samba no som, o pessoal começou a misturar os passos de dança. Principalmente os negros que frequentavam esses bailes, começaram a desenvolver passos de twist e rock no ritmo do samba. E isso virou febre, essa nova dança acabou chegando no Rio de Janeiro e ganhou o nome de samba-rock.

Tudo Ben.

Se a gente quiser ser muito técnico e racional, podemos dizer que o samba-rock é um samba onde a acentuação rítmica é alterada, sendo o compasso do samba, que é binário (2/4), adaptado ao compasso quaternário (4/4) do rock. Além disso, é marcante o uso de guitarra, baixo e bateria, com o adicional de alguma percussão e naipe de metais. Mas como toda arte realmente expressiva e original, tudo aconteceu naturalmente, de maneira instintiva.

É senso comum que quem realmente inventou o samba-rock foi Jorge Ben Jor (à época conhecido apenas como Jorge Ben). O próprio já contou em entrevistas que, sendo um músico autodidata, acabou desenvolvendo uma batida de violão única ao tentar emular o violão bossanovista de João Gilberto. Isso fez com que ele tivesse uma batida de violão mais suingada e sincopada, que ficava entre a bossa nova e o rock. Apesar do disco de estreia de Jorge Ben, Samba Esquema Novo, ser um clássico absoluto, com músicas como Mais que Nada e Chove Chuva, seus 4 primeiros discos são discos mais convencionais, de samba e bossa nova. Foi em 1969, com o disco entitulado simplesmente Jorge Ben, que Jorge conscientemente começou a lapidar seu estilo, criando algo novo. Neste disco estão hits como País Tropical, Que Pena (Ela Não Gosta Mais de Mim), Charles Anjo 45, Take it Easy My Brother Charles e Cadê Tereza. E o samba-rock seria cristalizado definitivamente como gênero musical distinto no antológico disco de 1974 A Tábua de Esmeralda, onde Jorge Ben realmente alcança seu auge criativo.

10 discos essenciais do samba-rock.

Jorge Ben (1969) A Tábua de Esmeralda (1974) África Brasil (1976)

Jorge Ben Jor estabeleceu os fundamentos do samba-rock nesses 3 discos. No disco de 1969 ainda encontramos muitos elementos, incluindo as bases rítmicas, mais voltadas para o samba, mas tanto na temática das letras quanto nos arranjos, dá pra sacar algo mais. São canções mais ensolaradas e empolgantes. N’A Tábua de Esmeralda Jorge Ben já consolidou uma cadência singular e arrebatadora. A real é que convencionou-se chamar o gênero de samba-rock, simplesmente por misturar a música brasileira com elementos da música negra norte americana, o rock aí incluso. Mas, além do rock, também o soul e o funk fazem parte dessa mistura. A Tábua de Esmeralda já abre com uma levada de violão irresistível, que nada mais é do que um samba funkeado. E o disco todo tem essa toada, com composições brilhantes. Em África Brasil Jorge Ben atinge um nível altíssimo de qualidade em suas canções. Um disco conceitual muito bem elaborado onde, através de canções como Ponta de Lança Africano, Taj Mahal, Xica da Silva, A História de Jorge, África Brasil (Zumbi), Jorge Ben se conecta seus ancestrais e conta a história dos negros no Brasil. É um disco irretocável.

Di Melo – Di Melo (1975) Cheio de Razão – Bebeto (1978) Branca Mete Bronca – Branca di Neve (1987)

Como já foi dito, o samba-rock também tem em seu DNA muito do soul e funk. E foram artistas mais ligados nesse tipo de som que embarcaram na onda do samba-rock, alguns com mais ênfase no groove, o que deu uma nova cara ao estilo. Por isso, o disco do pernambucano Di Melo figura entre os mais relevantes não só do samba-rock, mas da música popular brasileira dos anos 70. Com grandes canções, Di Melo mescla ritmos e estilos com naturalidade. O disco em questão, seu primeiro LP, ainda hoje é reverenciado pela sua inventividade, sendo sampleado por muitos DJs mundo afora. Já com o pé mais fincado no samba, Bebeto foi outro que entendeu bem a mensagem de Jorge Ben e conseguiu conceber um disco delicioso de se ouvir, cheio de suíngue e boas melodias. O percussionista Branca di Neve foi outro que soube como poucos compor grandes canções com muito sambalanço. Branca di Neve era paulista e fez parte do lendário grupo Os Originais do Samba, além de ter sido músico de apoio de artistas como Toquinho e Nara Leão. Depois de toda uma vida dedicada a tocar com outros artistas, somente no fim dos anos oitenta resolveu gravar suas próprias composições. Branca Mete Bronca é uma aula de samba-rock.

Por Pouco – Mundo Livre S/A (2000) Samba Esporte Fino – Seu Jorge (2001) Samba Rock – Trio Mocotó (2001)

A excelente banda Mundo Livre S/A tem sua existência completamente ligada ao movimento manguebeat e ao rock mais convencional. Ainda assim, em seu quarto disco de estúdio acabaram por cometer uma obra que reverencia e referencia o samba-rock e, em especial, Jorge Ben Jor. Com letras impactantes, as canções vão além do suíngue do samba-rock ao incorporar também elementos de hip hop e outros estilos. Uma obra prima que abre as portas do século XXI na música brasileira com muita classe. No ano seguinte Seu Jorge lança seu primeiro disco, uma obra arrebatadora. Puxado pelo hit Carolina, é um disco saborosíssimo, desses que não dá vontade de pular nenhuma faixa. Compositor de mão cheia, Seu Jorge usa o samba-rock, o soul e a gafieira pra enfileirar grandes canções, a maioria exaltando o Rio de Janeiro. No mesmo ano, o legendário Trio Mocotó retornou às atividades depois de um hiato de décadas. E aqui estamos falando de verdadeiros mestres do samba-rock, afinal o grupo foi a banda de apoio de Jorge Ben entre 1969 e 1971, para em seguida seguir carreira solo. O Trio Mocotó gravou com Jorge Ben os discos Jorge Ben (1969), Força Bruta (1970) e Negro é Lindo (1971). Em 1973 a banda lançou seu primeiro disco próprio, que teve boa repercussão na mídia, mas não vendeu muito e a banda se separou em seguida. Voltaram só em 2001 com um disco arrebatador e irresistível. Excelentes canções executadas com brilhantismo e uma produção moderna e vigorosa! Um disco fundamental.

