Perfil Collab STM: O ESTRANHO MUNO DE KAIO

Perfil Collab STM:                     O ESTRANHO MUNO DE KAIO

Kaio era um menino introvertido, mas muito observador. Como tantas tardes, ele estava em casa lendo uma divertida história em que o Louco saía de dentro da televisão da casa do Cebolinha, quando ouviu seu pai chegar em casa vindo do trabalho. O pai foi até o garoto e entregou a ele um pedaço de papel, dizendo que um amigo do escritório havia feito. Era um desenho simples, mas muito bacana, uma caricatura. Kaio ficou empolgadíssimo e correu para pegar papel e lápis e reproduzir o desenho que acabara de ganhar. Esta cena se repetiria por muitas vezes e o futuro de Kaio começava a ser traçado ali.

Sim, essa é a história de um menino que sempre quis contar histórias, e descobriu no desenho o veículo perfeito para isso. Tudo começou em Itapevi (SP), onde o pequeno Kaio cresceu entre os livros didáticos e infantis cheios de ilustrações convidativas que sua mãe, professora, tinha em casa. Um pouquinho adiante abrem-se as portas do vasto mundo das histórias em quadrinhos. Rodeado de obras de mestres como Mauricio de Sousa, Ziraldo e Quino, Kaio já traçava seus primeiros desenhos. Com o incentivo do amigo do trabalho do pai, isso só cresceu. Até que mais uma onda atingiu esse garoto, virando seu mundo de ponta cabeça, mas aumentando ainda mais seu desejo de desenhar e contar suas histórias. Essa onda foi o cinema.

Além das animações da Pixar, DreamWorks e outras produtoras, foram os filmes do Tim Burton que despertaram o Kaio para um mundo novo, mais inventivo, mais surreal e talvez um pouquinho mais sombrio. Um mundo que viria a fazer toda a diferença no futuro, mesmo tendo ele se distanciado dessas referências no futuro, consumindo muitas outras diferentes ao longo de sua vida. Adolescente, Kaio seguia desenhando, muitas vezes sozinho, algumas vezes com amigos, agora ele já percebia que o norte de sua vida estava em seus traços e entendia que queria ser multimídia, já que o cinema e as animações inundavam cada vez mais seu imaginário. Incluindo aí até as animações malucas do Cartoon Network na TV à cabo.

O jovem Kaio entra na faculdade de Produção Audiovisual e começa uma revolução.  A começar por seu modo de trabalhar. Até então ligado ao analógico: papel, lápis, caneta, tela e tintas, agora se via diante de um computador, produzindo arte de forma digital. Uma mudança muito bem assimilada, diga-se. A faculdade rendeu. Veio o aprendizado com animações, o aperfeiçoamento de novas técnicas e os contatos profissionais. O ano era 2018, e foi quando tudo começou pra valer. Aparece o primeiro trabalho profissional.

O garoto que começou copiando os desenhos do amigo do pai e seus heróis dos quadrinhos e da TV estava agora trabalhando… na TV! Sim! Logo de cara Kaio conseguiu trabalhar fazendo alguns desenhos para a animação Irmão do Jorel (que é um desenho animado divertidíssimo), justamente do canal Cartoon Network. Daí em diante, tudo aconteceu muito rápido. Convites para ilustrar revistas e livros foram pintando, ilustrar e animar clipe musical e por aí vai. O melhor de tudo é que todo mundo vem atrás do traço peculiar do Kaio, seja para a Super Interessante ou para um livro infantil, que foi ilustrado com um delicioso sabor de gratidão, já que foram os livros infantis que despertaram nele o amor pela arte.

