Gal Costa: Um adeus à diva tropicalista.

Gal Costa: Um adeus à diva tropicalista.

De junho em diante, quando estava no sexto mês de gravidez, Mariah Costa Penna passou a fazer sessões regulares de audição de música clássica, ficando sozinha, concentrada apenas nas melodias, desejando que a criança que estava em seu ventre viesse ao mundo e tivesse uma conexão forte com o mundo musical, que ela própria, Mariah, adorava. E não é que funcionou? No dia 26 de setembro de 1945 nasceu Maria da Graça Costa Penna Burgos. A mulher que seria no futuro conhecida como Gal Costa, uma das maiores vozes da música brasileira.

Gal Costa – Foto de Eduardo Nicolau (2005)

Gal Costa faleceu aos 77 anos de idade na manhã desta quarta feira, dia 9 de novembro. Gal estava a algumas semanas afastada dos palcos para tratar de um nódulo no nariz. A causa da morte ainda não foi confirmada pela assessoria da cantora. Uma perda irreparável para a música brasileira, num momento em que a cultura vive um efervescente resgate dos revolucionários anos 60 e 70 o país, com enfoque na bossa nova e na tropicália. Tanto é que Gal Costa vinha fazendo shows e parcerias com artistas jovens como Tim Bernardes e Criolo.

Gal nasceu  e foi criada em Salvador. Espevitada e comunicativa, logo se interessou pelas artes e pela música. Adolescente, ficou amiga de Sandra e Andréa, duas irmãs que namoravam jovens e promissores músicos baianos. Sandra namorava Gilberto Gil e Andrea namorava Caetano Veloso. Foi assim que Gal rapidamente se tornou tão próxima de Gil, Caetano e Maria Bethânia. Ainda jovem, ela vivia literalmente rodeada pela música. Quando não estava entre seus amigos, ela trabalhava como vendedora numa das maiores lojas de discos de Salvador. A vida a empurrava para a música por todos os lados.

Gal Costa e Gilberto Gil – Foto de Fábio Tito (2017)

Foi 1963 o ano em que Gal conheceu Caetano e Gil. Nessa época, ela já tinha sido impactada pela monumental canção Chega de Saudade, interpretada por João Gilberto. A bossa nova já lhe era uma grande influência. Com Gil e Caetano, seus horizontes se ampliaram para outros estilos. Nas rodas de violão com os amigos, ela começou a soltar a voz. E que voz! Afinada, potente e doce. Gal estreou profissionalmente cantando na inauguração do Teatro Vila Velha, em Salvador, em 1964. O espetáculo se chamava Nós, Por Exemplo. Contava com Caetano, Gil, Tom Zé, Maria Bethânia e outros músicos, e fora idealizado por Caetano como um show em conjunto para celebrar a nova geração de músicos, que queriam renovar a música brasileira. Gal, que na época ainda se apresentava como Maria da Graça, cantou a composição de Caetano Sol Negro, e arrebentou, sendo considerado um dos pontos altos do show.

No ano seguinte, 1965, Gal se muda para o Rio de Janeiro, tal qual fez Maria Bethânia. E foi com Bethânia que Gal entra em estúdio pela primeira vez, para gravar em dueto justamente a canção Sol Negro, no disco de estreia de Bethânia. Em 1967 Caetano e Gal se juntam para gravar um disco, o disco de estreia de ambos: Domingo. Disco inspiradíssimo com canções como Coração Vagabundo, Avarandado e Quem me Dera. Um ano depois a tropicália era oficialmente deflagrada com o antológico disco Tropicália ou Panis et Circencis, que reuniu Mutantes, Gil, Caetano, Tom Zé, Gal Costa e outros sob a batuta de Rogério Duprat. Disco este que muitos consideram o Sgt. Pepper’s… tupiniquim. Seu primeiro disco solo saiu em 1969, um disco brilhante, com músicas de Caetano, Gilberto Gil e Jorge Benjor. Ainda no mesmo ano lançou mais um disco, simplesmente intitulado Gal, e que tem uma pegada mais rock n’ roll, onde, além da capa psicodélica, tem a canção Meu Nome é Gal, composta por Roberto e Erasmo Carlos, eliminando qualquer rusga e mostrando a união da tropicália com a jovem guarda.

Doces Bárbaros – Foto do Arquivo Estadão (1978)

Daí em diante a carreira de Gal Costa cresceu vertiginosamente. Intérprete versátil, ela passou a estabelecer um repertório marcante, que ia do rock ao baião, do samba ao jazz, tudo com uma marca muito particular: sua voz. Em 1976 Maria Bethânia idealizou um espetáculo que se tornaria um marco da contra cultura brasileira. Os Doces Bárbaros era um conjunto formado pelos inseparáveis Gilberto Gil, Caetano Veloso, Maria Bethânia e Gal Costa. O show do grupo rendeu um filme e um disco, lançados no mesmo ano. Como era de esperar, a censura caiu matando em cima dos concertos do conjunto, que acabou tendo vida curta. No fim da década de 70 Gal deu uma virada na sua carreira. Em 1978 lançou o disco Água Viva, que se tornou rapidamente disco de ouro, um dos mais vendidos da carreira da cantora até hoje. A turnê de divulgação deste disco ficou conhecida como Gal Tropical. Nesses shows, Gal deixa de lado sua estética hippie, para ganhar uma aura mais sensual e mainstream. A turnê foi tão bem sucedida que acabou virando disco, também chamado Gal Tropical.

Os anos 80 começam com um dos duetos mais aguardados e formidáveis da música brasileira. Num especial para a televisão Gal Costa e Elis Regina se juntam numa apresentação avassaladora, uma aula de musicalidade e talento. Em 1985 mais um dueto de peso marca a carreira de Gal. Para o seu disco Bem Bom, Gal canta junto com Tim Maia o clássico Um dia de Domingo. A década acaba com Gal se aproximando das novas gerações ao gravar músicas de Lulu Santos e a grandiosa Brasil, composição de Cazuza, mas que Gal imortalizou com sua voz. Na década de 90 Gal continuou lançando discos de alto nível. Em 1994 os Doces Bárbaros se reúnem para alguns shows e para serem homenageados pela escola de samba carioca Mangueira. Em 1997 lança seu disco acústico pela MTV, renovando mais uma vez seu público com um disco recheado de hits memoráveis. Atenta às novidades, Gal avançou pelo novo século de olho em novos artistas. Gravou e fez parcerias com muitos artistas, entre eles, Arnaldo Antunes, Zeca Baleiro, Marisa Monte, Céu, Moreno Veloso, Malu Magalhães, Nando Reis e Tim Bernardes.

Gal Costa se apresentando no lendário Carnegie Hall – Foto de Scott Gries (2003)

Aos 77anos de idade, Gal completava 57 anos de carreira e estava exuberante. Sua apresentação no Primavera Sound São Paulo era um dos shows mais aguardados do festival, mas acabou sendo cancelado em cima da hora por conta de uma cirurgia que a cantora precisou fazer, para retirar um nódulo da narina direita. Entretanto, ela se recuperava bem da cirurgia. Ainda não se sabe a causa da morte.

De qualquer forma, se faz extremamente necessário que todos nós prestemos nossas homenagens a esta artista tão emblemática da nossa música. Não por acaso, Gal já estava presente em algumas das estampas da Strip Me, seja nominalmente na camiseta MPB, seja na frase da camiseta Atento e Forte, ou ainda na camiseta Tropicalismo. Todo o nosso respeito e admiração por Gal Costa. No dia de sua morte, celebramos sua obra, que será eterna.

Gal Costa em ensaio para a capa de seu primeiro disco solo – Foto do Arquivo Estadão (1969)

Vai fundo!

Para ouvir: Claro, uma playlist com o melhor da obra de Gal Costa. RIP Gal Gosta top 10 tracks.

A calçada de Copacabana e a garota de Ipanema.

A calçada de Copacabana e a garota de Ipanema.

A Strip Me está sempre lançando novidades, com uma frequência invejável. Toda semana tem pelo menos uma ou duas camisetas novas, com estampas originalíssimas e de muito bom gosto. Toda estampa criada tem sua importância e alguma ligação com esse nosso universo de diversidade, cultura, barulho, diversão e arte. Um dos lançamentos mais recentes é a “Copacabana”, uma camiseta minimalista com estampa do icônico desenho do calçadão da praia mais famosa do Rio de Janeiro. Além de nos remeter ao verão, aos passeios à beira mar e à natureza, a praia de Copacabana carrega muito da história da cultura brasileira. Hoje Vamos falar sobre uma dessas histórias.

