8 filmes que são remake e você não sabia.

8 filmes que são remake e você não sabia.

Contar bem uma história é uma arte. Recontar uma história que já foi contada, com personalidade e qualidade, é um verdadeiro desafio. Hoje a Strip Me desvenda alguns filmes clássicos que são remake e você provavelmente não sabia.

Em todos os discos dos Beatles tem pelo menos uma música cantada pelo baterista Ringo Starr. E não precisa ser um expert para notar que as músicas que sobravam para ele interpretar não eram as mais marcantes e bem trabalhadas. Prova disso é a canção With a Little Help From My Friends, uma música simples de Paul McCartney, que recebeu um arranjo enxuto e despretensioso, se comparada às demais canções do álbum Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band. Uma canção que quase passa despercebida num disco que tem obras como A Day in The Life, She’s Leaving Home, Lucy in The Sky With Diamonds e tantas outras. Mas alguma coisa aconteceu quando o cantor inglês Joe Cocker ouviu With a Little Help From My Friends e resolveu regravá-la à sua maneira. Cocker transformou uma canção pop bobinha num verdadeiro hino da contracultura com um arranjo poderosíssimo. Aliás, não sei se você sabe, mas quem gravou as guitarras na versão de Cocker foi um jovem músico de estúdio chamado Jimmy Page.

Faz parte da arte a releitura, a reinvenção. A maneira de se contar uma história faz toda a diferença. A ênfase em determinados aspectos, o entusiasmo ou o suspense que se imprime em alguns momentos… e é inegável que tem algumas pessoas que contam histórias melhor que outras. Assim como aconteceu com a música dos Beatles que Joe Cocker transformou, fazendo com que With as Little Help From My Friends seja muito mais lembrada na sua voz do que na dos rapazes de Liverpool, tem muito filme por aí que são considerados clássicos, associados a determinados cineastas, mas que na realidade são remakes de filmes feitos anteriormente. Tais remakes, ou releituras, são reveladores para nós, pois ao comparar uma mesma obra sendo contada por duas óticas diferentes, nos mostra um pouco como cada cineasta trabalha e entende o cinema.

Pensando nisso, selecionamos oito filmes que são muito conhecidos e que pouca gente sabe que já foram feitos antes. Se o “original” é melhor ou pior que o remake, a gente, que também não resiste a uma boa polêmica, dá a nossa opinião, doa a quem doer! Confere aí!

Nasce uma Estrela (1976 – 2018)

Na real, o filme de 2018, com Lady Gaga e Bradley Cooper é um remake do remake. Já que existe um filme com mesmo nome e mesmo enredo lançado em 1954 e estrelado pela Judy Garland. Mas vá lá, o que importa para nós aqui é a versão de 1976, estrelada pela Barbra Streissand e pelo Kris Kristofferson. Curiosamente, os dois filmes tiveram várias indicações ao Oscar e ganharam na mesma categoria: Melhor Canção Original. Mas vamos aos fatos.
O remake bate o original?
Sim! O filme de 2018 é muito bem escrito, é denso e tem uma fotografia inacreditável! Além disso, Bradley Cooper apresenta uma atuação exuberante, muito superior a Kristofferson. Os dois filmes são bons, mas o remake é melhor.

Bravura Indômita (1969 – 2010)

Para começo de conversa, a história em si é ótima. Uma criança que consegue convencer um policial aposentado a ajudá-la a encontrar o assassino de seu pai. E os dois filmes conseguem contar essa história de maneira satisfatória. De um lado temos o lendário John Wayne e do outro o camaleônico Jeff Bridges como protagonistas. Enfim, é uma briga boa.
O remake bate o original?
Se você já assistiu filmes como Onde os Fracos Não Tem Vez, E Aí, Meu Irmão, Cadê Você e Fargo, você sabe que pouca gente neste mundo conta histórias tão bem quanto os irmãos Joel e Ethan Coen. E são eles os responsáveis pelo remake de 2010. Então, a resposta direta e reta é: com certeza o remake bate o original! Os irmãos Coen transformaram um filme western (de muita qualidade, diga-se) num verdadeiro épico. Não dá nem pra comparar um com o outro.

Cabo do Medo (1962 – 1991)

Aqui temos a história de um psicopata que recebe liberdade após cumprir anos na cadeia. E a primeira coisa que ele faz é procurar se vingar do advogado de acusação que o condenou. É um thriller de suspense de roer as unhas. A questão aqui é que temos realmente duas abordagens diferentes. Enquanto na versão original, de 1962, o protagonista é o promotor Sam Bowden, interpretado por Gregory Peck e retratado com certo heroísmo, na versão de 1991 o protagonismo é todo voltado para o psicopata Max Cady, interpretado por Robert De Niro.
O remake bate o original?
Bate, e não é pouco. Bate muito! Pra começar estamos falando de um remake feito por ninguém menos que Martin Scorsese. Depois, temos Robert De Niro numa atuação impressionante. E por fim, o remake traz muito mais complexidade e peso à história. De maneira simplória, podemos dizer que o filme de 1962 é muito politicamente correto e o remake não tem pudor nenhum ao retratar a violência e o sadismo.

Perfume de Mulher (1974 – 1992)

Um militar de meia idade acaba aposentado por ter ficado cego. Um recruta é designado para assessorá-lo. Deprimido, o militar resolve passar um fim de semana na cidade para se divertir. O recruta o acompanha e os dois acabam criando um vínculo de cumplicidade e amizade. É uma história muito bonita e bem escrita. O filme original é italiano, dirigido por Dino Risi, um dos cineastas mais importantes da Itália. Já a versão norte americana tem Martin Brest na direção.
O remake bate o original?
A situação aqui é a seguinte. Temos a velha disputa entre o cinema mais artístico europeu contra o cinema pasteurizado e mais bem acabado da indústria de Hollywood. Apesar de contar a mesma história, não é fácil dizer qual é melhor, porque são filmes bem diferentes na linguagem (para além do idioma) e na estética. Mas, não podemos negar que o remake tem Al Pacino numa interpretação soberba, que lhe rendeu seu primeiro Oscar de Melhor Ator, e uma das cenas mais parodiadas da história, a cena da dança de tango ao som de Por Una Cabeza, de Carlos Gardel. Então, a resposta é sim. O remake bate o original.

Os infiltrados (2002 – 2006)

Olha só, aqui nós vamos direto ao ponto.
O remake bate o original?
O filme original é uma produção chinesa, cujo título é Conflitos Internos. O mote é que a polícia tem um informante na máfia, e a máfia tem um informante na polícia. É um filme simples de ação no estilo gato e rato. Mas aí, esse roteiro caiu na mão do Scorsese, e não é que simplesmente foi feito sob a perspectiva norte americana. O roteiro ganhou camadas, tensões, personagens mais profundos, as relações entre os personagens evoluiu… tudo isso nas mãos do maior especialista em filmes de máfia do mundo! Ah, sim, tem Leonardo DiCaprio mandando super bem, e até mesmo Matt Damon e Mark Wahlberg apresentando atuações bem acima da média! Não é que o remake bateu o original, mas sim o remake chamou o Joe Pesci full pistola com um taco de baseball pra ensinar pro original como se faz um filme de máfia.

Onze Homens e Um Segredo (1960 – 2001)

O que fazer quando um bando de homens carismáticos e descolados usam essas e outras características e habilidades para cometer crimes? Bom, não nos resta nada a fazer a não ser torcer por eles. É isso que o filme Onze Homens e Um Segredo causa nas pessoas. Seja em 1960, quando o tal bando era capitaneado por um Frank Sinatra no auge de sua beleza e simpatia, seja em 2001 quando o protagonista era o charmoso George Clooney. Onze Homens e Um Segredo é um desses filmes deliciosos que misturam ação e comédia, onde um grupo de especialistas em roubos resolvem roubar os cofres de 3 dos maiores cassinos de Las Vegas.
O remake bate o original?
Então, é meio complicado a gente comparar filmes com quarenta anos de distância entre um e outro. Obviamente, o remake é mais dinâmico e esteticamente muito mais atraente. No final da década de 50, começo de 60, os grandes astros eram artistas como Sinatra e Dean Martin, que eram mais performers, cantores que sabiam atuar. Não dá pra comparar a atuação deles com Clooney e Brad Pitt, já que os dois últimos são realmente grandes atores. O original não é um filme ruim. É muito bom, tem seu valor. Mas envelheceu. O remake é melhor simplesmente por ser contemporâneo a nós.

Vanilla Sky (1997 – 2001)

Aqui temos um filme complexo, mas extremamente atraente e impactante. O roteiro é realmente brilhante. Chega a ser difícil resumir, mas basicamente, a história gira em torno de um ricaço que sofre um acidente de carro, fica desfigurado e psicologicamente muito abalado, ao passo que se apaixona por uma garota misteriosa.
O remake bate o original?
A disputa aqui é acirradíssima. Primeira coisa a se saber: Alejandro Amenábar, que escreveu e dirigiu o original, Abre Los Ojos, filme espanhol de 1997, também assina o roteiro do remake, que tem direção do sempre excelente Cameron Crowe e é uma produção hollywoodiana com Tom Cruise como protagonista. Assim como em Perfume de Mulher, estamos diante de uma produção europeia, cuja abordagem é sempre mais cuidadosa e centrada na arte mais pura, com mais dramaticidade, em contraponto a uma produção de Hollywood, numa pegada mais pop, com alguns alívios cômicos para equilibrar a densidade do enredo. Os dois filmes são incríveis! Mas, se precisamos escolher um lado, digamos que o remake bate o original sim, por um detalhe muito importante: o remake tem Paul McCartney escrevendo uma canção especialmente para o filme, a bela música Vanilla Sky.

Scarface (1932 – 1983)

O retrato da ascensão de um bandido cubano em Miami, de soldado do tráfico de drogas até se tornar um dos mais poderosos chefes do tráfico. Vamos ao que interessa.
O remake bate o original?
A frase “Say hello to my little friend!” já seria suficiente para responder. Mas vamos lá. Sim, existem as diferenças do tempo. Claramente um filme da década de oitenta vai ser mais bem feito do que um filme da década de 30. Mas o buraco é mais embaixo. Scarface acaba sendo considerado um filme original de Brian de Palma porque ele construiu a trajetória de Tony Montana com uma riqueza de detalhes impressionante, além de entregar um filme visualmente vibrante e muito empolgante. Mais uma vez, temos Al Pacino numa atuação descomunal! O roteiro do remake é mais bem elaborado e profundo que o original, mesmo guardando as devidas proporções das limitações técnicas e de costumes da década de 30. Então, como é que um filme que tem um Al Pacino travadíssimo, com uma metralhadora na mão e uma montanha de cocaína na mesa não vai bater um filme que sequer tem meia dúzia de palavrões ditos pelos personagens? O remake reina absoluto!

Faixa Bônus

Além dos filmes, as séries de TV também não escapam dos remakes. Eis alguns exemplos de séries que ficaram famosas e são remakes. Começando com a excelente House of Cards, cuja versão da Netflix, estrelada por Kevin Spacey e lançada em 2013 dá de dez na série original britânica exibida pela BBC nos anos 90. The Office também se tornou muito popular na versão estrelada por Steve Carrell, mas é remake da série britânica de mesmo nome, criada pelo genial Ricky Gervais. E neste caso, fica difícil dizer qual é melhor, já que o humor inglês eleva a outro nível as situações desconcertantes da série. No ramo da ficção científica temos Battlestar Galactica, que estreou no final dos anos 70, pegando carona na onda de Star Wars. A série ganhou um remake em 2004 e fez um sucesso imenso na TV à cabo. Por fim, temos a maravilhosa série Fargo, que não é exatamente um remake, mas sim uma série inspirada no excelente filme de mesmo nome, escrito e dirigido pelos irmãos Coen.

Pois é, o velho Lavoisier já cantou essa bola lá atrás: “Na Natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Na cultura pop é a mesma coisa! Bobeou virou remake, versão alternativa ou qualquer coisa do gênero. Cabe a nós só torcer pra que ninguém invente de mexer no que já é perfeito. Já imaginou, remake de De Volta para o Futuro, Pulp Fiction ou O Poderoso Chefão?! Melhor nem pensar nisso. Então aproveita para dar aquela conferida na nossa coleção de camisetas de cinema! Lá sim você encontra seus filmes favoritos numa perspectiva original e super descolada! Isso sem falar nas camisetas de música, arte, cultura pop, games, bebidas e muito mais. No nosso site você confere isso tudo e ainda fica por dentro de todos os lançamentos da Strip Me, que pintam toda semana!

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist caprichada só com músicas que são versões, regravações feitas por artistas que não os compositores originais. Versões top 10 tracks.

Os 10 melhores filmes de Oliver Stone.

Os 10 melhores filmes de Oliver Stone.

Oliver Stone é um dos cineastas mais provocativos e visionários de Hollywood, disso ninguém duvida. Por isso a Strip Me volta a falar da sétima arte para elencar os 10 melhores filmes de mais este mestre do cinema!

Já falamos aqui das principais obras de Martin Scorsese, Steven Spielberg, Quentin Tarantino e muitos outros. E hoje chegou a vez de Oliver Stone, um cineasta único, com uma obra extensa de altíssimo nível! Ganhou notoriedade após realizar um dos mais marcantes filmes sobre a guerra do Vietnã, Platoon. E o Vietnã acabou se tornando tema frequente em suas obras, principalmente porque ele próprio, quando jovem, chegou a ir para o front de batalha durante o conflito no país asiático. Ao longo de sua carreira, Stone foi se mostrando cada vez mais crítico à sociedade conservadora norte americana, expondo claramente também seu posicionamento político. Mas isso não o impediu de realizar filmes memoráveis, muitos deles tendo justamente essa porção de contra cultura e rebeldia como ingrediente essencial para o sucesso.