Gil & Jorge – Gilberto Gil e Jorge Ben (1975)

Mais do que um disco essencial para entender o samba-rock, Gil & Jorge é um disco monumental da música brasileira, cuja história da concepção do álbum é das mais pitorescas. No início de 1975 calhou de vir passar uns dias de férias no Brasil ninguém menos que Eric Clapton. André Midani, diretor da gravadora Philips, ao saber da notícia, logo tratou de organizar uma festinha para o guitarrista inglês, contando com vários dos artistas brasileiros contratados da gravadora. Lá estavam Caetano Veloso, Rita Lee, Gilberto Gil e Jorge Ben, entre outros. Festa rolando, eis que pintam uns instrumentos e uma jam é iniciada. Em certo ponto, só estão Clapton, Gil e Jorge Ben, o primeiro com uma guitarra o os outros dois com violões, rolando altos improvisos. Mas logo Clapton desiste de tocar, um pouco incomodado. O fato é que os improvisos de Gil e Jorge, com ritmos cambaleantes e harmonias truncadas deram um nó na cabeça do guitarrista inglês. A dupla seguiu improvisando em cima de temas já existentes e também criando novos. No dia seguinte à festa, Midani reservou alguns horários num dos estúdios da gravadora e fez com que Gilberto Gil e Jorge Ben reproduzissem aquela jam com uma banda de apoio e que tudo fosse gravado. Assim surgiu o disco antológico Gil & Jorge. E, de fato, é um disco fenomenal.

Assim como o gênero musical segue firme e se renovando, o samba-rock enquanto dança também ainda resiste e é praticado em salões por todo o país. Definitivamente uma expressão cultural brasileira única, riquíssima e recheada de boas histórias. Um prato cheio para instigar e inspirar a Strip Me. Vem conferir a nossa coleção de camisetas de música e de brasilidades pra se conectar com esse sambalanço gostoso. Aproveita pra dar uma olhada nas coleções de camisetas de arte, cinema, cultura pop, bebidas, games e muito mais. No nosso site, além disso tudo, você também fica por dentro de todos os nossos lançamentos, que pintam por lá toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist cheia de suíngue com o que tem de melhor no samba-rock! Samba-rock top 10 tracks.

10 curiosidades sobre o café.

10 curiosidades sobre o café.

O cafezinho nosso de cada dia é mais que um hábito, é uma instituição brasileira. Algo tão representativo da nossa cultura, que a Strip Me, sempre de olho em cada aspecto da nossa brasilidade, destaca hoje 10 curiosidades sobre o café!

São três horas da tarde. O sol lá fora está fervendo, você, sentado em frente ao computador, tenta se concentrar no trabalho, enquanto o ventilador só faz espalhar um vento morno. Uma gota de suor escorre pelas suas costas, você olha para o relógio, três e dois da tarde. Fica difícil se concentrar no trabalho. O calor é opressor. Só uma coisa pode restaurar seu bom desempenho: um copo americano com café bem quente!

A relação do brasileiro com o café é meio inexplicável mesmo. Não se resume a uma dose de cafeína pra ajudar a acordar, logo de manhã, ou para dar um up pra trabalhar ou estudar. É uma coisa mais ampla, uma forma de se sentir em casa. O café é social, é familiar e até mesmo companheiro solo para quem quer tirar o dia de folga e ficar em casa sem fazer nada. O nosso bom e velho cafezinho faz parte da vida do brasileiro, portanto, hoje vamos conhecer um pouco mais sobre ele.

Cereja.

Sim, pouca gente sabe, mas o café é um tipo de cereja, é uma frutinha carnuda com uma semente, normalmente bipartida, dentro. E o que a gente consome é justamente o extrato dessa semente, que é seca, torrada e moída. Por muito tempo, a fruta em si era descartada, desperdiçada. Mas atualmente, a indústria acaba aproveitando tudo, o fruto e a semente do café. Do fruto, faz-se, por exemplo, farinha, usada para fazer pães, muffins e outros produtos. Mas essa farinha não tem gosto de café, mas sim algumas notas mais florais e cítricas.

Chegando no Brasil.

O café é nativo do norte da África. Inicialmente tornou-se popular no oriente médio, e de lá se espalhou para o mundo através das invasões mouras e, posteriormente, das grandes navegações. No século XVIII os franceses cultivavam café em algumas ilhas do mar do Caribe. Qualquer tipo de exportação de mudas e sementes de plantas cultiváveis era expressamente proibida de um país para o outro. Se você está tomando seu cafezinho hoje, agradeça a Francisco de Melo Palheta, um sargento brasileiro a serviço da coroa portuguesa que fazia uma expedição pela América Central. Em 1727 ele estava na Ilha de Martinica, se engraçou com a esposa do governador da ilha, o francês Claude d’Orvilliers. Ela então, presenteou secretamente o brasileiro com sementes e mudas de café. Tais mudas e sementes foram plantadas no estado do Pará. Anos depois, novas mudas foram levadas para o Rio de Janeiro e São Paulo, onde elas realmente se adaptaram bem. E o resto é história.

Trem bão, sô!