O Kaio Mushroom hoje é um artista reconhecido. Apesar da pouca idade, já produziu muito. A história que contamos aqui em poucas linhas não é suficiente para descrever quem ele é de verdade. Um artista emocional, que tira do ambiente em sua volta inspiração para criar e se manifestar, e para se divertir. Para quem diz que o traço dele é único e muito original, ele prefere esclarecer que seu traço é só uma mistura de tantas influências… desde os desenhos do Ziraldo, até a trilha sonora do Ratatouille, passando pela chuva que cai lá fora e pela leve tristeza que passa por dentro. Um artista inquieto que quer contar histórias, inspirar as pessoas e que ama mais que tudo a liberdade.

O encontro do Kaio com a Strip Me parece que seria inevitável. Pois o que chamou a atenção dele na marca e fez com que ele entrasse em contato para uma parceria, foi justamente a diversidade de estampas, o cuidado com a estética e a liberdade que a marca inspira. Atualmente o Kaio integra o seleto hall dos collabs da Strip Me, numa parceria cada vez mais bem entrosada e que não dá sinais de cansaço.

Você acompanha o trampo do Kaio no Instagram dele: @kaiomushroom

Na Strip Me você confere todas as estampas do Kaio clicando aqui.

Vai Fundo!

Para ouvir: Como em todo post, temos uma playlist matadora pra você. Hoje trazemos 10 tracks escolhidas pelo próprio Kaio Mushroom, as favoritas dele! Se liga que tá especial!

Para assistir: Já que o Tim Burton é uma das grandes referências do Kaio, hoje eu recomendo uma das produções mais divertidas de Burton: O Estranho Mundo de Jack (título original: The Nightmare Before Christmas), uma animação lançada em 1993 e que apresenta um bizarro conto de natal e/ou de Halloween. Dá pra assistir de graça completinho no Youtube.

Para ler: Outra referência do Kaio é a Turma da Mônica. Pra ser honesto, eu queria recomendar toda a coleção Graphic MSP, HQs incríveis que fazem interpretações dos personagens do Maurício de Sousa de maneira brilhante. Mas pra sugerir um título só, eu escolho Arvorada, uma história ótima com ilustrações inacreditáveis do super talentoso Orlandeli.

O que há de novo.

O que há de novo.

Desde a Semana da Arte de 1922 até o Tropicalismo, é evidente que o brasileiro entende de se reinventar, misturar, desvirtuar e encantar. A arte brasileira, seja nas artes plásticas, música e outras manifestações, evoluiu muito e continua evoluindo. Assimilando as mudanças de mídia, tecnologia e comportamento, hoje não há como categorizar tudo que é produzido, cunhar um movimento artístico novo, querendo juntar determinados artistas com estética e ideologia semelhantes. A  produção artística nunca foi tão plural e homogênea ao mesmo tempo. O rock flerta com o funk, o pop flerta com o rap, tudo já sendo veiculado com um vídeo que supera em muito o videoclipe. Enquanto isso, você tem exposições artísticas dentro do museu que misturam fotografia, escultura e pintura, são ambientes com vida própria que, vez por outra, saem das galerias e vão para as ruas em intervenções em praças, muros, viadutos, monumentos… não há limites! Tudo mudou.

Nunca vi Adriana Varejão no meu bairro – Renan Aguena (2020)

As regras do mundo mudaram. Aliás, mudaram não, elas não mais se aplicam. E as regras não mais se aplicam porque são regras antigas. É como querer consertar um bug de um software usando uma chave de fenda. Não faz o menor sentido. A última corrente artística de que se tem notícia já cantava essa bola. A Arte Contemporânea, também conhecida como Pós Moderna, já falava que rótulos não importam, que na arte a atitude deve falar mais alto que a estética. A Arte Contemporânea engloba movimentos como a Pop Art e o Minimalismo, que nós já dissecamos aqui alguns posts atrás. É a corrente artística que surge pós Segunda Guerra Mundial e deixa para trás o Modernismo e Surrealismo dos anos 1930. Em pleno 2020 até mesmo o termo Arte Contemporânea soa atrasado. Fodam-se Foram-se os rótulos. Ficou a arte.