Deixemos portanto que a obra de Oliver Stone fale por si. A Strip Me selecionou os dez melhores filmes, entre os mais de 20 de sua extensa obra, para você conferir. É importante ressaltar antes que os filmes aqui escolhidos foram dirigidos por ele, mas vamos lembrar que Stone é um baita roteirista também, responsável por escrever clássicos como O Expresso da Meia Noite, de Alan Parker, lançado em 1978, e Scarface, de Brian de Palma, lançado em 1983. Os filmes aqui elencados estão listados do “pior” para o melhor.

Alexander (Alexandre) – 2004

Muita gente torce o nariz para este filme, mas ele é um épico, no melhor sentido da palavra, um filme de época grandioso e bem executado, que conta a trajetória do maior conquistador de todos os tempos, Alexandre, o Grande. É um filme brilhante? Não é. Justamente por ser um filme histórico, tem suas falhas de roteiro e alguns exageros, inclusive em algumas interpretações dos atores. Mas no contexto geral é um filme muito bom, com uma história empolgante e bem contada, e principalmente com uma fotografia e direção excepcionais. Vale a pena ver.
Onde assistir: Amazon Prime Video

Heaven and Earth (Entre o Céu e a Terra) – 1993

O mais doce dos filmes de Oliver Stone, mesmo tendo como pano de fundo a guerra do Vietnã e toda a miséria que qualquer guerra impõe aos povos envolvidos. O filme retrata a vida de uma mulher vietnamita tentando sobreviver em meio ao caos, que acaba se envolvendo com um norte americano. O filme tem um fino verniz de romance, mas é na realidade um drama, onde Oliver Stone, que também assina o roteiro, coloca a vida da protagonista como uma metáfora para a guerra, onde ela é o Vietnã e o militar com quem ela se casa é os Estados Unidos. É um belo filme!
Onde assistir: Youtube

Wall Street (Wall Street – Poder e Cobiça) – 1987

Wall Street foi lançado logo depois do sucesso avassalador de Platoon. Graças a ele, Oliver Stone não ficou marcado como um diretor de filmes de guerra simplesmente. Além disso, Wall Street também marca a impressão mais explícita da visão crítica de Stone frente aos valores da sociedade norte americana e a geração dos yuppies. Wall Street é um filmaço, com um roteiro muito bem amarrado, personagens bem elaborados e uma direção exuberante. No elenco, Charlie Sheen e Michael Douglas estão impecáveis. Em 2010 Stone lançou Wall Street: Money Never Sleeps, uma continuação do longa de 1987, que também é recomendadíssimo!
Onde assistir: Star+

Nixon 1995

A primeira coisa a se dizer sobre este filme é que ele é uma aula de atuação protagonizada por Anthony Hopkins, que interpreta o ex presidente dos Estados Unidos Richard Nixon com uma eficiência prodigiosa. O longa retrata a vida de Nixon da juventude até a velhice, com ênfase, é claro, na sua vida política controversa, passando pelo escândalo de Watergate e a consequente renúncia ao cargo. É um roteiro sóbrio e coeso, mas que conta com uma direção dinâmica, que torna o filme envolvente e até mesmo empolgante. Um filme excelente que merece ser visto.
Onde assistir: Star+

JFK – 1991

Sem exagero, este certamente é um dos filmes mais polêmicos da história do cinema. Neste filme complexo e instigante, Oliver Stone disseca o assassinato do presidente John F. Kennedy através da ótica do promotor público de New Orleans Jim Garrison, personagem interpretado por Kevin Costner. no longa Stone apresenta uma conspiração envolvendo o próprio governo, a CIA e o escambau, concluindo que Kennedy morreu por conta de suas ideias progressistas. Apesar da teoria meio maluca e complexa, o filme é interessantíssimo, cheio de ação e uma direção excelente. Filmaço!
Onde assistir: Star+

Any Given Sunday (Um Domingo Qualquer) – 1999

Um dos filmes mais interessantes e completos de Oliver Stone, sobre um tema que o diretor ainda não havia abordado, mas o faz com brilhantismo. Temos aqui Al Pacino numa atuação excepcional, assim como Jamie Foxx. Neste filme o futebol americano é usado para ilustrar como a vida moderna é implacável com quem é mais velho e vive o conflito das mudanças à jato que vão surgindo. Mas, claro, também é uma crítica à ganância e à falta de escrúpulos de grandes corporações (e times de futebol em geral). Tecnicamente, é um filme brilhante, com uma edição dinâmica, fotografia espetacular, direção audaciosa e uma excelente trilha sonora. Filme imperdível!
Onde assistir: Apple TV – Amazon Prime Video

Platoon – 1986

Existem três filmes que definiram e imortalizaram a guerra do Vietnã, e acabaram por se tornar clássicos inquestionáveis. São eles Apocalypse Now, do Copolla, lançado em 1979, Nascido Para Matar, do Kubrick, lançado em 1987, e Platoon. O que diferencia Platoon dos dois primeiros filmes é o fato de que Oliver Stone, que escreveu o roteiro, foi pro Vietnã como combatente, e estava lá, na fatídica batalha do Ano Novo de 1968, batalha essa que é retratada no filme. Trata-se de um roteiro escrito em cima de vivências, traumas e sentimentos reais. Claro, além disso, a execução foi impecável, uma produção arrebatadora. Charlie Sheen, Tom Berenger e Willen Dafoe entregam atuações intensas, a direção é irretocável… enfim, tudo funciona. Não à toa o longa abocanhou 4 estatuetas do Oscar, incluindo Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Montagem. É um filme indispensável.
Onde assistir: Amazon Prime Video

Born on the Fourth of July (Nascido em 4 de Julho) – 1989

Não tem como falar sobre este filme sem uma breve contextualização. A guerra do Vietnã teve 3 fases distintas. A primeira, no começo dos anos 60, quando os Estados Unidos estavam mandando seus melhores homens para combater guerrilheiros vietnamitas. Nessa fase, jovens de classe média se alistavam voluntariamente para lutar contra os comunistas e a favor da liberdade. Muito idealismo no ar. A segunda fase, fim dos anos 60, começo dos 70, é quando o conflito deixa de ser uma caça a guerrilheiros no meio do mato e se torna uma guerra de grande proporção, enquanto começam protestos pelo fim guerra. Caos generalizado. A terceira fase é o fim da guerra, entre 1974 e 1975, quando todo mundo vê que aquele era um conflito sem sentido e impossível de se vencer. Vergonha e veteranos abandonados à própria sorte. Nascido em 4 de Julho mostra todas essas fases através de Ron Kovic, interpretado com perfeição por Tom Cruise. Ele é um jovem idealista que vai pra guerra, se depara com uma imensidão de violência e injustiça, volta pra casa ferido e vive todo tipo de transformação. Nascido em 4 de Julho não é um filme de guerra simplesmente, mas sim um épico humano, um saga impressionante. É um filme belíssimo e obrigatório.
Onde assistir: Apple TV – Amazon Prime Video

The Doors – 1991

Foi o primeiro caso de possessão espiritual em Hollywwod, tal circunstância só voltaria a acontecer anos depois, quando Jim Carrey incorporou Andy Kaufman. Brincadeiras à parte, realmente Val Kilmer cometeu uma atuação transcendental ao interpretar Jim Morrison. Este filme foi uma convergência de virtudes. Grandes atuações, um roteiro coeso que vai além de contar a história de uma banda de rock, mas integra todo o clima que se vivia na época, uma direção artística e cuidadosa, uma fotografia lindíssima… um filme completo. E, mais uma vez, com um toque de realidade. Afinal, antes de ir para o Vietnã, Stone conheceu Jim Morrison quando os dois cursavam cinema na UCLA. Quando voltou da guerra, Stone escreveu um roteiro chamado Break, que seria o embrião do roteiro de Platoon. Este roteiro foi enviado ao Jim Morrison, pois Oliver Stone queria que o texto inspirasse músicas dos Doors. Mas isso nunca aconteceu. Esse roteiro estava com Jim Morrison em Paris quando ele morreu. O empresário dos Doors foi quem o guardou e devolveu para Oliver Stone anos depois. Talvez, se não fosse isso, esse roteiro ficaria perdido e Platoon morreria com Jim Morrison antes mesmo de nascer. Certamente essa história toda já é motivo suficiente para querer assistir The Doors. E vale muito a pena!
Onde assistir: Amazon Prime Video

Natural Born Killers (Assassinos por Natureza) – 1994

Em Natural Born Killers Oliver Stone realmente atingiu seu auge como cineasta. Na verdade, temos aqui a união de dois gênios do cinema, afinal o roteiro foi escrito por ninguém menos que Quentin Tarantino. Reza a lenda inclusive que o Tarantino não gostou da forma como Oliver Stone filmou a história. Difícil entender o porquê. Com um roteiro que vai além da violência para falar sobre mídia, sensacionalismo, e, por que não, romance, Oliver Stone abre seu baú de referências para misturar diferentes linguagens, como animações, videoclipe, filtros de granulação e saturação, cortes bruscos, sitcom… tem de tudo. E funciona, porque a história pede esse frenesi. Woody Harrelson e Juliette Lewis imortalizaram o casal Mickey e Mallory Knox, Oliver Stone concebeu um filme que é um retrato fiel dos anos 90 e, de quebra, realizou uma das melhores trilhas sonoras de todos os tempos. Indispensável!
Onde assistir: Star+

Olha, realmente Oliver Stone está ali na categoria dos grandes mestres do cinema contemporâneo. Uma figura controversa e autêntica, com uma obra original, provocadora e irresistível! Só de falar sobre esses filmes, já deu vontade de rever todos! No final das contas, o Oliver Stone é como a Strip Me: barulho, diversão e arte! Por isso mesmo a coleção de cinema é uma das mais populares no nosso site! Mas tem muito mais! Tem as camisetas de música, arte, cultura pop, bebidas, games e muito mais! Na nossa loja você também fica por dentro de todos os nossos lançamentos, que pintam toda semana. Confere lá!

Vai fundo!

Para ouvir: Olha, a gente podia muito bem fazer uma playlist pegando uma música da trilha sonora de cada filme aqui citado. E ia ficar uma lista legal. Mas a trilha sonora de Assassinos por Natureza sozinha é tão maravilhosa que nosso top 10 hoje vai ser só em cima dela. Então se liga no nosso Natural Born Killers Top 10 tracks!

7 filmes essenciais do cinema argentino.

7 filmes essenciais do cinema argentino.

O cinema argentino é reconhecido internacionalmente pela sua diversidade e originalidade. A Strip Me, que não fica sem um filminho no fim de semana, selecionou os 7 filmes mais marcantes do cinema produzido pelos hermanos!

O cinema argentino tem uma trajetória muito parecida com o cinema brasileiro. Teve um início iontenso, mas mais popularesco até os anos 1950, depois começou a produzir obras mais maduras durante as décadas de 1960 e 1970, mas, ao contrário do Brasil, teve sua produção estrangulada pela rigidez dos regimes ditatoriais. No fim dos anos 1980 despontou com produções inovadoras e gerou toda uma geração de grandes cineastas Como Luis Puenzo e Lucrecia Martel. Mas foi no inçio do século XXI que o cinema argentino realmente desabrochou como um dos cinemas mais inventivos e celebrados do mundo, emplacando filmes todos os anos nas mais importantes premiações cinematográficas.

O que faz do cinema argentino tão único e encantador é a capacidade de abordar uma ampla gama de assuntos, desde dramas familiares e romances até questões sociais, históricas e políticas. Essa diversidade reflete a complexidade da sociedade argentina e permite que o cinema do país alcance públicos diversos, tanto nacional quanto internacionalmente. Essa capacidade de explorar temas universais através de uma lente local, aliada ao cuidado com a técnica e excelência artística, faz com que o cinema argentino seja único e facilmente reconhecível. Para comprovar tudo isso, a Strip Me selecionou 7 filmes que refletem toda essa qualidade e originalidade do cinema argentino.

La Historia Oficial (A História Oficial) – 1985 – Luis Puenzo

A História Oficial foi o primeiro filme argentino a ganhar o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, em 1986. Não à toa. É um filme inesquecível, denso e muito rico artisticamente. Ele conta a história de uma mãe que se vê mergulhada nos horrores da ditadura militar ao tentar descobrir a origem de sua filha adotiva. Ao mesmo tempo que tem uma pegada de protesto, o longa é um drama emocionante. Destaque para atuação impecável de Norma Aleandro. Um filme imperdível!
Onde assistir: Netflix

Nueve Reinas (Nove Rainhas) – 2000 – Fabián Bielinsky

No cinema, fazer com que a audiência se encante e torça para os bandidos é uma arte que poucos conseguem realizar com êxito. E o diretor Fabián Bielinsky conseguiu com louvor! Nove Rainhas é daqueles filmes de roubo de tirar o fôlego e deixar todo mundo aplaudindo a audácia dos ladrões. Se não o primeiro, foi um dos primeiros filmes onde Ricardo Darín mostrou o grande ator que é. Um filme que não deixa nada a desejar a seus pares hollywoodianos como Onze Homens e Um Segredo e Truque de Mestre.
Onde assistir: Star+

La Ciénaga (O Pântano) – 2001 – Lucrecia Martel

Lucrecia Martel estreou com este filme em 2001 subvertendo o cinema pop, mas muito bem feito, de filmes como Nove Rainhas e O Filho da Noiva. O Pântano é um filme pesado, denso e com uma fotografia avassaladora ,com seus contrastes e ângulos fechados, quase claustrofóbicos. É uma metáfora de uma mente solitária e perturbada, que se afunda em si mesma, enquanto, esteticamente reverbera o cinema surrealista de Buñuel. Uma verdadeira obra de arte.
Onde assistir: Mubi – Apple TV

El Hijo de la Novia (O Filho da Noiva) – 2001 – Juan José Campanella

Talvez este seja o filme que melhor representa o novo cinema argentino, que conquistou o mundo. De uma maneira singela e divertida, Juan José Campanella consegue criar um ambiente familiar a qualquer pessoa do mundo, mesmo retratando fielmente a sociedade e os costumes do típico cidadão portenho. Mérito também de Ricardo Darín, que constrói neste filme um personagem carismático e universal, um verdadeiro anti herói. Um filme que, através das relações humanas, consegue cutucar com elegância problemas sociais importantes. Mas, acima de tudo, é um entretenimento de altíssima qualidade!
Onde assistir: Mubi – Youtube

