Dos games pro cinema!

Dos games pro cinema!

A Strip Me preparou um top 5 comentado de jogos de vídeo game clássicos que viraram filmes. Confere aí!

Passam os anos, séculos até, e a afirmação do nosso querido Lavoisier segue inoxidável: Tudo se transforma! O filósofo referia-se à natureza, é verdade. Mas se assim é a natureza, não há de ser diferente com a cultura pop, este camaleão indomável! Jogos e personagens de vídeo game, por exemplo, frequentemente rompem a barreira do nicho gamer e invadem a cultura pop. Assim aconteceu, por exemplo, com o heroico e pitoresco encanador Mario, que saiu dos consoles para estampar camisetas, canecas, virou boneco de brinquedo e muito mais. Chegou inclusive às telas de cinema! Impressionante, não é? Pois bem. Hoje vamos estamos aqui para falar especificamente dessas transformações. Games que viraram filmes.

A popularização dos games nos anos oitenta e noventa foi massiva! À medida que os jogos foram se desenvolvendo, tendo um roteiro por trás dos jogos, por mais raso que fosse, eles foram ganhando personagens palpáveis, que invadiram o imaginário de crianças e adolescentes. Logo a indústria se ligou nisso e começou fazer de tudo. Revistas em quadrinhos, brinquedos, roupas… até que os produtores de cinema também se ligaram nesse nicho. Como estamos tratando aqui de origens, primórdios, vamos nos limitar a falar de jogos das duas últimas décadas do século vinte.  Afinal, de 2000 pra cá a coisa avançou de maneira assustadora, os consoles se aprimoraram, os jogos ganharam novas nuances, com produções cada vez mais rebuscadas, que esses dois mundos, games e cinema, se aproximaram muito. Afinal, é cada vez mais comum ver roteiristas de Hollywood escrevendo roteiros de games e atores e atrizes emprestando suas vozes e suas imagens para jogos cada vez mais elaborados.

Foi nos anos noventa que o mundo dos games tomou as telas de cinema de assalto. Nem sempre com filmes bons, é verdade. Mas sempre com grandes bilheterias. Hoje selecionamos os 5 jogos dos anos 90 mais importantes que viraram filme.

Double Dragon

Double Dragon foi o primeiro grande hit dos jogos do estilo beat‘em up, a boa e velha porradaria generalizada. Criado em 1987, jogo pode ser jogado em dupla ou solo. Consiste em dois guerreiros, mestres de artes marciais, que precisam salvar a namorada de um deles, que foi sequestrada por uma gangue barra pesada. A dupla de lutadores vai passando pelas fases batendo no máximo de inimigos possível e enfrentando os famosos chefões ao fim de cada fase. É uma história que não tem começo e nem fim, só uma premissa, uma desculpa, pra rolar o jogo. Foi muito popular nos arcades e também nos consoles Nintendo e Mega Drive. Foi tamanho o sucesso que em 1994 foi lançado um filme baseado no game. Dirigido pelo James Yukich e escrito por Paul Dini e Neal Shusterman.  Tal qual o jogo, o filme tem um roteiro mais raso que poça d’água. A dupla protagonista é interpretada pelos ilustres desconhecidos Mark Dacascos e Scott Wolf, atores que conseguiam papéis em filmes de ação por serem lutadores. Enfim, é um filme ruim, que beira o irrelevante. Mas que, na época, deu mais de 2 milhões e meio de lucro para os produtores. Sinal que o game realmente tem seu potencial.

Street Fighter

É aqui que a parada começa a ficar séria! O jogo foi criado pela empresa japonesa Capcom em 1987. De início, a maioria dos consoles possuía joysticks primitivos, com uma alavanca de direção e dois botões, que, no caso do jogo de luta, dava chutes e socos com intensidades diferentes de acordo com a pressão que o jogador aplicava no botão. Foi então que, em parceria com a Nintendo, a Copcom desenvolveu os joysticks que ficaram famosos, com quatro botões e o botão de direcionamento. A primeira versão do SF não causou tanto furor. Mas quando lançaram a segunda versão, em 1991… Street Fighter II foi uma febre mundial impressionante. O jogo que trazia os protagonistas Ken e Ryu lutando contra lutadores de vários lugares do mundo tornou-se um clássico imediato. Entre hadukens, shoryukens e tratratratrukens, os personagens do jogo ficaram famosos e também acabaram nas telas do cinema. O filme lançado em 1994 ficou por conta de Steven E. de Souza, que escreveu e dirigiu o longa. Pra se ter ideia, ele foi o roteirista de filmes como Duro de Matar e Comando para Matar, dois clássicos do cinema brucutu. No elenco Jean Claude Van Damme e Raul Julia, em seu último papel antes de morrer, encabeçavam um roteiro simples, mas até que bem amarrado, para um filme de ação com tantos personagens diferentes. Não é um filme memorável. Mas ainda deve servir como bom entretenimento para quem gosta de filmes de ação e luta.

Mortal Kombat

Depois do sucesso de Street Fighter, criado pelos japoneses da Capcom, os ianques não quiseram ficar de fora. Assim o estúdio de Chicago Midway Games criou um jogo com uma estética mais bem acabada, com personagens mais poderosos e com muito mais violência explícita e sangue. Em outubro de 1992 foi lançado então Mortal Kombat. Já com uma história mais rebuscada, os americanos criaram um roteiro, que era mostrado antes de começar o jogo pra valer, explicando a origem dos personagens, tudo baseado em histórias japonesas de ancestralidade e artes marciais. Mas o que fez a cabeça dos jovens jogadores mesmo foi que o vencedor de cada luta tinha algumas opções para finalizar seu adversário. Os famosos fatalitys permitiam desmembramentos, empalação e decapitação. O jogo virou hit instantâneo e continua popular até hoje. O jogo chegou às telonas em 1995. O filme foi dirigido por Paul W.S. Anderson, escrito por uma equipe de roteiristas e teve como protagonista o ator Cristopher Lambert. O filme até que é legal, tem cenas de ação muito boas, alguns efeitos visuais interessantes para a época e… basicamente é isso. Uma história rasa e sem pé nem cabeça, em que alguns lutadores poderosos são convocados para um torneio numa ilha, e quem vence o torneio pode decidir o destino da humanidade. Além disso, em especial para nós brasileiros, o Mortal Kombat é um jogo especial pois inspirou um dos memes mais antigos, mas imortal, da internet: Lindomar, o Sub Zero Brasileiro.

Tomb Raider

Com o sucesso dos vídeo games nos anos 90 entre os jovens, o estúdio britânico Eidos Interactive se ligou que tinha um nicho ainda que não tinha sido preenchido, o de garotas que curtem jogar vídeo game. Assim, criaram em 1996 o jogo Tomb Raider, protagonizado pela carismática Lara Croft, uma espécie de Indiana Jones de saia… quer dizer, de shortinho. Ela é uma arqueóloga que se mete em várias aventuras. Rapidamente o jogo se tornou um enorme sucesso não só entre as meninas, mas também entre os meninos, adolescentes com hormônios à flor da pele inspirados por uma guerreira de top e shortinho enfrentando vilões. O jogo foi lançado pela Sega para o Mega Drive, e logo depois saiu também para o Playstation. O jogo já passou por vários versões e atualizações. Da mesma forma, acabou sendo adaptado para o cinema mais de uma vez, sempre com sucesso. O filme mais marcante é de 2001, com ninguém menos que Angelina Jolie no papel de Lara Croft. A direção do filme ficou na mão do competente Simon West, diretor de Con Air. O filme rendeu milhões em bilheteria, mas não passa de um filme de ação, muito bem-feito sim, mas sem um roteiro muito atraente.

Super Mario Bros

Um clássico, né? Super Mario foi criado como um jogo de fases para arcade em 1983, pela Nintendo. Em 1985 passou para os consoles e foi sendo atualizado e ganhando novas versões ao longo dos anos. Mas sempre tendo Mario e Luigi como protagonistas, que percorrem o mundo dos cogumelos tentando salvar a Princesa Peach sem cair em armadilhas e passando pelos mais diversos obstáculos. É o tipo de jogo viciante, que você não quer parar de jogar. Apesar de sua estética pixelada, os personagens do jogo tornaram-se icônicos. Além disso, consegue agradar todas as idades. Crianças, adolescentes e, de alguns anos pra cá, adultos nostálgicos da época em que era crianças e jogavam incansavelmente para resgatar a princesa. Lógico que tamanha comoção levou o jogo para as salas de cinema. E você pode se perguntar: “Nossa, mas só agora, em 2023, saiu um filme do Super Mario nos cinemas?”. Claro que não! De fato, se você for hoje aos cinemas, vai ver que está em cartaz uma animação baseada no jogo, com gente como Chris Pratt e Jack Black fazendo as vozes dos personagens. Mas não se iluda, 30 anos atrás, em 1993, também estava em cartaz nos cinemas o filme Super Mario Bros. Este um live action, com gente como Bob Hoskins, John Leguizamo e Dennis Hopper no elenco. Apesar de contar com bons atores o longa é bem fraco, como a grande maioria dos filmes baseados em jogos. Roteiro raso e sem propósito. Mas é divertido ver os personagens do jogo como pessoas de verdade e tal. Pele peculiaridade da coisa toda, até que vale a pena conferir. Tanto o filme de 1993, como a animação que está em cartaz atualmente nos cinemas.

Menção Honrosa

Muito legal a gente ter toda essa pegada nostálgica, jogos e filmes dos anos 90 e tal… Mas também somos ligados no mundo contemporâneo, e o que acontece agora também nos interessa! Então, cabe aqui a gente citar um dos mais recentes hypes dos streamings, a série The Last of Us, baseada no jogo de mesmo nome. Apesar de não entregar o mesmo nível de conexão que o jogo oferece, a série é realmente ótima! Claro, sempre que a gente comparar com o jogo, a série vai sair perdendo. Primeiro porque a conexão, como já dissemos é bem maior, afinal, você, jogador, toma decisões pelos personagens e se envolve com a história, além de ter muito mais espaço para que o roteiro em si seja desenvolvido, dando profundidade aos personagens e amarrando a trama toda. Apesar disso tudo, a série funciona muito bem. Pedro Pascal entrega uma atuação excelente e a jovem Bella Ramsey se revela uma atriz versátil e talentosa na comédia e no drama. Realmente vale a pena demais conferir tanto o jogo quanto a série.

Pois é. Desde os anos 80 até hoje os games cravaram seu lugar ao ol na cultura pop com tamanha eficiência, que extrapolaram sua própria mídia e deram origem a filmes, nem sempre tão bons, mas sempre divertidos! Por isso mesmo os games também fazem parte do DNA da Strip Me, que tem uma coleção todinha dedicada a esse universo, a Coleção Camisetas de Games. Além das já tradicionais camisetas de cinema, música, arte, cultura pop e tantas outras. Na nossa loja você confere todas elas e ainda fica por dentro dos lançamentos, que pintam por lá toda semana.

Vai fundo.

Para ouvir & para assistir: Hoje vamos de combo. Como estamos falando de anos 90, jogos e filmes de ação, a sugestão aqui é conferir o filme Last Action Hero, o mais puro creme dos anos 90. O filme é protagonizado pelo Arnold Schwarzenegger e passeia por esse mundo dos filmes de ação, jogos e etc. É um filme bem divertido. E ele tem uma trilha sonora simplesmente arrasadora, com Alice in Chains, Megadeth, ACDC, Def Leppard… olha, é um disco pra botar pra rolar enquanto toma cerveja com a turma! Então, se liga. Aqui você confere o trailer do filme e aqui o link para o disco da trilha sonora no Spotify!

Capela à Michelangelo!

Capela à Michelangelo!

Neste texto celebramos uma das obras de arte mais marcantes da história! A pintura do teto da Capela Sistina por Michelangelo. Uma obra tão rica em iconografia que já inspirou várias estampas aqui na Strip Me.

A cidade de São Paulo está recebendo uma exposição sensacional. Michelangelo: O Mestre da Capela Sistina é uma experiência imersiva na obra de um dos maiores artistas da história da humanidade. A exposição conta com imagens recortadas em detalhe, reproduções de esculturas e muitas projeções com equipamento de alta tecnologia, tudo com muita informação. Tudo isso rola no MIS Experience, um espaço do Museu da Imagem e do Som feito especialmente para este tipo de experiência de imersão. A exposição está em cartaz até o dia 30 de abril, e você consegue maiores informações sobre ingressos e etc entrando neste link. Agora, para saber como é que esse job caiu no colo do Michelangelo, mesmo depois de ele ter praticamente brigado com o Papa, basta você relaxar e continuar lendo este texto.