O calçadão de Copacabana foi construído em 1906, com 4,15 quilômetros de comprimento e abrange as praias do Leme e de Copacabana. O desenho de ondas foi inspirado no calçamento da Praça do Rocio, em Lisboa. Trata-se de uma das praças mais tradicionais do centro da capital portuguesa e o desenho das ondas claras e escuras representam o encontro das águas do rio Tejo com o Oceano Atlântico. Inicialmente, no calçadão carioca, o desenho das ondas ficava perpendicular ao calçamento. Só depois de uma reforma na década de 1970, que teve como arquiteto o legendário Burle Marx, que as ondas passaram a ser paralelas ao calçamento, como conhecemos atualmente. Todo o calçadão foi feito com pedras trazidas de Portugal, bem como a equipe que instalou e até hoje faz a manutenção do calçadão periodicamente é formada por trabalhadores portugueses especialistas nesse tipo de trabalho.

Por sua beleza natural e boa localização, a praia de Copacabana logo foi habitada por pessoas de posses ao longo do século XIX, quando a família real portuguesa veio para o Brasil e causou uma drástica urbanização na então capital do Brasil. Em 1923 foi inaugurado, entre mansões e palacetes à beira mar, o imponente hotel Copacabana Palace. O hotel de quartos luxuosos e um enorme cassino logo tornou-se ícone do Rio de Janeiro e abrigava as mais altas celebridades do Brasil e do Mundo. Em 1946 o jogo foi proibido no país e o cassino do hotel foi transformado em sala de shows e espetáculos. Desta forma o hotel, em especial suas áreas de convivência como o bar, o restaurante e a piscina, tornaram-se ponto de encontro de intelectuais e boêmios cariocas. Ainda hoje o Copacabana Palace hospeda os mais importantes artistas e políticos que visitam o Rio de janeiro. A longa lista de hóspedes ilustres conta com nomes como Walt Disney, Brigitte Bardot, Clark Gable, princesa Diana, Nelson Mandela, Paul McCartney, Barack Obama, Tom Cruise, Mick Jagger e muitos outros.

Foi em um prédio próximo ao Copacabana Palace, o Edifício Palácio Champs Élysées, na Avenida Atlântica, nº 2.856, em Copacabana, que nasceu o movimento musical brasileiro que ganharia o mundo: a bossa nova. O edifício era dividido em três blocos (Louvre, Trianon e Versalhes) com entradas independentes. O apartamento 303 do bloco Louvre pertenceu à família da cantora Nara Leão. Por volta de 1957 o apartamento reunia alguns amigos de Nara, como Roberto Menescal, Carlos Lyra, Sérgio Mendes e Ronaldo Bôscoli. Essa turma receberia mais tarde a adição de João Gilberto, vindo da Bahia. Todos eram muito jovens naquela época, por volta de 18, 19 anos. Foi através de João Gilberto que essa turma jovem se ligou a dois caras um pouco mais velhos, que foram fundamentais para a explosão da bossa nova: Tom Jobim e Vinícius de Moraes.

Em 1962 a bossa nova já tinha se popularizado. A canção Chega de Saudade, de João Gilberto, já era um grande sucesso, vendeu muitos discos e era a música símbolo da bossa nova. Mas no fim de junho daquele ano isso começava a mudar. Vinícius de Moraes e Tom Jobim se reuniam frequentemente num bar a um quarteirão da praia de Ipanema, vizinha de Copacabana, para tomar chopp durante a tarde. Sempre escolhiam uma mesa na calçada para observar o movimento. Toda semana viam uma garota passar por eles de maiô e sacola pendurada no braço indo para a praia. Uma garota deslumbrante, linda mesmo! Depois de tanto admirar aquela moça passando, resolveram escrever uma canção.

Nessa época Vinícius de Moraes estava escrevendo uma peça de teatro, uma comédia, chamada Blimp, e encomendou a Tom alguns temas musicais para serem utilizados na peça. O roteiro da peça era meio bobo, contava a história de um extraterrestre que caía por engano no Rio de Janeiro e se apaixonava por uma carioca. Para a peça, Tom Jobim compôs três melodias, que acabariam se tornando canções famosas. São elas Samba do Avião, Só Danço Samba e Garota de Ipanema. Por fim, a peça não saiu do papel. E quando veio a ideia da música sobre a moça da praia, Vinícius escolheu uma daquelas três canções que Tom tinha composto, e que estavam sem letra.

Pouca gente sabe, mas inicialmente Vinícius escreveu uma letra bem diferente para a música, bem mais introspectiva. Dizia assim: “Vinha cansado de tudo, de tantos caminhos. Tão sem poesia, tão sem passarinhos. Com medo da vida, com medo do amor. Quando, na tarde vazia, tão linda no espaço, eu vi a menina que vinha num passo cheio de balanço a caminho do mar.” Pega o começo da música e canta essa parte por cima, que você vai ver que dá certinho. Mas acontece que o Tom Jobim não gostou muito, ele queria uma letra mais ensolarada, mais leve. Vinícius então volta pra casa e escreve os versos que mudariam a música brasileira: “Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça…”. Tal a grandeza da música, Garota de Ipanema foi apresentada ao público pela primeira vez num show que foi gravado e saiu em disco. Foi um show no restaurante Au Bon Gourmet, em Copacabana, que contava com Tom Jobim, Vinícius de Moraes e João Gilberto, acompanhados pelo conjunto Os Cariocas. Para apresentar a nova canção Tom, Vinícius e João Gilberto fizeram uma deliciosa introdução. Sobre uma delicada melodia ao piano, João Gilberto começava cantando: “Tom, e se você fizesse agora uma canção que possa nos dizer, contar o que é o amor?”. Tom Jobim respondia: “Olha, Joãozinho, eu não saberia sem Vinícius pra fazer a poesia.”. E Vinícius retrucava: “Para essa canção se realizar, quem dera o João para cantar.”. E João Gilberto: “Ah, mas quem sou eu? Eu sou mais vocês. Melhor se nós cantássemos os três.”. E entra a imbatível introdução de Garota de Ipanema.

Garota de Ipanema teve sua primeira versão em estúdio gravada por Pery Ribeiro em 1963, no disco Pery é Todo Bossa. Outras gravações vieram na sequência, com destaque para as versões instrumentais do Tamba Trio e do próprio Tom Jobim, que após perceber o sucesso dos shows de bossa nova realizados no Carnegie Hall, em New York, lançou a faixa com o título em inglês, The Girl from Ipanema. Em 1964 o saxofonista de jazz Stan Getz se junta a João Gilberto para gravar um disco antológico, que escancara as portas do mundo para a bossa nova. É deste disco, Getz/Gilberto, a versão mais famosa da canção, cantada em inglês pela então esposa de João Gilberto, Astrud Gilberto. Em 1967, se ainda havia no mundo alguém que não conhecia The Girl from Ipanema, acabaria conhecendo de qualquer maneira. Pois a música entra no disco Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim. Sim, Sinatra se apaixona pela bossa nova e grava um disco inteiro com Tom Jobim. A história deste disco, por si só, merece um texto inteiro. Para se ter ideia, Sinatra telefonou dos Estados Unidos para a casa de Tom, que não estava. Sinatra insistiu tanto em falar com Tom Jobim que fez com que a telefonista o procurasse, fazendo ligações para vários lugares. O encontrou, claro, no mesmo bar em que a ideia de Garota de Ipanema surgiu. O garçom foi até a mesa de Tom e disse ”Olha, tem um gringo no telefone querendo falar com o senhor, não estou entendo nada.”. Era Frank Sinatra.

Garota de Ipanema fez com que a bossa nova se tornasse um dos estilos musicais mais populares em todo o mundo durante os anos 60 e 70, levando consigo o nome do Brasil. Garota de Ipanema é a segunda música mais regravada do mundo, com mais de 250 versões! Ela só perde para Yesterday, dos Beatles. E quando essa constatação foi divulgada, foram perguntar ao Tom Jobim o que ele achava disso. E ele falou: “Olha, pra mim está ótimo. Afinal estou em segundo lugar, mas a música que está em primeiro lugar é dos Bestles, e os Beatles são em 4, né? Eu sou um só.”.

É por histórias tão ricas e interessantes como essas que a Strip Me se dedica a lançar estampas tão incríveis, como essa, inspirada no calçadão de Copacabana, também na bossa nova e na cultura brasileira de maneira geral. E não só isso, mas muito mais. São camisetas de arte, música, cinema, cultura pop e muito mais. Na nossa loja você fica por dentro de todos os lançamentos e promoções. Confere lá!

Vai fundo!

Para ouvir: Se Garota de Ipanema é a segunda música mais gravada do mundo, com certeza dá pra fazer uma bela playlist com as 10 melhores versões. Ouça e escolha a sua favorita entre versões de Frank Sinatra, Ella Fitzgerald, Amy Winehouse, Tim Maia, entre outros. Garota de Ipanema Top 10 tracks.

