SIGNIFICADO & HARMONIA: O Guia Strip Me para Presentear

SIGNIFICADO & HARMONIA: O Guia Strip Me para Presentear

Chegou o fim de ano! Aquele tempo delicioso de dar e receber presentes! Mas você já deve ter percebido que presentear uma pessoa querida não é assim tão simples. Muitas vezes você conhece os gostos e interesses da pessoa, mas não sabe bem o que ela tem, o que não tem e tal. Por isso, nós, aqui da Strip Me, resolvemos te ajudar a presentear até mesmo aquela pessoa que você tirou no amigo secreto da empresa, mas não tem tanta intimidade. Se liga.

— Roots —

Aqui temos dois exemplos do que realmente sedimentou a estrada para o que conhecemos hoje como cultura pop. Os escritores como Jack Kerouac , Allen Ginsberg e William Burroughs, que encabeçam a famosa geração Beatnik influenciaram todo mundo, de Francis Ford Coppola a Bob Dylan, passando por Jim Morrison e Andy Warhol. Junto com os escritores beat, também florescia o jazz como uma música moderna e excitante que revitalizaria o blues e ajudaria a criar ícones da música e do cinema como Frank Sinatra e Tony Bennett. E foram instrumentistas como Dizzy Gillespie e Miles Davis, além de muitos outros gênios, que fizeram essa mágica acontecer.

Essas estampas harmonizam com: Pessoas introspectivas, de humor cítrico, que tomam café sem açúcar, vestem calça jeans e alpargatas sem meia. São fiéis aos discos de vinil e aguentam assistir …E O Vento Levou inteiro sem dormir.

— Cinéfilos —

O cinema faz parte da nossa vida, né? Mas para algumas pessoas o cinema é mais que um passatempo, é uma forma de expressão, uma maneira de se inspirar para fazer de sua própria vida algo extraordinário. Filmes como De Volta Para o Futuro são encantadores e realmente conseguem nos transportar a uma outra realidade para mostrar que é importante ser fiel a si mesmo e acreditar no que faz. Por outro lado, filmes como como Taxi Driver nos trazem a realidade na cara de uma maneira contundente e hipnotizante. E, olha, tem muitas outras camisetas que captam essa essência dos filmes mais legais do mundo. Tarantino, Zemeckis, Kubrick, Spielberg, Tim Burton… tá todo mundo lá na Strip Me!

Essas estampas harmonizam com: Pessoas auto centradas, com alto teor de senso crítico e pitadas de implicância. Tomam água com gás e não gostam de salada. Dizem que Cães de Aluguel é melhor que Pulp Fiction.

— Músicos —

A música é outra coisa que exerce grande influência sobre nós. Mas tem uma diferença entre quem ouve música só pra curtir e quem não consegue fazer nada sem escolher aquele disco determinado pra ouvir. Ainda mais se essa pessoa toca algum instrumento, faz parte de uma banda… aí é o pacote completo! Ainda bem que a Strip Me também tem fascinação por música boa e exalta o revolucionário Daft Punk, o seminal Sex Pistols, sem falar dos mestres Beatles, Rolling Stones, Dylan e outros divisores de águas como Sonic Youth, Nirvana, Amy Winehouse… tem pra todos os gostos!

Essas estampas harmonizam com: Pessoas levemente indisciplinadas, de humor caótico e forte aroma herbáceo. Tomam cerveja de qualquer marca, usam tênis All Star surrado e vivem olhando pro chão procurando uma palheta que estava no bolso da calça.

— Intelectual —

Se é a arte que imita a vida ou a vida que imita a arte, nós jamais teremos certeza. Mas ainda bem que temos no mundo pessoas que se dedicam a tentar entender a relação entre a vida e a arte e são tão apaixonadas por este mundo tão bonito e complicado ao mesmo tempo. Mas realmente não tem como não se encantar com uma obra como O Beijo, do Klimt, ou a impressionante A Dança, do Matisse. Do surrealismo de Dali ao classicismo do Da Vinci, passando pela Pop Art do Warhol, não faltam opções para ver a arte através de diversas perspectivas na loja da Strip Me.

Essas estampas harmonizam com: Pessoas misteriosas, de humor sóbrio e coloração intensa. Tomam vinho tinto e, eventualmente, fumam cigarros de sabor canela ou menta. Usam boinas ou chapéu de aba curta e acham Star Wars um filme sem graça.

— Zen —

Mas a gente não vive só de arte, música e filmes, né? É tão bom separar um tempinho pra você mesmo, acender aquele incenso, fazer uma meditação, limpar a mente. E manter o corpo e a mente saudáveis passa necessariamente pela harmonia dentro de casa, coisa que fica muito mais fácil quando se tem muitas plantinhas ao redor. Cultivar plantas em casa e levar uma vida centrada naquele velho conceitinho hippie paz e amor é tão bom que a Strip Me tem coleções especialmente dedicadas a essas atitudes!

Essas estampas harmonizam com: Pessoas desencanadas, de humor leve, com porções generosas de tranquilidade e retrogosto de cultura oriental. Tomam chá, são vegetarianos e preferem aplaudir o pôr-do-sol a discursos políticos.

— Generalista —

Você pode não acreditar, mas ser um generalista é algo muito bom. Porque permite que você possa ter vários interesses, hobbys e gostos distintos, sem a profundidade e o compromisso de um aficionado. Este desprendimento permite encarar tudo com bom humor, apreciar a fina arte dos memes e conversar livremente sobre qualquer coisa com quem quer que seja. Libertador, né? É assim que a Strip Me encara a cultura pop! Misturar a arte erudita com meme, música com cartum, vira-lata caramelo com Gremlin, tudo com muita liberdade e bom humor!

Essas estampas harmonizam com: Pessoas extrovertidas, muito bem humoradas e cheias de histórias condimentadas pra contar. Bebem o que a maioria do pessoal na mesa estiver bebendo, vestem bermuda e estão em dúvida se tatuam um índio Cherokee ou um tribal Maori no braço esquerdo.

— Retrô —

Sejamos francos. Às vezes tanta tecnologia cansa a gente. Principalmente pra quem já passou dos trinta e poucos, vira e mexe bate aquela saudade de quando não existia celular e a gente podia sair e fazer merda sem ser fotografado, ou então dar aquele perdido naquele cara chato que acha é seu amigão. E, olha, tem uma turma que, ainda hoje em dia, cultiva essa pegada retrô e curte ouvir vinil, decorar a casa com máquina de escrever, fitas VHS e outras coisas das antigas. E é claro que a Strip Me sabe que isso é uma maneira de expressão super charmosa e muito válida, por isso também tem uma coleção especial só nessa pegada de nostalgia.

Essas estampas harmonizam com: Pessoas descoladas, de humor sarcástico e personalidade agridoce com notas suaves de naftalina. Calçam sandália de couro igual o avô, fumam cigarro de palha, bebem Coca-Cola com Fernet e tem pavor dos remakes que o Tim Burton andou fazendo.

— Mais que amigos, Friends —

A real é que as pessoas são todas diferentes e tem personalidades únicas, né? A gente faz essas generalizações que são divertidas e tal, mas too mundo acumula pelo menos uns três desses perfis citados aqui. É isso que faz com que as pessoas sejam tão interessantes e interajam, se relacionem e criem laços tão fortes, sejam na família ou entre amigos, como um grande e divertido episódio de Friends. A gente tem certeza que você conhece muito bem quem você quer presentear, e estamos aqui pra te mostrar que seja qual for a personalidade dessa pessoa, você vai achar na loja da Strip Me o presente ideal. Tem opção até para crianças, na linha infantil! E mais. Ficou na dúvida, tem a opção de presentear com um excelente Vale-Presente! Ainda ficou na dúvida, fala direto com a gente pelo Whatsapp. Marca aí: (14) 99834 0169. Agora é só presentear e correr pro abraço!

Back To The Beatles

Back To The Beatles

De uns tempos pra cá inventaram um verbo interessante: Humanizar. Tal verbo é muito usado para descrever coisas que podem ser feitas de maneira mais artesanal, espontânea. Muitas vezes é usado de maneira exagerada, quase sem sentido. Fala-se por exemplo em humanizar partos. Praticamente um pleonasmo, humanizar o parto, subir pra cima… afinal o que pode ser mais humano do que o nascimento de um bebê? Enfim… Mas há de se admitir que é um verbo que pode ser bem utilizado, em especial quando uma personalidade torna-se tão grande no imaginário de outras pessoas, que passa a ser visto mais como uma entidade e menos como um ser humano, uma pessoa comum. 

No quesito entidade, dificilmente vamos encontrar um caso tão emblemático na história do mundo moderno como os Beatles. O grupo de Liverpool coleciona superlativos. A maior banda de rock, os maiores compositores da música pop, os melhores músicos, os discos mais perfeitos já lançados… a lista vai longe. Se eles são assim tão insuperáveis, pode até ser objeto de estudo e questionamento. Mas é inegável que os quatro Beatles foram responsáveis por uma verdadeira revolução cultural, lançaram muito material de altíssima qualidade musical e souberam vender muito bem seu peixe. Tanto é que John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr dispensam apresentações. São conhecidos até hoje, mesmo pelos mais jovens. Ainda mais agora. Afinal, foi lançado semana passada na plataforma de streaming Disney + o documentário Get Back, filme que retrata uma das últimas sessões de gravação dos Beatles juntos antes da separação definitiva da banda. 

A história toda é muito curiosa. Começou alguns anos atrás quando a Apple Corps. (empresa britânica criada pelos próprios Beatles. Não confundir com a empresa norte americana de Steve Jobs) estava pensando em fazer alguma atração que “reunisse os Beatles” usando hologramas. Ficaram sabendo que a empresa de Peter Jackson era a melhor nesse tipo de tecnologia e o convidou para uma reunião em Londres. Trataram do assunto e, no fim da reunião, Peter Jackson, que é fã dos Beatles, daqueles ardorosos, perguntou o que tinha sido feito de todos os rolos de filmes gravados ao longo do famoso Projeto Get Back que nunca saíra do papel.  Os executivos da Apple o levaram até uma sala e mostraram prateleiras e prateleiras de caixas com rolos de fita de vídeo e áudio daquelas sessões registradas no começo de 1969. Dias depois, o diretor de Senhor dos Anéis recebe um telefonema de um dos diretores da Apple dizendo “Olha, se você tiver interesse, pode dar uma olhada naquelas fitas e fazer um documentário.”. Era um sonho que se tornaria realidade para Peter Jackson e todos os fãs dos Beatles no mundo. 

