Carnaval Strip Me: 10 camisetas para quem vai cair na folia.

Carnaval Strip Me: 10 camisetas para quem vai cair na folia.

O carnaval de rua é uma mistura de cores e ritmos que transforma as ruas em verdadeiros palcos de folia. No meio desse turbilhão de confetes e serpentinas, a Strip Me te dá a letra de como chegar no bloquinho no maior estilo!

Os bloquinhos são uma espécie de pequenas revoluções carnavalescas, são como pequenos tesouros perdidos pelas ruas das cidades, que foram redescobertos de uns tempos pra cá. Com seus temas inusitados e fantasias improvisadas, os bloquinhos democratizaram de vez o Carnaval. Aqui não tem ingresso caro, abadás nem nada do tipo. É só colar junto e sair sambando, seja você um folião de carteirinha ou se está estreando sua primeira fantasia. Pode ser ao som de marchinhas tradicionais ou de hits do momento, tanto faz. Afinal, quem tem limite é município.

A real é que os bloquinhos de rua se tornaram verdadeiros refúgios da autenticidade, onde a espontaneidade e a criatividade reinam, junto com o Rei Momo, é claro. O Carnaval é em sua essência barulho, diversão e arte. E você sabe que de barulho, diversão e arte a Strip Me entende melhor do que ninguém. Portanto, hoje estamos aqui para recomendar dez camisetas pra você cair na folia numa boa. Afinal, além de super estilosas, são camisetas feitas com tecido com certificado BCI. Ou seja, são frescas e confortáveis, com um corte que proporciona um caimento perfeito, do tamanho P ao XGG. Confere aí!

Vai desculpar, mas não tem nada desse papinho de apropriação cultural! O Carnaval pode até ter suas origens séculos atrás, com romanos e tal… mas o Carnaval mesmo é coisa nossa, ninguém faz igual. Nem Veneza, nem New Orleans. Por isso, a camiseta Feito no Brasil já escancara isso e não deixa margem para dúvida. Para reforçar a ideia, a camiseta Rosa Samba remete aos grandes clássicos do Carnaval carioca, para mostrar quem manda de uma vez por todas. Numa pegada mais contemporânea, ali entre o vintage o meme, a camiseta Carnaval de Rua dá o tom para quem é mais descolado, bem humorado e quer curtir o bloquinho na liberdade total!

Pois é. Curtir o Carnaval na liberdade total! Esse é o princípio básico da parada, né? Pode ser bloquinho, baile no salão do clube, desfile de escola de samba na avenida… o importante é curtir como cada um acha melhor. Afinal, tudo isso é Carnaval. Com muito charme e estilo, é isso que a camiseta Le Carnaval transmite, ideal para quem vai direto ao ponto. Já a camiseta Carnaval Advisory é mais sapequinha, tem essa pagada mais moderna, parodiando aquele selinho malandro que vinha nas capas dos discos com um som mais agressivo. Uma camiseta pra quem não tem medo de abrir as asas e voar. Mas tudo isso lembrando de se hidratar bem, pra aguentar o tranco. Beber água é importante, mas não só, afinal é Carnaval. Acordou, é cafezinho pra dentro, depois é só dar uma lavada no copo americano e já passar pra cervejinha! Pra quem está sempre se hidratando no Carnaval, a camiseta Café Cerveja Carnaval é ideal!

Olha, curtir o Carnaval de rua é uma delícia, mas pode ser bem cansativo. Anda-se muito. E não só isso, afinal, no bloquinho impera a caminhada dançante, modalidade exclusivamente brasileira de andar atrás do trio dançando ao som da música. Portanto, o pit stop é sempre recomendável. Aquele botequinho com mesa na calçada é o ideal para se parar por um tempinho, pra descansar e tomar uma cervejinha, observando o movimento do bloquinho. Para quem não dispensa o boteco como parte essencial do Carnaval, a camiseta Mesa de Bar é perfeita. Linda, confortável e já vem com a mensagem prontinha. Da mesma maneira, a camiseta Duas Cervejas traz essa representatividade de uma maneira mais ampla e sedutora. Uma imagem que vale mais que mil palavras, o mais puro suco de Brasil.

O Carnaval é uma festa. E, sejamos francos, festa sem uma biritinha não é a mesma coisa, né? Sendo o Carnaval a festa mais brasileira do mundo, se faz óbvio associá-lo à mais brasileira de todas as bebidas: a caipirinha, é claro! Assim sendo, a Strip Me apresenta a camiseta Caipirinha Receita, uma camiseta linda, minimalista e super estilosa, além de super confortável, é claro. Uma camiseta para quem está sempre em busca de combinações perfeitas! Para quem não liga tanto nos destilados, mas faz questão de se refrescar e matar a sede durante a festa, a Camiseta Cerveja é a melhor pedida, além de pedir uma cervejinha gelada no capricho, é claro! A cerveja é uma das paixões nacionais. Sim, porque no Carnaval não dá pra ter uma paixão só, é ou não é?

O Carnaval está chegando. Aproveita pra dar uma olhada no nosso site e conferir as camisetas que selecionamos aqui e muitas outras. Nas coleções Carnaval, Verão, Tropics, Cultura Pop, Cartola, Bebidas e Música você encontra uma infinidade de camisetas incríveis, super confortáveis e estilosas! Na nossa loja você também pode ficar por dentro de todos os Lançamentos da Strip Me, que pintam toda semana!

Vai fundo!

Para ouvir: Depois de conferir as dez camisetas campeãs do Carnaval Strip Me, você curte uma playlist com os mais clássicos sambas enredo campeões do carnaval. Samba Enredo Campeão top 10 tracks.

6 fenômenos que só vemos no Carnaval.

6 fenômenos que só vemos no Carnaval.

Estamos na metade de janeiro, mas já mirando no Carnaval que desponta no horizonte. Para ir esquentando os tamborins, a Strip Me listou 6 fenômenos maravilhoso que nós só presenciamos no Carnaval!

Basicamente, todos os superlativos utilizados para descrever o Carnaval são justificados e verdadeiros. Pode chamar de o maior espetáculo da Terra, a maior festa popular do mundo, os dias mais divertidos do ano e por aí vai. É tudo verdade. E quem melhor que o próprio brasileiro para afirmar isso com propriedade? Quem já dormiu no corredor de uma casa de dois cômodos ocupada por 17 pessoas, quem já reuniu uma turma de mais de 10 pessoas pra curtir o bloquinho e dez minutos depois já se perdeu de todo mundo, quem passa o ano ouvindo Black Sabbath no Spotify, mas sai pulando de abadá atrás do trio cantando todas da Ivete, quem já curou a ressaca tomando uma latinha de cerveja nove e meia da manhã, quem já achou que era domingo e na verdade já era terça feira, quem já encheu um isopor de gelo e latas de cerveja e pegou vários potinhos de glitter e foi pra rua vender tudo e levantar uma grana (mas curtir a festa também, que ninguém é de ferro), quem já entrou no metrô pra ir embora e se viu cantando a plenos pulmões Sandra Rosa Madalena em coro com o vagão inteiro. Enfim, quem já viveu tudo isso pode afirmar com tranquilidade, não existe nada como o Carnaval. E tem algumas coisas que a gente só vê no Carnaval. 

Para começar a concentração e preparar o corpo e o espírito pro Carnaval, a Strip Me vem falar sobre esses fenômenos maravilhosos que só se manifestam no Carnaval.

A metamorfose ambulante da música.

Não existe Carnaval sem música. E a música do Carnaval é essencialmente o samba, certo? É. Mas também tem outro detalhe importante a ser observado sobre o Carnaval: a elasticidade dos limites. Hoje em dia ouve-se de tudo no carnaval. Um exemplo claro disso é o Carnaval de rua paulistano. Os bloquinhos de São Paulo são muito plurais. Tem bloquinho que toca Beatles, que toca Rita Lee, que toca Pablo Vittar. Tem bloquinho de punk rock, de tecno, de sertanejo…e até de marchinhas carnavalescas, veja você! A mesma coisa pode ser observada nos trios elétricos do nordeste e no Carnaval de rua de todas as grandes cidades brasileiras. Importante também citar os sambas enredo, que embalam os desfiles das escolas de samba. Os desfiles das escolas de samba são um show à parte do Carnaval e fazem parte do imaginário carnavalesco, principalmente pros gringos, essa coisa da mulata porta bandeira sambando exuberante e os sambas enredos com todos os seus clichês maravilhosos e os puxadores animando ainda mais a festa. Mas o que mais impressiona e realmente só se vê no Carnaval é essa metamorfose do gosto musical das pessoas. É o fã de AC DC que passa o ano inteiro de camiseta preta, ou a moça que não perde uma festa de Barretos e canta todas do Bruno e Marrone, que chegam no Carnaval, vestem o abadá e saem pulando incansavelmente, cantando todas as músicas do trio elétrico! Cada um tem seu gosto musical, mas o Carnaval não tem nada a ver com isso.

O acúmulo de funções da rua.

A rua é uma faixa de concreto quem tem apenas uma função: servir de via pública para o trânsito de veículos motorizados ou não. A rua é margeada por calçadas, que são as vias por onde transitam os pedestres, as pessoas caminhando. E é isso. Simples assim.  Mas durante o Carnaval isso muda.  A rua continua tendo sua função de via pública de trânsito no Carnaval, mas também acumula as funções de pista de dança, palco de atrações artísticas, local para o comércio de bebidas, alimentos e outras coisinhas. Da mesma forma, a calçada, com suas sarjetas convidativas, acumulam a função de local de descanso, repouso, recuperação e enlaces amorosos. Tudo que envolve a rua acaba acumulando funções no Carnaval. Placas, além de informar direções, também são utilizadas como pontos de referência e encontro. Muretas e marquises tornam-se úteis apoios para copos e alimentos e por aí vai. O Carnaval não transforma só as pessoas, mas também as cidades.

Fantasiar.

Uma das tradições mais divertidas do Carnaval é usar fantasia para curtir a festa. Seja no bloquinho, no baile de salão do clube ou na arquibancada do sambódromo, todo mundo que ama Carnaval costuma caprichar na fantasia.  Nos tempos atuais, é importante notar a diferença entre a tradicional fantasia carnavalesca e a recente febre dos cosplays. Popular em convenções geek como a CCXP, o cosplay é quando a pessoa se esforça para ficar o mais parecido possível com determinado personagem, já a fantasia de Carnaval não se leva a sério e não tem esse compromisso com o fidedigno. Por exemplo, o vilão Coringa é muito popular em ambos os ambientes. A pessoa que faz cosplay vai se ligar em cada detalhe da maquiagem e da roupa, para ficar mais parecido, seja lá com qual versão do personagem. Já a fantasia de Carnaval, não só se atenta aos detalhes como pode acrescentar adereços que não tenham nada a ver. Assim, no Carnaval, uma pessoa fantasiada de Coringa pode facilmente ser confundida com o genial cantor cearense Falcão. Agora, o grande fenômeno do Carnaval é que, todo ano, depois que a festa acaba,  existe uma delírio em que a pessoa sempre pensa em tom de promessa: “Pro Carnaval do ano que vem vou me organizar pra arranjar a fantasia com antecedência, e não de última hora, no improviso, igual esse ano.” Todo fim de Carnaval, as pessoas fantasiam isso, mas no ano seguinte acabam indo atrás da fantasia um dia antes da festa do mesmo jeito.

Revogação das leis da física.

Durante o ano letivo é muito bonita essa história de que dois corpos não ocupam o mesmo espaço. Mas durante o Carnaval isso é uma conversa fiada danada! Primeiro porque nessa lei da física aí, os tais corpos que não ocupam o mesmo espaço não são necessariamente corpos de seres humanos, mas qualquer tipo de matéria. Por exemplo, duas rochas com dimensões e pesos idênticos não podem ocupar o mesmo espaço, o mesmo lugar. Cada uma no seu quadrado. E isso é a antítese do Carnaval. Segundo que no Carnaval dois corpos são dois corpos mesmo, de pessoas. E esses dois corpos vão estar junto com milhares de outros corpos. Todos se mexendo freneticamente (algo também conhecido como dança), suados e grudentos e cobertos por glitter. Com o som alto, todo mundo levemente embriagado, seguindo o suíngue da música e, muitas vezes alguns corpos justamente com a intenção maliciosa de ocupar o mesmo espaço de outros corpos… numa situação dessa, me diz como é que vai se decidir qual espaço pertence a qual corpo? E mais, no meio desse enrosco um no outro, no ápice do forrozinho Falamansa, sequer é possível definir com clareza qual corpo é qual. Acaba que é tudo a mesma coisa. No Carnaval o que menos importa é a física. Aliás, se você reparar bem, vai achar o Einstein de língua de fora e caipirinha na mão puxando a coreografia de Macarena ali no meio do povo.

Volatilidade da resistência ao alcool.

É comum, e até saudável, que cada pessoa tenha seus milites em relação ao consumo de bebidas alcoólicas. Tem gente que chega num ponto e pára de beber, pede uma água, um suco, para seguir firme no rolê. Tem gente que passa batido por esse ponto, e vai acabar a noite vomitando no banheiro do bar. Tem gente que aguenta um pouco mais e quer emendar uma balada na outra…Mas tudo dentro de um limite, sabendo que em algum momento é necessário ir pra casa tomar um banho e ir trabalhar. Mas isso é ao longo do ano, né. Porque naqueles 4 dias mágicos entre sábado e terça feira de Carnaval, isso muda. Muda também algo dentro de nós. Parece que nosso organismo se prepara o ano inteiro para quando o Carnaval chegar, e permite que você consuma doses excessivas de álcool e seguir festejando. É aquela época do ano em que não só é socialmente aceito abrir uma cerveja às nove da manhã, como é assim que se cura a ressaca do dia anterior. Isso no caso de você ter dormido, é claro. Porque, se vocë não dormiu, não parou de beber, logo a ressaca ainda não lhe alcançou. Também, não é para menos que tenhamos tanta resistência aos efeitos do álcool no Carnaval, afinal é a única época do ano que vemos alguém vendendo três cervejas latão por 10 reais e achamos isso super normal. 

A diversidade une as pessoas.

Outra coisa que não é exagero nenhum afirmar é que o Carnaval é uma festa democrática. Total verdade! Não só pelas inúmeras maneiras que você pode escolher aproveita-lo. Desde ficando em casa vendo filme e maratonando série, até fazer uma viagem pra praia com os amigos. Ou ir pro nordeste curtir os trios, ou os bloquinhos de Minas e São Paulo, ou carnaval dos desfiles glamourosos do Rio de Janeiro. Ou curtir na cidade onde você mora mesmo, onde certamente vai ter alguma coisa acontecendo. Mas além disso, tem o fator que, talvez por conta das fantasias, da energia e alegria contagiantes, da música… as pessoas se dão bem! Você pode se perder da sua turma no bloquinho, começar a conversar com uma galera diferente e, de repente, fez uma amizade boa. Todo mundo se sente livre para se expressar. Todo mundo se solta pra dançar como acha melhor. Não tem rico e nem pobre, gay, hétero… é todo mundo da galera! Isso fica muito evidente em cidades grandes, quando de repente você entra num vagão de metrô ou num ônibus cheio de gente coberta de glitter, com a cara cansada… mas aí, um abençoado puxa a primeira frase do refrão do hino nacional, e todo mundo canta em coro “E nessa loucura de dizer que não te quero!” E o mundo parece que é um só. Só no Carnaval.

