Samba rock: o que é, quem inventou e os 10 discos essenciais.

Samba rock: o que é, quem inventou e os 10 discos essenciais.

No embalo do mês do rock, a Strip Me traz o rock à brasileira por excelência. O samba-rock começou na década de 1950 e segue sendo uma das mais genuínas expressões artísticas do Brasil. Saiba tudo sobre este gênero aqui.

“Eu só boto bebop no meu samba quando o Tio Sam tocar um tamborim. Quando ele pegar no pandeiro e na zabumba, quando ele aprender que o samba não é rumba. Aí eu vou misturar Miami com Copacabana, chiclete eu misturo com banana e o meu samba vai ficar assim. Olha aí o samba-rock, meu irmão!” Ironicamente a primeira menção ao termo samba-rock se encontra nesta música de 1959, um dos grandes clássicos da música brasileira, interpretada pelo mestre Jackson do Pandeiro. E a ironia é que a canção é justamente um manifesto em prol da pureza do samba contra os estrangeirismos que invadiam o Brasil naquela época, exigindo que, se é pra rolar essa fusão, que seja feita igualmente. Nem mesmo ritmicamente a música remete ao gênero. Ainda assim, pode ser considerada um dos pontos de origem do samba-rock. Hoje a Strip Me dá uma geral no samba-rock, com suas origens, principais nomes e os 10 discos essenciais do gênero.

No passinho.

O samba-rock é um caso interessante, onde a dança veio antes que a música. Anos antes de Jorge Ben eternizar sua batida de violão inigualável no clássico Samba Esquema Novo, já rolavam em São Paulo grandes bailes, onde pessoas de classe média e classe baixa se divertiam e dançavam ao som dos grandes sucessos internacionais e brasileiros da época. Em meados dos anos 50 os melhores salões de baile da cidade de São Paulo eram animados por grandes orquestras e prevalecia um elitismo descarado, com segregação racial e tudo. Já os bailes frequentados pelas classes menos abastadas eram animados por grandes sistemas de som, onde rolavam os discos de sucesso do momento. Como era comum rolar um rock e depois um samba no som, o pessoal começou a misturar os passos de dança. Principalmente os negros que frequentavam esses bailes, começaram a desenvolver passos de twist e rock no ritmo do samba. E isso virou febre, essa nova dança acabou chegando no Rio de Janeiro e ganhou o nome de samba-rock.

Tudo Ben.

Se a gente quiser ser muito técnico e racional, podemos dizer que o samba-rock é um samba onde a acentuação rítmica é alterada, sendo o compasso do samba, que é binário (2/4), adaptado ao compasso quaternário (4/4) do rock. Além disso, é marcante o uso de guitarra, baixo e bateria, com o adicional de alguma percussão e naipe de metais. Mas como toda arte realmente expressiva e original, tudo aconteceu naturalmente, de maneira instintiva.

É senso comum que quem realmente inventou o samba-rock foi Jorge Ben Jor (à época conhecido apenas como Jorge Ben). O próprio já contou em entrevistas que, sendo um músico autodidata, acabou desenvolvendo uma batida de violão única ao tentar emular o violão bossanovista de João Gilberto. Isso fez com que ele tivesse uma batida de violão mais suingada e sincopada, que ficava entre a bossa nova e o rock. Apesar do disco de estreia de Jorge Ben, Samba Esquema Novo, ser um clássico absoluto, com músicas como Mais que Nada e Chove Chuva, seus 4 primeiros discos são discos mais convencionais, de samba e bossa nova. Foi em 1969, com o disco entitulado simplesmente Jorge Ben, que Jorge conscientemente começou a lapidar seu estilo, criando algo novo. Neste disco estão hits como País Tropical, Que Pena (Ela Não Gosta Mais de Mim), Charles Anjo 45, Take it Easy My Brother Charles e Cadê Tereza. E o samba-rock seria cristalizado definitivamente como gênero musical distinto no antológico disco de 1974 A Tábua de Esmeralda, onde Jorge Ben realmente alcança seu auge criativo.

10 discos essenciais do samba-rock.

Jorge Ben (1969) A Tábua de Esmeralda (1974) África Brasil (1976)

Jorge Ben Jor estabeleceu os fundamentos do samba-rock nesses 3 discos. No disco de 1969 ainda encontramos muitos elementos, incluindo as bases rítmicas, mais voltadas para o samba, mas tanto na temática das letras quanto nos arranjos, dá pra sacar algo mais. São canções mais ensolaradas e empolgantes. N’A Tábua de Esmeralda Jorge Ben já consolidou uma cadência singular e arrebatadora. A real é que convencionou-se chamar o gênero de samba-rock, simplesmente por misturar a música brasileira com elementos da música negra norte americana, o rock aí incluso. Mas, além do rock, também o soul e o funk fazem parte dessa mistura. A Tábua de Esmeralda já abre com uma levada de violão irresistível, que nada mais é do que um samba funkeado. E o disco todo tem essa toada, com composições brilhantes. Em África Brasil Jorge Ben atinge um nível altíssimo de qualidade em suas canções. Um disco conceitual muito bem elaborado onde, através de canções como Ponta de Lança Africano, Taj Mahal, Xica da Silva, A História de Jorge, África Brasil (Zumbi), Jorge Ben se conecta seus ancestrais e conta a história dos negros no Brasil. É um disco irretocável.

Di Melo – Di Melo (1975) Cheio de Razão – Bebeto (1978) Branca Mete Bronca – Branca di Neve (1987)

Como já foi dito, o samba-rock também tem em seu DNA muito do soul e funk. E foram artistas mais ligados nesse tipo de som que embarcaram na onda do samba-rock, alguns com mais ênfase no groove, o que deu uma nova cara ao estilo. Por isso, o disco do pernambucano Di Melo figura entre os mais relevantes não só do samba-rock, mas da música popular brasileira dos anos 70. Com grandes canções, Di Melo mescla ritmos e estilos com naturalidade. O disco em questão, seu primeiro LP, ainda hoje é reverenciado pela sua inventividade, sendo sampleado por muitos DJs mundo afora. Já com o pé mais fincado no samba, Bebeto foi outro que entendeu bem a mensagem de Jorge Ben e conseguiu conceber um disco delicioso de se ouvir, cheio de suíngue e boas melodias. O percussionista Branca di Neve foi outro que soube como poucos compor grandes canções com muito sambalanço. Branca di Neve era paulista e fez parte do lendário grupo Os Originais do Samba, além de ter sido músico de apoio de artistas como Toquinho e Nara Leão. Depois de toda uma vida dedicada a tocar com outros artistas, somente no fim dos anos oitenta resolveu gravar suas próprias composições. Branca Mete Bronca é uma aula de samba-rock.

Por Pouco – Mundo Livre S/A (2000) Samba Esporte Fino – Seu Jorge (2001) Samba Rock – Trio Mocotó (2001)

A excelente banda Mundo Livre S/A tem sua existência completamente ligada ao movimento manguebeat e ao rock mais convencional. Ainda assim, em seu quarto disco de estúdio acabaram por cometer uma obra que reverencia e referencia o samba-rock e, em especial, Jorge Ben Jor. Com letras impactantes, as canções vão além do suíngue do samba-rock ao incorporar também elementos de hip hop e outros estilos. Uma obra prima que abre as portas do século XXI na música brasileira com muita classe. No ano seguinte Seu Jorge lança seu primeiro disco, uma obra arrebatadora. Puxado pelo hit Carolina, é um disco saborosíssimo, desses que não dá vontade de pular nenhuma faixa. Compositor de mão cheia, Seu Jorge usa o samba-rock, o soul e a gafieira pra enfileirar grandes canções, a maioria exaltando o Rio de Janeiro. No mesmo ano, o legendário Trio Mocotó retornou às atividades depois de um hiato de décadas. E aqui estamos falando de verdadeiros mestres do samba-rock, afinal o grupo foi a banda de apoio de Jorge Ben entre 1969 e 1971, para em seguida seguir carreira solo. O Trio Mocotó gravou com Jorge Ben os discos Jorge Ben (1969), Força Bruta (1970) e Negro é Lindo (1971). Em 1973 a banda lançou seu primeiro disco próprio, que teve boa repercussão na mídia, mas não vendeu muito e a banda se separou em seguida. Voltaram só em 2001 com um disco arrebatador e irresistível. Excelentes canções executadas com brilhantismo e uma produção moderna e vigorosa! Um disco fundamental.

Gil & Jorge – Gilberto Gil e Jorge Ben (1975)

Mais do que um disco essencial para entender o samba-rock, Gil & Jorge é um disco monumental da música brasileira, cuja história da concepção do álbum é das mais pitorescas. No início de 1975 calhou de vir passar uns dias de férias no Brasil ninguém menos que Eric Clapton. André Midani, diretor da gravadora Philips, ao saber da notícia, logo tratou de organizar uma festinha para o guitarrista inglês, contando com vários dos artistas brasileiros contratados da gravadora. Lá estavam Caetano Veloso, Rita Lee, Gilberto Gil e Jorge Ben, entre outros. Festa rolando, eis que pintam uns instrumentos e uma jam é iniciada. Em certo ponto, só estão Clapton, Gil e Jorge Ben, o primeiro com uma guitarra o os outros dois com violões, rolando altos improvisos. Mas logo Clapton desiste de tocar, um pouco incomodado. O fato é que os improvisos de Gil e Jorge, com ritmos cambaleantes e harmonias truncadas deram um nó na cabeça do guitarrista inglês. A dupla seguiu improvisando em cima de temas já existentes e também criando novos. No dia seguinte à festa, Midani reservou alguns horários num dos estúdios da gravadora e fez com que Gilberto Gil e Jorge Ben reproduzissem aquela jam com uma banda de apoio e que tudo fosse gravado. Assim surgiu o disco antológico Gil & Jorge. E, de fato, é um disco fenomenal.

Assim como o gênero musical segue firme e se renovando, o samba-rock enquanto dança também ainda resiste e é praticado em salões por todo o país. Definitivamente uma expressão cultural brasileira única, riquíssima e recheada de boas histórias. Um prato cheio para instigar e inspirar a Strip Me. Vem conferir a nossa coleção de camisetas de música e de brasilidades pra se conectar com esse sambalanço gostoso. Aproveita pra dar uma olhada nas coleções de camisetas de arte, cinema, cultura pop, bebidas, games e muito mais. No nosso site, além disso tudo, você também fica por dentro de todos os nossos lançamentos, que pintam por lá toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist cheia de suíngue com o que tem de melhor no samba-rock! Samba-rock top 10 tracks.

Dia do Rock: As 10 guitarras que mudaram a música.

Dia do Rock: As 10 guitarras que mudaram a música.

Para celebrar o Dia do Rock, nada mais adequado do que falar sobre o símbolo máximo do gênero, a guitarra. A Strip Me elenca os 10 modelos de guitarra mais marcantes da história do rock ‘n roll e da música pop.

O que veio primeiro? A guitarra ou o rock ‘n roll? Este não é um caso do ovo ou a galinha. Claramente a guitarra veio primeiro, desenvolvida na década de 1940. Não existe um consenso sobre um marco zero, ou o registro da primeira guitarra fabricada e quem a criou. Técnicos e músicos foram desenvolvendo ao longo do tempo, primeiro tentando amplificar o som do violão e depois, com a invenção do captador, começou a evolução da guitarra. O captador foi criado em 1923 pelo músico e engenheiro acústico americano Lloyd Loar. Trata-se de um dispositivo que transforma a vibração das cordas de aço em sinais elétricos, que são transformados em ondas sonoras num amplificador. Em 1932 um músico suíço radicado nos Estados Unidos ficou amigo de Loar, conheceu sua invenção e desenvolveu um protótipo de um instrumento de braço longo e corpo com curvas arredondadas, equipado com uma placa eletrificada com o captador de Loar. Este protótipo foi patenteado por seu criador, Adolf Rickenbacker, e é considerado por alguns historiadores como a primeira guitarra propriamente dita.

Mas desde que Bill Haley gravou a seminal faixa Rock Around the Clock empunhando uma Gibson ES 300 o mundo nunca mais foi o mesmo. Em seguida, Chuck Berry imortaliza a Gibson ES 335 com seu duck walk e Elvis Presley leva o rock ‘n roll para todos os cantos do mundo, sempre acompanhado de seu fiel escudeiro, o guitarrista Scotty Moore, que tocava uma linda Gibson ES 295 dourada, guitarra esta que ficou conhecida como a guitarra que mudou o mundo. Apesar de inicialmente ser um instrumento pensado mais para o jazz e blues, logo a guitarra se tornou a locomotiva do rock. E muitos foram os diferentes modelos desenvolvidos nesses 70 anos de excessivo uso da escala pentatônica. A Strip Me traz os 10 modelos de guitarra que entraram para a história do rock.

Cigar Box Guitar

Se a gente pensar no rock ‘n roll como atitude e life style, dá pra considerar que tudo começou mesmo no fim do século XIX. Os Estados Unidos viviam uma depressão econômica grave. Para quem curtia fazer um som, a situação era delicada, já que os instrumentos musicais eram caríssimos. Assim, no melhor estilo Do It Yourself, músicos de bluegrass e blues aproveitavam caixas de charutos, que eram de madeira e davam boa acústica, para criar instrumentos que simulavam banjos e rabecas. Eram instrumentos que iam de 1 a 4 cordas. No começo do século XX, depois da invenção do captador, músicos de blues eletrificaram esses instrumentos, buscando novas sonoridades. Quem primeiro se notabilizou ao utilizar uma cigar box fazendo as vezes da guitarra foi Blind Willie Johnson, um dos pioneiros do blues. Mas não podemos chamar o instrumento de guitarra, já que a cigar box ali tinha menos cordas e um braço mais curto. Foi outro bluesman quem fez da cigar box uma guitarra de fato. Bo Diddley adorava a sonoridade da cigar box e levou a ideia para um luthier. A ideia era fazer uma guitarra convencional, com 6 cordas e braço de 21 escalas, além de um captador, mas o corpo sendo uma caixa quadrada de madeira. Outros guitarristas curtiram a ideia e as cigar box guitars se popularizaram. Além de Diddley, Billy Gibbons do ZZ Top, os mestres do blues Albert King e Buddy Guy e até mesmo Paul McCartney já se aventuraram tocando uma cigar box guitar.

Gretsch Country Gentleman

A Gretsch começou como uma pequena fábrica e loja de instrumentos de percussão. Com bom olho para os negócios, o jovem Fred Gretsch se ligou na crescente popularidade das guitarras Gibson entre músicos de jazz e big bands e começou a fabricar guitarras similares, mas mais baratas. Com ótimo senso estético, as guitarras de Gretsch tinham um design mais elegante e cheio de detalhes. Nos anos 50, sua sonoridade encorpada encantou guitarristas que começavam a se aventurar no r’n’b e rock ‘n roll e foi parar nas mãos de gente como Chet Atkins, Carl Perkins e Eddie Cochran. Se tornou assim o maior símbolo do rockabilly, estilo que, além dos músicos citados, teve no início representantes como Elvis Presley e Jerry Lee Lewis. Nos anos 80 a banda Stray Cats reacendeu a chama do rockabilly, tendo a frente o talentoso guitarrista Brian Setzer, que sempre usou guitarras Gretsch. Para além do rockabilly, a guitarra Gretsch Country Gentleman já foi um dos instrumentos favoritos de George Harrison e é o sonho de consumo de muito guitarrista por aí.