O Projeto Get Back era uma empreitada multimídia em que os Beatles resolveram se meter sem planejamento nenhum. A ideia inicial era filmar os Beatles trabalhando em novas composições, que seriam apresentadas num show. Tudo isso filmado, se tornaria um especial de televisão, provavelmente um filme e também um novo disco. Mas tudo era bem abstrato. Não se sabia quais músicas seriam apresentadas, como seria o tal show, se seriam só músicas inéditas ou canções antigas da banda e de outros artistas, qual a duração do programa e TV, se realmente isso iria para as salas de cinema ou não… O fato é que no dia 2 de janeiro de 1969 a banda se reuniu com uma equipe de gravação nos estúdios Twickenham, em Londres para começar a trabalhar. Foi estabelecido um cronograma ali e a banda teria 3 semanas para compor e ensaiar, e na sequência fazer o tal show, que ainda não tinha local, data, horário, repertório… 

Parece meio caótico, e realmente era. Desde 1967, quando o empresário da banda, Brian Epstein, morreu, os quatro músicos passaram a bater cabeça para se organizar, colocar projetos em prática e manter a carreira da banda nos trilhos. Além do mais, os rapazes tornavam-se adultos, cada um com sua própria vida, relacionamentos amorosos e etc. Perdeu-se um pouco da coletividade.  Em certo momento no documentário George Martin comenta numa conversa sobre as dificuldades de George Harrison em impor suas canções que Paul e John não compunham mais juntos, mas ainda eram uma equipe. O álbum branco, de 1968, já demonstra bem as individualidades florescendo, não que isso seja cem por cento algo negativo. O que ficaria sendo conhecido no futuro, mas nunca visto até então, como Projeto Get Back capturou 60 horas de vídeo e mais de 120 horas de áudio da banda criando. Mas a banda já estava se esfarelando naquela época. John Lennon já tinha gravado seu primeiro disco solo, o experimental Two Virgins. Harrison também já falava muito sobre gravar suas canções por conta própria. E por fim, a banda ainda sofreria um racha irrecuperável em fevereiro daquele ano com a chegada de Allen Klein, notório empresário do meio musical e um canalha irremediável. Porém, um canalha carismático e convincente. Ele encantou John Lennon prometendo mundos e fundos e tecendo elogios exagerados à obra de Yoko Ono (o cara sabia onde estava pisando). Paul McCartney se recusou a ser empresariado por Klein. Foi a gota d’água que fez a banda romper definitivamente. Depois de muita discussão, em março de 1970 a banda anunciou o fim de suas atividades. Nesse meio tempo, o diretor Michael Lindsay Hogg, responsável pelas filmagens do Projeto Get Back, teve o aval para editar e lançar um filme nos cinemas para alavancar as vendas do disco Let It Be, com músicas escritas e gravadas naquelas mesmas sessões do Projeto Get Back, que foram entregues ao famoso produtor Phil Spector, que finalizou as faixas. Tudo isso lançado de maneira póstuma, já que a banda já estava oficialmente separada. Assim, em maio de 1970 foram lançados o disco e o filme Let it Be.

O filme que acaba de sair, dirigido por Peter Jackson, fez mais do que recuperar horas e horas de vídeos dos Beatles em estúdio. Ele trouxe outra face de uma mesma realidade. O filme Let It Be, de Lindsay Hogg, lançado em 1970, é pesado, dá ênfase a uma banda em conflito, até mesmo as imagens, boa parte filmadas em Twickenham, são escuras. Não é para menos. Ao lançamento do filme a banda tinha acabado de se separar e era aquilo que se esperava ver na tela. Porque tudo estava acabado, the dream is over. E Lindsay Hogg cumpriu seu papel entregando exatamente isso. E essa foi a imagem que ficou na cabeça não só dos fãs, mas dos próprios integrantes da banda, sobre aquela época.  Até por isso mesmo, eles sempre evitaram falar sobre o Projeto Get Back. Muitos acreditavam que ele nunca veria a luz do dia. Porém, assim, como a fala de John Lennon sobre ser mais popular que Jesus Cristo, em 1965, gerou uma confusão danada por ter sido colocada fora de contexto, as discussões que aparecem no filme Let It Be também são editadas e, muitas vezes, colocadas fora de contexto. 

As quase 8 horas de filme, divididas em 3 capítulos, são incrivelmente leves! Mostram um grupo de amigos se divertindo enquanto trabalham. Peter Jackson foi brilhante na montagem e edição, colocando tudo em ordem cronológica, e prende a atenção do telespectador não só pela evidente força das canções que vão sendo construídas, mas também pela confusão e pela dúvida de onde tudo aquilo vai dar, já que os ensaios são recorrentemente interrompidos por diretores e produtores querendo saber sobre o show, onde vai ser, como vai acontecer… e os quatro músicos sem saber, pois sequer tem um repertório para apresentar. Vamos ficar espertos, porque é bem capaz que saia alguma indicação ao Oscar para a edição ou montagem ano que vem. 

Outro trunfo de Get Back é mostrar essas canções incríveis sendo criadas do nada. A própria canção Get Back surge diante das câmeras enquanto Paul conversa e faz um ritmo no baixo, tocando em lá maior. Chega a ser emocionante esses momentos. Naquelas sessões, além de as músicas presentes no disco Let It Be, várias outras canções são esboçadas, que entrariam no disco Abbey Road e nos discos solo de cada um deles como Another Day, de Paul McCartney, Gimme Some Truth e Jealous Guy de John Lennon e All Things Must Pass de George Harrison. Mas o que emociona de verdade e dá uma genuína alegria de ver, é a amizade existente entre os quatro. Sobram piadas, brincadeiras, sorrisos e sinais claros de brodagem ao longo das sessões. O que vai totalmente contra a visão amarga do filme de Linsay Hogg de 1970. Ainda bem. 

Pra finalizar, importante dizer que o tal show do fim das sessões de gravação é o icônico show em cima do prédio da Apple Corps durante o dia, no centro de Londres. Que os Beatles contaram com a participação inestimável e enriquecedora do tecladista Billy Preston. Que a Yoko Ono definitivamente não teve nada a ver com o fim da banda. Que além de absurdamente talentosos, ficou evidente que os Beatles eram realmente trabalhadores, pois em 1968 lançaram um disco duplo de músicas inéditas, em dezembro participaram da divulgação da animação Yellow Submarine, no dia 2 de janeiro, provavelmente ainda de ressaca da festa de ano novo, foram trabalhar, ficando o mês de janeiro todo naquelas gravações, e em fevereiro foram para os estúdios da EMI gravar o Abbey Road. Além de tudo os caras eram umas máquinas de compor boas canções, porque realmente, era um ritmo inacreditável de gravações. 

Voltando ao início do texto, provavelmente o maior êxito de Get Back é conseguir humanizar os Beatles. Peter Jackson nos coloca como um dos membros da equipe de filmagem e nos permite observar com uma clareza nunca antes vista como aqueles jovens trabalhavam, sobre o que eles conversavam, as ideias que tinham, o humor ácido e nonsense, as dúvidas, as inseguranças… e acima de tudo a amizade. Como eles, cada um a seu modo, apoiavam um ao outro. Emociona demais ver o abraço entre Paul, John e Ringo após uma jam session raivosa no episódio da saída de George.  A forma como John aconselha George para encontrar as palavras certas na letra de Something, George e Ringo criando Octopus’ Garden e, principalmente, a alegria dos 4 tocando juntos em cima daquele prédio. 

A obra dos Beatles como um todo e este filme do Peter Jackson só reforçam a relevância do grupo no mundo. Sua influência na música, no comportamento e na cultura pop é inegável. Não importa se eles são ou não são os melhores, os maiores ou os mais geniais. Importa que eles são simplesmente incríveis. Por isso mesmo, são inspiração e influência para a Strip Me criar camisetas de música, arte, cinema, cultura pop e muito mais com uma pegada contemporânea, inteligente, responsável e divertida! Afinal, é isso que a gente gosta: barulho, diversão e arte! Vem conferir na nossa loja os lançamentos mais recentes! 

Vai fundo! 

Para ouvir: Claro, uma playlist do que de melhor foi criado ao longo das sessões do Projeto Get Back. Top 10 tracks Back To The Beatles. Ah, e independente desta playlist, vale a pena ouvir o relançamento deste ano do disco Let It Be, recheado de faixas bônus no Spotify. 

Para assistir: Não tem como te recomendar outra coisa senão assistir ao Get Back na Disney +. 

Para ler: Altamente recomendável a leitura do ótimo livro A Batalha pela Alma dos Beatles, lançado em 2012 pela editora Nossa Cultura e escrito pelo jornalista inglês Peter Doggett. O livro fala justamente sobre o rompimento da banda e as batalhas judiciais e sentimentais pelo espólio da que seria considerada a maior banda de todos os tempos. Leitura deliciosa. 

A Anatomia de Basquiat.

A Anatomia de Basquiat.

Brooklin, New York. 1967. Era um dia quente de verão e algumas crianças brincavam em uma das ruas do bairro nova iorquino. Num descuido, um menino corre pela rua e não vê o carro que se aproxima. O garoto é violentamente atropelado. O impacto foi tão grande que ele teve muito mais que um braço quebrado. Internamente seu corpo sofreu lesões, incluindo uma muita grave no baço, que requereu uma cirurgia imediata. O pós operatório e a recuperação fizeram com o que o garoto ficasse preso a uma cama de hospital por semanas. Por acaso, a mãe pegou na recepção do hospital um livro de anatomia humana e deu para o menino, que se encantou com as formas, figuras e cores das ilustrações do corpo humano. Ele não largou mais o livro, que o influenciaria para o resto da vida. O nome do tal livro era Gray’s Anatomy.

Se você acha que este texto vai versar sobre alguma série de TV envolvendo médicos, cirurgias e sexo em salas de descanso de hospitais, errou feio, errou rude. Vamos sim falar deste jovem menino negro, com ascendência haitiana e porto riquenha, que cresceu nas ruas de New York, quase morreu atropelado, passou semanas numa cama de hospital com o tal livro, que realmente se chama Gray’s Anatomy, um livro real de medicina famoso. Já adolescente, os pais se divorciaram e ele se mudou para Porto Rico com o pai. Onde morou por dois anos. Em 1976, voltou a New York e começou a se interessar por arte. Com um amigo, passou a fazer grafites pelos muros da cidade, desenhos e frases de efeito, sempre assinados como “samo”.