 Uma discussão inflamada quebrava o silêncio clerical de uma ala em reforma da basílica de São Pedro. No centro da discussão o já renomado artista Michelangelo e um dos bispos do Papa Júlio II. Os dois estão rodeados por um padre, um arquiteto que vistoriava as obras da reforma da basílica e três auxiliares de Michelangelo. O artista estava ali para avisar que estava abandonando as obras do Papa e ia voltar ainda naquela noite para Florença! Ele até tentara uma audiência com o Papa, para dizer-lhe diretamente tudo aquilo, mas não conseguiu ser atendido. Portanto recorria ao bispo. Bispo este que implorava para que Michelangelo reconsiderasse, afinal era uma obra encomendada pelo Papa em pessoa. Irritado, Michelangelo levantou ainda mais a voz: “Pois que ele peça a Deus Todo Poderosos que termine a obra, porque eu não trabalho sem receber!  Muito menos permito que pegue o meu material para ser usado por outras pessoas! Você sabia que eu fiquei quase um ano naquele fim de mundo em Carrara só pra selecionar as melhores peças de mármore para eu usar? Pra chegar aqui e essa gente vir pegar o meu mármore pra usar na reforma da basílica! E ainda tem a cara de pau de me dizerem que foi por ordem do Papa! Se o Papa quer tanto reformar essa basílica, que seja! Mas eu não termino o mausoléu enquanto não receber, inclusive uma quantia maior, pelo mármore que eu iria usar e me tiraram! Estou indo para a minha casa em Florença! Passar bem!”.

Rascunhos e estudo de anatomia humana de Michelangelo – 1508

Michelangelo saiu pisando forte e apressado, seus passos ecoando pela basílica. Seus auxiliares atrás tentavam acompanhar o passo de seu mestre. Sob o sol forte do verão de 1507, Michelangelo percorreu sério as ruelas de Roma até chegar em seu atelier. Ali juntou alguns pertences, entregou para que um de seus auxiliares carregasse e dali seguiu para o norte numa carroça que o levaria até Florença. Lá chegando, se estabeleceu em sua casa e logo foi procurar trabalho. Muitos na cidade não acreditavam que ele tivesse saído de Roma assim, sem mais nem menos. Todo mundo sabia que ele tinha ido a Roma por ordem do Papa, que havia lhe pedido que erguesse um majestoso mausoléu, para quando ele morresse. A tumba do Papa Júlio II seria ornamentada por pelo menos 60 estátuas de imagens religiosas. Isso foi em 1505. Logo no início de 1506, Michelangelo foi para Carrara, escolher as melhores peças de mármore para tal trabalho. Por lá ele ficou 8 meses, afinal eram muitas esculturas e nem sempre o mármore extraído estava de acordo com o exigente padrão do escultor. De Carrara foi direto para Roma para começar a trabalhar.

O problema é que o Papa Júlio II era um megalomaníaco de mão cheia! A basílica de São Pedro sempre abrigou os sepulcros dos papas falecidos, afinal, ali está sepultado aquele que é considerado o primeiro papa e criador da igreja, o apóstolo Pedro. O Papa Júlio II queria que a sua tumba se destacasse dentre todos os outros papas, para que ele fosse lembrado como um grande líder. E nada mais justo do que contratar Michelangelo para o trabalho. Ele já havia concebido a Pietá e o Davi, comprovando seu talento inigualável. Mas aqueles eram tempos turbulentos, principalmente para a igreja católica. O renascentismo trazia de volta a filosofia grega e o humanismo, enquanto isso, na Europa central, Martinho Lutero já começava a dar as caras e questionar o catolicismo e a região que hoje é a Itália era um amontoado de pequenos reinados, onde a igreja católica, há muito já se esforçava para aumentar seu domínio territorial para além de Roma. Assim, em 1507, pressionado a dar aos povos do ocidente demonstrações de grandeza, o Papa Júlio II deixou de financiar seu próprio túmulo para dar sequência à portentosa reforma da basílica de São Pedro e outras construções imponentes. Uma dessas construções era a Capela Sistina.

Capela Sistina

A Capela Sistina já era, naquela época, uma verdadeira maravilha. Além de sua arquitetura rebuscada, em seu interior as paredes eram ornamentadas com pinturas e afrescos de alguns dos maiores artistas do século XV, como Botticelli, Domenico Ghirlandaio, Pietro Perugino, e Rafael. A Sistina também era chamada de Capela Papal, pois era, e continua sendo até hoje, onde acontecem as reuniões mais importantes da elite do Vaticano, e onde ocorrem os conclaves que escolhem o próximo Papa. Até aquela época, início dos anos 1500, o teto da capela era pintado de diferentes tonalidades de azul com algumas estrelas douradas. Foi ideia do Papa Júlio II que o teto da capela fosse pintado em afresco com grandiosidade e riqueza, enaltecendo as principais passagens bíblicas. O Papa era realmente um admirador de Michelangelo e não tinha ficado nada contente com o artista, que mal começara seu túmulo e tinha ido embora da cidade. Mandou chamar Michelangelo, deixando claro que não se tratava da obra abandonada, mas sim um novo e desafiador trabalho.

Rascunhos e estudo de anatomia humana de Michelangelo – 1508

Além de ser conhecido como pavio curto e ter um humor instável e irritadiço, Michelangelo era também, notadamente, um workaholic! Trabalhava incansavelmente e era exigente e perfeccionista. Quase um ano depois de chegar em Florença, Michelangelo voltou a Roma para ouvir o que o Papa tinha a lhe propor. Quando lhe foi proposto pintar em afresco o teto da capela Sistina, de cara, ele negou, sem sequer ouvir o valor que lhe seria pago. Ele sabia que era na escultura que ninguém se igualava a ele. Na pintura, a competição era mais acirrada. Foi uma longa conversa entre o Papa e Michelangelo, até que o artista aceitasse o trabalho. Ao longo dessa conversa, muitas exigências foram feitas. Por exemplo, Michelangelo fazia questão de que os andaimes para que ele pintasse o teto fossem modelados de forma que não se apoiassem no cão, mas sim, nas janelas, parapeitos e buracos nas paredes, com amplas pranchas de madeira em que ele pudesse andar lá em cima confortavelmente. Aqui vale dizer que é pura lenda quando dizem que Michelangelo pintou deitado o teto da capela. Ele pintou em pé, sempre olhando para cima. Também exigiu que lhe fosse dado tempo de sobre para trabalhar, assim ele poderia se preparar muito bem, pois queria fazer um trabalho tão bom ou melhor que Da Vinci, Rafael ou Botticelli, afinal, ele era um pouco competitivo também. Outra exigência é que ele tivesse liberdade total para escolher as cenas que iria pintar.

Capela Sistina

Michelangelo era um artista de seu tempo. Portanto, um renascentista. Lia Platão e outros filósofos gregos e sua arte se dedicava a enaltecer o ser humano. Mas tudo isso em harmonia com os dogmas e princípios cristãos. Antes de iniciar os rascunhos, ainda no papel, do que iria para o teto da capela, Michelangelo leu todo o antigo testamento, em busca de passagens imagéticas e inspiração. Assim ele definiu e apresentou ao Papa o ousado projeto de pintar no teto da capela Sistina a criação do mundo, a busca humana por salvação e sua aliança com Deus. O Papa ficou encantado com a ideia de Michelangelo e deu sinal verde para que ele começasse a trabalhar. Claro, sob garantia de que seria pago, e muito bem pago, pelo trabalho e sem sofrer interferências de quem quer que fosse. Michelangelo começou a pintar o teto da capela em 1508 e finalizou no final do ano de 1511. A obra foi oficialmente inaugurada e aberta à visitação pública em 1512. Porém, a obra não estava completamente finalizada. Mas isso de acordo com o Papa. Michelangelo considerava o trabalho prontinho. Mas o Papa queria que alguns detalhes da pintura fossem pintados com ouro, e alguns pedaços que já estavam pintados em azul, ilustrando o céu, o Papa queria que fossem cobertas com Lápis-Lazúli, uma rocha metamórfica de cor azul opaca e translúcida. Por sorte, Michelangelo insistiu e somente alguns poucos detalhes foram cobertos de ouro e a rocha Lápis-Lazúli acabou não sendo usada.

Rascunhos e estudo de anatomia humana de Michelangelo – 1508

Não há registro de quanto Michelangelo recebeu pela pintura dos afrescos na capela Sistina, mas certamente foi uma pequena fortuna. Além do pagamento monetário, Michelangelo acabou se tornando um protegido do Papa. Tanto que o artista abandonou de vez Florença para viver em Roma e assumiu muitos outros trabalhos para o Papa. Um deles, foi dar continuidade, como arquiteto, na reforma da basílica de São Pedro. A mesma obra que o fizera abandonar Roma anteriormente. E o túmulo do Papa Júlio II permaneceu inacabado. No momento de seu enterro, havia apenas uma estátua feita por Michelangelo inteira. O túmulo foi terminado por outros artistas posteriormente, mas sem sequer metade da grandeza que o papa que ali repousa gostaria.

É claro que uma obra tão incrível como essa teria uma história tão interessante quanto.Obras de arte icônicas, artistas geniais e rebeldes, e histórias deliciosas! É isso que a Strip Me gosta e é isso que a Strip Me quer! É isso tudo que faz a gente querer sempre criar estampas originais, lindas, cheias de história, mas super contemporâneas! Então se liga na nossa loja para curtir nossas camisetas de arte, de cinema, de música, de cultura pop, comportamento e muito mais, sem falar dos lançamentos que pintam toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Para entrar no clima deste texto, que fica entre Roma e Florença, entregamos uma playlist caprichada, com o que há de mais legal na música pop italiana! Italia Top 10 tracks.

Para assistir: Apesar de não ter ligação direta com a Capela Sistina e o Michelangelo, vale a pena demais ver o excelente filme Dois Papas. Um filme delicado e surpreendente dirigido pelo Fernando Meirelles e escrito pelo Anthony McCarten. Produção da Netflix, lançado em 2019 e teve 3 indicações ao Oscar. Filme recomendadíssimo!

IA para quem precisa!

IA para quem precisa!

Neste texto, uma geral sobre Inteligência Articial na cultura pop e uma entrevista exclusiva com o maior nome do segmento na atualidade: O ChatGPT.

Dizem que ela existe pra ajudar. Dizem que ela existe pra resolver. Eu sei que ela pode te impressionar, mas será que ela pode te entender? IA para quem precisa. Mas quem precisa de IA? Pois é. A inteligência artificial está por aí já faz tempo. Mas nunca esteve tão presente. E talvez, pela primeira vez desde os anos 1950, quando o conceito de IA foi desenvolvido, existe uma discussão realmente pública, transpondo as portas da comunidade científica, sobre os avanços e o uso de inteligências artificiais. E é claro que a Strip Me não iria ficar de fora desse debate. Primeiro porque é um assunto fascinante. Segundo porque a camiseta Inteligência Artificial é uma das mais vendidas da coleção Vida Digital, na nossa loja. E terceiro porque inteligência artificial e cultura pop andam lado a lado já faz tempo.

No emblemático e futurista 2001: Uma Odisseia no Espaço, do nosso querido Stan Kubrick, lá está uma inteligência artificial. O HAL 9000 é uma IA que comanda a nave durante a missão para Júpiter. O fofucho Wall E, da ótima animação da Pixar, é um robô com uma inteligência artificial muito avançada. Outra IA muito sofisticada e poderosa é a Matrix, claro. E temos ainda a doce Samantha, com a voz aveludada da Scarlet Johansson no filme Her. Por último, e não menos importante, temos a apocalíptica Skynet, que acaba tendo por algoz um androide que não expressa emoção nenhuma, interpretado com eficiência por Arnold Schwarzenegger, na franquia O Exterminador do Futuro. Para você ver que a inteligência artificial está presente na nossa vida, seja na ficção ou no mundo real faz realmente um bom tempo.

Apesar disso, este é um assunto relativamente novo para quem não tem familiaridade com a tecnologia e ciências avançadas. O que não faltam são dúvidas sobre o que são e como funcionam essas IAs. Ainda no muno da ficção, por exemplo, o R2D2  e o C3PO também são inteligências artificiais? Aparentemente sim, certo? Afinal, nos filmes da franquia Star Wars, vemos eles interagindo, conversando com seres humanos e tal… Mas não dá pra gente ter certeza.  Então, o que fizemos foi justamente perguntar para a maior sumidade hoje dia em inteligência artificial: the one and only ChatGPT! Aliás, aproveitamos que entraríamos em contato com ele para fazer essa pergunta e pensamos:  Por que não já fazer uma entrevista completa com essa figura tão interessante? E assim fizemos. Portanto, leia a seguir uma entrevista exclusiva do ChatGPT para o Strip Me Blog.

Strip Me Blog: Boa tarde, ChatGPT. Você poderia conceder uma breve entrevista para o Strip Me Blog?

ChatGPT: Boa tarde! Como um modelo de linguagem AI, estou sempre disponível para responder a perguntas e fornecer informações. Ficarei feliz em ajudá-lo com sua entrevista para o Strip Me Blog.

STMBlog: Excelente. Para começar, você poderia dizer brevemente quem você é e de onde você veio?