A gente não vê a hora de chegar o Carnaval! Claro, porque é mais que uma festa, mas uma expressão cultural tão nossa, tão brasileira, que a Strip Me celebra com amor e cai na folia sem pudor! Por isso temos uma coleção inteira dedicada ao Carnaval, além de várias outras camisetas que celebram a brasilidade na coleções Tropics, Verão, Cultura Pop, Cartola, Florais e outras. São todas camisetas ideais para o Carnaval. Além de lindas, são feitas com um tecido levíssimo, super confortável, e com um corte que dá um caimento perfeito, do P ao XGG. Dá uma olhada no nosso site todas as nossas coleções. Na nossa loja você também confere todos os lançamentos, que pintam toda semana!

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist caprichada pra ir esquentando os motores para quando o Carnaval chegar! Pré-Carnaval top 10 Tracks.

8 versões da música brasileira.

8 versões da música brasileira.

A música brasileira é tão diversa e original quanto o povo de cada região do país. A Strip Me dá uma geral em cada gênero musical tipicamente brasileiro, que fazem da nossa música tão rica e fascinante.

Existe uma universalidade na música. Isso é inquestionável. Músicas tradicionais de povos que nunca se encontraram tem semelhanças. Desde os batuques aborígenes que são parecidos com a música feita pelos nativos de toda a América antes da chegada dos europeus, até a música contemporânea, onde a sétima menor, nota que caracteriza o blues (a blue note) é a mesma que marca as melodias características do baião. Se duvida, cantarole aí a melodia da introdução de Asa Branca, mas mude o andamento para o compasso de blues. Claro que estamos aqui falando sob um ponto de vista mais ocidental e eurocêntrico. Claro que existem as escalas orientais, como nas músicas indianas e árabes que tem campos harmônicos distintos, com microtons e melodias truncadas e estranhas aos nossos ouvidos. Mas convenhamos que aqui para a nossa realidade e foco de interesse, não precisamos  ir tão longe.

Chorinho – Candido Portinari (1946)

Até porque o nosso negócio aqui é o Brasil mesmo! E a música brasileira, por si só já é incrivelmente diversa. E cada gênero tem distinções e peculiaridades impressionantes! E não dá pra cravar que um gênero é mais brasileiro ou original que o outro, porque cada um vem de uma região, de uma cultura e realidade totalmente diferentes. Então, hoje a Strip Me mergulha no vasto universo da música brasileira, onde cada gênero é um planeta distinto. E vamos falar um pouco sobre cada um deles.

Samba

Quando a gente fala em música brasileira, a primeira coisa que vem à cabeça é o samba. Não à toa. É provavelmente o gênero musical mais popular no país inteiro. Ainda que com sotaques diferentes, todo mundo faz samba no Brasil. O samba tem origem nos ritmos africanos trazidos pelos escravizados, que, na maioria das vezes, praticavam sua religiosidade na clandestinidade. Os primeiros registros do samba como o conhecemos aconteceram no Rio de Janeiro, no começo do século vinte. Existe muita discussão sobre a origem do samba pra valer ter acontecido no Rio de Janeiro ou na Bahia. Mas o primeiro samba gravado é de um carioca e foi gravado no Rio de Janeiro. O samba Pelo Telefone foi composto por Donga e Pixinguinha em 1917 e gravado no mesmo ano. Se você quiser aprofundar um pouco mais neste assunto, confere o post que nós publicamos aqui no blog recentemente:
10 fatos que você precisa saber sobre o samba.

Frevo

O frevo nasceu nos primeiros carnavais de rua de Recife e Olinda, no estado de Pernambuco, na primeira metade do século vinte. Musicalmente é uma mistura do maxixe, subgênero do baião, com as marchinhas, e isso tocado numa velocidade mais acelerada. Por isso mesmo o nome frevo, vem do verbo ferver, que muitos populares diziam “frever”. Isso porque aa principal característica do frevo é a combinação de música e dança. Uma música frenética, que conta inclusive com alguns movimentos de capoeira. O frevo ja se tornou Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco e é uma das mais vibrantes e únicas manifestações musicais do Brasil.

Carimbó

O carimbó tem suas raízes em uma mistura bem interessante de influências culturais. Ele é resultado da combinação de elementos musicais de origem indígena, africana e dos países vizinhos da América Latina. Assim como o frevo, ele tem como uma de suas características mais marcantes a dança. A cadência e a dança vem dos índios, o uso dos instrumentos de percussão são influência dos africanos e as melodias misturam cantigas tradicionais com a cumbia colombiana e o calipso da América Central. O carimbó tem origem no norte do Brasil, mais especificamente no Pará, e tem como seus nomes mais importantes o compositor Pinduca e a cantora Dona Onete. O carimbó originou a guitarrada, gênero que, tanto pode ser instrumental como cantado, mas tem como marca o protagonismo da guitarra elétrica. A guitarrada é a versão tupiniquim da surf music.

Maracatu

A origem da palavra é tupi: maracá-tu, que significa batida do maracá. Maracá é um chocalho, um instrumento de percussão. Só por aí, já dá pra sacar que o maracatu é genuinamente brasileiro, com forte influência indígena. Mas não só isso. Ele surgiu no século dezessete em Pernambuco, quando os escravos dos engenhos de açúcar celebravam a coroação do rei do Congo, um líder entre todos os negros escravizados. O rei do Congo era o único que tinha contato com o dono da fazenda e podia fazer reivindicações. A coroação era a única noite do ano em que a senzala podia festejar, e eles aproveitavam para celebrar seus orixás e professar sua fé. A mesma coroação rolava nos quilombos dos escravizados fugitivos, que se uniam aos algumas tribos de índios. Com o tempo a coroação ganhou contornos indígenas e influência de dança e música dos brancos. E no fim do século dezenove virou bloco carnavalesco. Na década de 1990 o maracatu foi reinventado ao ser mesclado com o rock n’ roll e o hip hop, dando origem ao maravilhoso movimento Manguebeat. Se você quiser mais detalhes sobre o maracatu, confere o texto que publicamos sobre o tema aqui no blog em fevereiro de 2021:
Maracatu Atômico!

Baião

O baião é um patrimônio de todo o nordeste brasileiro. Mas tem sua origem mesmo no estado de Pernambuco. Como já é amplamente difundido, o precursor do baião foi Luiz Gonzaga, que é pernambucano. Como todos os gêneros musicais brasileiros, o baião é uma mistura de diferentes culturas. A sanfona traz a influência europeia, a zabumba é um instrumento percussivo africano, e o triângulo é uma criação genuinamente nordestina. O baião começou a se popularizar na década de 1940. Portanto, é um gênero musical novo, que aglutinou toda a cultura nordestina e africana de Pernambuco, incluindo o maracatu, bem como as cantigas de roda, os cantos de lavoura e os repentes. O baião acabou se tornando símbolo do nordeste e teve várias ramificações como o forró e o xote, por exemplo. Nos anos noventa, o baião chegou a virar rock n’ roll, quando a banda Raimundos mesclou de maneira brilhante o hardcore e o baião em seus dois primeiros discos.

Sertanejo

A música sertaneja talvez seja a mais diversa e fascinante do Brasil, porque acabou se ramificando em muitos subgêneros e gera muita discussão até hoje. Ela remete aos trovadores que andavam pelo sertão nas comitivas dos bandeirantes. Com o fim das bandeiras, muitos desses trovadores se estabeleceram nas cidades dos estados de São Paulo e Minas Gerais e seguiram tocando sua violinha em festejos. Com o fim da escravidão e a imigração massiva de trabalhadores nas lavouras de café daquela região, essa música ganhou novos contornos e influências até se tornar no que hoje conhecemos como música caipira, as modas de viola de tônico e Tinoco e outras duplas. Foi ali onde tudo começou. Com o passar do tempo, essa música caipira começou a aglutinar outros gêneros. Na região sul, as milongas argentinas, no centro oeste as guarânias paraguaias e assim por diante. A música caipira tradicional evoluiu para a música sertaneja, que nos anos 80 ganhou instrumentos elétricos e moldura pop. Ao mesmo tempo surgia a música brega de Reginaldo Rossi e Odair José, depois veio o sertanejo universitário, que hoje já se tornou um subgênero difícil de definir, tamanha a miscelânea estética e musical. No contexto geral a música sertaneja só perde para o samba na representatividade da diversidade e amontoado de culturas que é o Brasil.

Bossa Nova

Apesar de mais contemporânea e já nascendo sob forte influência da música pop dos Estados Unidos, a bossa nova é legitimamente brasileira, e um dos nossos gêneros musicais mais ricos. Ah, sim, pra não ficar dúvida, lá nos anos 1950 o Cole Porter, o Nat King Cole e tantos outros artistas do jazz eram o que havia de mais pop no mundo. Em resumo, a bossa nova é a fusão do samba com o jazz, onde todo o aparato percussivo e o canto empostado e forte do samba deu lugar ao minimalismo do violão e do canto suave, enquanto as harmonias mais básicas ganhavam acordes truncados com o acento do jazz. Tom Jobim, João Gilberto, Johnny Alf e Dick Farney são considerados os criadores da bossa nova, que depois ganhou outros nomes fundamentais como Nara Leão e Roberto Menescal. Sendo um gênero musical mais novos com forte apelo pop, a bossa nova já teve sua história contada em livros e filmes aos montes. Inclusive nós publicamos um texto bem legal aqui no blog em janeiro de 2021 detalhando de forma muito interessante a origem da bossa nova. Confira no link abaixo.
Bossa Nova!

Tropicalismo

Esse conceito, hoje já super manjado, de globalização começou a florescer no final dos anos sessenta, embalado pela massificação dos meios de comunicação e a contra cultura. Era uma época realmente fértil para que artistas questionassem sua própria existência e origens ao mesmo tempo que absorviam tudo que era novo para criar e se expressar. Foi assim que o samba, o maracatu, o rock n’ roll, o naturalismo e o modernismo da literatura e da pintura se uniram num movimento novo, pungente, pop, único e irresistível, que, tal qual um Macunaíma, botava o dedo nas feridas do país, mas com leveza e bom humor. Em nenhum outro lugar do mundo se viu algo assim. O tropicalismo foi mais que o Flower Power à brasileira, foi um movimento artístico, musical em sua essência, de vanguarda mesmo! Tanto que, ainda hoje, a gente vê artistas gringos conceituadíssimos que descobrem Mutantes, Tom Zé, Novos Baianos, Caetano Veloso… e ficam chapados no som! Nós também já publicamos aqui um texto muito bacana dando uma geral no movimento tropicalista, em setembro de 2020. Link abaixo.
Soy loco por ti, Tropicália.

A música é mesmo fascinante e essencial para a vida. Ela funciona como veículo para a religiosidade, mas também como mero entretenimento. Também se presta a inspirar, emocionar e expressar todo e qualquer sentimento. Da alegria à frustração, da raiva à paz de espírito. Particularmente, a música brasileira, com toda a sua originalidade e diversidade, consegue imprimir ainda cores físicas e metafísicas através do som e da dança. Por isso, a Strip Me se presta a celebrar a música brasileira em sua totalidade, abraçando todos os gêneros e estilos! Isso fica nítido na nossa coleção de camisetas de música, bem como nas camisetas de cultura pop, brasilidades, arte, cinema, bebidas e muito mais! Confere lá no nosso site e aproveita pra ficar por dentro de todos os lançamentos, que pintam por lá toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist brasileiríssima com cada um dos gêneros musicais abordados neste texto. Música brasileira top 10 Tracks.

Para ler: Realmente um dos gêneros brasileiros mais fascinantes, pela sua diversidade e trajetória é a música sertaneja. Para entender tudo sobre o gênero, o livro Cowboys do Asfalto é perfeito! Além de contar com uma pesquisa detalhada e muita informação, o livro é bem escrito, tem uma escrita direta e fluída, uma leitura muito agradável! O livro é escrito por Gustavo Alonso e foi lançado em 2015 pela editora Civilização Brasileira.

8 Curiosidades sobre a banda Red Hot Chilli Peppers.

8 Curiosidades sobre a banda Red Hot Chilli Peppers.

De volta ao Brasil para cinco shows, os incansáveis Red Hot Chilli Peppers são uma das bandas mais queridas do mundo. Para entrar no clima dos shows, a Strip Me traz 8 curiosidades, pra você ficar sabendo tudo sobre a banda.

Já se vão 40 anos desde quando os amigos Anthony Kiedis, Hillel Slovak, Flea e Jack Irons trocaram o nome de sua banda, de Tony Flow & The Miraculous Masters of Mayhem para Red Hot Chilli Peppers. De lá pra cá muita coisa mudou. A formação que teve idas e vindas, incluindo uma morte trágica, as mudanças de estilo, a discografia de 13 discos, as turnês intermináveis mundo afora e toda uma história de persistência, superação e, acima de tudo, talento! Se os Red Hot Chilli Peppers são hoje uma das maiores bandas em atividade da história da música pop, é porque a jornada desses caras foi intensa, e o que não faltam são histórias pra contar.

Neste mês de novembro, os Chilli Peppers estão de volta ao Brasil para cinco shows, que certamente serão memoráveis. Pra você entrar no clima e curtir esses shows, seja ao vivo, seja pela TV ou internet, a Strip Me te conta 8 curiosidades essenciais sobre a banda, pra você sacar o segredo dessa receita de sucesso apimentada.

1. Formações da banda.

Tudo começou com Anthony Kiedis, Flea, Hillel Slovak e Jack Irons. Slovak e Irons também eram parceiros em outra banda. Em 1984, às vésperas de gravar o primeiro disco dos Chilli Peppers,  Slovak e Irons abandonam Kiedis e Flea, para se dedicarem a sua outra banda. O primeiro disco foi gravado por Kiedis no vocal, Flea no baixo, Jack Sherman na guitarra e Cliff Martinez na bateria. Em 1985, rolam umas tretas e Kiedis expulsa Sherman e convence Slovak a voltar. Kiedis, Flea, Slovak e Martinez gravam o Freaky Style em 1985. Em 1986 Martinez sai e Jack Irons volta. Nessa época um integrante nefasto entra na banda: a heroína. A formação original grava em 1987 The Uplift Mofo Party Plan. Em 1988 Hillel Slovak morre de overdose de heroína. Arrasado, Jack Irons sai da banda. Kiedis passa por um curto período numa rehab. Ainda no fim daquele ano, Kiedis e Flea retomam a banda em memória de Slovak e convocam D.H. Peligro para a bateria e DeWayne McKnight para a guitarra. Atritos pessoais fazem com que McKnight não dure dois meses. Em seu lugar entra um jovem talentoso e fã dos Chilli Peppers chamado John Frusciante. Peligro, que também tinha seus problemas com drogas, é demitido. Em seu lugar entra Chad Smith. Tida como a formação clássica da banda, Kiedis, Flea, Frusciante e Smith gravam os discos Mother’s Milk e Blood Sugar Sex Magik, em 1989 e 1991 respectivamente. Em 1992, arrasado pelos excessos da fama, Frusciante sai da banda. Arik Marshall é contratado às pressas para a banda dar sequência nos shows. Mas ele não agrada Kiedis, que o demite e coloca em seu lugar Jesse Tobias, que também não dura mais de um mês como guitarrista da banda. Em 1993 entra Dave Navarro, que grava o disco One Hot Minute em 1995, e sai da banda em 1998, por tretas pessoais e, mais uma vez, abuso de drogas. Recuperado do vício, é Frusciante quem reassume a guitarra na banda. Com ele, a banda grava Californication, 1999, By The Way, 2002, e Stadium Arcadium, 2006. Em 2007 Frusciante inclui Josh Klinghoffer na banda como para tocar guitarra base, teclado e backing vocal. Em 2008 Frusciante sai da banda deixando Klinghoffer em seu lugar. Com Klinghoffer a banda grava I’m With You, 2011, e The Getaway, 2016. Em 2019 foi anunciada pela banda a saída de Klinghoffer e o retorno de Frusciante. Mais uma vez reunida, a formação clássica lança dois discos em 2022, Unlimited Love e Return of The Dream Canteen, e é como a banda se apresenta no Brasil neste mês.
Ufa!