Cabeza – Jean Michel Basquiat (1982)

Claro, estamos falando do inconfundível Jean Michel Basquiat. Um jovem inteligente, rebelde e inconformado. Largou a escola ainda muito jovem, por isso foi expulso de casa pelos pais. Passou a morar com um amigo chamado Al Diaz, com quem, além de fazer pichações, pintava camisetas e post cards para vender e levantar uma grana. Em especial os grafites começaram a dar o que falar pela cidade. A assinatura da dupla, “samo” derivava da expressão “same old shit”, que eles falavam com frequência abreviando para “same old”, que facilmente se tornou “samo”.

Em 1979 já era conhecido por sua arte, participava de programas de televisão e abandonava os muros para pintar telas. Ao mesmo tempo diversificava sua área de atuação e entrava na onda da emergente música de vanguarda que pintava em New York, que misturava o barulho e a atitude do punk com as viagens do jazz fusion e conceitos da arte concreta. A banda que mais se destacou desta cena foi a Sonic Youth alguns anos depois. Basquiat se juntou ao cineasta Michael Holman em 1979 para montar uma banda chamada… Gray! Sim, em homenagem àquele famoso livro, do qual ele nunca se esqueceu, e que sempre o inspirou a pintar. Mas a banda não vingou, apesar de se apresentar nos principais antros místicos de New York, tais quais CBGB’s, Max Kansas City e Mudd Club. Lugares frequentados não só por músicos e punks, mas também pela trupe de excentricidades de Andy Warhol.

Coroas (Peso Líquido) – Jean Michel Basquiat (1981)

Basquiat e Andy Warhol se conheceram em 1980 e não se desgrudaram mais. Fizeram vários trampos juntos e se tornaram amigos muito peculiares, pois nutriam uma curiosa competitividade. A convivência e a chancela de Warhol, que muito o elogiava para terceiros, fizeram de Basquiat um artista renomado em muito pouco tempo. Suas telas passaram a circular entre os marchands mais badalados dos Estados Unidos e da Europa ocidental. Sua obra era descrita como um primitivismo intelectualizado, onde Basquiat pegava a linguagem dos grafites das ruas e mesclava a recortes, frases desconexas e pinceladas desconcertantes. Curiosamente Basquiat era tão próximo de Warhol, mas passava longe de ser um representante da Pop Art. Sua arte flertava muito mais com o expressionismo e o surrealismo. Mas tudo com uma originalidade  inacreditável.

Se você já viu filmes ambientados em New York do fim dos anos 70, começo dos 80, sabe que aquilo era uma loucura desenfreada. O fim da Guerra do Vietnã, a invasão da cocaína e a desigualdade econômica que começava a pesar nos Estados Unidos resultou numa onda de hedonismo e auto destruição que varreu a juventude da época. Basquiat chegara ao topo como artista plástico. Um negro, filho de imigrantes latinos, ele era único naquele mundo. E muito jovem. Não é de se estranhar que ele tenha se deslumbrado com o status, com o assédio, com a grana… e se esbaldado nas festas regadas a muita droga. Diz-se que seu apetite para consumir drogas sintéticas era tão grande quanto seu talento para pintar.

Dispensador de Pez – Jean Michel Basquiat (1984)

Em 1982 Basquiat teve um breve romance como uma garota muito carismática e bonita, que tentava se dar bem como cantora. Sempre que Basquiat a apresentava para alguém, dizia “Essa é minha namorada, ela vai ser uma grande cantora logo logo.” O namoro não durou muito. Em 1983, quando ela conseguiu lançar seu primeiro disco, eles já não estavam juntos. Mas ele estava certo. O disco de estreia já trazia clássicos como Holiday e Lucky Star e elevaria Madonna ao posto de diva do pop. Nesse período, entre 1983 e 1985, foi a época de maior convivência entre Basquiat e Warhol. Basquiat crescia exponencialmente. Em especial sua exposição chamada Anatomy, olha o livro aí de novo, causou grande impacto no mundo das artes, e a exposição foi apresentada nos mais importantes museus e galerias do mundo.

Caveira – Jean Michel Basquiat (1981)

Em 1987 Andy Warhol morre aos 59 anos. Basquiat ficou abaladíssimo. Já estava afundado no consumo cavalar de cocaína e heroína, e sua produtividade entrou em decadência. Começou a receber muitas críticas negativas da imprensa especializada e retrucava ferozmente se apoiando no racismo como justificativa para tais críticas. Sendo o único artista negro de destaque, é certo que ele sofreu muito racismo ao longo de sua carreira, mas naquele momento, realmente suas obras começavam a perder a alma, além de ele produzir cada vez menos, e passar cada vez mais tempo entorpecido. Até que no dia 12 de agosto de 1988 o que parecia inevitável se concretizou. Vivendo sozinho em seu apartamento, ele errou a mão e teve uma overdose de speedball, mistura de cocaína com heroína. Foi mais um grande artista que morreu aos 27 anos de idade.

Cavalgando com a Morte – Jean Michel Basquiat (1988)

Além de ser uma personalidade incrível, com uma história de vida fascinante, Basquiat tem uma importância brutal para a história da arte moderna. O fato de ser um artista negro, filho de imigrantes latinos, pobre, que pichava muros, é muito revelador e o torna único por ter conseguido chegar onde chegou. Mas o mais importante mesmo é que sua obra, a força e genialidade de tudo que ele produziu, se sobrepõe às condições sociais e pessoais. Basquiat é primeiramente lembrado pela sua obra, e depois por ser um artista negro e etc.

Como não amar um artista multimídia, que veio das ruas, que se envolvia com música e cinema, era contestador, libertário e jovem? A obra de Basquiat emana barulho, diversão e arte. Por isso mesmo é fonte direta de inspiração e admiração na Strip Me. Vem conhecer as nossas camisetas com estampas de arte, além de muitos outros lançamentos na nossa loja!   

Pássaro no Dinheiro – Jean Michel Basquiat (1981)

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist especial com o que rolava de mais legal na época em que Basquiat produzia em NY. Top 10 Tracks NY 1978 – 1988.

Para assistir: Em 1996 saiu a cinebiografia de Basquiat. O filme dirigido por Julian Schnabel chamado Basquiat – Traços de uma Vida, é um filme bem legal e mostra a vida do pintor em NY, seu envolvimento com Warhol e toda a sua vida caótica. Vale a pena conferir. Ah, sim. E quem interpreta o Warhol neste filme é ninguém nenos que David Bowie!

Press Start

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Tudo indica que os jogos são tão antigos quanto a humanidade. Quando os primeiros seres humanos começaram a se organizar em sociedade, deixando de ser grupos de nômades que se limitavam a caçar e comer o que encontravam, e passaram a se estabelecer em um determinado local, plantar e realizar outras tarefas, com certeza ali já tinha alguém tirando no palitinho pra ver quem ia construir  uma cabana ou lavar os potes sujos de comida. Certamente já tinha também uns dois ou três que apostavam alguma coisa quando um homem saía pra caçar algum bicho feroz: “Aposto duas pedras e uma ponta de flecha que ele não volta vivo.”. “Eu aposto as pedras, a lança e mais esse punhado de trigo que ele volta. Eu já vi ele caçando um búfalo sem lança nem nada uma vez.”. Mas enfim, claro que a gente não vai tão longe e contar a história dos jogos na humanidade. Vamos dar um salto temporal considerável e chegar em 1970.

A década de 70 foi onde tudo começou para quem se liga em vídeo games. Nessa época, pra jogar um jogo eletrônico, você tinha que sair de casa com algumas moedas, e as opções eram poucas. Tinha que entrar num bar pra jogar essencialmente pinball e um ou outro jogo de computador como o clássico Space Invaders. Eram máquinas do tamanho de uma geladeira, com uma tela e alguns botões, onde você inseria uma moeda e tentava se manter o maior tempo possível jogando sem “morrer” e ter que inserir uma nova moeda. Além do mais, alguns desses jogos arquivavam as pontuações mais altas e o jogador podia inserir seu nome. O que fomentava uma certa competitividade entre os frequentadores do local.  Tais aparelhos são conhecidos como arcade. Inicialmente eles ficavam em bares e lanchonetes, mas depois se popularizaram tanto que passaram a coexistir em salas com vários arcades, eram os fliperamas.

Anos antes, no fim dos anos 60, um estudante de engenharia elétrica da Universidade de Utah, nos cafundós dos Estados Unidos, chamado Nolan Bushnell começou a trabalhar em parques de diversão para levantar um dinheirinho. Ele gerenciava algumas máquinas de pinball e começou a ter ideias. Juntou com um camarada e montou uma empresa de tecnologia chamada Syzygy, que fazia manutenção nas máquinas de pinball, mas tinha como objetivo maior criar novos jogos. Em 1971 eles criaram o jogo Computer Space, que se tornou um dos primeiros arcades da história. E era uma parada revolucionária pelo simples fato de que eles usaram peças usadas de outros aparelhos e conseguiram realizar funções que antes só rodavam em computadores grandes em um aparelho pequeno e mais barato, usando circuitos de uma televisão velha.

O jogo não era grande coisa se a gente olhar hoje em dia, mas para época foi incrível. Fez um sucesso enorme. No ano seguinte a empresa começou a trabalhar num novo projeto. Mas antes de seguir em frente teve o bom senso de trocar de nome. Deixaram de lado o nome horroroso Syzygy para passar a se chamar Atari! O tal projeto novo se tornou mais um hit. Era basicamente uma partida de tênis vista de cima, com um quadrado branco sendo a bola e duas retas brancas como raquetes, que se movem para cima e para baixo. O nome do jogo era Pong. Arcades de Pong foram espalhados por vários pontos dos Estados Unidos e renderam uma boa grana. Jogar em arcade era muito divertido, mas tinha um problema sério: a hora de parar. Caso você não tivesse pais controladores que exigissem que você estivesse em casa antes do anoitecer, você corria o risco de o dono do bar desligar a máquina e te mandar embora para ele poder fechar o estabelecimento. Em 1975 a Atari conseguiu resolver esse grande problema criando um aparelho que você conectava na televisão de sua casa e podia jogar o Pong. O console foi lançado no natal daquele ano e vendeu duas vezes mais do que o esperado pela empresa.