O café se adaptou bem à região do vale do Paraíba, no interior do Rio de Janeiro. Em meados de 1840 a produção cafeeira na região já era forte e começou a ser exportada. Assim surgiu a primeira ferrovia brasileira, a Estrada de Ferro Mauá. Na segunda metade do século XIX a produção de café decaiu no Rio de Janeiro, mas novas lavouras já floresciam e davam nova cara ao interior dos estados de São Paulo e Minas Gerais. Com essas novas lavouras, surgiram novas estradas de ferro. A Santos-Jundiaí, também conhecida como São Paulo Railway, foi inaugurada em 1867, seguida das ferrovias Paulista, Mogiana e a Sorocabana. As ferrovias ajudaram a fundar cidades e desenvolver centros urbanos por todo o sudeste brasileiro.

O café alimentou a aviação.

Acho que ninguém aqui sequer cogita entrar na discussão de quem é o pai da aviação, né? Esse título é brasileiro e ninguém tasca! É tão brasileiro que tem lá sua ligação com o café. Santos Dumont cresceu numa fazenda em Palmira, sul de Minas Gerais. Seu pai, Henrique Dumont, foi um dos grandes barões do café da época. A família Dumont era riquíssima e o pequeno Alberto Santos vivia pelos barracões da fazenda desmontando e montando ferramentas e máquinas. Já adulto, teve uma excelente educação na Europa. Graças ao dinheiro da família, não precisou trabalhar e investia todo o dinheiro que recebia do café de seu pai em suas pesquisas, que resultariam na invenção do avião!

Imigração e formatação do sudeste.

A expansão das fazendas de café do meio pro fim do século XIX, junto com as ferrovias e o fim da mão de obra escrava, trouxe para o sudeste uma verdadeira invasão de imigrantes europeus, em especial italianos e espanhóis, além de japoneses e libaneses, para trabalhar nas lavouras. Essa miscigenação ajudou a criar uma sociedade economicamente forte, já que muitos imigrantes começavam nas lavouras de café, mas logo juntavam um dinheirinho e abriam vendas, quitandas, oficinas… Assim foi forjada a região que hoje é a mais populosa e mais rica do país, através do café.

Semana de Arte Moderna

Os barões no café no estados de São Paulo eram muito poderosos no início do século XX. Influenciavam diretamente na política e começavam a querer ter cada vez mais protagonismo. Assim, o primeiro centenário da Independência do Brasil teve São Paulo como seu principal palco, com grandes construções e pavilhões pela cidade, além do Museu do Ipiranga e o fortalecimento da mística do grito de independência às margens do tal riacho. E foi nessa onda ufanista e prodigiosa que os artistas modernistas paulistanos decidiram criar a Semana de Arte Moderna, que só pode acontecer por causa de gente como Paulo Prado, um dos cafeicultores mais ricos de São Paulo e entusiasta da arte, que financiaram a coisa toda.

Terroir.

É verdade. O café já alcançou status de bebida gourmet. Por isso, torna-se cada vez mais relevante saber a origem dos grãos de café a serem consumidos. E para cada região, esses grãos ganham particularidades. Veja bem, tem só dois tipos de café: o arábica e o robusta, o arábica é o mais comum, é mais suave, com um leve adocicado, já o robusta é mais intenso e amargo. Mas o arábica cultivado nas montanhas de Minas Gerais nunca será igual ao arábica do interior de São Paulo. Assim como a uva merlot argentina é diferente da chilena, por conta do que passaram a chamar de terroir, o mesmo vale para o café. Só no Brasil são 24 regiões diferentes produzindo café, das montanhas do Espírito Santo ao Planalto Central, passando pelo Cerrado Baiano e pelas matas de Minas, são regiões muito diferentes, capazes de produzir cafés muito distintos, e deliciosos!

Cafeína.

A cafeína é uma ilusão! Calma, não é assim também. A cafeína existe e seus efeitos são comprovados. Ela é estimulante e tudo o mais que você sabe. A ilusão é que a gente tende a achar que aunto mais forte for o café, mais cafeína estamos mandando pra cachola. Ledo engano. No caso do arábica, o café mais comum consumido, o nível de cafeína vai variar de acordo com o tipo de moagem que o grão recebe e principalmente da torra. Até mesmo a temperatura da água na hora do preparo para o consumo, pode influenciar. Quanto mais torrado o grão for, mais ele perde cafeína, afinal, a torra queima o grão, com isso, muitas de suas propriedades naturais são perdidas. No caso de cafés em pó, prefira os tradicionais aos extrafortes. Além do tradicional ter um pouco mais de cafeína, ele é mais saboroso. O extraforte é mais torrado, o que faz com que os produtores coloquem ali os grãos de pior qualidade, já que a torra vai mascarar isso. O café extraforte tem sabor mais intenso e amargo mas não necessariamente sabor de café. Fica esperto!

Cafezinho brasileiro.

Sim, se você pedir um cafezinho em qualquer lugar do mundo, as chances de consumir um produto brasileiro são altíssimas. Pra você ter uma noção, mesmo somando o volume produzido pelos outros três maiores produtores de café do mundo (Vietnã, Colômbia e Indonésia), o valor total ainda é menor que a produção brasileira. Em 2018, por exemplo, foram produzidas 69 milhões de sacas, cada uma contendo 60 quilos de café brasileiro. Assim como o futebol, o café não tem sua origem por aqui, mas já se tornou 100% brasileiro, com a vantagem que com o café não tem 7×1!

Futuro.