Fender Telecaster

Fender e Gibson rivalizam desde os anos 50, disputando o posto de marca favorita dos músicos. Até 1950 a Gibson dominava o mercado e, até então só existiam guitarras semi acústicas ou acústicas. Foi Leo Fender que desenvolveu a primeira guitarra de corpo maciço a se tornar popular. O fato de o corpo do instrumento não ser oco diminuía microfonia e permitia um som com mais sustentação. A Tele foi logo adotada por vários guitarristas, em especial músicos de country, que apreciavam seu som mais seco e grave. Já no final dos anos sessenta, a Tele se popularizou entre os guitarristas de rock. No lendário show dos Beatles em cima do prédio da Apple, George Harrison usa uma linda Telecaster rosewood, e essa mesma guitarra foi utilizada na gravação de boa parte do disco Let It Be. Mas a tele se tornou icônica mesmo nas mãos de dois gênios. Um é Keith Richards, que imortalizou a tele com a afinação aberta em sol, sem a corda mi mais grave. O outro é The Boss Bruce Springsteen, com riffs simples, mas brilhantes.

Rickenbacker 360/12

A Rickenbacker sempre produziu bons instrumentos, mas até o começo dos anos 60 era uma marca modesta e sem grande expressão. Quem catapultou a marca foram os Beatles. John Lennon e George Harrison se encantaram com o timbre mais estridente e vigoroso das guitarras da marca e passaram a utilizá-las. Mas foi o modelo 360/12 que realmente mudou tudo. Foi a primeira guitarra de 12 cordas que a Rickenbacker fabricou, e acertou logo de cara. George Harrison logo a adotou e é possível ouví-la em várias gravações dos Beatles entre 1964 e 1966, incluindo clássicos como A Hard Day’s Night e Ticket to Ride. A sonoridade límpida e única dessa guitarra encantou também outros músicos (por causa dos Beatles, diga-se). Assim, a Rickenbacker 360/12 tornou-se uma das marcas registradas da sonoridade da banda The Byrds e toda a cena folk rock que se formava na California. Este modelo também brilhou nas mãos de caras como Tom Petty, Johnny Marr, Pete Townshend e Jeff Buckley.

Gibson ES 335

Certamente uma das guitarras mais marcantes da história da música. Uma guitarra semi acústica robusta e versátil. Um de seus diferenciais é a combinação dos dois captadores hambucker com as reentrâncias do corpo do instrumento, criando um som mais denso, que num volume mais alto, mesmo sem nenhum efeito, pode soar levemente distorcido. Foi um dos primeiros modelos desenvolvidos pela Gibson e logo se tornou o mais popular, sendo desbancado apenas pelo modelo Les Paul anos depois. Mas até hoje é o segundo modelo da marca mais vendido. A ES 335 é simplesmente a guitarra de Chuck Berry. A lendária guitarra Lucille do mestre B.B. King é uma Gibson ES 335 preta. Também é a guitarra favorita de Andy Summers, John McLaughin, Johnny Rivers, Noel Gallagher e muitos outros. Ah, sim. Também é a guitarra que Marty McFly usa para tocar Johnny B. Goode em 1955.

Mosrite Ventures II

Samie Moseley era guitarrista e aprendiz de luthier. Trabalhou na fábrica da Rickenbacker, onde aprendeu muito. Na metade da década de 50 decidiu abrir sua própria fábrica de guitarras. Nascia a Mosrite. Moseley se ligou no sucesso que a Telecaster e a recém criada Stratocaster, da Fender, estavam fazendo e investiu na criação de guitarras de corpo sólido, com design mais moderno. No começo dos anos 60 fez uma parceria que mudou o rumo da empresa. Junto com o guitarrista Don Wilson, Moseley criou uma guitarra especial para a banda de Don, The Ventures. Era um instrumento cuja sonoridade era mais aguda e parecia ter um vibrato natural. Além disso, tinha um design diferente, mais alongado. E foi o modelo Mosrite Ventures II que mudou o mundo, ao se tornar a guitarra preferida de um moleque em New York no começo dos anos 70. Claro que estamos falando de John Cummings, que ficaria mais conhecido como Johnny Ramone. Por causa dos Ramones, a Mosrite se tornou símbolo do punk rock. Até porque, antes do Johnny Ramone, Dave Alexander dos Stooges e Fred Smith do MC5 já usavam guitarras Mosrite. E décadas depois, uma Mosrite também foi a primeira guitarra de Kurt Cobain.

Fender Jaguar

Falando em Kurt Cobain, a Fender Jaguar não pode ficar de fora dessa lista. Criada pela Fender em 1962 justamente para competir com a Mosrite, era a guitarra ideal para a crescente onda de surf music de bandas como The Shadows e The Ventures. A Jaguar é uma evolução da Jazzmaster, instrumento que a Fender criou para agradar os guitarristas de jazz, com um timbre mais encorpado e versátil. A Jaguar vinha com mais possibilidades de sons através do controle independente dos captadores. Foi um modelo que dominou o mercado nos anos 60, mas depois perdeu espaço para a Les Paul e novos modelos da Gretsch. Mas nos anos 80 foi redescoberta na Inglaterra pela turminha pós punk, sendo a guitarra número 1 do Johnny Marr, guitarrista dos Smiths, e nos Estados Unidos pelos alternativos como Thurston Moore e Lee Ranaldo do Sonic Youth. Mas quem fez a Jaguar voltar com tudo mesmo, foi Kurt Cobain (que começou a usá-la justamente por influência do Sonic Youth). Nessa época, a Jaguar já havia passado por algumas reformulações e, agora vinha com captadores hambucker, mais robustos que os single coil utilizados nas primeiras levas do modelo nos anos 60. A Jaguar ficou marcada como a guitarra de Cobain, mas também teve muitos outros guitarristas célebres a empunhando, como Elvis Costello, Tom Verlaine, Mark Arm, Black Francis e muitos outros.

Gibson SG

A Gibson começou a fabricar a Les Paul em 1952, para entrar no mercado das guitarras de corpo sólido. Ganhou adeptos e tudo ia bem. Mas, no começo dos anos 60 as vendas da Les Paul começaram a cair. Além do valor, os guitarristas tinham duas reclamações recorrentes sobre o modelo: era muito pesada e o acesso às últimas escalas do braço era desconfortável. Assim, a Gibson se empenhou em desenvolver uma nova guitarra sólida, com a mesma qualidade da Les Paul, mas mais leve e com novo design. Nascia a Gibson SG (abreviação de Solid Guitar). E funcionou. A SG se popularizou rapidamente. Além do timbre potente, braço mais confortável e corpo mais fino e mais leve, seu design moderno agradou a turma do rock ‘n roll. Se tornou a guitarra de pesos pesados como Tony Iommi, Carlos Santana, Robby Krieger, Mark Farner e Max Cavalera. Também foi a guitarra que conquistou uma das mulheres mais importantes do rock ‘n roll. Sister Rosetta Tharpe já tocava guitarra com distorção no blues, muito antes do rock, e por isso, ela é considerada uma das pioneiras do rock. Quando a SG pintou no mercado, Sister Rosetta a adotou, e em suas apresentações mais notáveis no começo dos anos 60, ela toca uma bela SG branca. E, é claro, a SG, se tornou a marca registrada de Angus Young e é o modelo que remete imediatamente ao AC DC.

Gibson Les Paul

Apesar das críticas lá nos anos 60, a Les Paul nunca deixou de ser fabricada, e nem de vender muito. Sim, ela é uma guitarra pesada. Mas justamente pelo seu corpo sólido mais largo, ela tem um timbre tão marcante e profundo. Esse timbre também se deve aos dois captadores hambucker que produzem um som cristalino, sem ruídos e muito encorpado. Na real, é impossível conseguir um timbre igual ao de uma Les Paul com outro modelo de guitarra. A combinação desse timbre intenso da Les Paul com um amplificador valvulado como um Marshall produzem um som poderoso e irresistível. É por isso que a Les Paul é um dos modelos mais vendidos no mundo até hoje e é um dos maiores ícones do rock. Basta pensar em caras como Jimmy Page, Slash, Pete Townshend, Frank Zappa, Ace Frehley, Zakk Wylde, Marc Bolan e Neil Young, que automaticamente você verá uma guitarra Les Paul.

Fender Stratocaster

Não tem pra ninguém. A boa e velha Strato é a guitarra número 1 do mundo. Além de ser absoluta no rock, é uma guitarra versátil que serve muito bem a músicos de todos os estilos. Ao contrário da Les Paul, a Stratocaster é muito versátil, tem 3 captadores single coil, que permitem várias combinações de sonoridade. Apesar de serem captadores mais suscetíveis a ruídos e microfonias, tem um som com mais brilho e presença. A Strato é uma guitarra confortabilíssima de se tocar, com um braço fino e corpo leve. E seu design é marcante e imponente, o símbolo máximo do rock ‘n roll. Uma Strato plugada num amplificador Fender Twin Reverb é incomparável! Não é à toa que é a guitarra escolhida por Jimi Hendrix, Eric Clapton, Jeff Beck, Ritchie Blackmore, Rory Gallagher, Steve Ray Vaughan, John Mayer, David Gilmour e tantos outros. Aliás, David Gilmour é sabidamente o proprietário da Fender Stratocaster com o número de série 0001, fabricada em 1954. Se uma Fender fabricada hoje em dia já custa uma grana alta, imagine essa aí.

Menção honrosa: Frankenstrat

Se estamos falando de guitarras que ajudaram a revolucionar a música, não dá pra não falar de Eddie Van Halen e sua inigualável guitarra. Eddie Van Halen revolucionou o jeito de tocar guitarra no heavy metal. Além de sua habilidade assombrosa e inventividade, ele buscou inovar também em seu equipamento. Assim, não só desenvolveu efeitos e distorções próprias, como foi até a fábrica da Fender propor algumas alterações em sua Stratocaster. A guitarra batizada como Frankenstrat é uma Stratocaster com um captador hambucker na ponte e dois single coil no meio e no braço, além de uma ponte floyd rose, microafinação e uma pintura vermelha com traços brancos e pretos. A sonoridade de Eddie Van Halen com sua Frankenstrat influenciou diretamente guitarristas não só do metal, mas de vários gêneros, ajudando a popularizar guitarras com ponte floyd rose e microafinação.

Alguns anos atrás circulou uma notícia, verdadeira diga-se, de que a venda de guitarras elétricas tinha caído vertiginosamente ao redor do mundo. Isso aconteceu por vários motivos, incluindo o imediatismo inerente às novas gerações, acostumadas a ter tudo pronto no celular e também pela popularização de ferramentas digitais de produção musical. Mas assim como a guitarra nunca vai deixar de existir e empolgar jovens sedentos por música e boas doses de rebeldia, o rock ‘n roll também segue firme e forte. Pode não ser o gênero mais popular do mundo, como já foi outrora, mas certamente é o que mais tem consumidores fiéis e apaixonados. A Strip Me, que exala rock ‘n roll por todos os poros, concorda que todo dia é dia de rock, por isso nossa coleção de camisetas de música está recheada de estampas lindas com as mais variadas referências ao rock. Uma pegada, aliás, que se encontra em todo o nosso catálogo, incluindo as camisetas de arte, cinema, cultura pop, bebidas, games e muito mais. Cola lá no nosso site pra conferir e ficar por dentro de todos os nossos lançamentos, que pintam por lá toda semana.

Vai fundo.

Para ouvir: Uma playlist com grandes canções de alguns dos guitarristas citados neste texto. Guitarra top 10 tracks.

Para assistir: Para quem se liga em guitarras e guitarristas, vale a pena conferir o documentário A Todo Volume, que reúne Jimmy Page, Jack White e The Edge para conversar sobre música, guitarras e para tocar também, é claro.

Especial Dia das Mães: 8 mamães que são puro rock n’ roll.

Especial Dia das Mães: 8 mamães que são puro rock n’ roll.

O Dia das Mães está chegando. Para celebrar e homenagear todas as mães, a Strip Me escolheu 8 mães super especiais, que esbanjam talento muito além da maternidade.

“Ter filhos me fez perceber que fazer do mundo um lugar melhor começa dentro de casa.” Essa frase foi dita pela Madonna, quando falava numa entrevista sobre ser mãe e, ao mesmo tempo, uma pessoa tão influente e exposta na mídia. Madonna é, notavelmente, uma mãe orgulhosa, mas não é a única no universo pop. Em especial no mundo da música, são muitos os casos de mulheres que se tornaram mães e seguiram adiante na carreira de artista, e em muitos desses casos, os filhos acabam também se envolvendo com música.

A maternidade é uma dádiva, e não um fardo (apesar de dar um trabalhão, é verdade). Para deixar isso bem claro, a Strip Me vai falar rapidamente sobre 8 mães que são verdadeiras estrelas da música pop. Se prepara aí e segue a lista.

Baby do Brasil

Também conhecida como Baby Consuelo, Baby do Brasil é dessas personagens pitorescas da cultura brasileira. De visual extravagante e voz potente, a cantora fez parte de uma das bandas mais influentes e marcantes da música contemporânea brasileira, os Novos Baianos. Baby nasceu Bernadete Dinorah de Carvalho Cidade, num lar de pais conservadores no Rio de Janeiro. Quis aprender música, mas os pais negaram, almejando para a filha uma carreira como jurista ou jornalista, profissões do pai e da mãe respectivamente. Mesmo assim, ela deu um jeito de fazer aulas de violão, e chegou a ganhar um concurso de talentos na escola aos 14 anos. Com 17 anos, em 1969, inebriada pelos ventos libertários do rock n`roll, fugiu de casa e foi para Salvador. Lá conheceu Moraes Moreira e sua turma e formou-se os Novos Baianos. Baby e o guitarrista Pepeu Gomes logo se engraçaram, se apaixonaram e casaram. O relacionamento durou de 1969 a 1988, um casamento que gerou seis filhos: Sarah Sheeva, Zabelê, Nãna Shara, Pedro Baby, Krishna Baby e Kriptus Gomes. Ao longo de todo esse tempo, Baby nunca abandonou os palcos. Seus filhos todos são artistas e envolvidos de alguma forma com a música.