A Atari começou então a desenvolver novos jogos que viravam arcades e também consoles pra se jogar em casa. Um desses jogos era o Breakout e foi desenvolvido por um hippie meio sujo, que vivia fumando um cigarrinho de artista, chamado Steve Jobs. Mas Bushnell tinha um sonho maior, e muito caro. Desenvolver um só console que pudesse rodar vários jogos diferentes, como uma vitrola que toca vários discos. Ainda que os negócios fossem bem, a Atari não lucrava tanto a ponto de bancar um projeto desse porte. Eis que a gigante Warner, que já se tornava um grande conglomerado multimídia se interessou pela empresa e a comprou. Agora sim, Bushnell poderia realizar seu sonho. Em 1977 é lançado o Atari Video Computer System, Atari VCS. Pouco Tempo depois ele foi rebatizado com o nome pelo qual ficou realmente conhecido, o Atari 2600.

O Atari era realmente um aparelho impressionante. Era um hardware simplíssimo, com apenas 128 bytes. É isso aí, bytes! Não é nem megabyte e nem gigabyte! É só bytes mesmo! Pra você ter ideia, hoje em dia tem celular por aí que pode chegar a 1 terabyte de memória! Enfim, acompanhava o console dois joysticks e um jogo, além de terem disponíveis para compra separadamente 8 cartuchos de jogos. Foi uma revolução e uma festa. Festa esta que durou pouco. Até então, a equipe da empresa era super bem entrosada, e era um bando de malucos que trabalhava de bermuda e andavam descalços pelo escritório, além de fumar maconha livremente e fazer festas homéricas quando metas de vendas de novos jogos eram batidas. Mas a Warner começou a cortar as asinhas dessa turma. Insatisfeito, Nolan Bushnell resolveu abandonar o barco em 1978. Se desligou da Atari para realizar outro de seus planos mirabolantes: uma rede de lanchonete chamada Chuck E. Cheese’s

Em 1979 outros funcionários da Atari, David Crane, Larry Kaplan, Bob Whitehead e Alan Miller, deixam a empresa para fundar a sua própria, a Activision. Primeira desenvolvedora de jogos para consoles que se tem notícia. Eles começaram desenvolvendo jogos para o Atari 2600, mas logo passaram a produzir também para outros consoles como o Odissey e o Coleco Vision.  É da Activision clássicos como Pitfall, River Raid e Enduro. Mas o fato é que à partir daí, a coisa começou a ficar feia pra Atari. Uma sucessão de erros fez com que a empresa começasse um declínio inimaginável. Além de querer lançar cada vez mais jogos, sem se preocupar tanto com a qualidade e a concorrência crescente de consoles de outras marcas que começavam a desnortear a Atari, a empresa já tinha perdido praticamente todas as pessoas responsáveis pelos grandes jogos e pelo próprio console Atari. Pra piorar, a Warner, através da Atari, se meteu a querer desenvolver computadores para competir com a IBM. Não tinha como dar certo.

O curioso é que quando as coisas começaram a andar mal nos Estados Unidos, o Brasil começava a tomar conhecimento do Atari e a molecada pirou forte. O Atari chegou oficialmente por aqui em 1983. Antes disso, algumas poucas pessoas tinham acesso ao console através de comissários e aeromoças que viajavam para o exterior, turistas que traziam na mala… enfim, não era nada fácil. Mas quem descolava um virava rei. E o Brasil funciona de um jeito diferente, né. Pois teve uma empresa de São Paulo que pegou um Atari, desmontou, entendeu como funcionava e… pirateou! Sim! Meses antes do Atari chegar ao Brasil, você podia encontrar nas lojas o Dactari! Claro, não funcionava tão bem e tal. Mas quebrava um galho. Porém, na mesma época, a Philips do Brasil comprou os direitos do Odissey e passou a comercializá-lo no Brasil. Na sequência veio o Atari e foi uma verdadeira loucura. O que mais chamou a atenção no lançamento do Atari no Brasil no fim do ano de 1983 foi a campanha publicitária genial criada na DPZ pelos publicitários Francisco Petit, Washington Olivetto, Paulo Ghirotti e Gabriel Zellmeister. Nas peças o Atari era vendido como “O Inimigo”, com títulos como “O inimigo número 1 da solidão” e “O melhor inimigo do homem”.

A história do Atari e dos vídeo games que vieram depois dele, como o Nintendo, o Master System e o Mega Drive, é incrível e repleta de detalhes espinhosos. Uma verdadeira odisseia até chegarmos aos dias de hoje, com games incrivelmente realistas, com roteiros cinematográficos, e também com os jogos online. Uma história que a gente vai contando aos poucos, saboreando cada momento. Afinal, esses jogos clássicos extrapolaram o mundo dos games e viraram ícones pop de toda uma geração. Inovar, romper barreiras, criar livremente, se divertir e, ainda por cima, virar ícone da cultura pop. Tá na cara que a Strip Me ia chegar chegando com uma coleção de estampas sobre games! Confere lá na nossa loja essas estampas e vários outros lançamentos!

Vai fundo:

Para ouvir: Uma playlist no capricho com músicas sobre vídeo games. Top 10 tracks Video Game!

Para assistir: Tem um documentário interessantíssimo sobre a chegada dos consoles de vídeo game no Brasil chamado 1983 – O Ano dos Videogames no Brasil. O filme é dirigido por Artur Palma e Marcus Chiado Garrett e foi lançado em 2017. Além de muitos depoimentos, o filme conta com várias imagens bem legais da época do lançamento desses games aqui no Brasil. Vale a pena demais assistir. Tem completinho no Youtube, só clicar aqui.

2022 vai ser show!

2022 vai ser show!

Ah, como é bom olhar para o futuro e… ver o futuro! Sim, porque até ano passado a gente estava bem desacreditado, sem perspectiva de que voltaríamos a ter a normalidade old school da vida de volta. Bom, vá lá que aquela normalidade raiz, aquela normalidade moleque, que a gente conhecia até 2019 talvez nem volte. Afinal, depois de tudo pelo que passamos nos últimos dois anos, parece meio absurdo achar normal ver o mesmo copo de bebida passar pela boca de 5 pessoas na balada, por outro lado, usar máscara no metrô ou no ônibus lotado, já não nos parece uma ideia tão absurda, hábito este que nossos amigos asiáticos  já cultivam há muitos anos, diga-se. Mas enfim, depois da maioria da população devidamente vacinada e respeitando alguns mínimos cuidados ainda necessários, a gente pode sim voltar a ter alguma normalidade! Já dá pra reunir uma turminha pra tomar uma no barzinho de mesa na calçada, já dá pra fazer aquele churrasquinho com piscina no domingo com os amigos, Isso agora, né… porque em 2022, aí sim! Em 2022 voltam os festivais de música!

2 anos sem um showzinho sequer, cara! Imagina! Com certeza tanto quem curte ir em shows, quanto as bandas, devem estar louquíssimos pra voltar às arenas! Na gringa já tem vários shows rolando, exigindo comprovante de vacinação e tal, é claro, é o mínimo, né. Apesar de todos os pesares (e bota pesares nisso) o Brasil está mandando super bem na vacinação e conseguindo imunizar cada vez mais gente! Com essa perspectiva positiva, vários festivais grandes já estão confirmados para o ano que vem. Vamos dar uma geral nos principais.

Vamos começar falando do Coala. Festival de música brasileira que acontece em São Paulo, o Coala é o meio do caminho entre o mainstream e o underground. Nasceu de uma ideia entre amigos, de fazer um festivalzinho pra curtir umas bandas legais, e se tornou um dos eventos anuais mais importantes da cidade de São Paulo. Em 2022 será a oitava edição do evento. O Coala sempre deu preferência para artistas brasileiros. E já contou com nomes de peso como Caetano Veloso, Tom Zé, Criolo e muitos outros. Ano que vem o Festival traz nomes da primeira grandeza tupiniquim. Na noite de 17 de setembro o palco principal vai contar com Alceu Valença e Gal Costa, que terá no palco a companhia de Tim Bernardes, vocalista e principal compositor da banda O Terno. Já no dia 18 de setembro, As atrações principais serão a rainha da MPB Maria Bethânia, o excelente rapper Black Alien, que já fez parte do Planet Hemp, e também a cantora mineira Marina Sena com seu pop brasileiríssimo. Além dos shows sempre rola no Coala várias intervenções artísticas, como grafites e tal.  Um rolê imperdível no Memorial da América Latina. Pra se informar melhor, é aqui ó: Festival Coala

Imagem: totalacesso.com/events/coalafstvl_2022

Outro festival que começou ali, pequenininho e sem grandes pretensões, e hoje é um dos mais importantes do país é o João Rock, que rola em Ribeirão Preto (SP). Cara, o João Rock teve sua primeira edição em 2002, e de lá pra cá, só parou mesmo na pandemia.  Praticamente todos os nomes importantes do rock e da música pop brasileira já se apresentaram no palco do JR. Basta dizer que a grande maioria dos headliners de 2022 já se apresentaram em edições anteriores do festival. O JR rola durante um dia inteiro, dividido em 3 palcos: O Palco João Rock, o Palco Brasil e o Palco Fortalecendo a Cena, com artistas novos. Alguns dos nomes que estarão no JR 2022 são Titãs, CPM 22, Humberto Gessinger, Planet Hemp, Emicida, Pitty, Gabriel o Pensador, Barão Vermelho, Erasmo Carlos… fala a verdade! É quase todo mundo do cenário pop rock brasileiro! Bom, o João Rock rola no dia 11 de junho de 2022 em Ribeirão Preto, SP. Mais informações sobre o evento: João Rock

Imagem: joaorock.com.br

Outro festival que já se tornou tradicional na cidade de São Paulo é o mundialmente famoso Lollapalooza. O Lollapalooza, como você já deve saber, começou nos Estados Unidos em 1991, idealizado pelo vocalista da banda Jane’s Addiction, Perry Farrel. Tocaram 9 bandas e era pra ser o show de despedida da turnê que o Jane’s Addiction estava fazendo. Mas acabou virando um festival itinerante anual no território do Tio Sam, onde se misturavam bandas consagradas e iniciantes. O festival chegou no Brasil em 2012, e se tornou regular, primeiro no Jockey Club de São Paulo e depois passando para o autódromo de Interlagos. O Lollapalooza já trouxe para o Brasil shows inesquecíveis como Arctic Monkeys, Foo Fighters, Franz Ferdinand, Black Keys, Pearl Jam, Robert Plant, Metallica, Strokes, Red Hot Chilli Peppers e Soundgarden. É um festival de altíssima categoria, que além de shows conta com uma infinidade e tendas e atrações artísticas e gastronômicas. O festival vai rolar entre os dias 25, 26 e 27 de março de 2022 no Autódromo de Interlagos, em São Paulo e vai contar com shows de The Strokes, Doja Cat, Machine Gun Kelly, Miley Cyrus, Asap Rocky, Alok, Foo Fighters, Black Pumas, Emicida, Fresno, Detonautas e muitos outros. Pra saber mais: Lollapalooza