El Secreto de Sus Ojos (O Segredo dos Seus Olhos) – 2009 – Juan José Campanella

O Segredo dos Seus Olhos é um filme transcendente. Tamanha a qualidade e força do roteiro e a beleza de sua fotografia, o filme envolve de tal forma o espectador, que questões de nacionalidade e idioma tornam-se irrelevantes, pois tudo que se quer é desvendar o crime junto com o agente judiciário Benjamin Espósito, interpretado com maestria por Ricardo Darín, sempre ele! O longa ganhou prêmios no mundo todo, incluindo Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e está na lista dos 100 melhores filmes do século XXI. Um filmaço obrigatório!
Onde assistir: Star+ – Amazon Prime Video

Medianeras – 2011 – Gustavo Taretto

É verdade que a sinopse de Medianeras é pouco convidativa: Uma comédia romântica dos tempos modernos, onde dois jovens se relacionam virtualmente sem saber que são praticamente vizinhos numa cidade grande. Mas o que Gustavo Taretto conseguiu fazer com esse plot é impressionante! Um filme divertido e emocionante, com um timing invejável, uma edição moderna… esteticamente é um filme deslumbrante! E o roteiro é sensacional! Bem amarrado, com ótimos diálogos e esse passeio entre o real e virtual tão interessante! Assim como fez Bielinsky em Nove Rainhas, Taretto não deixa nada a desejar frente a comédias românticas cult norte americanas como 500 Days of Summer.
Onde assistir: Mubi – Apple TV

Argentina, 1985 – 2022 – Santiago Mitre

Curiosamente, encerramos essa lista com um filme cujo tema é o mesmo do primeiro filme aqui recomendado: um retrato dos tempos da ditadura militar argentina. Porém, enquanto A História Oficial se baseia num drama familiar, em Argentina, 1985, temos uma história baseada em fatos, onde a ditadura em si é mais que discutida, mas julgada. O longa retrata o que ficou conhecido como Julgamento das Juntas Militares, o primeiro julgamento no mundo onde um tribunal civil julgou militares depois da Segunda Guerra Mundial. Só pelo contexto histórico o filme já vale a pena ser visto, no mínimo para inspirar povos e governos. Mas para além do contexto histórico e político, temos um roteiro envolvente e uma atuação irretocável do onipresente Ricardo Darín. É um filmaço, que, principalmente para nós, brasileiros, apresenta reflexões profundas.
Onde assistir: Amazon Prime Video

Diversidade temática, qualidade artística, capacidade de explorar temas universais através de um olhar local e o equilíbrio entre a tradição, a inovação e experimentação fazem com que os filmes argentinos sejam, em sua maioria, realmente irresistíveis. E a Strip Me, que manda às favas a rivalidade boba entre Brasil e Argentina, faz questão de celebrar esse cinema tão único e encantador! Aliás, como pra gente fronteiras são só linhas imaginárias, temos uma coleção imensa de camisetas de cinema, com referências de filmes de tudo quanto é lugar. E não só isso, temos também as coleções de camisetas de arte, música, cultura pop e muito mais. Dá uma conferida no nosso site e aproveita pra ficar por dentro de todos os lançamentos, que pintam por lá toda a semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Nem só de cinema vivem os argentinos. Por lá também tem muita música boa. Aqui está uma playlist do que rola de mais legal entre as bandass argentinas. Argentina Top 10 tracks.

10 filmes para se orgulhar do cinema brasileiro.

10 filmes para se orgulhar do cinema brasileiro.

Nos aproximando de mais uma edição do Oscar, onde o melhor filme norte americano acaba ganhando status de melhor do mundo, a Strip Me faz questão de lembrar que o cinema brasileiro também tem seu valor.

A arte é universal. Um paradoxo curioso, já que, quase sempre, o artista se expressa de acordo com a realidade onde vive. Antes de 1967 só os moradores de Liverpool sabiam que existia uma rua chamada Penny Lane. Mas desde que a canção com mesmo nome foi lançada no disco Magical Mistery Tour, o mundo inteiro conhece o lugar. Isso acontece em todas as expressões artísticas, não só na música. O cinema brasileiro é um excelente exemplo disso.

O cinema no Brasil tem uma trajetória interessante, com altos e baixos e produções irretocáveis e desprezíveis. Uma das críticas que sempre recai sobre o cinema nacional é ser muito regionalista. Ou é sertão nordestino ou é favela carioca. Ora, há de se considerar que, ainda que o Brasil seja imenso e diverso, esses dois panos de fundo representam bem a nossa realidade, e podem muito bem ser palco de grandes histórias. Mas, ainda bem, desde o fim dos anos 90 uma vertente de cineastas começou a diversificar pra valer, produzindo um cinema mais urbano e diverso. Para ter uma dimensão da alta qualidade do cinema brasileiro, a Strip Me elencou 10 filmes excelentes, que fazem a gente realmente ter orgulho de ser brasileiro! A lista está em ordem cronológica, pois a ideia não é dizer se um é melhor que o outro.

O Pagador de Promessas (1962)

É sempre meio complicado falar de filmes com mais de 50 anos. Por mais que sejam considerados brilhantes e revolucionários, estamos tão acostumados com o cinema moderno, tão dinâmico e de alta qualidade visual, que acabamos achando esses filmes antigos lentos, cansativos. Mas, a verdade é que O Pagador de Promessas é realmente um filme bom pra c@r#l%o! Não à toa é o único filme brasileiro até hoje que ganhou a Palma de Ouro, o prêmio máximo do tradicional Festival de Cannes. O filme foi escrito e dirigido pelo cineasta Anselmo Duarte, baseado na peça de teatro do dramaturgo Dias Gomes. É uma história envolvente e emocionante que desperta discussões relevantes até hoje sobre intolerância religiosa e sensacionalismo. Filme obrigatório para quem realmente se liga em cinema!

Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964)

DEDE

Uma das revoluções culturais que mais marcaram o Brasil foi o Cinema Novo, que pretendia trazer uma linguagem mais realista ao cinema brasileiro, até então caracterizado por filmes musicais popularescos e épicos pretensiosos. Foi quando começou essa onda de retratar o sertão seco do nordeste e as desigualdades sociais. Glauber Rocha foi um cineasta genial, autor de grandes filmes como Terra em Transe, O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro e o Leão de Sete Cabeças. Mas foi em Deus e o Diabo na Terra do Sol que Glauber encontrou o equilíbrio entre seu texto contundente e cenas empolgantes. Isso faz de Deus e o Diabo na Terra do Sol a obra mais acessível do cineasta. Um filmaço!

O Bandido da Luz Vermelha (1968)

Rogério Sganzerla é considerado um dos mais inventivos cineastas brasileiros. O Bandido da Luz Vermelha comprova isso com propriedade. Foi o primeiro longa que Sganzerla escreveu e dirigiu, com apenas 22 anos de idade. Um filme que mistura realidade e ficção de maneira pungente e intensa. A história é inspirada em fatos reais, sobre um assaltante ousado e, de certa forma, carismático, que chamou a atenção da imprensa do Brasil inteiro. Um marco do cinema brasileiro!

Central do Brasil (1998)

Central do Brasil marca o movimento conhecido como Cinema de Retomada, quando o cinema brasileiro começou a receber mais incentivo e, através de novos e criativos artistas, desenvolver filmes cada vez mais relevantes. Deste movimento, Walter Salles certamente é quem mais se destacou. Central do Brasil é um filme inspiradíssimo, com um roteiro incrível, atuações brilhantes e esteticamente irretocável. Chegou a ser indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e Fernanda Montenegro foi indicada a melhor atriz, a primeira atriz latino americana a receber tal indicação. Uma obra de arte de Walter Salles e um dos grandes filmes do cinema brasileiro.

O Auto da Compadecida (2000)

De toda a lista de filmes apresentada aqui, provavelmente apenas Cidade de Deus e Tropa de Elite possa se comparar a O Auto da Compadecida, no quesito popularidade. A maioria dos filmes aqui listados são mais artísticos e densos, características que nem sempre arrastam multidões às salas de cinema. Mas O Auto da Compadecida tem tudo que um blockbuster precisa: Um texto dinâmico, inteligente e muito engraçado, personagens carismáticos, atuações memoráveis e uma simples, mas bem contada, história. É um desses raros filmes cujas falas de personagens se tornam jargões populares no dia a dia. A união do texto exuberante de Ariano Suassuna e o talento e olhar contemporâneo de Guel Arraes fazem d’O Auto da Compadecida um dos filmes mais marcantes do cinema nacional.

Bicho de Sete Cabeças (2000)

Bicho de Sete Cabeças é um filme fundamental. Mais importante do que exaltar suas qualidades estéticas e de atuação (que são mesmo de altíssimo nível), é importante ressaltar seu valor social. Suas cenas de ação e o carisma de Rodrigo Santoro conquistaram os jovens, que levantaram duas discussões muito importantes: a relação da juventude com as drogas e a importância da luta do movimento antimanicomial. Sim, independente disso, é um filme incrível! Com certo exagero, ele chegou a ser comparado com o clássico Um Estranho no Ninho, do Milos Forman. É o tipo de filme que, além de entreter, traz consigo uma carga social inquestionável!

Abril Despedaçado (2001)

“O sangue tem o mesmo volume para todos. Você não tem o direito de tirar mais sangue do que o que foi tirado de você”. Essa é a frase que melhor define este filme emblemático e emocionante. Pra começar, vale lembrar que se trata de um roteiro adaptado de um livro chamada Prilli i Thyer, escrito pelo autor albanês Ismail Kadare. Livro, cujo título traduzido do albanês é exatamente Abril Despedaçado, narra uma história de vingança ambientada nas pradarias do leste europeu, que foi adaptada com perfeição para o árido sertão nordestino do começo do século XX. Além de um roteiro soberbo e fotografia encantadora, mais uma vez Rodrigo Santoro tem uma atuação invejável e o diretor Walter Salles se reafirma como um dos cineastas mais autênticos do Brasil. Filme imperdível!

Cidade de Deus (2002)

Se Central do Brasil marca a retomada do cinema brasileiro, Cidade de Deus marca sua consolidação. Cidade de Deus representa um cinema pungente, moderno, pop e com conteúdo! A cena inicial do filme, um plano sequência de uma galinha sendo perseguida, já dá o tom desse cinema dinâmico e vigoroso. O roteiro é excelente, uma história incrível, repleta de reviravoltas e personagens carismáticos, montagem e edição empolgantes! Enfim, tudo funciona! Fernando Meirelles, como diretor, fez um trabalho impecável! É o filme que finalmente dá ao cinema brasileiro uma identidade, juntando ação, comédia e dramas sociais. Receita que foi repetida com sucesso em Tropa de Elite. Mas enfim, Cidade de Deus é um filme imperdível!
ps: Que trilha sonora deliciosa!

Tropa de Elite (2007 – 2010)

Quando pensamos no Tropa de Elite, deveríamos, na real, pensar nos dois filmes juntos. O primeiro, de 2007, e o segundo, de 2010, como um filme só. Pois veja. O segundo filme tem um roteiro muito mais bem acabado e empolgante, com uma história mais complexa e instigante. Porém, ele só pode ser tão bem sucedido porque teve no primeiro filme uma brilhante apresentação profunda dos personagens e do funcionamento da polícia e do Bope no Rio de Janeiro. Em especial a construção do personagem Capitão Nascimento, e sua desconstrução no segundo filme, é de se aplaudir de pé! O cinema brasileiro definitivamente encontrou o equilíbrio perfeito entre realidade e ficção no cinema. Tropa de Elite joga isso na sua cara sem dó nem piedade.

Bacurau (2019)

Bacurau é um dos melhores filmes de 2019. Não só no cinema brasileiro, mas no mundo. E olha que estamos falando de um ano em que foram lançados Era uma Vez em Hollywood, Joker, O Irlandês e Parasita! Bacurau reafirma a excelência do cinema brasileiro, que consegue ser inventivo e empolgante, e, ao mesmo tempo, manter suas raízes, sem parecer datado. O roteiro é impecável e a estética do filme é impressionante, de uma qualidade poucas vezes vistas por aqui. O filme foi escrito e dirigido a quatro mãos, pela dupla Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, que fizeram um trabalho extraordinário! Se em seu enredo, Bacurau aponta para um futuro distópico, na vida real ele aponta para um futuro prodigioso e sem limites para o cinema brasileiro!

Menção Honrosa.

Realmente o cinema brasileiro tem muitos filmes incríveis, de altíssimo nível, que muitas vezes desafiam a própria realidade. Afinal, o Brasil é um país complicado economicamente, e as produções artísticas sempre são as primeiras a perder incentivo e suporte financeiro, sem falar os períodos que passamos sob forte censura. Por exemplo. É praticamente impensável que durante uma ditadura militar fosse concebido no Brasil um filme de terror de tamanho impacto, que acabaria influenciando cineastas do gênero no mundo todo! Em 1967 José Mojica Marins, o legendário Zé do Caixão, lança o inacreditável filme Esta Noite Encarnarei em Teu Cadáver, uma obra avassaladora! Por falar em ditadura, vale também citar o excelente O Que É Isso Companheiro? Filme de Bruno Barreto lançado em 1997 que retrata com sensibilidade esse período sombrio da nossa história. Em 2002 O Invasor, de Beto Brant, vem mostrar que nós também sabemos produzir thrillers psicológicos de primeira e, de quebra, revelou o Paulo Miklos como um baita ator. Hector Babenco concebeu em 2003 uma obra de arte chamada Carandiru, um filme denso e revelador, baseado no relato fraterno do doutor Drauzio Varella. Por fim, para mostrar a diversidade do nosso cinema, podemos citar o ótimo Cinema, Aspirinas e Urubus, um road movie irresistível do cineasta Marcelo Gomes, lançado em 2005. Apesar da pouca repercussão pelo público, foi muito elogiado pela crítica e é, de fato, um filme que merece ser visto.