Geometrias da Terra – Clara Moreira (2020)

A artista baiana Ventura Profana é um exemplo muito claro dessa transformação. Compositora, artista visual e escritora, ela produz uma arte multimídia que retrata suas experiências de vida, suas crenças e princípios. Inclusive, vale dizer que esta é outra característica dos artistas da atualidade: Vincular sem pudores seus princípios e posicionamentos sociais e políticos a sua arte. A arte não pode ficar em cima do muro. É a atitude antes da estética. Se você disser para a Ventura Profana que a arte dela é radical e polêmica, tenho certeza que ela vai se orgulhar disso. Ainda assim, ela não deixa de ter um senso estético apurado, que passeia entre A Pop Art e o Surrealismo.

Outro exemplo interessantíssimo de inventividade e renovação na arte é o paulistano Yuli Yamagata. Artista visual, ele usa peças de tecido e roupas usadas encontradas em brechós e lojas do gênero para compor suas obras. Passeando entre o cubismo, modernismo e abstrato, sua arte é sempre ligada ao cotidiano, ao ordinário fazendo relações improváveis, como a obra chamada “Gordo Fumante”, por exemplo, que é composta por retalhos de tecidos de lycra, cortados de roupas de academia.

Na música também dá pra sacar que o pessoal não anda ligando muito para rótulos  e limites entre gêneros e vertentes. Na onda de artistas como Projota, que misturam a doçura e a temática leve e doce do pop com as batidas e grooves do rap, a carioca Miranda desponta como um grande nome da nova safra  de artistas que apostam nessa onda.Com letras e melodias inspiradas, ela já chegou ás trilhas sonoras de novelas. Numa pegada mais “papo reto”, pero sem perder la ternura, Drik Barbosa também apresenta um trabalho excelente, com letras fortes e boas melodias. A nova MPB se apresenta com violão, batidas eletrônicas e letras inspiradas que mantém a força no flow.

Tuiuiú – Adriana Coppio (2020)

E é claro que tem muito mais, isso aqui não é nem o começo.  A arte brasileira está em ebulição, ligada em tudo que acontece. Arte e artista, criatura e criador, tudo se funde. A nova arte brasileira é transformada, mas sem esquecer suas raízes. De Tom Zé a Emicida, de Volpi a Eduardo Kobra. É tudo isso que inspira a Strip Me a estar sempre com um catálogo tão completo e incrível de camisetas! Arte, diversidade, bom humor, brasilidade, responsabilidade e diversão.

Safari – Rafael BQueer (2016)

VAI FUNDO!

Para ouvir: Uma playlist com o que há de melhor na música brasileira em 2020. 10 tracks de novas brasilidades.

Para assistir: Se é pra falar coisas novas acontecendo no Brasil, vou indicar a série brasileira produzida pela Netflix que arrenatou fãs em toda parte. Bom Dia, Verônica é uma série policial empolgante que vale demais a pena ver!

Para ler: Vá lá que não é um livro tão novo, mas se tem menos de dez anos tá valendo. Lançado em 2013, o Livro Fim, da atriz e escritora Fernanda Torres é um romance delicioso sobre vida, morte e amizade. Desses livros pra se ler numa tacada só, de tão envolvente.

Surreal!

Surreal!

Vai viver, cara! Pega esses padrões que estão aí e coloca na gaveta no lugar das tuas camisetas! Deixa eles lá guardadinhos e liberta as camisetas. Pensa no que elas podem te dizer. Você tem que se lembrar que nem sempre a lógica ajuda. Muito ajuda quem não atrapalha, aliás. Imagina todo mundo vivendo a vida em paz, mas imagina mesmo! Imagina mais que o John imaginou! Sem regras, sem senso crítico. A realidade é um detalhe.