2. RHCP no Brasil.

Os shows de novembro de 2023 marcam a décima vinda dos Chilli Peppers ao Brasil. A primeira vez foi 10 anos atrás, em 1993. A banda vinha ao lado de Nirvana, Alice In Chains, L7 e outros, para o Hollywood Rock. Na época era Arik Marshall quem tocava guitarra na banda. Depois disso, vieram em 1999, 2001, 2002, 2011, 2013, 2017, 2018 e 2019. Na maior parte das vezes a banda veio para participar de grandes festivais, como Lollapalooza e Rock in Rio. Mas desta vez estão vindo por conta própria, para 5 shows, no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Curitiba e Porto Alegre.

3. RHCP e o cinema.

Pouca gente sabe, mas Anthony Kiedis e Flea tem uma forte ligação com o cinema. Já atuaram em vários filmes, e Anthony Kiedis, particularmente, tem uma relação ainda mais próxima porque seu pai trabalhava em alguns estúdios de Hollywood e, desde cedo ele tinha contato com várias celebridades em sua casa. Para se ter ideia, uma das primeiras babás que ele teve, ainda bem pequeno, foi ninguém menos que a cantora e atriz Cher! Kiedis atuou em pelo menos 7 filmes, todos pouco conhecidos e sem grande expressão, com exceção de Caçadores de Emoção, de 1991, protagonizado por Keanu Reeves e Patrick Swayze. Já Flea atuou em quase 30 filmes, em alguns fazendo pequenas pontas e em outros com personagens mais marcantes. Sua primeira aparição foi no filme Vidas Sem Rumo (The Ousiders), de ninguém menos que Francis Ford Coppola. Ele também atuou em alguns outros filmes clássicos como De Volta para o Futuro, como um dos capangas de Biff, O Grande Lebowski e Medo e Delírio.

4. A música dos Chilli Peppers.

Não dá pra cravar que os Red Hot Chilli Peppers inventaram um novo estilo. O tal funk rock já vinha sendo feito pelo Funkadelic, basta ouvir o seminal disco Maggot Brain, de 1971, para se ligar nisso. Além do mais, bandas como Devo e Talking Heads, ali pelo fim dos anos 70, também se engraçavam com o soul e o funk, misturando-os com elementos do pós punk. Mas os Chilli Peppers conseguiram elevar o funk rock a um novo patamar, graças às diferentes influências de seus integrantes. Frusciante tem uma bagagem de hard rock, além de sua devoção pela obra de Jimi Hendrix. Anthony Kiedis, na adolescência, esteve envolvido com o pessoal do hip hop, que começava a frutificar em Los Angeles no começo dos anos 80. Flea era trompetista e amante do jazz quando garoto, na juventude se encantou com James Brown, e Chad Smith vem de uma formação eclética de rock n’ roll e música negra. E todos eles foram criados dentro da cena do punk californiano, indo aos shows do Black Flag, Germs, Dead Kennedys e Circle Jerks. Um caldeirão musical que só poderia render uma música de altíssima qualidade e com frescor de novidade, mesmo não tendo nada de tão novo assim.

5. O Elemento Frusciante.

Os Chilli Peppers já passaram por várias fases diferentes, onde sua música sofreu impacto considerável. Há quem considere Freaky Style e The Uplift Mofo Party Plan como as obras definidoras do som da banda, por conta da guitarra frenética de Hillel Slovak. Há quem prefira a pegada rock de Dave Navarro. O estilo mais contido de Klinghoffer até que gerou bons resultados. Mas indiscutivelmente, os momentos de maior inventividade e brilhantismo dos Chilli Peppers se deram quando John Frusciante empunhava a guitarra na banda. Os dois discos mais bem sucedidos da banda e considerados clássicos inquestionáveis do rock mundial tiveram participação ativa de Frusciante na concepção. A saber, os discos Blood Sugar Sex Magik e Californication. O talento e criatividade do guitarrista fica evidente em seus discos solo, mas quando ele une suas qualidades ao talento dos outros 3 chilli peppers, temos uma música de altíssimo nível e com muito potencial pop. Que nos perdoem os guitarristas que já passaram pela banda. Mas o Red Hot Chilli Peppers de verdade tem John Frusciante na guitarra.

6. Blood Sugar Sex Magik e revolução.

O disco Blood Sugar Sex Magik foi lançado no mítico ano de 1991, quando o rock passou por uma revolução avassaladora. O som hedonista e afetado de bandas como Guns n’ Roses e Skid Row foi atropelado pelos gritos inconformados de Kurt Cobain, mas também pelo ritmo alucinante e irresistível dos Chilli Peppers. O disco é irretocável, recheado de singles de sucesso, e tudo isso se deve á união simbiótica entre a banda e o produtor Rick Rubin. Enquanto a banda se ocupou de escrever melodias e letras, Rubin foi meticuloso ao explorar timbres e ambiências. A guitarra de Frusciante em músicas como The Power of Equality e Suck My Kiss são impressionantes. Tem peso, saturação, mas uma definição marcante. O baixo de Flea em Give it Away e Mellowship Slinky in B Major, por exemplo tem um som potente, a bateria de Chad Smith é brilhante, com sons de bumbo e caixa memoráveis! Rick Rubin seguiu produzindo discos dos Chilli Peppers por muitos anos. Mas foi neste disco que a engrenagem, realmente começou a funcionar. E o som de Blood Sugar Sex Magik instantaneamente se tornou referência e inspiração para incontáveis bandas que viriam a seguir.

7. Californication e redenção.

Não por acaso, os dois discos mais importantes de toda a carreira dos Chilli Peppers marcam pontos de virada na indústria musical, mas também na vida dos integrantes da banda. O caso de Californication é emblemático porque representa realmente a redenção da banda. O caso mais evidente é de Frusciante, que estava fora da banda e afundado no vício de heroína, a ponto de Flea encontra-lo quase à beira da morte. Do outro lado, Anthony Kiedis também lutava contra seus próprios demônios e, após a banda praticamente se separar por conta das brigas com Dave Navarro, ele viajou para a Índia, para uma intensa recuperação. Voltou limpo e preparado para ajudar Frusciante. Assim, os Chilli Peppers se reergueram com um disco confessional, honesto e, acima de tudo, irresistível! A fórmula infalível desenvolvida em Blood Sugar Sex Magik pela banda e Rick Rubin foi aprimorada em Californication! E praticamente metade do disco virou hit, colocando mais uma vez os Chilli Peppers como uma das bandas mais influentes e respeitadas para uma nova geração quer surgia ao alvorecer do século vinte e um. Além da força musical, Californication marca uma fase de estabilidade e amadurecimento dos integrantes da banda, em especial Frusciante e Kiedis, que, desde então, não tiveram mais episódios de envolvimento com drogas e mantém uma vida produtiva e saudável.

8. 2022 e o surto criativo.

O ano de 2019 terminou com a notícia de que Klinghoffer estava fora e Frusciante estava de volta aos Chilli Peppers. 2020 começou cheio de esperança e com os Chilli Peppers prometendo disco novo, compondo incansavelmente, até que em março… tudo parou. Um ano depois, com o mundo se vacinando e retomando a vida, os Chilli Peppers também voltaram a se reunir e compor. E compuseram muito, mas muito mesmo! No início de 2022 lançaram o disco Unlimited love, com 17 canções. No segundo semestre do mesmo ano, mais um disco é lançado, com mais 17 canções inéditas, o disco Return of the Dream Canteen. Numa entrevista Chad Smith admitiu que a banda sempre compunha material extra para seus discos, ou seja, sempre ficam umas canções de fora. Mas depois da pandemia e tudo, eles pensaram: ˜Qual o sentido de ficar guardando essas canções?” E eles realmente estavam compondo numa quantidade impressionante e canções com qualidade. Assim, decidiram lançar dois discos com quase vinte músicas cada, no mesmo ano. O que só nos permite concluir uma coisa: Dos Red Hot Chilli Peppers você pode esperar qualquer coisa!

Para conhecer em detalhes toda a trajetória do Red Hot Chilli Peppers, se liga no dossiê sobre a banda em duas parters, que publicamos aqui no blog ano passado.
Dossiê RHCP parte 1
Dossiê RHCP parte 2

De fato, os Chilli Peppers são encantadores! Não só uma banda com músicas arrebatadoras, divertidas e dançantes, como também um grupo de pessoas inspiradoras, verdadeiras e talentosas! Tal qual a Strip Me, os Chilli Peppers são barulho, diversão e arte! E o que mais a gente pode querer nessa vida? Por isso, nós temos camisetas inspiradas e referenciando a vida e obra dos Red Hot Chilli Peppers, que são lindas e ideais para você curtir em qualquer rolê e, é claro, nos shows da banda! É só dar uma olhada no nosso site, na coleção de camisetas de música. Aí você aproveita e já confere as camisetas de cinema, arte, cultura pop, bebidas, e muito mais! Além disso, na nossa loja você também fica por dentro dos lançamentos, que pintam por lá toda semana!

Vai fundo!

Para ouvir: Claro, uma playlist no capricho com o que de melhor os Chilli Peppers fizeram, mas aqui vamos priorizar a produção da banda tendo o Frusciante como guitarrista. RHCP Top 10 Tracks.

Para ler: O livro Acid for the Children é a autobiografia de Mike Balzary, mais conhecido como Flea! O livro é delicioso de se ler, com uma linguagem fluida e bem humorada, com capítulos curtos e histórias muito saborosas da infância e adolescente do baixista. O livro saiu no Brasil pela editora Belas Letras. Vale a pena demais a leitura!

10 fatos que você precisa saber sobre o samba.

10 fatos que você precisa saber sobre o samba.

O samba é a voz do Brasil. Por isso, é fundamental que a gente o conheça muito bem. A Strip Me está aqui hoje para te contar 10 coisas que você precisa saber sobre o samba.

Falar sobre o samba, em especial sua origem e e fundamentos, parece uma tarefa simples, mas não é. Trata-se de uma música que faz parte da nossa identidade, quer você goste dele ou não. Certa vez, o músico César Camargo Mariano, um brilhante arranjador, também conhecido por ter sido casado com Elis Regina, disse numa conversa sobre música e mistura de elementos do jazz com o samba, que ele não era um jazzista, jamais poderia ser, mas usa elementos daquela linguagem para se expressar musicalmente. Uma declaração muito sensata. O jazz é uma música que surgiu das plantações de algodão no sul dos Estados Unidos, somente quem cresceu naquele contexto, ouvindo as histórias e sentindo as vibrações daqueles sons pode ser considerado um jazzista genuíno. E o mesmo acontece conosco, com o samba. Faz sentido que qualquer brasileiro, que tenha contato com sua história e se envolva com música brasileira, possa ser considerado um sambista. Mas, claro, uns sempre serão mais sambistas que outros.

O samba, e todas as suas variações ao longo da história, é uma das mais importantes manifestações artísticas do brasileiro, mas principalmente dos africanos escravizados, que aqui criaram raízes. Assim como o jazz nos Estados Unidos, o samba por aqui veio das cantigas e dos batuques dos negros em suas lamentações e também celebrações ritualísticas. Isso foi se misturando às músicas de origem européias e acabou no que conhecemos como o samba e o choro. Toda a trajetória do samba é uma história longa e interessantíssima. E a Strip Me, sempre afim de te contar boas histórias, hoje traz 10 fatos fundamentais sobre o samba, pra você poder batucar com propriedade na mesa do bar.

Samba – Di Cavalcanti (1925)

Origem.

A origem do samba é controversa, uns dizem que surgiu na Bahia, outros no Rio de Janeiro… mas seja onde for, o fato é que foi uma evolução das cantigas tradicionais africanas, misturadas às músicas populares européias. Mas podemos considerar, por ser algo documentado, que o samba nasceu na extinta Praça Onze, no Rio de Janeiro. A Praça Onze era uma praça no bairro Cidade Nova, no Rio de Janeiro, um pouco ao norte do centro histórico da cidade. Aquela região foi largamente habitada por negros, escravizados recém libertos, após a assinatura da Lei Áurea no fim do século dezenove. Particularmente, na casa de uma baiana bem sucedida, que morava de frente para a praça e era uma excelente cozinheira, alguns músicos se reuniam no início do século XX. Entre eles, Donga, João da Baiana, Sinhô e Pixinguinha. Também foi na Praça Onze que aconteceram as primeiras reuniões populares carnavalescas, que dariam origem às escolas de samba. Na década de 1940, o então presidente do Brasil, Getúlio Vargas mandou abrir uma vasta avenida que ligaria o centro à zona norte do Rio. Essa avenida, que acabou levando seu nome, inclusive, passou por cima da Praça Onze, deixando somente sua história de pé.

Primeiro registro.

Reza a lenda que o primeiro samba gravado foi composto justamente na casa da tal baiana, em frente a Praça Onze. Segundo contam os sambistas mais antigos, que viveram naquela época, a música Pelo Telefone surgiu de improviso numa roda de samba, na qual estavam presentes Donga, Sinhô, Pixinguinha, João da Baiana, Caninha e Lalau de Ouro em outubro de 1916. Porém, na hora de registrar a canção, Donga ficou com o crédito. Em novembro do mesmo ano, Donga deu entrada no Departamento de Direitos Autorais da Biblioteca Nacional a partitura do samba, partitura esta escrita por Pixinguinha. Donga gravou Pelo Telefone em 1917. Na época fez muito sucesso no carnaval, e depois foi amplamente revisitada décadas depois por artistas como Martinho da Vila.

Samba popular.

Até o início da década de 1930, o samba era música de gueto, coisa preto e pobre. As coisas começaram a mudar quando intérpretes das grandes rádios começaram a cantar alguns sambas. Além das rádios, o Brasil estava sendo governado por Getúlio Vargas, um ditador, mas também um astuto populista. Ele viu no samba uma maneira de se comunicar melhor com o povo, promoveu shows e elogiava alguns artistas. É verdade também que nessa época rolou uma tentativa de branquear o samba. Enquanto os grandes compositores como Donga e Pixinguinha não apareciam nunca como intérpretes, Francisco Alves e Lamartine Babo tinham alta circulação nos cartazes das principais rádios do país. 

Revolução de 1930.

