Top 10 Strip Me: 10 gatos inesquecíveis da cultura pop.

Top 10 Strip Me: 10 gatos inesquecíveis da cultura pop.

Se tem um bicho que domina o imaginário popular, é o gato. Presente em todas as mídias e expressões artísticas, fica evidente que a vida humana sem um bichano por perto seria muito sem graça. Por isso a Strip Me hoje destaca os gatos mais famosos da cultura pop.

Desde tempos imemoriais, os gatos fascinam e intrigam os seres humanos. Acredita-se que a domesticação desses felinos tenha começado há cerca de 9.000 anos, quando agricultores do Oriente Médio perceberam que os gatos eram ótimos caçadores de roedores. No Antigo Egito, os gatos foram elevados ao status de divindades, sendo associados à deusa Bastet, símbolo da proteção e fertilidade. Sua importância era tamanha que a pena para quem matasse um gato era a morte. De lá para cá, esses animais se espalharam pelo mundo, conquistando lares, corações e, claro, a cultura pop.

O escritor Charles Bukowski, apaixonado por gatos, disse numa entrevista o seguinte: “Se você está se sentindo mal, basta olhar para os gatos, você vai se sentir melhor, porque eles sabem que tudo é exatamente como é. Não há nada para ficar animado. Eles simplesmente sabem. Eles são salvadores. Quanto mais gatos você tiver, mais tempo você viverá”. Misteriosos, independentes e cheios de personalidade, os felinos conquistaram seu espaço no cinema, na TV, nos quadrinhos e até na música. Às vezes eles são parceiros fiéis de personagens icônicos, outras vezes são vilões de bigodes afiados, mas uma coisa é certa: quando um gato aparece na tela, ele rouba a cena.

De mafiosos a bruxas, de desenhos animados a clássicos do rock, os gatos marcaram presença em diversas mídias e ajudaram a construir alguns dos momentos mais memoráveis do entretenimento. A Strip Me apresenta uma lista cheia de fofura com alguns dos felinos mais famosos da cultura pop e sua importância para cada obra.

1. O Gato de Vito Corleone (O Poderoso Chefão)

Nada como um gato no colo para suavizar a imagem de um chefão da máfia. O felino que ronrona tranquilamente enquanto Vito Corleone, interpretado por Marlon Brando, intimida um patrício durante a festa de casamento de sua filha foi um achado de última hora. Diz a lenda que o gato nem estava no roteiro e foi encontrado perambulando pelos estúdios pelo próprio diretor Francis Ford Coppola, que resolveu incluí-lo na cena, que se tornou icônica.

2. O Gato de Holly Golightly (Bonequinha de Luxo)

Audrey Hepburn e seu gato sem nome formaram um dos pares mais inesquecíveis do cinema. No filme Bonequinha de Luxo, o bichano simboliza o espírito livre da protagonista, Holly Golightly. O momento em que ela, no auge da angústia, abandona o gato na chuva e depois o reencontra é de amolecer o coração do mais brutos dos seres humanos.

3. Gato Félix (Quadrinhos e Animação)

Antes mesmo do Mickey Mouse dar as caras neste mundo, o Gato Félix já brilhava nas telonas do cinema mudo. Criado nos anos 1910, esse gato de sorriso largo e truques mágicos encantou gerações. Sua bolsa mágica e sua capacidade de se safar de qualquer enrascada o transformaram em um verdadeiro ícone da animação e dos quadrinhos.

4. Garfield (Quadrinhos e Animação)

Preguiçoso, cínico e adorador de lasanha, Garfield é o gato que todos amam (e se identificam). Criado por Jim Davis em 1978, ele conquistou o mundo com suas tirinhas cheias de humor ácido. Seu ódio às segundas-feiras e suas constantes provocações ao ingênuo cão Odie fazem parte da cultura pop até hoje.

5. Salem Saberhagen (Sabrina, Aprendiz de Feiticeira)

Nenhum gato falante é tão sarcástico e espirituoso quanto Salem. Na série Sabrina, Aprendiz de Feiticeira, esse ex-feiticeiro transformado em gato por tentar dominar o mundo, garante algumas das melhores tiradas da série. Com sua voz grave e comentários afiados, ele rouba a cena sempre que aparece.

6. Bola de Neve (Os Simpsons)

Os Simpsons já tiveram vários gatos chamados Bola de Neve ao longo dos anos, mas o mais lembrado é o Bola de Neve II. Esse felino preto acompanha a família amarela em várias aventuras, sempre mantendo a pose indiferente e misteriosa típica dos gatos. Um verdadeiro clássico da TV.

7. Tom (Tom & Jerry)

Tom é o eterno perseguidor do esperto ratinho Jerry, numa das animações mais famosas da história. Criado em 1940, ele já sofreu todo tipo de pancada, explosão e quedas sem fim. Apesar de sempre acabar derrotado, sua resiliência e expressões exageradas garantiram sua popularidade por décadas.

8. Frajola (Looney Tunes)

“Eu acho que vi um gatinho!” Sim, todos nós vimos mesmo! Frajola é o eterno caçador do passarinho Piu-Piu e, assim como Tom, está fadado a falhar constantemente. Com seu sotaque engraçado e sua insistência em capturar a presa amarela, ele se tornou um dos felinos mais queridos da animação.

9. Stray Cat Strut (Stray Cats)

A banda Stray Cats trouxe o rockabilly de volta às paradas nos anos 80, e sua música Stray Cat Strut é praticamente um hino dos felinos independentes. A canção conta a história de um gato de rua cheio de atitude, que vive a vida do jeito que quer. Um verdadeiro espírito livre, assim como o rock n’ roll, e como todo gato deve ser.

10. The Lovecats (The Cure)

Os britânicos do The Cure entregaram um dos maiores sucessos de sua carreira, The Lovecats, fazendo uma singela e cativante ode aos felinos. Lançada em 1983, a música tem uma melodia envolvente e brincalhona, e seu clipe repleto de gatos consolidou sua conexão com o universo felino. Uma homenagem perfeita ao charme dos bichanos.

Menção honrosa

Ficou muito gato de fora dessa lista, é verdade. Da Mulher-Gato ao Manda Chuva, passando pelos Thundercats, o gato enigmático de Alice no País das Maravilhas, o Gato de Botas do Shrek e tantos outros. Mas não podemos encerrar essa lista sem sequer citar o clássico maior da televisão, uma canção curta, mas cheia de sentimento. Claro que estamos falando de Smelly Cat, o hit inquestionável da querida Phoebe Buffay em Friends. É um dos momentos mais emblemáticos da série. E, seja onde for, sempre que tem um momento emblemático, tem um gato em algum canto observando com desprezo e indiferença.

Seja na tela grande, nos quadrinhos ou na música, os gatos continuam encantando todo mundo com suas personalidades marcantes. Eles podem ser engraçados, sofisticados e notavelmente indiferentes, mas uma coisa é certa: são sempre inesquecíveis. Além da cultura pop, os gatos também deixaram sua marca no mundo das artes plásticas. Um dos exemplos mais famosos é o cartaz “Tournée du Chat Noir“, criado por Théophile Steinlen no século XIX para divulgar o famoso cabaré parisiense Le Chat Noir. A imagem do gato negro elegante e misterioso se tornou um símbolo artístico atemporal tão marcante, que inspirou a Strip Me a criar uma camiseta lindissima. Mas não fica nisso, na coleção de camisetas pet friendly, você encontra muitas outras camisetas incríveis estampadas com gatos e doguinhos. Isso sem falar nas camisetas de cultura pop, cinema, artes e muito mais. No nosso site você confere tudo e ainda fica por dentro dos nossos lançamentos, que pintam toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist todinha dedicada a gatos e gatas. Gatos top 10 tracks.

Para ler: A Editora L&PM lançou aqui no brasil o excelente Sobre Gatos, uma coletânea composta de textos e poemas inéditos sobre esses bichos maravilhosos que conquistaram a alma do nosso querido Velho Safado, Charles Bukowski. Leitura recomendadíssima.

Cultura pop sem fronteiras: Os 10 artistas latinos mais influentes nos Estados Unidos.

Cultura pop sem fronteiras: Os 10 artistas latinos mais influentes nos Estados Unidos.

A cultura pop norte americana indiscutivelmente influencia boa parte do mundo. Mas ela está longe de ser unicamente estadunidense. A Strip Me elencou 10 artistas latinos que deixaram sua marca e um colorido a mais na cultura pop dos EUA.

José Carlos de Brito e Cunha, mais conhecido simplesmente como J. Carlos, foi um dos maiores desenhista do Brasil no início do século XX. Chargista implacável, fez caricaturas históricas de boa parte dos presidentes da República Velha. Em 1941 Walt Disney fez uma viagem pela América do Sul, e em sua passagem pelo Brasil se encantou com as paisagens do Rio de Janeiro, com o samba e com os desenhos magníficos de J. Carlos. Disney fez questão de conhecer J. Carlos, e logo os dois se tornaram amigos. Antes de voltar para os Estados Unidos, Disney convidou J. Carlos a se mudar para Los Angeles e trabalhar nos estúdios Disney. O brasileiro recusou o convite, e presenteou o amigo estadunidense com um desenho de um papagaio abraçado ao Pato Donald. Em agosto de 1942 era lançada mundialmente a animação Saludos, Amigos!, uma produção dos estúdios Disney apresentando um novo personagem, que apresentava as belezas do Rio de Janeiro a um atônito Pato Donald ao som de Aquarela do Brasil. Era Zé Carioca, um papagaio que, reza a lenda, é igual ao desenho feito por J. Carlos. É o que diz a lenda, porque tal desenho do cartunista brasileiro nunca mais foi visto, e Walt Disney nunca sequer o mencionou como “inspiração” para criar o Zé Carioca, que se tornaria um dos personagens mais populares da Disney no final da primeira metade do século XX.

Histórias como essa são mais comuns do que se imagina. A cultura pop que consumimos vem essencialmente dos Estados Unidos. Mas ela é encharcada de influências, referências e, muitas vezes, feita por artistas estrangeiros, especialmente da América Latina. Para ficarmos na seara da animação, basta dizer que um dos filmes mais vistos em 2011 foi a animação Rio, criação do brasileiro Carlos Saldanha, arrecadou de bilheteria quase 500 milhões de dólares no mundo todo, sendo que só nos Estados Unidos, a arrecadação foi de 143.6 milhões de dólares. Ou seja, a cultura pop não só é feita a partir de elementos de diferentes nacionalidades, como o próprio público norte americano consome esse conteúdo com fervor. Para celebrar esse mundo sem fronteiras e que abraça culturas de diferentes nacionalidade, a Strip Me apresenta os 10 artistas latinos que exerceram (e ainda exercem) grande influência na cultura pop dos Estados Unidos.

Ritchie Valens

A passagem de Ritchie Valens por este mundo foi breve. Mais breve ainda foi sua carreira musical. Entretanto, seu nome é lembrado até hoje e sua obra ajudou a moldar a música pop e o rock n’ roll como os conhecemos. Ele nasceu na California. Seus pais eram mexicanos, o que fez com que ele assimilasse muito a cultura do México, mas também consumia o que era feito nos Estados Unidos. O cinema e o bebop, e posteriormente o rock, fizeram com que ele se dedicasse ainda muito jovem a aprender a tocar guitarra. Aos 16 anos de idade, formou sua primeira banda, cuja formação era o puro suco da América: a banda chamada Satellites era formada por dois negros, um americano de ascendência mexicana e um de origem japonesa. Meses depois, influenciado por um grande empresário que investiu nele, Ritchie Valens se tornou artista solo e decolou com o sucesso Come On Let’s Go. Em 1958 emplacou a balada Donna. Consolidado como hitmaker, insistiu em gravar uma versão de uma música tradicional mexicana, cantando em espanhol mesmo. La Bamba foi seu maior sucesso, mudou um pouco a cara do rock, até então meio engessado no mesmo formato. Ritchie Valens estava a bordo do avião, que também levava Buddy Holly The Big Bopper, e se acidentou no estado de Iowa, no dia 3 de fevereiro de 1959. Evento que ficou conhecido como “o dia em que a música morreu”.

Cheech Marin

Outro californiano filho de mexicanos, Cheech Marin, ao lado de Tommy Chong, literalmente abriu um novo caminho na cultura pop, dando protagonismo a dois maconheiros convictos, sendo um deles um imigrante mexicano (o personagem de Cheech Marin). A dupla Cheech & Chong foi um sucesso arrebatador, dando início a um novo gênero de comédia, com uma pegada mais alternativa e rock n’ roll que influenciaria artistas da música, como Willie Nelson, da comédia, como George Carlin e do cinema ao inspirar, por exemplo, os irmãos Coen a desenvolver o personagem Jeffrey “The Dude” Lebowski. A duple Cheech & Chong protagonizou mais de 10 filmes, e Cheech Marin se tornou um dos atores mais requisitados de Hollywood, atuando em filmes e em séries de TV aos montes. Claro que na dublagem brasileira, mas a célebre frase que abre a música Queimando Tudo, clássico da banda Planet Hemp, é ninguém menos que Cheech Marin, displicente dizendo “Ah, desde que eu nasci que eu fumo!”