The Return of Ulysses – Giorgio de Chirico (1968)

Engraçado que o mundo muda tanto, mas tem umas coisas que continuam iguais. A novidade de ontem já está velha, mas segue ativa, alive and kickin’! No começo do século vinte uma turma pirou no Freud e na psicanálise. Era como descobrir um novo mundo, que sempre esteve lá, novidade velha. Subconsciente, instintos, imaginação, sonhos. Um mundo além da realidade, sur real, que em francês significa além do real. Aí pegaram a conversa do Freud, juntaram com aqueles quadros incríveis e maluquíssimos do De Chirico e daquela turma dele de pintores italianos e começaram a ter ideias.

A guerra acabou! War is Over! Olha o John de novo aí. Só que no caso é a Primeira Guerra Mundial. Acabou a guerra. E agora? Tem um pessoal que acha que viver sem conflito é muito chato, monótono. E se não tem conflito do lado de fora, vamos pro lado de dentro. Mas vamos dar nome aos bois, né? André Breton, Alberto Giacometti, Antonin Artaud, Salvador Dalí, Joan Miró, René Magritte, Max Ernst, Luis Buñuel, Paul Éluard, Louis Aragon e Jacques Prévert. Tem de tudo! Escritor, cineasta, pintor, dramaturgo, escultor… os surreais surrealistas!

Cara, essa turma começou a criar, criar, criar, e acabou revolucionando o mundo das artes! Sim, porque começaram a criar atravessando a barreira do real, do padrão, da regra, do senso crítico! O Salvador Dalí chegou a ser expulso da academia de artes que fazia parte, porque subvertia todas as regras e conceitos artísticos vigentes na época. As obras de caras como o Dalí e o Miró fizeram artistas já famosos e considerados geniais repensarem seu jeito de produzir. Pablo Picasso foi um que acabou sendo atingido pelos surrealistas.

Vale dizer que essa turma toda, ainda que de origens diferentes, uns espanhóis, outros franceses… nos anos 1920 estavam todos residindo em Paris, e eram parceiros de arte e de copo, vivam pelo cafés e bares parisienses tomando conhaque e falando sobre sabe-se lá o quê. Nessa época Paris era o centro do mundo. Todo mundo ia pra lá. Inclusive, talvez você se lembre que eu já te contei aqui que a Tarsila do Amaral convivia com essa turma em Paris e foi também influenciada por eles, trazendo pro Brasil uma arte moderna e caótica que teria seu ápice com a publicação do nosso amado Manifesto Antropofágico!

Olha que loucura! Os surrealistas revolucionaram a porra toda, porque, à partir deles, outros artistas se sentiram livres para criar suas próprias paradas inspirados por essa visão de mundo véio sem porteira. Os escritores da geração beat são filhos diretos de Artaud, Aragon e Prévert, escrevendo num ritmo frenético, se preocupando mais com o ritmo do que com a estética e gramática. Nas artes plásticas Eduardo Paolozzi, Laurence Alloway, Reyner Banham, Smithson e Richard Hamilton pegaram  a estética surrealista  e a iconoclastia da indústria cultural para criar a Pop Art! Dá até pra gente ir longe e dizer que a concepção de uma arte sem limites e cheia de ruídos possa ter influenciado indiretamente o rock de vanguarda de bandas como Sonic Youth, Devo e Jesus & Mary Chain. Essa parte das bandas pode ser viagem minha, certamente é viagem minha, convenhamos. Mas meio que faz sentido, e já que estamos sendo surrealistas aqui, vou manter no texto.

Pois então…
Vai viver, cara! Pega esses padrões que estão aí e coloca na gaveta, no lugar das tuas camisetas! Deixe que as tuas camisetas falem com você! A Strip Me te ajuda nessa libertação! Da VHS ao meme, do jazz ao punk, do Michelangelo ao grafite! Vai viver, cara!

Vai fundo!

Para ouvir: Uma playlist cheia de som doido! Hoje é surrealismo! O gerente ficou maluco! Top 10 tracks sem pé nem cabeça.