Imagem: lollapaloozabr.com

Ano que vem também tem mais uma edição do legendário Rock In Rio, o primeiro grande festival brasileiro, cuja primeira edição em 1985 foi histórica por marcar a reabertura política do país depois de amargos 21 anos de ditadura militar, e também por trazer nomes como Queen, Ozzy Osbourne, Iron Maiden, AC DC, Yes, James Taylor, George Benson, além de muitos nomes importantes da música brasileira. Foi um marco! Em 2004 o festival cruzou o oceano Atlântico e teve 11 edições em Lisboa e Madri. No Rio de Janeiro foram 9 até agora, e teve uma edição especial em 2015 em Las Vegas, Estados Unidos. Com certeza é um dos maiores festivais de música do mundo. A edição de 2022 vem pra lavar a alma dos vacinados e vacinadas trazendo nomes como Post Malone, Demi Lovato, Justin Bieber, Alok, Coldplay, Iron Maiden, Megadeth, Sepultura, Joss Stone e outros. Tá rolando uma boataria fortíssima que Pearl Jam também está na parada, mas ainda não tem nada confirmado no site oficial do evento. Confere os detalhes aqui ó: Rock in Rio

Imagem: instagram.com/rockinrio

Então só nos resta separar aquela máscara mais descolada, o frasquinho de álcool gel e armazenar energias (e muito dinheiro) pra poder conferir tanto show bom assim! Mas é disso que a gente gosta, é isso que motiva a gente! Para curtir tanto barulho, diversão e arte, A Strip Me tem toda uma coleção de camisetas com estampas de música super originais, inclusive várias dessas camisetas são relacionadas a algumas das bandas que estarão nos palcos brasileiros ano que vem. Então vem se preparar com a gente! Dá uma olhada na nossa loja!

Vai fundo!

Para ouvir: Aquela playlist cremosa com as principais músicas das bandas que vão marcar presença nos palcos brasileiros. Top 10 tracks Festivais BR.

Para assistir: Tem um documentário maravilhoso que, apesar de não ter a ver com festivais brasileiros e tal, transmite exatamente como funciona a vida na estrada de uma turnê de uma banda de rock. Trata-se de The Rolling Thunder Revue – A Bob Dylan story by Marin Scorsese. E é isso. É um doc sobre uma turnê do Bob Dylan filmado e dirigido pelo Martin Scorsese. Não dá pra ser ruim! Aliás, é bom pra c@r$*l#! E tem na Netflix.

Música e Evolução.

Música e Evolução.

Você já parou pra pensar que uma pessoa que tem hoje em dia 60 anos de idade, presenciou uma evolução inacreditável de mídias? Imagine você que na década de 70 só existia o vinil, as fitas k7, o cinema e a televisão, mas não existiam ainda os videocassetes e as fitas VHS para vídeo. Tais “novidades” só surgiriam nos anos 80. Na virada dos anos 80 pros 90, ainda apareceria o CD, pra mudar de vez a porra toda. Junto vieram mídias que não vingaram e tiveram 15 minutos de fama, como o laserdisc e o MD. Sem falar que na comunicação de maneira geral, já aparecem os primeiros telefones celulares, pagers e laptops. Na virada do século, a música digital toma o mundo de assalto através dos arquivos mp3. Alguns anos depois a fotografia também entra na era digital e surgem as primeiras câmeras que dispensam filme, como as famosas Cybershots. Na sequência surgem as evoluções dos telefones celulares, players de mp3, iPods, os smartphones, tablets, plataformas de streaming… e chegamos até aqui. É muita mudança! E tudo indica que a coisa não para por aqui. Ainda temos muito a evoluir, cada vez em intervalos menores de tempo.

E foi o mercado da música quem mais sofreu mudanças de 1999 pra cá. Afinal, foi naquele ano que um moleque norte americano criou o Napster. Bom, se a gente quiser ser muito específico, essa revolução toda começou uns dez anos antes, quando o tal arquivo mp3 foi desenvolvido. Cientistas alemães e norte americanos queriam conseguir transformar arquivos digitais de áudio num formato compacto, mas sem perder muito a qualidade. A coisa toda é bem complicada de se explicar, mas tem a ver com o desenvolvimento da tecnologia, a modernização dos computadores e os avanços dos estudos da psicoacústica. Além de ser o título do melhor disco da banda Ira!, a psicoacústica é uma ciência tão interessante quanto complexa, que analisa ondas e frequências sonoras que o nosso ouvido e cérebro identificam ou não em diferentes circunstâncias, e como elas são processadas. Mas, enfim, veio a mp3, um baita avanço, mas era uma parada restrita ao mundo acadêmico e um ou outro entusiasta da tecnologia cheio da grana que trabalhava em estúdios de gravação de áudio. Em 1997 um hacker até hoje não identificado teve acesso aos códigos que geravam os arquivos mp3. Esses códigos, ou codecs, eram pagos. Você comprava, instalava no seu computador e poderia gerar os arquivos. O que aconteceu é que esse hacker alterou os códigos, os deixando abertos e espalhou pela internet. Foi quando o formato se popularizou de vez, de graça. E voltamos ao Napster.

Shawn Fanning tinha 18 anos quando teve a ideia de criar uma plataforma onde as pessoas pudessem se conectar e trocar seus arquivos de música. Ele desenvolveu a parada e colocou no ar com o nome Napster. Em poucos meses já era um sucesso! Menos de um ano depois de entrar no ar, já contava com 50 milhões de usuários e incontáveis arquivos de mp3 trocados. Logo de cara uma gravadora entrou com um processo contra Fanning, por compartilhar músicas sem pagar direitos autorais. Quando se espalhou a notícia de que a música do Metallica I Disappear, gravada para o filme Missão Impossível e que ainda não tinha sido lançada oficialmente, vazou e estava sendo compartilhada freneticamente no Napster, a banda também entrou na justiça contra a plataforma, protagonizando um dos mais embaraçosos momentos da história da banda.

Tiveram outros artistas menores que também compraram essa briga, mas foi o Metallica quem mais se destacou, com o baterista Lars Ulrich batendo ponto em tudo quanto é audiência a respeito do processo. Pra piorar, o Metallica rastreou os nomes de 335 mil usuários do Napster que compartilharam suas músicas e fez com que eles fossem banidos da plataforma. Os próprios fãs da banda se voltaram contra ela. De fato foi uma atitude mesquinha e egoísta da banda, que falhou miseravelmente em enxergar que o futuro da indústria fonográfica estava, se não condenado, fadado a mudar drasticamente. O Radiohead, por exemplo, se ligou nisso na hora. Antes de ser lançado o CD nas lojas, o disco Kid A já estava disponível para download gratuito no site da banda. E isso não diminuiu as vendas, já que as pessoas já conheciam as músicas e queriam agora ter o pacote completo, o encarte do CD, com toda a arte gráfica, letras, informações… é, eram outros tempos.

Ainda sobre esse momento de transição tão único da música pop, não podemos deixar de relembrar o mais emblemático entre todos os players de mp3 que surgiram. O Winamp apareceu em 1997. Sua primeira versão, bem simples, foi lançada em março de 1997. Somente dois meses depois, em maio, já pintou a segunda e definitiva versão, com a skin clássica, opções de lista de reprodução e equalizador próprio. Em 2005 lançaram uma versão mais moderna onde o usuário podia customizar suas skins, ou fazer o download de dezenas de skins já prontas. Além disso, agora o player aceitava vários formatos de arquivos de áudio e também reproduzia vídeos. Era uma experiência divertidíssima, além de dar a opção ao usuário de formatar a equalização da forma que melhor lhe agradasse, podendo alterar, graves, médios e agudos.

Não é exagero nenhum dizer que o Napster e o Winamp foram os grandes expoentes de uma verdadeira revolução. Em 2001 o Napster perdeu todas as ações judiciais e foi fechado. Mas a febre de compartilhamento já tinha se espalhado. Vieram KaZaa, Morpheus, LimeWire, AudioGalaxy, eMule, Soulseek e tantos outros. O iTunes popularizou a comercialização de arquivos digitais, apaziguando um pouco os ânimos do mercado. Vieram os players portáteis como o iPod e tantos mp3 Players de várias marcas. A internet melhorou e facilitou muito as coisas. No fim, um outro moleque, este na Suécia, colecionador de música, usuário do Napster e do Winamp, teve a ideia de unir os dois. Em 2008 criou o Spotify e acelerou ainda mais as mudanças cada vez mais drásticas para o mercado fonográfico, e iniciando a era do streaming na música.

A lição que se tira dessa história toda é que no final das contas, o que importa mesmo é a arte, a essência. A indústria, o business sempre vai ter seus altos e baixos, mas nunca vai conseguir fazer com que músicos deixem de compor grandes canções e gravá-las para que o maior número de pessoas possível possa ouvir e se emocionar. Se essa música será tocada na vitrola, no toca fitas, no CD player, no computador ou no celular, isso pouco importa. O importante é a música continuar tocando almas e corações.

Evoluir, valorizar a essência da arte, se emocionar e se inspirar com grandes canções é uma das maiores forças propulsoras da Strip Me para elaborar e te entregar camisetas com estampas originais, criativas e super descoladas sobre música, cinema, arte, cultura pop e muito mais. Tudo feito com muita responsabilidade e compromisso, tudo em nome do barulho, diversão & arte! Vem conferir os mais novos lançamentos na nossa loja!

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist com o que rolou de melhor entre 1999 e 2001 e era compartilhado á rodo no Napster! Napster Top 10 tracks.

Para assistir: Tem um documentário muito bacana lançado em 2013, que conta toda a história do Napster e os rolos com a justiça. Se chama Downloaded – A saga do Napster, dirigido pelo Alex Winter. Não é muito fácil de achar, mas vale a pena procurar.

Breja, loira gelada, cerva, cervejinha… enfim, Cerveja!

Breja, loira gelada, cerva, cervejinha… enfim, Cerveja!