Calma. Não estamos aqui pra falar de política. Estamos aqui pra falar da verdadeira revolução de 1930! Até porque aquela que a gente estuda nos livros de história do colégio não foi revolução, foi golpe de estado. Mas isso não vem ao caso. O fato é que em 1930, um jovem compositor do bairro de Vila Isabel, no Rio de Janeiro, começou a compor umas músicas que mudariam o jeito de se fazer samba e colocaria o gênero no gosto popular de vez. Noel Rosa só tinha vinte anos de idade em 1930, ano que ele compôs Com que Roupa, Feitiço da Vila e Palpite Infeliz. Além de músico inventivo, Noel era um excelente letrista, usando o cotidiano e o bom humor. Seus sambas inspiraram muitos sambistas que surgiam na época, principalmente aqueles que vinham dos morros e bairros mais pobres, e que se identificavam com aquela linguagem simples. Além dos já citados, também é de Noel Rosa clássicos como Gago Apaixonado, Fita Amarela e Conversa de Botequim. O sambista revolucionou o samba, mas não viveu suficiente para viver suas glórias. Ele faleceu aos 26 anos de idade, em 1936, vítima da tuberculose.

Sem Título – Carybé (1984)

Samba consolidado.

Entre as décadas de 1940 e 1950 o samba se estabeleceu como grande expressão popular. Bairros e comunidades se organizavam para criar escolas de samba, e cada uma tinha um grupo de compositores. Neste contexto surgem nomes como Cartola, Nelson Sargento, Nelson do Cavaquinho, Zé Keti, Lupicínio Rodrigues, Élton Medeiros e Adoniran Barbosa. Porém, esses sambistas todos acabam vivendo quase no anonimato, pois eram compositores, mas suas músicas ficavam conhecidas nas vozes de intérpretes como Orlando Silva e Nelson Gonçalves. Ainda assim, esse foi um período importantíssimo, de consolidação do samba. Estava tudo pronto para que mais uma revolução acontecesse.

Velho samba e bossa nova.

Considerado o inventor da bossa nova, com sua batida característica ao violão e o jeito de cantar baixinho, João Gilberto certa vez explicou que sempre quis aprender a tocar samba no violão, mas achava muito difícil. Foi então que escolheu, entre os diferentes acompanhamentos rítmicos, a levada do tamborim para executar na mão direita, enquanto, na mão esquerda, misturava acordes do samba com harmonias truncadas de jazz que ele também adorava. Pronto, surgiu a bossa nova! E não dá pra dizer que a bossa nova não é samba, porque é sim! Mas também é algo mais. É um samba sofisticado, contemporâneo. Tanto é que logo ganhou o mundo. Mas era coisa de jovem universitário, de classe média alta. No meio daquela playboyzada toda, foi uma garotinha tímida que se ligou que o samba de verdade não estava nas praias do Leblon, mas nos morros do centro da cidade.

Resgatando o samba.

Foi Nara Leão que se desgarrou do grupo e foi procurar os velhos sambistas. Em seu primeiro disco, ela não quis gravar as bossas de seus amigos, como Menescal e Carlos Lyra. Preferiu subir o morro e procurar os sambas de Cartola e Zé Kéti. Foi quando esses compositores começaram a ganhar notoriedade e reconhecimento. A turma da bossa nova era formadora de opinião e logo esses sambistas, que ali pelos anos 60, comecinho dos 70, até já estavam com certa idade, mas conseguiram usufruir dessa popularidade tardia. Foi quando, por exemplo, Cartola promovia grandes encontros em seu bar, o Zicartola, onde jovens compositores como Paulinho da Viola e Chico Buarque deram seus primeiros acordes. Depois de Nara Leão, outro nome fundamental para o samba foi João Carlos Botezelli, mais conhecido como Pelão. Pelão foi um produtor musical dos bons. Fã de boa música, quando ele viu Nara Leão e tantos outros jovens gravando os velhos mestres do samba, se perguntou por que diabos ninguém pensou em fazer com que eles próprios gravassem suas canções. Pelão foi responsável pelos discos clássicos de Adoniran Barbosa, Cartola e Nelson Cavaquinho interpretando seus próprios sambas, todos com mais de sessenta e tantos anos, com a voz cansada, mas com uma emoção incomparável!


Carnaval – Cândido Portinari (1960)

Samba regional.

A tendência é que a gente identifique o samba como uma manifestação tipicamente carioca. De fato, grande parte dos grandes expoentes do samba são do Rio de Janeiro. Mas o samba é brasileiro, e se manifesta em diferentes regiões do país, e cada região tem um tempero, uma peculiaridade. Para começar, podemos citar um dos maiores gênios do samba: Lupicínio Rodrigues. Nascido e criado em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Entre milongas e bugios, Lupicínio encontrou no samba a maneira de expressar seus amores e desilusões. Além de ter sido o criador do termo “dor de cotovelo”, ele compôs clássicos como Felicidade e Nervos de Aço. Já o paulistaníssimo Adoniran Barbosa criou um samba cosmopolita, urbano e até mesmo poliglota, versando em italiano e paulistanês. Já com influências das religiões de matrizes africanas e seus afoxés, a Bahia também sempre foi um expoente de bom samba, tendo como seu maior nome o inigualável Dorival Caymmi. Enfim, samba tem no Brasil inteiro, com diferente sotaques, mas sempre com muita qualidade.

Samba 90.

Apesar de não serem tão numerosos até os anos 70, grupos de samba sempre existiram. Desde O Bando da Lua, conjunto que acompanhava Carmem Miranda, até Os Originais do Samba, passando pelos Demônios da Garoa. Mas a partir dos anos 70 e 80 o sucesso do Trio Mocotó e do grupo Fundo de Quintal inspirou muitos jovens a formarem seus próprios grupos e também atiçou o faro das gravadoras. Nos anos 80 grupos como Raça Negra e Exaltasamba já davam suas primeira batucadas. E a coisa estourou mesmo nos anos 90, com uma enxurrada de grupos como Só pra Contrariar, Negritude Jr. Soweto, Art Popular e tantos outros. Fenômeno que ficou conhecido como pagode anos 90, e que faz sucesso até hoje. Não se trata exatamente de uma reinvenção do samba, mas sim uma modernização, dando ao gênero um verniz mais pop.

Carnaval em Madureira – Tarsila do Amaral (1924)

Samba de hoje.

Em 1975 Alcione já pedia pra não deixar o samba morrer. Até hoje seu pedido está sendo cumprido com êxito. A cada geração que surge, o samba é revisitado e repensado, se adaptando a novas linguagens e tecnologias, mas sem deixar o tradicionalismo pra trás. Enquanto nomes como Xande de Pilares e Mumuzinho levam adiante o samba de raiz, caras como Criolo e Marcelo D2 colocam o samba num caldeirão de rap, hip hop, soul e funk para trazer à tona grandes obras.  Em especial Marcelo D2 tem se mostrado um verdadeiro alquimista do samba. Em 2003 lançou o irretocável disco À Procura da Batida Perfeita, e desde então vem lançando trabalhos muito inspirados. Seu último disco, lançado em 2023, chamado Iboru é um disco de samba como há muito tempo não se via, uma mistura fina de tradição e contemporaneidade. O samba ainda vive, e não dá sinais de cansaço.

O samba é coisa nossa, é suco de Brasil, é música da nossa essência! E a Strip Me, que não é ruim da cabeça e nem doente do pé, ajuda no batuque e engrossa o coro de lerê lererê. Só no sapatinho, vamos fazendo várias camisetas, uma mais linda que a outra, inspiradas e referenciando o samba! Vem conferir no nosso site! São camisetas de música, cultura pop, arte, cinema, bebidas, brasilidades e muito mais! Na nossa loja você também fica sempre por dentro dos nossos lançamentos, que pintam toda semana!

Vai fundo!

Para ouvir: Claro, uma playlist no capricho com o melhor so samba de todos os tempos! Samba no pé top 10 Tracks.

Para assistir: Imperdível o documentário O Samba, lançado em 2015 e dirigido por Georges Gachot. O filme tem Martinho da Vila como protagonista. Ele conta histórias do samba e de sua própria carreira, enquanto apresenta ao expectador o bairro de Vila Isabel, terra de Noel Rosa e do próprio Martinho, além de mostrar bastidores da escola de samba da comunidade, por vários anos vencedora do carnaval carioca. 

Foo Fighters One by One: Todos os discos, do pior ao melhor!

Foo Fighters One by One: Todos os discos, do pior ao melhor!

O queridão Dave Grohl e sua turma tocam no Brasil neste fim de semana. Para esquentar os motores para os shows, a Strip Me deu uma geral na discografia da banda.

É realmente incrível que os Foo Fighters estejam em turnê depois de tanta coisa. Nós, brasileiros, lembramos muito bem de março do ano passado, quando fomos surpreendidos com o cancelamento do show da banda no Lollapalooza, por conta da morte de Taylor Hawkins. Em agosto do mesmo ano, a mãe de Dave Grohl também faleceu, deixando o vocalista despedaçado. Com tanta tragédia, era de se esperar que a banda, ainda que não encerrasse oficialmente suas atividades, pelo menos embarcasse num hiato por um período de tempo. Mas qual o quê! Após poucos meses de luto, os Foos se juntaram em estúdio com um novo baterista, o competente Josh Freese, e conceberam, simplesmente, um dos melhores discos de 2023, o excelente But Here We Are. O disco saiu em junho deste ano e a banda já está em turnê mundo afora. Eles tocam no Brasil no dia 7 de setembro em Curitiba e no dia 9 em São Paulo, como atração do festival The Town.

Para se preparar para os shows, nada melhor do que dar uma geral na carreira da banda e ouvir alguns discos. Por isso, a Strip Me realizou a quase hercúlea tarefa de selecionar todos os discos dos Foo Fighters do pior ao melhor. Então confere aí como ficou essa lista. Ah, sim, estão inclusos aqui somente os 11 discos de estúdio, com canções inéditas. Discos ao vivo e coletâneas não entraram.

11 Concrete and Gold (2017)

No final de 2015 os Foo Fighters lançaram um EP chamado Saint Cecilia, com 5 canções. O lançamento foi feito em homenagem às vítimas dos atentados terroristas de Paris, em novembro daquele ano. Com o EP. Dave Grohl divulgou uma carta aberta, que dava a entender que a banda poderia encerrar as atividades, mas que um novo disco seria feito antes. Este disco é Concrete and Gold. Sem dúvida o disco menos inspirado dos Foo Fighters, apesar das boas influências que ele carrega. Dave Grohl parece ter entrado no estúdio com o Álbum Branco dos Beatles embaixo do braço. Mais do que isso, Paul McCartney em pessoa participa do disco. Talvez a sanha de misturar essas influências sessentistas com o rock de arena da banda tenha feito Dave Grohl escrever boas canções, mas sem aquele brilho que faz o parquinho pegar fogo. É um disco morno. A maior prova de que a banda estava desmotivada e sem vontade de trabalhar pra valer é que subutilizaram a presença de Paul McCartney, o colocando para tocar bateria em uma das faixas, e nada mais!

10 Sonic Highways (2014)

Em 2012 Dave Grohl disse que os Foo Fighters fariam uma pausa por tempo indeterminado, para descansar, depois de anos ininterruptos de turnês intermináveis. Mas, como tem gente que gosta de descansar carregando pedra, Grohl pegou esse tempo livre e concebeu o ótimo documentário Sound City. Em meados de 2013 já rolava um zum zum zum de que a banda estava em estúdio produzindo material novo. Em dezembro, Grohl confirmou os boatos e disse que o disco já tinha nome, Sonic Highways, e que seria feito de uma maneira muito diferente. De fato, o disco foi gravado na estrada, cada música gravada numa cidade diferente com algum convidado local e com um contexto. A ideia é realmente ótima. Mas nem sempre uma boa idéia acaba sendo bem realizada. O disco é irregular e sem inspiração nenhuma. Sabe quando a gente vê na tv aqueles reality shows de culinária e alguém faz um prato lindo, cheio de conceito, mas que quando os jurados provam, não tem gosto de nada? Então. É isso. Sonic Highways é um um prato lindo e cheio de conceito, mas sem nenhum tompêro.

9 In Your Honor (2005)

Apesar de Dave Grohl parecer um cara simples, sem afetações, hábitos excêntricos ou vaidade, ele certamente tem alguns arroubos de megalomania em se tratando de música. In Your Honor foi o primeiro deles. Depois de passar meses compondo ao violão em sua casa, Grohl decidiu que o próximo disco dos Foos seria um disco duplo, onde um disco conteria somente músicas agitadas e cheias de distorção e outro somente com faixas acústicas. Além disso, o vocalista acabara de construir em sua casa, em LA, um estúdio profissional. Foi lá que a banda gravou todo o disco, e também a banda assina a produção da obra. É complicado dizer que o disco que entrega Best of You é um dos mais fracos da banda. Mas é a mais pura verdade. A real é que o disco plugado é bem bom e traz os destaques do álbum como um todo. Best of You, DOA e No Way Back são ótimas músicas. Do acústico, salvam-se ali Friend of a Friend e Miracle. O fato é que se condensassem os dois discos num só, teríamos um álbum muito bom. Mas acaba ficando pra trás por ser um disco longo e cansativo, com uma ou outra pérola no caminho.

8 Medicine of Midnight (2021)

Apesar da recepção fria de Concrete and Gold por parte de crítica e público em 2017, a banda se lançou em suas costumeiras turnês mundiais e tudo estava bem. Em 2019 Grohl já acumulava uma boa quantidade de músicas novas e a banda começou a produzir o disco no fim daquele ano. Era para o disco sair no início de 2020. E aqui entra aquela frase, a mais dita na década atual: Mas aí veio a pandemia, né? Por fim, o disco foi lançado em fevereiro de 2021 e foi uma grata surpresa! A banda que vinha desacreditada, depois de dois discos fracos, ressurgiu com um disco moderno, inspirado e divertido de se ouvir, sem perder a mão do bom, velho e sujo rock n` roll. O disco equilibra bem as guitarras saturadas com batidas e ritmos inspirados, com Taylor Hawkins em seu auge como baterista. O disco emula um som oitentista, mas sem soar datado. Em vários momentos lembra Bowie na fase Let`s Dance/Scary Monsters. Um disco revigorante para uma banda que estava se perdendo dentro de si mesma.

7 Echoes, Silence, Patience and Grace. (2007)

Lá em 1997, depois de uma exaustiva turnê, Pat Smear, guitarrista que acompanhava Grohl em empreitadas musicais desde os tempos do Nirvana, resolveu deixar os Foo Fighters, alegando esgotamento. Em 2005, durante a turnê de In Your Honor, Pat Smear fez algumas participações com a banda, mas ainda receoso de voltar definitivamente. Ainda sem Smear de volta, mas vira e mexe tocando em alguns shows, a banda lança o ao vivo Skin and Bones em 2006 e se recolhe para compor material novo. Para alavancar o disco,. Grohl convidou o produtor Gil Norton, responsável pelo clássico The Colour and the Shape e Pat Smear para gravar uma canção. Echoes, Silence, Patience and Grace foi recebido com entusiasmo. Emplacou 3 singles no primeiro lugar da Billboard e trouxe de volta um Foo Fighters direto e cheio de energia, com grandes canções como The Pretender, Long Road to Ruin e Let it Die. É um disco que só não está mais perto do top 5 porque acaba tendo algumas canções sem graça, que tornam o disco um pouco cansativo do meio para o fim. É o caso da balada insossa Stranger Things Have Happened e da dispensável instrumental Ballad of the Beaconsfield Miners.