Para assistir: Esse rolê toda da Paris da década de 1920, você confere no divertidíssimo filme Meia Noite em Paris (original: Midnight in Paris), do Woody Allen e lançado em 2011. Vale a pena demais assistir. Além de rolar a treta de viagem no tempo e tal, aparecem vários dos artistas citados aqui neste texto. E tá facinho de ver. Tem no catálogo da Amazon Prime Video.

Para ler: Cara, se você gosta de ler e quer pirar lendo uma parada nova, com uma linguagem totalmente diferente, dificilmente você vai encontrar algo mais impressionante do que os livros do Guimarães Rosa. Recomendo deste mestre o ótimo Tutameia  – Terceiras Estórias, lançado em 1967. É um livro de contos curtos e fantásticos!

Diversão & Arte!

Diversão & Arte!

Já diz a canção: a gente não quer só comida, a gente quer comida diversão e arte! A gente quer mais! A gente quer ser quem a gente é, e pronto! A gente quer representar e se sentir representado! E é tão bom quando encontramos alguém que combine com a gente, que dá match! E não estou falando só de relações amorosas não. Falo também de quando você encontra uma marca, um produto, que você gosta e que tudo nessa empresa condiz com o que você acredita e gosta. É como as aproximadamente 400 estampas que já passaram pelo site da Strip Me, tão diversas, mas que encontram um lugar comum, se combinam. Diversão e arte!

Identificação é quando de longe você já reconhece alguma coisa, porque você já está familiarizado, gosta… tem a ver com você. Não precisa ser um especialista em artes pra saber o que é belo. Assim como em tudo na vida, um pouco de ousadia faz muito bem! O clássico é clássico, mas não é imutável! Lembra do Warhol? Então. O toque de Deus, obra máxima de Michelangelo, se tornar um ícone moderno é prova disso. Nada mais justo, afinal, assim como hoje, Deus criou a vida simplesmente usando ativação digital.

E a arte está aí pra todos os gostos, para expressar diversos sentimentos. A complexidade de uma obra de arte é imensa. São muitos detalhes a serem apreciados e interpretados. É por isso que os museus são lugares silenciosos e agradáveis. É para que você fique ali o tempo que achar necessário apreciando cada detalhe da obra. Mas no dia a dia, a gente vai direto ao que importa. É a perfeição dos traços, a leveza e a beleza cândida da face da Vênus de Botticelli, é a expressão de pavor que grita nas cores fortes e pinceladas nervosas de Munch, que mais nos chama a atenção e resultam em obras icônicas, diretas e incríveis estampas de camiseta!

Diversão e arte! Aliás, diversão é arte. Tá aí o cinema que não me deixa mentir. Quentin Tarantino evidencia isso de muitas maneiras. Seus filmes são repletos de ícones , referências, citações… não só relacionadas ao cinema, mas também histórias em quadrinho, arte, música. Pulp Fiction, a obra mais marcante de Tarantino, tem o poder da iconoclastia que tanto nos encanta! Um frame consegue nos remeter ao filme, à cena específica, e nos faz querer saber que gosto tem um milkshake que custa 5 dólares. Uma obra tão icônica que consegue manter sua personalidade forte, ainda que inserido no contexto tropical e positivista de uma das maiores obras de arte brasileira: o Abaporu.

Por falar em diversão, dá uma olhada no teu círculo de amizades. Pessoas bem diferentes, né? Desde a cor do cabelo até o tipo de personalidade, todo mundo é diferente, tem características próprias, é único. Mas sempre tem um ou mais pontos em comum que conectam todo mundo. A diversidade faz parte da diversão em todos os aspectos, seja no rolê, ou no trabalho, ou conversando naquela padoca ou cafeteria que é o ponto de encontro da turma. Afinal, assim como em Friends, o café une muita gente! Muita gente diferente. Tão universal quanto falar inglês, é carregar o amor e as cores da diversidade estampados no peito.