Tom Jobim

O nosso maestro maior não poderia estar de fora desta lista. Afinal, a bossa nova foi reverenciada no mundo todo, porém, nos Estados Unidos a coisa foi além. Literalmente a bossa nova foi incorporada a um dos gêneros mais originais dos Estados Unidos, o jazz. Tanto é que o saxofonista Stan Getz gravou mais de um disco dedicados somente ao gênero brasileiro, até mesmo Quincy Jones foi influenciado pelo nosso som, dedicando também um disco inteiro a bossa nova, que inclui a clássica Soul Bossa Nova. Claro, a bossa nova foi um movimento articulado por vários músicos, em especial João Gilberto, Tom Jobim, Vinícius de Moraes e etc. Mas foi Tom Jobim quem chegou mais longe fora do Brasil, gravando um disco com Frank Sinatra e levando Garota de Ipanema a ser uma das músicas mais regravadas do mundo. Constatar ainda hoje essa influência imensa de Tom Jobim é fácil. Basta notar que em muitos, mas muitos mesmo, filmes de Hollywood, virou e mexeu tem uma bossinha rolando na trilha sonora.

Walter Salles

Mais um brasileiro nessa lista. No cinema, em especial no cinema cult, Walter Salles é visto como um grande cineasta. Aqui no Brasil encabeçou o movimento Cinema de Retomada, que rolou ali em meados dos anos 90 e fez o cinema brasileiro voltar a ser profissional e relevante. A indicação de Central do Brasil ao Oscar de melhor filme estrangeiro abriu as portas do cinema norte americano para Salles. De cara ele emplacou o excelente Diário de Motocicleta, até conseguir chegar onde muitos cineastas, incluindo nomes como Francis Ford Coppola, sonharam, mas não conseguiram realizar: adaptar para o cinema o emblemático livro On The Road, a bíblia beat de Jack Kerouac. O estilo de filmagem de Walter Salles, que consegue um equilíbrio encantador entre o o cinema underground e o pop, chama cada vez mais a atenção e certamente já influencia diretores mais novos, como os talentosos Ari Aster e Sam Levinson. Sobre Ainda Estou Aqui, falaremos depois que ganharmos o Oscar.

Carlos Santana

Santana ganhou um certo ar de bruxo da guitarra. Certamente isso se deve ao elevado grau de espiritualidade e mística que seu som emana. E esse som só foi possível por Santana se ligar que não dá pra ter fronteiras na música. Ainda pouco conhecido e com apenas um disco lançado naquele mesmo ano, Santana foi um dos maiores destaques do festival de Woodstock, em 1969. A percussão hipnótica e os solos psicodélicos de Soul Sacrifice arrebataram a multidão durante uma das tardes do evento. Carlos Santana nasceu em 1947, no México. Ele começou sua jornada musical sob forte influência do pai, um violonista mariachi. Porém, ao se mudar para os Estados Unidos na adolescência, ele mergulhou no blues e no rock, absorvendo influências de B.B. King, John Lee Hooker e Gábor Szabó. Nos anos 70, álbuns como Abraxas e Santana III consolidaram seu estilo e trouxeram hits como Black Magic Woman e Oye Como Va, uma releitura de Tito Puente, que mostraram como o rock pode abraçar o ritmo latino sem perder a potência. Enquanto o rock progressivo e o hard rock dominavam as paradas, Santana provava que havia espaço para um som mais espiritual, dançante e multicultural.

Alejandro G. Iñárritu

Nascido na Cidade do México, em 1963, Iñárritu começou sua carreira no rádio e na publicidade antes de enveredar pelo mundo do cinema. Sua estreia como diretor veio com Amores Brutos, um drama cru e visceral que entrelaça diferentes histórias. O filme foi um sucesso estrondoso, conquistando prêmios internacionais e colocando o nome de Iñárritu no radar de Hollywood. Assim, em seguida, com 21 Gramas e Babel, completou sua chamada “Trilogia da Dor” e deu uma nova cara para o cinema. Iñárritu não apenas levou uma estética inovadora para Hollywood, mas também desafiou a indústria a pensar de maneira diferente. Seus filmes lidam com temas universais como identidade, imigração, alienação e sobrevivência, tornando-se essenciais para o cinema contemporâneo. Além disso, ele foi um dos expoentes da chamada “Onda Mexicana” em Hollywood, ao lado de Alfonso Cuarón e Guillermo del Toro, provando que o cinema norte americano está longe de ser uma arte exclusivamente anglo-saxã.

Jennifer Lopez

J.Lo é filha de porto-riquenhos, cresceu no Bronx, New York, ouvindo salsa, pop e R&B, influências que mais tarde definiram seu estilo musical. Essa receita se mostrou certeira. Seu disco de estreia, On the 6, de 1999, foi um sucesso imenso, ajudando, inclusive, a catapultar a carreira da cantora também como atriz em Hollywood. Jenniffer Lopez tem uma carreira musical e como atriz repleta de grandes sucessos, mas sua importância para a cultua pop vai muito além disso. J.Lo quebrou barreiras para os latinos na indústria do entretenimento. Antes dela, era raro ver uma artista de origem latina dominar as paradas pop e o cinema ao mesmo tempo. Sua ascensão abriu portas para estrelas como Shakira, Bad Bunny e Rosalía. Ela também redefiniu padrões de beleza e representatividade. Seu corpo curvilíneo desafiou os padrões eurocêntricos de Hollywood e ajudou a mudar a forma como a mídia via a diversidade de corpos femininos. Enfim, uma diva pop pra ninguém botar defeito!

Sofía Vergara

Sofía Vergara é colombiana e começou sua carreira como apresentadora de TV e modelo. Após chamar a atenção de alguns produtores norte americanos, ela abraçou sua grande chance em 2009, quando foi escalada para viver Gloria Pritchett em Modern Family, uma das sitcoms mais bem-sucedidas da história da TV americana. Com seu timing cômico impecável e sua representação autêntica de uma mulher latina forte e engraçada, Sofía rapidamente se tornou uma das personagens mais queridas da série. Sofía Vergara desafiou estereótipos e, ao mesmo tempo, trouxe visibilidade para as mulheres latinas na TV americana. Antes dela, os papéis destinados a atrizes latinas muitas vezes se resumiam a personagens secundárias e estereotipadas. Seu sotaque carregado, que poderia ter sido um obstáculo, virou uma marca registrada e um símbolo de orgulho latino. Em vez de tentar esconder suas origens, Vergara usou sua autenticidade como uma vantagem. Fora das telas, Sofía construiu um império empresarial, com linhas de roupas, perfumes e produtos de beleza, tornando-se uma das mulheres latinas mais influentes dos negócios nos Estados Unidos.

Shakira

Shakira Isabel Mebarak Ripoll nasceu na Colômbia em 1977, descendente de famílias libanesa e colombiana. É uma das poucas cantoras de música pop que compõe seu próprio material. E ela começou a compor desde cedo, já impregnada de influências culturais multiétnicas de sua família, misturando isso ao rock, ao pop e R&B. Nos anos 90, ela conquistou o mercado latino com álbuns como Pies Descalzos e Dónde Están los Ladrones?, que trouxeram hits como Estoy Aquí e Ojos Así. Sua autenticidade e versatilidade já eram evidentes, mas foi no início dos anos 2000 que ela deu um salto rumo ao estrelato global. Shakira fez uma transição inteligente para o mercado norte-americano ao lançar Laundry Service, seu primeiro álbum em inglês, em 2001. Daí em diante, ela não parou de crescer. Sua apresentação no Super Bowl 2020, ao lado de Jennifer Lopez, foi um marco na representatividade latina, reafirmando a influência da cultura hispânica nos Estados Unidos. No fim, Shakira não apenas levou a música latina para o topo das paradas norte americanas, ela ajudou a redefinir o que significa ser uma estrela pop global.

Guillermo del Toro

Guillermo del Toro cresceu no México dos anos 70 fascinado por histórias de terror, literatura gótica e monstros clássicos. Essa paixão foi nutrida desde cedo por cineastas como Alfred Hitchcock e o herói mexicano El Santo, além da estética sombria das histórias de H.P. Lovecraft. Ele começou jovem no cinema como maquiador de efeitos especiais, o que lhe deu uma visão detalhada sobre o design de diferentes criaturas, o que lhe seria muito útil no futuro. Mesmo sendo um cineasta de nicho, del Toro conseguiu algo raro: ser respeitado tanto pela crítica quanto pelo público. Seu talento para equilibrar terror, emoção e beleza visual fica evidente em Círculo de Fogo, por exemplo, um blockbuster que homenageia os filmes de monstros japoneses. No entanto, sua consagração veio com A Forma da Água, uma história de amor entre uma mulher muda e uma criatura aquática. O filme rendeu a del Toro o Oscar de Melhor Diretor e Melhor Filme, tornando-o um dos poucos latinos a conquistar essa honraria. Guillermo del Toro não apenas trouxe novas perspectivas para Hollywood, mas também quebrou barreiras para cineastas latinos. Seu trabalho celebra os monstros como metáforas para a humanidade e transforma o horror em poesia.

Se tem uma coisa que a cultura pop dos Estados Unidos nunca conseguiu evitar foi a influência latina. Ainda bem! Apesar do discursinho vazio imperialista que pinta os Estados Unidos como uma ilha cultural autossuficiente, a verdade é que o país sempre dançou, cantou e vibrou ao som de diversos ritmos. Da música ao cinema, da televisão à literatura, a cultura norte americana seria infinitamente mais pobre sem esse tempero. Ainda bem também que a Strip Me respira e se inspira com essa latinidade, com a nossa brasilidade e com a convergência de culturas, de onde quer que elas venham! Nossas camisetas de cinema, música, cultura pop, arte e muito mais, reforçam, com muito estilo e originalidade, que não tem muro ou fronteira que a arte não consiga transpor.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist caprichada com o que de melhor os artistas da música citados neste texto produziram. Sem Fronteiras Top 10 tracks.

10 motivos para você assistir Twin Peaks.

10 motivos para você assistir Twin Peaks.

Uma das séries mais importantes da história da televisão, saída da cabeça privilegiada de David Lynch e influente até hoje, Twin Peaks é uma obra prima! A Strip Me celebra este clássico revelando 10 motivos para você assistir (ou rever) essa série maravilhosa.

Na noite do dia 8 de abril de 1990, quem assistia televisão nos Estados Unidos foi transportado para um mundo de mistério e muita esquisitice. E a maioria dessas pessoas fez questão de não sair desse mundo, deixando ecoar na mente uma só pergunta: “Quem matou Laura Palmer?”, a garota encontrada embrulhada em plástico na beira de um rio. A pequena cidade de Twin Peaks, que dá nome à série, é fictícia, porém, a cidade de Snoqualmie, no estado de Washington e pertinho de Seattle é conhecida hoje por muita gente como a verdadeira Twin Peaks, afinal foi lá que boa parte da série foi filmada. A cidade recebe fãs da série o ano todo, e por isso mesmo, mantém muitos dos imóveis e até mesmo a entrada da cidade, como foi retratado na série.

Twin Peaks é uma criação do cineasta David Lynch em parceria com o roteirista Mark Frost. Muitas são as lendas e curiosidades que envolvem a série. Exibida inicialmente em duas temporadas, em 1990 e 1991, teve dois longas metragens dirigidos pelo próprio Lynch e uma nova temporada, que deu sequência às duas primeira, lançada em 2017. Cultuada desde seu lançamento até hoje em dia, Twin Peaks é um marco do entretenimento e merece ser vista pelas novas gerações e revisitada por quem já viu mais de uma vez. Pra deixar isso claro, a Strip Me te dá 10 motivos para assistir Twin Peaks.

Tudo começou com a Marilyn Monroe.

No final dos anos oitenta, David Lynch e Mark Frost estavam trabalhando na adaptação para o cinema de um livro sobre a biografia de Marilyn Monroe. A coisa desandou e o projeto foi abortado, reza a lenda, porque Lynch insistia numa teoria da conspiração de que JFK esteve envolvido na morte da estrela, e estúdio nenhum de Hollywood queria comprar uma briga dessa. De qualquer forma, alguns elementos dessa biografia foram aproveitados na elaboração da série, como a morte de Laura Palmer, que aconteceu antes que ela contasse que estava envolvida com uma famosa figura da cidade, informação esta que constava em seu diário. O mesmo aconteceu com Monroe, que mantinha um diário e estava decidida a revelar seu relacionamento extraconjugal com Kennedy quando morreu, segundo o livro e as teorias de Lynch.

Os sinais estão noir.