6 But Here We Are (2023)

Como foi dito no início, é fantástico que depois de tanta tragédia, em especial para Dave Grohl, a banda esteja tão afiada, e tenha concebido um disco tão brilhante. Mas, na real, é aquela coisa, a dor foi transformada em música. A faixa título do disco diz tudo. “Você está pronto agora? Dor. Separação. Reverência. De braços dados, estamos para sempre. Eu te dei meu coração. Mas aqui estamos nós.” Acontece que, além dessa carga dramática toda transformada em arte, Dave Grohl foi capaz de revisitar praticamente todas as fases da banda, em especial as mais prolíficas. Show me How e Under You poderiam facilmente figurar entre o repertório de There`s Nothing Left to Lose. Rescued poderia estar no The Colour and the Shape. But Here We Are é um disco coeso, empolgante e inspirador! Só não entrou no top 5 porque… porra, porque daqui pra frente é só disco muito f#d@!

5 One by One (2002)

One by One é o terceiro disco da banda. Foi concebido em meio a muita treta e insegurança. O disco anterior, There`s Nothing Left to Lose tinha ido super bem, rolou uma mega turnê bem sucedida… mas quando a banda parou para compor novas canções o clima não foi dos melhores. Discussões começaram a pintar entre os músicos quanto a que rumo tomar com o novo disco, estavam inseguros com relação a qualidade das novas músicas… E, numa hora de crise, Dave Grohl fez o que qualquer um faria: Deixou tudo de lado e foi tocar bateria com outra banda. Grohl assumiu temporariamente as baquetas do Queens of the Stone Age e, com eles, gravou o disco Songs for the Deaf e saiu em turnê com a banda no primeiro semestre de 2002. No segundo semestre, os Foo Fighters estavam escalados para tocar em alguns festivais. Mas o clima estava péssimo, e a banda em voltas de terminar. Porém, os shows que fizeram foram muito empolgantes, a banda se reconectou e foi todo mundo para Alexandria, cidade do estado de Washington onde Grohl morava, e gravaram ali o One By One. E é um petardo. O disco já abre com All My Life. Depois seguem Times Like These, Tired of You, Halo, Burn Away e muitas outras. Um disco sensacional! Talvez um pouco longo (15 canções). Mas ainda assim, um disco muitíssimo acima da média.

4 Foo Fighters (1995)

O primeiro disco dos Foo Fighters é um disco solo do Dave Grohl. Ele só batizou a obra como Foo Fighters porque não queria que o disco ficasse conhecido como “o disco do cara do Nirvana”. Funcionou. O disco foi gravado em outubro de 1994, seis meses depois de Kurt Cobain cometer suicídio. Após a morte de Cobain, Dave Grohl cogitou abandonar a vida de músico. Mas acabou encontrando na música uma forma de se curar. Ele já vinha compondo algumas músicas desde 1991, 1992, quando morou com Kurt compôs músicas como Marigold, que chegou a ser gravada pelo Nirvana. Depois de gravar e batizar a compilação de músicas simplesmente como Foo Fighters, Grohl saiu distribuindo cópias. Quando viu que todo mundo curtiu e tinha até uma gravadora interessada, recrutou Nate Mendel e William Goldsmith, baixista e baterista da banda Sunny Day Real Estate, e Pat Smear, seu parceiro no Nirvana, e colocou a banda na estrada para divulgar o disco. Assim surgiu Foo Fighters como banda propriamente dita. Ah, sim, e o disco é ótimo, assim como em But Here We Are quase trinta anos depois, Grohl transformou sofrimento em grandes canções. Destaque para Big Me, This is a Call, Alone + Easy Target e I`ll Stick Around. É um disco com grandes canções, mas sem muito equilíbrio. Mas Dave Grohl só estava começando a moldar sua inigualável fórmula para unir barulho e melodia.

3 Wasting Light (2011)

Em 2009 os Foo Fighters encerraram a turnê do disco Echoes, Silence, Patience and Grace e resolveram tirar uns meses de férias. Mais uma vez, Dave Grohl foi descansar carregando pedra e montou a banda Them Crooked Vultures, uma superbanda na real, já que contava com Grohl na bateria, Josh Homme, do Queens of the Stone Age, na guitarra e ninguém menos que John Paul Jones, ex baixista do Led Zeppelin! A banda passou o ano fazendo shows e gravou um ótimo disco. Com todo mundo descansado e cheio de energia, os Foo Fighters voltam a se reunir em 2010 e Pat Smear é oficialmente reintegrado à banda. E os planos eram promissores. O novo disco seria gravado na garagem da casa de Dave Grohl, usando somente equipamentos analógicos e tendo como produtor Butch Vig, o cara que produziu o Nevermind, o clássico do Nirvana. Tudo conspirou e o disco é sensacional! Pesado, com boas melodias e algumas canções memoráveis. A cereja no bolo para os fãs mais antigos de Dave Grohl foi a participação de Krist Novoselic no disco. O ex baixista do Nirvana toca na faixa I Should Have Known. O disco ainda conta com a participação de Bob Mould, do Husker Dü, tocando guitarra e fazendo backing vocals em Dear Rosemary, umas das melhores músicas do disco. Wasting Light é um dos melhores discos dos Foos por trazer canções brilhantes interpretadas por uma banda madura e bem entrosada.

2 There’s Nothing Left To Lose (1999)

Fãs do Foo Fighters com uma queda por rock mais pesado certamente colocariam Wasting Light como o segundo melhor disco da banda. Mas vamos segurar essa emoção e pensar racionalmente. There`s Nothing Left To Lose é um disco impecável. Mas como Dave Grohl e companhia chegaram a ele?  Bom, pra começo de conversa, este disco marca a entrada de Taylor Hawkins na bateria. Na real, foi uma fase de muita mudança na formação da banda. Vamos lembrar que Pat Smear deixou a banda em 1997, depois da tour de The Colour and the Shape. O baterista William Goldsmith também já tinha deixado a banda. Goldsmith foi substituído por Hawkins e Pat Smear foi substituído por Franz Stahl, guitarrista que tocara com Grohl na banda Scream nos anos 80. Em 1998 Grohl, Mendel, Stahl e Hawkins se reuniram para compor material para um disco novo. Porém, as ideias não estavam batendo entre Stahl e o resto da banda, o que culminou em sua demissão. There`s Nothing Left To Lose foi concebido e gravado basicamente pelo trio Grohl, Mendel e Hawkins. Como sempre, na adversidade, Dave Grohl tira da cartola canções inspiradíssimas. Trata-se de um disco impecável porque é nele que Grohl encontrou o equilíbrio perfeito na sua fórmula de misturar barulho e melodia. A união do Teenage Fanclub com o Motorhead. Neste disco estão clássicos absolutos como Learn to Fly, Next Year, Breakout e Generator, além de pérolas como Aurora e Headwires. É um disco que não tem como não gostar!

1 The Colour and the Shape (1997)

Quis o destino que o disco mais impactante e que ficaria para sempre estabelecido como o melhor  de toda a obra da banda de Dave Grohl fosse o segundo disco, assim como Nevermind foi o segundo disco do Nirvana. E não é exagero nenhum cravar que The Colour and the Shape é um dos melhores discos da segunda metade dos anos 90. Depois de gravar sozinho o disco de estreia da banda, Dave Grohl conseguiu o que queria. Não ser mais visto como “o cara do Nirvana”, mas sim como o vocalista dos Foo Fighters. A boa aceitação da de crítica e público e a boa relação entre os músicos dentro da banda, que na época contava com Dave Grohl e Pat Smear nas guitarras, Nate Mendel no baixo e William Goldsmith na bateria, inspirou Grohl a compor canções grandiosas e irresistíveis! Vale dizer aqui que uma das grandes forças do disco é a bateria cavalar… que foi gravada pelo próprio Dave Grohl. Reza a lenda que, após ouvir a primeira mixagem das músicas, com Goldsmith na bateria, Grohl achou as baterias das músicas sem pegada, sem inspiração. E ele foi lá e regravou tudo. Lógico que Goldsmith ficou puto e saiu da banda. Foi quando Grohl, que precisava de alguém pra começar a tour do disco, conseguiu convencer o baterista da banda da Alanis Morissette a abandonar a cantora e se juntar a ele nos Foos. E Taylor Hawkins estava dentro. Bom, The Colour and the Shape é um disco brilhante, impecável e atemporal. Duvida? Ouça ele inteiro. O disco fala por si. E ali estão alguns dos maiores clássicos da banda, como Monkey Wrench, Everlong e My Hero.

Certa vez, Grohl disse numa entrevista: “Adoro estar em uma banda de rock, mas não sei se necessariamente quero estar em uma banda de rock alternativo dos anos 90 pelo resto da minha vida.” A frase é perfeita e explica a longevidade dos Foo Fighters. Fazer o que ama, mas não se acomodar. Procurar sempre inovar, encontrar caminhos diferentes, mas sem perder a personalidade e originalidade. Uma inspiração e tanto para a Strip Me, que está às margens de completar 10 anos de barulho, diversão e arte, procurando sempre novos caminhos. E é claro que você encontra estampas referentes aos Foo Fighters e muitas outras bandas na nossa coleção de camisetas de música, pra você curtir o show dos Foos no maior estilo! Além disso, na nossa loja ainda tem as camisetas de cinema, bebidas, arte, cultura pop e muito mais. Dá uma olhada lá no nosso site, e aproveita para ficar por dentro dos nossos lançamentos, que pintam toda semana!

Vai fundo!

Para ouvir: Nossa prática aqui é sempre fazer um top 10. Mas hoje vamos abrir uma exceção para essa banda tão maravilhosa e fazer um top 11, com uma música de cada discos dos Foo Fighters. Mas não aquelas óbvias, tá? Everlong, Learn to Fly, Best of You… todo mundo conhece. Vamos pinçar aqui músicas menos óbvias, porém igualmente excelentes. Foo Fighters top 11 Tracks.

Para assistir: É imperdível o divertidíssimo documentário Foo Fighters Back and Forth, dirigido pelo James Moll e lançado em 2011, praticamente junto com o disco Wasting Light. O doc dá uma geral na história da banda e apresenta sua trajetória desde as gravações de Grohl sozinho 1994 até os bastidores de Wasting Light. Enfim, é bom demais e vale a pena ver.

Para ler: Dave Grohl já foi contemplado com pelo menos três bons livros contando sua trajetória. Mas o definitivo, claro, é o escrito por ele mesmo. Bom humorado e com muita fluidez Grohl escreve suas memórias no excelente livro Contador de Histórias: Memórias da Vida e Música, lançado em 2022 no Brasil pela editora Intrínseca. Leitura recomendada!

81 fatos que atestam a genialidade Paul McCartney.

81 fatos que atestam a genialidade Paul McCartney.

O bom e velho Macca completou 81 anos de idade neste ano e passará pelo Brasil com sua turnê mundial! E a Strip Me traz 81 fatos pra te inspirar a conferir os shows e toda a obra de Sir Paul McCartney.

Dia 18 de junho deste ano Paul McCartney completou 81 anos de idade. Para um ser humano comum, é uma fase da vida em que a pessoa quer descansar, curtir a vida e tomar alguns remédios. Mas McCartney não é uma pessoa comum. Não só ele foi co-fundador da maior banda de rock da história e escreveu algumas das músicas mais famosas da era contemporânea, como é um cara que não pensa em parar de trabalhar! Faz menos de três anos que lançou um disco de inéditas, com canções de altíssimo nível e está em turnê pelo mundo, com a sua Got Back Tour. Semana passada os ingressos que foram colocados á venda para os shows no Brasil se esgotaram em questão de segundos.

Para entrar no clima de empolgação e expectativa para os shows do Macca no Brasil, a Strip Me compilou um fato para cada ano de  vida de Paul, para comprovar de uma vez por todas que ele é o maior artista da música pop ainda vivo.

1 – Nasceu em 1942 numa família de classe média baixa, em Liverpool. Apesar da pouca grana, foi incentivado a estudar e se dedicar às artes desde muito pequeno.

2 – Com 13 anos de idade já tocava trompete, seu primeiro instrumento. Mas o trocou pelo violão para poder cantar.

3 – Não só aprendeu a tocar violão por conta própria, como, sendo canhoto, inverteu as cordas para se adaptar melhor.

4 – Aos 14 anos de idade já compôs sua primeira canção.

5 – Ainda em 1956, aos 14 anos, sua mãe morreu de câncer. Ele se apoiou na música para superar a perda.

6 – 1956 realmente foi um ano importante. Paul conheceu John Lennon e o impressionou ao tocar Twenty Flight Rock, do Eddie Cochran. Dias depois John o convidou para montar uma banda.

7 – Foi co-fundador da maior banda de rock de todos os tempos.

8 – Logo de cara, Paul e John fizeram um acordo, baseado apenas num aperto de mão, que todas as suas canções seriam creditadas aos dois, mesmo que uma ou outra canção fosse toda de autoria de um deles. Esse acordo se manteve de pé até a separação da banda em 1969.

9 – Em 1960 Paul fez com os Beatles sua primeira tour internacional. Com apenas 18 anos tocava nos inferninhos de Hamburgo, Alemanha, onde a banda chegava a se apresentar por 5 horas seguidas.

10 – Em 1961 abriu mão de ser guitarrista para assumir o baixo nos Beatles, substituindo Stu Sutcliffe.

11 – Imortalizou o baixo da marca Hofner.

12 – Em 1962 compôs seu primeiro hit, Love Me Do, que catapultou a carreira dos Beatles.

13 – Em 1963, em parceria com John Lennon, compôs o primeira de muitas músicas que chegariam ao número 1 nos Estados Unidos. I Want To Hold Your Hand.

14 – Em 1964 colaborou com alguns diálogos no roteiro do filme A Hard Day’s Night, que em Portugal recebeu o maravilhoso título Os quatro cabeleiras do após-calypso!

15 – Compôs a música mais regravada da história em 1965. Yesterday tem mais de 2200 versões gravadas.

16 – Em 1965, na turnê que os Beatles fizeram nos Estados Unidos, Paul insistiu que se incluísse nos contratos de shows uma cláusula dizendo que a banda não tocaria em lugares onde houvesse plateias segregadas. Seus ideais anti racistas seriam ainda mais explícitos na música Blackbird, de 1968.

17 – Em 1966 lançou seu primeiro trabalho solo, compôs a trilha sonora do filme The Family Way, lançado somente na TV britânica.

18 – No mesmo ano concebeu uma de suas maiores composições, uma pequena sinfonia chamada Eleanor Rigby.

19 – Ainda em 1966 recebeu a medalha de Membro do Império Britânico, honraria dada pela rainha Elizabeth em pessoa.

20 – É protagonista de uma das mais curiosas e longevas teorias da conspiração do mundo: A que ele morreu em 1966 e foi substituído por um sósia, que está aí até hoje sendo o Paul McCartney.

21 – Concebeu todo o conceito e a maior parte das canções que formam o disco que mudou a música pop e elevou o rock ao patamar de arte. O disco Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band.

22 – Foi dono da Apple, mas isso faz muito tempo. Na época, a maçã ainda nem tinha sido mordida.

23 – Em 1969 se casou com Linda Eastman. Um casamento exemplar. Dizem que as únicas noites em que o casal não dormiu junto foram os 10 dias em que Paul ficou preso no Japão por posse de maconha.

24 – Paul é tão incrível que, mesmo quando não merece, acaba levando o crédito. Quando resolveu regravar a música Something, dos Beatles, Frank Sinatra declarou que aquela era a mais linda música de Lennon & McCartney. Acontece que Something é composição de George Harrison.