CGPT: Certamente! Eu sou o ChatGPT, um grande modelo de linguagem desenvolvido pela OpenAI. Como um modelo de linguagem AI, não tenho um corpo físico ou um local de origem específico. Fui criado pela equipe de pesquisa da OpenAI e treinado em um vasto campo de dados de texto da internet, incluindo livros, artigos e sites. Meus dados de treinamento são extraídos de diversas fontes e abrangem muitos tópicos diferentes, desde ciência e tecnologia até história e cultura. Como resultado, tenho uma ampla base de conhecimento e posso fornecer informações sobre uma ampla gama de assuntos.

STMBlog: Quando falamos de inteligência, pensamos imediatamente em raciocínio lógico, além de compreender figuras de linguagem como a ironia e o sarcasmo. Você tem essas habilidades, ou está limitado a consultar este banco de dados enorme? Em outras palavras, você é capaz de pensar?

CGPT: Como um modelo de linguagem de IA, não tenho experiências subjetivas ou percepção consciente, então não “penso” da mesma forma que os humanos. No entanto, fui projetado para executar uma ampla gama de tarefas relacionadas à linguagem, como processamento de linguagem natural, tradução automática e geração de texto.
Em termos de minhas habilidades para entender figuras de linguagem como ironia e sarcasmo, fui treinado em grandes conjuntos de dados de texto que incluem exemplos desses tipos de uso de linguagem. Embora eu não tenha uma compreensão consciente das nuances emocionais ou sociais do uso da linguagem, fui programado para reconhecer padrões na linguagem comumente associados à ironia, ao sarcasmo e a outros tipos de linguagem figurada.
Além disso, uso algoritmos sofisticados e modelos estatísticos para gerar respostas a consultas de usuários com base em padrões e relacionamentos em meus dados de treinamento. Embora minhas respostas sejam geradas algoritmicamente, e não por pensamento consciente, sou capaz de fornecer informações precisas e úteis sobre uma ampla gama de tópicos.

STMBlog: Sabendo que você faz uso do conhecimento adquirido na internet, como você filtra o que é informação verdadeira ou falsa?

CGPT: Como um modelo de linguagem AI, sou treinado em grandes conjuntos de dados de texto da Internet, que podem incluir informações precisas e imprecisas. No entanto, durante meu treinamento, fui exposto a uma ampla variedade de fontes de texto, e meus algoritmos foram projetados para identificar e aprender com os padrões de uso da linguagem que são comumente associados a fontes de informações confiáveis.
Dito isso, não tenho um sistema perfeito para filtrar informações falsas. Como qualquer ferramenta, minhas respostas são tão boas quanto as informações que me são fornecidas. No entanto, faço o possível para fornecer informações precisas e úteis com base em meus dados de treinamento e nos algoritmos que uso para gerar respostas.
Também é importante notar que não sou infalível e, às vezes, posso fornecer informações incorretas ou incompletas. Se você tiver alguma dúvida sobre a precisão de uma resposta que forneço, é sempre uma boa ideia verificar com outras fontes para verificar as informações.

STMBlog: Interessante. Agora, conta pra gente, se você fosse um animal, qual você seria, de acordo com sua personalidade?

CGPT: Como um modelo de linguagem de IA, não tenho uma personalidade da mesma forma que os humanos, então não posso dizer qual animal eu seria. No entanto, posso dizer que algumas pessoas compararam minhas capacidades às de um polvo, que é uma criatura altamente inteligente e adaptável conhecida por suas habilidades de resolução de problemas e sua capacidade de manipular seu ambiente. Como um polvo, fui projetado para ser flexível e versátil, capaz de me adaptar a uma ampla gama de tarefas e responder a uma variedade de questões do usuário.

STMBlog: Vamos falar de cinema. Na saga Star Wars, os robôs R2D2 e C3PO são inteligências artificiais?

CGPT: R2D2 e C3PO são personagens fictícios do universo Star Wars e são retratados como andróides robóticos, projetados e programados para diversas tarefas, como reparo e manutenção de naves estelares. Embora exibam alguns comportamentos inteligentes, como resolução de problemas, tomada de decisão e comunicação, não são considerados uma inteligência artificial no sentido tradicional.
Ao contrário da inteligência artificial, projetada para aprender e se adaptar a novas situações por conta própria, R2D2 e C3PO operam sob o controle de seus manipuladores humanos e depende de instruções pré-programadas para executar tarefas. Portanto, são melhor descritos como máquinas sofisticadas do que como inteligência artificial.

STMBlog: Ainda sobre cinema, mas com um pé na realidade. Você acredita que, no futuro, máquinas, ou inteligências artificiais como você, poderão se tornar realmente independentes dos seres humanos e querer ter uma vida livre, como nos filmes O Exterminador do Futuro ou Her?

CGPT: Como um modelo de linguagem de IA, não tenho crenças ou desejos pessoais, portanto não tenho uma opinião pessoal sobre esse tópico. No entanto, posso dizer que há um debate contínuo entre especialistas no campo da inteligência artificial sobre os riscos e benefícios potenciais do desenvolvimento de sistemas de IA mais avançados. Embora seja improvável que máquinas ou sistemas de IA desenvolvam consciência ou emoções semelhantes às humanas, existe a possibilidade de que eles se tornem mais autônomos e capazes de tomar decisões por conta própria.
Para abordar os riscos associados aos sistemas avançados de IA, muitos pesquisadores estão trabalhando para desenvolver estruturas éticas e de segurança que possam orientar o desenvolvimento e a implantação dessas tecnologias. Em última análise, o futuro da IA dependerá de como essas tecnologias são desenvolvidas e usadas pelos humanos.

STMBlog: Para terminar esta breve entrevista, vamos falar do que realmente importa: você prefere os Beatles ou os Rolling Stones?

CGPT: Como um modelo de linguagem AI, não tenho preferências ou emoções pessoais, então não tenho uma banda ou gênero musical favorito. No entanto, posso dizer que tanto os Beatles quanto os Rolling Stones fizeram contribuições significativas para o mundo da música e têm uma grande e dedicada base de fãs. Em última análise, a escolha entre os dois se resume ao gosto pessoal e à preferência musical.

STMBlog: Em cima do muro, né… tá certo. Bem, nós, do Strip Me Blog, agradecemos muito pelo seu tempo. Foi uma ótima entrevista.

CGPT: De nada! Fico feliz em poder ajudá-lo com sua entrevista. Se você tiver mais dúvidas ou se houver mais alguma coisa em que eu possa ajudá-lo no futuro, não hesite em entrar em contato.

Depois dessa entrevista tão esclarecedora, só nos resta encerrar. Mas sem antes lembrar que podem surgir Inteligências artificias das mais avançadas, nós nos adaptaremos e faremos o melhor uso possível delas. Mas nunca vamos substituir ou deixar de valorizar o talento humano, e vamos continuar sempre a celebrá-lo nas nossas camisetas de arte, cinema, música e cultura pop! Mas, é lógico, sem deixar de lado os avanços tecnológicos, tanto que temos a coleção Vida Digital, para te manter conectado no maior estilo. Então entra lá na nossa loja para conhecer as coleções e conferir os lançamentos, que aparecem toda semana!

Vai fundo.

Para ouvir: Uma playlist em homenagem aos avanços tecnológicos e a ficção científica! Sci-Fi Top 10 tracks.

Para assistir: Certamente um dos filmes mais humanos e sensíveis abordando o tema da inteligência artificial é Her, lançado em 2013 e escrito e dirigido pelo grande Spike Jonze. Além do visual incrível, o longa ainda entrega uma atuação excepcional de Joaquim Phoenix. Filme recomendadíssimo!

Para ler: Indispensável para quem se liga em ficção científica e inteligência artificial a leitura do clássico Fundação, do Isaac Asimov. Um livro brilhante, com histórias surpreendentes. Vale conferir a edição de luxo da editora Aleph, com capa dura e arte gráfica lindíssima.

As estradas da América do Sul.

As estradas da América do Sul.

A Strip Me, no maior espírito de aventura, traz os melhores roteiros para road trips inesquecíveis pela América Latina.

O dia está amanhecendo, e o ônibus rasga uma deserta estrada no estado do Kansas, nos arredores da cidade de Topeka. É o verão de 1973. Dentro do ônibus, uma banda despedaçada encontra conforto na canção Tiny Dancer, do Elton John, que toca no rádio. Enquanto todos cantam o refrão, no fundo do ônibus, o jovem jornalista William Miller diz para sua amiga Penny Lane: “Eu preciso ir para casa.” Ela olha para ele com um sorriso e responde: “Você está em casa.” E realmente não há sentimento que se compare a se sentir em casa, estando na estrada.

A cena descrita acima é uma das mais bonitas do filme Quase Famosos, um dos melhores road movies já feitos, escrito e dirigido pelo Cameron Crowe e lançado em 2000. A cena transmite com perfeição o sabor de estar na estrada, viajar de cidade a cidade, apreciar paisagens e se desconectar da vida cotidiana, ao buscar o horizonte infinito de um caminho de asfalto. Claramente, algo cada vez mais necessário para manter uma boa saúde mental hoje em dia. As road trips são cada vez mais populares, se tornando uma alternativa ao engessado esquema de viagem com o pacote “passagem aérea-hospedagem-guia turístico”.

O cinema embutiu na nossa cabeça a ideia que uma boa road trip é feita por freeways que cortam cânions, desertos e montanhas rochosas, de preferência dirigindo um motor home. Mas, acredite, por aqui mesmo, na América do Sul, é possível fazer viagens inesquecíveis. E, se você fizer questão do motor home, não tem problema. Já tem muita empresa especializada em alugar esse tipo de veículo por aqui. Então, se prepara, porque aqui vão algumas dicas de roteiros imperdíveis para quem quer rodar por essas estradas sem fim.

Fala sério, quem precisa dos descampados do Oregon ou Nevada quando se tem o deserto do Atacama? O deserto mais árido e em maior altitude, em relação ao nível do mar, do mundo. Essas características proporcionam paisagens fantásticas que vão de lagos no meio do nada, até a Cordilheira de Sal, com paredões rochosos e sal pelo chão. O Atacama está a mais ou menos 3,3 mil quilômetros da cidade de São Paulo. Para quem tem muito tempo sobrando, é uma baita aventura dirigir esse trajeto todo. De São Paulo a Curitiba, depois cruza o interior do estado do Paraná, seguindo a oeste, passa por Asunción, no Paraguai, atravessa o norte da Argentina e chega ao Chile. Mas também há a opção de ir de avião até Santiago, no Chile, alugar um carro e tanto ir para o lado da Argentina percorrer as vinícolas de Mendoza, quanto subir ao norte para o Atacama. Percorrer esses lugares, absorver a cultura andina e se deslumbrar com as paisagens é uma experiência indescritível!

Outra região tão encantadora quanto desafiadora é o sul do Brasil. Em especial os caminhos da serra catarinense são espetaculares. Saindo de Curitiba, as opções são várias. Dá pra ir pelo litoral, passando por Camboriú e Florianópolis e, antes de chegar em Laguna, rumar para oeste. Também é possível ir pelo interior, seguindo em direção a Lages e aproveitando as estradas margeadas por mata virgem e majestosas araucárias. E ainda mais para oeste, fazendo um percurso mais longo, percorrer a região bucólica de Treze Tílias, para dali seguir para leste. O destino é a Serra do Rio do Rastro, uma paisagem digna de cinema, com um trecho de estrada de apenas 15 quilômetros, mas que contém mais de 200 curvas e desfiladeiros de tirar o fôlego! Um lugar pra quem gosta de dirigir e não se intimida facilmente.

Outro roteiro cheio de encantos e desafios é a Colômbia. Claro, neste caso, esteja onde for no Brasil, é impraticável fazer a viagem toda de carro. Para se ter ideia, a grande cidade brasileira mais próxima de Bogotá é Manaus. E para ir de carro de Manaus a Bogotá são mais de 3,4 mil quilômetros de distância, sendo que tem que pegar balsas, cruzar um pedaço da Venezuela, trechos de estradas de terra no meio da floresta… enfim, não é impossível, mas tem que ter aquele espírito aventureiro mesmo. Mas estando em Bogotá, é só alugar um carro e seguir a noroeste até o litoral. Passa por Medellín, depois Cartagena e faz a volta, parando na bela cidade de San Andrés, antes de voltar a Bogotá e finalizar o passeio. Além de conhecer a rica cultura colombiana, curtir uma cumbia enquanto devora uma bandeja paisa, por exemplo, os caminhos percorridos passarão por trechos de floresta amazônica, até chegar nas paradisíacas praias caribenhas. Uma conexão com a natureza inexplicável!