É muito legal se sentir representado. A identificação que rola entre tanta gente com a série Friends é um exemplo disso. Pessoas comuns, cheias de problema, convivendo e levando a vida. Mas mais legal ainda é quando você mesmo representa. Parece papo egoísta, mas não é. Sua vida depende muito do quanto você assume suas broncas, leva adiante suas crenças, trabalha, se diverte… tudo depende da sua própria perspectiva! O punk rock cunhou a melhor frase de efeito do século: Do it Yourself! Uma pena que o tiro saiu pela culatra e o punk virou um negócio meio esquisito… mas isso é outro papo. Assuma suas broncas, cara! Sua perspectiva! Do Epic Shit, but do it yourself!

No gancho do punk rock, voltamos ao início. Diversão e arte. Não há nada que consiga condensar arte e diversão em um elemento só como a música, em especial o rock n’ roll. Foram os Beatles quem primeiro conseguiu elevar o rock ao status de arte. Mas Jimi Hendrix foi adiante. Além de uma imagem carismática, instigante, sedutora, o cara produzia uma música genial e ao mesmo tempo divertida, cheia de energia. Barulhos, ruídos, melodias incríveis! O olhar displicente de Hendrix envolto pela fumaça de seu cigarro é a tradução mais fiel do que nós somos e queremos. Diversão e arte!

Neste post reunimos as 10 camisetas da Strip Me mais vendidas, mais curtidas, mais elogiadas e que provavelmente você já esbarrou em alguma delas por aí. Foi uma maneira que encontramos de expor, com palavras e imagens, um pouco da alma da Strip Me. Personalidade, qualidade, atitude, responsabilidade, diversidade, diversão e arte. Mas o que está aqui é só a ponta do iceberg. No site você confere todas as nossas estampas clássicas e também fica por dentro das estampas novas, que pintam por lá frequentemente! www.stripme.com.br

VAI FUNDO!

Para ouvir: Esta playlist traz uma canção para cada uma das estampas apresentadas neste post. Top 10 tracks das top 10 camisetas!

Para assistir: Recomendo a tão comentada e aguardada cinebiografia de Jimi Hendrix. O filme Jimi: All is by My Side, lançado em 2013 e dirigido pelo John Ridley não é um filme incrível, tem algumas falhas, é verdade. Mas ainda assim é muito divertido e conta boa parte da história do Hendrix, em especial a transição dos Estados Unidos para a Inglaterra. Vale a pena ver. Tem pra alugar no Youtube.

Para ler: Inspirado na Vênus de Botticelli, recomendo um livro de contos inacreditável do mestre Rubem Fonseca: Secreções, Excreções e Desatinos. Apesar do título pouco convidativo, este livro, lançado em 2001 pela editora Companhia das Letras, traz contos maravilhosos, deliciosos de se ler. Caso você esteja se perguntando o que tem a ver, a Vênus de Botticelli está na capa do livro e é citada em um dos contos.

Na ponta da agulha.

Na ponta da agulha.

Sem rodeios. Hoje vamos falar de música e de sua mídia mais emblemática: o vinil. Também já te adianto que não vamos aqui ficar vomitando números, dados e porcentagens de venda. Vamos nos prender a o que interessa de verdade. O que faz com que o vinil seja objeto de desejo para tanta gente e a importância que a música tem na vida das pessoas.

Já até virou clichê comparar colecionadores de vinil a fetichistas. Apesar de ser uma comparação infame, não deixa de ser verdadeira. De um jeito ou de outro, o comprador de vinil (que não é necessariamente um colecionador) adquire seus discos por motivos que vão além da vontade de ouvir música. Tal qual qualquer fetiche, um disco está repleto de rituais e significados que proporcionam um prazer extra. Às vezes é pela simples satisfação de possuir em mídia física seu disco favorito. Há quem compre um ou outro disco sem sequer ter uma vitrola em casa para colocar pra tocar. É pela representatividade. O que eu quero deixar claro é que quem compra vinil, em um ou outro nível, tem uma relação com a música diferente da maioria das pessoas.