Muitos séculos atrás, os povos do oriente médio tinham um ritual antes de partir para longas viagens: Tomar um café e, depois vislumbrar seus caminhos e obstáculos na borra do café que se acumulou no fundo da xícara, afinal, na época eles não tinham o hábito de coar o café antes de beber. Surgiu a cafeomancia, uma prática que persiste até hoje! É isso mesmo! Tem gente que vê o futuro na borra de café. E, aparentemente, não tem muito segredo. Para iniciar o ritual, você precisa de uma xícara de água morna, uma colher de café em pó moído e uma xícara de açúcar, além de escutar a sua intuição. O açúcar, no caso, é importante porque ele é considerado um condutor à espiritualidade. Então, aprecie lentamente o café e eleve o pensamento positivamente. Concentre-se naquilo que deseja saber e tome o café ainda morno. Em seguida, quando o café acabar, inicie o processo de observação das figuras que surgiram no fundo da xícara. Para facilitar a sua vida, aqui estão alguns significados do que você pode ver neste teste de Rorschach do café.
Árvore: sinal de que algo esperado será concretizado.
Bailarina: uma mulher que vive ao seu lado oferecerá ajuda.
Boca: a sexualidade está em baixa.
Buquê com flores: alegrias em relacionamentos (amorosos ou amigos)
Cadeado: pode ser o tempo de se mudar para longe.
Cobra: cuidado! Alguém pode traí-lo.
Sol: felicidade como ponto auge.
Coração: aquela paixão arrebatadora pode chegar e mudar sua vida.
Estrela: realização em todos os campos da vida.

Realmente, o que não faltas é história e bons motivos pra gente seguir tomando o nosso cafezinho de todo o dia! Pode ser espresso ou do coador, na xícara ou no copo americano, com açúcar ou sem açúcar… o importante é sempre ter café por perto! A gente, aqui na Strip Me, brasileiríssimos que somos, não ficamos sem o nosso cafezinho e também fazemos questão de exaltá-lo em nossas camisetas! Dá uma conferida na nossa loja, nas camisetas florais, nas coleções Tropics, Verão e Bebidas, e você certamente vai encontrar nossas estampas cafeinadas! No nosso site você também fica por dentro de todos os nossos lançamentos, que pintam toda a semana!

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist caprichada com canções que fazem referência ao café! Coffee Time top 10 tracks.

Para assistir: Vale a pena acompanhar no Youtube o canal Arquitetura do Café, criado inicialmente para falar sobre a arquitetura e engenharia das antigas fazendas de café, mas atualmente é um verdadeiro portal interessantíssimo sobre a cultura do café de maneira geral, com várias informações e conteúdos interessantes. Link aqui: Arquitetura do Café.

PERSPECTIVA STRIP ME: VERÃO

PERSPECTIVA STRIP ME: VERÃO

Mais que uma estação do ano, o verão é um lifestyle, quase uma filosofia de vida. Ainda mais para nós, brasileiros, o verão é um período de celebração e festa. Hoje a Strip Me propõe um olhar mais amplo sobre o verão.

Bem vindo a 2024! Iniciamos mais um ano, como sempre, com muitas ideias e propósitos! Para que você fique cada vez por dentro de como a Strip Me pensa, funciona e cresce, adotamos um formato de texto que aparecerá com certa frequência daqui para frente aqui no blog: A Perspectiva Strip Me. Neste formato vamos abordar determinados temas, com a nossa costumeira leveza e nosso bom humor, explorando seus diversos aspectos através da nossa perspectiva e ilustrando isso com algumas de nossas camisetas. Portanto, é com alegria que abrimos o primeiro texto de 2024 com a Perspectiva Strip Me sobre o Verão!

O óbvio.

O verão é uma das quatro estações climáticas do ano. A etimologia da palavra verão tem origem no latim, veranus tempus, que significa tempo primaveril. É a estação mais quente do ano. Dada a inclinação do planeta e seu movimento de translação e rotação, o verão acontece em dois momentos: de 21 de junho a 22 de setembro no hemisfério norte e de 22 de dezembro a 21 de março no hemisfério sul. Em ambos os hemisférios, tais períodos são marcados por dias mais longos, o sol nasce mais cedo e se põe mais tarde, e as temperaturas sobem consideravelmente.

A Perspectiva Strip Me:

Plantas pra que te quero!

Para a Strip Me o verão é muito mais que uma estação do ano. Para nós o verão é a época do ano que colocamos as folhinhas pra fora, vemos brotar aquela mudinha plantada com todo amor na primavera, fazemos uma competição velada com o vizinho para ver qual samambaia cresce mais até o fim da estação e podemos sentir no ar a excitação de todas as plantas da casa, como se estivessem participando da gincana da fotossíntese!  Pois é. Para quem se amarra em plantas e tem uma urban jungle daquelas dentro de casa, o verão é maravilhoso porque é quando efetivamente vemos resultado! É quando as plantas se desenvolvem pra valer. Diferente da primavera, que é a época de plantar, adubar e cuidar (que é uma delícia também, que fique claro).

A Strip Me tem toda uma coleção incrível de camisetas voltadas para quem é plant lover, as Camisetas Florais. São camisetas com estampas lindas como a Lança de São Jorge, Margaridas e Cajuína, por exemplo, que também são mega confortáveis, feitas com tecido com certificado BCI e caimento impecável em qualquer tamanho.

Pé na estrada e pé na areia.

Se o papo é aventura, contato com a natureza e viajar, você está falando a nossa língua! Aqui na Strip Me a gente sabe que o caminho é tão importante quanto o destino! Por isso, pode até ser legal viajar de avião, todo aquele conforto… tá, realmente quem viaja de classe econômica não tem tanto conforto não. Mas pelo menos chega rapidinho e fica no ar condicionado o tempo todo. Agora fazer aquela trip raiz mesmo é outra conversa! Caranga abastecida com lanchinhos, água e muita música boa e ir curtindo cada visual que só a beira de estrada pode oferecer, seja no interior ou no litoral. E já que o papo é verão, vamos focar no litoral, né? Porque, imagina só, percorrer o nordeste, passando por aquelas prainhas desertas maravilhosas que ficam entre João Pessoa e Recife! É só vibe boa! É o verão cumprindo em cem por cento o seu intuito de recarregar as baterias para quem começa um novo ano!