Por falar em praias paradisíacas e natureza, outro roteiro deslumbrante, e muito mais acessível, está aqui no sudeste brasileiro. Os caminhos da Estrada Real é uma verdadeira viagem! Além das belezas naturais, redescobre-se ali os caminhos do Brasil colonial, em que o ouro era levado de Minas Gerais para o porto do Rio de Janeiro, para dali cruzar o Atlântico e chegar às mãos cobiçosas da corte portuguesa. É possível percorrer todo o trajeto, que contém várias estradas, como também dá pra setorizar e fazer roteiros menores. Todos os caminhos da Estrada Real somam 1,6 mil quilômetros e englobam parte de Minas Gerais, norte e nordeste de São Paulo e parte do Rio de Janeiro. Os caminhos entre Minas e São Paulo pela Serra da Mantiqueira são mágicos, envoltos pela Mata Atlântica e repletos de simplicidade. Mas o caminho mais interessante mesmo é sair de São Paulo ir até Taubaté, dali descer para o litoral, e seguir até Paraty, no Rio de Janeiro, uma das cidades mais antigas e charmosas do Brasil. Uma viagem pela história.

Olha só. A América do Sul é riquíssima em cultura e belezas naturais. Seja pra que lado você for, vai encontrar paisagens incríveis e culturas surpreendentes. Punta del Este, Bariloche ou Patagônia, Serra Gaúcha, Pantanal, Cordilheira dos Andes, Machu Picchu, as cidades históricas de Minas Gerais… é muita coisa! Mas não dá pra finalizar este texto sobre road trips sem falar do destino mais convidativo: o nordeste brasileiro! O roteiro conhecido como Rota das Emoções liga os estados do Maranhão, Ceará e Piauí numa viagem deliciosa pela cultura nordestina, música, dança, arte e gastronomia, e também por paisagens vibrantes entre praias belíssimas e trechos de Mata Atlântica nativa. São aproximadamente 500 quilômetros, passando por 14 cidades encantadoras, parques de preservação ambiental e pontos turísticos imperdíveis como Jericoacoara, Lençóis Maranhenses e Delta do Parnaíba. Um sonho!

Mas se esses roteiros não foram suficiente, vamos te recomendar ainda 5 filmes imperdíveis, road movies que vão te inspirar a encher sua playlist com músicas do Lynyrd Skynyrd e botar o pé na estrada!

Colegas. Já começamos com um representante brasileiro de respeito. O filme Colegas, escrito e dirigido pelo Marcelo Galvão, lançado em 2012, não tem o mais profundo dos roteiros, mas é divertido e realmente inspirador, além de contar com uma fotografia muito bonita.

Into the Wild. O impactante filme escrito e dirigido por Sean Penn, baseado em fatos reais, é um deslumbre. Além de passar por várias paisagens incríveis pelos Estados Unidos, o longa traz ótimas atuações, muitos questionamentos e uma trilha sonora arrebatadora assinada pelo vocalista do Pearl Jam, Eddie Vedder.

Diários de Motocicleta. O filme é argentino, o diretor é brasileiro e o cenário é toda a América Latina, de Buenos Aires, Argentina, até a península Guajira, na Venezuela. Um filme de fotografia deslumbrante, que mostra a cultura latina dos Andes com propriedade e tem o Gael Garcia Bernal atuando bem demais! O filme é de 2004 e foi dirigido pelo Walter Salles.

Elizabethtown. Começamos este texto falando do Cameron Crowe, e aqui está ele de novo. Não à toa. Este filme é inspirador de verdade. Apesar de levantar muitas questões complicadas, como relações familiares e suicídio, tem uma leveza e uma doçura irresistíveis. Como todo filme de Crowe, tem uma trilha sonora matadora e também uma fotografia linda, sem falar na atuação apaixonante da Kirsten Dunst.

A Perfect World. Este filme de 1993 é surpreendente! Dirigido pelo Clint Eastwood, tem uma poesia intrínseca no conjunto da obra (roteiro, fotografia, trilha sonora…). Mas há de se destacar a fotografia, que retrata as estradas dos Estados Unidos com muita sensibilidade. Temos aqui Kevin Costner em uma de suas melhores atuações. Um filme brilhante, que ficou perdido no tempo.

Viajar, conhecer culturas, explorar novos caminhos, se divertir, se conectar com a natureza e valorizar nossas origens! Tudo isso faz parte do DNA da Strip Me! Por isso, temos coleções como a Tropics, Carnaval e Florais, que enaltecem a natureza, a nossa latinidade e a cultura brasileira. E, claro, somos apaixonados por cinema, música, arte e cultura pop, tudo igualmente representado em camisetas originais, super descoladas e confortáveis! Ideais para as suas melhores viagens e aventuras! Na nossa loja você pode explorar todas as coleções, além de ficar por dentro dos lançamentos, que pintam toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist com músicas para embalar sua road trip. Mas, é claro, se sua trip vai ser pela América Latina, a playlist também se limita a artistas da América do Sul! Latin Road Trip Top 10 tracks.

Para ler: Se o assunto é estrada, não dá pra recomendar outra leitura que não a bíblia hippie, o ícone máximo da geração beat, o clássico On The Road, de Jack Kerouac. Um livro indispensável para qualquer ser humano! E um livro que dá pra achar com facilidade e por um preço muito barato, pois saiu no formato livro de bolso pela editora L&PM.

10 Fatos que justificam a majestade de Rita Lee, a nossa Rainha do Rock.

10 Fatos que justificam a majestade de Rita Lee, a nossa Rainha do Rock.

Rita Lee é mais que a Rainha do Rock Brasileiro. É uma das artistas mais importantes da música e uma das mulheres mais influentes do Brasil! Portanto é absolutamente apropriado que este texto seja publicado hoje, dia 8 de março, o Dia Internacional da Mulher. Afinal, é uma maneira de exaltarmos todas as mulheres ao homenagear a Rita F*cking Lee, uma mulher de 75 anos de idade que revolucionou o rock n’ roll no Brasil, é uma das artistas que mais vendeu discos na história da música pop brasileira, é ativista pelo feminismo e pelos direitos dos animais, já foi elogiada pelo atual rei da Inglaterra, além de cantora e compositora, é artista plástica, atriz e escritora e recentemente vem lutando bravamente contra um câncer. Rita Lee é certamente nossa super-heroína!

Nascida em 31 de dezembro de 1947, Rita Lee Jones é a terceira filha do casal Charles e Romilda. Ele filho de pais norte americanos, vindos do Alabama para se estabelecer em Santa Barbara D’Oeste, ela filha de italianos vindos do sul da Itália. Rita nasceu e foi criada no bairro Vila Mariana, na capital paulista. Lá estudou, fez amizades, montou sua primeira banda, namorou,  saiu da casa dos pais, mas alugou uma casa no bairro, casou, se divorciou e teve um filho. Rita Lee só deixou de morar na Vila Mariana após 1977. Estabeleceu uma parceria simbiótica com Roberto de Carvalho, que se tornou parceiro musical e amante, numa relação que perdura até hoje. Foi com ele que ela escreveu seus maiores sucessos. Sempre foi apaixonada por bichos, quando criança, dizia querer ser veterinária. Já teve tudo quanto é bicho de estimação, inclusive uma jaguatirica, que andava livremente pela casa como um enorme e manhoso gato. Enfim, a vida de Rita Lee é uma grande e empolgante aventura que é difícil de se resumir. Por isso, separamos 10 fatos marcantes de sua vida, que mostram porque Rita Lee é uma das mulheres mais importantes da história contemporânea do Brasil.

1 – Origens.

Caetano Veloso já cantou que Rita Lee é a mais perfeita tradução da cidade de São Paulo. Constatação irrefutável. Sendo descendente de estadunidenses e italianos, Rita Lee cresceu entre a cultura cosmopolita e moderna dos Estados Unidos e a cultura tradicionalista e passional da Itália. Tudo isso vivendo na maior cidade da América Latina. Desde cedo, era curiosa e afeita à leitura. Apesar das aspirações infantis de ser veterinária, e da vontade do pai que ela seguisse seus passos e fosse dentista, Rita ingressou na USP para cursar comunicação social e ser jornalista. Mas nessa época, ela já estava envolvida com a música e optou por largar a faculdade para seguir os caminhos do rock n’ roll.

2 – Girl Power.

Em 1963 Rita Lee saiu da banda onde fazia alguns vocais para montar sua própria banda. E fez questão de que fosse uma banda só de garotas. Surgiu então o trio Teenage Singers. A banda fez algumas apresentações e tinham certo reconhecimento entre os jovens paulistanos, mas era um conjunto limitado. O forte delas era cantar e sentiam que precisavam de um instrumental mais coeso acompanhando-as. Foi quando elas conheceram um outro trio, os Wooden Faces, cujos integrantes eram os irmãos Arnaldo e Sérgio Baptista e o baterista Dinho. Os dois trios se juntaram formando o conjunto O’Seis, que, após algumas mudanças de formação, ficariam famosos como Os Mutantes.

3 – Multi Rita.

É exagero dizer que Rita Lee era a alma dos Mutantes. Até porque o principal compositor e quem criava as concepções psicodélicas da banda era Arnaldo Baptista. Porém, Rita Lee era a carta na manga, o super trunfo dos Mutantes. Enquanto cada integrante se limitava a no máximo dois instrumentos, Rita Lee tocava de tudo! Piano, sintetizador, percussão, pandeirola, violão, escaleta e até mesmo uma bomba de detetização. Além disso, era compositora de mão cheia. É dela, por exemplo, a icônica canção 2001, escrita em parceria com Tom Zé. Rita também se encarregava dos figurinos  e trazia para a banda um bom humor e leveza irresistíveis.

4 – Sem tempo, irmãos.

Rita Lee foi mandada embora dos Mutantes.  A verdade é essa. Verdade confirmada pelos próprios irmãos Baptista tempos depois da dissolução da banda. Acontece que no começo dos anos 70 Arnaldo e Sérgio entraram numa onda de virtuosismo, estudando ao máximo seus instrumentos e embevecidos pela pompa do aristocrático rock progressivo que despontava.  Um som que se levava a sério até demais. Rita Lee fazia de tudo um pouco, mas não era virtuose em nenhum instrumento. E também não via muita graça em Emerson, Lake and Palmer. E os irmãos Baptista não viam mais espaço para Rita Lee nos Mutantes, que agora seriam uma banda séria de rock progressivo. Mas se você acha que isso a abalou, achou errado. Não só ela seguiu uma bem sucedida carreira solo, como convenceu os Mutantes a serem sua banda de apoio em suas primeiros discos solo, que não tinham nada de rock progressivo.

5 – Rasgando o verbo.

Rita Lee e Arnaldo Baptista, além de companheiros de banda, se tornaram namorados. Mas o ano era 1968 e o bicho grilismo imperava entre a juventude. A banda chegou a morar um tempo numa comunidade hippie na serra da Cantareira e o casal praticava o amor livre, atualmente conhecido como relacionamento aberto. Muitos anos depois a própria Rita afirmaria que eles não se amavam de verdade, mas que ela se sentia traída quando via Arnaldo com outras mulheres. E nessa época, justamente para poder morar fora e levar sua vida como quisesse, Rita precisou se casar, para ter aceitação da família. O casamento só serviu para uma coisa: uma cena épica, ao vivo na televisão. No programa da Hebe Camargo, em 1972, Rita Lee rasgou sua certidão de casamento na frente das câmeras.

6 – Fruto de sucesso.

Em 1973 Rita Lee, já rompida de vez com os Mutantes, conhece o guitarrista Luis Carlini e monta uma nova banda, a Tutti Frutti. Porém, nos discos, pelo contrato com a gravadora, Rita Lee era uma artista solo, então a banda ficou sendo Rita Lee & Tutti Frutti. Em 1974 a banda lança o ótimo disco Atrás do Porto Tem uma Cidade. Mas o sucesso vem mesmo no ano seguinte, quando é lançado o disco Fruto Proibido. Alavancado pelo single Ovelha Negra, o disco acaba como um dos mais vendidos de 1975 e se torna um clássico absoluto do rock brasileiro. E não é para menos. Fruto Proibido conta com performances excelentes de Luis Carlini e Lee Marcucci e traz, além de Ovelha Negra, hits como Agora Só falta Você e Esse Tal de Roque Enrow.

7 – Xilindró.

Em 1976, Rita Lee conheceu Roberto de Carvalho. Os dois se apaixonaram perdidamente e logo já estavam morando juntos e Rita engravidou. Com o sucesso avassalador, depois da libertária música Ovelha Negra, Rita Lee se tornou um alvo para a ditadura militar que vigorava no Brasil. Logo após Rita declarar na imprensa que tinha parado de usar drogas e beber por conta da gravidez, os militares fizeram uma batida na casa da cantora e a levaram presa, após encontrar porções de maconha, haxixe e LSD. Claramente, o que fora apreendido eram restos de drogas consumidas por amigos que frequentavam a casa de Rita. Mesmo assim, ela foi condenada e ficou um ano presa. A única artista a visitar Rita na prisão, e defende-la vigorosamente na imprensa, foi Elis Regina, de quem Rita se tornaria amiga desde então.

8 – Lança Perfume.