E olha, ainda faltou um monte de filme ser citado! O Cheiro do Ralo, O Céu de Suely, Pixote, Colegas, 2 Coelhos, Vidas Secas, Eles Não Usam Black-Tie, Madame Satã, Macunaíma, Durval Discos, Amarelo Manga, Saneamento Básico… é muita coisa boa! O cinema é uma arte universal, mas com esse nosso jeitinho brasileiro, ganha um borogodó a mais. E de borogodó e brasilidade a Strip Me manja! Por isso, estamos aqui celebrando a sétima arte, à nossa moda. Dá uma chegadinha na nossa loja para conhecer a coleção de camisetas de cinema, e aproveita pra conferir as coleções de música, cultura pop, arte e muito mais. No nosso site você também fica por dentro de todos os nossos lançamentos, que pintam toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: A maioria dos filmes listados neste post tem trilhas sonoras instrumentais, incidentais e tal… Mas Cidade de Deus tem uma trilha sonora de canções maravilhosa, daquelas coletâneas de músicas dos anos 70 imbatíveis! Então a playlist hoje é por conta da trilha sonora do filme Cidade de Deus. Cidade de Deus top 10 tracks.

Para ler: Recomendadíssima a excelente biografia do José Mojica Marins, o Zé do Caixão. Maldito! A biografia de Zé do Caixão é um livro escrito pelo André Barcinski e saiu numa edição super caprichada, em capa dura e tudo, pela Darkside Books, é claro. Um livro essencial para amantes do cinema.

Os 10 filmes mais aguardados de 2024

Os 10 filmes mais aguardados de 2024

2023 está acabando, e a gente já começa a especular sobre o que nos aguarda ano que vem. O assunto hoje é cinema, e a Strip Me já adianta os filmes que vão bombar em 2024.

2023 não foi um ano fácil para Hollywood. A indústria cinematográfica passou por duas greves que paralisaram muitas produções que estavam em andamento. Primeiro foram os roteiristas que, mais uma vez, se mobilizaram para exigir melhores salários no começo do ano. Em julho, o sindicato dos atores se uniu aos roteiristas e muitos atores também cruzaram os braços e não foram trabalhar. A situação toda só se resolveu no começo de novembro, mas aí o estrago já estava feito e muitas produções, entre séries e filmes, que seriam lançados em 2024 tiveram seus lançamentos adiados. Mesmo assim, ainda tem muita coisa confirmada para sair ano que vem. Muitas dessas produções são filmes muito aguardados pelo público.

O que chama a atenção na lista de filmes previstos para o ano que vem é a escassez de filmes autorias. Claro, estamos falando aqui de Hollywood, filmes blockbusters e tal. A gente sabe, e valoriza muito, que o cinema autoral borbulha no underground e no cenário independente no mundo todo. Mas estamos falando daqueles filmes incríveis e únicos de gente como Martin Scorsese e Christopher Nolan, que lançaram filmes este ano, by the way. Mas quem não sente aquela saudade de um bom filme do Tarantino, ou do Paul Thomas Anderson, dos irmãos Coen… Enfim, o que predomina nos lançamentos do ano que vem são sequências e remakes. A boa notícia é que, no quesito remake, estava previsto para o ano que vem o lançamento de Scarface. Para a nossa alegria, o diretor que tocava o projeto, Luca Guadagnino, anunciou recendente que está abandonando o projeto. Sábia decisão. Afinal, pra quê mexer na perfeição alcançada por Brian de Palma e Al Pacino, na versão definitiva de Scarface, lançado em 1983?

Ah, e é claro que, além de sequências e remakes, ainda tem aquela enxurrada de filmes baseados em quadrinhos, universo Marvel e essa coisa toda. Entre dezenas de filmes, a Strip Me selecionou os 10 mais interessantes a serem lançados ano que vem. Confere aí!

Sequências

Duna Parte 2
Duna, lançado em 2021 foi um sucesso estrondoso. O longa baseado nos livros de Frank Herbert, é uma ficção científica distópica daquelas! A parte 2 já vinha sendo produzida logo após o lançamento do primeiro filme, e tinha previsão de estreia no fim deste ano, mas a tal greve acabou atrasando tudo. Duna Parte 2 está previsto para sair em março de 2024, e promete o mesmo sucesso. Tal qual o primeiro filme, a direção é de Denis Villeneuve e continuam no elenco Rebecca Ferguson, Dave Bautista, Javier Bardem e Josh Brolin, mas agora com a adição de Christopher Walken e Tim Blake Nelson.

Divertida Mente 2
A taxa de conversão da Pixar é quase 100%. Impressionante como a produtora consegue lançar tantos filmes de alto nível. Em 2015 lançaram Divertida Mente, um filme impecável, que se tornou clássico imediato. Nesta sequência, Apesar de o diretor do primeiro filme não estar presente, o roteiro é assinado pela Meg LaFauve, que também escreveu a animação de 2015, então é uma garantia de que teremos uma boa história! Se no primeiro Divertida Mente, somos apresentados a Riley ainda criança e seus sentimentos básicos, Alegria, Tristeza, Raiva, Medo e Nojinho, nesta sequência Riley é uma adolescente, e entram em campo sentimentos como a Ansiedade e o Tédio. Divertida Mente 2 é uma das promessas mais empolgantes de 2024 para o cinema.

Joker: Folie à Deux
Joaquim Phoenix surpreendeu todo mundo entregando uma atuação visceral e perturbadora do maior vilão de Gotham City, no filme Joker, de 2019. Ali, o diretor e roteirista Todd Phillips usou uma linguagem scorseseana para contar a origem do personagem, remetendo a filmes como Taxi Driver e O Rei da Comédia. Ainda é Phillips quem assina direção e roteiro de Joker Folie à Duex, que numa tradução literal é Joker Loucura a Dois. Além de Joaquim Phoenix no papel principal, o longa vai contar também com Lady Gaga interpretando a personagem Arlequina. Pouco se sabe sobre o mote do filme, mas dizem que se trata praticamente de um musical bizarro. É esperar pra ver. A previsão de lançamento é outubro de 2024.

Remakes

A Cor Púrpura
Certos filmes atingem um nível tão alto de qualidade que, pela lógica, jamais deveriam ser revisitados. Simplesmente pela a régua ficar muito alta, torna-se impossível não fazer comparações. É como se o o Dave Grohl e o Krist Novoselic decidissem manter o Nirvana em atividade colocando alguém pra tocar guitarra e cantar no lugar de Kurt Cobain. Até poderia funcionar e sairem músicas legais, mas a comparação sempre iria perseguir a banda. Em 1985  foi lançado A Cor Púrpura, um filme simplesmente lindo! Denso, impactante, profundo, emocionante, falando sobre a vida dos negros no início do século vinte no sul dos Estados Unidos. O longa foi dirigido por Steven Spielberg, contou com Whoopi Goldberg, Danny Glover e Oprah Winfrey no elenco e teve Quincy Jones a frente da trilha sonora. Até é possível que este remake, com lançamento previsto para janeiro de 2024, seja um bom filme. Mas vai viver sob a sombra do clássico de Spielberg dos anos oitenta.

O Corvo
O filme O Corvo, lançado em 1994 tornou-se icônico por conta da morte de seu protagonista durante as filmagens. Brandon Lee, filho do Bruce, foi morto durante a filmagem de uma cena onde rolava um tiroteio, uma parada até hoje mal explicada. O filme nem era assim tão bom, mas era legal, tinha esse visual gótico, meio rock n’ roll, e uma trilha sonora ótima. Com sua pegada de video clipe, o longa acabou marcando toda uma geração de jovens que crescia nos anos 90 assistindo MTV. Ah, sim. O Corvo é, originalmente, um personagem de histórias em quadrinhos, e teve sua adaptação para o cinema facilitada pela trilha aberta por Tim Burton, que retratou um Batman sombrio e acostumou o público a essa estética dark. O Corvo funcionou na época porque isso tudo era novidade. A história e estética d’O Corvo se sustentam 30 anos depois? Saberemos em julho de 2024.

Branca de Neve
Quando a gente fala que Hollywood vive uma crise criativa retumbante, não é exagero. Será que ninguém consegue propor uma ideia nova, uma história diferente, a ponto de os caras resolverem refilmar a Branca de Neve? Pois é. A resposta vem em março do ano que vem. A Disney abraçou a ideia de contar a história da Branca de Neve de novo, mas desta vez em live action, e com algumas alterações estratégicas para ser politicamente correta. A atriz escolhida para viver a princesa é Rachel Zegler, uma atriz de origem latina. Os anões não vão fazer parte do filme, para não reforçar estereótipos sobre o nanismo, e serão substituídos por entidades mágicas da floresta. E por fim, a célebre frase da Rainha Má, que será interpretada pela Gal Gadot, ˜Espelho, espelho meu, existe mulher mais bonita do que eu?” Será substituída por “…existe mulher mais justa do que eu?” Para não reforçar padrões de beleza. Enfim, tem tudo pra ser, ó… uma bost@!

Cinebiografias

Bob Marley: One Love
Com o sucesso enorme de cinebiografias  de artistas como Freddie Mercury, Elton John e Elvis Presley, a bola da vez é o jamaicano Bob Marley. Há quem diga que quem viu um filme sobre alguma estrela da música, viu todos. É sempre o mesmo enredo: cara talentoso, mas meio fodido, é descoberto, faz sucesso, a fama sobe à cabeça, faz umas merdas, se entope de droga e no fim se redime ou morre. Pode ser que este filme seja basicamente isso, mas pelo menos vai ter uma baita trilha sonora boa. Mas sendo um pouco mais otimista, Marley tem uma história interessante, que mistura música, política e dramas pessoais. Pode funcionar muito bem na telona. O longa é assinado por Reinaldo Marcus Green, um jovem e talentoso diretor. Previsão de lançamento para fevereiro de 2024.

Ferrari
A vida de Enzo Ferrari, piloto de corridas e fundador da Scuderia Ferrari, equipe de automobilismo, e da fábrica de carros Ferrari, é realmente digna de cinema. Cheia de reviravoltas, ousadia e empreendedorismo! O longa tem foco na década de 50, quando, em um dos muitos altos e baixos de sua história, ele está à beira da falência e decide apostar alto em uma das corridas mais disputadas da Itália. Com previsão de estreia para fevereiro de 2024, o filme Ferrari tem direção do competente Michael Mann e promete ser um ótimo filme.

Mamonas Assassinas: O Impossível Não Existe
O diretor de novelas Edason Spinello se aventura nas telas de cinema ao conceber a cinebiografia da icônica banda cômico-roqueira Mamonas Assassinas. A cinebiografia da banda se volta para o início, quando os amigos de Guarulhos começam a tocar juntos e fazem a transição de Utopia para Mamonas Assassinas. Sem grandes pretensões, o filme parece ser leve e engraçado. Uma homenagem justa a uma banda que não mudou a história do rock brasileiro, mas se tornou um ícone pop noventista inquestionável. A previsão de lançamento é janeiro de 2024.

Autoral

Garotas em Fuga
Nem tudo está perdido! No meio do vasto deserto de filmes autorais, que não são sequências, não são remakes, não recorrem a personagem famosos, histórias em quadrinhos e etc, pequenos oasis de resistência sempre surgem! Garotas em Fuga é o primeiro filme de Ethan Coen sem a colaboração de seu irmão, Joel. Ethan escreve e dirige este road movie que mistura ação e comédia, com aquele tempero meio nonsense e estética de filme B que caracteriza a obra dos Irmãos Coen. O trailer do filme já dá o tom e instiga o espectador. Tem tudo pra ser um filme delicioso, na linha de Queime Depois de Ler. O longa traz no elenco Matt Damon e o recentemente celebrado Pedro Pascal. Lançamento previsto para fevereiro de 2024.

É isso! 2024 vem aí! E, pelo menos no quesito cinema, tem ótimas opções para todos os gostos. Mas não é só no cinema! A Strip Me vai chegar chegando em 2024! Novos lançamentos e coleções, além de manter o alto padrão de qualidade dos nossos produtos e incentivar cada vez mais a sustentabilidade que tanto prezamos! Então se liga no nosso site pra ficar sempre por dentro dos lançamentos e conferir as nossas diversas coleções. E que venha 2024!

Os 10 melhores filmes de Robert Zemeckis.

Os 10 melhores filmes de Robert Zemeckis.

Mais conhecido por conta de De Volta Para o Futuro e Forrest Gump, o cineasta Robert Zemeckis tem uma vasta e muito variada filmografia. Para você conhecer um pouco mais sobre sua obra, a Strip Me selecionou seus 10 melhores filmes.

A banda irlandesa The Cranberries cravou seu nome na história da música pop graças a essencialmente 3 hits, cada um oriundo de um disco diferente. Entretanto, a banda tem em sua discografia 8 discos, que não são tão conhecidos, ou lembrados. Vamos dar nome aos bois. Os Cranberries ficaram conhecidos por conta de Linger, música presente no disco de estreia da banda, Everybody Else is Doing It, So Way Can’t We?, de 1993, Zombie, certamente a mais conhecida música dos irlandeses, do disco No Need to Argue, de 1994, e Free to Decide, do disco To The Faithful Departed, de 1996. Os outros 5 discos da banda, apesar de não contarem com hits avassaladores, são bons discos, com ótimas músicas, e que nunca deixaram de agradar os fãs. A banda Cranberries não é das mais revolucionárias ou inventivas de sua geração. Mas tem trabalhos memoráveis e é sempre lembrada. Mas o que os Cranberries tem a ver com o Robert Zemeckis?