Para assistir: Claro que na onda do sucesso mundial de Garota de Ipanema, foi feito um filme com o mesmo nome e com a bossa nova como trilha sonora. O roteiro em si é fraco, mais uma desculpa para que várias canções sejam tocadas, funcionando como um compilado de videoclipes. O filme Garota De Ipanema foi lançado em 1967 e dirigido pelo Leon Hirszman. O roteiro foi escrito por várias pessoas em parceria, entre eles Vinícius de Moraes e Glauber Rocha. No elenco, boa parte da turma da bossa nova e da MPB aparecem, de Tom Jobim a Chico Buarque. Vale a pena ver como curiosidade e pela boa música. Tem inteiro no Youtube.

Para ler: Olha, a gente poderia aqui recomendar livros e mais livros que se prestam a dissecar a bossa nova. Mas, ao invés disso, recomendamos um dos melhores livros do Vinícius de Moraes. Livro este que, por se tratar de uma compilação de crônicas e poemas, tem muita bossa ali, já que as crônicas geniais de Vinícius tinham um ritmo delicioso e os poemas a beleza deslumbrante, como a de algumas praias cariocas. O livro Para Viver um Grande Amor foi lançado originalmente em 1972 e está disponível atualmente numa bela edição pela Companhia das Letras.

Anarchy in the UK: A explosão do punk na Inglaterra.

Anarchy in the UK: A explosão do punk na Inglaterra.

Sujeira, anarquia, drogas, contestação, estética kitsch, faça você mesmo…  e mais um pouquinho de sujeira. Certamente a década de 70 foi a mais insana da humanidade nos últimos dois séculos. E, sem dúvida, o filho pródigo dessa década é o movimento punk. Antes de mais nada, deixamos claro que, até pode ser que o punk enquanto música tenha surgido nos Estados Unidos, entre Detroit e New York. Mas a personificação, a estética e o lifestyle são todos originais da Inglaterra, e ninguém contesta. Tal qual o rock n’ roll, o punk nasceu nos Estados Unidos de maneira genuína e inequívoca, mas foi moldado e ganhou sua melhor versão na terra da finada rainha.

A Inglaterra do início dos anos 70 não ia nada bem. A economia ia mal, o desemprego estava altíssimo, havia conflitos por toda a parte, a Irlanda queimava sob os protestos do IRA e o então primeiro ministro, Edward Heath, era um conservador convicto, o que fazia da Inglaterra um país desigual, onde eram mantidas as aparências de uma sociedade de pompa, circunstância e moralismo. Só que essa sociedade era uma minoria aristocrata. Foi nessa época que a maioria dos grandes artistas da música, como Led Zeppelin, Rolling Stones, Rod Steward e tantos outros se mudaram de sua terra natal para fugir dos altos impostos. O rock n’ roll parecia ser uma boa saída para que jovens expurgassem suas frustrações e tédio através da música. Mas instrumentos e equipamentos eram caros para poder montar uma banda. Mas para alguns, havia uma solução.

Em 1972 um moleque de 17 anos chamado Steve estava entre as milhares pessoas no primeiro show de uma temporada que David Bowie faria no Hammersmith Odeon, em Londres, apresentando a turnê do disco The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars. Após o concerto, Steve ficou perambulando dentro da casa de show. Quando deu por si, o lugar estava vazio. Olhou para o palco e viu todo o equipamento da banda lá montado. Olhou em volta e não viu nenhum segurança. Pulou para cima do palco e se colocou no centro, na frente do microfone onde Bowie havia cantado, microfone este que ainda estava com uma mancha de batom, da maquiagem de Bowie. Tirou o microfone do pedestal, desconectou o cabo e colocou o microfone no bolso. Em seguida, olhou em volta. Pegou um carrinho e colocou um amplificador de baixo, pratos da bateria, mesa de som, mais microfones… e se mandou empurrando aquilo tudo rua afora. Foi com esse equipamento que ele montou sua primeira banda, The Strand, com seus amigos Paul Cook e Wally Nightingale.

O tal Steve era Steve Jones, um jovem vindo de uma família pobre e problemática.  Analfabeto e inconformado aprendeu desde cedo a praticar furtos para satisfazer seus desejos, fosse comer um chocolate ou dar uma volta num carro esportivo. Não era violento, não assaltava e tal. Mas sabia como roubar sem ser percebido. Um dos lugares que ele frequentava para “pegar” algumas roupas era uma boutique descolada chamada Sex. Na real, seus furtos, de vez em quando, eram até notados, mas tolerados. O dono da boutique, Malcom McLaren, gostava do Steve e sabia que ele pegava roupas para dar estilo á sua banda. E McLaren já estava ligado no negócio do rock n’ roll fazia um tempo.

Malcom McLaren era um agitador cultural contestador. Com ideais anarquistas e uma vasta bagagem de arte de vanguarda, via nas bandas mais viscerais de rock um instrumento de protesto valioso. No início dos anos 70 esteve nos Estados Unidos, conviveu com a excêntrica turma de Andy Warhol e chegou a ser empresário da banda New York Dolls, uma das bandas seminais do punk novaiorquino. Quando retornou a Londres em 1975, McLaren se depara com uma safra de bandas que chamam a atenção pela crueza de seu som e por seus membros serem jovens pobres, da classe operária. Eram chamadas de pub rock bands, pois tocavam em pubs londrinos noite adentro canções autorais e covers que iam de The Kinks a Iggy Pop & The Stooges. Em uma dessas bandas, McLaren viu potencial para abalar não só a música pop, mas o establishment moralista da velha Inglaterra. Era a banda de Steve Jones, The Strand, que McLaren rebatizou de Sex Pistols e passou a empresariar.

A cena do tal pub rock estava realmente crescendo. A cada dia surgiam novas bandas. As duas principais e mais relevantes bandas até então eram Eddie and the Hot Rods e The 101’ners. Além deles, bandas como The Stranglers, Dr. Feelgood, Brinsley Schwarz, The Deviants e Doctor of Madness são todas bandas consideradas proto punks, assim como foram MC5, Television e The Modern Lovers nos Estados Unidos. Ou seja, o som das bandas, ao vivo nos pubs, cru, barulhento e longe do perfeccionismo do rock progressivo, vigente nas rádios, já era essencialmente punk. E é curioso notar que isso acontecia nos Estados Unidos e na Inglaterra ao mesmo tempo, sem que houvesse muito contato de uma cena com a outra.

O primeiro show dos Sex Pistols foi um divisor de águas. Eles tocaram numa festa da Saint Martin’s School Of Art no dia 6 de novembro de 1975, abrindo o show da banda Bazooka Joe’s. Um dos presentes naquela noite era o guitarrista da banda 101’ners. Ele ficou impressionado com a energia e com o tom crítico das letras das músicas, entendeu que sua própria banda deveria também mudar sua atitude. O guitarrista dos 101’ners em questão era Joe Strummer. E justamente sob este impacto do primeiro show dos Pistols, Strummer conhece dias depois Mick Jones, que tinha uma banda chamada London SS, e que já ensaiava algumas letras mais politizadas. Os dois se juntam e formam o The Clash. No ano seguinte, 1976, no dia 4 de julho, os Ramones se apresentam pela primeira vez na Inglaterra, tocando no Roundhouse, em Londres. Esse show foi histórico e marca a explosão do punk britânico. Quem viu aquele show e ainda não fazia parte de uma banda, saiu de lá e correu para montar uma. Todos dos Sex Pistols e The Clash estavam lá, bem como integrantes do The Damned, The Buzzcoks, The Pretenders e muitos outros.

Ainda em outubro de 1976 foi lançado o que se considera o primeiro single do punk britânico: New Rose/Help, do Dammed. Na sequência, em novembro, é lançado Anarchy in the UK. Os Sex Pistols ganham atenção da mídia e o punk se espalha por toda a Inglaterra. Em dezembro, a banda é convidada a se apresentar e ser entrevistada no programa de TV do jornalista Bill Grundy. O apresentador estava claramente incomodado com a aparência e comportamento de seus convidados. O clima era tenso. Os Pistols foram ao programa levando mais 4 amigos, entre eles, Siouxsie Sioux e Steven Severin, da banda Siouxsie and the Banshees. Durante a entrevista a tensão aumenta. Em certo ponto, depois de uma pífia comparação, claramente provocadora, de Grundy entre os Pistols e Mozart ou Beethoven, Johnny Rotten murmura algo como “”Era só a merda do trabalho deles.”. O programa era ao vivo, em horário nobre. E pela primeira vez na história da TV britânica alguém dizia a palavra “merda”. Mas, claro, era só o começo. Do meio para o fim da entrevista, todos já nervosos, após uma insinuação de Grundy para a Siouxie Sioux, Steve Jones dispara “You dirty fucker”. E o programa acaba. Não só merda, como fodido, foram as palavras ditas em horário nobre pela primeira vez na história da TV na Inglaterra.