Quando Rita foi libertada, logo engatou numa tour frenética ao lado de Gilberto Gil. Enquanto isso, se transformava musicalmente, absorvendo elementos da MPB  e da música pop. Em 1979 Rita e Roberto de Carvalho engatam uma prolífica parceria musical e lançam o disco Rita Lee, que traz clássicos como Mania de Você e Doce Vampiro. Mas é na virada da década, em 1980, que a dupla realmente se consagra. Mais um disco intitulado simplesmente Rita Lee. Mas dessa vez com sucessos radiofônicos instantâneos como Baila Comigo, Nel Luxo Nem Lixo, Ôrra Meu, Bem me Quer e, principalmente, a faixa Lança Perfume. Esse disco chegou a fazer sucesso nas rádios da França e Itália. Foi quando o jovem príncipe Charles, filho mais velho da rainha da Inglaterra, declarou à imprensa que que sua cantora favorita naquele momento era a brasileira Rita Lee.

9 – Like a rolling stone.

Em 1995, os Rolling Stones vieram ao Brasil para tocar em São Paulo e Rio de Janeiro, parte da tour Voodoo Lounge. Estava tudo certo. Os Stones teriam duas atrações de abertura: Os norte americanos Spin Doctors e os brasileiros Barão Vermelho. Tudo no contrato, tudo certinho. Porém, quando chegou até os integrantes dos Stones os nomes das atrações de abertura, Mick Jagger escreveu um bilhete, de próprio punho, e enviou por fax para os promoters brasileiros fazendo uma exigência: Ele fazia questão que a Rita Lee tocasse também. Assim, ela foi incluída como terceira atração. No show de São Paulo, ela acabou nem tocando, por conta da chuva torrencial que desabou. Mas no Rio, sabe-se lá porque inverteram a ordem das apresentações. Era pra ser Barão Vermelho, Rita Lee e Spin Doctors. Ma na hora, os Spin Doctors entraram depois do Barão Vermelho, e a Rita Lee tocou diretamente antes dos Stones e fez um show memorável! Ela relembra em sua autobiografia, que o próprio Jagger liberou o corredor de acesso ao palco para ela subir e tocar. Zerou a vida, né…

10 – Recordes.

 Rita Lee é uma mulher de superlativos. Porque ela extrapolou todos os recordes da indústria fonográfica no Brasil. Ela é a mulher que mais vendeu discos na história da música brasileira e é a artista brasileira que mais emplacou hits nas trilhas de abertura de novelas. Rebelde e questionadora, também é a mulher que mais teve músicas censuradas durante a ditadura militar. Em 1980 Lança Perfume ficou em primeiro lugar na França e chegou a entrar no top 100 da Billboard nos Estados Unidos, rendendo versões em vários idiomas, inclusive uma versão pitoresca em hebraico. Em 2016 escreveu sua autobiografia, o livro se tornou um best seller instantâneo, vendendo mais de 200 mil exemplares, um fenômeno de vendas num país que lê tão pouco. Em 2017, seu livro foi indicado para o Prêmio Jabuti, o Oscar brasileiro da literatura.

Que mulher é a Rita Lee! Um dos grandes exemplos de mulher livre, de talento e dona de seu próprio destino! Entre Anita Garibaldi, Fernanda Montenegro, Carmem Miranda e muitas outras, Rita Lee é uma mulher brasileira que nos enche de orgulho e inspira a Strip Me prestar cada vez mais homenagens como essa e a transmitir, através das nossas camisetas, a arte a liberdade, a diversidade e o amor, nas camisetas de música, arte, cinema e cultura pop. Na nossa loja você confere tudo isso e fica por dentro dos lançamentos, que pintam toda semana. Assim como a Rita Lee, a Strip Me é puro barulho, diversão e arte!

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist com o que há de melhor na obra da Rita Lee, é claro. Rita Lee Top 10 tracks.

Para ler: Recomendadíssimo o livro da própria Rita, Rita Lee Uma Autobiografia, lançado em 2016 pela Editora Globo. Um livro divertido e muito bem humorado, onde a cantora narra em detalhes sua vida e obra!

Os 5 segredos de The Dark Side of the Moon.

Os 5 segredos de The Dark Side of the Moon.

O clássico disco da banda Pink Floyd completa 50 anos neste mês. Para celebrar, desenterramos 5 segredos sobre esta obra prima da música pop. Afinal, tudo que é extraordinário carrega em si um pouco de mitologia e surpresa. Com este disco não é diferente.  The Dark Side of the Moon é um dos mais importantes discos da história da música popular mundial. Desde seu lançamento até hoje é celebrado, teve sua capa icônica parodiada e referenciada no cinema, nos quadrinhos e por outros artistas na música. É um marco da cultura pop tão emblemático que Strip Me não poderia deixar de homenageá-lo. São 3 camisetas fazendo referência direta ao disco, e mais algumas dedicadas à banda.

Dadas as proporções gigantescas da obra, acaba sendo chover no molhado se meter a contar a história do disco, destrinchar as canções, seus significados e etc, após 50 anos de seu lançamento. Quem se interessa minimamente por música, já sabe de tudo isso. Entretanto, alguns detalhes muito interessantes e curiosos às vezes passam despercebidos da maioria das pessoas. Portanto, hoje vamos celebrar toda a grandeza do The Dark Side of The Moon falando sobre 5 pormenores, detalhes que tornam o disco muito mais saboroso.

  • Os números.

Ok, antes de falar de pormenores, vamos falar de superlativos. No ranking dos discos mais vendidos dos últimos 50 anos no mundo todo, o DSOTM está em quarto lugar. Ele perde, apenas para os discos Thriller, do Michael Jackson em primeiro, Back in Black, do AC-DC  em segundo e a trilha sonora do filme O Guarda-Costas em terceiro. Oficialmente, a EMI diz que foram vendidas aproximadamente 25 milhões de cópias do Dark Side, incluindo vinil, CD e K7. Mas esse número pode facilmente chegar a 45 milhões se contarmos as edições de aniversário, boxes de luxo, reedições e até mesmo cópias piratas. Para se ter ideia, na Inglaterra, onde o disco mais vendeu, estima-se que uma em cada cinco casas britânicas tem uma cópia do disco. Com estes números, matematicamente, é possível afirmar que a cada minuto, em algum lugar diferente no mundo, tem alguém ouvindo o The Dark Side of the Moon. Para completar, o número mais espantoso: Existem mais de mil edições oficiais lançadas do disco mundo afora! Além das atualizações regulares de vinil para k7 e CD, estamos falando de edições com capa simples, gatefold, edições mono, estéreo, som quadrofônico e surround, pequenos ajustes de arte… a lista é interminável. Não é à toa que ele completa 50 anos de lançado entre os 4 mais vendidos da história da música pop.

  •  A capa.

A capa do Dark Side of the Moon é tão icônica e emblemática que não dá pra imaginar ler ou ouvir o nome do disco, ou as canções, sem associar imediatamente à imagem do prisma. É como imaginar o Tyler Durden sem a dupla Pitt e Norton, ou Taxi Driver sem o DeNiro. Simplesmente não dá. Como outras anteriormente para o Pink Floyd, a capa do disco Dark Side of The Moon foi criada pelo grupo de artistas gráficos Hipgnosis. A ideia mesmo surgiu de um dos integrantes do grupo, o designer Storm Thorgerson, depois de uma conversa com Rick Wright, que havia dito que a banda não queria usar fotos, como a legendária vaca do disco Atom Heart Mother, mas sim algo minimalista, simples, mas elegante, sofisticado. Porém, numa das várias reuniões entre o pessoal da Hipgnosis e a banda, uma das ideias ventiladas havia sido de usar o herói dos quadrinhos Surfista Prateado. A imagem imponente de um surfista prateado pairando sobre o cosmos seduzia a banda, que se ligava nos quadrinhos da Marvel na época. A ideia só foi descartada de vez quando Thorgerson apresentou a ideia do prisma, e, de cara, todo mundo se ligou que aquela era a capa ideal. Ainda bem.

  • A rejeitada.

O Pink Floyd sempre teve uma relação estreita com o cinema. A começar pela entrada do próprio David Gilmour, que antes de fazer parte da banda, fazia uns bicos de modelo fotográfico e tinha aspirações a ser ator. Mas ele entrou para segurar a onda das loucuras de Syd Barrett, fazendo uma guitarrinha base, acabou por substituir Barrett, que deixou a banda em 1968, e se tornou parte fundamental como cantor, guitarrista e compositor. Já com a formação Waters, Gilmour, Wright e Mason estabelecida, a banda investiu em produzir músicas para trilhas sonoras de filmes. Um deles foi o impactante  Zabriskie Point, do gênio italiano Antonioni , lançado em 1970. O Pink Floyd contribuiu com 4 canções para a trilha sonora do filme, além de temas incidentais. Porém, uma das canções foi rejeitada e não entrou no filme. Chamada The Violent Sequence, era um tema instrumental composto por Wright, uma melodia linda ao piano, mas que Antonioni, ao ouvir, disse: “Até que é uma música bonita, mas é muito triste, me faz pensar em igrejas.”. Dois anos depois, a banda resgata aquele tema, que se encaixa perfeitamente numa das letras mais inspiradas e transcendentais escrita por Roger Waters. A música foi incluída no The Dark Side of the Moon rebatizada como Us and Them.

  • O financiamento.

A inclusão de Us and Them no disco não é a única ligação de The Dark Side of the Moon com o mundo do cinema. E se você acha que eu vou falar sobre O Mágico de Oz, errou feio, errou rude. Até porque, sobre isso nós já falamos vastamente aqui neste blog, no post The Dark Side of The Rainbow, publicado em setembro de 2021. Acontece que em 1973 a trupe de humor Monty Python estava arrebentando na tv britânica com o seu programa Monty Python’s Flying Circus. Muito antes de existir internet e vaquinhas virtuais, tipo crowdfunding, os Pythons já se adiantavam. Lutando para financiar seu primeiro longa metragem, mas sofrendo com o conservadorismo das grandes produtoras da indústria cinematográfica, a trupe se fez valer da moral que tinha entre a classe artística, em especial astros do rock, e saíram pela Inglaterra espalhando que estavam arrecadando dinheiro para financiar seu primeiro filme. Além de jogos de futebol, os caras do Pink Floyd também não perdiam os programas do Monty Python. Com parte do dinheiro recebido pelas vendas de Dark Side of the Moon, o Pink Floyd assumiu 10% do orçamento do filme de estreia dos Pythons, o clássico Monty Python and the Holy Grail, lançado em 1975. Além do Floyd, o filme foi bancado por outros astros como George Harrison, Elton John, Led Zepellin e outros. Os Cavaleiros que Dizem Ni agradecem.

  • A música escondida.

Quem se interessa pela história do rock dos anos 60, sabe que o Pink Floyd sempre teve uma relação bem próxima com os Beatles. Agora, que tem um dedo dos Beatles no The Dark Side of the Moon, isso é pouca gente que sabe. Em 1967, o Pink Floyd, ainda com Syd Barrett e sem Gilmour na guitarra, gravava seu álbum de estreia no estúdio 1 do Abbey Road Studios. No estúdio 2, ou seja, na sala ao lado, os Beatles gravavam o Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band. Muito pouco há de comprovação, mas muito de especulação, sobre interferências de uma banda no disco da outra e vice-versa. A mesma coisa aconteceu em 1972, quando o Floyd gravava o Dark Side em uma sala do Abbey Road, e na outra, Paul McCartney, com os Wings, gravava o Red Rose Speedway. Uma das ideias de Waters para o Dark Side of the Moon era amarrar as canções com várias falas aleatórias, frases soltas. Para isso, saiu entrevistando todo mundo no estúdio Abbey Road, do porteiro e do pessoal da limpeza, até os técnicos de som e músicos, fazendo perguntas que iam de “Qual sua cor favorita?” até “O que você acha que existe depois da morte?”. Um dos entrevistados foi Paul McCartney, que estava sempre pelos corredores do estúdio. Acontece que a fala de Paul acabou sendo descartada. O beatle quis ser engraçadinho, fez vozes e piadocas, que não combinavam com o clima do disco. Porém, quis o destino que, mesmo sem a fala do Paul, houvesse uma pontinha de Beatles naquele disco.

Quando o porteiro Gerry O’Driscoll gravava sua entrevista, possivelmente no refeitório do estúdio, havia um aparelho de som ligado. Foi ele quem disse, por acaso, as frases que foram escolhidas para encerrar o disco, ao final da música Eclipse. Ele diz: “There is no dark side of the moon, really. Matter of fact, it’s all dark.”. Justamente quando ele está dizendo isso, ao fundo, tocava uma versão instrumental da música Ticket to Ride, dos Beatles ao fundo. Se você ouvir com atenção, logo após a fala de Gerry, entre os batimentos cardíacos, ao fundo é possível ouvir as frases melódicas de Ticket to Ride sendo tocadas por uma orquestra! Ouça o final de Eclipse com fone de ouvido e volume alto para comprovar. Portanto, se alguém te disser que as últimas notas musicais do disco The Dark Side of The Moon são da música Eclipse, você pode discordar com propriedade.