Sim, a maioria das pessoas não compra discos. Na verdade, a maioria das pessoas não liga muito para música, a verdade é essa. A maioria das pessoas gosta de ouvir música, mas não liga muito pra quem está tocando ou cantando, se limitando a colocar pra tocar a playlist das 50 mais tocadas no Spotify e segue trabalhando. Já quem compra vinil tem suas predileções bem definidas. Não importa se está comprando o disco pra deixar na estante, pra deixar de enfeite na sala ou se pra fazer parte de uma imensa coleção e este disco será apreciado e tocado algumas vezes. Este disco foi escolhido criteriosamente. “Ah, então você está dizendo que os compradores de vinil são uma casta superior entre apreciadores de música.” Olha, superior eu não diria, mas que são uma casta distinta, são sim.

Claro que existem apreciadores e amantes da música que não curtem o vinil e afirmam que a tecnologia torna tudo melhor e mais prático. Pode se conseguir grandes performances com tratamentos de áudio e remasterizações digitais, que permitem ao ouvinte perceber nuances e detalhes que se perdiam antes, além de proporcionar experiências divertidas como ouvir suas músicas favoritas isolando determinado instrumento ou as vozes. As vozes isoladas do Pet Sounds, por exemplo, são uma coisa inacreditável. Fora isso, tem a praticidade de você entrar num site ou aplicativo, apertar o play e ouvir o que quiser, ter acesso a obras que você nunca imaginou antes. Tudo isso é muito legal. A diferença do apreciador do vinil é que a música se torna uma experiência mais sensorial. O disco te prende mais, dificilmente você coloca a agulha num disco e vai fazer algum trabalho, porque você tem que ficar parando pra virar o lado e você tem uma capa com uma arte linda, eventualmente um encarte com letras das canções e informações do disco que chamam a atenção e pode te distrair, enfim, coisas que podem ser um inconveniente, mas que na verdade são a verdadeira magia do vinil. Colocar pra tocar, o cuidado com a agulha, absorver a capa, as letras, aas informações, a arte.

Por muito tempo eu assumi que a esmagadora maioria dos consumidores de vinil hoje em dia era feita de pessoas como eu: Com mais de 35, 40 anos de idade, que pegou o fim do primeiro reinado do vinil, no começo dos anos 90, se desfez de boa parte da sua coleção de vinil pra comprar CDs, e agora, no segundo reinado do vinil, tenta recuperar os discos que já teve e compra novos títulos, discos que eram objeto de desejo no passado e não se tinha grana pra comprar ou não se achava por aqui, numa época em que comprar produtos importados não era tão simples. Mas a verdade é outra. Conversando com o dono de uma loja de discos, soube que muitos dos compradores são jovens de vinte e poucos anos, que já cresceram com o mp3 e streaming. E é uma turma que compra ao mesmo tempo um Dark Side of The Moon e um Arctic Monkeys.

Esta é a informação mais interessante disso tudo. A descoberta do vinil por uma turma que não teve contato com essa mídia na infância, não tem esse ar de nostalgia, de recuperar um tempo perdido. É só uma maneira mais íntima de lidar com a música! Para quem é amante de música, faz sentido poder ouvir o Abbey Road no Spotify, mas fazer questão de tê-lo como ele foi concebido em 1970. E olha que nem entramos aqui na seara dos DJs, que é outro patamar de vínculo com o disco, que além de uma paixão, o disco é uma ferramenta de trabalho.

Na música não existe certo e errado, bom ou ruim. Mas uma coisa é inegável: o vinil e tudo que o envolve é a materialização mais fiel do que é de fato a música! Podemos afirmar que aproximadamente uma hora de música (uma média de 10 a 12 canções) pesam entre 120 e 180 gramas e pode contar com quantas cores e imagens seus criadores queiram numa capa de 31 centímetros.

VAI FUNDO!