Nessa pegada praieira tropicaliente, a Strip Me apresenta a Coleção de Verão. São camisetas super descoladas, cheias de referências pop e naturalmente lindas, além de frescas e confortáveis, ideais para os dias mais quentes do verão tupiniquim. As camisetas Água do Mar, Beach Sounds e Vento Lateral fazem parte dessa coleção e comprovam tudo isso.

Calor à brasileira.

Pode ser a gaitinha ou a matraca, que avisam que o tiozinho que vende sorvete está passando pela rua. Ok, essa pode ser uma parada que só quem é mais velho vai se ligar, mas ainda rola hoje em dia em algumas cidades do interior. E a molecada de férias, corre pra pedir um trocado pra vó para poder comprar um picolé. Sim, porque, para quem é mais novinho, verão é na casa da vó, tomando banho de mangueira no jardim ou na varanda de piso de caquinho. Pra quem já é mais crescidinho, o verão é sinônimo de carne na brasa, cervejinha gelada e a turma reunida, ou ainda aquele clássico boteco de esquina, com as mesas na calçada, copo americano e porçãozinha de torresmo. Isso sem falar no filtro de barro, que vai manter a sua água fresquinha independente dos quarenta graus lá fora. É sério. O verão do brasileiro é diferente, tem muita coisa que é muito nossa, do nosso jeitinho. E se tem uma coisa que o pessoal aqui da Strip Me ama de verdade é essa brasilidade toda, que a gente carrega com orgulho!

Tanto é que não tem uma coleção específica sobre brasilidade, porque ela está em toda a parte. Então você encontra camisetas que são verdadeiros sucos de Brasil nas coleções Tropics, Carnaval, Cartola, Verão, Florais, Música, Cultura Pop e muito mais! As estampas Mesa de Bar, Duas Cervejas Filtro de Barro são exemplos inexoráveis disso.

Enfim, o verão no Brasil é único, e sob a perspectiva perspicaz da Strip Me, fica ainda mais irresistível! Mesmo com o calor de derreter a sola do chinelo na rua, o país ganha um brilho a mais no verão, com pessoas mais soltas, alegres e vibrantes. No Brasil, o verão é um estilo de vida, uma temporada que desperta o melhor de nós: a hospitalidade, o amor pela comida boa, pela diversão e, é claro, o jeitinho brasileiro de levar a vida com um sorriso no rosto. Vem dar uma olhada no nosso site e conferir todas as dicas dadas neste post! Todas as coleções citadas aqui estão lá, além de muitas outras. E na nossa loja você fica por dentro de todos os nossos lançamentos, e eles pintam por lá todas semana!

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist toda trabalhada no calor. Se a música fala de verão, e é boa, vai estar na nossa lista. Summer Songs Top 10 Tracks.

Para Assistir: Na onda de falar de verão e brasilidade, vamos destacar hoje um clássico da Sessão da Tarde, o filme Esporte Sangrento, lançado em 1993, escrito e dirigido por Sheldon Lettich. O roteiro é meio bobo e previsível, as é um filme bem divertido porque tem como protagonista um militar das forças especiais dos Estados Unidos que passou uma temporada no Brasil e virou mestre de capoeira. E é na base do rabo de arraia, ida ginga e da meia lua que esse maluco vai botar pra correr uns traficantes que dominam sua antiga escola. É um filme bom? Não é. Mas vale a pena pela diversão e nostalgia.

8 versões da música brasileira.

8 versões da música brasileira.

A música brasileira é tão diversa e original quanto o povo de cada região do país. A Strip Me dá uma geral em cada gênero musical tipicamente brasileiro, que fazem da nossa música tão rica e fascinante.

Existe uma universalidade na música. Isso é inquestionável. Músicas tradicionais de povos que nunca se encontraram tem semelhanças. Desde os batuques aborígenes que são parecidos com a música feita pelos nativos de toda a América antes da chegada dos europeus, até a música contemporânea, onde a sétima menor, nota que caracteriza o blues (a blue note) é a mesma que marca as melodias características do baião. Se duvida, cantarole aí a melodia da introdução de Asa Branca, mas mude o andamento para o compasso de blues. Claro que estamos aqui falando sob um ponto de vista mais ocidental e eurocêntrico. Claro que existem as escalas orientais, como nas músicas indianas e árabes que tem campos harmônicos distintos, com microtons e melodias truncadas e estranhas aos nossos ouvidos. Mas convenhamos que aqui para a nossa realidade e foco de interesse, não precisamos  ir tão longe.

Chorinho – Candido Portinari (1946)

Até porque o nosso negócio aqui é o Brasil mesmo! E a música brasileira, por si só já é incrivelmente diversa. E cada gênero tem distinções e peculiaridades impressionantes! E não dá pra cravar que um gênero é mais brasileiro ou original que o outro, porque cada um vem de uma região, de uma cultura e realidade totalmente diferentes. Então, hoje a Strip Me mergulha no vasto universo da música brasileira, onde cada gênero é um planeta distinto. E vamos falar um pouco sobre cada um deles.

Samba

Quando a gente fala em música brasileira, a primeira coisa que vem à cabeça é o samba. Não à toa. É provavelmente o gênero musical mais popular no país inteiro. Ainda que com sotaques diferentes, todo mundo faz samba no Brasil. O samba tem origem nos ritmos africanos trazidos pelos escravizados, que, na maioria das vezes, praticavam sua religiosidade na clandestinidade. Os primeiros registros do samba como o conhecemos aconteceram no Rio de Janeiro, no começo do século vinte. Existe muita discussão sobre a origem do samba pra valer ter acontecido no Rio de Janeiro ou na Bahia. Mas o primeiro samba gravado é de um carioca e foi gravado no Rio de Janeiro. O samba Pelo Telefone foi composto por Donga e Pixinguinha em 1917 e gravado no mesmo ano. Se você quiser aprofundar um pouco mais neste assunto, confere o post que nós publicamos aqui no blog recentemente:
10 fatos que você precisa saber sobre o samba.