O gênero cinematográfico noir tornou-se incrivelmente popular entre os anos 50 e 60, e acabou por influenciar radicalmente as gerações futuras de cineastas. Lynch e Frost sempre foram apaixonados pelo gênero e, não só fizeram de Twin Peaks uma série noir surrealista e perturbadora, como inseriram inúmeros elementos que fazem referêncvia aos filmes clássicos do gênero. Por exemplo, Maddy Ferguson, por exemplo, a versão morena de Laura Palmer, interpretada pela atriz Sheryl Lee, tem o mesmo nome de uma das personagens de Kim Novak no clássico filme Vertigo, de Hitchcock. Duas personagens, porque, assim como na série, Novak interpretava duas garotas, uma loira, que foi assassinada e uma sósia de cabelos pretos. Tem também na série um agente de seguros chamado Walter Neff, nome do personagem de Fred MacMurray em Pacto de Sangue, de Billy Wilder lançado em 1944. Isso sem falar em várias referências aos filmes Laura, de 1944, Crepúsculo dos Deuses, de 1950, e muitos outros. Twin Peaks é uma ode ao cinema noir.

Spielberg ficou na vontade.

Às vezes pode parecer exagerado quando a gente fala de uma série como Twin Peaks com tamanho entusiasmo. Mas não é exagero, foi realmente uma parada muito impactante e revolucionária na época. Tanto é que na segunda temporada muita gente grande quis fazer parte de alguma forma daquilo, pois sacaram que se tratava de uma série histórica. Uma dessas pessoas foi ninguém menos que Steven Spielberg, que na época, 1991, já era um dos cineastas mais celebrados do mundo. Spielberg se encantou com a série e chegou a pedir a Lynch que ele dirigisse um episódio Cogitou-se então dar o primeiro episódio da segunda temporada na mãos de Spielberg. Mas não rolou. Dizem que Lynch e Spielberg tiveram uma longa conversa, e que Spielberg havia prometido que faria a direção deixando o episódio o mais “estranho” possível, detalhando algumas de suas ideias. No fim, Lynch achou a abordagem de Spielberg muito convencional e dirigiu ele mesmo a estreia da segunda temporada, garantindo que Spielberg iria dirigir algum episódio no futuro. Mas o criador de ET e de Indiana Jones ficou a ver navios e está até hoje esperando tal oportunidade.

Reprovado em Cannes.

Em 1992 Twin Peaks reinava absoluta como a grande série de TV do momento. Porém, Lynch e Frost não estavam prontos para uma terceira temporada. No entanto, produziram um longa metragem excelente revelando os dias que antecederam a morte de Laura Palmer. Twin Peaks: Os Últimos Dias de Laura Palmer (título original Twin Peaks: Fire Walk With Me) foi lançado em 1992, e Lynch fez questão de apresentá-lo no Festival de Cannes. Apesar de todo o sucesso da série, da fotografia ousada do longa, do ótimo elenco, da trilha sonora inspirada… apesar de tudo isso, o filme levou uma vaia vigorosa ao final da exibição no festival. Claramente porque a platéia não entendeu nada. Não entendeu, inclusive, o que todos os admiradores de Lynch e de Twin Peaks sacaram desde sempre: não é pra entender, mas sim pra sentir, pra curtir, pra pirar, pra dar risada… Além disso, não tem nada mais antiestablishment do que ser reprovado em Cannes. Portanto, mais um ponto positivo para Twin Peaks.

David Bowie esteve aqui.

Por falar no longa metragem Twin Peaks: Fire Walk With Me, assim como Spielberg, outro admirador declarado da série é ninguém menos que David Bowie. Este sim, tem tudo a ver com a aura lynchniana de Twin Peaks. Tanto que, quando soube disso, Lynch convidou Bowie para atuar no longa e escreveu um papel especialmente para ele, o agente do FBI Phillip Jeffries. E Bowie, solto e canastrão está excelente no filme! Ele também aparece no filme de 2014, Twin Peaks: The Missing Pieces, que Lynch dirigiu. Trata-se de um compilado de cenas deletadas, tanto da série, como do filme, que com uma montagem e edição eficientes, formam um filme interessante, trazendo novos pontos de vista sobre o assassinato de Laura Palmer. Bowie estava escalado também para atuar na terceira temporada da série, que estreou em 2017, porém, ele faleceu um ano antes.

Quem matou Laura Palmer?

Pois é, como uma boa obra de cinema noir que se preze, Twin Peaks é carregada de mistério, sobretudo envolvendo um assassinato. E tudo que se quer numa história de assassinato é descobrir quem é o assassino. Lynch e Frost sempre souberam disso. Tanto que encerraram a primeira temporada sem revelar o assassino. A segunda temporada, lançada no ano seguinte, ia pelo mesmo caminho. Amontoavam-se pistas aqui e ali, teorias, bizarrices cada vez maiores… mas nada de revelar quem matou Laura Palmer. A ABC, canal de TV que transmitia a série, estava pressionando Lynch e Frost para revelarem o assassino desde a primeira temporada. Mas quando a segunda começou sem dar nenhum sinal que tal revelação ia rolar, eles pararam de pedir com gentileza, empurrando o programa para um horário péssimo que prejudicaria a audiência. Pouco depois da metade da segunda temporada, o assassino foi revelado. Lynch era contra, pois, com razão, sabia que a série se mantinha por conta do mistério, e que era muito mais sobre a cidade em si do que simplesmente sobre o assassinato de Laura. Ele estava tão certo que o tiro da ABC saiu pela culatra, e depois que o assassino foi revelado, a audiência caiu consideravelmente.

Angelo Badalamenti.

O músico e compositor Angelo Badalamenti já era amigo e parceiro de Lynch desde muito antes de Twin Peaks e fez muita coisa boa. Suas trilhas sonoras são realmente muito inspiradas, sobretudo a do filme Blue Velvet, de Lynch, lançado em 1986. Mas em Twin Peaks Badalamenti se supera, compondo uma trilha soberba, cheia de camadas e densidade. A música de abertura da série, inicialmente intitulada simplesmente Love Theme, é brilhante e, reza a lenda, foi composta em apenas 20 minutos. Além de ser responsável pelas trilhas sonoras de praticamente todos os filmes de Lynch, incluindo o excelente Cidade dos Sonhos, Badalamenti ainda compôs as trilhas de grandes filmes como O Suspeito da Rua Arlington, de Mark Pellington, lançado em 1999, o maravilhosos Secretária, de Steven Shainberg, lançado em 2002, Água Negra, do brasileiro Walter Salles, lançado em 2005 e muitos outros.

Te confundindo pra te esclarecer.

As duas primeiras temporadas de Twin Peaks, em 1990 e 1991, foram indiscutivelmente revolucionárias. Lynch e Frost (Lynch principalmente) pegou todas as regras e padrões de uma produção de série para tv e jogou no lixo (talvez tenha até colocado fogo em seguida, pra não sobrar nada mesmo). Twin Peaks não só trouxe uma linguagem mais cinematográfica para a TV, mas trouxe também conceitos de arte como o surrealismo e a psicodelia. Isso na estética. Já no roteiro, a beleza e originalidade estão justamente em dar ênfase nos personagens e na cidade, criar climas, diálogos… fazer com que o espectador se envolva de fato com a trama, sem dar respostas claras. Aliás, sem dar resposta nenhuma, praticamente, e ainda encher a sua cabeca de caraminholas, dando pano pra manga em teorias e divagações. Como já foi dito, Twin Peaks não é uma série para ser entendida racionalmente, não tem um começo, meio e fim estabelecidos, não dá muitas repostas, tem várias pontas soltas de roteiro… mas apresenta um retrato irresistível do inconsciente, do delírio e do sobrenatural! Lynch e Frost são Dali e Buñuel dos anos 90.

Tronco carismático.

Entre as milhares de bizarrices e excentricidades apresentadas na série, uma chama muito a atenção e se tornou um dos maiores ícones de Twin Peaks: o tronco de Margaret Lanterman. Margaret, mais conhecida como a Dama do Tronco, era uma moradora de Twin Peaks conhecida por carregar consigo um tronco cortado, com quem ela conversava e alegava ser capaz de prever eventos. Para a maioria dos moradores da cidade, ela era considerada apenas uma doente mental, pois frequentemente falava coisas sem sentido. No entanto, para além de suas falas aparentemente desconexas, Margaret tinha poderes xamânicos, capaz de interagir com o mundo espiritual. Margaret era interpretada pela atriz Catherine Coulson, que foi presenteada com o tal tronco quando acabaram as gravações de Twin Peaks. A atriz faleceu poucas semanas após o final das gravações da terceira temporada, em 2017, onde ela protagonizou uma cena de forte carga emocional falando sobre morte. O tronco segue com a família da atriz, que frequentemente recebe propostas de compras do objeto, chegando a valores que ultrapassam 300 mil dólares.

It’s David “Fucking” Lynch!

Se tudo que foi dito até agora não fosse suficiente, o simples fato de ser uma obra de David Lynch já deveria ser um argumento forte o suficiente para te convencer a assistir Twin Peaks. Afinal, estamos falando de um dos cineastas mais disruptivos, criativos e provocadores da história do cinema! Lynch carrega ares de divindade para caras como Tim Burton, Almdóvar, Dennis Villeneuve, Lars Von Trier e Darren Aronofsky. Lynch já estreou com um filme brilhante, o clássico Eraserhead, de 1977, depois vieram outros filmes inacreditáveis como O Homem Elefante, Blue Velvet, Coração Selvagem, Estrada Perdida, Cidade dos Sonhos… enfim, David Lynch é um dos grandes mestres do cinema e só isso já é suficiente para você querer ver e rever Twin Peaks, e toda a filmografia de Lynch!

Concluindo, se você gosta de séries como Arquivo X, True Detective, Lost, Dark, Stranger Things e tantas outras, você precisa agradecer a Twin Peaks. E a Strip Me não só agradece a Twein Peaks e ao David Lynch, como faz questão de prestar sua homenagem elaborando sempre camisetas cheias de personalidade e originalidade. As camisetas de cinema, por exemplo, estão repletas de referências a grandes filmes, diretores e séries. E tem também as camisetas de música, arte, cultura pop e muito mais. Você confere tudo no nosso site, e ainda fica por dentro de todos os lançamentos, que pintam toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist com os melhores sons que rolaram tanto na série quanto nos filmes. Twin Peaks Top 10 tracks.

10 Séries Memoráveis da HBO.

10 Séries Memoráveis da HBO.

Desde que se meteu a produzir séries nos anos 90, o canal HBO praticamente não errou a mão. Em meio a tanta série boa, a Strip Me selecionou as melhores pra você maratonar.

Para qualquer marca, um bom slogan é fundamental. Mas são poucas as que conseguem um slogan excelente, daqueles que, não só te remete ä marca de cara, mas que define a marca com exatidão. Da verdadeira maionese ao energético que te dá asas, sem esquecer, é claro, do barulho, diversão e arte, um grande slogan define uma marca por completo em poucas palavras. Certamente um dos slogans mais assertivos e brilhantes é o do canal de TV à cabo/produtora/canal de streaming HBO. “It’s not TV. It’s HBO.” O slogan é forte e preciso. Desde que se meteu a produzir séries, a HBO apresentou produtos com uma carga dramática, intensidade e qualidade visual que transcendem as séries de TV produzidas até meados dos anos 90, para alcançar um nível artístico bem mais alto, comparável aos grandes filmes do cinema. A primeira série que a HBO produziu foi Oz, em 1997. De lá pra cá, são dezenas de séries memoráveis com o selo HBO de qualidade. Garantia de que, mesmo sendo uma série de TV, não haverá economia ou pudor ao demonstrar violência e sexo ou proferir palavrões. O que torna tudo mais realista e intenso.

Entre tanta coisa boa, não é nada fácil selecionar 10 séries. Por isso, para essa lista, escolhemos as obras mais marcantes e emblemáticas. Lógico que ficou muita coisa de fora. Ficou de fora, por exemplo, Curb Your Enthusiasm, escrita e protagonizada pelo genial Larry David (co-autor de Seinfeld). Falando em Seinfeld, também não entrou a ótima Veep, protagonizada pela Julia Louis-Dreyfus. Ainda na onda da comédia, mas explorando outros caminhos, esbarrando no drama, tem a brilhante Six Feet Under, que também é excelente e também não está na lista. Sem falar de Big Little Lies, Euphoria, The Deuce, Westworld, The Leftovers e mais uma porrada de séries ótimas lançadas na última década. A HBO não pára de surpreender a gente com produções caprichadas. Para facilitar um pouco a nossa vida, elencamos as 10 séries escolhidas em ordem cronológica. Dessa forma fica mais nítido entender como o canal vem evoluindo exponencialmente, com produções cada vez melhores. Além disso, vaticinar que uma série é melhor que a outra é complicado, pois envolvem várias variáveis. Por exemplo, não dá pra comparar Sopranos com Succession ou Sex and the City com True Detectives. São mundos muito distantes, linguagens diferentes, não dá pra comparar. Se já deu trabalho selecionar esses 10 títulos, imagina ranquea-os entre melhores e piores…

Oz (1997 – 2003)

Essa foi a primeira produção da HBO. Uma estreia e tanto. Ainda que irregular, as primeiras temporadas são irretocáveis! Não é exagero dizer que a HBO começava um novo jeito de fazer TV. Retratando o dia a dia de uma penitenciária e seus detentos, Oz entrega um texto excelente, fotografia e edição muito competentes e atuações memoráveis de Ernie Hudson, Lee Tergesen, J.K. Simmons e Harold Perrineau, além, é claro de muita violência, nudez e palavrões, que se tornariam uma das marcas das produções da HBO.