Robert Zemeckis nasceu em Chicago, em maio de 1951. Cresceu assistindo séries e programas de TV, que o inspiraram a seguir a carreira de cineasta. Fez faculdade de cinema na California nos anos 70, uma época em que despontavam em Hollywood grandes nomes como Steven Spielberg, George Lucas, Brian de Palma e tantos outros. Zemeckis se destacou na faculdade e chamou a atenção de Spielberg. Recém consagrado na indústria cinematográfica por conta de Tubarão, Spielberg ajudou muito Zemeckis ao assumir a produção de seu primeiro filme, iniciando uma parceria longeva. A carreira de Zemeckis despontou mesmo com De Volta Para o Futuro, de 1985. Depois foi aclamado por Forrest Gump e Náufrago. Apesar de contar com uma filmografia de quase 20 obras, ele é lembrado por apenas três ou quatro deles. Tal qual os Cranberries na geração de bandas dos anos 90, Zemeckis é sempre lembrado como um bom cineasta de sua geração, com alguns êxitos grandiosos, mas nunca entra na lista dos maiores. Para entender porque isso acontece, a Strip Me selecionou os 10 melhores filmes de Zemeckis para dar uma geral e conhecer melhor a sua obra.

10 I Wanna Hold Your Hand (1978)

Este foi o primeiro filme de Zemeckis como diretor, já tendo Bob Gale como roteirista e Steven Spielberg como produtor. Configuração que se repetiria algumas vezes no futuro. Trata-se de uma comédia ingênua, mas divertida, que se presta a retratar o início da beatlemania nos Estados Unidos. O filme acontece  nos momentos que antecedem a primeira aparição dos Beatles no lendário The Ed Sullivan Show, em 1964, mostrando alguns jovens, fãs da banda, que tentam entrar no show e até mesmo invadir o quarto de hotel dos rapazes de Liverpool. O roteiro é simples, mas bem amarradinho, e a direção de Zemeckis é eficiente. Tem boas sacadas, é leve e engraçado. Longe de ser um filme brilhante, mas tem seu valor histórico, além de ser um bom entretenimento.

9 Tudo por uma Esmeralda (1984)

É o quarto filme da carreira de Zemeckis como diretor, e seu primeiro êxito comercial de fato. Ele fora contratado para dirigir o longa por Michael Douglas, astro em ascensão na época. A Fox já tinha o roteiro de Tudo por uma Esmeralda e Michael Douglas escalado para protagonizar o filme, e ele acabou podendo escolher quem iria dirigi-lo.  Tudo por uma Esmeralda é um bom filme de aventura, uma espécie de genérico de Indiana Jones. Além de ser um filme divertido de se ver, ele marca um ponto essencial na carreira de Zemeckis. Foi a primeira vez que ele trabalhou com o compositor Alan Silvestri. Desde então Silvestri faria as trilhas de praticamente todos os filmes de Zemeckis.

8 Revelação (2000)

Desde De Volta para o Futuro Robert Zemeckis se destaca por valorizar a estética e usar com eficiência efeitos visuais impressionantes. Isso não o impediu de explorar diferentes gêneros cinematográficos. Após passear pela comédia, ficção científica, drama e aventura, Zemeckis não economizou esforços e finanças para colocar em prática seu filme de suspense e terror. Tendo como protagonistas Harrison Ford e Michelle Pfeiffer, Revelação é um thriller de suspense sobrenatural repleto de efeitos visuais e referências à obra de Alfred Hitchcock, o que torna tudo mais saboroso. O filme é ótimo, mostrando uma faceta diferente do diretor, que já havia explorado temas sombrios no passado, mas sob uma ótica cômica, no ótimo A Morte lhe Cai Bem.

7 Náufrago (2000)

Antes de mais nada trata-se aqui de um dos mais célebres cases de merchandising da história do cinema! Tom Hanks protagoniza o longa onde a marca FedEx é quase um personagem à parte. E precisamos ser honestos aqui. Primeiro, Náufrago nem é um filme assim tão bom. É divertido e tem alguns grandes momentos, é claro. Mas chega a ser cansativo em algumas partes. Segundo, é um filme do Tom Hanks. Claramente, Zemeckis está ali como diretor, mas dá pra sacar, até pelo estilo de filmagem, que Tom Hanks devia opinar muito. Nota-se que é um estilo diferente do que Zemeckis sempre fez. E é compreensível. O filme é carregado na costas pelo protagonista. E é um bom filme… do Tom Hanks.

6 Uma Cilada para Roger Rabbit (1988)

Na época, foi um dos filmes mais desafiadores de Hollywood, e um dos mais caros também. A tecnologia para fazer atores humanos interagirem com animações era uma novidade, ninguém sabia direito como usá-la e nem se ela funcionaria realmente na telona. Mas Zemeckis sempre foi um diretor muito ligado à tecnologia e efeitos visuais, e comprou a briga! E acabou dando super certo! Tão certo que, se visto hoje em dia, ele ainda funciona e é um filme muito divertido. Claro, não dá pra ir assistir um filme de comédia, com desenhos animados esperando encontrar um baita roteiro, mas a história é bem amarradinha, esteticamente o filme é ótimo e no geral é realmente divertido. Precisa do que a mais do que isso? No máximo um balde grande de pipoca.

5  A Morte lhe Cai Bem (1992)

Adentramos ao glorioso Top 5 com um filme pitoresco. Uma comédia até então pouco usual no cinema, com uma dose cavalar de morbidez e e sarcasmo. Certamente o interesse de Zemeckis em realizar essa obra se deu por oferecer a possibilidade de usar e abusar de efeitos visuais, com corpos mutilados e etc. Mas para além da estética, é sim um filme muito bom! A começar pelo elenco, que conta com Meryl Streep e Bruce Willis. O roteiro de David Koepp (que depois trabalharia com Spielberg em Jurassic Park e outros filmes) é esperto, com boas sacadas e uma trama com algumas surpresas. Zemeckis soube trabalhar muito bem a fotografia e edição do filme, misturando muito bem o humor com o sombrio. É o filme do Zemeckis que os fãs do Tim Burton mais gostam.

4 O Voo (2012)

Robert Zemeckis sempre misturou gêneros cinematográficos e muitas vezes deixou de lado a história que está sendo contada, para se dedicar ao visual. Aqui o cineasta demonstra maturidade ao se ater ao drama e valorizar o roteiro, e, consequentemente, as atuações. O Voo é um filme ótimo! O roteiro é muito bem escrito e a direção de Zemeckis torna o filme provocador, ao abordar dilemas complicados. O protagonista fica na corda bamba entre o anti herói e o vilão. Denzel Washington apresenta uma atuação impecável! E tudo é abraçado por uma fotografia excelente e uma direção exuberante de Zemeckis. Um filme imperdível!

3 Contato (1997)

Contato é um filme muito, mas muito bonito. Tanto visualmente, quanto na mensagem que se propõe a transmitir. Zemeckis foi ousado ao decidir levar para a telona um livro de um cientista como Carl Sagan. Mas o resultado foi muito positivo. O roteiro é muito bem escrito e consegue transitar bem entre a linguagem científica e leiga, além de apresentar personagens bem construídos, com profundidade, em especial a personagem de Jodie Foster. As atuações também ajudam o filme a crescer, Jodie Foster e Matthew McConaughey estão ótimos! E a direção de Zemeckis é sensível e bela. Um filme realmente muito bom, que ao abordar a suposição de vida fora da Terra, levanta questões essenciais sobre a vida em sociedade, religiosidade e auto conhecimento.

2 De Volta para o Futuro (1985)

De cara, vamos esclarecer duas coisas: Primeiro que muita gente certamente diria que a trilogia deveria ser inserida como um filme só na lista, e segundo que ele deveria estar em primeiro lugar. Bom, a trilogia é realmente maravilhosa. Mas o primeiro filme é, disparado, o melhor dos três. Além do mais, ele foi pensado para ser um filme só, sem continuação. Claro que os dois filmes seguintes são ótimos e funcionam super bem. Mas o primeiro tem um sabor a mais e um roteiro muito mais simples, e por isso mesmo, mas dedicado a construir os personagens e desenvolver emoções. Como um todo, ele acaba sendo mais significativo sozinho, do que dividindo a atenção com os outros dois. Quanto a ele não ser o primeiro da lista, falaremos sobre isso depois. Mas certamente De Volta para o Futuro é o filme pelo qual Zemeckis será sempre lembrado. Tudo ali funciona com perfeição! A história envolvente e fácil de se conectar, os personagens carismáticos, o ritmo de aventura, a expectativa de estar sempre no limite, a estética pop futurista e, é claro, a trilha sonora majestosa! De Volta para o Futuro é um clássico, sem exagero, um filme perfeito. O que o deixa em segundo lugar nessa lista é que o primeiro filme, além de ser perfeito, é um épico.

1 Forrest Gump (1994)

Já rolaram várias discussões, algumas delas interessantes até, sobre a qualidade de Zemeckis como diretor e suas especificidades. Dá pra dizer sem medo de errar que ele não tem um estilo marcante. Por exemplo, é fácil identificar, sem ler os créditos, que um filme é dos irmãos Coen, ou do Tarantino, ou do Scorsese… Talvez isso justifique o fato de ele ser um bom diretor, mas não um cineasta genial. Ainda assim, Zemeckis foi capaz de conceber uma obra prima. Um filme atemporal, engraçado, emocionante e instigante! Mais uma vez abrindo mão do excesso de efeitos visuais e priorizando a história, Forrest Gump é irretocável! Através da vida de um homem, desde a sua infância até a vida adulta, Zemeckis conta a história recente dos Estados Unidos, e o faz sem medo de soar piegas e nem de fazer críticas. Por isso, pode ser considerado um épico. Um filme onde tudo conduz para um arco de redenção não só do personagem principal, Forrest Gump, mas também se sua companheira, Jenny. Com graça e sensibilidade, o longa levanta todo o tipo de questionamento, mas sem panfletarismo. Além do mais, a escolha da trilha sonora, que acompanha a passagem dos anos, é avassaladora! Só música de primeira linha! Não é à toa que Forrest Gump foi indicado a 13 categorias no Oscar e levou 6 estatuetas, incluindo a de Melhor Filme! É um clássico absoluto e inquestionável. De Volta para o Futuro é sim encantador e memorável. Mas Forrest Gump é um épico contemporâneo.

Robert Zemeckis nos traz lições valiosas. A mais importante delas é que qualquer pessoa dedicada o suficiente pode construir algo extraordinário e ser respeitado e bem sucedido, mesmo não figurando no panteão das lendas imortais. Também nos mostra que o visual é fundamental, é claro! E que a tecnologia está aí pra gente aprender a usá-la da melhor forma possível. Mas sem nunca deixar de lado o valor inestimável de uma boa história! Por causa de caras como Zemeckis o cinema é tão empolgante e delicioso! E por causa disso, a Strip Me, que também não fica sem um bom filminho no fim de semana, está sempre criando novas camisetas homenageando e referenciando mestres como Robert Zemeckis e seus grandes filmes na coleção de camisetas de cinema. E não é só isso. Na nossa loja também tem as coleções de camisetas de música, arte, cultura pop, games e muito mais. Dá uma conferida lá no nosso site e aproveita pra ficar por dentro de todos os lançamentos, que pintam toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Como boa parte dos filmes de Zemeckis tem uma trilha sonora com tema grandioso e músicas incidentais, vamos fazer uma playlist caprichada, baseada na trilha sonora de Forrest Gump, que tem o que há de melhor na música do século XX. Robert Zemeckis Top 10 Tracks.

A Lista de Spielberg – Os 10 melhores filmes do diretor.

A Lista de Spielberg – Os 10 melhores filmes do diretor.

Perto de completar 77 anos de idade, Steven Spielberg é considerado um dos mais revolucionários cineastas da história! Para homenagear essa lenda, a Strip Me apresenta uma lista com os 10 melhores filmes do diretor.

Quando a série Stranger Things foi lançada, lá em 2016, deu pra sacar de imediato que seria um sucesso retumbante. Toda a estética oitentista, mesclando suspense e aventura, com crianças como protagonistas, remetia imediatamente a filmes como E.T., Contatos Imediatos de Terceiro Grau, Gremlins e Os Goonies. Os dois primeiros dirigidos por Spielberg e os outros dois produzidos por ele. O roteiro referenciando Stephen King foi a cereja no bolo. Não tinha como dar errado. Spielberg elaborou a fórmula perfeita para contar histórias envolventes que fascinam crianças, jovens e adultos. Seus filmes encantaram gerações, e Stranger Things fez o mesmo com os jovens de hoje em dia. Entre filmes que dirigiu e produziu, são mais de 40 títulos. A imensa maioria, filmes ótimos! Com uma linguagem pop deliciosa e essa mistura de aventura, suspense e comédia juvenil, e em outros momentos dramas impactantes e inspiradores, Steven Spielberg deixa uma marca profunda no cinema mundial. Uma obra a ser celebrada!

Nossa maneira de homenagear esse monstro sagrado da sétima arte, é fazer uma lista com os 10 melhores filmes de sua carreira como diretor. Uma tarefa árdua e muito conflituosa, e que certamente vai gerar muita polêmica e questionamentos tanto quanto às escolhas, como quanto à posição de cada filme na lista. Vale lembrar que o décimo colocado está longe de ser o pior filme do cineasta, pois, estamos selecionando 10 entre uma filmografia de mais de 40 filmes. E, além do mais, a Strip Me é como um bom personagem dos filmes de Spielberg, que ri na cara do perigo. Então se liga na nossa lista.

10 Prenda-me Se For Capaz (2002)

Olha só. Para se ter ideia de que tipo de artista estamos lidando aqui. O décimo colocado da lista é um filme irrepreensível! Um baita roteiro bom, direção espetacular e Leonardo DiCaprio e Tom Hanks mandando ver em atuações excelentes! O filme é divertidíssimo, baseado em fatos reais. De certa forma, foi uma volta por cima do diretor, voltando às suas raízes de se focar numa boa história. Ele vinha de dois filmes que não foram assim tão bem sucedidos, apesar de serem bons: A.I. (2001) e Minority Report (2002). Depois de Prenda-me Se For Capaz, ele emendou uma sequência de ótimos filmes: O Terminal (2004) Guerra dos Mundos (2005) e Munique (2005).