Chrissie Hynde

Hynde é uma dessas mulheres inacreditáveis. Talentosa, vibrante, bem resolvida e muito influente. Apesar de não ser assim tão popular aqui no Brasil, sua banda, The Pretenders, é respeitadíssima e muito popular na Inglaterra e nos Estados Unidos. Ela nasceu numa cidadezinha perto de Cleveland, Ohio. Era adolescente no começo dos anos 70 e, em Cleveland, viu shows de Iggy Pop & The Stooges, Rolling Stones e muitos outros. Se ligou que seu mundo era esse e decidiu ser jornalista de música em Londres, para onde se mudou em 1973. Lá conheceu Malcolm McLaren e uma cena musical prestes a explodir. Reza a lenda que deu os primeiros toques a Steve Jones, para que ele aprendesse a tocar guitarra, e posteriormente formasse os Sex Pistols. Em 1978 ela formou sua própria banda, The Pretenders. Se casou com Ray Davis, guitarrista da banda The Kinks, com quem teve uma filha, Natalie Ray Hynde. O relacionamento não vingou e, anos depois, ela se casou com Jim Kerr, vocalista da banda Simple Minds, com quem teve outra filha, Yasmin Kerr. Chrissie criou as duas filhas sozinha, pois logo que nasceram as meninas, os respectivos pais se afastaram após o fim do relacionamento com a mãe. Hynde nunca deixou de tocar e realizar seus projetos, e fez um ótimo trabalho ao criar duas mulheres notáveis. Natalie é uma ativista em organizações pelos diretos humanos e Yasmin é atriz.

Fernanda Takai

A banda Pato Fu foi uma das mais brilhantes bandas surgidas no rock brasileiro dos anos 90. Uma banda que se distanciava da onda maníaco-depressiva do grunge e evocava Mutantes, mas com uma linguagem moderna. Tudo graças à inventividade do guitarrista John Ulhoa e, principalmente, do carisma e talento de Fernanda Takai, vocalista. Fernanda Takai é uma mulher fantástica. Além de compor, cantar e tocar violão e guitarra no Pato Fu, tem uma excelente e consolidada carreira solo como cantora, e também escreve livros de crônicas e contos. Casada com seu parceiro de banda, John, desde 1995, o casal teve uma filha, nascida em 2003, Nina Takai Ulhoa. A maternidade fez Fernanda amadurecer muito e, por consequência, produzir trabalhos literários e musicais mais profundos. Além disso, a o casal Fernanda e John aproveitaram a chegada da pequena Nina para gravarem os discos Música de Brinquedo, volumes 1 e 2, onde fazem versões super divertidas de canções pop usando somente instrumentos de brinquedo e participação de crianças cantando.

Amy Lee

Amy Lee é a mais jovem dessa lista, representa uma geração mais atual. Apesar de mais jovem do que as demais mulheres aqui citadas, ela não deixa nada a desejar em talento e atitude. Amy Lee nasceu na California, mas ao longo de sua infância, morou em cidades da Florida e Illinois. Em sua adolescência, a família finalmente fixa residência em Little Rock, Arkansas. Amy Lee estudou piano por nove anos e, ainda jovem, almejava ser concertista de música clássica. Mas no fim dos anos noventa acabou sendo atraída pela música pop e o rock n’ roll. Em 1998 montou a banda Evanescence, com a qual se tornou mundialmente famosa. O primeiro disco da banda foi lançado em 2003 e, de lá pra cá, ela nunca mais parou. Além de sua banda, Amy tem uma prolífica carreira solo , tendo feito trilhas sonoras para filmes e participado de vários projetos, incluindo parcerias com as bandas Korn e Bring Me The Horizon. Casada desde 2007, Amy Lee teve seu primeiro filho em 2014, Jack Lion Hartzler. A maternidade a impactou de tal forma, que ela acabou compondo e produzindo todo um disco com músicas inspiradas no seu filho. O álbum com 12 faixas foi lançado em 2016, chamado Dream too Much.

Rita Lee

Falando em Lee, a nossa rainha do rock não podia ficar de fora dessa lista. Rita Lee Jones já nasceu com nome de rockstar, em São Paulo no ano de 1947. Compositora, cantora, multi instrumentista, escritora, atriz e ativista vegana e defensora dos animais, Rita Lee é uma das artistas mais importantes da música brasileira. Fez parte da fundamental banda Mutantes 5e em sua carreira solo vendeu mais de 55 milhões de discos, sendo a mulher que mais vendeu discos na história da música no Brasil, ficando apenas em quarto lugar no geral, atrás apenas de Roberto Carlos, Nelson Gonçalves e Tonico e Tinoco. Em 1976 ela se casou com Roberto de Carvalho, parceiro da vida e da música, com quem teve três filhos: Beto, João e Antônio. Dos três, o primogênito Beto Lee se destacou como músico, fazendo parte inclusive da banda de apoio da mãe em algumas turnês como guitarrista. Rita Lee faleceu, vítima de um câncer, em maio de 2023. Ela deixa um legado inestimável de arte e de vida, inspirando as mulheres a lutarem por seus direitos, sendo e fazendo o que bem quiserem.

Linda McCartney

Mesmo que não tivesse se casado com um dos maiores nomes da música pop de todos os tempos, Linda seria considerada uma mulher a frente do seu tempo. É verdade que ela nasceu em berço de ouro, teve acesso às melhores escolas e provavelmente teria uma vida muito confortável mesmo se optasse por nunca trabalhar na vida. Mas o que ela mais fez foi trabalhar. Se formou em artes e se apaixonou por fotografia. Já como fotógrafa profissional ela trabalhou, entre outras publicações, para a revista Rolling Stone. Ao longo da década de sessenta, ainda antes de conhecer seu futuro marido, Linda Eastman fotografou The Who, Jimi Hendrix, The Doors, Bob Dylan, Aretha Franklin, Ottis Redding e muitos outros, até que fotografou os Beatles em 1968, conheceu Paul McCartney e o resto é história. Ao lado de Paul, Linda continuou sua carreira como fotógrafa, mas também passou a cantar e tocar teclado ao lado do marido na banda Wings. Linda já tinha uma filha antes de conhecer Paul. O beatle adotou legalmente a criança, que passou a se chamar Heather McCartney. O casal teve mais 3 filhos depois de se casar: Mary, que também é fotógrafa, Stella, uma das mais celebradas estilistas de moda do mundo, e James, músico como o pai. Linda também era vegetariana e ativista pelos direitos dos animais. Ela faleceu em 1998, em decorrência de um câncer.

Elis Regina

Elis era uma força da natureza. Dona de um carisma magnético e uma voz poderosíssima, Ela começou cedo na música. Aos 16 anos já trabalhava numa rádio em Porto Alegre, cidade onde nasceu. Descoberta por um produtor, ela foi para o Rio de Janeiro, onde realmente sua carreira deslanchou. Com sua personalidade forte, se consolidou indo na direção oposta ao padrão da época. Enquanto todo mundo cantava bossa nova baixinho, no melhor estilo João Gilberto, Elis soltava a voz sem medo. Foi pioneira na concepção de grandes shows de música, com roteiro, direção e cenário. Autêntica, sem medo de ser polêmica, com opiniões firmes e uma incessante luta pela liberdade, não só do país, que vivia um momento político castrador, como das mulheres, Elis Regina sempre foi um exemplo de mulher. Elis se casou duas vezes e teve três filhos, aos quais ela criou muito bem, sem nunca parar de trabalhar. Tanto que os três, João Marcelo Bôscoli, Pedro Camargo Mariano e Maria Rita, têm carreiras de sucesso no mundo musical. Elis morreu em janeiro de 1982 sob circunstâncias controversas. Tudo indica que ela sofreu uma overdose de cocaína e bebida alcoólica, mas há quem diga que, ainda que ela usasse drogas e bebesse com frequência, era controlada e raramente cometia excessos, sugerindo que ela sofreu uma parada cardíaca, que poderia acontecer com qualquer pessoa, mesmo sem o uso de drogas ou álcool. De qualquer maneira, o que fica é o legado e a obra de Elis Regina, a maior cantora da música popular brasileira.

Madonna

A diva maior e rainha do pop é mais uma dessas mulheres mega inspiradoras e admiráveis. Madonna nasceu numa cidadezinha no meio do Michigan, sempre foi muito ligada à família. Por ter perdido a mãe muito nova, que morreu por conta de um câncer, Madonna sempre foi muito apegada ao pai e aos irmãos. Mas também era dedicada aos estudos e à arte, em especial a dança. Com 17 anos se mudou para New York com nada mais que 35 dólares no bolso. Lá, migrou da dança para a música, fazendo parte de bandas de rock até iniciar uma carreira solo vitoriosa. Além de ser a cantora mais reverenciada no mundo, Madonna também é empresária, atriz e escritora. Ela já declarou que a maternidade mudou radicalmente sua vida, fazendo com que ela explorasse novos sentimentos em sua música, bem como a aproximando de uma espiritualidade que, até então, ela não tinha. Madonna tem ao todo seis filhos, sendo dois deles biológicos e quatro adotados: Lourdes Maria, Rocco, David, Mercy James, Stella e Estere. Além de todos os méritos de Madonna como artista, ela deve ser lembrada como uma mãe exemplar, que deixa claro que o amor materno não se resume unicamente aos filhos gerados pela mulher.

Isso tudo é só pra exaltar mesmo todas as mães do mundo, as famosas e anônimas, artistas ou engenheiras, dançarinas ou médicas, poetisas ou matemáticas, atrizes ou empresárias… ou tudo junto, afinal, se tem uma coisa que só as mães conseguem é ser um monte de coisas ao mesmo tempo. Esta é uma homenagem da Strip Me a todas as mães. E você pode contar com a gente para presentear a sua mãe com uma camiseta linda das nossas coleções de arte, música, cinema, cultura pop e muito mais, e você pode também personalizar como quiser uma camiseta para ela, basta entrar no nosso site e seguir as instruções. Dá uma olhada na nossa loja e aproveita pra ficar por dentro de todos os lançamentos, que pintam por lá todo dia.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist delícia com uma música de cada artista que citamos aqui, e mais duas músicas especiais sobre maternidade. Mother Top 10 tracks.

8 atributos que justificam a majestade absoluta de Madonna na música pop.

8 atributos que justificam a majestade absoluta de Madonna na música pop.

Ousada e icônica, ela é a própria definição da reinvenção. A Strip Me apresenta 8 argumentos irrepreensíveis que explicam porquê Madonna é a rainha do pop, conquistando o mundo com sua música, estilo e atitude inconfundíveis.

Madonna é uma dessas artistas inexplicáveis, difíceis de serem definidas. Mas se a gente dissecar sua vida e obra, camada por camada, vamos descobrir que o que torna Madonna tão especial é sua habilidade de se reinventar a cada era. Ela não apenas segue as tendências, ela as define. Dos trajes provocantes à espiritualidade de Like a Prayer, passando pela música eletrônica de Ray of Light e chegando à exploração das sonoridades latinas em Music, Madonna sempre esteve à frente de seu tempo.

Aos 66 anos, Madonna continua a desafiar as expectativas e a quebrar barreiras. Fazendo turnês, produzindo música e se engajando em causas sociais, ela esbanja uma energia inigualável e vai deixando um legado brilhante e imortal. Para reforçar isso tudo, a Strip Me traz 8 faces da personalidade de Madonna que justificam seu status de rainha.

Mulher de família.

Apesar do que muita gente pensa, Madonna não é apelido, é nome mesmo. Ela nasceu Madonna Louise Ciccone em 16 de agosto de 1958. Foi batizada com o mesmo nome da mãe, que também ao contrário do que se pensa, não era italiana, mas sim franco-canadense. O pai dela sim era descendente de italianos. É a terceira de seis filhos que o casal Madonna e Silvio tiveram. Porém, a mamãe Madonna faleceu aos 30 anos, vítima de um câncer, quando Madonna filha tinha apenas cinco anos de idade. Madonna cresceu muito ligada à família, que era toda católica, o que viria a influenciar sua música e opiniões controversas no futuro. Madonna foi casada duas vezes e tem seis filhos, sendo dois deles biológicos e quatro adotivos. Suas relações familiares dizem muito sobre sua carreira. Madonna sempre foi crítica ao fanatismo religioso e ativista humanitária.

Rock n’ Roll Girl.

Desde nova Madonna já apresentava aptidão para as artes, dançava e cantava. Adolescente, ouvia tudo que tocava no rádio. Eram os anos 70 e a música negra de James Brown, Sly and The Family Stone e muitos outros, dominava o dial. Com 20 anos de idade e 35 dólares no bolso, Madonna se despediu da família em Bay City, cidade provinciana do estado de Michigan, para ser dançarina profissional em New York. Foi a primeira vez que ela viajou de avião e, chegando em NY, pela primeira vez andou de taxi. Em New York ela fez parte de alguns grupos de dança, até que começou a namorar um músico e passou a conhecer a cena punk e new wave da cidade. Logo montou uma banda com o namorado, chamada Breakfast Club, onde tocava bateria, e guitarra em uma ou outra música. A banda durou pouco e, em seguida ela entrou em outra banda, chamada Emmy, onde desta vez ela era vocalista e guitarrista. Madonna sempre afirmou que consome e gosta de todo tipo de música, mas sempre coloca Debbie Harry e Chrissie Hynde como suas grandes influências.

Rainha dos anos 80.

Mas Madonna começou pra valer seu reinado quando abandonou a banda Emmy e decidiu tentar uma carreira solo apostando em suas próprias composições. Ela então conseguiu assinar com a Sire Records, um selo vinculado ao grupo Warner, que lançou Ramones, Talking Heads, Blondie e tantos outros artistas da cena novaiorquina. Seu primeiro disco, Madonna, lançado em 1983, já chegou de cara ao top 10 da Billboard, impulsionado peplo hit Holiday. Em 1984 sai Like a Virgin e Madonna é realmente alçada ao estrelato. Em 1986 True Blue vende como água contendo clássicos como Papa Don’t Preach e La Isla Bonita. A década é encerrada com o lançamento do polêmico Like a Prayer em 1989, que, além de tudo, teve participação do Prince. Em resumo, Madoona se sagrou a artista que mais vendeu discos na década de 80, emplacando dezenas de hits entre 1983 e 1989. Ali começou o reinado que ninguém conseguiu tirar dela até hoje (e nunca vão tirar).

Empresária de sucesso.

Madonna entrou na década de 90 como uma das maiores artistas do mundo, faturando alto com seus shows e discos. Ao invés de torrar essa grana toda, ela investiu em alguns imóveis e fundou uma empresa multimídia chamada Maverick. A empresa engloba vários setores de mídia como uma gravadora (Maverick Records), uma produtora de filmes (Maverick Films), edição de livros, edição de música, uma divisão de discos latino (Maverick Musica) e uma produtora de televisão. Assim, ela passou a lançar seus discos de maneira quase independente, só dependendo de uma grande gravadora (no caso, a Warner) para distribuição. O primeiro lançamento da empresa foi justamente o polêmico disco Erotica. Além disso, Madonna ganha dinheiro co produzindo filmes, fazendo lançamentos no segmento da moda em parceria com H&M e Dolce & Gabbana, e abrindo até uma rede de academias chamada Hard Candy Fitness com unidades por todo Estados Unidos e outros cinco países. Além disso tudo, ela também investe em obras de arte, adquirindo originais de Fernand Legér, Tamara de Lempicka, Frida Kahlo e Pablo Picasso.

Ativista.