Sex and the City (1998 – 2004)

Para equilibrar o excesso de testosterona de um bando de brucutus se estranhando na cadeia, Sex and the City  trouxe à tona o mundo feminino, como nunca antes havia sido retratado na televisão! De bobinha ou água com açúcar a série não tem nada! Pelo contrário. O roteiro é ótimo, com diálogos espirituosos e, por vezes, bem profundos. Depois que a série foi lançada, não faltam grupos de amigas que se identificam e se inspiram nas personagens vividas pelas atrizes Sarah Jessica Parker, Kim Cattrall, Kristin Davis e Cynthia Nixon. Além da qualidade da obra como um todo, Sex and the City foi fundamental para pavimentar a estrada para muitas outras séries protagonizadas por mulheres e com um olhar feminino, como Gilmore Girls, por exemplo.

The Sopranos (1999 – 2004)

Foi com Sopranos que a HBO se estabeleceu como uma grande produtora de séries para a TV. Até então não havia nada parecido com os Sopranos. Uma série absolutamente mundana, realista e muito, mas muito bem feita! O texto é genial! Equilibrado, com humor, ação e drama, sem falar nas inúmeras e deliciosas referências aos clássicos filmes de máfia, o texto da série é impecável. Além disso, é uma série sobre relações familiares, acima de tudo, o que torna tudo mais interessante e complexo. Aqui a HBO alcançou nível de qualidade até então inatingível para programas de televisão.

Band of Brothers (2001)

Tecnicamente, Band of Brothers não é uma série, mas sim uma minissérie. Talvez nem deveria figurar nessa lista. Mas… está aqui porque é realmente uma das produções mais bem sucedidas e impactantes da história da TV. Além de brilhante, a série carregou até 2010 o título de produção mais cara da TV, tendo custado aproximadamente 125 milhões de dólares. Mas, olha, valeu cada centavo. A obra contou com Tom Hanks e Steven Spielberg como co-produtores e conta a história real da Companhia “Easy”, 2º Batalhão, 506.º Regimento de Infantaria Paraquedista dos Estados Unidos, que teve atuação notável na Alemanha e no Japão durante a Segunda Guerra Mundial. Esteticamente, a série é inacreditável de tão boa. O texto também é excelente e a cereja no bolo são os depoimentos dos reais personagens, relembrando cada situação. Uma obra realmente inigualável.

The Wire (2002 – 2008)

The Wire é uma série tão impactante e cheia de camadas, que chega a ser difícil descreve-la. Talvez seja a obra mais completa da HBO, por reunir um roteiro muito bem escrito e sem pontas soltas, ter uma carga dramática na medida certa e ser tão realista a ponto de ter cara de documentário. A série aborda o tráfico de drogas na cidade de Baltimore. O que torna The Wire tão incrível é que ela consegue abordar com profundidade todos os lados da situação, retratando o cotidiano dos policias, dos traficantes, dos políticos, dos usuários e da sociedade civil. Justamente por essa abordagem, a série não tem protagonista, apresentando várias histórias simultaneamente, o que acaba colocando a cidade de Baltimore como a real protagonista da série. Uma obra realmente brilhante e digna de ser maratonada. 

Game of Thrones (2011 – 2019)

Aqui é onde a coisa realmente chegou no ápice. Game of Thrones é facilmente a série mais bem produzida, mais cara, mais hypada e mais polêmica dos últimos anos. E a mais popular também, é claro. A obra escrita por George R. R. Martin é realmente estupenda. E longa, bem longa. Não dá pra ter certeza, mas é bem provável que os livros da franquia só venderam uma enormidade, após a série ser produzida. A trama cheia de violência, sexo e traições num mundo épico, de magia e reinos cobiçados pegou de jeito o gosto popular. GOT é a série mais bem sucedida da HBO, mesmo tendo um final decepcionante.

True Detective (2014 – 2019)

True Detective já chegou com os dois pés no peito. A primeira temporada tinha no elenco Matthew McConaughey, Woody Harrelson e Michelle Monaghan. Não tinha como dar errado! E não deu. A primeira temporada é impecável! Mas a séries se tornou errática. A segunda temporada, mais morna, saiu em 2015. E a terceira só veio em 2019. Ainda que cada temporada tenha um arco fechado, com personagens e histórias distintos, isso não justifica os altos e baixos. Mas, de maneira geral, o texto de True Detective agrada. Com um ar noir sedutor, uma vez entrando em contato com cada história, é difícil largar o osso. Não à toa é uma das séries mais aclamadas e mais populares da HBO, e uma das mais assistidas em streaming na HBO Max.

Succession (2018 – 2023)

Succession foi “descoberta” como uma grande série já na era dos streamings. Ou seja, ela foi veiculada no canal à cabo, sem grande repercussão, mas quando a HBO Max entrou em cena, em maio de 2020, não tardou para a série ser descoberta e cair nas graças do público. Não é para menos., trata-se de uma série cativante. Em primeiro lugar, o roteiro é irretocável. Apesar da realidade mostrada na série ser inatingível para a esmagadora maioria da população mundial, a trama é envolvente e permite que haja identificação do espectador com os personagens, porque, independente do poder aquisitivo, conflitos humanos, relações familiares e etc, são comuns a todo mundo. Mas vai além do texto. A fotografia é brilhante, cuidadosa e artística, e a edição imprime um ritmo irresistível. A série foi concluída neste ano, e o final é um dos melhores já vistos. Coisa rara, já que estamos tão acostumados a ver séries excelentes ganharem finais decepcionantes. Além disso tudo, Succession é uma verdadeira aula de capitalismo.

Chernobyl (2019)

Mais uma minissérie. E, tal qual Band of Brothers, Chernobyl merece figurar nessa lista por que é excelente! A começar pelo tema. O acidente nuclear de Chernobyl nunca foi explicado em detalhes para o mundo. O governo russo sempre jogou o assunto pra debaixo do tapete. Claro, a minissérie não é um documentário. Tem um pouco de ficção ali, personagens e situações que não existiram na realidade. Mas rolou uma pesquisa cuidadosa para contar como tudo aconteceu, incluindo a negligência de funcionários da usina nuclear, bem como de políticos. Chernobyl tem um alto nível de drama e suspense, que deixa o espectador grudado no sofá e faz querer assistir mais um episódio e mais um e mais um… É um roteiro muito bem escrito, uma ambientação de época irretocável e ótimas atuações. Uma minissérie para entrar pra história!

The Last Of Us (2023)

The Last of Us é um perfeito resumo da atualidade. Não a trama, claro, mas todo o seu entorno e sua concepção. The Last of Us foi lançado originalmente em 2013 como um jogo de vídeo game. De imediato, se tornou um sucesso, por ter um enredo muito bem escrito, desafiador e envolvente, onde um homem precisa proteger e escoltar uma criança num cenário pós apocalíptico repleto de zumbis. Em meio à matança de monstros e inimigos humanos perversos, o jogo apresenta conflitos pessoais de cada personagem, em especial Joel, o protetor, e Ellie, a criança, os protagonistas da parada. Quando a HBO resolveu levar o jogo para o streaming, fez tudo direitinho. Se fez valer do algoritmo de redes sociais, para saber o que chamaria mais a atenção do público, direcionou a escolha do elenco e da trilha sonora. E é lógico que funcionou perfeitamente. Junto a um roteiro trabalhado com muito esmero, e muito bem escrito, Pedro Pascal e Bella Ramsey estão perfeitos nos papéis principais. Por enquanto, a série só tem uma, e irretocável, temporada. Mas a segunda já está confirmada. Vamos aguardar.

Fala a verdade. Uma lista de respeito! Muita coisa ficou de fora, mas o mundo mágico (e com sangue pra car@#=%) da HBO é realmente muito vasto, e está aí para nos entreter, inspirar e divertir. E como barulho, diversão e arte é com a gente mesmo, a Strip Me não podia deixar de dedicar um post para essas séries maravilhosas e, claro, caprichar nas camisetas de filmes e séries, com estampas super descoladas e originais! Confere lá na nossa loja! Além das camisetas de cinema, tem as camisetas de música, arte, games, bebidas, cultura pop e muito mais. E no nosso site você ainda fica por dentro de todos os lançamentos, que pintam toda semana!

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist sensacional com o que há de melhor nas trilhas sonoras das séries citadas no texto. HBO Top 10 Tracks.

Tim Burton: Vida, obra e Top 5!

Tim Burton: Vida, obra e Top 5!

Não é qualquer cineasta que carrega consigo o mérito de criar uma nova linguagem cinematográfica. Por essa simples razão, Tim Burton já merece ser reconhecido como um dos maiores nomes da indústria cinematográfica, apesar de sua filmografia ser errática, repleta de altos e baixos. Recentemente, seu nome voltou a ser aclamado, graças ao brilhante trabalho feito com a Netflix, ao conceber a série Wandinha (também conhecida como Wednesday). Aqui na Strip Me, o Tim Burton sempre esteve presente, como na estampa Burton, já no nosso catálogo há algum tempo, e também especificamente nas collabs com os artistas Guilherme Hagler e Kaio Moreira, que têm em Tim Burton uma de suas principais referências. E, mais atualmente, claro, algumas estampas pintaram inspiradas na Wandinha. Como a Gothic, por exemplo. E agora, chegou a hora de darmos aquela geral na vida e obra este mestre do cinema aqui no blog também.

A história de Tim Burton é daquelas em que o protagonista é talentoso, mas tem tudo pra se dar mal e viver frustrado. Ele nasceu em agosto de 1958, na cidade de Burbank, pequena cidade californiana nos arredores de Los Angeles. Quando criança, era retraído, tímido, praticamente recluso dentro de seu próprio mundo. Ao invés de prestar atenção nas aulas, passava o tempo na escola desenhando figuras bizarras em seus cadernos. Por volta de 12 anos de idade, se apaixonou pelas histórias de Edgar Allan Poe, um escritor pouco recomendado para crianças, convenhamos. Com seus poucos amigos de escola, criou um grupo para criarem histórias e desenhos chamado O.S.S. (Oh Shit Studio). Foi quando ele começou a desenvolver roteiros e aprender, por conta própria, técnicas de animação em stop motion usando seus desenhos e uma câmera super 8.  Afinal, outra das fixações de Burton ainda criança eram os filmes de terror. Enquanto todos os seus amigos tinham medo daqueles filmes, ele tinha fascínio. Bela Lugosi, Vincent Price e Ed Wood se tornaram grandes heróis para Tim Burton, nomes que ele viria a celebrar com honras ao longo de sua própria carreira.

Mas a literatura de Allan Poe e o cinema de Ed Wood eram, antes de qualquer coisa, fonte de inspiração para o seu maior talento: o desenho. Ainda muito novo, Tim Burton já desenhava muito bem, e não demorou a desenvolver um traço único, cheio de personalidade. E, é claro, suas ilustrações, em sua grande maioria, retratavam cenas e personagens sombrios. Para se ter ideia, quando tinha de 16 para 17 anos de idade, ele desenhou uma figura esquisita, um homem de semblante assustado, magro e com longas lâminas no lugar dos dedos das mãos. Praticamente 15 anos depois, ao revisitar um caderno de antigos desenhos, Burton se deparou com essa figura e desenvolveu o que acabaria por se tornar sua obra-prima: o filme Edward Mãos de Tesoura.

Foi nessa época da adolescência, por volta de 1975, 76, que, após se oferecer para trabalhar nos estúdios de animação da Disney, acabou ganhando da empresa uma bolsa de estudos no renomado Instituto das Artes da California. Após 3 anos de estudo, ele foi contratado pela Disney. Ele era assistente de animação e trabalhava naqueles desenhos fofos de animais falantes, o que considerava entediante. Mas tinha liberdade para criar e apresentar para a empresa alguns curtas-metragens. Foi quando ele fez o curta em stop motion Vincent, sobre um garoto que sonha em ser Vincent Price, mas acaba se perdendo em seus pesadelos terríveis. Depois, misturando live action com stop motion, ele recriou a história do conto de fadas João e Maria com seu jeitinho todo especial, com muito sombra e uma boa quantidade de sangue. Por fim, criou a história de Frankenweenie e filmou o curta de mesmo nome, onde um garoto que acaba de ver seu cachorrinho morrer, se depara com a história de Frankenstein e dá um jeito de ressuscitar seu cachorro usando os mesmos métodos. O longa é de tamanho humor negro, sarcasmo e sadismo, que a Disney, não só se recusou a distribuir o curta como demitiu Tim Burton. Mas não se engane, o curta é ótimo!