No dia seguinte o jornal Daily Mirror estampa em sua capa a manchete The filth and the fury!, a sujeira e a fúria, com uma foto da banda e uma matéria sobre os Sex Pistols. Foi como jogar gasolina numa fogueira. A cena punk se espalha por toda a Inglaterra, bandas começam a surgir por todo o lado. Em 1977, considerado o ano do punk, alguns dos discos mais importantes do movimento são lançados, entre eles, Never Mind The Bollocks, Here’s The Sex Pistols, o primeiro disco do The Clash, autointitulado, Damned Damned Damned, dos Damned, Stranglers IV (Rattus Norvegicus), dos Stranglers e Life on the Line, de Eddie and The Hot Rods. O punk estava oficialmente deflagrado na Inglaterra e faria história. Enquanto a cena punk de New York se contentava com os excessos de drogas e uma pretensa vanguarda artística, produzindo canções hedonistas sobre tédio e chapação, os ingleses traziam uma fúria incontrolável contra um sistema moralista e opressor, e uma crise econômica aguda.

Justamente por essa diferença, o punk como o conhecemos hoje, tanto na estética quanto na atitude, é o punk inglês, de moicano colorido, jeans rasgado, adereços fetichistas, alfinetes e sempre contra o establishment e qualquer tipo de repressão ou cerceamento de liberdades. Sobre as duas bandas mais importantes daquela época, os Sex Pistols lançaram um único disco e a banda se separou no ano seguinte. Steve Jones se tornou produtor musical, Johnny Rotten formou a banda Public Image e Sid Vicious, o baixista, morreu de overdose em 1979, após, supostamente, esfaquear sua namorada, Nancy Spugen. Já o The Clash teve uma carreira mais longeva. Joe Strummer e Mick Jones viviam entre os bairros de Notting Hill e Brixton, que abrigava uma grande comunidade de jamaicanos e operários. Não só suas letras eram mais políticas, como eles agregavam ao seu som elementos do ska e reggae. A banda lançou 6 discos entre 1977 e 1985, sendo que em 1979 lançam o seminal London Calling, em 1981 mais um disco fundamental, Combat Rock, e, em 1983, Mick Jones sai da banda, acabando com a parceria com Joe Strummer. O Clash se manteve com Strummer até meados de 1986, quandoa banda finalmente encerrou atividades. Em 2002 Joe Strummer e Mick Jones se reuniram novamente num show da banda The Mescaleros, de Strummer. Eles tocaram  as canções White Riot e London’s Burning, tocando juntos no mesmo palco pela primeira vez desse 1983. Um mês depois deste show, Joe Strummer morreu, vítima de um ataque cardíaco. Mick Jones segue em atividade. Nos anos 80 montou a banda Big Audio Dynamite – BAD, banda de beat reggae dub, no fim dos anos 90 participou da banda Carbon/Silicon e também fez parte da moderninha banda virtual Gorillaz.

O punk foi uma verdadeira revolução cultural. Foi não. Ainda é! Não só mudou a música, dando luz a bandas tão empolgantes e diversas, como também mudou a moda, muito por conta do estilo visionário e anárquico de Vivienne Westwood, dona da boutique Sex, esposa de Malcom McLaren na época do surgimento dos Sex Pistols e até hoje uma estilista influente. Mas o mais importante, o movimento punk mudou  o comportamento! Incentivou os jovens a agirem por conta própria, se informar e se posicionar por uma sociedade livre e plural. O punk faz parte da essência da Strip Me, uma empresa totalmente Do it Yourself! Então é claro que aqui você encontra camisetas de música com estampas relacionadas ao punk e muito mais, tudo com personalidade e muito estilo. Além de música, rolam camisetas de arte, cinema, cultura pop, comportamento e muito mais. Na nossa loja você conhece todas elas e ainda fica por dentro dos nossos lançamentos mais recentes.

Vai fundo!

Para ouvir: Playlist feroz com o mais puro e concentrado suco de punk britânico. UK Punks Top 10 tracks.

Para assistir: A série Pistol, disponível na Star+, é simplesmente maravilhosa e recomendadíssima! Lançada neste ano, a série retrata a trajetória dos Sex Pistols sob a ótica do guitarrista Steve Jones. A fotografia é incrível, as atuações são ótimas, o roteiro é muito bom e a trilha sonora é excelente! Vale a pena demais conferir! Ah, sim, e a direção é do Danny Boyle, diretor do clássico Trainspotting!

Para ler: Crescendo com os Sex Pistols: Precisa-se de Sangue Novo é um ótimo livro para conhecer a história dos Sex Pistols  por uma ótica mais imparcial, já que rola muita divergência entre as versões de Steve Jones, John Lydon e Malcom McLaren. O livro foi escrito em parceria entre Alan Parker, cineasta e escritor, e o jornalista Mick O’Shea. Foi lançado em 2012 e é uma leitura muito agradável de uma história quase inacreditável!

10 camisetas de música para ir do happy hour à balada

10 camisetas de música para ir do happy hour à balada

Chegou a sexta-feira e você marcou de encontrar os amigos em uma balada, mas antes tem o happy hour da empresa e você quer aproveitar até o final, sem correr riscos de se atrasar para o próximo compromisso?

Saiba que é possível ir de um lugar para o outro sem precisar passar em casa para trocar a camiseta.

Quer saber como? A gente te conta!

Por isso, separamos 10 camisetas de música que te deixarão pronto para ir do happy hour à balada sem perder o estilo. Confira! 

10 camisetas para sair do happy hour e ir direto para a balada

Vestir uma camiseta de banda ou com ícones musicais é uma ótima pedida para esses momentos, principalmente porque elas são divertidas, representam estilo e criatividade e caem bem para toda e qualquer ocasião.

Camiseta Pick-Up

A camiseta Pick-Up é ideal para você que respira música e quer juntar o clássico com o moderno!

Camiseta headphone

A camiseta headphone foi pensada com conceitos da música, da arte, do cinema e da cultura pop para você curtir todos os rolês sem perder o conforto e o estilo.

Camiseta do Nirvana – Super Smile

Trazendo uma mistura perfeita de ícones da década de 90: o Nirvana e o videogame, essa é a camiseta para quem gosta de misturar exclusividade e nostalgia.

Camiseta do Pink Floyd – Triângulo Minimalista

Vintage e minimalista para você que curte detalhes mais discretos e descolados ao mesmo tempo. Além de linda, essa camiseta do Pink Floyd já mostra o seu bom gosto musical de saída.

Camiseta de Rock com guitarras icônicas

A guitarra é um dos ícones mais marcantes na história do Rock e, claro, que isso não seria possível sem os grandes guitarristas que conhecemos ao longo do tempo. Com esta camiseta de Rock você veste atitude e uma homenagem aos principais nomes da guitarra. Slash, Hendrix, Keith Richards, Page, Eddie V.Halen… Todos os ícones do rock’n’roll têm uma guitarra icônica: essa é a homenagem da Strip Me.

Camiseta do Queen – Break Free

E por falar em icônico, temos aqui uma camiseta do Queen com um dos momentos mais memoráveis da banda (e da música). A camiseta Break Free é para quem gosta de exclusividade e não quer passar despercebido na pista de dança.

Camiseta Jimi Hendrix

Uma estampa com um dos maiores nomes da história da música e que vem marcando gerações há décadas por seu estilo autêntico de tocar guitarra. Mais que uma camiseta do Jimi Hendrix, essa é para quem gosta de um look ousado e cheio de atitude com um gênio do rock que dispensa apresentações.

Camiseta disco minimalista

Seu estilo é clássico e cheio de personalidade? A camiseta com um disco de vinil estampado em conceito minimalista traz o clean e o super cool para deixar o seu look ainda mais exclusivo.

Camiseta David Bowie: Let’s Dance

Se você gosta de dançar muito e abalar a pista de dança ao lado de outras pessoas, além de curtir a vida com conforto e estilo, essa camiseta é para você! Se você curte um visual classudo chic como Bowie aprovaria, essa camiseta é pra você. Se você ama se vestir com conforto e elegância: essa camiseta é pra você.

Camiseta Daft Punk – Robot

Juntando a dupla mais legal da música eletrônica com o teste utilizado para barrar robôs na web, essa camiseta é divertida, estilosa, criativa, exclusiva e diferente. Perfeita para quem quer se destacar na multidão com muita autenticidade.

Depois dessas 10 opções incríveis, não tem mais desculpa para você não sair de um rolê para o outro sem precisar passar em casa para trocar de roupa! Visite o site da Strip Me na categoria Música e veja muito mais looks e opções para quem quer se vestir bem com camisetas descoladas, bonitas e sustentáveis.

A Copa do Mundo é Pop!

A Copa do Mundo é Pop!

É inegável. Se tem uma coisa que mexe com a gente, vira nossa rotina de cabeça pra baixo, nos deixa ansiosos, histéricos, empolgados e, muitas vezes, revoltados, mas a gente não sabe viver sem, essa coisa é a Copa do Mundo. Até quem não torce para time nenhum e não liga pra futebol, quando chega a Copa, curte assistir aos jogos, debater com os amigos sobre quem joga bem ou joga mal e quem vai ser campeão do mundo. Mas o que faz com que isso tudo aconteça?