9 Contatos Imediatos de Terceiro Grau (1977)

Depois do sucesso enorme de Tubarão (1975), Spielberg tinha carta branca para fazer o que quisesse. Foi então que ele concebeu um verdadeiro clássico, abordando uma de suas paixões: ficção científica e extraterrestres. Contatos Imediatos de Terceiro Grau marcou uma nova era no cinema, ao retratar de forma muito direta e com muitos efeitos especiais, a chegada de alienígenas na terra. Contatos Imediatos de Terceiro Grau está para os filmes de alienígenas como O Poderoso Chefão para os filmes de máfia.

8 A Cor Púrpura (1985)

Aqui Spielberg mostrou maturidade e competência invejáveis. Com uma fotografia belíssima um roteiro denso, mas brilhante, o diretor conta com maestria parte da história dos Estados Unidos através da vida de uma mulher negra do sul do país do início do século XX. Whoopi Goldberg e Danny Glover entregam atuações impressionantes. A Cor Púrpura marca também a incursão de Spielberg nos filmes de época e dramas pessoais, que ele tão bem exploraria cada vez mais no futuro.

7 Indiana Jones e a Última Cruzada (1989)

Antes de mais nada, precisamos dizer que o certo seria também incluir os dois filmes anteriores do arqueólogo mais casca grossa do mundo. Mas iria comprometer muito a lista. Também não seria justo colocar na lista todos os filmes da franquia num mesmo tópico, já que os dois últimos filmes são decepcionantes, para dizer o mínimo. Mas falemos do que é bom. Indiana Jones é um dos personagens mais emblemáticos e carismáticos da história do cinema. Ele foi criado por Spielberg e George Lucas, mas foi o primeiro quem mais se envolveu no projeto e dirigiu todos os filmes. O primeiro, Os Caçadores da Arca Perdida (1981) é tão bom que tem uma de suas cenas parodiada frequentemente, a cena em que Indiana corre de uma bola de rocha gigante. O segundo, No Templo da Perdição (1984), é igualmente divertidíssimo e traz a marcante cena do banquete com cérebro de macaco. Mas é em A Última Cruzada que temos o filme mais bem acabado e bem escrito do herói. E, nada mais justo do que Indiana Jones ter seu pai interpretado pelo cara que encarnou pela primeira vez ninguém menos que Bond, James Bond.

6 O Resgate do Soldado Ryan (1998)

5 anos após uma imersão brutal na invasão nazista na Polônia, Spielberg retorna ao tema Segunda Guerra Mundial, mas desta vez retratando campos de batalha e o fatídico 6 de junho de 1944. O desembarque dos Aliados na Normandia, que ficou conhecido como O Dia D, um levante que foi decisivo para o fim da guerra. A cena inicial do filme já é de arrepiar, mostrando o tempestuoso desembarque das tropas, em meio a tiros e bombas, com uma fotografia e edição brilhantes! O filme tem cenas de ação empolgantes, mas também conta com um roteiro bem trabalhado. Protagonizado por Tom Hanks, parceiro de longa data de Spielberg, O Resgate do Soldado Ryan certamente foi preponderante para Hanks produzir no futuro a excelente série Band of Brothers.

5 Jurassic Park (1993)

Bem vindos ao Top 5, bem vindos ao parque dos dinossauros! Tá legal, se a gente for analisar certinho, na sua essência Jurassic Park não traz nada de novo. Lembra muito o enredo de King Kong, clássico de 1933. Mas a real é que Spielberg foi genial ao criar o Jurassic Park, tanto no quesito cinema, ao trazer efeitos especiais moderníssimos para época, mas também em termos de timing mercadológico. A cratera de Chicxulub, na península de Yucatán, México, foi descoberta em 1978 e a teoria do impacto de um meteoro ter sido responsável pela extinção dos dinossauros só foi amplamente aceita pela classe científica em meados da década de 80. O tema dinossauro estava na moda e o livro de Michael Crichton, Jurassic Park, chamou a atenção de Spielberg, que logo comprou os direitos e o adaptou para o cinema. Desde então dinossauros se tornaram verdadeiros ícones pop, além de brinquedos que até hoje encantam as crianças. 

4 Tubarão (1975)

Tubarão foi o primeiro grande êxito de Spielberg. O filme arrecadou aproximadamente 470 milhões de dólares, um número impensável à época, sendo que o filme custou 9 milhões para ser feito. Este valor só foi batido dois anos depois por Star Wars. Adaptado de um livro com o mesmo título, o filme é um suspense primoroso! Os muitos problemas técnicos durante as filmagens com o tubarão mecânico, fizeram com que algumas cenas se tornassem ainda mais angustiantes, ao sugerir a presença do predador, mas sem de fato mostrá-lo. Spielberg dirige este filme com maestria. O longa também marca o início da parceria com John Williams, que compôs o tema de Tubarão e, sem sombra de dúvida, fez a trilha sonora tensa e minimalista se tornar clássica!

3 E.T. – O Extraterrestre

Spielberg já mostrara em Contatos Imediatos de Terceiro Grau que entendia de filmes de ficção científica e alienígenas. E se Contatos Imediatos… foi um divisor de águas para o gênero, E.T. acabou sendo realmente revolucionário. Com efeitos especiais encantadores e um roteiro irretocável, o diretor concebeu uma de suas obras mais marcantes.O longa mescla momentos de drama, comédia e aventura, tudo amarrado por uma trama que fala essencialmente de amizade e empatia. Isso tudo torna E.T. um filme atemporal e irresistível. Recebeu nove indicações ao Oscar e ganhou 4, incluindo melhor trilha sonora, pelo belíssimo tema escrito por John Williams. Ah, sim, foi o filme que revelou para o mundo a carismática Drew Barrymore.

2 Império do Sol (1987)

Império do Sol não é dos filmes mais lembrados de Spielberg, mas é um colosso! Um filme épico, emocionante e esteticamente lindo! Teve 6 indicações ao Oscar, mas acabou não levando nenhuma estatueta. O filme conta a história de um garoto inglês vivendo com a família na China, e que se perde dos pais durante a invasão dos japoneses na Segunda Guerra Mundial. O garoto em questão é interpretado por Christian Bale, então com 12 anos de idade e estreando no cinema. E sua atuação é arrasadora. Apesar das indicações ao Oscar, os críticos malharam o filme na época, o taxando de sentimental e fantasioso, ao retratar um momento histórico tão sombrio com leveza até demais. Ainda assim, trata-se de um filme brilhante! Uma história emocionante, um protagonista cativante e, pra variar, uma trilha sonora de arrepiar de John Williams.

1 A Lista de Schindler (1993)

Spielberg vem de uma família de judeus e sempre foi muito ligado à religião e sua história. Talvez até por isso, sua primeira empreitada ao retratar a Segunda Guerra Mundial se deu pelo lado dos japoneses, em Império do Sol. Foi uma jogada esperta do diretor. Império do Sol lhe deu a expertise necessária e a percepção de que em determinados momentos não é preciso economizar na tinta ao pintar momentos sombrios e desesperadores. E a história verídica do empresário Oskar Schindler lhe caiu como uma luva para que ele finalmente retratasse o Holocausto com o devido respeito e exaltar a forca de seu povo. Tudo nesse filme funciona muito bem. Esteticamente, sendo filmado todo em preto e branco, é muito elegante e sóbrio, o roteiro é irrepreensível, as atuações de Liam Neeson e Ralph Fiennes são ótimas e, claro, a sempre presente e brilhante trilha sonora de John Williams. A Lista de Schindler foi indicado a nada menos que 12 categorias do Oscar e venceu 7, entre elas, Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Roteiro Adaptado. É um filme monumental, um retrato fidedigno dos horrores do nazismo e uma obra indispensável.

Mas olha, a obra de Steven Spielberg é muito maior do que esses 10 filmes. Faltou falar do bonito Além da Eternidade (1989), o encantador Hook: A Volta do Capitão Gancho (1991), o emocionante Amistad (1997), o divertido As Aventuras de Tintin (2011), o inspirador Lincoln (2012), o ambicioso Ponte dos Espiões (2015) e o excelente The Post: A Guerra Secreta (2017). Isso sem falar nos clássicos que ele colaborou como produtor e consultor, como a trilogia De Volta para o Futuro, Os Goonies, Gremlins, Te Pego Lá Fora, Uma Cilada para Roger Rabbit, a franquia MIB: Homens de Preto, A Casa Monstro e muito mais. O homem é uma máquina de fazer blockbuster!

Um cineasta com um currículo desse, não há o que possamos fazer senão reverenciar e prestar homenagens! A  obra de Steven Spielberg ajudou a formatar a personalidade e os gostos de gerações de jovens desde os anos 70 até hoje. Por isso, claro que ele é figurinha carimbada entre aqueles que inspiram a Strip Me a estar sempre produzindo camisetas lindas e originais, onde, vira e mexe, alguns de seus filmes são referenciados. Pra conferir é só acessar a nossa loja e dar uma geral na coleção de camisetas de cinema, e também nas coleções de música, arte, cultura pop, games e muito mais. No nosso site você também fica por dentro dos nossos mais recentes lançamentos, que pintam por lá toda semana. 

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist no capricho com músicas que marcaram os principais filmes de Steven Spielberg. Spielberg top 10 Tracks.

10 frases inesquecíveis do cinema.

10 frases inesquecíveis do cinema.

Para mais um texto saboroso sobre grandes filmes, a Strip Me selecionou e deu uma geral em 10 frases memoráveis do cinema.

“A vida passa rápido demais. Se você não parar pra curtir de vez em quando, ela passa e você nem vê.” “Carpe diem! Aproveitem o dia, rapazes, façam de suas vidas algo extraordinário!˜ Duas frases que tem o mesmo significado, que são facilmente encontradas em diversas mensagens motivacionais e ambas foram extraídas de filmes. O curioso é que são frases de dois filmes completamente distintos (Curtindo a Vida Adoidado e Sociedade dos Poetas Mortos respectivamente). Mas são frases tão fortes e impactantes, ditas em cenas tão marcantes, que transcendem seu contexto original e se tornam um ícone pop tão forte quanto os óculos redondos de John Lennon ou uma imagem do Mestre Yoda. Só mesmo a magia do cinema para fazer com que uma simples frase tenha tanto peso e significado quanto uma imagem, que, teoricamente, pode valer mais do mil palavras.

Hoje estamos aqui para subverter essa máxima, de que uma imagem vale mais que mil palavras. Vamos mostrar que uma simples frase, com poucas palavras, vai te remeter a mais que uma imagem, mas a uma cena inteira, a um filme desses que a gente não cansa de rever. Filmes dos quais algumas falas são repetidas em conversas de bar e citadas em propagandas e em outros filmes. Aqui estão 10 das frases mais marcantes da história do cinema.

The first rule of Fight Club is: you do not talk about the Fight Club.

Se você sabe qual é a segunda regra do Clube da Luta, certamente está revendo em sua mente a cena em que Brad Pitt está no meio de um círculo de homens explicando os conceitos envolvendo a reunião daquele grupo. Clube da Luta é um dos filmes mais revolucionários da década de 90. Leva a assinatura do excelente diretor David Fincher e apresenta uma das melhores atuações da carreira de Edward Norton. Lançado em 1999, ele só não concorreu ao Oscar porque a concorrência era feroz. Para se ter ideia, naquele ano foram lançados Beleza Americana, O Informante, A Espera de Um Milagre, Magnólia, Garota Interrompida, Quero Ser John Malkovich, O Sexto Sentido, Meninos não Choram, O Talentoso Ripley e Tudo Sobre Minha Mãe. De qualquer forma, Clube da Luta é um marco no cinema e na cultura pop, e a primeira regra de Tyler Durden vem sendo quebrada desde então.

I love the smell of napalm in the morning.

Eis um dos filmes mais emblemáticos da história do cinema. Ninguém retratou a guerra do Vietnã com tanta intensidade quanto Francis Ford Coppola em Apocalypse Now. Tudo nesse filme é marcante, se tornou icônico e referência. A desoladora trilha sonora com The End, dos Doors, a revoada de helicópteros ao som de A Cavalgada das Valquírias, de Wagner e a atuação impressionante de Marlon Brando como Coronel Kurtz. Apocalypse Now foi lançado em 1979 e se tornou a base para todos os filmes sobre a guerra que vieram depois, incluindo os clássicos Full Metal Jacket e Platoon. E a quantidade de vezes que a frase dita pelo personagem de Robert Duvall foi repetida e parodiada na história da cultura pop é incontável. Nada mais justo, sendo uma frase vinda de um verdadeiro clássico.

Toto, I think we’re not in Kansas anymore.

E por falar em clássico, aqui está mais um. Um filme tão importante que transcendeu o cinema. Não só algumas de suas falas se tornaram emblemáticas, como o filme em si ganhou novas interpretações e ao ser irremediavelmente vinculado ao clássico disco do Pink Floyd, The Dark Side of the Moon. O Mágico de Oz é um dos filmes mais importantes do cinema mundial. Foi lançado em 1939 e só não é considerado a obra prima do diretor Victor Fleming, porque ele tem no currículo E O Vento Levou. Mas é o filme que revelou a atriz Judy Garland para o mundo e nos deu uma frase deliciosa de ser dita em qualquer situação de mudança.

Say hello to my little friend.

Independente do roteiro, da direção e etc, alguns filmes são o que são simplesmente por contarem com o ator certo no papel ideal. Scarface é um filme ótimo. Tem um bom roteiro, Brian de Palma manda super bem na direção e tal… Mas é indiscutível que ele se tornou um clássico do cinema por conta de Tony Montana, o personagem ao qual Al Pacino brilhantemente deu vida. Tony Montana é carismático e imprevisível, um personagem complexo, com profundidade, muito bem construído. E Al Pacino… bom, é o Al Pacino, um dos melhores atores de todos os tempos, e arrebenta tudo atuando neste filme. E a sequência final de Scarface (olha o spoiler, gente!) é uma das mais parodiadas em filmes envolvendo crime e tráfico de drogas! Afinal, uma cena com uma escrivaninha de escritório abarrotada de cocaína e um porto-riquenho alucinado com uma metralhadora nas mãos não tem como dar errado!