Mas nessa época, Burton já circulava entre os estúdios de Hollywood fazendo amizades e procurando trabalho. De cara, pinta sua primeira oportunidade: foi escalado para dirigir As Grandes Aventuras de Pee-Wee, filme lançado em 1985. Pee-Wee é um personagem antigo e muito famoso nos Estados Unidos, desses que já teve várias séries de TV  e filmes no cinema, tendo sido interpretado por vários atores diferentes. Ainda que não fosse sua onda, Tim Burton mandou bem na direção e fez seu nome. Também foi nesse filme que Burton iniciou sua mais bem sucedida e longeva parceria, com o músico Danny Elfman, que faria praticamente todas as trilhas sonoras dos filmes de Burton dali em diante. Assim, em 1988, com credibilidade e liberdade para criar, Tim Burton finalmente mostrou a que veio. Lançou o clássico Beetlejuice – Os Fantasmas se Divertem. O filme trazia um roteiro cômico e sombrio ao mesmo tempo, enquanto apresentava uma direção de arte grandiosa, cheia de personalidade e nuances! Com Beetlejuice, Tim Burton criou uma nova estética no cinema, unindo comédia e terror.

Daí em diante, a trajetória de Tim Burton se mistura a sua produção cinematográfica. Como é muito filme, 21 pra sermos precisos, elencamos aqui um top 5 Melhores Filmes do Tim Burton para comentar.

Beetlejuice – Os Fantasmas se Divertem (1988)

O pontapé inicial da obra de Tim Burton. Além de dirigir, ele também assina o roteiro deste filme divertidíssimo, apesar de carregado em cenas sombrias e mórbidas. Já fica evidente o traço de Burton como artista mesmo na maquiagem dos personagens, em especial Beetlejuice, pálido, com olhos arregalados, cabelos desgrenhados… algo que se tornaria característico de Burton. No elenco, temos Winona Rider e Michael Keaton em uma de suas melhores atuações (é sério, ele manda muito bem no papel).

Edward Mãos de Tesoura (1990)

Indiscutivelmente, é o clássico absoluto de Burton. Foi seu quarto longa metragem, e até hoje, ele não fez nada que chegue perto da perfeição de Edward Mãos de Tesoura. Não é exagero falar em perfeição. Tudo nesse filme funciona bem. O roteiro, que Burton também assina, tem tons autobiográficos, já que Tim Burton se sentia deslocado e sem amigos quando adolescente. A estética do filme é encantadora e, ao mesmo tempo desoladora, tem um quê de magia, mas também uma melancolia dos subúrbios de classe média branca dos Estados Unidos. A atuação de Johnny Depp é digna de Oscar (que ele não ganhou, sequer foi indicado) e a química entre ele e Winona Rider é invejável! É desses filmes que, se você passa por ele zapeando os canais na TV, pára e assiste até o fim.

Batman, O Retorno (1992)

Tim Burton fez um trabalho brilhante em Batman, filme de 1989. Mas foi duramente criticado por fãs dos quadrinhos, que diziam que o diretor não respeitou a estética dos gibis. Ainda bem! Ele tirou o azul e cinza e colocou o Batman num imponente traje todo preto, retratou uma Gotham City chuvosa, escura e opressora, além de conceber a segunda melhor versão do Coringa nas telas de cinema. Bom, mas temos que admitir… o roteiro era fraco. Mas quando pegou para fazer a sequência do morcegão, foi com tudo nas suas referências mais densas e fez de Batman, o Retorno, um filme impecável! O roteiro é ótimo, os personagens são muito bem construídos, Danny DeVito como Pinguim é um espetáculo gore, com uma aparência assustadora, enquanto Michelle Pfeiffer está deslumbrante como Mulher Gato, numa fantasia fetichista. Um filme que extrapola o mundo dos quadrinhos e agrada todo tipo de público.

O Estranho Mundo de Jack (1993)

Apesar de não aparecer como diretor, pode-se dizer que se trata de um filme 100% Tim Burton. Já que ele escreveu o roteiro, desenhou os personagens e assina a produção do longa. Por se tratar de um filme de animação todo em stop motion, é possível que Burton tenha preferido colocar um diretor mais experiente no ramo, ao invés de ele próprio dirigir. Mas certamente, ele esteve junto com o diretor Henry Selick durante toda a produção do longa. Aqui temos o mais puro suco de Tim Burton. Os desenhos sombrios, os personagens longilíneos e de olhos arregalados, contrastes entre cores fortes e sombras, humor e morbidez. Tudo amarrado numa história bem contada e emocionante.

A Noiva Cadáver (2005)

A partir de 1994, quando é lançado Ed Wood, Tim Burton acaba tendo um declínio de qualidade em seus trabalhos. Johnny Depp começa a se tornar um pastiche de si próprio, em atuações tediosas e similares. E o próprio Tim Burton acaba se perdendo em sua própria fórmula. Depois do fracasso previsível de sua releitura de a Fantástica Fábrica de Chocolate, ele acaba voltando a suas origens e reaparece em 2005 com uma obra autoral a altura de seus melhores trabalhos. A Noiva Cadáver é uma animação encantadora, com ótimas canções e atuações singelas das vozes de Johnny Depp e Helena Bonham Carter. A estética sombria está de volta, com toda sua morbidez e escuridão, mas sempre com um toque de ternura e humor. A história é um pouco manjada, é verdade, mas é contada com leveza e graça, os personagens são carismáticos e a estética é tão atraente, que, no contexto geral, o filme acaba sendo realmente muito bom!

Menção honrosa: Wandinha (2022)

Não é um filme, é verdade. Mas é uma série deliciosa! Chega a ser inacreditável hoje em dia pensar que, em 1991, ninguém pensou em Tim Burton para adaptar para o cinema a antiga série de TV A Família Addams. Claro, por fim o diretor Barry Sonnenfeld fez um ótimo trabalho. Mas muita gente ao longo dos anos chegou a pensar como seria essa franquia na mão de Burton. E a resposta veio ano passado. Em 2022 a Netflix produziu a série Wandinha, com direção e co-produção de Tim Burton. A série, plasticamente, chega a ter mais elementos de terror do que estamos habituados e ver nas obras de Burton, que acabou trazendo um ar de mistério irresistível. Na onda retrô de Stranger Things e Dark, Wandinha caiu no gosto popular de imediato. E não á toa. O roteiro é muito bem escrito e cheio de mistério, a estética é instigante e assustadora e os personagens, em especial a protagonista Wandinha, são muito carismáticos. Que venha a segunda temporada!

Para concluir, sabemos que Tim Burton deu alguns escorregões, principalmente quando se meteu a refilmar obras clássicas como Planeta dos Macacos, A Fantástica Fábrica de Chocolate e Alice no País das Maravilhas. Mas seu legado e influência no cinema contemporâneo é inegável e tem um valor inestimável. Portanto, é um artista que não poderia ficar de fora do hall de influências e homenagens da Strip Me. Confira algumas dessas estampas na nossa seção de cinema e séries, bem como vale dar uma olhada nas camisetas dos nossos collabs Guilherme Hagler e Kaio Moreira. Além disso, na nossa loja você encontra camisetas de música, arte, cultura pop e muito mais. Fica ligado lá pra conferir os lançamentos que pintam toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Convenhamos, as trilhas sonoras do Danny Elfman são lindíssimas, mas ninguém tem muito saco pra ficar música instrumental, orquestrações de filmes e tal. Então, nessa onda sombria do Tim Burton, vamos fazer uma playlist com o que há de melhor na cena dark/gótica que brilhou nos anos 80. 80’s Dark Pop Top 10 tracks.

Nota do editor: Eu, Paulo Argollo, ao escrever este texto, bem como todos os outros que escrevo aqui, procuro manter certa distância de minhas opiniões pessoais sobre o tema abordado. Entretanto, desta vez, não resisto. Apesar de todas as listas de melhores filmes do Tim Burton serem quase unânimes ao citar os 5 filmes aqui expostos, eu preciso dizer para você que o melhor filme do Tim Burton é Edward Mãos de Tesoura, ok. Mas o segundo melhor… ah, o segundo melhor é Marte Ataca! Filme lançado em 1996, é uma comédia dilacerante! Um nonsense delicioso, amarrado por um roteiro simples, mas muito bem escrito e um elenco abarrotado de estrelas, a maioria fazendo pontas, mas tudo muito divertido. Fazem parte do cast Jack Nicholson, Glenn Close, Pierce Brosnam, Natalie Portman, Sarah Jessica Parker, Michael J. Fox, Jack Black, Danny DeVito, Christina Applegate e o cantor Tom Jones. É filme pra ver e rever várias vezes! Recomendo muito e sei que esá disponível no catálogo da HBO Max.

Com Sequências de 2022: Séries e filmes mais aguardados do ano!

Com Sequências de 2022: Séries e filmes mais aguardados do ano!

Existe uma grande diferença entre saudosismo e nostalgia. O saudosismo é uma saudade tão grande de um momento vivenciado, que a pessoa sente necessidade de reviver aquele momento. Sabe quando aquele seu tio de cinquenta e tantos anos fica bêbado no churrasco e resolve tentar andar no seu skate “em nome dos velhos tempos”? Então, isso é saudosismo. Já a nostalgia é um sentimento mais sereno e doce, é a lembrança do momento vivido, que quando rememorado, traz alegria, mas não a vontade de voltar no tempo para revivê-lo.  Porém, existe um mundo onde saudosismo e nostalgia se misturam, onde podemos reviver emoções, rever pessoas às quais nos apegamos e, claro, às vezes nos decepcionarmos também. É claro que estamos falando do mágico e maravilhoso mundo do entretenimento, com suas sequências e spin-offs!

2022 é, sem dúvida, um ano de retomada. A pandemia não acabou, é verdade, mas está controlada. O mundo vem, cada vez mais, voltando á sua normalidade. Produções de séries que tinham sido adiadas em 2020 e 2021 por conta do distanciamento social, voltaram com força total. O mesmo acontece na produção de filmes, já que as pessoas estão voltando a frequentar as salas de cinema. E essa turma toda sabe o quanto nós somos apegados às nossas séries e filmes favoritos. Portanto, o que melhor para instigar ainda mais o público do que proporcionar o reencontro com antigos e queridos personagens, fazer referência a histórias que já conhecemos e amamos e, dentro de todo esse contexto, nos apresentar novas aventuras. Por isso, este ano já chegou recheado de novidades sobre alguns de nossos velhos conhecidos. Selecionamos aqui 5 séries e 5 filmes que são sequências ou spin-offs lançados em 2022 pra você conferir. Então já separa aí sua camiseta de série ou de cinema favorita e vamos à lista!

House of the Dragon

Esta série, que acabou de estrear na HBO, é um presente a todos os fãs que, desde 2019, estão órfãos de uma das séries mais emblemáticas e populares da última década no mundo todo: Game of Thrones. House of the Dragon é ambientada em Westeros e os acontecimentos narrados se passam 172 anos antes do início da saga de Ned Stark, em Game of Thrones. A série já havia sido anunciada em 2019, com o envolvimento do autor, George R. R. Martin, tudo certinho. Mas a pandemia acabou atrasando a produção. Agora, House of the Dragon já está disponível. Não importa se você está no hemisfério norte ou sul do planeta, se prepare. Porque neste ano, em agosto… “Winter is coming!”

Better Call Saul

Para muita gente, Breaking Bad é a melhor série de todos os tempos. Parece exagero, mas a afirmação tem fundamento. Claro, já houveram séries mais impactantes, mais cultuadas e que viraram clássicos eternos. Mas pouquíssimas conseguiram o feito de Breaking Bad: Manter a história nos trilhos, uma tensão crescente, personagens carismáticos e uma trama com começo, meio e fim, impecável. Não teve aquele negócio de colocar uma temporada a mais pra faturar. Em compensação, um ano depois do fim da série, já foi laçada uma nova série, um spin-off de BB, protagonizada por um dos personagens mais divertidos de Breaking Bad, o advogado Saul Goodman. Better Call Saul é uma serie divertidíssima, recheada de referências a BB e com uma trama igualmente instigante. A série chega ao seu final neste ano. A última temporada já está disponível na Netflix, para os fãs se despedirem com todas as honras deste personagem tão maravilhoso.