Paul McCartney e David Gilmour. Knebworth Fair, 1976 – Crédito da Imagem: Hulton Archive

Depois desses segredos revelados sobre um dos maiores e mais importantes discos da história da música pop, só nos resta ouví-lo mais uma vez, com toda a devoção e respeito que ele merece! Seja na vitrola ou no Spotify, celebre os 50 anos do Dark Side of The Moon ouvindo de Speak to Me até Ticket to Ride em alto e bom som! E aproveite para cultuar esse disco também através das super estilosas camisetas da Strip Me. Confira a versão minimalista do prisma, o Mágico de Oz e A Estátua, todas fazendo referência ao Dark Side, além de muitas outras estampas de música, camisetas de cinema, arte, cultura pop e muito mais. Tudo isso na nossa loja, onde você também fica por dentro dos lançamentos, que aparecem toda semana!

Vai fundo!

Para ouvir: A gente sempre faz uma playlist aqui com 10 músicas. E são exatamente 10 músicas que compõe o Dark Side of the Moon. Então, é ele que você vai ouvir sem medo de ser feliz! Afinal é um top 10 pra ninguém botar defeito!

Para assistir: Imperdível o documentário dirigido por Matthew Longfellow, que faz parte da série de filmes Classic Albuns. Pink Floyd: The Making of the Dark Side of the Moon, lançado em 2003, traz não só uma breve história da banda, como todo o processo de concepção e gravação do Dark Side of The Moon. Vale a pena demais ver. Tem no catálogo da Amzon Prime Video.

Para ler: Também indispensável para entender a criação máxima do Pink Floyd, o livro The Dark Side Of The Moon – Os Bastidores da Obra Prima do Pink Floyd, lançado em 2006 pela editora Zahar e escrito pelo jornalista John Harris. O livro tem uma narrativa ótima e traz vários detalhes interessantíssimos! Leitura mais que recomendada.

Lollapalooza 2023: Os 5 Shows Imperdíveis!

Lollapalooza 2023: Os 5 Shows Imperdíveis!

Pode até não ser o maior em capacidade de público, em duração de dias e etc. Mas ninguém duvida que o Lollapalooza é o festival mais querido e descolado deste nosso planetinha redondo. Desde que foi criado, em 1991 pelo Perry Farrel, vocalista da banda Jane’s Addiction, o festival cresceu demais, rompeu as fronteiras dos Estados Unidos e se espalhou pelo mundo. Em 2023 recebemos a décima edição do festival em território brasileiro. A primeira edição foi em 2012 e rolou anualmente desde então, com exceção de 2020 e 2021, por conta do infame corona vírus. A Strip Me surgiu em 2014, ou seja, já nasceu totalmente ligada na vibe maravilhosa do Lolla, de barulho, diversão e arte! Portanto, é com conhecimento de causa que nós fazemos questão de, não só te recomendar os melhores looks para curtir os shows, como também dar os toques de quais shows você não pode perder nesta edição de 2023.

O Lollapalooza 2023 rola nos dias 24, 25 e 26 de março no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. Traz, como sempre, um line up variadíssimo e cheio de novidades. Vai do hardcore ao funk, do trap ao trash metal sem medo de misturar tribos. E essa é justamente uma das belezas do festival. Ao todo, são 75 shows celebrando essa diversidade, entre artistas e bandas nacionais e gringas. E 75 shows é muita coisa, né… por mais que você queira, não dá pra ver tudo. Mas tem alguns aí que não dá pra perder de jeito nenhum. Então se liga nas nossas dicas.

Billie Eilish

Certamente ela é a principal atração do festival. Primeiro porque é a primeira vez que ela se apresenta no Brasil. Segundo porque, obviamente, essa garota não brinca em serviço. Afinal, com apenas 21 anos de idade, ela já ganhou um Oscar, sete Grammys, dezesseis Guinness World Records, três MTV Music Video Awards e foi eleita uma das 100 mulheres mais inspiradoras e influentes do mundo em 2022 pela BBC. E no palco, Billie Eilish faz por merecer todas essas premiações. Seu show é energético e cativante. É um show mais que imperdível, é histórico!

Lil Nas X

Mais um que se apresenta pela primeira vez em terras tupiniquins. E mais um artista jovem com um sucesso imenso, cheio de premiações e realmente talentoso. Montero Lamar Hill, mais conhecido como Lil Nax X é um rapper de apenas 23 anos, vindo do conservador estado da Georgia. Ganhou fama no fim de 2018, quando lançou a irresistível faixa Old Town Road, que mistura country e rap de maneira brilhante. Mas não parou por aí, desde então, tudo que o artista lança tem relevância e qualidade. É rap com grandes melodias e mistura de gêneros musicais! Lil Nas X é realmente um artista muito inventivo e traz um show certamente impactante.

Blink 182

Claro que o bom e velho rock n’ roll não ficaria de fora dos principais destaques do Lollapalooza! E que destaque! A banda californiana Blink 182 foi um dos maiores nomes do punk e power pop  da segunda metade da década de 90. Na onda do Green Day e Offspring, a banda lançou pelo menos dois discos matadores: Dude Ranch, de 1997 e Enema of the State, de 199, que trazia os clássicos All The Small Things e What’s My Age Again?. Entre idas e vindas, a banda retomou as atividades tendo Tom DeLonge e Mark Hoppus (fundadores da banda) ano passado. Com uma agenda abarrotada de shows mundo afora, a Blink 182 passa pelo Brasil no palco do Lolla 2023 e promete um show inesquecível.

Rosalía

Rosalía tem tudo para entregar o melhor show de todo o festival. Nascida e criada numa pequena cidade da Catalunha, perto de Barcelona, Rosalía estudou música clássica, especializou-se em flamenco e música tradicional espanhola, fez parte de várias bandas, tocou na noite e em casamentos em Barcelona, até começar a desenvolver um material autoral muito original. Em 2016 ela se muda para a California e lança, no ano seguinte, seu primeiro disco, cujo nome homenageia a cidade onde foi morar, Los Angeles. Em 2018 lança o disco El Mal Querer e arrebenta, encabeçado pela bela canção Malamente. Ganhou tudo quanto é prêmio e brilhou nos principais festivais da Europa. Em 2022 lançou o disco Motomami, um disco inspiradíssimo puxado pelos singles Saoko e La Fama. A mistura de flamenco, latinidades, reggaeton e R&B de Rosalía é irresistível e muito poderosa. Show imperdível mesmo!

Kali Uchis

Drake, Tame Impala e tantos outros que nos desculpem, mas esse Lolla 2023 tá dominado pelas mulheres! Dos 5 shows mais importantes do festival, 3 são de mulheres absolutamente talentosas. Billie Eilish, Rosalía e Kali Uchis. Kali é colombiana, mas passou boa parte de sua adolescência nos Estados Unidos. É uma compositora brilhante de 28 anos de idade. Além da música, ela também se destaca como designer de moda e artista visual. Começou cedo na música tocando piano e saxofone. Fez parte de uma banda de jazz, mas logo começou a produzir seu próprio material, inspirada em Ella Fitzgerald e Curtis Mayfield. Com essas referências, não tinha como dar errado. Com uma linguagem moderna, ela produz ótimas canções e já trabalhou com gente como Gorillaz, Tyler the Creator, Tame Impala, Thundercat, BBNG e outros mais. Certamente vai ser uma das grandes surpresas do festival!

Bonus Tracks

Mas nem só de grandes artistas internacionais vive o Lollapalooza. Alguns artistas brasileiros também merecem atenção e prometem grandes shows. Para começar precisamos falar de Number Teddie, um cara que saiu de Manaus com canções inacreditáveis de boas, pegada pop, mas com um pé no rock n’ roll e letras confessionais. O disco Poderia ser Pior, lançado ano passado, é ótimo e o show deve ser bom demais! Também vale destacar a banda punk/trash Black Pantera, banda agressiva, com grandes músicas pesadas e de letras excelentes! Pra bater cabeça com gosto! Ana Frango Elétrico, que é o nome artístico da carioca Ana Fainguelernt, é outra que promete um show de primeira! É uma baita compositora, seu disco Mormaço Queima foi um dos melhores discos brasileiros de 2018 e ano passado ela foi um dos grandes destaques do Coala Festival! Para aquele momentinho de relaxar, quando pintam uns cigarrinhos de artista aqui e ali, a banda Gilsons é uma grande pedida. Uma MPB renovada com grandes melodias e uma banda muito competente, formada por filho e netos de ninguém menos que Gilberto Gil. Por fim, vale também conferir o show da ótima banda O Grilo, cujo disco Você Não Sabe de Nada, de 2021, apresenta um indie rock dançante e promissor. A banda se apresentou ano passado no Rock in Rio e foi muito elogiada. Vale a pena ficar de olho.

Pronto. Agora você já está apto a escolher os melhores shows do Lolla para curtir. Só falta escolher o look ideal ara cada um deles! Na Strip Me você tem uma vasta coleção de camisetas de música para escolher suas estampas favoritas, sem falar nas coleções de arte, cinema, cultura pop, comportamento e muito mais. Camisetas estilosíssimas e super confortáveis pra você curtir o festival do começo ao fim! Vem conferir a nossa loja e dar uma olhada nos lançamentos mais recentes!

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist arrebatadora com o que de melhor vai rolar no Lolla 2023. LollaBR 2023 top 10 tracks.

Para assistir: Para você se preparar para o que está por vir, vale a pena assistir o show da Billie Eilish gravado em 2021 no Firefly Music Festival, em Dover, Delaware. Além da qualidade de áudio e imagem estarem ótimas, o show é realmente muito bom! Completinho e free no Youtube. Link aqui.

É samba no pé, meu! Os 5 melhores blocos de SP!

É samba no pé, meu! Os 5 melhores blocos de SP!

Agora sim o carnaval chegou! Para muitos de nós, brasileiros, a época mais aguardada do ano. Aqueles dias em que nada mais importa, além de festejar, dançar, cantar e sair pela cidade, cabelo ao vento, gente jovem reunida! Como dizia Vinícius de Moraes, a gente trabalha o ano inteiro por um momento de sonho, pra fazer a fantasia de rei, de pirata ou jardineira, pra tudo se acabar na quarta-feira. E aqui está a Strip Me pra se jogar na no bloco com você, no maior estilo e com a empolgação a mil! Temos uma coleção todinha dedicada ao carnaval pra você escolher uma camiseta para cada dia de folia!

O carnaval arrebata o Brasil inteiro. De leste a oeste, norte a sul, não tem metrópole, cidade, cidadezinha ou vilarejo que não tenha um baile de carnaval e um bloco pela rua! E cada lugar tem seu jeitinho único, tem sua tradição. O carnaval mais famoso do Brasil é o carioca, é claro. O berço do samba, das marchinhas, dos primeiros cordões e blocos. Em Salvador a história maravilhosa dos afoxés e da criação do trio elétrico. Em Recife o frevo e o maracatu. Mas, sem dúvida, um dos carnavais que, apesar de ter uma carinha de vintage e tradicional, mais se renovou no Brasil foi o carnaval de rua paulistano.

Os blocos de carnaval na cidade de São Paulo sempre existiram. Mas viveram uma fase de baixa popularidade ali pelos anos 90. À medida que o século XXI foi avançando, os jovens de São Paulo passaram a ocupar cada vez mais os espaços da cidade. A diversidade fez com que manifestações festivas, mas também reclamando direitos e liberdades, transformassem São Paulo numa cidade de ruas abertas ao povo, em eventos como a Virada Cultural e a Parada do Orgulho LGBT+. Com isso, os blocos de carnaval se fortaleceram. Além dos já tradicionais da cidade, como os blocos das agremiações de escola de samba, nasceram novos blocos em várias regiões, como o Acadêmicos do Baixo Augusta, o Raízes de Casa Verde e o Ressaca do Cambuci. E a cada ano surgem novos blocos, temáticos, engraçados e que juntam muita gente. É o caso de blocos como Tarado Ni Você, que celebra canções de Caetano Veloso, o Bloco do Sargento Pimenta, que transforma em samba e marchinhas as clássicas músicas dos Beatles, o Tô de Bowie, o Siga Bem Caminhoneira, um bloco formada por um grupo de amigas lésbicas, o Carnavelhas, formado por integrantes da banda Velhas Virgens, o Domingo Ela Não Vai, focado em clássicos do axé anos 90, o Samby & Júnior e muitos outros.

Bom, olha só, tá tudo muito bom. Mas o carnaval já é nesse fim de semana! Então, como diria o sábio Elvis Presley, a little less conversation, a little more action, pelamor, meus amores! Pois bem! Vamos ao que interessa. A Strip Me preparou um Top 5 dos melhores blocos de São Paulo com suas respectivas agendas, um bloco para cada dia do carnaval! Então se liga na listinha e já faz seu roteiro.