Por desde a adolescência ser questionadora dos dogmas da igreja católica e conviver no meio artístico, Madonna desenvolveu uma noção de empatia por minorias como a comunidade gay. Logo que começou a ter maior autonomia, passou a produzir cada vez mais músicas e vídeo clipes provocativos e questionadores. Com o tempo passou a também a atuar em prol do combate à pobreza, fundando a instituição Raising Malawi. Além disso, sempre se declara a favor da comunidade LGBTQIA+, já ajudou organizações de assistência a portadores do HIV, e defendeu grupos feministas. Madonna também é vegetariana e defende frequentemente este hábito, que faz parte de um discurso que defende a sustentabilidade do meio ambiente e o cuidado com os animais.

Multi-Mulher.

Madonna entendeu logo que entrou no mundo do showbiz que fazer só o básico do que esperam de um artista não é suficiente. Assim, ela se dedicou a muitas outras atividades além da música. Pra começar, assim que conquistou sucesso na música, Madonna já voltou sua atenção para o cinema. Entre 1985 e 2006 ela atuou em mais de dez filmes, e em 2008 estreou como diretora, assinando o filme Filth and Wisdom. Em 2011 repetiu a dose dirigindo o longa W.E. Madonna também se aventurou no munda da literatura infantil escrevendo uma série de 5 livros chamada As Rosas Inglesas. Isso tudo sem falar no seu lado empresarial. Madonna é incansável!

Recordista.

Tanto trabalho tem que gerar algum resultado, né? O primeiro, claro, é financeiro. Madonna é uma das mulheres mais ricas e bem sucedidas do mundo. E, sendo a música o foco principal de sua vida profissional, claro que ela acabou acumulando alguns recordes na indústria musical. Madonna entrou para o Guinnness Book, o livro dos recordes, em 2023, ao atingir a marca de 400 milhões de álbuns vendidos. Com isso, Madonna se tornou a artista feminina mais vendida da história, e, no geral, ficou atrás apenas dos Beatles, Elvis Presley e Michael Jackson. Em 1993 colocou 120 mil pessoas dentro do estádio do Maracanã, o maior público para quem ela já se apresentou até hoje. Com suas turnês gigantescas, é a artista que mais vendeu ingressos de shows na história da música pop! Ou seja, qualquer superlativo utilizado para se referir à Madonna é justificado.

Influente.

Bom, não precisamos nem dizer que se não fosse pela Madonna não existiriam Britney Spears, Lady Gaga, Rihanna, Dua Lipa e muitas outras cantoras pop. Mas Madonna é mais do uma figura influente entre artistas. Ela ajudou a moldar a cara dos anos 80 e 90 ao se preocupar tanto com a estética de seus videoclipes, o figurino que usava em shows e nos filmes. Ajudou a criar um perfil de mulher mais independente, bem resolvida com sua sexualidade e decidida a romper com o patriarcado e machismo que vigoraram tanto até os anos 90, e vêm arrefecendo desde as duas últimas décadas. Que nos perdoem mulheres incríveis como Billie Holiday, Carole King, Joan Baez e Janis Joplin, mas não existe umas mulher no mundo que tenha exercido maior influência artística e de comportamento do que Madonna.

Pronto! Está mais do que justificada a majestade soberana de Madonna. A mulher que reinventou o conceito de diva pop, que começou com lá atrás com as pin-ups e atrizes como Marilyn Monroe. A maior cantora dos últimos 40 anos. Diante de um reinado tão virtuoso, só resta à Strip Me se curvar e prestar sua reverência. Por isso, dentro da nossa coleção de camisetas de música, você vai encontrar, claro, algumas estampas fazendo referência à Madonna, pra você arrasar no look quando for pro show da diva aqui no Brasil. E tem também as nossas coleções de arte, cinema, cultura pop, brasilidades e muito mais. É só colar no nosso site pra conferir e ficar por dentro dos nossos lançamentos, que pintam toda semana.
Vida longa à rainha!

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist com o crème de la crème da obra da Madonna. Madonna Top 10 tracks.

Camiseta Bootleg e o Revival dos Anos 90.

Camiseta Bootleg e o Revival dos Anos 90.

As camisetas bootleg, ou oversized t-shirts, estão em alta! Assim como tudo que vem dos anos 90! A Strip Me entrou de cabeça nessa onda e te explica tudo! O hype dos anos 90 e as camisetas bootleg personalizadas!

Parafraseando Oliviero Toscani, a moda é um cadáver que nos sorri. Em seu livro mais célebre, Toscani fala da publicidade, e não da moda. Mas muitos dos conceitos de uma se aplicam à outra. Ele afirma que a maioria das fórmulas usadas pela publicidade para vender são repetidas e recicladas ao longo dos anos. Assim é também a moda, cujas tendências vem e vão de tempos e tempos. Em certo ponto do livro, sendo ainda mais enfático, o fotógrafo italiano dispara: “A publicidade é um modelo falsificado e hipnótico da felicidade.” O mesmo podemos dizer da moda, um modelo falsificado e hipnótico da felicidade. A diferença é que a moda conseguiu subverter este conceito, imprimindo autenticidade e ousadia através do que ficou conhecido como Design Bootleg.

O Desing Bootleg

A parada começou em 1983 com o estilista do Harlem, bairro conhecido por sua comunidade negra em NY, Dapper Dan. Uma cliente chegou em seu ateliê se gabando de sua nova bolsa, enfatizando a marca, Louis Vuitton. Ele pensou: “Se essa garota está tão encantada assim por causa de um nome escrito pequenininho numa bolsa, imagina toda uma coleção de moda com essa marca!” Assim começou a desenvolver moletons, camisetas, jaquetas, bonés e outras peças estampando em tamanho grande várias marcas famosas como Gucci, Louis Vuitton, Fendi e muitas outras. E essas roupas todas eram usadas por gente como Rum DMC, LL Cool J, Bobby Brown e outros nomes do emergente hip-hop. E a moda pegou. Mas o sucesso durou pouco. As marcas entraram com várias ações judiciais e, não só as peças sumiram do mercado, como o ateliê de Dapper Dan foi fechado.

Em 2018 o jovem, e já renomado, estilista Alessandro Michele prestou uma marcante homenagem a Dapper Dan. Além de fazer declarações exaltando Dan, ele apresentou em pleno desfile da Gucci uma jaqueta com dois Gs imensos estampados. De lá pra cá, o design bootleg ficou conhecido e ganhou força no mundo da moda, pegando emprestado do universo musical o termo bootleg, que significa em português nada mais que pirata, falsificação. Os discos bootlegs eram gravações feitas sem autorização dos artistas, feitas por fãs em shows ou de sobras de estúdio que vazavam dos estúdios. E foi numa época bem específica que os bootlegs se popularizaram: os anos 90! Os métodos digitais de gravação e o surgimento do CD contribuíram muito para o boom da cultura do bootleg na música.

Os Anos 90

A música é peça chave para entender a estética dos anos 90 no mundo da moda. As pessoas estavam cansadas das cores berrantes e mangas bufantes, da maquiagem pesada cheia de contrastes e dos cabelos moldados a laquê. Enquanto a moda passava por um momento de transição, a cultura pop tinha suas portas arrebentadas por uns moleques de jeans rasgados, camisas largas de flanela xadrez e cabelos ensebados. A MTV tinha lá seu quinhão de responsabilidade por essa explosão. Mas não foi só ela. De repente, Kurt Cobain estava na capa da revista Time e Eddie Vedder na capa da People, revistas que não tem nada a ver com música. Com a cultura do rock tão efervescente, as próprias gravadoras passaram a vender produtos licenciados com os nomes de suas bandas em letras garrafais, principalmente camisetas. Tais camisetas eram vendidas, principalmente em shows. Você ia curtir a apresentação de sua banda favorita e saía de lá com uma camiseta feita especialmente para aquela tour que a banda estava apresentando. Uma camiseta com o nome e uma foto da banda bem grandes na frente, e atrás, as datas e locais da turnê.

Essas camisetas se popularizaram muito e acabaram inspirando um monte de gente a fazer camisetas no mesmo estilo, fosse de banda ou não, e essa estética se tornou uma marca muito forte da moda nos anos 90. Em especial porque foi nessa época que a moda deixou o glamour de lado para abraçar o street wear. A alta costura e as roupas do dia a dia se misturaram. O hip-hop e rap dos anos 90 também fazem parte disso. Snoop Dogg, Notorious B.I.G. e Tupac eram talvez até mais famosos que a turma do grunge. Eles influenciaram muito o jeito dos jovens suburbanos de se vestir, e chegaram até as passarelas de moda.

No final das contas, a moda é cíclica. Suas tendências são repetidas já faz tempo. Nos anos 60 os mods e seus terninhos bem cortados revisitavam os anos 20, nos anos 80 as moças de vestidos bufantes e rapazes com jaquetas e topetes revisitavam os anos 50, nos anos 00 as polainas e calças Saint Tropez revisitavam os anos 80… e agora chegou a vez dos anos 90! Gargantilhas, vestidos slip em tons pastéis, camisas de flanela, coturnos, jeans rasgados, pochetes… tá tudo aí! Só falta o Evair no Palmeiras e o dólar e o real um pra um!

Camisetas Bootleg Personalizadas

Junto com isso tudo, voltou também o que na gringa eles chamam de oversized t-shirt. Ou seja, camisetas grandes. O nome diz respeito ao tamanho da estampa, mas também da peça em si, afinal, era moda nos 90 usar camisetas largas, parecendo que eram um número maior do que a pessoa precisava, ou seja, oversized. Mas na moda, as coisas não são simplesmente copiadas, mas sim se transformam. Portanto, acabou se tornando trend pessoas encomendarem camisetas personalizadas no estilo das camisetas “de banda” dos anos 90, largas e com estampas grandes. E tem de tudo, há quem personalize estampando o próprio nome ou o nome de alguém que vai ser presenteado com a camiseta, e fotos dessa pessoa, tem quem o faça com jogadores de futebol, personagens de filmes e outras celebridades. Essa moda é recente na gringa e está chegando agora aqui no Brasil.

Camiseta Bootleg Personalizada Raios

Claro que uma novidade carregada de tanta história, tanta referência pop e estilo próprio, já faz parte do completíssimo catálogo da Strip Me. Além das camisetas de arte, música, cinema, bebidas, cultura pop, games e muito mais com estampas lindas e originais, você também pode personalizar a sua camiseta Strip Me como quiser! Inclusive no estilo bootleg! É só você nos enviar sua frase, foto ou arte, que gente faz pra você! Ou seja, você vai ter no peito uma camiseta 100% exclusiva que, além de tudo, é confeccionada em tecido sustentável, com certificação BCI, possui modelagem tradicional unissex, gola redonda, corte reto e o caimento perfeito! Curtiu? Então chega lá na nossa loja pra fazer a sua. Lá você também fica por dentro de todas as nossas promoções e lançamentos, que pintam toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist caprichada com o que há de melhor das bandas que estamparam as camisetas dos anos 90! Bootleg T-Shirt Top 10 tracks.

8 fatos que você precisa saber sobre o Blink-182.

8 fatos que você precisa saber sobre o Blink-182.

O Lollapalooza está chegando! E com ele o aguardadíssimo show da banda Blink-182. Para preparar o espírito para esse momento memorável, a Strip Me te conta 8 fatos interessantes sobre o trio mais engraçadinho do punk rock.

Blink-182, a banda que tornou “What’s my age again?” o hino dos eternos adolescentes em todo o mundo. Formada por Mark Hoppus, Tom DeLonge e Travis Barker, a banda passou com competência e muito bom humor pela porta do mainstream, aberta pelo Green Day e Offspring. Assim, conquistou uma legião de fãs com seu punk rock entusiasmado e letras irreverentes. E justamente envelhecer parece que não foi fácil para o trio, que ficou famoso, além da música, por aprontar mil travessuras fora dos palcos e não levar a vida nada a sério. Mas, por fim, parece que tudo foi se ajeitando. A banda foi ícone teen, foi desprezada e tida como vendida pelos punks, mas foi amadurecendo e ganhando o respeito da crítica musical e da cena punk. Hoje é uma das bandas com os shows mais disputados do mundo.

E, finalmente chegou a vez do Brasil conferir esse show, depois de três tentativas frustradas da banda vir para a terra tupiniquim. Isso graças ao festival Lollapalooza, que desde 2012 nos brinda com shows incríveis e toda a estrutura de um grande festival. Era para a banda ter tocado ano passado no festival, mas acabou cancelando sua vinda, mas para este ano o show está garantidíssimo! Para te ajudar a ir esquentando os motores para este show tão esperado, a Strip Me conta 8 fatos para você ficar conhecendo melhor Mark Hoppus e sua turma.

Blink antes do 182.

A banda foi formada por um trio de amigos adolescentes, ainda no colégio, em 1992. Quando começou a realmente ser levada a sério por seus integrantes, Mark Hoppus, baixo e voz, Tom DeLonge, guitarra e voz, e Scott Raynor, bateria, a banda foi batizada Blink. Em 1994 lançam seu primeiro disco, Cheshire Cat. Mesmo lançado de forma independente, o disco chama atenção. Tanto que a banda é processada por uma banda da Irlanda com o mesmo nome. Para evitar uma treta judicial, eles decidem colocar um número da na frente do nome. Surge Blink-182. De onde veio esse número, ninguém sabe. Provavelmente os caras acharam que soava bem. Mas ao longo do tempo, deram várias explicações malucas. Por exemplo, dizem que 182 é o peso de um dos integrantes da banda em libras, ou que 182 é o número de vezes em que Al Pacino diz “fuck” no filme Scarface.

A escolha.

No início de 1993 a banda Blink começava a crescer para além dos arredores de San Diego, California, onde se originou. A banda tomava cada vez mais tempo dos três jovens. Mark Hoppus tinha uma namorada ciumenta nessa época, que lhe deu um ultimato: “A banda ou eu!” E por algumas semanas, quase dois meses, ele escolheu a namorada. Mas, um tempo depois, sentiu saudade da sua turminha do barulho, mandou o namoro às favas e retomou seu lugar na banda bem a tempo de gravar a demo que daria origem ao seu primeiro disco.

Dança das baquetas.

Scott Rayner manteve o posto de baterista do Blink-182 até 1998. Em 1996 a banda dava o que falar e as gravadoras estavam desesperadas procurando um novo Green Day. O trio de San Diego acabou assinando com uma major ainda naquele ano, e em 1997 lançaram seu segundo disco, Dude Ranch, que fez um baita sucesso nos Estados Unidos. A fama fez com que Rayner perdesse as estribeiras e afundasse feio na bebida. Depois de algumas mancadas e sumiços em dias de show, Hoppus e DeLonge o expulsaram da banda. Por sorte, eles excursionavam com uma banda chamada The Aquabats, cujo baterista era um prodígio. Para não deixar Hoppus e DeLonge na mão em um show, o baterista Travis Barker, aprendeu a tocar o repertório do Blink-182 em uma tarde. E não saiu de trás dos tambores da banda desde então.

Enema of the State.