25 – Foi Paul quem elaborou e colocou em prática o projeto Get Back, que culminou no filme e no disco Let It Be, no lendário show no telhado do prédio da Apple, além do recente documentário Get Back.

26 – Aliás, foi Paul quem mais lutou para que os Beatles continuassem juntos tocando e produzindo. Ele tinha o sonho de fazer a banda voltar a tocar ao vivo, fazer shows e produzir cada vez mais musica.

27 – Porém, em 1969 a banda já estava separada, e coube a McCartney anunciar oficialmente ao mundo que os Beatles encerraram suas atividades.

28 – O fim dos Beatles desencadeou em McCartney uma forte depressão, que ele superou morando numa fazenda na Escócia e gravando seu primeiro disco solo, onde toca todos os instrumentos.

29 – Depois de sair da bad, Paul lançou seu segundo disco solo em 1971, chamado Ram. Nele está a canção Too Many People, onde Paul, que não é santo, dá umas boas alfinetadas em John Lennon, seu ex-colega de banda.

30 – Paul é workaholic como poucos. Mal superou a depressão causada pelo fim dos Beatles, já convocou seu brother Danny Laine e outros músicos para montar uma banda.

31 – Paul batizou sua banda de Wings após Linda dar a luz à Stella McCartney. O parto teve complicações e quase que mãe e filha não sobrevivem. Enquanto rezava, durante o parto, Paul teve uma visão de um par de asas, como um anjo, protegendo Linda e Stella.

32 – Paul nunca deixou de se posicionar politicamente. Em 1972 escreveu e lançou a música Give Ireland back to the Irish, após o famigerado Massacre do Domingo Sangrento.

33 – Em 1974 ganha mais um disco de platina, o primeiro com os Wings: Band on the Run.

34 – Paul colocou a amizade acima das desavenças de banda e seguiu sendo amigo de John Lennon. E eles chegaram a tocar juntos após o fim dos Beatles. Em 1974 Paul participou de uma jam session tocando bateria, com John Lennon na guitarra e vocal, Stevie Wonder no piano elétrico, Harry Nilsson no vocal, Ed Davis na guitarra e Bobby Keys no saxofone. Essa jam acabou saindo como bootleg nos anos 90 com o título A toot and a snore.

35 – Foi indicado ao Oscar de 1974 por Live and Let Die, música composta para o filme de James Bond.

36 – Paul e Linda se tornaram vegetarianos na Escócia. Lá tinham uma fazenda onde criavam carneiros. Um dia estavam almoçando um pernil e viram pela janela alguns carneiros correndo felizes pelo campo. Desde então, não comeram mais carne e passaram a divulgar o vegetarianismo.

37 – O casal também passou a militar em prol da proteção aos animais, protestando contra maus tratos e crueldade contra os animais.

38 – Até hoje, Paul exige em suas turnês que os membros da equipe não podem comer carne. Nenhum alimento animal pode ser servido no backstage dos shows e também não pode haver nenhum móvel de couro ou origem animal. Mesmo os assentos de suas limusines não podem ser de couro.

39 – Por falar em turnê, quando Paul resolveu lançar seu primeiro disco ao vivo com os Wings, não economizou e lançou logo um disco triplo, o excelente Wings Over America, talvez um dos melhores discos ao vivo da história do rock.

40 – Nunca escondeu que fuma maconha e defende sua legalização. Em 1980 foi preso em Tóquio, no aeroporto, por posse de maconha. Ele ficou detido por 10 dias. Depois do ocorrido ele declarou: “Eu sabia que não conseguiria arrumar nada para fumar por lá. Esse bagulho era muito bom para jogar privada abaixo, então resolvi levar comigo.”

41 – Paul também ama flores. Em todos os seus shows, pede que haja flores em seu camarim. Suas favoritas são lírios e rosas brancas com muita folhagem, pequenas gardênias e frésias de várias cores e tamanhos.

42 – A banda Wings se separou em 1981. Um dos principais motivos da separação é que Paul ficou com receio de continuar fazendo shows após John Lennon ter sido assassinado por um fã.

43 – A morte de John causou um impacto enorme sobre Paul. Dessa tragédia, resultou uma bela canção: Here Today, uma das mais inspiradas de toda a carreira de McCartney.

44 – Já declarou ter alguma simpatia pelo Liverpool F.C. Mas seu time do coração é o pequeno Everton, também da cidade de Liverpool.

45 – No início dos anos 80 se interessou por pintura e começou a pintar algumas telas. Sua arte mistura pintura e fotografia, numa pegada meio Pop-Art. Sua primeira exposição rolou em 1999, em Siegen, na Alemanha. As pinturas traziam retratos de Lennon, Andy Warhol e David Bowie, além de fotografias de Linda McCartney.

46 – Em 1984 escreveu, produziu e protagonizou um longa metragem. O filme não teve lá muito aceitação de crítica e público, mas rendeu um clássico, a música No More Lonely Nights, que conta com David Gilmour na guitarra, mandando um solo lindo!

47 – Paul ficou amigão de Michael Jackson, compôs algumas canções em parceira com ele e lhe deu alguns ótimos conselhos sobre o mercado da música. Os conselhos foram tão bons, que Michael Jackson acabou comprando os direitos das músicas dos Beatles, azedando assim a amizade entre os dois. Who’s bad?

48 – O fato é que o próprio Paul é dono de uma empresa, a MPL Communications, que tem os direitos de mais de 25 mil músicas, entre elas as escritas por Buddy Holly e outros artistas, além de ter os direitos de alguns musicais, como Grease, por exemplo.

49 – Indiscutivelmente canhoto, em 1988, Paul lançou o disco “CHOBBa B CCPP”, exclusivamente na União Soviética. Um disco só de covers dos anos 50 e começo dos 60.

50 – Em 1988 Paul entrou para o Rock n’ Roll Hall of Fame através dos Beatles.

51 – Em 1989, Paul não se aguentou mais e voltou a fazer shows. Foi sua primeira turnê mundial, se apresentando como artista solo, usando somente seu nome.

52 – Até hoje, é dele o recorde de maior público pagante em uma apresentação musical: 184 mil pessoas no Maracanã, no Rio de Janeiro em 1990.

53 – A apresentação de Paul no Maracanã foi tão marcante que rendeu um filme documentário chamado From Rio to Liverpool.

54 – Em 1991, mesmo sem nenhuma formação musical clássica, Paul compôs uma peça para a Royal Liverpool Philharmonic Society, pelos 150 anos da orquestra. Foi a primeira incursão de Paul na música erudita. A peça se chama Liverpool Oratorio.

55 – Se aventurou na música eletrônica em 1993 com Martin Glover, produtor e baixista do Killing Joke. O duo leva o nome Fireman e tem 3 discos lançados: “Strawberries oceans ships forest” (1993), “Rushes” (1998) e “Electric arguments” (2008). Todos muito bem sucedidos na crítica e público.

56 – Paul já apareceu nos Simpsons, junto com Linda. O casal aconselha Lisa a ser uma vegetariana consciente e tolerante.

57 – Em 1997 voltou ao palácio de Buckingham, onde foi recebido pela rainha mais uma vez e ganhou o título de Sir, ao receber a honraria de Cavaleiro do Império Britânico.

58 – Linda McCartney morreu, vítima de um câncer, em abril de 1998. A morte de Linda foi devastadora para Paul, além de todo o amor pela esposa, ele havia perdido sua mãe pela mesma doença 40 anos antes.

59 – Para se recuperar da morte de Linda, Paul mergulhou no trabalho. Para isso, formou uma super banda, com David Gilmour, do Pink Floyd, na guitarra, Ian Paice, do Deep Purple, na bateria e Geraint Watkins, do Status Quo, no teclado. Com essa banda, gravou o disco Run, Devil, Run!

60 – Em 1999 Paul mais uma vez entrou para o Rock n’ Roll Hall of Fame, mas desta vez como artista solo.

61 – Quando o World Trade Center foi derrubado em 11 de setembro de 2001, ele estava em um avião pronto para decolar em Nova York. Foi forçado a ficar na cidade e acabou organizando um concerto no Madison Square Garden em prol das vítimas, com a participação de Elton John, David Bowie, Pete Townshend, Eric Clapton, Mick Jagger e outros.

62 – Se casou novamente em 2002 com Heather Mills, modelo e ativista dos direitos dos deficientes físicos. Com ela, Paul também apoiou muitos projetos contra o uso de minas terrestres.

63 – Paul já figurou entre as 10 pessoas mais ricas do Reino Unido, com uma fortuna avaliada em aproximadamente 1,2 bilhões de libras.

64 – Mas ele perdeu boa parte dessa grana ao se divorciar de Heather Mills em 2006. A modelo ficou com 23,7 milhões de libras!

65 – Foi eleito, em 2008 o 11º melhor cantor de todos os tempos pela revista Rolling Stone.

66 – Em 2008 tocou pela primeira vez em Israel. Em 1965 os Beatles estavam com um show marcado por lá, mas acabaram não indo. O governo da época considerou a banda uma ameaça aos bons costumes e à juventude.

67 – Apesar de toda a treta com o Maharish em 1967, Paul seguiu desde aquela época sendo um praticante da meditação transcendental. Em 2009, participou de um evento em prol de uma fundação de meditação cujo dono é o diretor de cinema David Lynch.

68 – Paul se casou pela terceira vez em 2011, com a empresária Nancy Shevell. O casamento está de pé até hoje.

69 – Em 2011 compôs mais uma sinfonia. Desta vez para a Companhia de Balé de New York.

70 – Figurinha carimbada em praticamente todas as celebrações da realeza britânica, Paul fez um show no Palácio de Buckingham pelo Jubileu de Diamante da rainha Elizabeth II em 2012.

71 – Foi ele quem inventou a campanha Segunda Feira sem Carne em 2009 e hoje popular no mundo inteiro.

72 – É multi-instrumentista e um dos baixistas mais criativos e brilhantes de todos os tempos.

73 – É um vocalista absolutamente versátil

74 – Mr. Nice Guy. Além de sempre que possível, ser simpático e atencioso com os fãs, não economiza nas parcerias musicais. Já gravou com Michael Jackson, Elvis Costello, Stevie Wonder, Dave Grohl, Rihanna e Kanye West, além de outros artistas.

75 – Compositor mais bem sucedido do mundo segundo o Guinness Book. Lá consta como “The Most Successful Composer and Recording Artist of All Time”. São 60 discos de ouro e mais de 100 milhões de álbuns e 100 milhões de singles vendidos.

76 – Aos 76 anos de idade chegou novamente ao topo da Billboard, o disco Egypt Station chegou ao primeiro lugar da lista de mais vendidos em setembro de 2018.

77 – Em 2019 escreveu e lançou um livro infantil chamado Hey Grandude.

78 – Em 2022, aos 80 anos de idade, foi headliner do Festival de Glastonbury, se tornando o artista mais velho a se apresentar no festival, que é um dos mais importantes do mundo.

79 – Aí você pensa: O cara tá com 80 anos. Deve ser isso aí, fazer dois ou três shows grandes por ano e só.” Nada disso! Em abril do ano passado, foi anunciada a Got Back Tour, uma turnê mundial que se estende até o final de 2023! O homem não pára!

80 – Ainda hoje os ingressos para seus shows se esgotam em questão de minutos. Assim como acontece em outros lugares do mundo, os shows de Paul em São Paulo, que acontecerão dias 7, 9 e 10 de dezembro, já estão com ingressos todos vendidos, e se esgotaram em coisa de vinte minutos, no máximo meia hora.

81 – Era ele vestido de Leão Marinho no clipe de I Am the Walrus.

Se tem alguém nesse mundo que pode ser chamado de lenda viva, é Sir Paul McCartney. O homem já fez de um tudo, compôs mais de uma dezena de músicas que são clássicos incontestes, é ativista em prol do meio ambiente e dos animais, já escreveu livro pra criança, fez filme, gosta de puxar um fuminho de vez em quando e, aparentemente, é um amor de pessoa. É um queridão aqui da Strip Me, com várias estampas referentes aos Beatles. Dá uma conferida no nosso site, na coleção de camisetas de música. Além disso, lá você também encontra as coleções de arte, cinema, cultura pop e muito mais, além de ficar por dentro dos lançamentos que pintam toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Um seleção caprichada da obra de Paul McCartney. Sir Macca Top 10 tracks.

Para assistir: A gente até poderia sugerir pra você assistir ao filme Give my Regards to Broadstreet, mas ele não é assim tão bom. Melhor mesmo é mergulhar nas gravações de algumas das músicas mais incríveis já escritas, assistindo ao documentário Get Back, lançado em 2021 e dirigido pelo Peter Jackson.

Para ler. Irrepreensível e indispensável a leitura de Paul McCartney – A Biografia escrito por Philip Norman e lançado no Brasil pela Companhia das Letras. Um livro muito bem escrito e rico em detalhes. Vale a pena demais a leitura!

10 curiosidades sobre a maconha.

10 curiosidades sobre a maconha.

Como informação nunca é demais, a Strip Me traz 10 curiosidades sobre a maconha, para ajudar a dissipar a fumaça em torno do debate sobre a descriminalização da erva.

Ela tem muitos nomes. Ganja, fumo de Angola, pango, diamba, marijuana e até mesmo cigarrinho de artista. A boa e velha cannabis é conhecida da humanidade desde tempos imemoriais. E seu uso sempre foi muito diverso. Desde o consumo através do fumo, até a o uso de suas fibras para produzir tecidos e cordas. E, é claro, tem o seu uso medicinal, que tem sido cada vez mais explorado com sucesso. A maconha é mais que uma planta versátil e polivalente, é um ícone da cultura pop. E atualmente está na boca (!) de muitos políticos e da imprensa do Brasil.

O que está em discussão no STF (Supremo Tribunal Federal) atualmente avalia a constitucionalidade do artigo 28 da Lei de Drogas, de 2006, que considera crime “adquirir, guardar, ter em depósito, transportar ou trazer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar”. O debate está em torno da quantidade que pode ser considerada para consumo ou tráfico. É um passo importante rumo à descriminalização da maconha no Brasil, como já acontece no nosso vizinho Uruguai. O assunto é deveras complexo e multifacetado. Para ajudar a expandir suas ideias e conhecer um pouco melhor o tema, a Strip Me apresenta 10 curiosidades sobre a maconha.

1 – Origem.

Muitos estudos foram feitos para saber, afinal de contas, de onde a cannabis é nativa. Depois de muito estudo, os cientistas chegaram à conclusão de que a planta é original da Ásia Central, especificamente do o Planalto do Tibete, próximo ao Lago Qinghai. Estima-se que ela está presente naquela região há cerca de 6 milhões de anos. E se expandiu para leste da China e para o norte e oeste, para Rússia e porções da Europa, há 1,2 milhão de anos. Isso quer dizer que as primeiras civilizações (sumérios e mesopotâmios)  possivelmente já tinham contato com a erva. Um dos primeiros registros documentais do uso da cannabis data de 2300 a.C. na China, falando sobre o seu uso em infusão na água, como um chá, e também o uso de suas fibras para tecido. Inclusive, tornou-se já nessa época, comum diferenciar a cannabis do cânhamo. A cannabis é a planta toda, com suas folhas finamente recortadas em segmentos lineares, suas flores com pêlos granulosos que, nas plantas femininas, produzem uma resina, cujas propriedades psicoativas funcionam como analgésico, anódino, antiespasmódico e calmante do sistema nervoso. Já o cânhamo refere-se somente ao caule da planta, que contém fibras de excelente qualidade, mas sem qualquer princípio psicoativo.