Stranger Things

Se é nostalgia e saudosismo que você quer, então Stranger Things é a pedida ideal. A série que estreou em 2016 com um sucesso estrondoso na Netflix mistura Steven Spielberg e Stephen King num caldeirão de referências à cultura pop os anos 80. A quarta temporada da série, lançada recentemente na Netflix, já fez um baita estrago! Além de ser sucesso de público e crítica, graças a Stranger Things, Metallica e Kate Bush bombaram no Spotify, e tem muita gente por aí que não só comprou a camiseta do Hell Fire Club, como andou tirando a poeira dos livros e tabuleiros de RPG. A quarta temporada, lançada neste ano, era super aguardada e supriu todas as expectativas. Agora é esperar pela quinta temporada, que já está prometida. Será que finalmente veremos Mike, Dustin, Will, Lucas, Max e Eleven adolescentes nos anos 90 ouvindo pela primeira vez o Nevermind, tornando assim profética a camiseta da Strip Me Smells Like Teen Spirit? To be continued…

O Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder

Por si só, os livros de Tolkien já são clássicos absolutos e ícones incontestes da cultura pop. Quando o diretor Peter Jackson, antes de se meter com aquela turma de Liverpool, concebeu a trilogia O Senhor dos Anéis no cinema, a saga de Frodo tomou proporções inimagináveis! E quando a gente achava que tudo já tinha sido feito, a Amazon anuncia a produção de uma série exclusiva baseada na obra de Tolkien. Com estreia anunciada para 2 de setembro de 2022, a série O Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder é um prequel. A série se baseia na Segunda Era das histórias de Tolkien, que se passam na Terra Média milhares de anos antes das histórias contadas nos filmes O Hobbit e O Senhor dos Anéis. Além de ser muito aguardada, a série já esta se tornando célebre por ser uma das produções mas caras da história. Ainda bem que tem muita gente mesmo disposta a pagar pra ver!

1899

Esta série está um pouquinho deslocada do tema geral desta post, mas se encaixa por ser tão aguardada e ter ligação com uma das séries mais hypadas dos últimos anos: a série alemã Dark. 1899 é escrita e produzida pela dupla Baran Bo Odar e Jantje Firese, criadores de Dark. Nesta nova série, tudo se passa num navio que zarpou da Europa ruma aos Estados Unidos, cheio de imigrantes de diversas nacionalidades, que vão buscar uma nova vida na América. Malandramente, a Netflix ainda está fazendo suspense quanto a data de lançamento da série, mas estima-se que vai acontecer entre outubro e novembro. O trailer que já está rolando é realmente instigante, e se tiver a mesma pegada de mistério e suspense de Dark, tem tudo pra ser uma série maravilhosa. Como não há muito mais informações, só nos resta aguardar. Estamos todos no mesmo barco.

Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore

Entrando no território do cinema, começamos com o terceiro filme da franquia “Animais Fantásticos”, um spin-off do universo de bruxarias de Harry Potter & Cia, criação da escritora J. K. Rowling. O filme estreou em abril e fez estardalhaço entre os fãs da Franquia Harry Potter/Animais Fantásticos. A história que começou a ser contada no filme Animais Fantásticos e Onde Habitam, de 2016 acontece algumas décadas antes de Harry Potter ser iniciado no mundo da bruxaria, mas já conta com alguns personagens familiares à turma que conhece Hogwarts. É diversão garantida.

Jurassic World: Dominion

Em 1993 Steven Spielberg revolucionou o cinema com o grandioso Jurassic Park. Com tecnologia de última geração na época e um roteiro cativante, o filme arrebatou uma verdadeira fortuna de bilheteria e instaurou uma dinomania mundo afora. O filme rendeu ainda mais dois filmes, de 1997 e 2001, não tão bem sucedidos e inovadores, mas acabam sendo bem divertidos. Já se distanciando da trama dos 3 Jurassic Parks iniciais, surge em 2015 Jurassic World, com uma outra pegada e novos personagens. O filme é bem legal e traz o carismático Chris Pratt como protagonista. Em 2018 sai Jurassic World: Reino Ameaçado. E finalmente agora, em junho de 2022, foi lançado Jurassic World: Dominion. Este filme foi tão aguardado porque prometia unir as histórias, trazer referências do primeiro Jurassic Park, incluindo a participação dos atores Sam Neill como Dr. Alan Grant, Laura Dern como a Dra. Ellie Sattler e Jeff Goldblum como o Dr. Ian Malcolm. Não é um filme memorável como o primeiro da franquia, mas pelas referências, os efeitos especiais e as cenas de ação, é um filme muito empolgante.

Pânico

Wes Craven e Kevin Williamson reinventaram o gênero terror em 1996, com o clássico Pânico, título original: Scream. Com pitadas de humor e uma toneladas e referências a filmes clássicos do gênero, Pânico se tornou sucesso absoluto e ganhou 3 sequências: Pânico 2, em 1997, Pânico 3, em 2000 e Pânico 4, em 2011. Quando foi anunciado mais um filme para a franquia, ano passado, o público se dividiu entre fãs empolgados com altas expectativas e fãs críticos ressabiados pelo fato de um filme não ter no roteiro e direção a dupla de criadores, Craven e Williamson. Sem ter o número 5 no título, o novo filme aparece somente como Pânico, e acaba funcionando como um reboot da franquia. Por fim das contas, o filme estreou em janeiro deste ano e fez muito sucesso! Repleto de auto referências e easter eggs, Pânico, aparentemente, eixou todo mundo de queixo caído.

Avatar 2

Avatar encantou o mundo e, não à toa, ganhou 3 Oscars, nas categorias Direção de Arte, Fotografia e  Efeitos Visuais. Lançado em 2009, o filme de James Cameron segue até hoje sendo a maior bilheteria da história do cinema, com mais de 2,8 bilhões de dólares! Então, você calcula aí como deve estar a expectativa, não só do público que quer ver um novo Avatar, mas dos produtores que investiram uma grana nesse projeto. Pois bem, tudo indica que Avatar 2 será uma sequência direta do primeiro filme, que conta com o mesmo elenco, James Cameron na direção… tudo certinho. A continuação da história de Pandora agora vai pegar o caminho dos oceanos e promete mais uma explosão de efeitos visuais. O filme está prevista para estrear no dia 15 de dezembro deste ano. Fábio Porchat pintado de azul ainda não confirmou presença.

Top Gun: Maverick

Se é nostalgia que você quer, ela vem á jato! Bom, mais ou menos, né… afinal, essa sequência demorou 34 anos pra chegar. Mas chegou com os dois pés no peito! Lançado em maio deste nos cinemas, Top Gun: Maverick é empolgante e divertido. Apresenta uma trama simples, mas bem desenvolvida em torno de Maverick, personagem de Tom Cruise, e joga na tela o que o povo gosta de ver no cinema: cenas de ação e muitas explosões! Além disso, o longa tem um sabor muito especial para quem viveu na época e assistiu o clássico Top Gun nos anos 80. É uma sequência que vem repleta de referências e funciona como homenagem ao já falecido diretor do primeiro filme, Tony Scott, e ao ator Val Kilmer, cujo personagem Iceman é fundamental no primeiro filme. Kilmer teve que ter sua voz recriada para este novo filme, já que ele vem lutando contra um câncer na garganta. Enfim, um filme divertidíssimo, daqueles que você termina de ver com a energia aqui ó, lá em cima!

E se o mundo do entretenimento, séries de TV  e filmes, se reinventam e ressurgem sempre trazendo novidades, assim também é a Strip Me, que pega todas essas referências, tantas séries, filmes, discos e recodifica, te entregando camisetas de séries surpreendentes, camisetas de filmes super descoladas, camisetas de música inspiradoras, camisetas de obras de arte provocantes, além de muitos outros temas incríveis envolvendo cultura pop e comportamento. Sem falar que, assim como o mundo do entretenimento, a Strip Me está constantemente lançando novidades, numa produção incansável! Então entra na nossa loja pra conferir e conhecer todos esses lançamentos!

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist esperta com referências a todas as séries e filmes citados neste post! Com Sequências de 2022 – Top 10 tracks.

Para ler: Pouca gente sabe, mas o clássico filme Jurassic Park, de 1993, foi feito baseado num livro. Pois é.  Jurassic Park, o livro, foi escrito em 1990 por Michael Crichton e traz uma narrativa um pouco mais densa e sombria do que a retratada no filme. É um livro excelente, que vale muito a pena ser lido. Ele saiu aqui no Brasil pela editora Aleph em 2015 com um tratamento gráfico bem caprichado.

Stranger Things & Amazing Tracks

Stranger Things & Amazing Tracks

 

O ano de 2016 foi uma loucura! Sem mais nem menos fomos arrastados para um mundo invertido, onde não existe internet, nem telefone celular, onde as crianças se divertem em grupos nas ruas andando de bicicleta e onde polainas, mullets e blazers com ombreiras são vistos com muita naturalidade. Em resumo, este mundo invertido se chama 1983. E quem nos arrastou para este mundo não foi nenhum monstro sobrenatural, mas sim a toda-poderosa Netflix, ao colocar no ar a série Stranger Things

A série produzida pela Netflix foi sucesso absoluto logo de cara. Também, pudera. Tudo ali foi pensado para agradar os mais jovens e os não tão jovens. Pra começar, é claro, um roteiro brilhante. O texto é envolvente, os personagens são carismáticos e o elenco escolhido para dar vida aos personagens foi certeiro. Ao invés de apostar em nomes famosos, o elenco é todo muito jovem e pouco conhecido, e entregam uma atuação excelente. Mas o pulo do gato mesmo foi unir uma trama instigante com a ambientação da história no início dos anos 80, o que permitiu que a série viesse abarrotada de referências à cultura pop, que pegou em cheio a maior parte do público que consome material da Netflix: adultos de trinta e poucos, quarenta anos de idade, e que viveram aquela época. Nessa pegada, a série tem toda uma estética que remete aos filmes do Steven Spielberg como E.T. – O Extraterrestre e Contatos Imediatos de Terceiro Grau e um texto com a linguagem jovem da J. K. Rowling e o suspense de Stephen King. 

Desde a primeira temporada de Stranger Things, um fenômeno interessante aconteceu. Algumas músicas incluídas na trilha sonora da série bombaram de maneira extraordinária nas plataformas de áudio. Claro, são músicas consideradas clássicas, que fizeram muito sucesso em sua época. Mas que ao serem apresentadas às novas gerações, caíram no gosto da turma mais nova. Ao longo de todas essas temporadas isso aconteceu. Mas nesta quarta temporada, lançada neste ano, a surpresa acabou sendo maior por conta de duas músicas. Uma que estava realmente esquecida e outra que pertence a um gênero que nunca teve muita penetração no mundo pop. Pra relembrar a série, desde a primeira temporada até hoje, e já criar aquela expectativa para o que virá na quinta temporada, que já está confirmada, nós selecionamos 10 dessas músicas para falar um pouquinho sobre elas e montar aquela playlist matadora. 

Peraí! Fazer um Top Ten tracks de Stranger Things é sacanagem, né… o mais certo é faz um Top Eleven tracks. Agora sim. Segue o baile.  

Should I Stay or Should I Go – The Clash 

É a música mais famosa do Clash, um verdadeiro hino do punk rock e, com certeza, não é uma música que estava esquecida. Mas claro que já faz tempo que nem a música e nem a banda ganhavam tantos holofotes. Mas ao ser incluída e ganhar relevância na trama, a música foi pras cabeças nos players mundo afora. A música está no disco Combate Rock, de 1982, e, na série, é um dos elos entre os irmãos Jonathan e Will Byers. 

Africa – Toto 

Africa é a música mais famosa da banda Toto. Na época em que foi lançada, fez um sucesso estrondoso! Tocava em tudo quanto é lugar. Mas como boa parte do pop açucarado do início dos anos 80, a música perdeu força com o passar dos anos. Ficou praticamente esquecida, sendo tocada apenas naquelas festas temáticas dos anos 80, que ficaram populares na primeira metade da década de 2000. A canção faz parte do disco Toto IV, lançado em 1982, e embalou uma cena romântica entre Nancy e Steve. Por conta dessa cena, a música teve um repentino aumento vertiginoso de acessos no Youtube e nas plataformas de streaming. 

Hazy Shade of Winter – The Bangles 

Além de ser uma baita música boa, esta canção entrou nesta lista simplesmente para mostrar o impacto que a série causou. Hazy Shade of Winter foi escrita pela famosa dupla Simon & Garfunkel em 1966, uma canção tipicamente folk, com violão marcante e dobras de vocal. Em 1987 a banda The Bangles, famosa na época pelo hit Walk Like an Egyptian, e posteriormente pela bela balada Eternal Flame, fez uma versão da música de Simon & Garfunkel para ser incluída na trilha sonora do filme Abaixo de Zero, longa nada memorável estrelado por Andrew McCarthy, Robert Downey Jr. e James Spader. A versão empolgante, cheia de guitarras e sintetizadores da banda fez enorme sucesso na época. Mas ficou por isso mesmo. Provavelmente ninguém lembrava dessa música em 2016. Até que ela foi incluída nos créditos do segundo episódio da primeira temporada de Stranger Things. Ela não fez parte de nenhuma cena importante, só tocou nos créditos, no fim do episódio. E mesmo assim, bombou internet afora! 