Frevo

O frevo nasceu nos primeiros carnavais de rua de Recife e Olinda, no estado de Pernambuco, na primeira metade do século vinte. Musicalmente é uma mistura do maxixe, subgênero do baião, com as marchinhas, e isso tocado numa velocidade mais acelerada. Por isso mesmo o nome frevo, vem do verbo ferver, que muitos populares diziam “frever”. Isso porque aa principal característica do frevo é a combinação de música e dança. Uma música frenética, que conta inclusive com alguns movimentos de capoeira. O frevo ja se tornou Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco e é uma das mais vibrantes e únicas manifestações musicais do Brasil.

Carimbó

O carimbó tem suas raízes em uma mistura bem interessante de influências culturais. Ele é resultado da combinação de elementos musicais de origem indígena, africana e dos países vizinhos da América Latina. Assim como o frevo, ele tem como uma de suas características mais marcantes a dança. A cadência e a dança vem dos índios, o uso dos instrumentos de percussão são influência dos africanos e as melodias misturam cantigas tradicionais com a cumbia colombiana e o calipso da América Central. O carimbó tem origem no norte do Brasil, mais especificamente no Pará, e tem como seus nomes mais importantes o compositor Pinduca e a cantora Dona Onete. O carimbó originou a guitarrada, gênero que, tanto pode ser instrumental como cantado, mas tem como marca o protagonismo da guitarra elétrica. A guitarrada é a versão tupiniquim da surf music.

Maracatu

A origem da palavra é tupi: maracá-tu, que significa batida do maracá. Maracá é um chocalho, um instrumento de percussão. Só por aí, já dá pra sacar que o maracatu é genuinamente brasileiro, com forte influência indígena. Mas não só isso. Ele surgiu no século dezessete em Pernambuco, quando os escravos dos engenhos de açúcar celebravam a coroação do rei do Congo, um líder entre todos os negros escravizados. O rei do Congo era o único que tinha contato com o dono da fazenda e podia fazer reivindicações. A coroação era a única noite do ano em que a senzala podia festejar, e eles aproveitavam para celebrar seus orixás e professar sua fé. A mesma coroação rolava nos quilombos dos escravizados fugitivos, que se uniam aos algumas tribos de índios. Com o tempo a coroação ganhou contornos indígenas e influência de dança e música dos brancos. E no fim do século dezenove virou bloco carnavalesco. Na década de 1990 o maracatu foi reinventado ao ser mesclado com o rock n’ roll e o hip hop, dando origem ao maravilhoso movimento Manguebeat. Se você quiser mais detalhes sobre o maracatu, confere o texto que publicamos sobre o tema aqui no blog em fevereiro de 2021:
Maracatu Atômico!

Baião

O baião é um patrimônio de todo o nordeste brasileiro. Mas tem sua origem mesmo no estado de Pernambuco. Como já é amplamente difundido, o precursor do baião foi Luiz Gonzaga, que é pernambucano. Como todos os gêneros musicais brasileiros, o baião é uma mistura de diferentes culturas. A sanfona traz a influência europeia, a zabumba é um instrumento percussivo africano, e o triângulo é uma criação genuinamente nordestina. O baião começou a se popularizar na década de 1940. Portanto, é um gênero musical novo, que aglutinou toda a cultura nordestina e africana de Pernambuco, incluindo o maracatu, bem como as cantigas de roda, os cantos de lavoura e os repentes. O baião acabou se tornando símbolo do nordeste e teve várias ramificações como o forró e o xote, por exemplo. Nos anos noventa, o baião chegou a virar rock n’ roll, quando a banda Raimundos mesclou de maneira brilhante o hardcore e o baião em seus dois primeiros discos.

Sertanejo

A música sertaneja talvez seja a mais diversa e fascinante do Brasil, porque acabou se ramificando em muitos subgêneros e gera muita discussão até hoje. Ela remete aos trovadores que andavam pelo sertão nas comitivas dos bandeirantes. Com o fim das bandeiras, muitos desses trovadores se estabeleceram nas cidades dos estados de São Paulo e Minas Gerais e seguiram tocando sua violinha em festejos. Com o fim da escravidão e a imigração massiva de trabalhadores nas lavouras de café daquela região, essa música ganhou novos contornos e influências até se tornar no que hoje conhecemos como música caipira, as modas de viola de tônico e Tinoco e outras duplas. Foi ali onde tudo começou. Com o passar do tempo, essa música caipira começou a aglutinar outros gêneros. Na região sul, as milongas argentinas, no centro oeste as guarânias paraguaias e assim por diante. A música caipira tradicional evoluiu para a música sertaneja, que nos anos 80 ganhou instrumentos elétricos e moldura pop. Ao mesmo tempo surgia a música brega de Reginaldo Rossi e Odair José, depois veio o sertanejo universitário, que hoje já se tornou um subgênero difícil de definir, tamanha a miscelânea estética e musical. No contexto geral a música sertaneja só perde para o samba na representatividade da diversidade e amontoado de culturas que é o Brasil.