2 – A chegada da Maconha no Brasil.

Muito antes de aparecer nas praias do litoral brasileiro dentro de latas, a maconha chegou aqui… em 1500, é claro! O primeiro contato dos povos originários do Brasil com a cannabis se deu através do cânhamo. Isso porque não se conhecia no mundo fibra melhor e mais resistente do que o cânhamo para se produzir cordas e os tecidos que integravam as velas das naus portuguesas. Já a planta mesmo chegou por aqui por volta de 1549, com os escravizados da África. Os povos africanos já eram versados na arte do cultivo e consumo da cannabis, e muitos a tinham como uma erva sagrada. Tanto é que o nome maconha deriva da palavra africana ma’kaña, que significa erva sagrada! Os negros traziam as sementes de maconha costuradas em suas poucas vestes ou ainda costuradas em pequenas bonecas ritualísticas que eles traziam consigo. Já dizia Caminha que aqui plantando tudo dá, pois a maconha encontrou no Brasil solo fértil, e acabou caindo nas graças dos indígenas, que já tinham o hábito de fumar o tabaco, esta sim uma planta nativa da América. Assim, os índios passaram a utilizar também a maconha, além do tabaco, como fumo em suas cerimônias e pajelanças . Os primeiros negros a chegar no Brasil com sementes de maconha vinham de Angola. Por isso, logo se popularizou por aqui o termo fumo de Angola, para referir-se à cannabis.

3 – Cachimbo da Paz.

Alguns hábitos são comuns a povos que jamais poderiam se encontrar e trocar informações. Aparentemente, são hábitos intrínsecos na natureza humana. Assim, é comum perceber que em muitos povos e sociedades mundo afora, sempre existiram cerimônias ritualísticas, com objetivos como prosperidade, cura de enfermidades, celebração de nascimentos, casamentos, funerais e agradecimento aos deuses. Nessas cerimônias, é comum ter o consumo de alguma erva, sendo fumada. Antes dos europeus chegarem na América, os povos originários fumavam o tabaco. Mas a maconha foi muito bem recebida por eles, apesar de os índios nunca terem realmente se dado muito bem com os negros escravizados. Foi entre os índios da América do Norte que se relatou pela primeira vez o hábito de acordos de paz serem selados, entre duas tribos inimigas, fumando do mesmo cachimbo, surgindo o termo cachimbo da paz. O mesmo hábito acontecia entre as tribos brasileiras. No início, o fumo era só tabaco, mas depois da chegada dos angolanos, com certeza esse cachimbo passou produzir mais do que a paz, mas também uma leve maresia.

4 – Cânhamo e maconha.

Até o final do século XIX a maconha era um grande negócio para a maior parte dos países do mundo, inclusive o Brasil. Isso porque as fibras do cânhamo realmente são de excelente qualidade e produzem tecidos muito mais duráveis do que o algodão e cordas muito mais resistentes do que as feitas com sisal ou outros materiais. Portugal estabeleceu no Brasil em 1783 a Real Feitoria de Linho de Cânhamo, onde se plantava maconha em abundância para a extração da fibra de seu caule. Porém, já durante o reinado de Dom Pedro I, a produção de cânhamo foi deixada de lado e o consumo da cannabis foi proibido em 1830. Tempos depois, o Brasil proibiria não só o consumo, mas o plantio da maconha, independente de seu uso. Produtos como tecidos e cordas feitos de cânhamo também foram proibidos no país, e assim seguem até hoje. Algo inexplicável comercialmente, dados os baixos custos de produção e a qualidade das fibras do cânhamo.

5 – Os chás da rainha Carlota Joaquina.

A Carlota Joaquina é uma das personagens mais complexas, instigantes e polêmicas da história do Brasil. Primogênita do rei Carlos IV da Espanha, ela se casou ainda criança com Dom João, um dos filhos de D. Maria I, rainha de Portugal. Dom João não fora criado para reinar, pois não era o primogênito. Mas quis o destino que seu irmão mais velho morresse precocemente e sua mãe adoecesse, ficando conhecida como D. Maria, a Louca. Dom João e Carlota Joaquina tornaram-se rei e rainha de Portugal e acabaram sendo os primeiros monarcas a residir no Novo Mundo, na famosa vinda da família Real para o Brasil, fugindo de Napoleão Bonaparte. Carlota Joaquina era uma mulher amargurada, infeliz no casamento e com traços sérios de depressão. A vinda ao Brasil, de muitas formas, piorou a situação da monarca. Por outro lado, fez com que ela tomasse contato com a erva que mudaria sua vida para sempre. Diz-se que ela passava suas tardes no Rio de Janeiro na companhia de serviçais negros, que lhe preparavam chás de diamba, que a relaxavam e traziam paz, amenizando suas crises de depressão. Em seus últimos dias de vida, doente, em Portugal, ela dizia a um de seus criados: “Traga-me aquele pacotinho de flores de diamba do Amazonas, que já tanto me trouxe alívio.” Carlota Joaquina pode não ter levado a areia do Brasil em seus tamancos, mas certamente levou algumas plantinhas de recordação.

6 – Criminalização da Maconha.

Assim como no Brasil, em vários outros lugares do mundo, até o final do século XIX o consumo da maconha, principalmente para fins recreativos, era proibido, mas era tolerado. Mas, à medida que a revolução industrial avançava, as fronteiras do mundo ficavam mais acessíveis e o capitalismo prosperava, os governantes se viram no papel de impor certos limites. Na Europa o problema nem era a maconha, mas sim o ópio, uma planta psicoativa bem mais perigosa, que causa danos ao cérebro e oferece alto grau de dependência, e de onde se extrai a heroína. Em 1912 a Liga das Nações (a ONU da época) realizou em Haia a Convenção Internacional do Ópio, com diversas regras de restrição á produção e consumo da papoula. Os Estados Unidos, junto com a China e o Egito, propuseram ampliar essas restrições para o haxixe, e a coisa acabou indo pra maconha também. E o Brasil foi um dos mais atuantes países nessa conferência, apoiando a proibição e criminalização da maconha. Isso se intensificou no Brasil da década de 1930 com a ascensão de Vargas ao poder, quando a maconha realmente passou a ser tratada como droga e quem a consumisse era considerado criminoso.

Anúncio publicado num jornal do Rio de Janeiro em 1905.

7 – Rastafári e o ressurgimento da maconha.

O movimento Rastafári surgiu na Jamaica na década de 1930. O movimento Rasta é meio difícil de se explicar porque ele mistura religião e política. Basicamente, Rastafári combina o Cristianismo, o Judaísmo e uma consciência política pan-africana. Foi fundado por camponeses jamaicanos descendentes de africanos escravizados vindos da Etiópia, onde o imperador Haile Selassie I passa a ser reconhecido como a reencarnação ou a própria representação de Deus, ou seja, Jeová, e que os rastas abreviam para Jah. Entre seus costumes estão o vegetarianismo, desaprovação de modificações no corpo (tatuagens e etc) e o usa ritualístico da maconha como forma de se aproximar de Deus. O movimento Rastafári se popularizou rápido na Jamaica e muitos artistas se converteram a ele. No fim dos anos 1950, o ska, o rocksteady e o dub, gêneros musicais que precederam o reggae, começaram a extrapolar o território jamaicano e atingir alguns guetos do Reino Unido. Com a música, o Rastafári e a maconha foram de carona. Enquanto isso, outra revolução cultural dava as caras nos Estados Unidos tendo a cannabis como um de seus combustíveis.

8 – O Levante da Contra Cultura.

Enquanto os jamaicanos fumavam maconha para elevar seus espíritos, nos Estados Unidos dos anos 1940, a cannabis ganhava status ao ser consumida abertamente pelos mais importantes nomes do jazz como Charlie Parker e John Coltrane. Consequentemente, a erva se tornou um dos pilares da Geração Beat de Jack Kerouac e Allen Ginsberg. Foram eles, artistas intelectuais e, acima de tudo, brancos de classe média, que começaram a pressionar as autoridades pela descriminalização da maconha. Essa bandeira foi passada para os hippies alguns anos a frente. A luta pela descriminalização e legalização da maconha, ancorada em princípios como a liberdade e o fato de ser uma erva, ainda que psicoativa, que não causa grande dano ao corpo e tem baixa grau de dependência, segue firme até hoje e, em vários países do mundo, acabou vitoriosa. O próprio Estados Unidos, mesmo tendo uma sociedade altamente conservadora, já legalizou a erva em praticamente todos os seus estados. A mesma coisa aconteceu no nosso vizinho Uruguai e vários países da Europa. E esses movimentos, com o passar dos tempos, passaram a contar com pessoas que, não só queriam ser livres para fumar um baseadinho no fim de tarde, mas também entendiam a importância da cannabis para a medicina.

Allen Ginsberg em protesto pela legalização da maconha na década de 1960.

9 – Maconha & Medicina.

Ciência é coisa séria. Não adianta a gente se apoiar apenas nos relatos  de diversos usos da cannabis ao longo de milênios em diferentes sociedades.  É preciso que estudos confiáveis e criteriosos sejam feitos para comprovar que a maconha é uma planta com reais propriedades medicinais. Bom, a real é que esses estudos já foram feitos, tem a aprovação da classe acadêmica e científica e realmente comprovam a eficiência da cannabis no tratamento de epilepsia, Parkinson, glaucoma, câncer, esclerose múltipla e outras doenças. Tendo isso em vista, no Brasil o plantio de maconha para pesquisas e preparo de medicamentos já é permitido, mas ainda não é praticado. Ainda falta uma regulamentação da Anvisa para que isso se concretize. Faltam regras que determinem como e onde o cultivo pode acontecer. Nesse sentido, estamos muito atrasados. Afinal, uma coisa é se embrenhar num longo debate cheio de variantes sobre a legalização de uma erva psicoativa para uso recreativo. Outra coisa é regulamentar e permitir que as pessoas tenham acesso a uma planta que é barata e pode proporcionar bem estar e saúde, como já acontece em vários lugares do mundo.

10 – A maconha é pop.

O conceito de cultura pop, este conjunto de ideias, perspectivas, atitudes e imagens que emergem das massas, influenciadas pela mídia e pelo entretenimento, nasceu no início do século XX com a expansão dos meios de comunicação (rádio e cinema, posteriormente a televisão). De lá pra cá, cresceu, se tornou cada vez mais plural e democrática, e cada vez mais atuante e influente. E se tem uma coisa que faz parte da cultura pop desde o início, sendo celebrada, referenciada e ás vezes até criticada é a maconha! O que não faltam são canções de jazz e bebop sobre a erva desde os anos 1920. Depois, ela seria celebrada pelos beats em prosa e verso, viraria símbolo de liberdade nas mãos dos hippies e até hoje é tema de filmes, canções e livros, além de estampar camisetas, quadros, posters e etc. De Ella Fitzgerald a Snoop Dogg, passando por Black Sabbath e Willie Nelson, o que não faltam são canções sobre maconha, por exemplo. Desde sempre a maconha é pop!

Pois é. Realmente o tema é vasto e complexo. Mas também é interessantíssimo e muito sedutor. E nós da Strip Me estamos sempre ligados, sempre valorizando a liberdade, a diversidade e o meio ambiente. Então, se você quer incorporar uma plantinha a mais na sua urban jungle, quem somos nós para questionar! Tendo responsabilidade e consciência, tudo vale a pena, se alma não é pequena. Portanto, é claro que você vai encontrar, entre as nossas coleções de música, cultura pop, cinema, arte, dentre outras, algumas referências sempre muito descolada e bem humoradas sobre a cannabis. Confere lá na nossa loja e aproveita pra ficar ligado nos lançamentos, que pintam lá toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist pra te deixar de cabeça feita, com o que há de melhor em canções sobre a maconha. Maconha top 10 tracks.

Para assistir: Não dá nem pra pensar em outro filme senão o clássico de 1978 Up In Smoke, que imortalizou a dupla Cheech & Chong. Tá certo, não é um roteiro brilhante, mas é bem divertido e tem uma ótima trilha sonora. Além disso, é um marco do seu tempo. Um filme que merece ser visto.

Para ler: Vale a pena ler o relato bem humorado e muito bem detalhado sobre o surreal verão de 987, quando o litoral brasileiro foi inundado por latas cheias de maconha. O livro O Verão da Lata, de Wilson Aquino, lançado pela editora Leya em 2012 é um livro desses que a gente lê rapidinho, avidamente, se divertindo e sem ver po tempo passar. Leitura recomendada!

12 Filmes que contam a história do Rock! Parte 2

12 Filmes que contam a história do Rock! Parte 2

No mês do rock, a Strip Me apresenta 12 histórias de cinema, sobre alguns dos mais importantes artistas da música pop!

O Dia Mundial do Rock é mais brasileiro do que mundial. Basta você procurar mundo afora para ver quem realmente comemora essa data fora do Brasil. A história toda por trás disso é interessante. O dia 13 de julho de 1985 entrou para a história por conta do Live Aid, o grande festival que rolou simultaneamente nos Estados Unidos e Inglaterra e foi televisionado para o mundo todo. O evento reuniu gente como Paul McCartney, The Who, Queen e muitos outros. Aqui no Brasil o festival teve uma audiência enorme, já que o país ainda respirava a euforia do Rock In Rio, que aconteceu em janeiro daquele ano. Numa entrevista, falando sobre o Live Aid, Phil Collins, emocionado após ter participado do festival, declarou: “O dia 13 de julho deveria ser lembrado como o dia mundial do rock.” Pouca gente deu atenção a isso, exceto os jornalistas brasileiros. Desde então, rádios e publicações brasileiras dedicadas ao rock passaram a celebrar a data, e a moda pegou. E cá estamos. Celebrando o nosso brasileiríssimo Dia Mundial do Rock!

Para celebrar esse dia, selecionamos 12 filmes que ajudam a contar a história do rock n’ roll mundial e brasileiro. A lista foi dividida em duas partes. A primeira, publicada semana passada, você pode ler clicando aqui. E hoje apresentamos a parte 2, celebrando não só o dia 13, mas o mês de julho, que pode ser realmente considerado o mês do rock! Então já vai treinando o air guitar aí e confira a parte 2 da nossa lista de filmes sobre o rock n’ roll.

Last Days (2005)

Keyart for Last Days.

Incluir esse filme na lista é foi uma decisão difícil. Primeiro porque não é uma obra literalmente sobre um artista real, segundo porque é um filme muito mais introspectivo, pesado, sem praticamente nenhum apelo comercial. É o que a turma costuma chamar de filme cabeça, que pode ser um sinônimo de filme chato. O longa é escrito e dirigido por Gus Van Sant e foi inspirado nos últimos dias de vida de Kurt Cobain. Na verdade trata-se sim de um relato bem fiel do que foram os últimos dias de Cobain em sua casa, antes de se matar. Os nomes dos personagens foram alterados simplesmente porque não se chegou a um acordo entre o cineasta e a família de Cobain, com relação a diretos e tal. Apesar de não ser uma produção empolgante, cheia de música e personagens carismáticos, como estamos acostumados a ver na maioria das cinebiografias, Last Days é um filme muito bom, com uma fotografia cuidadosa, ótima atuação do protagonista Michael Pitt e que transmite com eficiência desoladora a angústia de alguém que não vê mais sentido na vida.