Lógico que não vamos deixar o mês de outubro passar sem falar de cerveja, né? Afinal de contas, é o mês da Oktoberfest, além disso, já dá pra ver no horizonte as festas de fim de ano chegando, quando junta aqueles amigos antigos que mudaram de cidade e voltam pra passar o Natal em família. E o calor também já vem chegando com força, propiciando aquele happy hour no fim do dia pra refrescar as ideias e molhar as palavras.

Você deve se lembrar que a gente já deu uma geral no mundo das cervejas neste blog ano passado. Caso não se lembre, vale a pena dar uma lida, é só clicar aqui. Enfim, já sabemos que a cerveja é a bebida alcoólica mais antiga da humanidade, surgiu entre os sumérios, passou pelos egípcios, monges medievais, trabalhadores germânicos do século XIX, britânicos beberrões do começo do século XX, até chegar na geração Z fumando vaper e tomando Stellinha. Mas falando sério, o segmento de cervejas se desenvolveu muito, e isso é uma coisa relativamente recente. Até os anos 70 cerveja era bebida de proletário, sem requinte. Chique era tomar vinho, harmonizando com queijos esquisitos e tal. E isso no mundo todo, não só aqui no Brasil.

Por incrível que pareça, quem começou a fazer com que as pessoas entendessem que a cerveja era um universo bem mais interessante e sofisticado foi o Michael Jackson! Mas calma! Antes de você ir pro Google caçar imagens do Rei do Pop tomando uma breja na Vila Madalena, saiba que não é esse Michael Jackson que você está pensando. Estamos falando do Michael James Jackson, um jornalista e escritor inglês, autor de vários livros sobre cervejas e que protagonizou uma minissérie exibida no Discovery Channel em 1989 chamado Beer Hunter. Michael Jackson sempre iniciava os episódios com o mesmo discurso: “O meu nome é mesmo Michael Jackson, mas eu não canto, não danço e nem bebo Pepsi. Eu viajo o mundo provando cervejas, é disso que eu vivo. É um trabalho duro, mas alguém precisa fazê-lo”.

Esse Michael Jackson foi um figura.  Infelizmente já falecido, em agosto de 2007 aos 65 anos de idade, ele lançou em 1977 o livro World Guide to Beer, que fez um sucesso enorme. Ele escreveu mais de 10 livros sobre cerveja e whisky. Era colaborador de várias revistas das mais diversas pelo mundo com artigos e críticas. O crescente interesse do público por cerveja fez com que um canal independente de televisão da Inglaterra o convidasse para produzir e protagonizar um documentário sobre cervejas do mundo. O documentário foi dividido em 6 partes e exibido como uma minissérie na Grã Bretanha, e depois para vários países do mundo pelo Discovery Channel. Os episódios são divididos por lugares e suas escolas cervejeiras, principalmente a Bélgica, a Alemanha e o Reino Unido (Inglaterra, Escócia e Irlanda), passando ainda pelos Estados Unidos. Sua passagem pelos Estados Unidos, inclusive, foi essencial para o surgimento de muitas microcervejarias, que iriam desenvolver uma nova linguagem na fabricação e novos tipos de cerveja.

Aqui no Brasil sentimos mais os ecos do trabalho do Michael Jackson, mas a história recente das cervejas artesanais por aqui passam necessariamente pela Oktoberfest de Blumenau, Santa Catarina. A Oktoberfest é uma festa tradicionalíssima na Alemanha. Começou em 1810, em Munique, onde vivia a realeza da Baviera. Para celebrar o casamento do príncipe, foi organizada, no dia 12 de outubro, uma festa enorme no gramado em frente do castelo, aberta ao povo, e que contaria com uma corrida de cavalos como grand finale. A festa fez tanto sucesso, que a população resolveu repeti-la no ano seguinte, com a corrida de cavalos e também como uma feira agrícola, para fomentar o comércio. Desde então, em somente 24 anos a festividade, que acabou conhecida como Oktoberfest não aconteceu, devido ás guerras ou epidemias como a cólera, que acometiam as cidades com frequência no século XIX. Em 1984 com a economia em crise e com a cidade de Blumenau recém atingida por uma terrível enchente, empresários catarinenses descendentes de alemães tiveram a ideia de promover uma versão da Oktoberfest na cidade para levantar dinheiro e ajudar a cidade a se reerguer. A ideia deu tão certo que até hoje é uma das festas mais tradicionais do Brasil, recebendo aproximadamente 500 mil pessoas por ano.

O sucesso da Oktoberfest em Blumenau fez com que várias cervejarias pequenas do sul do país pudessem se desenvolver. Paralelamente o público começou a conhecer mais sobre diferentes tipos de cerveja. Vieram os anos 90, a estabilidade econômica do Plano Real e o acesso cada vez mais fácil a produtos importados, inclusive cervejas. Nos anos 2000 o acesso á internet abriu as portas do conhecimento sobre produção, facilidade de compra online… e a coisa cresceu ainda mais. Agora, com alguns vídeos e um investimento em um ou outro equipamento mais específico, a turma consegue produzir sua própria cerveja no fundo de casa.

O legal mesmo dessa coisa toda é que nesse mundinho da cerveja tem espaço pra todo mundo. Pro cara que curte uma cervejinha gelada no boteco, pro cara que gosta de cozinhar e fazer harmonizações, pro curioso que curte cerveja amarga, pro mestre cervejeiro profissional… e dá pra todo mundo conviver numa boa. A cerveja é uma baita bebida democrática e plural. Uma vibe que tem tudo a ver com a Strip Me, onde você encontra várias camisetas com estampas de cerveja e muitos outros temas que representam tão bem a liberdade, diversidade, harmonia e, é claro, barulho, diversão e arte! Vem pra nossa loja conferir!

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist ensolarada pra você curtir tomando uma gelada naquele happy hour delícia! Happy Hour Top 10 Tracks. Ah, sim. Não são músicas que falam sobre cerveja, tá? São músicas que simplesmente caem bem naquele papo animado regado a cerveja boa num fim de tarde de calor.

Para assistir: Sem dúvida a citada minissérie Beer Hunter é altamente recomendável e tem completinha no Youtube com legenda e tudo. O link da playlist com os 6 episódios tá aqui.

Welcome to the Jungle!

Welcome to the Jungle!

O que é mais importante, a tendência da moda ou a sua personalidade? Não precisa nem pensar muito pra saber que é a personalidade, né? Mas também, não precisamos ser radicais. Claro que as tendências da moda são super legais, e quando dão match com a personalidade então, é maravilhoso! E, olha, quando falamos tendências da moda, não estamos nos referindo necessariamente só a roupas, mas também comportamentos, hábitos culturais e etc. É como diz a canção: “É preciso estar atento e forte”, ou seja, seguir as tendências, mas se manter fiel à sua personalidade. E se tem uma tendência que vale a pena ser seguida e é facilmente adaptável a qualquer personalidade é cultivar plantas em casa!

Você pode chamar de home gardening, cultivo indoor, urban jungle… cara, o rótulo pouco importa! O que importa é que ter plantas em casa é a moda mais legal que apareceu nos últimos anos! As plantas são uma decoração super descolada, mas também ajudam a equilibrar os ambientes, ajudam a relaxar, limpam e melhoram o ar da casa, trazem boas sensações. É tudo de bom mesmo! Mas é curioso, porque cultivar plantas e flores em casa sempre pareceu ser um hábito de donas de casa de meia idade e senhorinhas aposentadas. O que aconteceu que, de repente, jovens que moram sozinhos desembestaram a ter samambaias e costelas de Adão em todo canto do apê?

É verdade que essa prática explodiu mesmo ano passado, com a pandemia, todo mundo tendo que ficar em casa e tal. Mas essa moda vem de um pouco antes.  Em 2016 muita gente já falava em urban jungle como uma tendência de decoração e estilo de vida, por exemplo. Cabe aqui uma constatação social para contextualizar. Nos últimos 20 anos se percebeu um aumento expressivo de jovens entre 30 e 40 anos morando sozinhos. O mercado imobiliário se adaptou rapidamente a essa realidade, com cada vez mais apartamentos pequenos, porém charmosos e bem localizados. Da mesma maneira, também cresceu muito o segmento de pet shops, porque a pessoa quer morar sozinha, mas quer ter um bichinho ali junto, afinal, não dá pra negar que cachorro e gato são bem melhores que qualquer pessoa. O lance de morar sozinho também tem muito do sentimento de auto valorização, fazer acontecer, do it yourself. Todo esse contexto contribuiu para esse crescente interesse dos jovens por cultivar plantas em casa.

Tem um outro aspecto interessante nisso tudo. O lance de se sentir confortável, acolhido, dentro de casa tem muito da nossa memória afetiva. Para muita gente não tinha lugar mais gostoso pra se estar quando criança do que na casa da vó. Se você fechar os olhos agora e pensar  nas palavras “casa de vó”, provavelmente virá à sua mente uma varanda cheia de samambaias, uma sala com um vaso grande do lado do sofá, vasinhos de violetas na janela, televisão ligada na Sessão da Tarde, um cheiro de bolo no ar… E acaba sendo natural que, quando você tem a sua casa, o seu cantinho, você queira reproduzir todo esse sentimento. Isso parece uma parada meio boba, e na maioria das vezes, quando se fala em urban jungle, cultivo indoor, não se aborda esse aspecto. Mas é um lado humano nosso, que é sim muito válido e bonito, vale a pena ser mencionado.

Mas tá bom. Tudo muito bonito, interessante, mas se assim como o Belchior, você não tá interessando em nenhuma teoria, vamos ser práticos. Você quer começar a ter suas plantinhas em casa, mas não sabe por onde começar. A gente te ajuda. Tanto faz se você mora numa casa ou apartamento. Pra você ter plantas dentro de casa, a primeira coisa que você precisa fazer é observar. Acorda cedo um domingo que você vá ficar em casa e fique observando onde o sol bate de manhãzinha, na hora do almoço e no meio da tarde. Isso vai ser determinante pra você saber onde posicionar seus vasos. Tem plantas que gostam de mais sol, tem outras que se bastam só com a luminosidade do dia, sem a incidência direta do sol nela. Isso também permite que você tenha realmente várias plantas diferente, em pontos diferentes da casa. Em seguida, é fundamental ter um bom planejamento. Mas vai com calma, isso não é pra ser uma coisa chata, claro, mas requer um mínimo de organização. Além de observar os pontos de sol e luminosidade da sua casa, você precisa pensar na sua rotina. Se você é o tipo de pessoa que trabalha o dia todo fora de casa, volta no fim do dia, só toma um banho e sai de novo, enfim, não pára muito em casa, você vai precisar estabelecer uma rotina de, por exemplo, antes de sair, ou antes de ir dormir, aguar e adubar suas plantas. A sua rotina e o quanto você vai conseguir se dedicar vai ser determinante na hora de escolher as suas plantinhas.