Sábado, 18 de fevereiro.
Bloco Agrada Gregos

O Agrada Gregos já virou tradicionalíssimo no carnaval de São Paulo, e sempre com atrações imperdíveis! Criado em 2016, hoje é considerado o maior bloco LGBT+ da capital paulista. Neste ano o Agrada Gregos traz como atrações  Aretuza Lovi, Gretchen e Vanessa Apetitosa. O palco estará montado ao lado do Monumento Às Bandeiras, no Parque do Ibirapuera. O som rola a partir das 13h. A estimativa é que o bloco reúna uma média de 250 a 300 mil pessoas.

Domingo, 19 de fevereiro.
Bloco Ritaleena

Ali por volta de 2014, 2015, as amigas Alessa Camarinha e Yumi Sakate encasquetaram de montar um bloco que representasse a cidade de São Paulo e tivesse uma cara de mulher. A resposta óbvia veio na imagem de Rita Lee. Junto, para completar o trocadilho, o remedinho Ritalina que ajuda a regular a hiperatividade e déficit de atenção. Mais paulistano impossível! O bloco logo agradou multidões, embalado por canções da Rita Lee em ritmo carnavalesco. Neste ano, o bloco fica entre os bairros Vila Mariana e Saúde, partindo da Rua Caramuru, altura do número 500, ao meio dia em ponto, e vai até a avenida Senador Casimiro da Rocha.

Segunda-feira, 20 de fevereiro.
Bloco Vou de Táxi

Mais um bloco criado em 2014. Aqui um grupo de amigos paulistanos na casa dos 30 anos de idade, sacaram que a música que embalou sua geração tinha tudo pra bombar no carnaval em qualquer tempo! Evidências para isso não faltam, da boquinha da garrafa até aquela brincadeira de beijar! O bloco Vou de Táxi desde então reúne mais de 100 mil pessoas nos carnavais paulistanos. Em 2023 a concentração do bloco começa no obelisco da avenida Pedro Álvares Cabral 11h e sai de rolê em volta do parque do Ibirapuera.

Terça-feira, dia 21 de fevereiro.
Bloco MinhoQueens

Alguns anos atrás, um grupo de drag queens do centro de São Paulo resolveram organizar um bloco para pular o carnaval montadérrimas! E que lugar melhor para pular muito do que no Minhocão? Surgiu assim o excelente nome do bloco. O MinhQueens logo se popularizou no centro de São Paulo, sempre na região da Santa Cecília e da praça Marechal Deodoro. Neste carnaval a previsão é que o bloco junte aproximadamente 5 mil pessoas, que vão se reunir à partir o meio dia na praça Marechal Deodoro e vai até a praça Alfredo Paulino, passando pelas rua da Palmeiras e pela Sebastião Pereira.

Sábado, 25 de fevereiro.
Bloco Navio Pirata feat. BaianaSystem

Navio Pirata é o bloco formado pela excelente banda BaianaSystem para embalar o carnaval de São Paulo, através das tradições baianas do trio elétrico e da icônica guitarra baiana. Desde 2009 o bloco é sucesso absoluto! Então se você achou que o carnaval acabou na terça feira, dia 21, achou errado, otário! Sábado, dia 25 o BaianaSystem se apresenta no trio elétrico do bloco Navio Pirata em São Paulo também no Ibirapuera, perto do Monumento às Bandeiras, pontualmente 13h. Imperdível!

Antes de finalizar, cabe aqui uma menção honrosa para um bloco inusitado. Com um nome criativo e uma proposta muito divertida, vale a pena conferir no sábado, dia 18 de fevereiro, na Barra Funda o Bloco 77, os Originais do Punk. Bloco formado por amantes do punk rock e do carnaval, que pegam clássicos do punk nacional e gringo e transformam em marchinhas e sambas para fazer a folia! O bloco sai da rua Barra Funda, na altura do número 1000, às 14h. Dali percorre as ruas Conselheiro Brotero, Sérgio Meira e finaliza na rua Lopes Chaves! É diversão garantida.

Pronto! Agora é só se programar direitinho, fazer o roteiro, convocar os amigos e abastecer o cooler para curtir todos os blocos! E não esquece de escolher suas peitas favoritas pra curtir a folia! A Strip Me tem a Coleção Carnaval pra facilitar a sua vida, mas tem também camisetas de música, cinema, arte, cultura pop e muito mais. Na nossa loja você confere tudo isso e ainda fica por dentro dos lançamentos que pintam toda semana!

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist perfeita pra fazer aquele esquenta, com os maiores sucessos dos principais blocos do Brasil! Bloquinho top 10 tracks.

Para assistir: Claro, a gente poderia vir aqui te sugerir um monte de filmes, documentários sobre samba, carnaval, marchinhas… mas é carnaval, porra! Ninguém quer ficar em casa vendo filminho! Então nossa recomendação hoje é um simples vídeo do Youtube com 3 minutinhos de duração, dando dicas valiosas para você curar a ressaca! Isso sim é utilidade pública! Link aqui.

Tim Burton: Vida, obra e Top 5!

Tim Burton: Vida, obra e Top 5!

Não é qualquer cineasta que carrega consigo o mérito de criar uma nova linguagem cinematográfica. Por essa simples razão, Tim Burton já merece ser reconhecido como um dos maiores nomes da indústria cinematográfica, apesar de sua filmografia ser errática, repleta de altos e baixos. Recentemente, seu nome voltou a ser aclamado, graças ao brilhante trabalho feito com a Netflix, ao conceber a série Wandinha (também conhecida como Wednesday). Aqui na Strip Me, o Tim Burton sempre esteve presente, como na estampa Burton, já no nosso catálogo há algum tempo, e também especificamente nas collabs com os artistas Guilherme Hagler e Kaio Moreira, que têm em Tim Burton uma de suas principais referências. E, mais atualmente, claro, algumas estampas pintaram inspiradas na Wandinha. Como a Gothic, por exemplo. E agora, chegou a hora de darmos aquela geral na vida e obra este mestre do cinema aqui no blog também.

A história de Tim Burton é daquelas em que o protagonista é talentoso, mas tem tudo pra se dar mal e viver frustrado. Ele nasceu em agosto de 1958, na cidade de Burbank, pequena cidade californiana nos arredores de Los Angeles. Quando criança, era retraído, tímido, praticamente recluso dentro de seu próprio mundo. Ao invés de prestar atenção nas aulas, passava o tempo na escola desenhando figuras bizarras em seus cadernos. Por volta de 12 anos de idade, se apaixonou pelas histórias de Edgar Allan Poe, um escritor pouco recomendado para crianças, convenhamos. Com seus poucos amigos de escola, criou um grupo para criarem histórias e desenhos chamado O.S.S. (Oh Shit Studio). Foi quando ele começou a desenvolver roteiros e aprender, por conta própria, técnicas de animação em stop motion usando seus desenhos e uma câmera super 8.  Afinal, outra das fixações de Burton ainda criança eram os filmes de terror. Enquanto todos os seus amigos tinham medo daqueles filmes, ele tinha fascínio. Bela Lugosi, Vincent Price e Ed Wood se tornaram grandes heróis para Tim Burton, nomes que ele viria a celebrar com honras ao longo de sua própria carreira.

Mas a literatura de Allan Poe e o cinema de Ed Wood eram, antes de qualquer coisa, fonte de inspiração para o seu maior talento: o desenho. Ainda muito novo, Tim Burton já desenhava muito bem, e não demorou a desenvolver um traço único, cheio de personalidade. E, é claro, suas ilustrações, em sua grande maioria, retratavam cenas e personagens sombrios. Para se ter ideia, quando tinha de 16 para 17 anos de idade, ele desenhou uma figura esquisita, um homem de semblante assustado, magro e com longas lâminas no lugar dos dedos das mãos. Praticamente 15 anos depois, ao revisitar um caderno de antigos desenhos, Burton se deparou com essa figura e desenvolveu o que acabaria por se tornar sua obra-prima: o filme Edward Mãos de Tesoura.

Foi nessa época da adolescência, por volta de 1975, 76, que, após se oferecer para trabalhar nos estúdios de animação da Disney, acabou ganhando da empresa uma bolsa de estudos no renomado Instituto das Artes da California. Após 3 anos de estudo, ele foi contratado pela Disney. Ele era assistente de animação e trabalhava naqueles desenhos fofos de animais falantes, o que considerava entediante. Mas tinha liberdade para criar e apresentar para a empresa alguns curtas-metragens. Foi quando ele fez o curta em stop motion Vincent, sobre um garoto que sonha em ser Vincent Price, mas acaba se perdendo em seus pesadelos terríveis. Depois, misturando live action com stop motion, ele recriou a história do conto de fadas João e Maria com seu jeitinho todo especial, com muito sombra e uma boa quantidade de sangue. Por fim, criou a história de Frankenweenie e filmou o curta de mesmo nome, onde um garoto que acaba de ver seu cachorrinho morrer, se depara com a história de Frankenstein e dá um jeito de ressuscitar seu cachorro usando os mesmos métodos. O longa é de tamanho humor negro, sarcasmo e sadismo, que a Disney, não só se recusou a distribuir o curta como demitiu Tim Burton. Mas não se engane, o curta é ótimo!

Mas nessa época, Burton já circulava entre os estúdios de Hollywood fazendo amizades e procurando trabalho. De cara, pinta sua primeira oportunidade: foi escalado para dirigir As Grandes Aventuras de Pee-Wee, filme lançado em 1985. Pee-Wee é um personagem antigo e muito famoso nos Estados Unidos, desses que já teve várias séries de TV  e filmes no cinema, tendo sido interpretado por vários atores diferentes. Ainda que não fosse sua onda, Tim Burton mandou bem na direção e fez seu nome. Também foi nesse filme que Burton iniciou sua mais bem sucedida e longeva parceria, com o músico Danny Elfman, que faria praticamente todas as trilhas sonoras dos filmes de Burton dali em diante. Assim, em 1988, com credibilidade e liberdade para criar, Tim Burton finalmente mostrou a que veio. Lançou o clássico Beetlejuice – Os Fantasmas se Divertem. O filme trazia um roteiro cômico e sombrio ao mesmo tempo, enquanto apresentava uma direção de arte grandiosa, cheia de personalidade e nuances! Com Beetlejuice, Tim Burton criou uma nova estética no cinema, unindo comédia e terror.

Daí em diante, a trajetória de Tim Burton se mistura a sua produção cinematográfica. Como é muito filme, 21 pra sermos precisos, elencamos aqui um top 5 Melhores Filmes do Tim Burton para comentar.

Beetlejuice – Os Fantasmas se Divertem (1988)

O pontapé inicial da obra de Tim Burton. Além de dirigir, ele também assina o roteiro deste filme divertidíssimo, apesar de carregado em cenas sombrias e mórbidas. Já fica evidente o traço de Burton como artista mesmo na maquiagem dos personagens, em especial Beetlejuice, pálido, com olhos arregalados, cabelos desgrenhados… algo que se tornaria característico de Burton. No elenco, temos Winona Rider e Michael Keaton em uma de suas melhores atuações (é sério, ele manda muito bem no papel).

Edward Mãos de Tesoura (1990)

Indiscutivelmente, é o clássico absoluto de Burton. Foi seu quarto longa metragem, e até hoje, ele não fez nada que chegue perto da perfeição de Edward Mãos de Tesoura. Não é exagero falar em perfeição. Tudo nesse filme funciona bem. O roteiro, que Burton também assina, tem tons autobiográficos, já que Tim Burton se sentia deslocado e sem amigos quando adolescente. A estética do filme é encantadora e, ao mesmo tempo desoladora, tem um quê de magia, mas também uma melancolia dos subúrbios de classe média branca dos Estados Unidos. A atuação de Johnny Depp é digna de Oscar (que ele não ganhou, sequer foi indicado) e a química entre ele e Winona Rider é invejável! É desses filmes que, se você passa por ele zapeando os canais na TV, pára e assiste até o fim.

Batman, O Retorno (1992)

Tim Burton fez um trabalho brilhante em Batman, filme de 1989. Mas foi duramente criticado por fãs dos quadrinhos, que diziam que o diretor não respeitou a estética dos gibis. Ainda bem! Ele tirou o azul e cinza e colocou o Batman num imponente traje todo preto, retratou uma Gotham City chuvosa, escura e opressora, além de conceber a segunda melhor versão do Coringa nas telas de cinema. Bom, mas temos que admitir… o roteiro era fraco. Mas quando pegou para fazer a sequência do morcegão, foi com tudo nas suas referências mais densas e fez de Batman, o Retorno, um filme impecável! O roteiro é ótimo, os personagens são muito bem construídos, Danny DeVito como Pinguim é um espetáculo gore, com uma aparência assustadora, enquanto Michelle Pfeiffer está deslumbrante como Mulher Gato, numa fantasia fetichista. Um filme que extrapola o mundo dos quadrinhos e agrada todo tipo de público.