Rock You Like a Hurricane – Scorpions 

A segunda temporada de Stranger Things veio encharcada de hard rock. Primeiro porque a história se passa em 1984, época em que o gênero estava no auge, com bandas como Mötley Crue, Van Halen e etc. Segundo porque tinha tudo a ver com o personagem Billy, irmão da Max. Rock You Like a Hurricane tocou na primeira cena em que os dois irmãos aparecem na série, logo no início da segunda temporada. O mesmo impacto que Billy causou nas garotas da cidade de Hawkins, a música causou nos fãs da série em 2017, 33 anos depois de ela ser lançada, no disco Love at First Sting, da banda alemã Scorpions, em 1984. 

Time After Time – Cindy Lauper 

Mas nem só de rocks afetados viveu a segunda temporada da série. Justamente no final da temporada, embalando aquele famoso baile de formatura de colégio, que tem em tudo quanto é filme teen dos anos 80, lá estava a clássica música Time After Time, da Cindy Lauper, para servir de trilha sonora para emocionante cena da dança entre Dustin e Nancy. Lógico que a cena foi sucesso absoluto e elevou a música a hit novamente. A música faz parte do disco de estreia de Cindy Lauper, She’s So Unusual, lançado em 1983. Um disco absolutamente clássico, diga-se, que traz ainda o hit maior da cantora, Girls Just Want To Have Fun. 

Every Breath You Take – The Police 

Na sequência de Time After Time, no mesmo baile, ainda toca este clássico monumental do Police para servir de trilha sonora para o inesquecível primeiro beijo, no caso, entre os casais Max e Lucas e Eleven e Mike. A música também tocou como nunca internet afora em 2017, assim como em 1983, quando foi lançada no disco Synchronicity. Every Breath You Take toca na última cena da segunda temporada, encerrando com classe e deixando um baita suspense no ar.  

Material Girl – Madonna 

É verdade que toda a série é suco de anos 80 pra ninguém botar defeito. Mas na terceira temporada a coisa meio que sai do controle. O ano agora é 1985, o hard rock dá lugar ao pop e até mesmo uma ameaça russa é incorporada na trama. Material Girl obviamente é uma das mais icônicas músicas de toda a carreira da Madonna, e uma música que exprime muito bem a aura ególatra e capitalista dos Estados Unidos nos anos 80. A música toca numa cena divertidíssima em que Max e Eleven vão fazer compras. A cena é o puro creme dos anos 80. A canção, que foi sucesso absoluto, está no emblemático segundo disco da Madonna, Like a Virgin, de 1984. Em 2019, depois de rolar na série, a música virou hit no Tik Tok. 

American Pie – Don McLean 

Esta música pode ser considerada um daqueles standards da música norte americana. Foi a primeira música a chegar ao número 1 da Billboard tendo mais de 8 minutos de duração. Lançada em 1971 no disco também chamado American Pie, a canção, supostamente, fala sobre o fatídico dia 3 de fevereiro de 1959, o dia em que a música morreu. Não dá pra dizer que em 2019, quando a terceira temporada foi lançada, American Pie era uma música esquecida, até porque vira e mexe ela aparece em trilhas sonoras de filmes e séries por aí. Mas também foi constatado um aumento nas buscas e plays da música depois que ela tocou ao fundo da cena em que Billy e Heather sequestram os pais dela. 

The Never Ending Story – Limahl 

A canção foi escrita por encomenda para o filme de mesmo título, lançado em 1984. O compositor da canção é ninguém menos que Giorgio Moroder. Limahl, o intérprete, é britânico, foi vocalista de uma pequena banda de new wave e teve uma carreira solo de relativo sucesso na Europa. Esta sim é uma música que estava esquecida. Os criadores da série foram muito felizes ao resgatar essa pérola e colocar para Dustin e Suzie fazerem um emocionante dueto via rádio amador. A cena em si é linda e viralizou! A música disparou e teve regravações e diferentes interpretações, inclusive nesses reality shows de cantores amadores. Foi um tiro mega certeiro! 

Running Up That Hill – Kate Bush 

Assim como Should I Stay or Should I Go foi o fio condutor de Will na primeira temporada, Running Up That Hill faz essa função para Max. A música é apresentada como a favorita da personagem logo de cara e depois volta a ser fundamental para que ela saia de uma espécie de transe. A questão é que Kate Bush andava meio reclusa, longe dos holofotes. Apesar de sempre ter sido uma prolífica compositora, de muito talento, fez sucesso ente os anos 80 e 90, mas nunca foi um grande nome pop. Running Up That Hill, além de ser uma música linda, entrou como uma luva nas cenas da personagem e com a estética retrô. O estouro da música depois de aparecer na série foi inacreditável. Chegou ao número 1 de execuções no Reino Unido, os perfis da cantora nas diferentes redes sociais aumentaram vertiginosamente, entrou em trending topics e o escambau. 

Master of Puppets – Metallica 

Não dá pra dizer que Master of Puppets é uma música famosíssima. Mas, sem dúvida, dentro do nicho do metal, ela é um clássico absoluto. Para boa parte dos fãs, Master Of Puppets, o disco, é melhor da banda e o último que conta com Cliff Burton no baixo. Mas nem o mais otimista dos metaleiros acreditaria que 36 anos depois de lançada, a música cairia no gosto popular e seria ouvida por jovens acostumados a ouvir Drake e Justin Bieber! Mas foi o que aconteceu. Depois de a música ser tocada na épica cena em que o personagem Eddie a interpreta em sua guitarra, a música passou a ser incessantemente buscada nas redes e pela internet afora. Uma das mais agressivas músicas do Metallica, cuja letra fala sobre o abuso de drogas, viralizou em pleno 2022. Parabéns a todos os envolvidos. 

Uma série bem escrita, super bem produzida, com uma enxurrada de referências à cultura pop e uma trilha sonora arrebatadora merece menção honrosa e estampas exclusivas aqui na Strip Me. E assim como a própria série, a Strip Me apresenta camisetas com estampas de música, arte, cinema, cultura pop e muito mais, tudo com muita personalidade, criatividade e bom gosto. Se liga na nossa loja e fica de olho nos lançamentos que sempre pintam por lá. 

Vai fundo! 

Para ouvir: A playlist prontinha com as músicas citadas neste post! Stranger Things Eleven Top Tracks

Para assistir: Steven Spielberg produziu e J. J. Abrams escreveu e dirigiu este filme que tem tudo a ver com a estética e linguagem de Stranger Things, provavelmente até deve ter servido de inspiração. Super 8 é um filme bem divertido e empolgante, lançado em 2011, de um grupo de amigos que presenciam um acidente de trem e passam a investigar acontecimentos misteriosos. Amizade, mistério e pitadas de bom humor. Está tudo lá. Vale a pena assistir. 

Para ler: Uma obra que certamente inspirou os criadores de Stranger Things é o livro (que virou filme, claro) Carrie, A Estranha. O primeiro livro de sucesso do gênio do suspense e terror Stephen King, lançado em 1974, conta a história de uma garota tímida, com problemas na escola, sem muitos amigos e que tem poderes tele cinéticos. É uma obra prima! Você acha facilmente a edição muito bem feita graficamente da editora Companhia das Letras. 

Seinfeld: O nada que deu certo.

Seinfeld: O nada que deu certo.

14 de maio de 1998, 9 horas da noite. As ruas e New York estão estranhamente menos habitadas do que o normal. Mesmo nas vias mais movimentadas como a Brodway e a 5th Avenue se via muito menos gente do que de costume. Em contra partida, alguns bares e pubs e estavam lotados, havia uma certa tensão no ar, e todos estavam de olho no relógio, esperando dar nove e meia da noite, e atentos à televisão que já estava ligada. Não se tratava da final do Super Bowl, o mais importante acontecimento esportivo dos Estados Unidos. Entretanto, o valor dos trinta segundos do comercial de TV a ser exibido no intervalo do programa que seria transmitido naquela noite passava um milhão de dólares, valor comercializado somente nos intervalos justamente do Super Bowl. Mas não se tratava de nenhum evento esportivo. O que todos esperavam naquela noite era ouvir aqueles slaps de baixo pela última vez e se despedir de Cosmo Kramer, Elaine Benes, George Costanza e Jerry Seinfeld. Às nove e meia da noite de 14 de maio de 1998 a rede de TV NBC transmitiu o último episódio a série Seinfeld, que estreara 9 anos antes, em julho de 1989. 

NY Empty Road – Photo by Julien R (Wikimedia)

O Stand Up Comedy é uma das mais sólidas e originais instituições norte americanas. É um gênero de humor que começou lá mesmo, nos Estados Unidos, e ninguém no mundo consegue fazê-lo melhor do que a elite de humoristas estadunidenses. Alguns estudiosos insistem em forçar uma barra dizendo que o Stand Up se originou na Idade Média, com os bobos da corte, por se tratar de um único homem fazendo graça para entreter pessoas. Pode até ser, mas ele se fazia valer de muitas outras técnicas, como a mímica, dança, imitações e cambalhotas, além de simplesmente contar piadas. Dá pra dizer com mais clareza que o Stand Up começou no fim do século XIX nos Estados Unidos, nas feiras de vaudeville, espécie de circo com diversas atrações artísticas. Entre os vários artistas, tinha o mestre de cerimônia, que precisava ser carismático e bom de improviso para entreter as pessoas entre um número e outro no palco. Alguns desses mestres de cerimônia passaram a ficar famosos por suas tiradas bem humoradas. Bob Hope foi um desses mestres de cerimônia. Foi o primeiro deles a ganhar espaço numa rádio, para apresentar seus textos de humor, em 1938. Inspirados por programas de rádio como o de Bob Hope, alguns artistas da comunidade judaica, que sempre soube rir de si mesma, do estado de New York começou a produzir textos e se apresentar fazendo monólogos em bares. Na década de 1950 surge Lenny Bruce para formatar de vez o Stand Up Comedy como o conhecemos hoje. Desde então é um gênero humorístico que faz parte do cotidiano e da cultura popular dos Estados Unidos. E foi nesse contexto que um tal Jerry Seinfeld começou a se destacar no início dos anos 1980. 

Jerry Seinfeld – 1990 – Photo by Castle Rock/West-Shapiro Corp.

Jerry Seinfeld é natural da cidade de New York e desde muito jovem se interessava por comédia. Não demorou até começar a escrever seus próprios textos e se apresentar nos comedy clubs da cidade. Em 1981 se apresentou no legendário programa de Johnny Carson, que raramente se manifestava positivamente quanto a novatos. Seinfeld foi um desses raros novatos que ganhou o sinal positivo de Carson, o que lhe rendeu notoriedade e muitos convites para aparecer na TV em outros programas do gênero, como o famoso Late Show com David Letterman. No mesmo ano ele chegou a fazer parte do elenco de uma sitcom chamada Benson. Mas ficou claro que Seinfeld não era um bom ator, e ele foi dispensado do papel em pouco tempo. Depois dessa experiência ruim, Jerry prometeu a si mesmo que não entraria mais nessa de fazer sitcoms. Promessa que seria quebrada em 1989 graças a uma oportunidade única dada pela NBC e um comediante neurastênico chamado Larry David.  

Larry David também é novaiorquino e conhecia Jerry Seinfeld do circuito de stand up da cidade. Larry também é comediante e nos 80 fez alguns bicos na TV. Chegou a trabalhar no inovador Saturday Night Live, mas não foi bem sucedido. Teve apenas uma esquete escrita por ele veiculada, e ainda assim, passou no fim do programa, depois da meia noite, e quase ninguém viu. Isso irritou muito David, que discutiu com a produção do programa e acabou sendo demitido. Porém, dias depois, ele voltou ao set do programa, como se nada tivesse acontecido. Ao ser questionado se não tinha sido demitido, ele disse que não, que tinha sido só um mal entendido. Claro que ele não continuou por lá. Mas essa história lhe renderia um dos episódios mais clássicos da série que ele viria a escrever com Jerry Seinfeld anos depois. Em 1989 a NBC viu potencial nos textos e no carisma de Seinfeld e lhe ofereceu a chance de criar uma série sua, como quisesse. Jerry gostava muito dos textos de Larry David e o convidou a escrever um piloto. Jerry sabia que não era bom ator, então decidiu que interpretaria ele mesmo. A ideia inicial era o programa ser uma espécie de mockumentário, uma câmera seguiria Jerry no seu dia a dia para ver como ele observava o cotidiano e criava suas piadas para seu show de stand up. No fim, o formato foi abandonado e decidiram retratar o dia a dia de Jerry convivendo com os seus amigos. 