E foi em 1999 que o Blink-182 ganhou o mundo, com um disco inspirado e aquele empurrãozinho maroto da MTV. Os clipes de What’s My Age Again?, All the Small Things e Adam`s Song bombaram no mundo inteiro e o punk adolescente voltou para as cabeças. O disco Enema of the State teve duas capas diferentes. A primeira tiragem do disco saiu com o nome da banda com “B” maiúsculo e uma cruz vermelha no chapéu da enfermeira na capa. O trio preferia a grafia do nome com todas as letras minúsculas. Na mesma época a Cruz Vermelha, entidade internacional de saúde, ameaçou processar a gravadora pelo uso de seu símbolo de forma pejorativa, quase obscena, segundo a entidade. Para evitar confusão, foi retirada a cruz do chapéu da enfermeira, e uma nova tiragem do disco saiu com a capa com o nome da banda escrita em letras minúsculas e o chapéu sem a cruz. Aliás, a enfermeira em questão era ninguém menos que Janine Lindemulder, uma estrela em ascensão do cinema pornô na época, o que explica o desconforto do pessoal da Cruz Vermelha. Pra completar, o título do disco é um trocadilho malicioso com a expressão “enemy of the state”(inimigo do estado, ou do governo). A palavra “enema”, que substitui “enemy”, significa em português esperma. Trocadilho típico de quinta série. De fato, what’s my age again?

O preço da fama.

Enquanto a fama e popularidade da banda escalavam em alta velocidade, sua credibilidade dentro da comunidade punk despencava. Enquanto todas as bandas punks no começo do século vinte e um produziam músicas de protesto, incluindo os outrora adolescentes meio bobocas do Green Day, o Blink-182 saía na capa da revista CosmoGirl (a versão norte americana da Capricho) e ganhava o prêmio Nickelodeon’s Kids’ Choice Award. Realmente ficava difícil levar os caras a sério. E isso acabou sendo um ponto de virada, pois o trio ficou realmente incomodado com isso e resolveu mudar.

Amadurecimento.

Em 2003 a banda lançou seu quinto álbum. Intitulado simplesmente Blink-182, o disco mostrava que a banda realmente amadureceu, trazendo novos elementos à sua música, para além dos power acordes rápidos, soando ora como uma banda indie noventista, ora como uma banda new wave dos anos oitenta. O disco chegou a ser comparado com The Police e U2, mas os integrantes da banda afirmam que na época estavam ouvindo muito The Cure, o que ajudou a inspirá-los a escrever letras mais confessionais e questionadoras. Nessa mesma época, para mostrar que estava realmente querendo fazer as pazes com o mundo, durante uma turnê no Reino Unido, o trio foi até a Irlanda e fez questão de conhecer a tal banda Blink, que quase os processou na época do lançamento do Cheshire Cat. Mas essa fase paz e amor durou pouco. Em 2005 a banda anuncia que estava se separando.

Travis Barker nas asas do destino.

Em 2008 Travis estava num avião particular com mais cinco pessoas. Sobrevoando o estado da Carolina do Sul, o avião teve uma pane, pegou fogo e caiu. Apenas Travis e mais um rapaz amigo dele sobreviveram. O baterista teve 68% do seu corpo com queimaduras severas. O acidente fez com Barker adquirisse uma verdadeira fobia a aviões. Mas também fez com que ele e Hoppus voltassem a se falar depois de três anos sem se verem. Começava ali o retorno da banda. E, graças ao esforço e apoio de sua esposa, a socialite Kourtney Kardashian, Travis superou seu medo e voltou a viajar de avião em 2001, facilitando muito a vida da banda, que até então voltara a tocar e se esforçava para fazer turnês sem depender de aviões.

Vindas frustradas ao Brasil.

Já superado o trauma, ao contrário do que dizia Belchior, não foi por medo de avião que Travis Barker não pôde vir tocar no Lollapalooza Brasil em 2023, mas sim porque ele teve um problema nas articulações dos dedos das mãos e teve que passar por uma cirurgia. O show da banda acabou sendo cancelado meio em cima da hora. Mas não foi a única vez que o trio californiano ameaçou vir, mas não veio. Em 2004 DeLonge disse numa entrevista que a banda faria uma turnê mundial e passaria pela América do Sul no segundo semestre de 2005. Criou-se uma grande expectativa, que acabou frustrada com a declaração da separação da banda no começo de 2005. Já em 2001, a banda estava cotada para tocar no Rock In Rio e chegou até a ser anunciada como uma das atrações, mas acabou não rolando. Em uma entrevista ao ex-Malhação André Marques, no extinto programa Video Show, DeLonge disse que estava tudo certo para a banda participar do festival, mas Axl Rose não aceitou que o Blink-182 tocasse na mesma noite que ele, certamente com medo de o Guns n’ Roses fosse eclipsado pela performance magnífica do trio de San Diego. DeLonge disse isso sério e, depois de uma breve pausa, riu e disse que estava de sacanagem e que não sabia por quê a banda tinha sido retirada do line up do festival. E mesmo sem o Blink-182, naquele ano Axl Rose foi às lágrimas no palco.

Enfim, o Blink-182 é uma banda realmente cativante. Seja pelo seu bom humor, ou pelas suas ótimas canções, ou pelas duas coisas juntas. Blink-182 é puro barulho, diversão e arte. Uma banda dessa não ia ficar de fora da trilha sonora da Strip Me, que tem não só o Blink-182, mas também outras bandas punk representadas na excelente coleção de camisetas de música, onde tais bandas são apresentadas em estampas originais e super descoladas. E tem também as coleções de camisetas de cinema, arte, cultura pop, bebidas, games e muito mais. No nosso site você confere isso tudo e ainda fica por dentro de todos os nossos lançamentos, que pintam toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist deliciosa com o que há de melhor na discografia do Blink-182. Blink-182 Top 10 tracks.

Para ler: Altamente recomendável o livro Travis Barker. Vivendo a Mil, Enganando a Morte e Batera, Batera, Batera, a autobiografia de Travis Barker, livro lançado em 2016 pela editora Ideal. Numa narrativa envolvente o baterista conta sua vida, as idas e vindas da banda e seu traumático acidente de avião.

8 Curiosidades sobre a banda Red Hot Chilli Peppers.

8 Curiosidades sobre a banda Red Hot Chilli Peppers.

De volta ao Brasil para cinco shows, os incansáveis Red Hot Chilli Peppers são uma das bandas mais queridas do mundo. Para entrar no clima dos shows, a Strip Me traz 8 curiosidades, pra você ficar sabendo tudo sobre a banda.

Já se vão 40 anos desde quando os amigos Anthony Kiedis, Hillel Slovak, Flea e Jack Irons trocaram o nome de sua banda, de Tony Flow & The Miraculous Masters of Mayhem para Red Hot Chilli Peppers. De lá pra cá muita coisa mudou. A formação que teve idas e vindas, incluindo uma morte trágica, as mudanças de estilo, a discografia de 13 discos, as turnês intermináveis mundo afora e toda uma história de persistência, superação e, acima de tudo, talento! Se os Red Hot Chilli Peppers são hoje uma das maiores bandas em atividade da história da música pop, é porque a jornada desses caras foi intensa, e o que não faltam são histórias pra contar.

Neste mês de novembro, os Chilli Peppers estão de volta ao Brasil para cinco shows, que certamente serão memoráveis. Pra você entrar no clima e curtir esses shows, seja ao vivo, seja pela TV ou internet, a Strip Me te conta 8 curiosidades essenciais sobre a banda, pra você sacar o segredo dessa receita de sucesso apimentada.

1. Formações da banda.

Tudo começou com Anthony Kiedis, Flea, Hillel Slovak e Jack Irons. Slovak e Irons também eram parceiros em outra banda. Em 1984, às vésperas de gravar o primeiro disco dos Chilli Peppers,  Slovak e Irons abandonam Kiedis e Flea, para se dedicarem a sua outra banda. O primeiro disco foi gravado por Kiedis no vocal, Flea no baixo, Jack Sherman na guitarra e Cliff Martinez na bateria. Em 1985, rolam umas tretas e Kiedis expulsa Sherman e convence Slovak a voltar. Kiedis, Flea, Slovak e Martinez gravam o Freaky Style em 1985. Em 1986 Martinez sai e Jack Irons volta. Nessa época um integrante nefasto entra na banda: a heroína. A formação original grava em 1987 The Uplift Mofo Party Plan. Em 1988 Hillel Slovak morre de overdose de heroína. Arrasado, Jack Irons sai da banda. Kiedis passa por um curto período numa rehab. Ainda no fim daquele ano, Kiedis e Flea retomam a banda em memória de Slovak e convocam D.H. Peligro para a bateria e DeWayne McKnight para a guitarra. Atritos pessoais fazem com que McKnight não dure dois meses. Em seu lugar entra um jovem talentoso e fã dos Chilli Peppers chamado John Frusciante. Peligro, que também tinha seus problemas com drogas, é demitido. Em seu lugar entra Chad Smith. Tida como a formação clássica da banda, Kiedis, Flea, Frusciante e Smith gravam os discos Mother’s Milk e Blood Sugar Sex Magik, em 1989 e 1991 respectivamente. Em 1992, arrasado pelos excessos da fama, Frusciante sai da banda. Arik Marshall é contratado às pressas para a banda dar sequência nos shows. Mas ele não agrada Kiedis, que o demite e coloca em seu lugar Jesse Tobias, que também não dura mais de um mês como guitarrista da banda. Em 1993 entra Dave Navarro, que grava o disco One Hot Minute em 1995, e sai da banda em 1998, por tretas pessoais e, mais uma vez, abuso de drogas. Recuperado do vício, é Frusciante quem reassume a guitarra na banda. Com ele, a banda grava Californication, 1999, By The Way, 2002, e Stadium Arcadium, 2006. Em 2007 Frusciante inclui Josh Klinghoffer na banda como para tocar guitarra base, teclado e backing vocal. Em 2008 Frusciante sai da banda deixando Klinghoffer em seu lugar. Com Klinghoffer a banda grava I’m With You, 2011, e The Getaway, 2016. Em 2019 foi anunciada pela banda a saída de Klinghoffer e o retorno de Frusciante. Mais uma vez reunida, a formação clássica lança dois discos em 2022, Unlimited Love e Return of The Dream Canteen, e é como a banda se apresenta no Brasil neste mês.
Ufa!

2. RHCP no Brasil.

Os shows de novembro de 2023 marcam a décima vinda dos Chilli Peppers ao Brasil. A primeira vez foi 10 anos atrás, em 1993. A banda vinha ao lado de Nirvana, Alice In Chains, L7 e outros, para o Hollywood Rock. Na época era Arik Marshall quem tocava guitarra na banda. Depois disso, vieram em 1999, 2001, 2002, 2011, 2013, 2017, 2018 e 2019. Na maior parte das vezes a banda veio para participar de grandes festivais, como Lollapalooza e Rock in Rio. Mas desta vez estão vindo por conta própria, para 5 shows, no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Curitiba e Porto Alegre.

3. RHCP e o cinema.

Pouca gente sabe, mas Anthony Kiedis e Flea tem uma forte ligação com o cinema. Já atuaram em vários filmes, e Anthony Kiedis, particularmente, tem uma relação ainda mais próxima porque seu pai trabalhava em alguns estúdios de Hollywood e, desde cedo ele tinha contato com várias celebridades em sua casa. Para se ter ideia, uma das primeiras babás que ele teve, ainda bem pequeno, foi ninguém menos que a cantora e atriz Cher! Kiedis atuou em pelo menos 7 filmes, todos pouco conhecidos e sem grande expressão, com exceção de Caçadores de Emoção, de 1991, protagonizado por Keanu Reeves e Patrick Swayze. Já Flea atuou em quase 30 filmes, em alguns fazendo pequenas pontas e em outros com personagens mais marcantes. Sua primeira aparição foi no filme Vidas Sem Rumo (The Ousiders), de ninguém menos que Francis Ford Coppola. Ele também atuou em alguns outros filmes clássicos como De Volta para o Futuro, como um dos capangas de Biff, O Grande Lebowski e Medo e Delírio.

4. A música dos Chilli Peppers.

Não dá pra cravar que os Red Hot Chilli Peppers inventaram um novo estilo. O tal funk rock já vinha sendo feito pelo Funkadelic, basta ouvir o seminal disco Maggot Brain, de 1971, para se ligar nisso. Além do mais, bandas como Devo e Talking Heads, ali pelo fim dos anos 70, também se engraçavam com o soul e o funk, misturando-os com elementos do pós punk. Mas os Chilli Peppers conseguiram elevar o funk rock a um novo patamar, graças às diferentes influências de seus integrantes. Frusciante tem uma bagagem de hard rock, além de sua devoção pela obra de Jimi Hendrix. Anthony Kiedis, na adolescência, esteve envolvido com o pessoal do hip hop, que começava a frutificar em Los Angeles no começo dos anos 80. Flea era trompetista e amante do jazz quando garoto, na juventude se encantou com James Brown, e Chad Smith vem de uma formação eclética de rock n’ roll e música negra. E todos eles foram criados dentro da cena do punk californiano, indo aos shows do Black Flag, Germs, Dead Kennedys e Circle Jerks. Um caldeirão musical que só poderia render uma música de altíssima qualidade e com frescor de novidade, mesmo não tendo nada de tão novo assim.

5. O Elemento Frusciante.

Os Chilli Peppers já passaram por várias fases diferentes, onde sua música sofreu impacto considerável. Há quem considere Freaky Style e The Uplift Mofo Party Plan como as obras definidoras do som da banda, por conta da guitarra frenética de Hillel Slovak. Há quem prefira a pegada rock de Dave Navarro. O estilo mais contido de Klinghoffer até que gerou bons resultados. Mas indiscutivelmente, os momentos de maior inventividade e brilhantismo dos Chilli Peppers se deram quando John Frusciante empunhava a guitarra na banda. Os dois discos mais bem sucedidos da banda e considerados clássicos inquestionáveis do rock mundial tiveram participação ativa de Frusciante na concepção. A saber, os discos Blood Sugar Sex Magik e Californication. O talento e criatividade do guitarrista fica evidente em seus discos solo, mas quando ele une suas qualidades ao talento dos outros 3 chilli peppers, temos uma música de altíssimo nível e com muito potencial pop. Que nos perdoem os guitarristas que já passaram pela banda. Mas o Red Hot Chilli Peppers de verdade tem John Frusciante na guitarra.

6. Blood Sugar Sex Magik e revolução.

O disco Blood Sugar Sex Magik foi lançado no mítico ano de 1991, quando o rock passou por uma revolução avassaladora. O som hedonista e afetado de bandas como Guns n’ Roses e Skid Row foi atropelado pelos gritos inconformados de Kurt Cobain, mas também pelo ritmo alucinante e irresistível dos Chilli Peppers. O disco é irretocável, recheado de singles de sucesso, e tudo isso se deve á união simbiótica entre a banda e o produtor Rick Rubin. Enquanto a banda se ocupou de escrever melodias e letras, Rubin foi meticuloso ao explorar timbres e ambiências. A guitarra de Frusciante em músicas como The Power of Equality e Suck My Kiss são impressionantes. Tem peso, saturação, mas uma definição marcante. O baixo de Flea em Give it Away e Mellowship Slinky in B Major, por exemplo tem um som potente, a bateria de Chad Smith é brilhante, com sons de bumbo e caixa memoráveis! Rick Rubin seguiu produzindo discos dos Chilli Peppers por muitos anos. Mas foi neste disco que a engrenagem, realmente começou a funcionar. E o som de Blood Sugar Sex Magik instantaneamente se tornou referência e inspiração para incontáveis bandas que viriam a seguir.