Bom, pra começo de conversa, a Copa do Mundo já se tornou parte da cultura pop. Não se trata simplesmente de uma disputa esportiva entre seleções do mundo. Mas sim uma festa, jogos televisionados, com verdadeiros ídolos em campo, álbum de figurinhas, jingles e músicas marcantes e, mais recentemente, uma infinidade de memes e piadocas difundidas em larga escala em redes sociais. Só por aí, já temos um panorama da importância da Copa do Mundo. Mas vai além, principalmente no Brasil. Afinal, temos aqui uma tradição antiga de apaixonados por futebol. Ainda que o esporte não tenha sido criado aqui, indiscutivelmente nos apoderamos dele, e fizemos do futebol a nossa mais emblemática marca mundo afora.

Chega a ser engraçado que ainda hoje haja quem diga que futebol não se discute. Porra, é o assunto mais discutido no país desde sempre! Seja um Grenal, um Corinthians e Palmeiras, um Flaflu, o futebol está sempre na pauta do brasileiro. Nem que seja para puxar assunto com um desconhecido ou mudar de assunto durante uma conversa desconfortável, com a inabalável frase “E o Corinthians, hein… ?”. E na época da Copa do Mundo isso se intensifica. Começa no sorteio das chaves, onde a gente descobre quem vai jogar contra quem na primeira fase. Depois tem a convocação dos jogadores, momento sempre tenso e que gera muita conversa. E, por fim, os jogos! A melhor parte! Quem não gosta de ir almoçar em plena terça feira e conferir um jogão entre Tunísia e Coréia do Sul?

Mas, além disso tudo, cada edição de Copa do Mundo é marcado por pelo menos um momento muito inusitado, ou um placar de jogo impensável, uma jogada muito controversa, e até mesmo teorias da conspiração. Sendo o Brasil o país que mais participou de Copas do Mundo, aliás, o Brasil é o único país do mundo que esteve presente em todas as edições da competição, é natural que tenhamos muitos desses causos famosos, que entram para a história. Selecionamos aqui 5 destes momentos marcantes do Brasil em Copas do Mundo para contar para você.

Maracanazo

Também conhecido como Maracanaço, mas a expressão em espanhol, Maracanazo, parece mais apropriada. Trata-se do fatídico 16 e julho de 1950. Por incrível que pareça, a Copa do Mundo de 1950 tem muito em comum com a edição de 2014. Começa que ambas aconteceram no Brasil. Assim como em 2014, o Brasil esteve envolvido num jogo que terminou 7 a 1, porém, desta vez o Brasil saiu vitorioso marcando 7 gols na seleção da Suécia. Por fim, a Copa acabou em vexame para o Brasil, que não se sagrou campeão. O estádio do Maracanã acabara de ser inaugurado e era o palco para a final da Copa, entre Brasil e Uruguai. Nas quartas de final e na semifinal, o Brasil vinha de resultados espetaculares, como o 7 a 1 na Suécia e um 6 a 1 na Espanha, enquanto o Uruguai vinha de uma campanha mais sofrida, com um empate entre 2 a 2 e uma vitória de 3 a 2. O clima de “já ganhou” era tão exagerado que o jornalista e empresário Paulo Machado de Carvalho, que viria a ser homenageado no futuro  tendo seu nome na fachada do estádio do Pacaembu, esteve na concentração da seleção brasileira no dia anterior e ficou impressionado com o clima de festa. Ao chegar em casa, de noite, na véspera da final, chegou a dizer para o seu filho: “Vamos perder.”. Dito e feito. O Uruguai entrou em campo determinado, segurando os ataques brasileiros e avançando no campo de ataque. O primeiro tempo acabou sem gols, mas com a superioridade dos uruguaios evidente. No segundo tempo, o Brasil abre o placar com gol de França nos primeiros minutos de jogo.  A resposta uruguaia vem com o gol de Schiaffino com 20 minutos do segundo tempo. O jogo se torna dramático, e a torcida, que até então vibrava, diminui o tom, com ar preocupado. Mas aos 34 minutos do segundo tempo, o ponta direita Ghiggia recebe a bola no campo de ataque, entra na grande área e dispara um chute em diagonal. A bola passa entre as mãos do goleiro Barbosa e vai para o fundo do gol. Uruguai 2 a 1 e um silêncio fúnebre no estádio do Maracanã lotado, com 200 mil pessoas. Até daria tempo de correr atrás do prejuízo, mas a seleção brasileira, que já vinha jogando com dificuldade, desabou frente ao silêncio da torcida. O jogo acabou e o estádio foi se esvaziando. O então presidente da Fifa, Jules Rimet, entregou a taça ao capitão do time uruguaio, Obdulio Varela, em silêncio, com apenas um aperto de mão. O time do Uruguai sequer comemorou a vitória no estádio, dado o clima de velório. O goleiro Barbosa abandonou o futebol, e ainda assim, viveu marcado como o artífice do vexame, e a Confederação Brasileira de Desportos, CBD, Achou por bem remodelar o uniforme da seleção, trocando as camisas brancas com golas e detalhes nas mangas azuis, para o uniforme amarelo com calções azuis que conhecemos hoje. Tudo isso fez com que ficasse eternamente marcado na história o dia 16 de julho de 1950 como Maracanazo.

O Mágico Tricampeonato

Em partes, o Brasil nunca superou o Maracanazo, tanto que estamos aqui, em 2022, ainda falando dele. Mas, por outro lado, superou sim. E o futebol brasileiro se aperfeiçoou e cresceu. Na Copa da Suécia, em 1958, o Brasil foi campeão pela primeira vez. Em 1962, a competição foi no Chile e o Brasil se sagrou bicampeão. Ganhando o tricampeonato, o Brasil poderia levar a taça Jules Rimet para casa, e uma nova taça seria forjada para que a seleção que conquistasse o título por 3 vezes pudesse fazer o mesmo, coisa que não aconteceu até agora. A Copa de 1966 foi na Inglaterra o Brasil teve uma performance mediana, sendo eliminado nas oitavas de final. Mas em 1970, no México, a situação era diferente. O Brasil vinha com um time praticamente imbatível. Pelé estava no auge de sua forma física e já era um jogador experiente, de muita técnica. Ao lado dele um time impressionante com  Jairzinho, Tostão, Rivellino, Gérson, Clodoaldo, Piazza e Carlos Alberto Torres, todos jogadores habilidosos em seu melhor momento profissional. O Brasil simplesmente passou pela fase de eliminatórias e por toda a Copa do Mundo invicto, sem perder nenhum jogo sequer! Algumas das jogadas espetaculares de Pelé e sua turma durante aquela Copa são reprisadas até hoje e tidas como jogadas insuperáveis. É quando se imortaliza o salto de Pelé dando um soco no ar ao comemorar seus gols. Mesmo com as demonstrações ufanistas não sendo muito bem vistas por boa parte da sociedade brasileira, que vivia o auge da violência na ditadura militar, ninguém resistiu a comemorar o tricampeonato. A taça Jules Rimet finalmente era nossa, e ficaria exposta numa das salas da Confederação Brasileira de Desportos, CBD, que atualmente se chama Confederação Brasileira de Futebol, a CBF. A Jules Rimet lá permaneceu por pouco mais de 10 anos, até ser roubada, em dezembro de 1983, num dos episódios mais pitorescos e inacreditáveis da história do Brasil.

A Decepção de 1982

Em 1977 Pelé se aposenta. Com a sua aposentadoria e os malucos anos 70 chegando ao fim, o mundo clamava por renovação. No futebol brasileiro isso não tardou a acontecer. Logo no comecinho dos anos 80 despontavam alguns jogadores de força física impressionante e muita habilidade. E não só atacantes, mas em todas as posições, como meio campo, lateral e defesa. Sob o comando do experiente e sisudo técnico Telê Santana, a seleção brasileira foi para a Copa da Espanha, em 1982, considerada pela imprensa do mundo todo e, em especial pelos torcedores brasileiros, como a melhor seleção brasileira já vista na história, com craques em todas as posições. O time titular era formado por Waldir Peres, Leandro, Oscar, Luizinho e Junior; Toninho Cerezzo, Falcão, Sócrates e Zico; Serginho Chulapa e Éder. Na reserva o time ainda contava com Roberto Dinamite, Paulo Isidoro, Dirceu e outros mais. Era pra ser uma máquina de moer times e fazer gols. E a seleção até que chegou nas oitavas de final com certo conforto. Ganhou todos os jogos da primeira fase, com direito a goleadas de 4 a 1 em cima da Escócia e 4 a 0 em cima da Nova Zelândia. Mas já nas oitavas de final, a coisa mudou de figura. O Brasil precisou suar muito para ganhar da Argentina por 3 a 1. Ironicamente, o time vinha vencendo, mas não apresentava o espetáculo que se esperava dele. Mesmo assim, os brasileiros chegam às quartas de final para enfrentar a Itália como francos favoritos. A Itália fazia uma Copa sofrível, tendo vencido apenas um dos 5 jogos que fizera até então. Desta forma, instaurou-se mais uma vez o preocupante climão de “já ganhou” entre a comissão brasileira na Espanha. Em campo, o Brasil foi surpreendido por uma Itália aguerrida e bem organizada taticamente. Jogo foi duro. Com 5 minutos, o craque Paolo Rossi já abre o placar, marcando para a Itália. Aos 12 minutos, Sócrates responde pelo Brasil. Tudo igual. Mas Paolo Rossi estava impossível e faz o segundo da Itália aos 26 minutos do primeiro tempo. Começa o segundo tempo e o Brasil tem dificuldade de avançar. Mas num ataque rápido, Falcão marca para o Brasil e empata novamente. 2 a 2. A alegria dos brasileiros durou exatos 6 minutos. Aos 29 do segundo tempo, mais uma vez Paolo Rossi marca para a Itália, fechando o placar. O Brasil foi eliminado tendo, a que era considerada, a melhor seleção de todos os tempos, e foi eliminado no mesmo clima de “já ganhou” que fizera sua tragédia em 1950.