Does he look like a bitch?

Já que estamos falando de filmes sobre crimes, vamos falar de um dos melhores filmes dos últimos 30 anos, e que é um verdadeiro compêndio de ótimas frases. Aprendemos que o quarteirão com queijo em Paris se chama royale with cheese, a diferença entre uma motocicleta e uma chopper, que um milkshake pode custar 5 dólares e ser delicioso… tudo isso em diálogos inacreditavelmente bons! Pulp Fiction, a obra máxima de Quentin Tarantino, é um amontoado de referências pop que extrapolaram as telas de cinema. Mas a sequência inicial de Jules e Vincent é, literalmente, matadora! Dali temos frases memoráveis de Jules como “Say ‘what’ again! I dare you, I double dare you, motherfucker! Say ‘what’ one more godamm’ time!” Ou ainda, após atirar no rapaz no sofá, dizer “I’m sorry, did I break your concentration? I didn’t mean to do that. Please, continue, you were saying something about best intentions.” Mas nada se compara à simples e direta questão sobre Marcellus Wallace: “Does he look like a bitch?”

You talking to me?

Assim como Tony Montana em Scarface, Taxi Driver, um dos melhores filmes de Martin Scorsese, não seria metade do que é se não fosse a interpretação visceral e arrebatadora de Robert De Niro, dando vida ao protagonista Travis Bickle. A diferença é que Taxi Driver, além do brilhantismo de De Niro, conta com um roteiro monumental. O monólogo do Bickle ao dirigir seu taxi durante a noite é assombroso. Ao longo do filme, assistimos a evolução da loucura no personagem, que culmina na brilhante e mais do que referenciada cena de Travis diante do espelho, arma em punho, apontando para si mesmo. Junto com a cena do chuveiro, de Psicose, talvez essa seja a cena mais parodiada no cinema. E não é para menos. Taxi Driver é um monumento de filme.

Here`s Johnny!

E quando o assunto é maluco no cinema, logo vem à mente a cena de um buraco numa porta, aberto por um machado, e a cara ensandecida de Jack Nicholson preenchendo o buraco. O Iluminado é um desses filmes inesquecíveis, pertencente ao hall de filmes clássicos da história do cinema. É uma das melhores obras de Stanley Kubrick, que, por sua vez, adaptou para o cinema o genial livro de Stephen King. O filme todo é uma obra de arte. O roteiro é excelente, a fotografia e a direção de Kubrick são uma verdadeira aula de cinema e as atuações de Jack Nicholson e Shelley Duvall são irretocáveis! Enfim, um clássico incontestável!

Run, Forrest, run!

Quem nunca viu um amigo sair correndo por qualquer motivo e gritou “Run, Forrest, run!”, que atire o primeiro bombom de chocolate! Forrest Gump figura entre os melhores filmes dos anos 90, quiçá de todos os tempos. Além da magistral atuação de Tom Hanks, trata-se de um filme dirigido por Robert Zemeckis e escrito por Eric Roth. É um verdadeiro, épico, um roteiro primoroso! Como tal, claro que rolam várias outras frases emblemáticas ao longo do filme, como a clássica “A vida é como uma caixa de bombons, você nunca sabe o que vai encontrar.” Um filme tão bom, mas tão bom, que quem ainda não viu, precisa sair correndo pra ir assistir!

Roads? To where we’re going we don’t need roads!

Impossível ler ou ouvir essa frase e, em seguida, não pensar na música grandiosa de Alan Slvestri! Essa é uma das frases mais famosas do cinema, nem tanto por ser repetida por aí à exaustão. Mas sim por encerrar com perfeição um filme… perfeito! De Volta Para o Futuro é uma obra prima, também muito conhecido por frases como “Great Scott!” ou “What the hell is a gigawatt?” Mais uma vez, uma obra irretocável de Robert Zemeckis, mas desta vez com roteiro de Bob Gale e produção de Steven Spielberg. Os três filmes da franquia são maravilhosos, mas o primeiro é realmente especial. O roteiro não tem uma pontinha solta sequer, os diálogos são deliciosos, a direção é incrível os personagens e as atuações são irretocáveis! Um filme que marcou gerações, que acabaram descobrindo que diabos é um gigawatt e, desde então, sonham com um futuro onde os carros sejam movidos a lixo reciclável e não precisem de ruas.

I’m gonna make him an offer he can’t refuse.

Para fechar a lista com chave de ouro, uma das muitas frases do filme que sempre figura entre os cinco melhores filmes já feitos de todos os tempos em qualquer lista que se preze. O Poderoso Chefão é inigualável em tudo! Direção, roteiro, fotografia, atuações, trilha sonora… e frases maravilhosas! Em que outro filme você veria um gângster dizer para o outro: “Leave the gun, take the cannoli.”? Sem falar no monumental diálogo de abertura do filme. Olha, é uma obra tão grandiosa, que deve ser até pecado a gente falar dele assim, de forma tão passageira. Assim como De Volta para o Futuro, os três filmes da franquia são ótimos, mas o primeiro tem esse frescor, esse magnetismo, que faz com que você o reveja inúmeras vezes e não se canse. É o ponto de partida para todos os filmes de máfia que vieram depois.

Menção honrosa

Falamos de dez filmes clássicos do cinema mundial, mas não podemos esquecer que o bom e velho cinema tupiniquim também tem muito filme bom e concebeu algumas frases muito marcantes. A começar por Tropa de Elite, que traz consigo um caminhão de frases clássicas, como “Tira essa farda, que você não é caveira, você é moleque!” “Pede pra sair!” E tantas outras. Na mesma onda, tem o excelente Cidade de Deus e a emblemática fala “Dadinho é o caralho! Meu nome agora é Zé Pequeno, porra!” Na comédia, temos o inesquecível Xicó d’O Auto da Compadecida e a indefectível frase “Não sei, só sei que foi assim.” Isso sem falar nas chanchadas dos anos 70 e 80, de gosto duvidoso, mas que renderam pelo menos dois momentos memoráveis e dignos de virar meme. Primeiro é uma cena do filme Os Sete Gatinhos, de 1980, onde o personagem de Lima Duarte, revoltadíssimo, brada: “Eu quero saber quem foi que desenhou caralhinhos voadores na parede do banheiro!” Mas a melhor é a frase do Rei Pelé no filme Os Trombadinhas, de 1979. Quando uma garota pergunta ao craque se ele é o Pelé, ele retruca: “Não, eu sou o Jô Soares, sua piranha!”

Ah, nada como um post leve e divertido como este, para celebrar todo o nosso amor pelo cinema. Não é à toa que o lema da Strip Me é barulho, diversão e arte! Pois o cinema nos proporciona isso tudo e muito mais! Nos dá inspiração para criarmos camisetas com estampas lindas, super descoladas e com muitas referências aos filmes que nós tanto amamos! Confere no nosso site a coleção de camisetas de cinema, e aproveita pra dar uma olhada nas camisetas de música, arte, cultura pop, games, e muito mais. Lá você também fica por dentro de todos os nossos lançamentos, que pintam toda semana.

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist com melhores músicas das trilhas sonoras dos filmes citados neste post! Frases de Cinema Top 10 Tracks. 

8 verdades que você precisa saber sobre a Barbie.

8 verdades que você precisa saber sobre a Barbie.

A Strip Me aproveita o hype da boneca mais famosa do mundo, para trazer alguns fatos relevantes que vão fazer você ver o filme Barbie com outros olhos.

Ah! Que época gloriosa para se viver, esta que presenciamos agora! Temos o mundo na palma da mão, na tela do celular, acesso à informação, diversidade de mídias e liberdade! O que será que Horkheimer pensaria dos tempos atuais? Será que ainda sustentaria suas ideias sobre a indústria cultural servindo aos interesses do capitalismo, manipulando as percepções e preferências das pessoas? Vendo todo o rebuliço em torno do lançamento do filme da boneca Barbie, lançado dia 20 de julho, dá pra gente afirmar sem medo de errar que os conceitos desenvolvidos pela escola de Frankfurt estão mais vivos do que nunca, independente da evolução e aparente democratização das mídias.

Desde sua criação no fim da década de 1950, a Barbie se tornou rapidamente um ícone da cultura pop, e também alvo de inúmeras polêmicas e críticas. E o filme estrelado por Margot Robbie reacendeu essa chama com uma intensidade inacreditável. Tal qual o garotinho do Sexto Sentido vendo espíritos, nós estamos vendo Barbie o tempo todo, em toda parte. E tem gente defendendo, tem gente criticando… bom, pra ter uma opinião válida a respeito de qualquer coisa, a gente precisa entender o básico, pelo menos, né. Então, hoje separarmos 8 verdades que você precisa saber sobre a Barbie. Assim você pode assistir ao filme de peito aberto e tirar suas próprias conclusões!

1 – Nasce uma estrela.

Primeira Barbie lançada, em 1959.

A fábrica de brinquedos Mattel foi fundada pelo casal Elliot e Ruth Handler. Elliot era um artista no sentido mais clássico, um cara recluso, mas talentoso, já Ruth era empreendedora e prática. Ao contrário da maioria dos brinquedos da marca, que eram desenvolvidos por Elliot, a Barbie foi uma criação exclusivamente de Ruth. Ao ver sua filha, Barbara, brincando com bonecas de papel e criando histórias como se as bonecas fossem versões crescidas dela mesma, surgiu a ideia de uma boneca que retratasse uma mulher adulta. Algo que não existia até então. As crianças brincavam com bonecas que representavam bebês ou crianças, mas nunca uma mulher adulta. A ideia de Ruth foi recebida como loucura dentro da Mattel, mas ela insistiu e a boneca Barbie, inspirada no nome da filha do casal, foi lançada em 1959 e se tornou sucesso absoluto.

2 – Ruth depois da Barbie.

Ruth Handler, criadora da Barbie.

Ruth Handler tem sua vida tão intrinsicamente ligada à Barbie que chega a ser citada no filme. Não é para menos. Após seu lançamento, a Barbie se tornou um prodígio de vendas. A Mattel cresceu vertiginosamente ao longo dos anos 60. Porém, a contra cultura dos hippies, à partir de 1967, começou a bater forte em cima da Barbie, colocando o brinquedo como símbolo de superficialidade e consumismo ilimitado. No meio disso tudo, Ruth descobre um câncer que a afasta da Mattel. E nessa altura, ela já era vice-presidente da empresa. Os anos 70 chegam trazendo recessão e uma crise econômica pesada, em especial para os Estados Unidos. As vendas da Mattel despencaram. Ruth fez uma mastectomia e começou a se recuperar do câncer, mas mesmo assim acabou sendo afastada da Mattel, após uma descoberta de declarações de vendas e receitas falsas. O casal Handler chegou a ser indiciado por fraude. Ruth voltou à Mattel na década de 90 e lá permaneceu até seus últimos dias. Ela faleceu em 2002 aos 85 anos.

3 – Barbie Pop Art.

Portrait of BillyBoy – Andy Warhol (1986)

É improvável demais pensar que um ícone pop como a Barbie passaria batido pelo crivo de Andy Warhol. Mas, por incrível que pareça, quase passou. A boneca só caiu nas graças do artista e foi retratada por ele em 1986, pouco antes de Warhol morrer. Claro que ele sabia da existência da boneca, e possivelmente curtia sua estética fashionista. Mas não passava disso. Foi graças ao designer de joias BillyBoy, amigo íntimo de Warhol, que a Barbie foi eternizada sob a estética da Pop Art. Acontece que BillyBoy sempre foi um colecionador da Barbie, tinha centenas de bonecas. E Andy Warhol vivia pedindo que BillyBoy posasse para ele ou permitisse que ele pintasse um retrato dele. Discreto, BillyBoy sempre recusou o pedido do amigo. Até que, após mais uma investida de Warhol, BillyBoy disse: “Well if you really want to do my portrait, do a portrait of Barbie because Barbie, c’est moi.” Assim, Andy Warhol fez um retrato da Barbie e entitulou a peça como Portrait of BillyBoy. E todo mundo ficou satisfeito. Inclusive os fãs da Barbie.

4 – Barbie na alta costura.

Barbie desenhada por BillyBoypara a exposição Le nouveau théâtre de la mode.

Foi justamente BillyBoy o responsável por introduzir a Barbie no mundo fashion. O cara tinha uma coleção de mais de 11.000 bonecas Barbie e 3.000 bonecos Ken. Em 1987 escreveu o livro Barbie: Her Life and Times. Ele era realmente um apaixonado pela Barbie. Em 1984 BillyBoy e a Mattel se uniram para realizar uma grande exposição. Le nouveau théâtre de la mode (Novo Teatro da Moda) era uma exposição que contava com centenas de Barbies vestindo roupas em miniatura feitas por Yves Saint Laurent, Christian Dior, Kenzo e outros grandes estilistas. BillyBoy, além de ser o curador da exposição, chegou a trabalhar para a Mattel como designer, desenhando dois modelos de Barbie: “Le Nouveau Théâtre de la mode” em 1984 e “Feelin’ Groovy” em 1986. Porém, em meados da década de 90 BillyBoy se cansou da Barbie e abandonou sua coleção. Além de ser um talentoso designer, ele é muito bem humorado e diz ótimas frases. Quando perguntado sobre o que fez com que ele perdesse o interesse pela Barbie, ele respondeu: “”I think Barbie is no longer touching on the zeitgeist of the moment,”

5 – Barbie trabalhadora.