7. Californication e redenção.

Não por acaso, os dois discos mais importantes de toda a carreira dos Chilli Peppers marcam pontos de virada na indústria musical, mas também na vida dos integrantes da banda. O caso de Californication é emblemático porque representa realmente a redenção da banda. O caso mais evidente é de Frusciante, que estava fora da banda e afundado no vício de heroína, a ponto de Flea encontra-lo quase à beira da morte. Do outro lado, Anthony Kiedis também lutava contra seus próprios demônios e, após a banda praticamente se separar por conta das brigas com Dave Navarro, ele viajou para a Índia, para uma intensa recuperação. Voltou limpo e preparado para ajudar Frusciante. Assim, os Chilli Peppers se reergueram com um disco confessional, honesto e, acima de tudo, irresistível! A fórmula infalível desenvolvida em Blood Sugar Sex Magik pela banda e Rick Rubin foi aprimorada em Californication! E praticamente metade do disco virou hit, colocando mais uma vez os Chilli Peppers como uma das bandas mais influentes e respeitadas para uma nova geração quer surgia ao alvorecer do século vinte e um. Além da força musical, Californication marca uma fase de estabilidade e amadurecimento dos integrantes da banda, em especial Frusciante e Kiedis, que, desde então, não tiveram mais episódios de envolvimento com drogas e mantém uma vida produtiva e saudável.

8. 2022 e o surto criativo.

O ano de 2019 terminou com a notícia de que Klinghoffer estava fora e Frusciante estava de volta aos Chilli Peppers. 2020 começou cheio de esperança e com os Chilli Peppers prometendo disco novo, compondo incansavelmente, até que em março… tudo parou. Um ano depois, com o mundo se vacinando e retomando a vida, os Chilli Peppers também voltaram a se reunir e compor. E compuseram muito, mas muito mesmo! No início de 2022 lançaram o disco Unlimited love, com 17 canções. No segundo semestre do mesmo ano, mais um disco é lançado, com mais 17 canções inéditas, o disco Return of the Dream Canteen. Numa entrevista Chad Smith admitiu que a banda sempre compunha material extra para seus discos, ou seja, sempre ficam umas canções de fora. Mas depois da pandemia e tudo, eles pensaram: ˜Qual o sentido de ficar guardando essas canções?” E eles realmente estavam compondo numa quantidade impressionante e canções com qualidade. Assim, decidiram lançar dois discos com quase vinte músicas cada, no mesmo ano. O que só nos permite concluir uma coisa: Dos Red Hot Chilli Peppers você pode esperar qualquer coisa!

Para conhecer em detalhes toda a trajetória do Red Hot Chilli Peppers, se liga no dossiê sobre a banda em duas parters, que publicamos aqui no blog ano passado.
Dossiê RHCP parte 1
Dossiê RHCP parte 2

De fato, os Chilli Peppers são encantadores! Não só uma banda com músicas arrebatadoras, divertidas e dançantes, como também um grupo de pessoas inspiradoras, verdadeiras e talentosas! Tal qual a Strip Me, os Chilli Peppers são barulho, diversão e arte! E o que mais a gente pode querer nessa vida? Por isso, nós temos camisetas inspiradas e referenciando a vida e obra dos Red Hot Chilli Peppers, que são lindas e ideais para você curtir em qualquer rolê e, é claro, nos shows da banda! É só dar uma olhada no nosso site, na coleção de camisetas de música. Aí você aproveita e já confere as camisetas de cinema, arte, cultura pop, bebidas, e muito mais! Além disso, na nossa loja você também fica por dentro dos lançamentos, que pintam por lá toda semana!

Vai fundo!

Para ouvir: Claro, uma playlist no capricho com o que de melhor os Chilli Peppers fizeram, mas aqui vamos priorizar a produção da banda tendo o Frusciante como guitarrista. RHCP Top 10 Tracks.

Para ler: O livro Acid for the Children é a autobiografia de Mike Balzary, mais conhecido como Flea! O livro é delicioso de se ler, com uma linguagem fluida e bem humorada, com capítulos curtos e histórias muito saborosas da infância e adolescente do baixista. O livro saiu no Brasil pela editora Belas Letras. Vale a pena demais a leitura!

Foo Fighters One by One: Todos os discos, do pior ao melhor!

Foo Fighters One by One: Todos os discos, do pior ao melhor!

O queridão Dave Grohl e sua turma tocam no Brasil neste fim de semana. Para esquentar os motores para os shows, a Strip Me deu uma geral na discografia da banda.

É realmente incrível que os Foo Fighters estejam em turnê depois de tanta coisa. Nós, brasileiros, lembramos muito bem de março do ano passado, quando fomos surpreendidos com o cancelamento do show da banda no Lollapalooza, por conta da morte de Taylor Hawkins. Em agosto do mesmo ano, a mãe de Dave Grohl também faleceu, deixando o vocalista despedaçado. Com tanta tragédia, era de se esperar que a banda, ainda que não encerrasse oficialmente suas atividades, pelo menos embarcasse num hiato por um período de tempo. Mas qual o quê! Após poucos meses de luto, os Foos se juntaram em estúdio com um novo baterista, o competente Josh Freese, e conceberam, simplesmente, um dos melhores discos de 2023, o excelente But Here We Are. O disco saiu em junho deste ano e a banda já está em turnê mundo afora. Eles tocam no Brasil no dia 7 de setembro em Curitiba e no dia 9 em São Paulo, como atração do festival The Town.

Para se preparar para os shows, nada melhor do que dar uma geral na carreira da banda e ouvir alguns discos. Por isso, a Strip Me realizou a quase hercúlea tarefa de selecionar todos os discos dos Foo Fighters do pior ao melhor. Então confere aí como ficou essa lista. Ah, sim, estão inclusos aqui somente os 11 discos de estúdio, com canções inéditas. Discos ao vivo e coletâneas não entraram.

11 Concrete and Gold (2017)

No final de 2015 os Foo Fighters lançaram um EP chamado Saint Cecilia, com 5 canções. O lançamento foi feito em homenagem às vítimas dos atentados terroristas de Paris, em novembro daquele ano. Com o EP. Dave Grohl divulgou uma carta aberta, que dava a entender que a banda poderia encerrar as atividades, mas que um novo disco seria feito antes. Este disco é Concrete and Gold. Sem dúvida o disco menos inspirado dos Foo Fighters, apesar das boas influências que ele carrega. Dave Grohl parece ter entrado no estúdio com o Álbum Branco dos Beatles embaixo do braço. Mais do que isso, Paul McCartney em pessoa participa do disco. Talvez a sanha de misturar essas influências sessentistas com o rock de arena da banda tenha feito Dave Grohl escrever boas canções, mas sem aquele brilho que faz o parquinho pegar fogo. É um disco morno. A maior prova de que a banda estava desmotivada e sem vontade de trabalhar pra valer é que subutilizaram a presença de Paul McCartney, o colocando para tocar bateria em uma das faixas, e nada mais!

10 Sonic Highways (2014)

Em 2012 Dave Grohl disse que os Foo Fighters fariam uma pausa por tempo indeterminado, para descansar, depois de anos ininterruptos de turnês intermináveis. Mas, como tem gente que gosta de descansar carregando pedra, Grohl pegou esse tempo livre e concebeu o ótimo documentário Sound City. Em meados de 2013 já rolava um zum zum zum de que a banda estava em estúdio produzindo material novo. Em dezembro, Grohl confirmou os boatos e disse que o disco já tinha nome, Sonic Highways, e que seria feito de uma maneira muito diferente. De fato, o disco foi gravado na estrada, cada música gravada numa cidade diferente com algum convidado local e com um contexto. A ideia é realmente ótima. Mas nem sempre uma boa idéia acaba sendo bem realizada. O disco é irregular e sem inspiração nenhuma. Sabe quando a gente vê na tv aqueles reality shows de culinária e alguém faz um prato lindo, cheio de conceito, mas que quando os jurados provam, não tem gosto de nada? Então. É isso. Sonic Highways é um um prato lindo e cheio de conceito, mas sem nenhum tompêro.

9 In Your Honor (2005)

Apesar de Dave Grohl parecer um cara simples, sem afetações, hábitos excêntricos ou vaidade, ele certamente tem alguns arroubos de megalomania em se tratando de música. In Your Honor foi o primeiro deles. Depois de passar meses compondo ao violão em sua casa, Grohl decidiu que o próximo disco dos Foos seria um disco duplo, onde um disco conteria somente músicas agitadas e cheias de distorção e outro somente com faixas acústicas. Além disso, o vocalista acabara de construir em sua casa, em LA, um estúdio profissional. Foi lá que a banda gravou todo o disco, e também a banda assina a produção da obra. É complicado dizer que o disco que entrega Best of You é um dos mais fracos da banda. Mas é a mais pura verdade. A real é que o disco plugado é bem bom e traz os destaques do álbum como um todo. Best of You, DOA e No Way Back são ótimas músicas. Do acústico, salvam-se ali Friend of a Friend e Miracle. O fato é que se condensassem os dois discos num só, teríamos um álbum muito bom. Mas acaba ficando pra trás por ser um disco longo e cansativo, com uma ou outra pérola no caminho.

8 Medicine of Midnight (2021)

Apesar da recepção fria de Concrete and Gold por parte de crítica e público em 2017, a banda se lançou em suas costumeiras turnês mundiais e tudo estava bem. Em 2019 Grohl já acumulava uma boa quantidade de músicas novas e a banda começou a produzir o disco no fim daquele ano. Era para o disco sair no início de 2020. E aqui entra aquela frase, a mais dita na década atual: Mas aí veio a pandemia, né? Por fim, o disco foi lançado em fevereiro de 2021 e foi uma grata surpresa! A banda que vinha desacreditada, depois de dois discos fracos, ressurgiu com um disco moderno, inspirado e divertido de se ouvir, sem perder a mão do bom, velho e sujo rock n` roll. O disco equilibra bem as guitarras saturadas com batidas e ritmos inspirados, com Taylor Hawkins em seu auge como baterista. O disco emula um som oitentista, mas sem soar datado. Em vários momentos lembra Bowie na fase Let`s Dance/Scary Monsters. Um disco revigorante para uma banda que estava se perdendo dentro de si mesma.

7 Echoes, Silence, Patience and Grace. (2007)

Lá em 1997, depois de uma exaustiva turnê, Pat Smear, guitarrista que acompanhava Grohl em empreitadas musicais desde os tempos do Nirvana, resolveu deixar os Foo Fighters, alegando esgotamento. Em 2005, durante a turnê de In Your Honor, Pat Smear fez algumas participações com a banda, mas ainda receoso de voltar definitivamente. Ainda sem Smear de volta, mas vira e mexe tocando em alguns shows, a banda lança o ao vivo Skin and Bones em 2006 e se recolhe para compor material novo. Para alavancar o disco,. Grohl convidou o produtor Gil Norton, responsável pelo clássico The Colour and the Shape e Pat Smear para gravar uma canção. Echoes, Silence, Patience and Grace foi recebido com entusiasmo. Emplacou 3 singles no primeiro lugar da Billboard e trouxe de volta um Foo Fighters direto e cheio de energia, com grandes canções como The Pretender, Long Road to Ruin e Let it Die. É um disco que só não está mais perto do top 5 porque acaba tendo algumas canções sem graça, que tornam o disco um pouco cansativo do meio para o fim. É o caso da balada insossa Stranger Things Have Happened e da dispensável instrumental Ballad of the Beaconsfield Miners.

6 But Here We Are (2023)

Como foi dito no início, é fantástico que depois de tanta tragédia, em especial para Dave Grohl, a banda esteja tão afiada, e tenha concebido um disco tão brilhante. Mas, na real, é aquela coisa, a dor foi transformada em música. A faixa título do disco diz tudo. “Você está pronto agora? Dor. Separação. Reverência. De braços dados, estamos para sempre. Eu te dei meu coração. Mas aqui estamos nós.” Acontece que, além dessa carga dramática toda transformada em arte, Dave Grohl foi capaz de revisitar praticamente todas as fases da banda, em especial as mais prolíficas. Show me How e Under You poderiam facilmente figurar entre o repertório de There`s Nothing Left to Lose. Rescued poderia estar no The Colour and the Shape. But Here We Are é um disco coeso, empolgante e inspirador! Só não entrou no top 5 porque… porra, porque daqui pra frente é só disco muito f#d@!

5 One by One (2002)

One by One é o terceiro disco da banda. Foi concebido em meio a muita treta e insegurança. O disco anterior, There`s Nothing Left to Lose tinha ido super bem, rolou uma mega turnê bem sucedida… mas quando a banda parou para compor novas canções o clima não foi dos melhores. Discussões começaram a pintar entre os músicos quanto a que rumo tomar com o novo disco, estavam inseguros com relação a qualidade das novas músicas… E, numa hora de crise, Dave Grohl fez o que qualquer um faria: Deixou tudo de lado e foi tocar bateria com outra banda. Grohl assumiu temporariamente as baquetas do Queens of the Stone Age e, com eles, gravou o disco Songs for the Deaf e saiu em turnê com a banda no primeiro semestre de 2002. No segundo semestre, os Foo Fighters estavam escalados para tocar em alguns festivais. Mas o clima estava péssimo, e a banda em voltas de terminar. Porém, os shows que fizeram foram muito empolgantes, a banda se reconectou e foi todo mundo para Alexandria, cidade do estado de Washington onde Grohl morava, e gravaram ali o One By One. E é um petardo. O disco já abre com All My Life. Depois seguem Times Like These, Tired of You, Halo, Burn Away e muitas outras. Um disco sensacional! Talvez um pouco longo (15 canções). Mas ainda assim, um disco muitíssimo acima da média.

4 Foo Fighters (1995)

O primeiro disco dos Foo Fighters é um disco solo do Dave Grohl. Ele só batizou a obra como Foo Fighters porque não queria que o disco ficasse conhecido como “o disco do cara do Nirvana”. Funcionou. O disco foi gravado em outubro de 1994, seis meses depois de Kurt Cobain cometer suicídio. Após a morte de Cobain, Dave Grohl cogitou abandonar a vida de músico. Mas acabou encontrando na música uma forma de se curar. Ele já vinha compondo algumas músicas desde 1991, 1992, quando morou com Kurt compôs músicas como Marigold, que chegou a ser gravada pelo Nirvana. Depois de gravar e batizar a compilação de músicas simplesmente como Foo Fighters, Grohl saiu distribuindo cópias. Quando viu que todo mundo curtiu e tinha até uma gravadora interessada, recrutou Nate Mendel e William Goldsmith, baixista e baterista da banda Sunny Day Real Estate, e Pat Smear, seu parceiro no Nirvana, e colocou a banda na estrada para divulgar o disco. Assim surgiu Foo Fighters como banda propriamente dita. Ah, sim, e o disco é ótimo, assim como em But Here We Are quase trinta anos depois, Grohl transformou sofrimento em grandes canções. Destaque para Big Me, This is a Call, Alone + Easy Target e I`ll Stick Around. É um disco com grandes canções, mas sem muito equilíbrio. Mas Dave Grohl só estava começando a moldar sua inigualável fórmula para unir barulho e melodia.