A Copa Vendida

Em 1998 a internet ainda engatinhava, sequer existia a banda larga, a conexão era feita através de pulso telefônico. Mesmo assim, foi a internet que desencadeou uma das teorias da conspiração mais estapafúrdias do Brasil, mas que, por se tratar de Copa do Mundo e futebol, ainda faz o maior sucesso, nem que seja pra tirar aquele sarrinho. Bom, na Copa de 1998, o time do Brasil vinha bem na competição e chegou na final contra a França, país que sediava aquela Copa. O Brasil vinha muito bem, em boa parte por conta do desempenho de Ronaldinho Fenômeno, que estava em seu auge. Pois bem, tudo naquela final conspirou para uma boa teoria da conspiração. Horas antes do jogo, Ronaldinho teve uma convulsão, chegou a ser cortado do time, mas acabou entrando em campo mesmo assim. O Brasil jogou mal e acabou perdendo de 3 a 0. França, campeã, a mesma França que sediava a Copa. Algumas horas depois do fim da final, o site da CBF foi invadido por um hacker, coisa que não era nada difícil na época. No lugar do site, entrou uma página com um texto, absolutamente mau escrito, diga-se, com passagens como “a perca da copa se deu porque…” e outros atentados à língua portuguesa. Mas enfim, o tal texto dizia que havia um acordo entre a FIFA, a CBF e a Nike, para que o Brasil entregasse o título para a França. Em troca, todos os jogadores do Brasil seriam patrocinados pela Nike, coisa que não aconteceu, a Copa seguinte seria no Brasil, o que não aconteceu, foi no Japão, a Copa de 2006 seria sediada em parceria por Japão e Austrália, um absurdo que não aconteceu, foi na Alemanha e, por fim, dizia que o Brasil seria campeão em 2002, na Copa realizada no Brasil. Até acertou que fomos campeões em 2002, mas foi do outro lado mundo. Enfim, ainda que pouca gente tivesse acesso a internet em 1998, a imprensa se encarregou de noticiar largamente a tal invasão do site da CBF e o conteúdo da teoria ali exposta, tornando a teoria popular em todo o canto. Obviamente, tudo foi rapidamente desmentido. Mas a teoria segue tendo seus adeptos até hoje. Afinal, se tem uma coisa que brasileiro gosta tanto quanto futebol, é de uma boa teoria da conspiração.

Manifestações, Memes e 7 a 1.

O ano de 2013 foi dos mais conturbados para o Brasil politicamente. Por todo canto eclodiram manifestações populares, que ganharam as ruas protestando contra corrupção e o establishment político do país de maneira geral. Tais manifestações, que culminaram com o impeachment da então presidente Dilma Rousseff, tinham, entre outras pautas, a realização da Copa das Confederações em 2013 e da Copa do Mundo em 2014 no Brasil, além das Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro. Tais competições acabariam promovendo a construção de estádios e arenas que teriam seus custos superfaturados e muito dinheiro público sendo desviado, como se provou ter acontecido realmente, anos depois. Por conta disso, durante toda a Copa, que acabou acontecendo no Brasil em 2014, eram muito comuns manifestações na frente dos estádios. Mas não foi só isso que marcou essa Copa. A produção de memes espalhados pelo Twitter e Facebook foi impressionante. Tivemos a Caxirola, um instrumento musical feito para a Copa, mas que não passava de um chocalho, o Canarinho Pistola, o mascote da Copa, que era pra ser um Canário simpático, mas aparentava estar puto da cara, o Mick Jagger pé frio e muitos outros memes. Mas a marca mais profunda da Copa do Mundo de 2014 foi a derrota avassaladora do Brasil para a Alemanha, o fatídico 7 a 1. O Brasil chegou nas quartas de final contra a Colômbia com um desempenho mediano, tendo uma vitória e dois empates. O jogo contra os colombianos foi quente. O Brasil ganhou de 2 a 1, mas perdeu seu nome mais importante. Neymar foi atingido pelo colombiano Zúñiga e teve que sair de campo. Contundido, Neymar não poderia jogar contra a Alemanha na semifinal, no dia 8 de julho de 2014. O jogo foi no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte. Até hoje, ninguém consegue explicar direito o que aconteceu. Na imprensa, passou a ser usada a expressão “apagão” para designar a performance da seleção brasileira. Os alemães fecharam o primeiro tempo com 5 gols marcados. No segundo tempo vieram mais dois, e um gol brasileiro, marcado por Oscar aos 44 do segundo tempo. Foi uma derrota tão emblemática que, até hoje é comum que as pessoas, ao verem alguma coisa que prejudica o Brasil, seja corrupção, tragédia natural ou alguma outra coisa assim, se diga a frase “É todo dia um 7 a 1.”.

Sejam momentos tristes ou felizes, emocionantes ou engraçados, é disso que a Copa do Mundo é feita, e é por isso que gostamos tanto dela! A Copa e Pop! Por isso a Strip Me não resistiu a esse clima delicioso de Copa do Mundo que vem se aproximando e já soltou uma coleção novinha, super descolada e com estampas incríveis inspiradas na Copa do Mundo! Além das estampas exclusivas, você pode personalizar a sua camiseta inspirada nas figurinhas da Copa ou na camisa 10 da seleção. Para conhecer, entra na nossa loja e dá uma olhada na seção Coleção Copa do Mundo. Além disso, você ainda confere lá as camisetas de arte, cinema, música, cultura pop e muito mais, e ainda fica por dentro dos nossos lançamentos mais recentes! Então tá feito o jogo. Mata essa bola no peito e escolha a sua camiseta.

Vai fundo!

Para ouvir: Vamos então de playlist da Copa do Mundo, com todas aquelas músicas sobre futebol que a gente ama ouvir em época de Copa! Copa do Mundo Top 10 tracks

Para assistir: Tem no Youtube um curta metragem muito legal sobre um cara nos anos 80 que quer vingar a vida arruinada do goleiro Barbosa depois do Maracanazo de 1950. É uma historinha curta e bem divertida, protagonizada pelo Antônio Fagundes. O curta se chama Barbosa, foi lançado em 1988 e dirigido pela dupla Ana Luiza Azevedo e Jorge Furtado.

Para ler: Um livro leve, mas muito interessante e detalhado sobre a tragédia de 1950 é A Anatomia de uma Derrota. Escrito pelo jornalista Paulo Perdigão e lançado em 2000 pela editora L&PM, a obra traz numa linguagem agradável e muito direta minúcias que tentam explicar a derrota do Brasil para o Uruguai naquele fatídico 16 de julho de 1950.

Primavera Sound: O Florescer de um festival.

Primavera Sound: O Florescer de um festival.

É, parece que esse negócio de festival de música veio mesmo pra ficar. Claro que essa frase provavelmente foi dita em algum momento do fim dos 60, com a consagração do Woodstock. Mas tal frase ainda soa verdadeira em 2022. Até dezembro, o Brasil terá recebido pelo menos 10 festivais de grande porte. Os que já aconteceram se provaram de grande sucesso. João Rock, MITA, Lollapalooza, Rock in Rio, Festival DoSol, Coala e MADA todos tiveram grande público e ótimas apresentações. E ainda tem outros festivais por acontecer até o fim do ano. Um deles se destaca por acontecer pela primeira vez no Brasil e trazer uma proposta um pouco diferente, de integração com a cidade que o recebe.