Bossa Nova

Apesar de mais contemporânea e já nascendo sob forte influência da música pop dos Estados Unidos, a bossa nova é legitimamente brasileira, e um dos nossos gêneros musicais mais ricos. Ah, sim, pra não ficar dúvida, lá nos anos 1950 o Cole Porter, o Nat King Cole e tantos outros artistas do jazz eram o que havia de mais pop no mundo. Em resumo, a bossa nova é a fusão do samba com o jazz, onde todo o aparato percussivo e o canto empostado e forte do samba deu lugar ao minimalismo do violão e do canto suave, enquanto as harmonias mais básicas ganhavam acordes truncados com o acento do jazz. Tom Jobim, João Gilberto, Johnny Alf e Dick Farney são considerados os criadores da bossa nova, que depois ganhou outros nomes fundamentais como Nara Leão e Roberto Menescal. Sendo um gênero musical mais novos com forte apelo pop, a bossa nova já teve sua história contada em livros e filmes aos montes. Inclusive nós publicamos um texto bem legal aqui no blog em janeiro de 2021 detalhando de forma muito interessante a origem da bossa nova. Confira no link abaixo.
Bossa Nova!

Tropicalismo

Esse conceito, hoje já super manjado, de globalização começou a florescer no final dos anos sessenta, embalado pela massificação dos meios de comunicação e a contra cultura. Era uma época realmente fértil para que artistas questionassem sua própria existência e origens ao mesmo tempo que absorviam tudo que era novo para criar e se expressar. Foi assim que o samba, o maracatu, o rock n’ roll, o naturalismo e o modernismo da literatura e da pintura se uniram num movimento novo, pungente, pop, único e irresistível, que, tal qual um Macunaíma, botava o dedo nas feridas do país, mas com leveza e bom humor. Em nenhum outro lugar do mundo se viu algo assim. O tropicalismo foi mais que o Flower Power à brasileira, foi um movimento artístico, musical em sua essência, de vanguarda mesmo! Tanto que, ainda hoje, a gente vê artistas gringos conceituadíssimos que descobrem Mutantes, Tom Zé, Novos Baianos, Caetano Veloso… e ficam chapados no som! Nós também já publicamos aqui um texto muito bacana dando uma geral no movimento tropicalista, em setembro de 2020. Link abaixo.
Soy loco por ti, Tropicália.

A música é mesmo fascinante e essencial para a vida. Ela funciona como veículo para a religiosidade, mas também como mero entretenimento. Também se presta a inspirar, emocionar e expressar todo e qualquer sentimento. Da alegria à frustração, da raiva à paz de espírito. Particularmente, a música brasileira, com toda a sua originalidade e diversidade, consegue imprimir ainda cores físicas e metafísicas através do som e da dança. Por isso, a Strip Me se presta a celebrar a música brasileira em sua totalidade, abraçando todos os gêneros e estilos! Isso fica nítido na nossa coleção de camisetas de música, bem como nas camisetas de cultura pop, brasilidades, arte, cinema, bebidas e muito mais! Confere lá no nosso site e aproveita pra ficar por dentro de todos os lançamentos, que pintam por lá toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist brasileiríssima com cada um dos gêneros musicais abordados neste texto. Música brasileira top 10 Tracks.

Para ler: Realmente um dos gêneros brasileiros mais fascinantes, pela sua diversidade e trajetória é a música sertaneja. Para entender tudo sobre o gênero, o livro Cowboys do Asfalto é perfeito! Além de contar com uma pesquisa detalhada e muita informação, o livro é bem escrito, tem uma escrita direta e fluída, uma leitura muito agradável! O livro é escrito por Gustavo Alonso e foi lançado em 2015 pela editora Civilização Brasileira.

Os 10 Mandamentos do Boteco.

Os 10 Mandamentos do Boteco.

Apesar de ultra democrático, o bom e velho boteco não é terra de ninguém. Há um código de conduta não escrito, mas que deve ser respeitado. Portanto, hoje a Strip Me apresenta os 10 Mandamentos do Boteco.

Bar, doce lar! Não há lugar onde o brasileiro se sinta mais em casa do que o bar. Aquele boteco gostoso, com mesas na rua, cerveja estupidamente gelada e garçom gente boa. Mais que um simples estabelecimento comercial, é uma instituição brasileira e patrimônio socio-cultural. O bar é a materialização da democracia, onde todo o tipo de gente conversa sobre todo o tipo de assunto com liberdade. Mas falando assim, parece que é um lugar com certa pompa e circunstância. Mas é nada! É um lugar despojado e agradável que você pode ir de bermuda e chinelo ou de roupa social, que ninguém vai te julgar.

Mas não pense você que essa liberdade e despojamento fazem do boteco um lugar ao deus dará, uma terra de ninguém. Justamente por essa aura livre, não tem uma regra escrita de como agir e o que não fazer no bar. Mas claro que há um código de conduta, um decálogo de mandamentos a serem seguidos. Algo que está no consciente coletivo e que todo mundo meio que sabe, sem saber direito de onde aprendeu. Para exaltar a chegada desse calorão, o mês da Oktoberfest e simplesmente porque nós amamos um bom papo na mesa do bar, a Strip Me traz Os Dez Mandamentos do Boteco.

1. O que acontece no bar, fica no bar.

É meio que como as regras do Clube da Luta. A mesa do bar tem ares de confessionário, e o álcool tende a fazer com que as pessoas se tornem cada vez mais sinceras, além de ser um combustível muito eficiente para transformar pessoas comuns em hábeis dançarinos. Mas isso tudo não precisa ser motivo de buchicho ou chacota durante o cafezinho na segunda feira de manhã na empresa.

2. Serás cliente fiel de pelo menos um bar na cidade onde moras.

Olha, uma das características básicas do boteco é a boa convivência. E a boa convivência é algo que se constrói ao longo do tempo. Por isso, é muito importante você eleger em sua cidade o seu bar favorito, e frequenta-lo periodicamente, saber o nome do dono do bar, de pelo menos um dos garçons e etc. Isso te impede de ir a outros bares? Claro que não! Mas é sempre bom ter um porto seguro, onde você tem certeza que a cerveja estará gelada e que você não vai precisar pedir pra trocar a tulipa pelo copo americano.