3 Wasting Light (2011)

Em 2009 os Foo Fighters encerraram a turnê do disco Echoes, Silence, Patience and Grace e resolveram tirar uns meses de férias. Mais uma vez, Dave Grohl foi descansar carregando pedra e montou a banda Them Crooked Vultures, uma superbanda na real, já que contava com Grohl na bateria, Josh Homme, do Queens of the Stone Age, na guitarra e ninguém menos que John Paul Jones, ex baixista do Led Zeppelin! A banda passou o ano fazendo shows e gravou um ótimo disco. Com todo mundo descansado e cheio de energia, os Foo Fighters voltam a se reunir em 2010 e Pat Smear é oficialmente reintegrado à banda. E os planos eram promissores. O novo disco seria gravado na garagem da casa de Dave Grohl, usando somente equipamentos analógicos e tendo como produtor Butch Vig, o cara que produziu o Nevermind, o clássico do Nirvana. Tudo conspirou e o disco é sensacional! Pesado, com boas melodias e algumas canções memoráveis. A cereja no bolo para os fãs mais antigos de Dave Grohl foi a participação de Krist Novoselic no disco. O ex baixista do Nirvana toca na faixa I Should Have Known. O disco ainda conta com a participação de Bob Mould, do Husker Dü, tocando guitarra e fazendo backing vocals em Dear Rosemary, umas das melhores músicas do disco. Wasting Light é um dos melhores discos dos Foos por trazer canções brilhantes interpretadas por uma banda madura e bem entrosada.

2 There’s Nothing Left To Lose (1999)

Fãs do Foo Fighters com uma queda por rock mais pesado certamente colocariam Wasting Light como o segundo melhor disco da banda. Mas vamos segurar essa emoção e pensar racionalmente. There`s Nothing Left To Lose é um disco impecável. Mas como Dave Grohl e companhia chegaram a ele?  Bom, pra começo de conversa, este disco marca a entrada de Taylor Hawkins na bateria. Na real, foi uma fase de muita mudança na formação da banda. Vamos lembrar que Pat Smear deixou a banda em 1997, depois da tour de The Colour and the Shape. O baterista William Goldsmith também já tinha deixado a banda. Goldsmith foi substituído por Hawkins e Pat Smear foi substituído por Franz Stahl, guitarrista que tocara com Grohl na banda Scream nos anos 80. Em 1998 Grohl, Mendel, Stahl e Hawkins se reuniram para compor material para um disco novo. Porém, as ideias não estavam batendo entre Stahl e o resto da banda, o que culminou em sua demissão. There`s Nothing Left To Lose foi concebido e gravado basicamente pelo trio Grohl, Mendel e Hawkins. Como sempre, na adversidade, Dave Grohl tira da cartola canções inspiradíssimas. Trata-se de um disco impecável porque é nele que Grohl encontrou o equilíbrio perfeito na sua fórmula de misturar barulho e melodia. A união do Teenage Fanclub com o Motorhead. Neste disco estão clássicos absolutos como Learn to Fly, Next Year, Breakout e Generator, além de pérolas como Aurora e Headwires. É um disco que não tem como não gostar!

1 The Colour and the Shape (1997)

Quis o destino que o disco mais impactante e que ficaria para sempre estabelecido como o melhor  de toda a obra da banda de Dave Grohl fosse o segundo disco, assim como Nevermind foi o segundo disco do Nirvana. E não é exagero nenhum cravar que The Colour and the Shape é um dos melhores discos da segunda metade dos anos 90. Depois de gravar sozinho o disco de estreia da banda, Dave Grohl conseguiu o que queria. Não ser mais visto como “o cara do Nirvana”, mas sim como o vocalista dos Foo Fighters. A boa aceitação da de crítica e público e a boa relação entre os músicos dentro da banda, que na época contava com Dave Grohl e Pat Smear nas guitarras, Nate Mendel no baixo e William Goldsmith na bateria, inspirou Grohl a compor canções grandiosas e irresistíveis! Vale dizer aqui que uma das grandes forças do disco é a bateria cavalar… que foi gravada pelo próprio Dave Grohl. Reza a lenda que, após ouvir a primeira mixagem das músicas, com Goldsmith na bateria, Grohl achou as baterias das músicas sem pegada, sem inspiração. E ele foi lá e regravou tudo. Lógico que Goldsmith ficou puto e saiu da banda. Foi quando Grohl, que precisava de alguém pra começar a tour do disco, conseguiu convencer o baterista da banda da Alanis Morissette a abandonar a cantora e se juntar a ele nos Foos. E Taylor Hawkins estava dentro. Bom, The Colour and the Shape é um disco brilhante, impecável e atemporal. Duvida? Ouça ele inteiro. O disco fala por si. E ali estão alguns dos maiores clássicos da banda, como Monkey Wrench, Everlong e My Hero.

Certa vez, Grohl disse numa entrevista: “Adoro estar em uma banda de rock, mas não sei se necessariamente quero estar em uma banda de rock alternativo dos anos 90 pelo resto da minha vida.” A frase é perfeita e explica a longevidade dos Foo Fighters. Fazer o que ama, mas não se acomodar. Procurar sempre inovar, encontrar caminhos diferentes, mas sem perder a personalidade e originalidade. Uma inspiração e tanto para a Strip Me, que está às margens de completar 10 anos de barulho, diversão e arte, procurando sempre novos caminhos. E é claro que você encontra estampas referentes aos Foo Fighters e muitas outras bandas na nossa coleção de camisetas de música, pra você curtir o show dos Foos no maior estilo! Além disso, na nossa loja ainda tem as camisetas de cinema, bebidas, arte, cultura pop e muito mais. Dá uma olhada lá no nosso site, e aproveita para ficar por dentro dos nossos lançamentos, que pintam toda semana!

Vai fundo!

Para ouvir: Nossa prática aqui é sempre fazer um top 10. Mas hoje vamos abrir uma exceção para essa banda tão maravilhosa e fazer um top 11, com uma música de cada discos dos Foo Fighters. Mas não aquelas óbvias, tá? Everlong, Learn to Fly, Best of You… todo mundo conhece. Vamos pinçar aqui músicas menos óbvias, porém igualmente excelentes. Foo Fighters top 11 Tracks.

Para assistir: É imperdível o divertidíssimo documentário Foo Fighters Back and Forth, dirigido pelo James Moll e lançado em 2011, praticamente junto com o disco Wasting Light. O doc dá uma geral na história da banda e apresenta sua trajetória desde as gravações de Grohl sozinho 1994 até os bastidores de Wasting Light. Enfim, é bom demais e vale a pena ver.

Para ler: Dave Grohl já foi contemplado com pelo menos três bons livros contando sua trajetória. Mas o definitivo, claro, é o escrito por ele mesmo. Bom humorado e com muita fluidez Grohl escreve suas memórias no excelente livro Contador de Histórias: Memórias da Vida e Música, lançado em 2022 no Brasil pela editora Intrínseca. Leitura recomendada!

12 filmes que contam a história do rock! Parte 1

12 filmes que contam a história do rock! Parte 1

No mês do rock, a Strip Me apresenta 12 histórias de cinema, sobre alguns dos mais importantes artistas da música pop!

Que o rock n’ roll é mais que um gênero musical, mas um estilo de vida, todo mundo sabe. Porém, algumas vidas são mais interessantes que outras, e elevaram alguns artistas a um status de quase divindade. E, na grande maioria dos casos, esse status é, ao mesmo tempo, a glória e a ruína. Afinal, convenhamos, a maioria das histórias são bem parecidas. Um artista de origem humilde, com muito talento, ascende ao estrelato, se perde em excessos de todo tipo e alguns ficam pelo caminho e outros dão a volta por cima. Mas todos acabam virando lendas.

O cinema é prodígio em contar essas histórias com muita eficiência. São muitos os filmes que se prestam a retratar a vida de artistas famosos. O Dia do Rock é 13 de Julho. Portanto, aproveitamos para declarar o nosso amor ao rock n’ roll elencando alguns dos melhores filmes sobre artistas que ajudaram a moldar essa música e esse estilo de vida que a gente tanto adora! Selecionamos 12 filmes e dividimos este post em 2 partes. Hoje você confere 6 filmes e semana que vem, um dia antes do Dia do Rock, publicamos a segunda parte deste texto. Então prepara a pipoca e se liga na nossa lista!

Minha Fama de Mau (2019)

Assim como a maior parte das cinebiografias já feitas, este filme foi escrito baseado no livro de mesmo nome, que conta a história de Erasmo Carlos. No caso, o livro é uma autobiografia muito bem escrita e recheada de boas histórias. O filme consegue transmitir a mesma leveza e ingenuidade dos primeiros anos da Jovem Guarda e a evolução de Erasmo como músico e pessoa. Claro, sem a complexidade do livro, por falta de tempo e espaço. Mas Lui Farias dirige o filme com competência, o roteiro, escrito a seis mão por L.G. Bayão, Lui Farias e Letícia Mey, é superficial, mas se sustenta bem, principalmente por conta de seus personagens serem nossos velhos conhecidos, Erasmo Carlos é interpretado por Chay Suede com elegância. Minha Fama de Mau é um filme bem divertido, uma sincera ode aos primórdios do rock n’ roll brasileiro e a um de seus principais nomes.

What’s Love Got to Do with It (1993)

Este filme saiu no Brasil em 1994 sob o título Tina – A Verdadeira História de Tina Turner. O título original, além de aludir a uma das músicas mais famosas de Tina Turner, tem tudo a ver com o enredo do filme, que conta a história de Turner desde a infância até o auge de sua carreira, passando pelo seu conturbado casamento com Ike Turner. O filme é dirigido pelo britânico Brian Gibson, responsável pela cinebiografia de Frida Kahlo como produtor, além de dirigir o divertidíssimo Still Crazy, filme sobre uma banda fictícia dos anos 70. O roteiro é assinado por Kurt Loder e Kate Lanier, além da própria Tina Turner. É um filme muito bem executado, com uma excelente trilha sonora e cenas bem dramáticas. Tina Turner teve uma vida sofrida, mas repleta de êxitos e momentos inesquecíveis. O filme é muito bom, teve algumas indicações ao Oscar, inclusive, mas foi soterrado por uma avalanche de ótimos filmes naquele ano, como A Lista de Schindler, Philadelphia, Jurassic Park, O Fugitivo, Em Nome do Pai e Sintonia de Amor.

Elis (2016)


Não é exagero dizer que Elis Regina é a maior cantora brasileira de todos os tempos. Da mesma forma, não é forçar a barra incluí-la numa lista dedicada a artistas do rock n’ roll. Sempre foi uma artista controversa e disposta a romper com qualquer limite imposto. Por isso mesmo, ela fez parte da passeata contra a guitarra elétrica nos anos 60, e nos anos 70 não economizou nas distorções e frases bluesy para cantar canções do Belchior. Elis teve uma vida tão intensa, que as quase duas horas de filme não são suficientes, e muita coisa ficou de fora. Mas Hugo Prata, que dirigiu e escreveu o filme, com o apoio dos roteiristas Luiz Bolognesi  e Vera Egito, entrega um filme bem acabado, com uma fotografia vigorosa, boas atuações, mas um roteiro superficial e um pouco atropelado. Mas só pela trilha sonora e pela fotografia, já vale a pena assistir.

Walk the Line (2005)

Também conhecido por Johnny e June, este filme é baseado em um dos melhores livros de rock n’ roll já escritos: a autobiografia de Johnny Cash! O livro tem uma riqueza de detalhes e um tom confessional tão impactantes, que chega a ser surpreendente que o filme não deixe muito a desejar em relação ao livro. Isso quer dizer que se trata de um baita filme bom! A química entre Joaquim Phoenix e Reese Whiterspoon interpretando Johnny Cash e June Carter Cash é avassaladora! Além disso, o roteiro é muito bem amarrado e rico em grandes cenas e bons diálogos. James Mangold escreveu e dirigiu o filme com brilhantismo. Aliás, um ótimo diretor. Vamos lembrar que ele é o homem responsável por Garota Interrompida, além de ter concebido o mais profundo filme sobre um personagem de histórias em quadrinho, o excelente filme Logan, de 2017. Walk the Line é um filmaço, responsável por apresentar o contestador e cascudo Johnny Cash às novas gerações. Só por isso, já merece nosso respeito.

Cazuza: O Tempo não Pára (2004)

A verdade é que este filme acabou gerando quase tanta polêmica quanto a própria vida de seu personagem principal. Não que o filme seja ruim. É um bom entretenimento, mas deixou de fora muita coisa importante da vida pessoal e profissional de Cazuza. Um dos maiores motivos de discussão foi que o filme sequer cita os nomes de duas pessoas muito próximas de Cazuza: Lobão e Ney Matogrosso. Lobão era o melhor amigo de Cazuza, e os dois viviam juntos pra cima e pra baixo, e compuseram várias músicas juntos, a mais famosa é Vida, Louca Vida. Já Ney Matogrosso foi um dos primeiros namorados de Cazuza, o caso de amor dos dois durou pouco tempo, mas foi o suficiente para ficar na história, mas não no filme. Cazuza: O Tempo não Pára foi dirigido por Walter Carvalho e Sandra Werneck, e escrito por Lucinha Araújo, Fernando Bonassi e Victor Navas. O filme é um bom entretenimento, mas não passa disso. Quem melhor definiu o longa foi justamente Lobão, que, ao ser perguntado sobre o filme, disparou: “Parece um episódio de Malhação.”

Rocketman (2019)

Elton John é um dos artistas mais intrigantes do rock n’ roll. É originalíssimo e mega talentoso, mas também carrega uma tonelada de referências externas. Tem virtudes comparáveis aos maiores gênios. O lirismo de Freddie Mercury, as melodias de Paul McCartney e a estética de David Bowie. Essa personalidade multifacetada e exuberante é lindamente retratada no excelente filme Rocketman. Um filme de fotografia e edição impressionantes, roteiro incrivelmente bem amarrado e quebrando paredes, e uma direção fantástica. É uma das melhore cinebiografias já feitas, sem sombra de dúvidas. Há quem torça o nariz para o filme, por ele ser muito próximo de um musical. Mas as pessoas esperavam o que? Afinal é a vida do Elton John! Só poderia ser contada através da música (e de figurinos excêntricos, claro). O filme tem a direção de Dexter Fletcher e roteiro de Lee Hall. E é um filme imperdível!

Essa foi a primeira parte da celebração da Strip Me pelo ia do Rock! Na semana que vem você confere a segunda parte dessa lista, com mais 6 filmes sobre grandes nomes do rock ‘n roll. Enquanto não chega essa parte 2, você pode dar aquela conferida no nosso site e escolher suas camisetas favoritas da nossa coleção de camisetas de música. Aproveita e dá uma olhada nos lançamentos, que pintam na nossa loja toda semana, além de camisetas de cinema, arte, cultura pop e muito mais. Barulho, diversão e arte é com a gente mesmo!