E que plantas ter em casa? As opções são tão vastas quanto a diversidade da flora brasileira. O céu é o limite. Mas tem algumas que são mais certeiras, em especial para quem quer começar e não tem muita prática. Vamos citar aqui algumas plantas que se adaptam bem a ambientes fechados, que podem ficar dentro de casa, mas varia de cada espécie se ela precisa de mais ou menos luz, mais ou menos água e etc. Então, tenha em mente que você vai precisar dar uma pesquisada mais cuidadosa ou conversar com alguém que manja do assunto antes de escolher as suas.  Pra começar, uma boa opção é a Café de Salão, uma planta de folhas muito bonitas, em várias tonalidades de verde e, em alguns casos, até tons avermelhados. É uma planta que gosta de luminosidade, mas não de sol direto, portanto, ideal pra ficar perto de uma janela. Outra particularidade é que ela não requer ser regada com frequência. O ideal é que seu vaso não fique em contato direto com a água, mas fique sobre uma bandeja umidificadora, ou seja, uma bandeja com pedras e uma lâmina de água no fundo, e o vaso sobre ela. Assim, a planta absorve a água por sua capilaridade e pela evaporação. Ela é, de fato, uma exceção, já que a grande maioria das plantas de cultivo indoor necessitam serem regadas frequentemente e terem seu solo permanentemente úmido. Este é o caso de plantas lindas como a Jóia da Amazônia, o Antúrio Clarinervium, a Columéia Twister, a Columéia Marmorata, a Hera Tricolor, a Filodendro Brasil, a Calatéia Pena de Pavão e a Corações Entrelaçados. Todas plantas que não necessariamente dão flor, mas se destacam por suas folhas de diferentes tonalidades, texturas, tamanhos e formatos. E, é claro que não podemos deixar de falar das belas e hypadas Samambaia e Costela de Adão!

A Samambaia deve ser a planta mais tradicional que existe. Ela nunca saiu de moda. Fácil de entender porquê, né? É uma planta exuberante, linda, se adapta a diferentes ambientes e tem uma variedade enorme, além de ser fácil de cuidar dela. A mais conhecida é a Samambaia Paulistinha, de um verde claro intenso, ramos longos e cheios de folhas. Mas tem outros tipos. Tem as Samambaias de Renda Francesa e Portuguesa, que são menores e com folhas mais compactas, tem a Samambaia Jamaica, com folhas mais escuras e rígidas e tem também a Samambaia Azul, com folhas um pouco maiores, crespas nas pontas e uma tonalidade de verde puxado pro esmeralda e que ganha tons azulados dependendo da luminosidade do ambiente. São plantas que se adaptam fácil e vão requerer mais ou menos água dependendo de onde estiverem. E a Costela de Adão é outra planta que sempre esteve presente na casa das avós e hoje é presença garantida na sala de muito jovem, desde o roqueirinho descolado até o farialimer gourmet. É uma planta vistosa, com folhas grandes entrecortadas, num verde escuro imponente. Ela é tropical, gosta de calor, mas não de ficar exposta diretamente ao sol. Sua terra deve estar constantemente úmida. Para manter suas folhas vistosas é aconselhável borrifar água nelas, pelo menos uma vez por dia e, se identificar acúmulo de poeira nelas, passar delicadamente um pano úmido, mas o ideal é não deixar que isso aconteça.

Pra fechar o assunto, pode ser que tenha alguém pensando: “What’s the point?” “Pra quê ter em casa um negócio que vai dar trabalho, tem que ficar sempre cuidando, mexendo…”. Pois bem. Em primeiro lugar, é uma questão de gosto e identificação. Há quem prefira decorar a casa com outros elementos, e tá tudo bem. Mas há quem ache as plantas uma coisa linda e curta, encare como hobby esse hábito de diariamente molhar a planta, adubar e tal. Mas a coisa vai além da decoração. As plantas, literalmente, mudam o ar da casa. Algumas espécies liberam cheiros sutis, mas muito agradáveis, purificam o ar (lembra da fotossíntese e aquele ciclo que você aprendeu no colégio?) e mantém o ambiente mais fresco e úmido. O cuidado com as plantas tem um quê de terapia, distrai a mente, nos ajuda a aceitar os ciclos da vida com mais clareza e podem ajudar pessoas que precisam ser mais centradas e organizadas, já que as plantas impõe certa disciplina para que se mantenham vivas e exuberantes. E, além de tudo, tem o aspecto gastronômico. Além de todas as plantas citadas ao longo deste texto (que não são comestíveis! Por favor, gente! Não são!), tem muitas plantinhas que podem, além de decorar e aromatizar sua casa, servir de tempero para a sua comida! É o caso de vários tipos de pimenta, o manjericão, cebolinha, coentro, salsinha, sálvia, alecrim, tomilho e até tomatinho cereja. Já pensou? Sua comidinha feita em casa, com ingredientes cultivados em casa, mais orgânica impossível!

Puxa vida! Quem diria que uma simples tendência de decoração renderia tanto pano pra manga. Aliás, não só pano pra manga, mas também estampa pra camiseta. Afinal, é claro que um hábito tão contemporâneo, descolado, humano, sustentável e potencialmente divertido é digno de destaque na coleção da Strip Me! Vem conhecer a nossa coleção de estampas florais, além de muitos outros lançamentos incríveis!

Vai fundo!

Para ouvir: Eu sei que você já está acostumado com as nossas playlists. Mas hoje, como estamos tratando de um assunto tão específico, interessante e complexo, vamos sugerir  um podcast que sempre traz várias dicas legais pra quem quer manter um jardim bacana em casa. É o podcast Entre Flores.

Giorgio by Moroder by Strip Me

Giorgio by Moroder by Strip Me

Essencialmente a arte pode ser compreendida como uma transformação. Seja qual for o propósito, seja qual for a inspiração, seja qual for o sentimento. Sendo assim, não existe nada permanente na arte, sequer ela própria. A transformação promovida pela arte se dá em qualquer aspecto possível. Por exemplo, a arte pode pegar a realidade e distorcê-la, enchê-la de ruídos e entregar uma pintura abstrata, uma poesia concreta ou uma música dodecafônica. Da mesma maneira, a arte pode se fazer valer de padrões estabelecidos, para corrompe-los e criar algo novo. Foi assim que surgiu, por exemplo, a ainda pouco compreendida música eletrônica.

Acredite, a música eletrônica não começou com o Kraftwerk. Sua origem é bem mais antiga. Em 1948 foi lançada a obra Étude aux chemins de fer. Uma gravação feita à partir de repetições, sobreposições de gravações e efeitos como reverb. O autor foi o compositor francês Pierre Schaeffer, um visionário que entendeu o potencial de um estúdio de gravação. Schaeffer foi o primeiro compositor a usar fitas magnéticas como técnica de gravação. Até então, as gravações eram feitas direto em acetatos (o pai do disco de vinil). Na sua cola vieram o compositor erudito alemão Stockhausen com ideias inovadoras  de ritmos, melodias e uso de instrumentos improváveis. Outro nome fundamental é o norte americano John Cage, que se fez valer de instrumentos que apareciam como grande novidade no fim dos anos 50,como o famoso Moog. Só então, juntando tudo isso, com a tecnologia que se desenvolvia em larga escala nos anos 70, é que o Kraftwerk deu o pontapé inicial na música eletrônica propriamente dita, com o clássico Autobahn, de 1974. Mas peraí! Falta um elemento fundamental nessa história toda. Um elemento vindo da Itália.

Claro que não dá pra falar de música eletrônica sem falar do legendário Giorgio Moroder. Produtor prolífico, Moroder se destacou ao lado de Donna Summer, produzindo vários discos da diva da disco. Entre eles o clássico álbum I Remember Yesterday, de 1977, onde está a emblemática I Feel Love, talvez a música mais conhecida da cantora. O que torna esta faixa tão especial é que ela tem seu arranjo todo executado por sintetizadores. O próprio Moroder já declarou em uma entrevista que o único instrumento utilizado além de sintetizadores é um bumbo. Não uma bateria completa. Só o bumbo. Nos discos seguintes de Donna Summer, Moroder continuou explorando os sintetizadores e criando arranjos inovadores e dançantes que fizeram história. Working The Midnight Shift, Journey to the Center of Your Heart, Lucky e Hot Stuff são ótimos exemplos. Entretanto, no início dos anos 80, Donna Summers trocou de gravadora e a parceria com Moroder chegou ao fim. Mas ela manteve o alto nível e passou a contar com a produção de ninguém menos que Quincy Jones.

Apesar de ser o que mais lhe deu notoriedade, a trajetória de Giorgio Moroder não se resume aos discos de Donna Summer. O cara já trabalhou com a nata do pop. Cher, Bowie, Freddie Mercury, Barbara Streisand, Blondie, Sigue Sigue Sputnik, Cheap Trick, Bonnie Tyler, Liza Minelli, Elton John, Roger Daltrey, Nina Hagen… a lista é longa! Além do trampo como produtor, Moroder também lançou vários discos já na onda dos sintetizadores, criando texturas sonoras impressionantes. As faixas From Here to Eternity e E=MC² demonstram uma inventividade e bom gosto impressionantes. Inclusive com seu trabalho como compositor, ele está em atividade até hoje, com 81 anos de idade e 50 de carreira na música. E não pense você que ele perdeu a mão ou ficou ultrapassado.

Sempre se cercando de talentos de seu tempo, seus últimos trabalhos solo contaram com parcerias de peso como Kyle Minogue, Britney Spears, Sia, Charli XCX, Foxes, entre outros. E são trampos realmente bons. Fora isso, Moroder ainda produziu algumas algumas trilhas sonoras de filmes bem marcantes, como  Flashdance, Scarface, Um Tira da Pesada, Top Gun… e recentemente ele escreveu a trilha sonora de um jogo do universo do filme Tron, o game TRON RUN/r. O homem não pára! É incansável!Com uma história e uma obra dessas, esse cara merece uma homenagem digna dos seus feitos. Ainda bem que isso já foi providenciado.