O Primavera Sound começou como um festival de um dia só, na cidade de Barcelona, Espanha. Ainda em meados dos anos 90, o festival já acontecia com regularidade, mas sem artistas de grande expressão como headliners. Foi em 2001 que o evento realmente cresceu. Passou a ser realizado no Pueblo Espanhol, uma espécie de parque temático, que recria a vida medieval da Espanha em meio a um bosque. Neste ano o festival reuniu quase 8 mil pessoas e trouxe um line up diverso, com DJs e músicos de várias partes do planeta. Ali começou a escalada. Em 2002 um dia a mais é adicionado, ocorrendo nos dias 17 e 18 de maio, e um line up bem mais robusto se apresenta, com nomes como Echo & The Bunnymen, J. Mascis, Le Tigre, Dave Clark Jr. e The Moldy Peaches. No ano seguinte, o publico chegou a 28 mil pessoas e 5 palcos foram montados por todo o Pueblo Espanhol, com apresentações de gente como Belle And Sebastian, Yo La Tengo, Teenage Fanclub, Sonic Youth, Mogwai, The White Stripes e Television. Nada mau, hein…

Em 2004 a coisa cresceu ainda mais. O festival atendeu 40 mil pessoas e acresceu mais um dia de shows. Além disso tudo, ainda promoveu uma feira com palestras e convenções voltada para o mercado fonográfico, com participação de diretores de várias grandes gravadoras. Os principais nomes a se apresentar naquele ano foram PJ Harvey, Primal Scream, Wilco e Franz Ferdinand. Em 2005 o Pueblo Espanhol ficou pequeno e o festival foi realocado no Parc del Fòrum, nos arredores de Barcelona, um espaço pelo menos 3 vezes maior que o Pueblo Espanhol. Nessa edição rolou New Order, Iggy Pop & The Stooges, Sonic Youth, Gang of Four, entre outros. 2006 foi um ano de poucas mudanças, mas de afirmação da importância do festival. Além de trazer sempre artistas locais e independentes, os headliners traziam ainda mais imponência ao evento. Em 2006 contou com nomes como Lou Reed, Motörhead, Yo La Tengo, The Flaming Lips, Yeah Yeah Yeahs e Isobel Campbell. 2007 ficou marcado como o ano que bateu 60 mil pessoas e apresentou dois shows antológicos: a veterana Patti Smith com um show eletrizante e o Sonic Youth, já prata da casa, tocando na íntegra o clássico disco Daydream Nation.

Em 2010 Primavera Sound já se torna um dos maiores festivais da Europa. Com público de mais de 100 mil pessoas e com a oficialização da PrimaveraPro, aquela feira para profissionais da indústria, se estabelecendo como um evento à parte muito importante em todo o mundo. Em 2019 a organização do festival apresenta uma política invejável: igualar no line up o número de artistas homens e mulheres. Segundo a própria organização, a intenção é quebrar o paradigma vigente desde sempre no mundo do rock e pop, que foi muito bem descrito como “pale, male and stale”, ou seja, homem branco e velho. Neste ano os destaques foram  Interpol, Tame Impala e Miley Cyrus.

Desde 2012 o festival passou a ter uma edição extra na cidade do Porto, Portugal. Na cidade portuguesa, o festival sempre acontece uma ou duas semanas depois de Barcelona e, normalmente, com o mesmo line up. Assim, podemos dizer que o Primavera Sound é um festival internacional desde então. Mas mais ou menos, né… afinal, como costuma se dizer na Europa, Portugal é uma pequena ilha cercada de mar e de Espanha. É como você fazer uma festa na sala da sua casa, e depois repetir a mesma festa no quintal. Mas agora, em 2022, 10 anos depois de estrear a versão lusitana, o Primavera Sound finalmente se internacionalizou pra valer! Neste ano o festival tem edições em Los Angeles, Estados Unidos, Santiago, Chile, Buenos Aires, Argentina e… São Paulo, Brasil! Sim, o festival chegou até aqui! Em L.A. o festival já rolou, entre os dias 16 e 18 de setembro. Aqui na América Latina rola entre o fim de outubro e começo de novembro.

Em São Paulo o Primavera Sound vai trazer mais de 30 artistas e bandas, que se apresentarão entre os dias 31 de outubro e 4 de novembro em 3 lugares diferentes: Cine Joia, Audio e Anhembi. O festival mesmo é no fim de semana dos dias 5 e 6 de novembro. Mas uma semana antes, a partir do dia 31 de outubro, rolam vários shows durante a semana promovidos pela organização do festival nos citados locais. É o que eles chamam de Primavera na Cidade. Aí, quem compra o passaporte integral do festival, tem acesso a esses shows durante a semana e também ao festival pra valer no Anhembi no fim de semana do dia 5. A proposta dos caras é realmente interessante. De acordo com uma nota divulgada pela produção do festival, eles afirmam o seguinte: “O festival é feito para todas as pessoas, com o objetivo de conectar, fortalecer e enriquecer a cultura local. Não se trata, afinal, do que a cidade pode fazer para o Primavera Sound e, sim, sobre o que o Primavera Sound pode fazer por cada cidade.”. Muito legal.

Mas vamos ao que interessa. Quem vai tocar. O line up desta primeira edição em São Paulo está bem diversa, contemplando artistas consagrados e independentes gringos e brasileiros. Os destaques são Arctic Monkeys, Björk, Father John Misty, Interpol, Gal Costa, Hermeto Pascoal e Terno Rei. Mas tem muito mais coisa. E, aparentemente, a vibe do festival é das melhores, afinal, a começar pelo próprio nome, é um rolê que celebra a natureza, a chegada da primavera, a integração e diversidade. Tem tudo pra ser excelente. E a programação completa, com datas e informações de ingressos você confere no site oficial do festival. É só clicar aqui.

Fala a verdade! Baita rolê inspirador esse festival! É o tipo de coisa que tem tudo a ver com a Strip Me, e que a gente faz questão de falar a respeito e divulgar! Afinal, boa música, alto astral e diversidade tem tudo a ver com a gente! Agora imagina, você curtindo um festival desse com uma camiseta no peito tão firmeza quanto os shows que vão rolar! Camisetas de música, cinema, arte, cultura pop e muito mais. Confere a nossa loja e se liga que sempre tem lançamento novo pintando!

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist cremosa com o que de melhor vai rolar no Primavera Soud SP! Primavera Sound SP Top 10 tracks!

Para assistir: Se você curte festivais, não pode perder o excelente documentário sobre o Woodstock ’99! Trainwreck: Woodstock ’99 foi lançado neste ano pela produtora RAW. Está disponível na Netflix e mostra exatamente tudo o que não se deve fazer ao organizar e conduzir um festival de música!

Mais que uma camiseta: a recordação de um fds épico

Mais que uma camiseta: a recordação de um fds épico

Quando um fim de semana entra pra história, geralmente lembramos tudo sobre ele. Quem estava no rolê, a banda que tocou ou a playlist de quem que estava no spotify, quem foi embora sem dar tchau, os cheiros, os sabores e até a roupa que usamos.

Mas e quando o look vira a recordação de um fim de semana incrível? Foi o que aconteceu com o cliente STM Gabriel, que enviou um relato engraçado/emocionante de um fds que vai entrar pra história tanto pra ele qto pra galera que estava na festa. Saca só:

Boa noite,

Neste último final de semana, eu e um grupo de amigos fomos em um festival em Curitiba, o Coolritiba. Após o festival, voltamos todos para a casa de campo que uma pessoa do grupo que fica em São José dos Pinhais, região metropolitana de de Curitiba.

No after, todos muitos alegres, fomos para a area da adega, que ficava na área subterranea da casa. Lá, com caixas e som e muita festa, usei uma das camisas que comprei com vocês, a Listras Pocket White, para tapar a luz que estava muito forte.

Depois de muita festa, todos já haviam saído do local, um dos meus amigos desceu para buscar a caixa de som. Ao acender a luz, ela entrou em curto por motivo da presença da camisa, que comecou a pegar fogo.

Todos ficaram muito tristes, pois “nem deu tempo de elogiar, ela era tão bonita”. Como a festa ainda não tinha acabado, mesmo com ela queimada continuei a usá-la. Todos ficaram muito tristes com a morte da camisa, dei a ideia de todos do grupo comprarem a mesma camisa, como lembrança de um final de semana épico.”

Além do relato, que fez o maior sucesso aqui com a Equipe STM, o Gabriel também enviou uma foto pra eternizar a participação da Camiseta Listras White Pocket no fds. Sensacional!

Tem uma história divertida usando alguma Camiseta STM pra compartilhar com a gente? Envia pro contato@stripme.com.br ou nos nossos perfis no Instagram ou Facebook 

Sua história pode virar post e vc ainda ganha um desconto especial pra sua próxima compra, que tal? 😉 Ah, e caso vc só tenha visto a Camiseta da história na versão queimada da foto acima, segue aí embaixo a protagonista desse post:

Trend: camiseta com bolso

Trend: camiseta com bolso

Básicas, estampadas, coloridas não importa. Já faz algum tempo que as camisetas com bolso ganharam fãs de todas as idades e estilos. Enquanto antes o bolso apenas acompanhava o padrão de tecido ou estampa da camiseta, hoje ele tem destaque especial. Funciona como um acessório no look como um todo.