3. Conversarás com o garçom além do essencial.

Esse negócio de falar somente o essencial é que com o motorista do busão. No bar, você tem total liberdade para pedir opinião do garçom não só sobre qual a porção mais apetitosa, mas também sobre o desempenho do time que vai jogar nos dias vindouros e até mesmo pedir conselhos amorosos. Garçons são sempre pessoas sábias e merecem ser ouvidas.

4. Não deixarás a cerveja esquentar no copo.

Não caia em conversa furada de falsos profetas, que teimam em levar etiqueta e melindres para a mesa de bar. Há quem diga que é indelicado colocar cerveja no copo de outra pessoa, sem que ela peça. Besteira! No bar, não se deixa a cerveja esquentar! Completar um copo que está com menos da metade é um favor que você faz àquele amigo que bebe mais devagar. Aquele golinho no fundo do copo pode rapidamente esquentar, tornando-se pouco atrativo ao paladar. Ao completar o copo com cerveja gelada, você restitui o equilíbrio da mesa.

5. Pedirás um petisco.

Nem que seja um amendoim. Mas um tira gosto é essencial para manter a mesa do bar funcionando perfeitamente, além de prolongar a qualidade da conversa ali desenvolvida. Afinal, todo mundo sabe que beber de barriga vazia faz com que o álcool faça efeito mais rápido. Para não começar a enrolar as palavras logo na quinta ou sexta garrafa, uma boa porção é fundamental. De preferência alguma fritura, como um belo torresmo, que ajudará a metabolizar o álcool no seu organismo. Além disso, tal ato vai colaborar com a arrecadação do bar, permitindo que ele se mantenha aberto e funcionando bem.

6. Saberás pedir cerveja gelada por diferentes expressões.

Não só por uma questão de entretenimento e diversão, mas também para evitar a monotonia da repetição da mesma frase muitas vezes na mesma noite, é importante que o frequentador do boteco tenha um bom vocabulário de expressões para chamar aquela cerveja gelada. “Vê uma trincando.” ”Me traz uma canela de pedreiro!” “Traz aquela com o véu de noiva.”  “Desce aquela tirada do cu da foca.” E por aí vai. O mesmo vale para a maneira como você se refere ao garçom. Amigão, doutor, mestre, consagrado, professor, meu querido, comandante…

7. Conversarás sobre todos os assuntos.

No bar é muito importante que você converse sobre todos os assuntos possíveis. Mesmo que você não entenda nada sobre o assunto em curso na mesa, opine, mostre-se curioso e tente aprender alguma coisa. Veja bem, não confunda a mesa do bar com um palanque ou uma sala de aula. Ninguém gosta de um palestrinha. Mas é sempre bom ter conversas leves e descomprometidas sobre os mais variados assuntos. O importante é não ficar a noite toda com a cara enfiada no celular só porque você não viu o último filme do Scorsese ou não liga a mínima que a Sandy é a mais nova divorciada da praça.

8. Não brigarás.

Esse é tão óbvio que não precisava nem ser dito, né? Até porque sair na mão é um troço muito demodê, é cafonérrimo, muito anos 90. Hoje em dia ninguém resolve mais nada brigando. Além disso, derruba o clima do bar, deixa todo mundo tenso, enquanto estão todos ali pra relaxar e curtir. Pra piorar, uma briga pode causar danos materiais ao bar e deixa-lo com fama de lugar mau frequentado. Portanto, se quiser brigar, não vá pro bar, vá pro Twitter.

9. Pedirás a saideira antes da conta.

Certas tradições são inquebráveis! Essa é uma delas. Todo mundo na mesa concorda que a conversa está boa, mas está ficando tarde, já comeram e beberam o suficiente e tal? Tudo bem. Então é hora de pedir a conta. Mas é absolutamente necessário manter o decoro e fazer como manda o figurino dizendo: “Campeão, traz pra gente a saideira e a conta faz favor!” A saideira é a responsável pelo brinde de despedida e por deixar o inebriante gostinho de quero mais, que fará com que todos na mesa aguardem ansiosamente pelo próximo fim de semana.

10. Se for embora antes dos demais, pedirás a parcial e pagarás sua parte.

Outro mandamento que nem precisava ser dito, de tão óbvio e ululante. Mas é sempre bom reforçar, porque sempre tem um espertinho que toma uma caixa de cerveja, joga trinta reais na mesa e vai embora de fininho. Ora, o fiel frequentador do boteco jamais faz isso. Se precisa ir embora antes dos demais da mesa, ele pede uma parcial, faz a divisão e paga sua parte. Assim, mantém todo um equilíbrio entre os presentes na mesa que ficarão até o final, além de fortalecer os vínculos de confiança e amizade.

Eu ouvi um amém? 10 Mandamentos desses é pra glorificar de pé, de preferência, com copo em riste, pronto pra brindar! O boteco é esse poço de brasilidade, lugar de barulho, diversão e arte, de diversidade, liberdade e democracia! Um lugar que a Strip Me leva no coração e se inspira para elaborar as mais lindas e descoladas camisetas de bebidas, mas também de cultura pop, onde o boteco está mais que inserido, aliás. E tem ainda as camisetas de arte, cinema, música, games e muito mais. Na nossa loja você confere tudo isso e ainda fica por dentro de todos os nossos lançamentos, que pintam por lá toda semana!

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist digna de um fiel botequeiro! Bar, doce lar Top 10 tracks.

Para assistir: Recomendadíssimo o documentário sobre um dos grandes cantores de todos os tempos no Brasil: Cauby Peixoto. O filme Cauby: Começaria Tudo Outra Vez foi lançado em 2015 e dirigido por Nelson Hoineff. E o que um doc sobre o Cauby Peixoto tem a ver com o tema do texto? Ora, o Cauby fez sua fama e até seus últimos dias de vida se apresentou no bar mais famoso de São Paulo, o Bar Brahma! E, além disso, o Cauby tem uma história incrível que merece ser conhecida.

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