Lógico que estamos falando da dupla mais descolada que já apareceu por essas bandas nos últimos 20 anos. Daft Punk! No genial disco de 2013, Random Access Memories, Giorgio Moroder não só colaborou na produção do álbum, como se faz presente intitulando uma das músicas, onde sua história é brevemente contada entre melodias sintéticas e uma deliciosa batida. Ninguém duvida que Random Access Memories é a obra prima e definitiva da Daft Punk. E não é para menos! Além da óbvia criatividade e talento da dupla, comprovado em toda sua obra, neste disco eles ainda contam com participações especialíssimas e conseguem revisitar as origens da música eletrônica e suas próprias referências sem soar nostálgico ou datado. As músicas tem um frescor pop, são modernas e mostram nos detalhes os arranjos timbres e harmonias que soam vintage, porém sofisticadas.

A música eletrônica é a síntese a arte em transformação. É a música sem barreiras. É o jazz que se transforma em trance e trip hop, é o punk e hardcore que se transforma no jungle e drum ‘n bass, a disco que se transforma no house. Um estilo se alimentando do outro, inspirando, provocando, devorando. Cá estamos nós, mais uma vez sendo antropofágicos na vida e na arte. Essa é total a onda da Strip Me, o lugar certo para você encontrar camisetas com estampas que tem tudo a ver… com tudo! Sinergia, comportamento, barulho, diversão & arte! Vem conferir na nossa loja!

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist com a fina flor do que o Giorgio Moroder já produziu. Top 10 tracks Giorgio Moroder

Para assistir: Tem um documentário super interessante e divertido sobre a música eletrônica, suas origens, vertentes, filosofias (ou ausência delas) e os principais nomes do gênero. O filme é da cineasta brasileira Iara Lee, foi lançado em 1998 e se chama Modulations. E a delícia é que tem ele na íntegra no Youtube! É só clicar aqui.

A grande questão do século XX: Beatles ou Stones?

A grande questão do século XX: Beatles ou Stones?

11 entre 10 pessoas que gostam de rock já foram questionados sobre quem é melhor: Beatles ou Rolling Stones, e pensaram bem antes de responder. Claro, porque não é uma pergunta fácil. Não é como perguntar quem é melhor Pelé ou Maradona, Madonna ou Lady Gaga, ou Pulp Fiction ou Cães de Aluguel, cujas respostas são todas óbvias. Beatles x Stones é uma questão tão complexa, que paira no ar há mais de meio século, e ninguém chegou a uma conclusão concreta e definitiva.

Claro que muita coisa já rolou, muita gente já disse muita coisa a respeito. Hoje sabemos que a rivalidade que diziam existir entre as bandas é balela. Eram todos amigos. E, é óbvio que, para manter os nomes de suas bandas em evidência na imprensa, não desmentiam e alimentavam essa lenda. Provavelmente tudo começou quando John Lennon declarou, em 1966, que tudo que os Beatles faziam, os Stones faziam igual 4 meses depois. Desde então, há referência dos Stones em capa de disco dos Beatles e vice versa, vira e mexe uma banda alfinetava a outra na imprensa. Mas no fim da noite, em Londres era comum ver Mick Jagger e Paul McCartney tomando uma cerveja juntos ou George Harrison e Brian Jones trocando figurinhas sobre instrumentos musicais.

Olha, a real é que se a gente parar pra pensar mesmo, tentar comparar as duas bandas e dizer qual é melhor, é uma parada muito descabida. Porque são bandas bem diferentes em vários aspectos, sem falar que uma delas encerrou atividades em 1970, e a outra continuou firme. Mas a gente naturalmente gosta de uma boa disputa. Além do mais, são duas bandas tão incríveis, que é uma delícia revisitar suas histórias, sucessos e lendas, ainda mais tendo como desculpa essa rivalidade. Então, vamos a alguns fatos.

Primeiro a gente tem que ter em mente que os Beatles vieram primeiro. E o sucesso dos Stones tem tudo a ver com o surgimento e ascensão dos cabeludinhos de Liverpool. Depois de uma temporada exaustiva tocando por 5 horas seguidas por noite nos inferninhos de Hamburgo, os Beatles acertaram a mão ao contratar Brian Epstein como seu empresário e, depois de serem rejeitados pela Decca, assinaram contrato com a EMI. Com o surgimento da beatlemania os diretores da Decca se arrependeram amargamente e, quando os Stones bateram na porta, eles não pensaram duas vezes e já assinaram um contrato. Depois do relativo sucesso do primeiro single da banda, Come On, um cover de Chuck Berry, os Stones precisavam de mais um novo sucesso. Na época, 1963, Beatles e Stones já se conheciam e Lennon e McCartney deram para os Stones a música I Wanna Be Your Man, que virou sucesso.

Dá pra afirmar sem medo que até 1964 os Beatles eram realmente superiores. Mas nessa época Keith Richards e Mick Jagger passam a compor com frequência, esbanjando talento. No disco 12 X 5 dá pra sacar isso em canções como Good Times Bad Times e Congratulations. Com os primeiros discos dos Stones pintando, já fica evidente uma grande diferença entre eles e os Beatles. Os Rolling Stones eram uma banda muito purista em relação ao blues. Enquanto os Beatles não tinham muitas amarras a nenhum gênero musical. Flertavam com boleros (chegando a fazer uma versão de Besame Mucho), standards do jazz norte americano, com a soul music, com o country… Neste aspecto, os Stones merecem mais aplausos, pois conseguiam ser criativos e apresentar canções de qualidade mesmo “presos” a um só gênero.

Depois de 1966 os Beatles decidiram abandonar os palcos para ser uma banda exclusivamente de estúdio. Isso deu a eles ainda mais liberdade. Passaram a usar arranjos cada vez mais complexos, sobrepor instrumentos, vozes… afinal, não iriam precisar reproduzir nada daquilo num palco, que nos anos 60 não contava com tecnologia nenhuma. Sequer retorno a turma tinha direito. Mais uma vez as obras das duas bandas se mostram distantes e difíceis de se comparar, não por qualidade, mas por temática. Os Beatles apresentam em Revolver uma psicodelia ensolarada com Good Day, Sunshine e Doctor Robert, enquanto os Stones apostam em canções mais cruas, mas não menos inspiradas, como Paint it Black e Under My Thumb, do belíssimo disco Aftermath. São dois discos excelentes. Depois, em 1967, veio Sgt. Pepper’s… e a régua subiu ainda mais. Muita gente diz que os Stones fizeram o Their Satanic Majesties Request como uma resposta ao Sgt. Pepper’s…. Conversa fiada. Era simplesmente a manifestação da época. Em 1967 o flower power, a cultura oriental e etc estavam em alta. Todo mundo lançou discos nessa onda. E, com exceção da belíssima She’s a Rainbow, Her Satanic Majesties… é um disco bem fraquinho. Mas é bom lembrar que eles lançaram no mesmo ano os ótimos discos Flowers e Between the Buttons.

Em 1970 as duas bandas tinham amadurecido muito musicalmente. E mais uma vez se distanciado em termos de estética musical. Os Beatles, já em 1968, não funcionavam mais tão bem como conjunto. O Álbum Branco mostra bem isso. Tem grandes canções, mas fica evidente que não houve colaboração entre os músicos para compor e fica impresso o estilo de cada em suas composições. Em compensação, Beggars Banquet é um disco que apresenta uma banda em plena forma, coesa, encorpada e com excelentes composições. Ambas as bandas acompanham a tendência do rock, que se torna cada vez mais pesado. Orquestrações dão espaço a mais guitarras com efeitos fuzz e wah wah. Há muita controvérsia sobre a origem do nome Let It Bleed, disco lançado em dezembro de 1969.  Apesar de os Beatles lançarem o álbum Let It Be só em maio de 1970, a canção de mesmo nome já circulava em meados de 1969. Além do mais, os integrantes das duas bandas eram realmente amigos e sabiam dos planos uns dos outros. Por isso especula-se que o título Let It Bleed tenha sio uma brincadeira com o disco dos Beatles que seria lançado na sequência. Ah, sim. Além de tudo, existe o fato de que as bandas nunca lançavam seus discos ao mesmo tempo, sempre davam pelo menos dois ou três meses de intervalo, para não haver competição nas vendas.

Bom, depois de 1970 não faz mais sentido querer comparar as duas bandas, já que os Beatles se separaram, e não faz nenhum sentido querer comparar os discos solos de John Lennon, Paul McCartney e George Harrison com o Sticky Fingers, por exemplo. Todavia, é relevante ressaltar que os Stones lançaram seus discos mais consistentes e brilhantes ao longo da década de 1970. O que demonstra mais uma vez o amadurecimento da banda.

Desde o início as duas bandas tiveram trajetórias bem diferentes. É, no mínimo, injusto querer comparar as duas e vaticinar que uma é melhor que a outra. O que podemos dizer é que são duas bandas inacreditáveis, excelentes e geniais. Ambas indispensáveis para a evolução do rock n’ roll e da cultura pop. Tão essenciais que estampam camisetas nas mais variadas formas. Mas é claro, em nenhum outro lugar você encontra essas duas bandas retratadas de maneira tão deliciosa, original e charmosa como na Strip Me. Onde barulho, diversão e arte são antropofagicamente traduzidos em camisetas sensacionais! Vem conferir na nossa loja!

ps: Com o objetivo de manter a máxima imparcialidade, este texto foi escrito ao som dos discos Who’s Next, do The Who, e Face to Face, dos Kinks.

Vai fundo!

Para ouvir: É lógico, uma playlist caprichada com o que há de melhor entre Beatles e Stones. As faixas serão selecionadas de acordo com sua data de lançamento, pra rolar uma comparação legal entre as duas bandas. Então se liga na play Top 10 Tracks Beatles x Stones.

Para Assistir: Dois documentários essenciais para conhecer essas duas bandas: Let It Be, filme do diretor Michael Lindsay-Hogg, lançado em 1969 e Shine a Light, filme brilhante de Martin Scorsese, lançado em 2008, que acompanha a Bigger Bang Tour.

Para ler: The Beatles: A Biografia, de Bob Spitz, lançado em 2007 pela editora Lafonte é a mais completa e honesta obra literária sobre os Beatles. Livro indispensável. Do lado dos Stones, eu até poderia recomendar o livro do Christopher Sandford, mas acho muito mais válido e enriquecedor recomendar a estupenda autobiografia do Keith Richards, Vida, um livro saborosíssimo de se ler, lançado pela Editora Globo em 2010.

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