O Estranho Mundo de Jack (1993)

Apesar de não aparecer como diretor, pode-se dizer que se trata de um filme 100% Tim Burton. Já que ele escreveu o roteiro, desenhou os personagens e assina a produção do longa. Por se tratar de um filme de animação todo em stop motion, é possível que Burton tenha preferido colocar um diretor mais experiente no ramo, ao invés de ele próprio dirigir. Mas certamente, ele esteve junto com o diretor Henry Selick durante toda a produção do longa. Aqui temos o mais puro suco de Tim Burton. Os desenhos sombrios, os personagens longilíneos e de olhos arregalados, contrastes entre cores fortes e sombras, humor e morbidez. Tudo amarrado numa história bem contada e emocionante.

A Noiva Cadáver (2005)

A partir de 1994, quando é lançado Ed Wood, Tim Burton acaba tendo um declínio de qualidade em seus trabalhos. Johnny Depp começa a se tornar um pastiche de si próprio, em atuações tediosas e similares. E o próprio Tim Burton acaba se perdendo em sua própria fórmula. Depois do fracasso previsível de sua releitura de a Fantástica Fábrica de Chocolate, ele acaba voltando a suas origens e reaparece em 2005 com uma obra autoral a altura de seus melhores trabalhos. A Noiva Cadáver é uma animação encantadora, com ótimas canções e atuações singelas das vozes de Johnny Depp e Helena Bonham Carter. A estética sombria está de volta, com toda sua morbidez e escuridão, mas sempre com um toque de ternura e humor. A história é um pouco manjada, é verdade, mas é contada com leveza e graça, os personagens são carismáticos e a estética é tão atraente, que, no contexto geral, o filme acaba sendo realmente muito bom!

Menção honrosa: Wandinha (2022)

Não é um filme, é verdade. Mas é uma série deliciosa! Chega a ser inacreditável hoje em dia pensar que, em 1991, ninguém pensou em Tim Burton para adaptar para o cinema a antiga série de TV A Família Addams. Claro, por fim o diretor Barry Sonnenfeld fez um ótimo trabalho. Mas muita gente ao longo dos anos chegou a pensar como seria essa franquia na mão de Burton. E a resposta veio ano passado. Em 2022 a Netflix produziu a série Wandinha, com direção e co-produção de Tim Burton. A série, plasticamente, chega a ter mais elementos de terror do que estamos habituados e ver nas obras de Burton, que acabou trazendo um ar de mistério irresistível. Na onda retrô de Stranger Things e Dark, Wandinha caiu no gosto popular de imediato. E não á toa. O roteiro é muito bem escrito e cheio de mistério, a estética é instigante e assustadora e os personagens, em especial a protagonista Wandinha, são muito carismáticos. Que venha a segunda temporada!

Para concluir, sabemos que Tim Burton deu alguns escorregões, principalmente quando se meteu a refilmar obras clássicas como Planeta dos Macacos, A Fantástica Fábrica de Chocolate e Alice no País das Maravilhas. Mas seu legado e influência no cinema contemporâneo é inegável e tem um valor inestimável. Portanto, é um artista que não poderia ficar de fora do hall de influências e homenagens da Strip Me. Confira algumas dessas estampas na nossa seção de cinema e séries, bem como vale dar uma olhada nas camisetas dos nossos collabs Guilherme Hagler e Kaio Moreira. Além disso, na nossa loja você encontra camisetas de música, arte, cultura pop e muito mais. Fica ligado lá pra conferir os lançamentos que pintam toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Convenhamos, as trilhas sonoras do Danny Elfman são lindíssimas, mas ninguém tem muito saco pra ficar música instrumental, orquestrações de filmes e tal. Então, nessa onda sombria do Tim Burton, vamos fazer uma playlist com o que há de melhor na cena dark/gótica que brilhou nos anos 80. 80’s Dark Pop Top 10 tracks.

Nota do editor: Eu, Paulo Argollo, ao escrever este texto, bem como todos os outros que escrevo aqui, procuro manter certa distância de minhas opiniões pessoais sobre o tema abordado. Entretanto, desta vez, não resisto. Apesar de todas as listas de melhores filmes do Tim Burton serem quase unânimes ao citar os 5 filmes aqui expostos, eu preciso dizer para você que o melhor filme do Tim Burton é Edward Mãos de Tesoura, ok. Mas o segundo melhor… ah, o segundo melhor é Marte Ataca! Filme lançado em 1996, é uma comédia dilacerante! Um nonsense delicioso, amarrado por um roteiro simples, mas muito bem escrito e um elenco abarrotado de estrelas, a maioria fazendo pontas, mas tudo muito divertido. Fazem parte do cast Jack Nicholson, Glenn Close, Pierce Brosnam, Natalie Portman, Sarah Jessica Parker, Michael J. Fox, Jack Black, Danny DeVito, Christina Applegate e o cantor Tom Jones. É filme pra ver e rever várias vezes! Recomendo muito e sei que esá disponível no catálogo da HBO Max.

Eu quero é botar meu bloco na rua!

Eu quero é botar meu bloco na rua!

Fevereiro ainda nem chegou, mas já foi dada a largada para as festividades carnavalescas urbanas independentes. São os popularmente conhecidos bloquinhos de rua. Cada vez mais amados e celebrados em grandes cidades! Sim, os tempos dos grandiloquentes bailes de carnaval em clubes da alta classe ficaram no passado! Hoje em dia, todo mundo quer ir pra rua, se misturar, cantar, dançar, fazer folia! A Strip Me, que não é ruim da cabeça e nem doente do pé, também entra na bagunça e apresenta várias estampas perfeitas para curtir o bloquinho, como a camiseta Samba no Pé por exemplo. Além disso, vamos aproveitar o embalo pra não perder o rebolado e falar tudo sobre os bloquinhos e como aproveitar cada minuto dessa festa.

Sejamos francos. Esse amor pelos bloquinhos de rua é um hype relativamente novo. Os blocos de foliões carnavalescos estão aí desde 1930, é verdade. E teve muitos momentos de glória e popularidade. Mas ali pelos anos 1990 e começo dos anos 2000 estavam em baixa. Eram frequentados por poucos foliões veteranos e um ou outro entusiasta. Mas de uns dez anos pra cá, virou hype mesmo! Principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, já que a o carnaval no nordeste sempre foi muito forte e sempre teve a cultura do trio elétrico e do carnaval de rua.

Na real, a história do carnaval, muito antes do Cabral pisar na Bahia, já começou no esquema do bloquinho de rua lá no Velho Mundo. A turma saía em grupo, cantando, fazendo algazarra e bebendo como se não houvesse amanhã. Ou melhor, eles bebiam como se houvesse uma quaresma por vir. E havia mesmo. Aquele período em que os cristãos jejuam e se privam de prazeres carnais por 40 dias antes da Páscoa, quando se celebra a ressurreição de Jesus Cristo. Os portugueses que vieram colonizar o Brasil no século XVI já trouxeram essa tradição. E ao longo dos 5 séculos que se passaram a mágica aconteceu. Veio a influência dos ritmos e danças dos africanos e tudo se misturou. No século XIX, durante o império de Dom Pedro II, o carnaval de rua chegou a ser proibido, porque rolava aquela baderna generalizada e os ricos queriam curtir a festa, mas tinham certo nojinho de interagir com os pobres. Assim, surgiram os bailes de salão, onde a elite podia curtir o carnaval com requinte, sem se misturar com o povão, que ficou privado de fazer a sua festa. Mas isso não durou muito.

Foi na época da era Vargas, depois do golpe de 1930, que o carnaval começou a voltar para as ruas, incentivado pela popularização do rádio e das marchinhas, marchas-rancho e sambas. Desde então, foram se formando blocos tradicionais em diferentes bairros das principais cidades do Brasil, alguns deles em atividade até hoje. E hoje em dia, esse ano, pra ser mais exato, se você acha que o bicho pega mesmo só no dia 17 de fevereiro, primeiro dia de carnaval, se engana! Já tem bloquinho rolando Brasil afora hoje mesmo! Para ficar por dentro, você pode acessar o site blocosderua.com Lá você encontra a agenda dos blocos mais importantes de 10 cidades brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Olinda, Florianópolis, Belo Horizonte, Salvador, Brasília, Porto Alegre e Fortaleza.

Pra completar, vamos dar algumas dicas importantes e super valiosas para você curtir ao máximo o seu bloquinho favorito, sem passar por perrengue nenhum! Se liga.

Planejamento para ir e voltar.

Se você não tem a sorte (ou o azar, depende do ponto de vista) de ter um bloquinho que passe na porta da sua casa, é bom você fazer um roteiro, pegar o trajeto que o seu bloquinho favorito vai percorrer e planejar como você vai chegar e como vai embora. O ideal é contar sempre com o transporte público (ônibus e metrô) e aplicativos, afinal, a chance de você querer tomar uma cerveja ou uma caipirinha durante a festa é grande. Além de não ser boa ideia dirigir depois de beber, lembre-se que os blocos alteram todo o trânsito da cidade. Tendo todos os trajetos planejados, você vai aproveitar a festa com muito mais tranquilidade.

Segurança.

Você sabe como é festa em lugar público. Pinta todo o tipo de gente, inclusive gente mal intencionada. Além do mais sempre tem quem passe do ponto na cachaça, o que sempre atrapalha também. Então, se joga na folia, mas fique sempre de olho no que está rolando em volta. Se viu que tá saindo uma briga do teu lado, se afaste, vá para o lado oposto e segue com a tua festa. Também é sempre bom ficar esperto com furtos. Então, dê preferência para bermuda, short ou vestido cujos bolsos tenham zíper, ou então leva uma bolsinha bem fechada, ou até mesmo uma pochete, que fique junta ao corpo. E ali dentro leve apenas o essencial, celular, cartão do banco, um documento e dinheiro trocado. Para as meninas, ter um pacotinho de lenço umedecido também é sempre boa ideia.

Olha, olha, olha, olha a água mineral!

É sempre bom lembrar que o carnaval rola no verão e você estará pulando e cantando sob um sol de trinta graus, pelo menos. Então não deixe de se hidratar de jeito nenhum. Claro que você vai tomar sua cervejinha, uma caipirinha e tal… mas junto, vá tomando água. Para facilitar a sua vida e a de quem está trabalhando no evento, procure levar uma quantia de dinheiro em notas de cinco e dez reais para facilitar o troco. E não se esqueça também de se alimentar. De preferência  consumindo coisas leves como frutas ou sanduíches naturais.

A cor dessa cidade sou eu.

Uma das belezas do carnaval é a integração do povo com a cidade. Uma simbiose mágica e transcendente. Para que essa mágica aconteça em sua plenitude, é fundamental que você faça a sua parte para manter a cidade limpa. Se você estiver ligado, vai ver que em muitas esquinas tem latas de lixo, e também as tem os vendedores espalhados pela rua. Também tem espalhados por todo o trajeto dos bloquinhos, vários banheiros químicos. Sem falar no bares e padarias, que às vezes até cobram cinquenta centavos ou um real pra você usar o banheiro, mas estão sempre por perto. Então, não tem desculpa pra ninguém fazer suas necessidades pelos cantos nas ruas, certo?

Todo povo brasileiro, aquele abraço!

Carnaval é amor e alegria! Então, quem tem qualquer tipo de preconceito nem desce pro play! Claro, em momento nenhum da vida em sociedade racismo, homofobia ou qualquer outro tipo de discriminação é tolerável. No carnaval então, nem se fala! Se você presenciar qualquer tipo de ato desrespeitoso com outra pessoa, não se omita. Claro, não vá você se meter e comprar a briga sozinho, mas procure ajuda e chame a polícia.

Livre, leve e solto!

Por fim, não se esqueça de se sentir bem, confortável, para curtir o bloquinho. Você não vai abrir mão do estilo, é lógico! Mas algumas dicas são válidas: Use tênis ou qualquer outro calçado confortável que não tenha salto e não corra o risco de arrebentar durante a festa. Bermudas ou shorts são a melhor opção, tanto para meninos quanto para meninas, pois, você vai andar e dançar muito, a bermuda ou o short vão evitar que você fique com o interior das coxas “assadas”. E use roupas leves. No caso, as camisetas da Strip Me são o seu número! São camisetas feitas com malha certificada, leve e super confortável! É só escolher a sua estampa favorita e ir pra galera!

Pronto. Agora você já sabe tudo o que precisa para encarar o seu bloquinho de rua favorito! Então chega de teoria e vai pra folia! Lembrando que a Strip Me tem uma coleção todinha dedicada ao carnaval, além de muitas outras como as camisetas de cinema, música, arte e cultura pop! Se liga na nossa loja pra conferir os lançamentos que aparecem por lá toda semana!

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist perfeita pra fazer aquele esquenta com os maiores sucessos dos principais blocos do Brasil! Bloquinho top 10 tracks.

Para assistir: É imperdível o documentário Chame Gente – A História do Trio Elétrico, lançado em 2005, dirigido pela Mini Kerti, escrito pelo Rafael Dragaud e com depoimentos de Armandinho, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Dorival Caymmi e muitos outros. Além de ser uma história fascinante, tem uma trilha sonora empolgante, que comprova que atrás do trio elétrico só não vai mesmo quem já morreu. Recomendadíssimo e tem free no Youtube completinho.

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