Larry David & Jerry Seinfeld – Photo by hbo.com

Com o aval dos autores, passou a ser corriqueiro dizer que Seinfeld é uma série sobre nada. Mas isso não é verdade. Na real é justamente o contrário. É uma série sobre tudo! Mas antes de seguir em frente, precisamos dizer que Seinfeld foi uma série muito inovadora. Até 1989 todas as sitcoms seguiam um certo padrão. Giravam em torno de um núcleo familiar, tinham situações muito exageradas para render boas piadas e passavam longe de qualquer tema que pudesse gerar conflitos, como política, sexualidade, religião e etc. Faziam sucesso na época séries como Alf e Married… With Children (que acabou se tornando um clássico da TV, uma série realmente engraçada, protagonizada pelo inestimável personagem Al Bundy). Seinfeld veio com uma proposta totalmente diferente. Pra começar, não tinha família envolvida. Depois, Larry David disse que só escreveria a série se fosse seguido o lema: “Sem abraços, sem aprendizado”. Ou seja, não haveria finais edificantes onde os personagens erram, se redimem e aprendem alguma coisa no final. Os personagens foram criados para serem pessoas comuns, até mesmo com um caráter questionável em alguns momentos. E o mais importante de tudo: a série era simplesmente baseada nas observações e interpretações do cotidiano que Seinfeld e Larry David faziam sobre o dia a dia e escreviam para seus números de stand up. O texto do episódio piloto, por exemplo, nada mais é do que uma reflexão de homens solteiros, que moram sozinhos, sobre receber a visita de uma mulher em casa. E funciona demais! 

Além do mais, a série foi amadurecendo muito bem ao longo dos anos. Encontrando sua própria linguagem, se adaptando às mudanças culturais dos anos 90 e acabou influenciando praticamente todas as séries, sitcoms em especial, que vieram depois de 1991, quando Seinfeld realmente se tornou fenômeno de público e crítica.  O humor crítico e nonsense de Seinfeld é facilmente identificado como referência nos textos de séries como Mad About You, Friends e até mesmo no inusitado late night Space Ghost de Costa a Costa, sem falar na divertida série Lois & Clark, que além de contar com esse humor cotidiano do Seinfeld, vale ser mencionada, já que o Superman é o herói favorito de Jerry Seinfeld e é muito citado por ele. Referências à parte, Seinfeld trouxe novos ares para a televisão. Em especial aqui no Brasil Seinfeld foi essencial para criar a primeira geração de comediantes que iriam criar uma cena efervescente de stand up comedy no país, encabeçada por Marcelo Mansfield, Diogo Portugal, Rafinha Bastos e Márcio Ribeiro. 

Ainda que todas as informações citadas até agora neste texto já deem uma boa ideia de porquê o último episódio de Seinfeld causou tanta comoção, isso só pode ser realmente compreendido ao assistir a série. Normalmente quando vemos qualquer conteúdo, seja textos ou videos, falando sobre a série, é comum serem citados os inúmeros momentos memoráveis e os personagens marcantes. O livro sobre mesas de centro que vira uma mesa de centro, criado pelo Kramer, a loja de cupcakes da Elaine que só vende o topo do bolinho, George sendo demitido e voltando para trabalhar como se nada tivesse acontecido, tal qual o ocorrido com Larry David no SNL, Jerry indo para Florida comprar de volta o carro que ele deu para seu pai, o dono do restaurante paquistanês, o soup nazi, o Newman, o pai do George gritando “Serenity now!” (inclusive o pai do George é interpretado pelo pai do ator Ben Stiller)… e tantas outras situações. A secretária eletrônica do George com a música Believe it or Not, da série America’s Greatest Hero, Elaine namorando um cara desconfiada que ele é contra o aborto, Kramer usando manteiga como creme corporal, Jerry vestindo camisa de pirata na TV… é muita coisa! E tem o fato de, ao contrário do que acontecia nas sitcoms até então, eles não evitavam, e sabiam lidar muito bem, com assuntos polêmicos. O episódio mais marcante nesse aspecto é o que Jerry, George, Kramer e Elaine fazem uma aposta para ver quem consegue ficar sem se masturbar por mais tempo. É um roteiro genial de Larry David em que fica claro do que se trata a aposta sem que a palavra masturbação seja citada em momento algum do episódio. 

Seinfeld – Photo by sonypictures.com

Para completar, Jerry Seinfeld decidiu encerrar a série em 1998, na nona temporada, porque queria que o programa terminasse no auge. E realmente, no fim dos anos 90 era a sitcom mais assistida dos Estados Unidos, transmitida em canais de tv a cabo pro mundo todo. Jerry Seinfeld chegou a declarar que se espelhava nos Beatles, que estiveram juntos por 9 anos e se separaram no auge da banda. Claro que ele levou em conta os anos em que a banda lançou discos, entre 1961 e 1970, afinal eles já se apresentavam como The Beatles desde 1959. Enfim. Depois de 9 anos protagonizando a série de comédia mais influente e inovadora dos anos 90, Jerry Seinfeld voltou a investir no Stand Up com shows lotados e produziu uma web série muito interessante onde reúne suas três paixões: comédia, café e carros esportivos. Em Comedians In Cars Getting Coffee Jerry Seinfeld convida um comediante por episódio para tomar um café, sendo que ele vai até a casa do convidado com um carro escolhido especificamente para aquela pessoa, e dirige com o convidado até uma cafeteria. Em especial o episódio com o ator Michael Richards, que interpretava Kramer na série, é muito bacana! 

Comedians in Cars Getting Coffee – Photo by filmaffinity.com

Aqui na Strip Me a gente também adora dar boas risadas. Só por essa razão, já faria sentido a gente ter uma estampa fazendo referência à série Seinfeld. Mas, além disso, a gente também adora o fato de ser uma série inovadora, criativa, original e um verdadeiro ícone da década de 90. Então vem conferir todas as nossas estampas de séries e cinema, de música, cultura pop, arte e muito mais. E vale a pena ficar esperto sempre na seção de lançamentos na nossa loja

Vai fundo! 

Para ouvir: Ao invés de colocar aqui uma playlist, hoje vamos sugerir um episódio de podcast. O já tradicional e ótimo podcast Nerdcast, que trata sobre tudo que envolve cultura pop, fez um episódio bem completo e muito divertido de se ouvir sobre Seinfeld, sob o ponto de vista de fãs, incluindo um participante que mora nos Estados Unidos e estava lá na fatídica noite do último episódio da série. Vale a pena conferir! Nerdcast 212: Seninfeld – Tudo Sobre o Nada. 

Para assistir: Quem realmente gosta do humor de Seinfeld não pode perder a série que Larry Davi criou e protagoniza na HBO. Curb Your Enthusiasm é uma série brilhante. Nos mesmos moldes de Seinfeld, Larry interpreta ele mesmo, e a série mostra como é sua vida de típico novaiorquino neurótico, vivendo sem ter que muito o que fazer, já que ele vive confortavelmente com o dinheiro de royalties e direitos autorais da série Seinfeld até hoje. Vale a pena demais! É uma série ótima, com aquele humor que beira o constrangimento, na onda do The Office. 

Amigos Para Sempre.

Amigos Para Sempre.

Que ano foi 1994! Nos cinemas teve Forrest Gump, Pulp Fiction, Assassinos por Natureza, Entrevista com o Vampiro e O Corvo, na música Oasis lançava seu disco de estreia, o excelente Definitely Maybe, Cranberries lançava o clássico No Need To Argue, Green Day levava o punk para as massas com Dookie, sem falar nas estreias de Weezer com o Blue Album e Jeff Buckley com a obra prima Grace. Aqui no Brasil fomos tetra campeões do mundo no futebol, o Plano Real chegava para equilibrar a economia e a TV a cabo se popularizou. Além da MTV, agora tínhamos acesso a séries como Mad About You, Seinfeld, Um Maluco no Pedaço, Dawson’s Creek, Arquivo X, Plantão Médico… e, é claro, foi em 1994 que estreou uma das séries mais impactantes dos últimos 25 anos: Friends.

Todo mundo tem a vida dividida em duas famílias. A família dos pais e irmãos, na qual vivemos do nascimento até o fim da adolescência; e depois a família que a gente mesmo forma ao casar e ter filhos. Entre esses dois períodos existe um intervalo, talvez o período mais importante da vida. É quando a gente ganha o mundo, sai da casa dos pais e passa a se virar sozinho. Também é a época em que a gente curte mais a vida, o corpo jovem ainda suporta alguns excessos e noites em claro, é quando a gente se relaciona com um monte de gente diferente e cria uma espécie de família, que é aquele grupo de bons amigos com quem se troca segredos, alegrias, tristezas e experiências. A série Friends é tão marcante porque aborda justamente essa fase da vida com muita propriedade, bom humor e delicadeza.

Duas coisas fazem de Friends uma série tão especial e querida: o elenco e um texto fabuloso. A química entre os seis personagens principais é invejável! Assistindo a série dá pra ter certeza que aqueles atores também eram amigos na vida real. E, de fato, Jennifer Aniston (Rachel Green), Courtney Cox (Monica Geller), Lisa Kudrow (Phoebe Buffay), Matt LeBlanc (Joey Tribbiani), Matthew Perry (Chandler Bing) e David Schwimmer (Ross Geller) se deram super bem logo de cara e se tornaram amigos. Tanto é que ficou famoso o fato de que o sexteto fez um acordo entre si de negociar seus salários com a Warner juntos e igualmente. Quando o casal Rachel e Ross tinham nítida popularidade maior que o resto dos personagens, seria natural que os atores quisessem um salário maior, mas isso não aconteceu. Os seis atores sempre receberam salários iguais. A série durou 10 anos. A última cena, do último episódio, onde os seis personagens entregam suas chaves do apartamento, levou horas para ser gravada, porque os atores estavam realmente muito emocionados.

A química do elenco foi combinada a um texto brilhante. A equipe de roteiristas de Friends era fantástica. Eles conseguiram imprimir um ritmo delicioso, transmitir emoções fortes e verdadeiras, ao mesmo tempo que entregavam um humor rápido e inteligente. É verdade que esse tipo de linguagem não era novidade nos Estados Unidos. Mas a combinação de elementos de diferentes séries fez com que tudo funcionasse tão bem.  Seinfeld estreou em 1989 e trouxe para a televisão um humor nonsense rápido e inteligente, cheio de sarcasmo e referências. Em 1992 a excelente série Mad About You  fez muito mais que mostrar ao mundo a linda e ótima atriz Helen Hunt, pois trouxe um texto calcado no cotidiano, nas coisas simples do dia a dia e mostrando a vida de um casal jovem e moderno numa grande cidade. Friends pegou o cotidiano e as experiências vividas em uma relação humana de Mad About You com a comédia inteligente de Seinfeld. Também e importante ressaltar que Friends tinha o diferencial de não ter um único protagonista, e aqui também há de se dar o crédito aos roteiristas, que conseguiam contar histórias de 6 personagens diferentes numa harmonia inacreditável.

Agora estamos aqui, 27 anos depois da estreia da série, 17 anos depois de seu último episódio. O sonho de todo fã de Friends sempre foi ver uma reunião daquela turma. Mas a cada ano que passa a dúvida aumenta. Afinal, eles já passaram de fase. Aquele intervalo entre as duas famílias. A maioria dos personagens já formou sua própria família. Como toda amizade muito forte na juventude, com o tempo, a chegada da família e o trabalho, o laço não se desfaz, mas acaba rolando um distanciamento natural. Será que a série ainda funcionaria sob essas circunstâncias? Pois é, se funcionaria hoje em dia, nunca saberemos. Mas o sonho de ver o sexteto reunido já é realidade. A reunião do elenco de Friends vai ao ar neste dia 27 de maio na HBO Max, nos Estados Unidos. O programa de uma hora de duração traz os seis atores falando sobre a série, revisitando cenários e comentando sobre seus momentos favoritos. E, olha, é disso que o mundo mais precisa hoje em dia. Depois de mais de um ano sem poder se encontrar com os amigos, abraçar, conversar sem máscaras, olhando os sorrisos de cada um, pelo menos poderemos amenizar essa falta vendo a reunião de uns amigos que se tornaram tão próximos de nós, que também são nossos amigos.

Friends é uma série incrível porque é um retrato dos anos 90, mas com uma pitada de fofura e loucura extra. Tá certo que justamente por ser uma série de comédia dos anos 90, ela está cheia de piadas homofóbicas e gordofóbicas que não caberiam em pleno 2021. A maioria dos fãs da série assumem isso. Mas colocada no contexto da época, assistindo Friends hoje em dia dá pra sacar isso e relevar. Aliás, falando em contexto, muita gente que assistiu a série na época de seu lançamento, maratonou todas as temporadas durante a pandemia, afinal, ela traz essa memória boa de um tempo de descobertas e alegria. É uma série que inspira a gente a querer viver, aproveitar cada fase da vida, amar nossos amigos, curtir a vida e amar muito. É como a Monica diz para a Rachel no comecinho da série: “Bem vinda ao mundo real. É uma droga, mas você vai amar.”.

Vai fundo.

Para ouvir: Claro! Uma playlist com algumas das canções que passaram e pela série! Friends Top 10 tracks!

Cadastre-se na Newsletter
X

Receba nossos conteúdos por e-mail.
Clique aqui para se cadastrar.