Simonal (2018)

Wilson Simonal foi um artista como poucos no Brasil. Misturou ritmos, praticamente criou um estilo novo, que viria a influenciar toda a música pop brasileira, do samba ao rock. Chegou a ser o artista mais bem pago do país, vendeu mais discos que Roberto Carlos e, quando estava no auge de sua carreira, levou um tombo do qual nunca mais se recuperaria. Foi acusado de colaborar com os militares e dedurar artistas considerados subversivos, durante a ditadura de 1964. Até hoje essa história é questionada. Leonardo Domingues escreveu e dirigiu Simonal, filme que retrata com muita beleza e fluidez a trajetória de Simonal ao estrelato, seu posicionamento contra o racismo e a controversa relação do cantor com a política. É um filme muito bem feito mesmo, com um roteiro muito bem elaborado, uma história interessantíssima e muita música boa.

The Doors (1991)

“Is everybody in? The ceremony is about to begin.”Sim, este é um dos filmes mais icônicos dos anos 90! Tudo convergiu para que este filme se tornasse um clássico imediato. A música dos Doors, a persona de Jim Morrison, que o ator Val Kilmer incorporou de maneira quase xamânica e a estética de videoclipe do diretor Oliver Stone. Se parar pra pensar, o roteiro em si não tem nada de novo. É a história de uma banda que começa por baixo, tem talento, consegue gravar um disco, faz sucesso, se perde em excessos… Mas Jim Morrison foi um artista único no rock. Mais poeta que músico, mais blues que rock, mais inconformismo que depravação, mais alucinógenos que insanidade. Oliver Stone arrebenta na direção deste filme, a edição e montagem são alucinantes, os diálogos são ótimos, a trilha sonora excelente… tudo funciona! Um filme para ver e rever!

Legalize Já – Amizade Nunca Morre (2017)

Skunk idealizou e ajudou a compor o material da banda Planet Hemp, mas não viveu para ver o seu sucesso e a polêmica que iria causar em todo o país. Entretanto, seu legado está presente e é reverenciado até hoje. Mas ele não fez isso sozinho. Ao seu lado estava seu grande amigo Marcelo D2. O filme Legalize Já retrata com propriedade o início da amizade entre Skunk e D2, a formação da banda Planet Hemp e o início do seu sucesso com o disco Usuário, lançado em 1995. Dirigido por Johnny Araújo e Gustavo Bonafé, e escrito por Felipe Braga, o longa tem uma cara de filme independente, uma fotografia ousada e muito bonita, além de ótimas atuações e uma ótima trilha sonora. Um filme para o qual se mantenha o respeito.

Bohemian Rhapsody (2018)

O diretor Bryan Singer ficou conhecido por conceber os melhores filmes da franquia X Men, além de ter dirigido o excelente Os Suspeitos, um filmaço de 1995 subestimado pela crítica. Mas foi em Bohemian Rhapsody que ele mostrou o grande diretor que é, ao retratar com tanta exuberância e cuidado a vida de Freddie Mercury e a obra do Queen. É verdade que o longa tem algumas falhas.  O roteiro de Anthony McCarten e Peter Morgantem tem alguns furos, além de alguns fatos sobre a banda serem omitidos e outros inventados, mas tudo em nome da boa e velha licença poética, que libera certos dribles na realidade para tornar a obra mais suculenta e apetitosa. O filme é vigoroso e vale a pena ser visto! Ah, sim! Há de se exaltar a brilhante atuação de Remi Malek como Freddie Mercury. O cara mandou bem demais! E a reprodução no filme da apresentação do Queen no Live Aid (olha o dia do rock aí!) é impecável!

Tim Maia (2014)

A história de Tim Maia chega a ser inacreditável! Dessas que quem ouve falar diz “Nossa, a vida desse cara dava um filme”. Pois é. Não bastou ser um dos maiores cantores do país, Tim Maia ainda teve uma vida intensa e cheia de momentos dignos de nota. A infância pobre no Rio de Janeiro. A banda promissora que foi desfeita depois de uma traição, a viagem aos Estados Unidos, a juventude transviada das drogas, a deportação e finalmente a ascensão na música. Mas não pára por aí, porque depois ainda vem a fase Racional, a criação de seu próprio selo, os shows que ele foi e os que ele não foi e a morte que quase aconteceu em cima do palco. Com uma história dessas, seria muito difícil sair um filme ruim. Ainda bem que Mauro Lima, que escreveu e dirigiu o filme, que foi inspirado no livro Vale Tudo, de Nelson Motta, soube aproveitar essa história e realizar um filmaço! Com uma direção fluída, ótima fotografia e atuações espetaculares. A trilha sonora, não precisamos nem dizer, é do c#r@l§! E se você está se perguntando o que o Tim Maia tem a ver com o rock, basta você saber que, além de ter feito uma música influente em todas as vertentes, estamos falando do cara que assumia bem humorado que, antes dos shows, praticava o triátlon, ou seja, mandava pra dentro whisky, maconha e cocaína. Se isso não é rock n’ roll, meu amigo…

Menção Honrosa

Ainda que o dia 13 de julho seja considerado o Dia Mundial do Rock mais aqui no Brasil mesmo, certamente, o mês de julho deve ser celebrado como o mês do rock n’ roll, independente disso. Em especial o dia 5 de julho é deveras significativo para a história do rock. Afinal, foi nesse dia que Elvis Presley, acompanhado de Scotty Moore e Bill Black gravou no estúdio da Sun Record a música That’s Alright Mama, a primeira gravação de Elvis, que se tornou popular e influenciou gerações a seguir. Por isso mesmo, não podemos deixar de citar o ótimo filme Elvis, escrito e dirigido por Baz Luhrmann, lançado em 2022. É um filme vigoroso e muito bem produzido, que conta toda a trajetória de Elvis. O longa conta com Tom Hanks, brilhante no papel de Coronel Tom Parker, e Austin Butler numa impressionante interpretação de Elvis. Não é só que o filme é bom, mas também a história de Elvis e sua música são inigualáveis. Não é à toa que ele ficou conhecido como o Rei do Rock, tendo influenciado todo mundo que veio depois dele. Inclusive os Beatles, cuja primeira apresentação nos Estados Unidos aconteceu no dia 5 de julho de 1964. É… talvez seja boa ideia a gente rever esse dia do rock no mês de julho.

Seja dia 5 ou dia 13, não importa! Porque todo dia é dia de rock! Pelo menos pra nós aqui da Strip Me! Por isso estamos sempre produzindo camisetas instigantes e provocadoras, além de super descoladas, claro! Entra na nossa loja pra conferir! Toda semana pintam novos lançamentos, e lá você encontra camisetas de música, cinema, arte, cultura pop e muito mais!

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist caprichada com músicas dos artistas biografados nos filmes citados neste texto! Rock no Cinema (Parte 2) top 10 tracks.

12 filmes que contam a história do rock! Parte 1

12 filmes que contam a história do rock! Parte 1

No mês do rock, a Strip Me apresenta 12 histórias de cinema, sobre alguns dos mais importantes artistas da música pop!

Que o rock n’ roll é mais que um gênero musical, mas um estilo de vida, todo mundo sabe. Porém, algumas vidas são mais interessantes que outras, e elevaram alguns artistas a um status de quase divindade. E, na grande maioria dos casos, esse status é, ao mesmo tempo, a glória e a ruína. Afinal, convenhamos, a maioria das histórias são bem parecidas. Um artista de origem humilde, com muito talento, ascende ao estrelato, se perde em excessos de todo tipo e alguns ficam pelo caminho e outros dão a volta por cima. Mas todos acabam virando lendas.

O cinema é prodígio em contar essas histórias com muita eficiência. São muitos os filmes que se prestam a retratar a vida de artistas famosos. O Dia do Rock é 13 de Julho. Portanto, aproveitamos para declarar o nosso amor ao rock n’ roll elencando alguns dos melhores filmes sobre artistas que ajudaram a moldar essa música e esse estilo de vida que a gente tanto adora! Selecionamos 12 filmes e dividimos este post em 2 partes. Hoje você confere 6 filmes e semana que vem, um dia antes do Dia do Rock, publicamos a segunda parte deste texto. Então prepara a pipoca e se liga na nossa lista!

Minha Fama de Mau (2019)

Assim como a maior parte das cinebiografias já feitas, este filme foi escrito baseado no livro de mesmo nome, que conta a história de Erasmo Carlos. No caso, o livro é uma autobiografia muito bem escrita e recheada de boas histórias. O filme consegue transmitir a mesma leveza e ingenuidade dos primeiros anos da Jovem Guarda e a evolução de Erasmo como músico e pessoa. Claro, sem a complexidade do livro, por falta de tempo e espaço. Mas Lui Farias dirige o filme com competência, o roteiro, escrito a seis mão por L.G. Bayão, Lui Farias e Letícia Mey, é superficial, mas se sustenta bem, principalmente por conta de seus personagens serem nossos velhos conhecidos, Erasmo Carlos é interpretado por Chay Suede com elegância. Minha Fama de Mau é um filme bem divertido, uma sincera ode aos primórdios do rock n’ roll brasileiro e a um de seus principais nomes.

What’s Love Got to Do with It (1993)

Este filme saiu no Brasil em 1994 sob o título Tina – A Verdadeira História de Tina Turner. O título original, além de aludir a uma das músicas mais famosas de Tina Turner, tem tudo a ver com o enredo do filme, que conta a história de Turner desde a infância até o auge de sua carreira, passando pelo seu conturbado casamento com Ike Turner. O filme é dirigido pelo britânico Brian Gibson, responsável pela cinebiografia de Frida Kahlo como produtor, além de dirigir o divertidíssimo Still Crazy, filme sobre uma banda fictícia dos anos 70. O roteiro é assinado por Kurt Loder e Kate Lanier, além da própria Tina Turner. É um filme muito bem executado, com uma excelente trilha sonora e cenas bem dramáticas. Tina Turner teve uma vida sofrida, mas repleta de êxitos e momentos inesquecíveis. O filme é muito bom, teve algumas indicações ao Oscar, inclusive, mas foi soterrado por uma avalanche de ótimos filmes naquele ano, como A Lista de Schindler, Philadelphia, Jurassic Park, O Fugitivo, Em Nome do Pai e Sintonia de Amor.

Elis (2016)


Não é exagero dizer que Elis Regina é a maior cantora brasileira de todos os tempos. Da mesma forma, não é forçar a barra incluí-la numa lista dedicada a artistas do rock n’ roll. Sempre foi uma artista controversa e disposta a romper com qualquer limite imposto. Por isso mesmo, ela fez parte da passeata contra a guitarra elétrica nos anos 60, e nos anos 70 não economizou nas distorções e frases bluesy para cantar canções do Belchior. Elis teve uma vida tão intensa, que as quase duas horas de filme não são suficientes, e muita coisa ficou de fora. Mas Hugo Prata, que dirigiu e escreveu o filme, com o apoio dos roteiristas Luiz Bolognesi  e Vera Egito, entrega um filme bem acabado, com uma fotografia vigorosa, boas atuações, mas um roteiro superficial e um pouco atropelado. Mas só pela trilha sonora e pela fotografia, já vale a pena assistir.

Walk the Line (2005)

Também conhecido por Johnny e June, este filme é baseado em um dos melhores livros de rock n’ roll já escritos: a autobiografia de Johnny Cash! O livro tem uma riqueza de detalhes e um tom confessional tão impactantes, que chega a ser surpreendente que o filme não deixe muito a desejar em relação ao livro. Isso quer dizer que se trata de um baita filme bom! A química entre Joaquim Phoenix e Reese Whiterspoon interpretando Johnny Cash e June Carter Cash é avassaladora! Além disso, o roteiro é muito bem amarrado e rico em grandes cenas e bons diálogos. James Mangold escreveu e dirigiu o filme com brilhantismo. Aliás, um ótimo diretor. Vamos lembrar que ele é o homem responsável por Garota Interrompida, além de ter concebido o mais profundo filme sobre um personagem de histórias em quadrinho, o excelente filme Logan, de 2017. Walk the Line é um filmaço, responsável por apresentar o contestador e cascudo Johnny Cash às novas gerações. Só por isso, já merece nosso respeito.

Cazuza: O Tempo não Pára (2004)

A verdade é que este filme acabou gerando quase tanta polêmica quanto a própria vida de seu personagem principal. Não que o filme seja ruim. É um bom entretenimento, mas deixou de fora muita coisa importante da vida pessoal e profissional de Cazuza. Um dos maiores motivos de discussão foi que o filme sequer cita os nomes de duas pessoas muito próximas de Cazuza: Lobão e Ney Matogrosso. Lobão era o melhor amigo de Cazuza, e os dois viviam juntos pra cima e pra baixo, e compuseram várias músicas juntos, a mais famosa é Vida, Louca Vida. Já Ney Matogrosso foi um dos primeiros namorados de Cazuza, o caso de amor dos dois durou pouco tempo, mas foi o suficiente para ficar na história, mas não no filme. Cazuza: O Tempo não Pára foi dirigido por Walter Carvalho e Sandra Werneck, e escrito por Lucinha Araújo, Fernando Bonassi e Victor Navas. O filme é um bom entretenimento, mas não passa disso. Quem melhor definiu o longa foi justamente Lobão, que, ao ser perguntado sobre o filme, disparou: “Parece um episódio de Malhação.”

Rocketman (2019)

Elton John é um dos artistas mais intrigantes do rock n’ roll. É originalíssimo e mega talentoso, mas também carrega uma tonelada de referências externas. Tem virtudes comparáveis aos maiores gênios. O lirismo de Freddie Mercury, as melodias de Paul McCartney e a estética de David Bowie. Essa personalidade multifacetada e exuberante é lindamente retratada no excelente filme Rocketman. Um filme de fotografia e edição impressionantes, roteiro incrivelmente bem amarrado e quebrando paredes, e uma direção fantástica. É uma das melhore cinebiografias já feitas, sem sombra de dúvidas. Há quem torça o nariz para o filme, por ele ser muito próximo de um musical. Mas as pessoas esperavam o que? Afinal é a vida do Elton John! Só poderia ser contada através da música (e de figurinos excêntricos, claro). O filme tem a direção de Dexter Fletcher e roteiro de Lee Hall. E é um filme imperdível!

Essa foi a primeira parte da celebração da Strip Me pelo ia do Rock! Na semana que vem você confere a segunda parte dessa lista, com mais 6 filmes sobre grandes nomes do rock ‘n roll. Enquanto não chega essa parte 2, você pode dar aquela conferida no nosso site e escolher suas camisetas favoritas da nossa coleção de camisetas de música. Aproveita e dá uma olhada nos lançamentos, que pintam na nossa loja toda semana, além de camisetas de cinema, arte, cultura pop e muito mais. Barulho, diversão e arte é com a gente mesmo!

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist caprichada com músicas dos artistas biografados nos filmes citados neste texto! Rock no Cinema (Parte 1) top 10 tracks.

Para ler: Sem dúvida, entre todos os livros que inspiraram filmes, um dos melhores e mais impactantes é Cash, a autobiografia de Johnny Cash. Direto ao ponto, com uma escrita fluída e simples, Johnny Cash coloca nas páginas toda a sua vida, suas virtudes, seus pecados, seus altos e baixos, sua relação com a família, com a música, com o amor, com a religião e consigo mesmo. É um relato fortíssimo e inspirador. Livro praticamente obrigatório, de tão bom.

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