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist caprichada com músicas dos artistas biografados nos filmes citados neste texto! Rock no Cinema (Parte 1) top 10 tracks.

Para ler: Sem dúvida, entre todos os livros que inspiraram filmes, um dos melhores e mais impactantes é Cash, a autobiografia de Johnny Cash. Direto ao ponto, com uma escrita fluída e simples, Johnny Cash coloca nas páginas toda a sua vida, suas virtudes, seus pecados, seus altos e baixos, sua relação com a família, com a música, com o amor, com a religião e consigo mesmo. É um relato fortíssimo e inspirador. Livro praticamente obrigatório, de tão bom.

Os 10 melhores filmes do gênio Martin Scorsese

Os 10 melhores filmes do gênio Martin Scorsese

A Strip Me não tem medo da polêmica e, para homenagear Martin Scorsese, elencou entre os mais de 25 filmes do diretor, seus 10 melhores.

Imagine um menino que nasceu em New York na década de 1940, descendente de sicilianos, crescendo num bairro de imigrantes, onde a pobreza contrasta com alguns homens de ternos bem cortados tomando café na porta de alguns estabelecimentos, com cara de poucos amigos. O que se pode esperar do futuro desse menino? Ora, ser padre, é claro! Pois era o que queria ser quando adulto o adolescente Martin Scorsese, nascido no Queens em 1942. Porém, por ter uma saúde frágil, o jovem Scorsese quase não saía para a rua e faltava muito na escola. Para compensar, seus pais frequentemente o levavam para se distrair no cinema. Acontece que nos anos 50, quando Martin passava da infância para a adolescência ainda não tinha essa coisa de filmes para crianças. Então, com 12 para 13 anos, ele assistia filmes de Alfred Hitchcock e Ingmar Bergman. E tudo mudou.

Hoje Martin Scorsese é facilmente reconhecido como um dos maiores nomes do cinema de todos os tempos. E é curioso notar que tudo em sua vida pessoal colaborou para que ele fosse um cineasta tão autêntico, realista e de alto primor técnico. Ter crescido nos arredores de Little Italy,  em New York, nos anos 50, sendo ele próprio descendente de sicilianos, lhe deu uma visão única da máfia em seu auge. Sua religiosidade fez com que o catolicismo e a cristandade estivessem sempre presente em sua obra, mas sob um viés questionador, provocador até, justamente por ele ter muitas vezes questionado a sua fé, depois que o cinema e a literatura, e consequentemente a reflexão sobre a religiosidade, se tornaram um hábito.

A obra de Scorsese é vasta e impressionante, tamanha a qualidade de praticamente todos os seus filmes. São 25 filmes entre 1968 e 2019, sendo que tem mais um a caminho, que será lançado ainda neste ano. E isso só ficção, sem falar nos documentários, que são 12 no total, e pelo menos 3 são realmente fabulosos. Além disso, a obra de Scorsese é marcada por parcerias longevas e de muito sucesso, em especial com o ator Robert De Niro, e atualmente com Leonardo Dicaprio.  Há quem diga que a melhor forma de conhecer um artista é através de sua obra. Então, resolvemos selecionar os 10 filmes mais importantes da carreira do diretor. Não foi fácil escolher só 10 entre tantos filmes incríveis.  Então, você confere a seguir os 10 melhores filmes de Martin Scorsese segundo a Strip Me.

10 – O Rei da Comédia (1982)
Um filme excelente, apesar de menosprezado. Mas é compreensível que assim seja. O Rei da Comédia foi o filme que sucedeu Touro Indomável. O filme é empolgante ao misturar comédia e drama para contar a história de um homem perturbado, que vive entre sua própria imaginação e a realidade, cujo desejo é ser um grande comediante. Para alcançar seu objetivo, ele vai até as últimas consequências para se apresentar no talk show mais famoso da TV, apresentado por um renomado comediante. Protagonizado por Robert De Niro e Jerry Lewis, O Rei da Comédia é um baita filme, que ganhou mais atenção do público recentemente. Afinal, claramente o elogiadíssimo filme Joker, lançado em 2019, é mais que uma clara homenagem, é praticamente um remake do filme de Scorsese.

9 – Vivendo no Limite (1999)
Mais um filme sensacional de Scorsese que é pouco conhecido. Também compreensível que assim seja. 1999 foi um ano abençoado para o cinema. No mesmo ano foram lançados Clube da Luta, De Olhos Bem Fechados, Garota Interrompida, Beleza Americana e A Espera de um Milagre. Porém, Vivendo no Limite não deixa nada a desejar a estes filmes. Scorsese traz a história de um motorista de ambulância workaholic, que começa a ver fantasmas dos pacientes que não conseguiu salvar e, ao invés de diminuir, aumenta sua entrega ao trabalho. O filme é alucinante, com uma fotografia e edição fantásticas, uma trilha sonora arrebatadora com The Clash, Van Morrison, Johnny Thunders, R.E.M. e The Who. Além disso, Scorsese consegue arrancar de Nicolas Cage, que sempre foi um ator mediano, uma atuação vigorosa.

8 – O Irlandês (2019)
É o filme mais recente de Scorsese e pode ser considerado um épico, não só por ser um filme longo (mais de 3 horas de duração). O irlandês conta a história que tem ligação direta com um dos casos mais impactantes da história recente dos Estados Unidos, e que continua ainda hoje sem uma conclusão, o caso da morte do líder sindical Jimmy Hoffa. Além de se embrenhar num tema tão espinhoso, o filme tem outros atrativos. Pra começo de conversa, reúne Al Pacino e Robert De Niro finalmente num filme decente e a altura da qualidade dos dois atores. É um filme brilhante, que tem diálogos excelentes, ótimas cenas de ação e uma história bem amarrada, que prende a atenção. Um filme com a cara (e a qualidade) de Scorsese.

7 – Cabo do Medo (1991)
Um suspense como só Scorsese poderia fazer e só De Niro poderia protagonizar com tanta excelência! O roteiro é bem simples. Na verdade, o filme em si não é novidade, pois trata-se de um remake do filme de mesmo nome lançado em 1962 e protagonizado por Gregory Peck. Mas a versão de Scorsese é imbatível! A história gira em torno de um criminoso condenado que, ao sair da cadeia, passa a atormentar a família do promotor que o colocou na prisão. A entrega de De Niro ao personagem é assustadora.  É um suspense de roer as unhas que vale ser visto e revisto! Além de tudo foi o filme que revelou ao mundo a jovem atriz Juliette Lewis.

6 – Os Infiltrados (2006)
Este foi o filme responsável pelo primeiro Oscar de Scorsese. Sim, Os Infiltrados é um ótimo filme. Mas não é pra Oscar. Ele concorreu com Babel, Pequena Miss Sunshine e Cartas de Iwo Jima, que são tão bons quanto, se não melhores. Mas é possível que a academia tenha dado o Oscar a Os Infiltrados em nome do conjunto da obra de Scorsese, que tem pelo menos um cinco filmes antes deste que mereciam, e muito, a estatueta. Tá, mas isso não diminui em nada o filme, que fique claro. Os Infiltrados é um filme de máfia como só Scorsese pode conceber, repleto de violência e com uma trama que privilegia seus personagens. Mais uma vez, Scorsese apresenta um filme empolgante, com uma trilha sonora excelente e ótimas atuações. Aliás, de novo Scorsese tira leite de pedra ao fazer um ator mediano apresentar uma atuação acima da média. O nome da vez é Mark Wahlberg.

5 – Casino (1995)
Entramos no Top 5! Começamos a pisar em solo sagrado, de filmes que realmente mudam a perspectiva das pessoas e revolucionam de alguma maneira o jeito de fazer cinema. Casino é um filme de Martin Scorsese por excelência. Tudo que faz de Scorsese um cineasta genial está lá.  A escolha do elenco, que entrega atuações brilhantes, um roteiro denso e bem amarrado, cenas de violência explícita impressionantes, fotografia instigante, trilha sonora impecável e direção perfeita. A história se assemelha a do filme Bons Companheiros, pois conta a trajetória de um judeu associado à máfia que é designado para gerenciar um casino em Las Vegas. O filme é inspirado numa história real. Uma curiosidade aqui é que a trilha sonora, além de muito bem escolhida, tem um papel essencial no filme. Como a maior parte do filme acontece dentro de um casino, onde não se vê o mundo exterior e as roupas são sempre extravagantes e atemporais, é através das músicas que o passar dos anos é evidenciado. Enfim, um filme imperdível!

4 – O Lobo de Wall Street (2013)
O negócio de Scorsese é realmente contar histórias de personagens incríveis, carismáticos e que tem uma trajetória vertiginosa. Aqui a máfia dá lugar ao igualmente inescrupuloso e ganancioso mercado de ações e especulação monetária. Leonardo Dicaprio, numa atuação exuberante e irretocável, encarna um ousado homem de negócios que começou por baixo e cresceu rapidamente, entendo os meandros, pormenores e excessos do mercado financeiro. É um filme tão empolgante e divertido, que nem parece que tem 3 horas de duração. Além de tudo é um filme apresenta tamanho realismo que deixa uma pulga atrás da orelha: será que o alto escalão do mercado financeiro é desse jeito mesmo, ou isso é só uma caricatura?

3 – Touro Indomável (1980)
Após concluir Taxi Driver, seu primeiro filme realmente reconhecido pelo público e pela crítica, Martin Scorsese lançou um filme  que foi um fracasso total. Esse fracasso fez com que ele quase desistisse do cinema e fosse trabalhar apenas como diretor de vídeo clipes. Foi Robert De Niro quem o incentivou a continuar. Na mesma época em que De Niro dava essa força, chega ás mãos de Scorsese o roteiro de Touro Indomável, a história do lutador de boxe Jake LaMotta, uma história real. O filme é de uma sensibilidade inacreditável. Carrega consigo uma carga imensa de brutalidade e drama, que fizeram com que LaMotta tivesse uma vida de glória nos ringues e desastrosa dentro de casa. O trabalho de De Niro aqui é soberbo, sua transformação física ao encarnar o protagonista em seu auge na juventude e decadente na velhice é impressionante. Touro Indomável é o segundo filme da carreira de Scorsese que deveria ter ganho o Oscar. Outra curiosidade é que o próprio LaMotta, quando assistiu ao filme chorou muito e, ao final, ele perguntou para a sua esposa se ele havia sido uma pessoa tão terrível como aparece no filme. Ela respondeu: “Você era bem pior”.

1 – Empate Técnico
Não dá pra dizer qual destes dois filmes é melhor. Além de serem filmes bem diferentes, os dois são irretocáveis e realmente geniais, cada um com suas particularidades. Portanto, os dois entram para a lista como número 1.
Taxi Driver (1976)
Martin Scorsese era o homem certo na hora certa para realizar Taxi Driver. Primeiro, ele conhece New York como ninguém. Segundo, não tem medo de explorar a violência e brutalidade, e o faz sem parecer forçado. Terceiro, ele tem ao seu lado Robert De Niro, um ator fenomenal. Taxi Driver é um retrato de seu tempo. Um Estados Unidos sem esperança e violento, amargurado com o fim da guerra do Vietnã, que gerou milhares de homens perturbados, veteranos de uma guerra que matou mulheres e crianças, que só sabiam matar e agora estavam sem emprego. Esse é o perfil Travis Bickle, personagem principal, interpretado por De Niro. O filme é um clássico absoluto, desses que tem cenas tão icônicas que são repetidas em inúmeros filmes depois dele (“You talkin’ to me?”). Era um filme pra levar o Oscar. E ele perdeu sabe pra quem? Para Rocky, sim o filme de Sylvester Stallone sobre o boxeador Rocky Balboa. E ele levou o Oscar porque, além de ser realmente um ótimo filme, mostra exatamente o mesmo Estados Unidos despedaçado, mas tem como protagonista um homem simples, do povo, que consegue vencer na vida. Afinal, um pouco de otimismo não faz mal a ninguém.
Bons Companheiros (1990)
Coppola que não nos ouça, mas foi Martin Scorsese quem realmente definiu os moldes de um bom filme de máfia. E Foi com este Bons Companheiros que o fez. Claro que a trilogia Poderoso Chefão é genial, mas traz uma visão limitada, romantizada e vista de cima para baixo do mundo da máfia. Já Scorsese traz um olhar mais realista, com uma visão mais ampla e menos glamourizada. Além disso é quase didático ao explicar através da vida de Henry, como funciona a hierarquia da máfia italiana. Primeira coisa a ser dita sobre este filme: de novo Scorsese arranca uma atuação brilhante de um ator medíocre, neste caso Ray Liotta, que interpreta com perfeição o protagonista Henry Hill, um rapaz que não pode ser  efetivado na máfia por não ser de origem italiana, mas que é um gângster associado à máfia, com todos os seus privilégios, junto com  seus amigos  Jimmy Conway e Tommy (Robert De Niro e Joe Pesci). Mais uma vez Scorsese ajuda a mostrar a passagem do tempo através de uma trilha sonora excelente. Mais uma vez ele traz a violência crua e sem rodeios. Mais uma vez ele executa uma direção irretocável. Mais uma vez ele perde o Oscar. Desta vez, não tem muita explicação. O ganhador do Oscar naquele ano foi Dança com Lobos. Um ótimo filme, mas Bons Companheiros é melhor, mais completo, mais intenso. Bons Companheiros é o filme de máfia perfeito. É um filme que não dá pra cansar de rever. É uma obra prima, assim como Taxi Driver.

Menção honrosa
Precisamos falar, nem que seja por cima do trabalho de Scorsese como documentarista de música. Pelo menos 3 de seus documentários merecem ser mencionados: The Last Waltz, de 1978, que documenta o último show da banda The Band, famosa por acompanhar Bob Dylan, antes de sua separação. Além das músicas, é um filme  emocionante, com alguns depoimentos e uma fotografia delicada. George Harrison: Living in the Material World, de 2011 é outro documentário brilhante, contando a vida do guitarrista dos Beatles sob um viés mais pessoal e humano. Repleto de imagens raras e depoimentos de amigos e familiares, é uma homenagem a altura do talento do inigualável beatle George. Por fim, Rolling Thunder Revue: A Bob Dylan Story, de 2019, é acachapante. O filme retrata a turnê de Bob Dylan de 1975 pelos Estados Unidos. Uma turnê insana que além de músicos, contava com vários amigos, entre eles o poeta beat Allen Ginsberg. O filme traz imagens memoráveis de shows e de backstage, além de vários depoimentos interessantíssimos.

Que homem é Martin Scorsese! Um cineasta desse gabarito não podia deixar de ser homenageado pela Strip Me, que claro, tem estampa incrível com referência a um de seus filmes. O cinema cru e revolucionário de Scorsese é uma inspiração e referência para a marca! Confere na nossa loja as camisetas de cinema, de música, arte, cultura pop e muito mais. Além disso, no nosso site você fica por dentro de todos os nossos lançamentos, que pintam toda semana!

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist poderosa, baseada no que há de melhor em todas as trilhas sonoras dos filmes do Scorsese. Scorsese Top 10 tracks.

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