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A camiseta com bolso é a carta na manga para quem quer se vestir bem mesmo quando a situação pede um visual mais básico. Nesse caso, basta apostar em tons mais neutros, como o branco, off-white, cinza ou preto. Para compor o look vale tanto a calça jeans, quanto a bermuda de tecido mais estruturado.

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Combinações de cores clássicas também são tendência quando o assunto é camiseta com bolso. Vinho, verde militar, marinho, chumbo… Não tem como errar com cores tão consagradas no vestuário masculino.

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Já quando a ocasião é mais descontraída, combina com aquela camiseta com bolso estampado. Florais, animal print, xadrez, listrados… as opções são muitas (mesmo). E é online que você encontra as camisetas com bolso estampado mais ousadas, cheias de estilo e descoladas. Para compor o look, aposte em complementos mais básicos, fazendo do bolso o foco do visual.

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8 momentos icônicos na história da camiseta

8 momentos icônicos na história da camiseta

Ela veste paixões, sonhos, revoltas e protestos. É uma peça democrática e ao longo do tempo foi se tornando indispensável nos guarda-roupas dos mais variados estilos. Estamos falando delas: camisetas. <3

A história da camiseta começa de fato na década de 1950, quando os jovens americanos decidiram colocar pra fora as peças que até então eram usadas como roupa de baixo. Isso porque antes, mais especificamente até o começo do século 20, a maior pretensão de uma camiseta era proteger os homens de incômodos como a transpiração.

Longe de fazer uma linha do tempo, nosso objetivo aqui é mostrar 13 momentos onde a camiseta brilhou e mostrou a que veio. Vem com a gente!

1951
A camiseta conquista Hollywood

A T-shirt vira objeto de desejo quando ninguém menos que Marlon Brando empresta seu sex appeal à peça em “Um Bonde Chamado Desejo”. Os adolescentes ficam simplesmente enlouquecidos e, até o final do ano, as vendas de camisetas somaram um total de 180 milhões de dólares.

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1955
Tendência Rebel chic

James Dean segue a tendência em “Rebel Without a Cause” (Juventude Transviada).

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1950’s
A Chegada da Estampa

A empresa Tropix Togs de Miami adquire os direitos exclusivos da Disney para imprimir imagens do Mickey Mouse outros personagens em camisetas para promover o turismo e a marca.

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1960’s
A camiseta e o rock’n’roll

Capas icônicas de álbuns e símbolos de bandas começaram a virar estampas em camisetas. Foi aí que nasceu a camiseta de rock, quando a língua dos Stones e o prisma do Pink Floyd, por exemplo, começaram a compor os looks mais estilosos em shows e festivais.

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1967
A camiseta que tem algo a dizer

A t-shirt vira pop art de cunho social e político quando Warren Dayton cria as clássicas estampas de Cesar Chavez, da Estátua da Liberdade, dos pulmões poluídos etc.

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1969
Tie-dye: tingindo um movimento

A empresa Don Price começa a anunciar brilhantemente seu novo produto: um corante que transforma camisetas “mundanas” em psicodélicas. Assim nasceu o estilo tie-dye, que virou fenômeno depois que algumas peças foram distribuídas e usadas entre participantes e artistas do festival Woodstock.

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1984
O que aconteceu em Miami e deveria ter ficado em Miami…

A t-shirt ganha as graças dos estilistas e dos figurinistas. Desfiles e seriados de TV começam então a aderir à peça, como foi o caso de Miami Vice, que lançou a modinha camiseta/blazer com mangas arregaçadas. Uou.

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2000’s
Meme Mania

Frases engraçadinhas começam a virar estampas. Coisa que ficava (e fica) ainda mais inusitada em alguns casos que a pessoa não tem a menor ideia do que está usando como essa da foto, maaaas… isso é tema pra outro post 😉

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Dr. Dave Frankenstein Grohl

Dr. Dave Frankenstein Grohl

Que o Foo Fighters é legal, bacana, bonito e uma banda notoriamente gente boa, todos sabemos. E que os caras são amigos de todo mundo, fazem jam com quem aparecer, ajudam em pedidos de casamento e ainda te dão um refil de cerveja caso a sua acabe durante o show (principalmente se o show for em algum país gringo e vc estiver na primeira fila); isso também todo mundo sabe.

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Mas é claro que toda essa mística criada em volta da banda vem acompanhada de música boa, que foi o que colocou eles ali pra começo de conversa.

Além das características típicas do “gente boa amigo da galera”, os cinco integrantes do Foo Fighters tem outra coisa em comum, todos tem no currículo pré-Foos uma outra banda notável. Do punk explosivo à banda de apoio da Alanis Morissette, a galera já passou por tudo, e nesse clima churrascão de confraternização de bandas no fim do ano, Dave Grohl (que também já havia experimentado sucesso mundial com um tal de Nirvana) foi recrutando um a um enquanto saíam de suas bandas anteriores, para adicionar uma nova faceta ao Foo Fighters toda vez.

 

Tal qual um doutor Frankenstein do rock, Dave Grohl foi juntando pedaços de outras bandas para poder fazer seu monstro do jeito que imaginava: com classic rock, modernices e peso na medida exata para shows em estádios lotados pelo mundo. O próprio Dave (ele é amigo de todo mundo, podemos chamá-lo pelo primeiro nome) já esteve em dúzias de bandas.

Entre todas, a de mais sucesso, com certeza, foi o Nirvana. Grohl se juntou a Kurt Cobain e Krist Novoselic em 1990 e, com sua imagem e personalidade tão barulhenta quanto sua bateria, foi vital para a revolução cultural que a banda provocou. Enquanto estava na banda, Dave Grohl se destacava por sua maneira explosiva de tocar bateria, mas também já mostrava seu lado compositor, como em Marigold, lado B de Heart-Shaped Box.

O fim trágico da banda em 1994, por pior que tenha sido, acabou abrindo caminho para seu lado compositor vir à tona.


 

  • Taylor Hawkins

Antes do Foo Fighters, Taylor Hawkins foi baterista da banda de apoio de Alanis Morissette no auge de seu sucesso. Apesar de não ter gravado o álbum Jagged Little Pill, Hawkins participou de toda a turnê de divulgação do mesmo e apareceu no clipe do mega hit You Oughta Know. Na parte europeia dessa turnê, Hawkins e Grohl se conheceram durante um festival e se tornaram amigos imediatamente. Em 1996, Morissette resolveu tirar férias e William Goldsmith saiu do Foo Fighters. Enquanto procurava bateristas, Dave Grohl ligou para Hawkins pedindo recomendações, quando ele, que não é bobo e se encontrava meio que desempregado, prontamente se ofereceu para assumir o posto que ocupa até hoje.


 

  • Pat Smear

Velho conhecido de Dave Grohl, Pat Smear foi o segundo guitarrista do Nirvana, de 1993 até a morte de Kurt Cobain, em 1994. Antes disso, Smear fundou, em 1977, a banda punk Germs, que teve uma ascensão meteórica na cena de Los Angeles. A atenção rendeu, e com pouco mais de um ano de banda os Germs gravaram o disco GI, produzido por Joan Jett. Tão rápido quanto veio, a banda foi. Em 1980 o vocalista Darby Crash se suicidou e banda chegou ao fim.

Acho que já ouvi essa história em algum lugar.

Em 2007 foi lançado um filme, chamado What We Do Is Secret, abordando a história dos Germs e de seu problemático vocalista.


 

  • Nate Mendel

Ao lado de Dave Grohl, Nate Mendel é o único integrante que está no Foo Fighters desde o começo. Com o primeiro disco gravado, Grohl foi atrás de músicos para formar uma banda que poderia tocar ao vivo aquele material.

Enquanto buscava recursos humanos, Dave Grohl foi assistir uma apresentação da banda Sunny Day Real Estate e ficou impressionado com a performance de Mendel e do baterista William Goldsmith, que entraram para o Foo Fighters pouco tempo depois. Goldsmith deixaria a banda em 1996, enquanto Mendel segue firme e forte até hoje no contra-baixo.

http://www.youtube.com/watch?v=SgU8Bqcfd-Y


 

  • Chris Shiflett

Outro integrante do Foo Fighters com o passado ligado ao punk rock, Chris Shiflett foi guitarrista da banda californiana No Use For a Name. Em 1999, um amigo de Shifflet anunciou que o Guns n’ Roses buscava novos integrantes, Chris disse que ao invés de um teste com Axl Rose queria um com o Foo Fighters, que logo após o lançamento de There is Nothing Left to Lose, buscava um novo guitarrista. Chris Shifflet já havia tocado com Dave Grohl no fim da década de 1980, sua banda, Rat Pack abriu para o Scream (banda de hardcore na qual Grohl era baterista). Após esse reencontro e um bom ensaio, o Foo Fighters tinha um novo guitarrista.


 


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