Um dos pontos positivos da Barbie, frente à enxurrada de críticas que sempre recebeu, é que ela nunca teve preguiça de trabalhar. E já apareceu em muitas profissões diferentes. Ao todo, são mais de 180 carreiras profissionais, que incluem policial, chef de cozinha, professora, piloto de avião, médica, engenheira de computação, diretora de cinema, arquiteta, empresária e muitas outras. Isso significa que, ainda que seja um brinquedo que imponha padrões de beleza e incentive o consumismo, também estimula a criança a encontrar sua própria vocação e vislumbrar um futuro onde pode trabalhar e ser independente. Deixa de lado o estereótipo feminino retrógrado de dona de casa. As centenas de Barbies de diferentes profissões, passam a mesma mensagem: Você pode ser quem você quiser.

6 – Barbie Estereotipada.

Tá certo. Muito bonita essa história toda. Mas a gente sabe que o buraco é mais embaixo. A Mattel demorou um pouquinho demais pra se ligar que estava passando uma mensagem bacana, mas sob a sombra de um imenso porém. A mensagem era: Você pode ser engenheira, médica, professora… desde que você você seja loira, esguia e tenha olhos azuis. Realmente a maior pedra no sapato a Mattel sempre foi a representatividade. Inegavelmente, a boneca estabelecia padrões claros, e altíssimos, de beleza e estética. A primeira Barbie negra foi lançado somente em 1980. Mas sem muito alarde. Só em 2016 que a Mattel passou a investir mais pesado nessa questão e lançou Barbies com três novos tipos de corpo, sete tons de pele, 22 cores de olhos, 24 penteados e novos acessórios diversificados, com referências a diferentes culturas e etnias. Ainda assim, a imagem icônica da Barbie loira de olhos azuis, retratada por Andy Warhol e encarnada na Margot Robbie ainda sustentam esse estereótipo com um padrão de beleza inalcançável.

7 – Barbie em baixa.

A virada do século XX para o XXI foi amarga para a Mattel. Desde a metade da década de 90 a empresa assistia as vendas da Barbie despencarem. Em 2013 o faturamento que batia mais de 10 bilhões de dólares até o começo dos anos 90, baixou para 6,5 bilhões. É muita grana, claro. Mas é uma queda considerável. Principalmente depois de 2010, com a popularização das redes sociais e a internet fazendo cada vez mais parte da vida das crianças e pré adolescentes, somadas às constantes críticas que sempre sofreu, era natural que as vendas caíssem tanto. Cada vez mais, como vaticinou BillyBoy, a Barbie se afastava do zeitgeist.

8 – Barbie volta com tudo!

Em 2016 a Mattel se lança num projeto longo e ambicioso. Não só aumentar as vendas da Barbie, mas transformá-la num ícone inconteste da cultura pop e fazer da marca Barbie um estilo de vida direcionado não só para crianças, mas também para adultos nostálgicos. Em 2015 a agência BBDO San Francisco elabora para a Barbie a campanha Imagine the Possibilities, onde comunica que a Barbie também é capaz de empoderar as garotas. No ano seguinte, alinhada a esta campanha, a Mattel lança a linha de Barbies com diferentes corpos e cores de pele, que mencionamos aqui um pouco acima. Enquanto tudo isso acontecia, a Mattel já negociava com a Warner a produção do filme live action da boneca. Em 2019 Greta Gerwig foi confirmada como roteirista e diretora do longa e Margot Robbie como protagonista. De 2015 pra cá, a Barbie ganhou evidência em várias mídias, por diferentes motivos. Vários comerciais de TV e várias bonecas diferentes sendo lançadas, desde uma Barbie com deficiência física, até uma Barbie inspirada no Ziggy Stardust! Portanto, não pense você que foi mero acaso, esse barulho todo em volta do lançamento do filme. Foi tudo muito bem pensado!

Então é isso. Os fatos comprovam que Horkheimer (não confundir com Oppenheimer) continua relevante e sua teoria sobre a indústria cultural se mantém implacável! E como diria Humberto Gessinger, o pop não poupa ninguém. Com seus prós e contras, essa rotatividade da cultura pop e sua iconoclastia exuberante são fascinantes! A Strip Me e sua arte antropofágica também se alimenta de hypes e tendências, mas sempre com muita personalidade e estilo, é claro! Então, você certamente vai encontrar na nossa loja algumas camisetas fazendo referência à Barbie. Basta dar uma conferida nas coleções de cultura pop e cinema. E tem ainda camisetas de música, arte, cervejas, games e muito mais. Além disso, no nosso site você fica por dentro de todos os lançamentos, que pintam por lá toda semana!

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist com músicas que fazem referência à Barbie e outras bonecas. Barbie Top 10 tracks.

12 Filmes que contam a história do Rock! Parte 2

12 Filmes que contam a história do Rock! Parte 2

No mês do rock, a Strip Me apresenta 12 histórias de cinema, sobre alguns dos mais importantes artistas da música pop!

O Dia Mundial do Rock é mais brasileiro do que mundial. Basta você procurar mundo afora para ver quem realmente comemora essa data fora do Brasil. A história toda por trás disso é interessante. O dia 13 de julho de 1985 entrou para a história por conta do Live Aid, o grande festival que rolou simultaneamente nos Estados Unidos e Inglaterra e foi televisionado para o mundo todo. O evento reuniu gente como Paul McCartney, The Who, Queen e muitos outros. Aqui no Brasil o festival teve uma audiência enorme, já que o país ainda respirava a euforia do Rock In Rio, que aconteceu em janeiro daquele ano. Numa entrevista, falando sobre o Live Aid, Phil Collins, emocionado após ter participado do festival, declarou: “O dia 13 de julho deveria ser lembrado como o dia mundial do rock.” Pouca gente deu atenção a isso, exceto os jornalistas brasileiros. Desde então, rádios e publicações brasileiras dedicadas ao rock passaram a celebrar a data, e a moda pegou. E cá estamos. Celebrando o nosso brasileiríssimo Dia Mundial do Rock!

Para celebrar esse dia, selecionamos 12 filmes que ajudam a contar a história do rock n’ roll mundial e brasileiro. A lista foi dividida em duas partes. A primeira, publicada semana passada, você pode ler clicando aqui. E hoje apresentamos a parte 2, celebrando não só o dia 13, mas o mês de julho, que pode ser realmente considerado o mês do rock! Então já vai treinando o air guitar aí e confira a parte 2 da nossa lista de filmes sobre o rock n’ roll.

Last Days (2005)

Keyart for Last Days.

Incluir esse filme na lista é foi uma decisão difícil. Primeiro porque não é uma obra literalmente sobre um artista real, segundo porque é um filme muito mais introspectivo, pesado, sem praticamente nenhum apelo comercial. É o que a turma costuma chamar de filme cabeça, que pode ser um sinônimo de filme chato. O longa é escrito e dirigido por Gus Van Sant e foi inspirado nos últimos dias de vida de Kurt Cobain. Na verdade trata-se sim de um relato bem fiel do que foram os últimos dias de Cobain em sua casa, antes de se matar. Os nomes dos personagens foram alterados simplesmente porque não se chegou a um acordo entre o cineasta e a família de Cobain, com relação a diretos e tal. Apesar de não ser uma produção empolgante, cheia de música e personagens carismáticos, como estamos acostumados a ver na maioria das cinebiografias, Last Days é um filme muito bom, com uma fotografia cuidadosa, ótima atuação do protagonista Michael Pitt e que transmite com eficiência desoladora a angústia de alguém que não vê mais sentido na vida.

Simonal (2018)

Wilson Simonal foi um artista como poucos no Brasil. Misturou ritmos, praticamente criou um estilo novo, que viria a influenciar toda a música pop brasileira, do samba ao rock. Chegou a ser o artista mais bem pago do país, vendeu mais discos que Roberto Carlos e, quando estava no auge de sua carreira, levou um tombo do qual nunca mais se recuperaria. Foi acusado de colaborar com os militares e dedurar artistas considerados subversivos, durante a ditadura de 1964. Até hoje essa história é questionada. Leonardo Domingues escreveu e dirigiu Simonal, filme que retrata com muita beleza e fluidez a trajetória de Simonal ao estrelato, seu posicionamento contra o racismo e a controversa relação do cantor com a política. É um filme muito bem feito mesmo, com um roteiro muito bem elaborado, uma história interessantíssima e muita música boa.

The Doors (1991)

“Is everybody in? The ceremony is about to begin.”Sim, este é um dos filmes mais icônicos dos anos 90! Tudo convergiu para que este filme se tornasse um clássico imediato. A música dos Doors, a persona de Jim Morrison, que o ator Val Kilmer incorporou de maneira quase xamânica e a estética de videoclipe do diretor Oliver Stone. Se parar pra pensar, o roteiro em si não tem nada de novo. É a história de uma banda que começa por baixo, tem talento, consegue gravar um disco, faz sucesso, se perde em excessos… Mas Jim Morrison foi um artista único no rock. Mais poeta que músico, mais blues que rock, mais inconformismo que depravação, mais alucinógenos que insanidade. Oliver Stone arrebenta na direção deste filme, a edição e montagem são alucinantes, os diálogos são ótimos, a trilha sonora excelente… tudo funciona! Um filme para ver e rever!

Legalize Já – Amizade Nunca Morre (2017)

Skunk idealizou e ajudou a compor o material da banda Planet Hemp, mas não viveu para ver o seu sucesso e a polêmica que iria causar em todo o país. Entretanto, seu legado está presente e é reverenciado até hoje. Mas ele não fez isso sozinho. Ao seu lado estava seu grande amigo Marcelo D2. O filme Legalize Já retrata com propriedade o início da amizade entre Skunk e D2, a formação da banda Planet Hemp e o início do seu sucesso com o disco Usuário, lançado em 1995. Dirigido por Johnny Araújo e Gustavo Bonafé, e escrito por Felipe Braga, o longa tem uma cara de filme independente, uma fotografia ousada e muito bonita, além de ótimas atuações e uma ótima trilha sonora. Um filme para o qual se mantenha o respeito.

Bohemian Rhapsody (2018)

O diretor Bryan Singer ficou conhecido por conceber os melhores filmes da franquia X Men, além de ter dirigido o excelente Os Suspeitos, um filmaço de 1995 subestimado pela crítica. Mas foi em Bohemian Rhapsody que ele mostrou o grande diretor que é, ao retratar com tanta exuberância e cuidado a vida de Freddie Mercury e a obra do Queen. É verdade que o longa tem algumas falhas.  O roteiro de Anthony McCarten e Peter Morgantem tem alguns furos, além de alguns fatos sobre a banda serem omitidos e outros inventados, mas tudo em nome da boa e velha licença poética, que libera certos dribles na realidade para tornar a obra mais suculenta e apetitosa. O filme é vigoroso e vale a pena ser visto! Ah, sim! Há de se exaltar a brilhante atuação de Remi Malek como Freddie Mercury. O cara mandou bem demais! E a reprodução no filme da apresentação do Queen no Live Aid (olha o dia do rock aí!) é impecável!

Tim Maia (2014)

A história de Tim Maia chega a ser inacreditável! Dessas que quem ouve falar diz “Nossa, a vida desse cara dava um filme”. Pois é. Não bastou ser um dos maiores cantores do país, Tim Maia ainda teve uma vida intensa e cheia de momentos dignos de nota. A infância pobre no Rio de Janeiro. A banda promissora que foi desfeita depois de uma traição, a viagem aos Estados Unidos, a juventude transviada das drogas, a deportação e finalmente a ascensão na música. Mas não pára por aí, porque depois ainda vem a fase Racional, a criação de seu próprio selo, os shows que ele foi e os que ele não foi e a morte que quase aconteceu em cima do palco. Com uma história dessas, seria muito difícil sair um filme ruim. Ainda bem que Mauro Lima, que escreveu e dirigiu o filme, que foi inspirado no livro Vale Tudo, de Nelson Motta, soube aproveitar essa história e realizar um filmaço! Com uma direção fluída, ótima fotografia e atuações espetaculares. A trilha sonora, não precisamos nem dizer, é do c#r@l§! E se você está se perguntando o que o Tim Maia tem a ver com o rock, basta você saber que, além de ter feito uma música influente em todas as vertentes, estamos falando do cara que assumia bem humorado que, antes dos shows, praticava o triátlon, ou seja, mandava pra dentro whisky, maconha e cocaína. Se isso não é rock n’ roll, meu amigo…

Menção Honrosa

Ainda que o dia 13 de julho seja considerado o Dia Mundial do Rock mais aqui no Brasil mesmo, certamente, o mês de julho deve ser celebrado como o mês do rock n’ roll, independente disso. Em especial o dia 5 de julho é deveras significativo para a história do rock. Afinal, foi nesse dia que Elvis Presley, acompanhado de Scotty Moore e Bill Black gravou no estúdio da Sun Record a música That’s Alright Mama, a primeira gravação de Elvis, que se tornou popular e influenciou gerações a seguir. Por isso mesmo, não podemos deixar de citar o ótimo filme Elvis, escrito e dirigido por Baz Luhrmann, lançado em 2022. É um filme vigoroso e muito bem produzido, que conta toda a trajetória de Elvis. O longa conta com Tom Hanks, brilhante no papel de Coronel Tom Parker, e Austin Butler numa impressionante interpretação de Elvis. Não é só que o filme é bom, mas também a história de Elvis e sua música são inigualáveis. Não é à toa que ele ficou conhecido como o Rei do Rock, tendo influenciado todo mundo que veio depois dele. Inclusive os Beatles, cuja primeira apresentação nos Estados Unidos aconteceu no dia 5 de julho de 1964. É… talvez seja boa ideia a gente rever esse dia do rock no mês de julho.

Seja dia 5 ou dia 13, não importa! Porque todo dia é dia de rock! Pelo menos pra nós aqui da Strip Me! Por isso estamos sempre produzindo camisetas instigantes e provocadoras, além de super descoladas, claro! Entra na nossa loja pra conferir! Toda semana pintam novos lançamentos, e lá você encontra camisetas de música, cinema, arte, cultura pop e muito mais!

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist caprichada com músicas dos artistas biografados nos filmes citados neste texto! Rock no Cinema (Parte 2) top 10 tracks.

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