Para ouvir: O post de hoje é ilustrado com 10 das capas mais bonitas e emblemáticas da música pop, que  podem ser melhor apreciadas no formato do vinil. Nossa playlist de hoje traz uma canção de cada um desses discos.

Para assistir: Apesar de ser meio óbvio, não resisto a recomendar um dos filmes mais divertidos do século XXI, o Curtindo a Via Adoidado das novas gerações! Escola de Rock! Filme divertidíssimo dirigido pelo Richard Linklater e protagonizado pelo Jack Black que fala justamente sobre a paixão incondicional pela música!

Para ler: Seria outra dica óbvia, caso fosse o filme estrelado por John Cusak, mas prefiro recomendar o livro que inspirou, e é muito melhor que o filme. Alta Fidelidade. Escrito pelo ótimo autor inglês Nick Hornby, o livro narra a história de um dono de uma loja de discos e suas desventuras rumo à meia idade. Livro excelente!

As tramas das revoluções.

As tramas  das revoluções.

Você faz ideia do tanto de história que você carrega? Não, cara, eu não estou falando de vidas passadas, karma nem nada disso! Eu estou falando dessa camiseta que você está vestindo. Você sabe que é uma camiseta  de um tecido 100% algodão, fabricada de maneira sustentável, com toda a qualidade e tudo mais. E é o algodão justamente que traz embrenhado na sua trama séculos e séculos de história. O algodão sempre esteve presente e foi responsável por grandes mudanças na humanidade.

Photo by: stripme.com.br

Ninguém sabe dizer a origem geográfica do algodão. Aparentemente, ele já estava presente em várias regiões do mundo com clima mais quente. Há registros de tecidos de algodão no oriente médio e na Ásia muito antes da era cristã, bem como também sabe-se que os povos das Américas, os Maias , Incas e Astecas, também já usavam tecidos de algodão, inclusive tingidos de várias cores, séculos antes dos europeus chegarem fazendo suas “descobertas”. Aliás, a Europa demorou muito pra conhecer os tecidos de algodão. O europeu só conheceu o algodão por volta do século II d.C. quando mouros e árabes chegaram por lá.

Séculos depois de conquistar os europeus e se tornar produto indispensável na sociedade, o algodão foi o protagonista da maior revolução da humanidade: a Revolução Industrial. A Revolução Industrial, você já sabe, começou na Inglaterra no século XVIII, com a produção em larga escala de produtos manufaturados. O que interessa pra gente aqui é que o algodão protagonizou essa revolução porque, ao contrário de utensílios de metal, de couro e etc, que necessitavam de conhecimento e habilidade para serem manuseados e forjados, os teares de algodão eram simplíssimos, não exigiam conhecimento ou habilidade prévia para o seu uso. Até mesmo crianças eram capazes de operá-lo. Por isso, a indústria têxtil foi a que primeiro e mais rápido cresceu, e enriqueceu seus donos.

Photo by: revistaforum.com.br

E foi no século XIX, quando o algodão chegou nas planícies do sul dos Estados Unidos que ele protagonizou mais uma revolução imensa. Mas desta vez uma revolução cultural. Ao final do século XIX já não havia escravidão nos Estados Unidos, mas a população negra acabou sendo marginalizada e relegada a guetos, em especial no sul do país, justamente onde as plantações de algodão encontraram solo fértil para florescer. Precisando de emprego, os negros passaram a trabalhar nas lavouras de algodão em troca de baixos salários e condições precárias de trabalho. Nas lavouras, nasciam os lamentos em forma de canção. Surgia o gênero musical mais influente da música moderna, o blues.

E não acaba aí a saga do algodão. Durante a Primeira Guerra Mundial, fez-se necessária uma vestimenta que fosse confortável e prática para que os soldados usassem por baixo das fardas. Foi desenvolvida então uma peça de roupa feita de algodão, de mangas curtas que envolvia o torso, com um corte no formato da letra T. Era a T-Shirt, a nossa camiseta! Esta peça começou a se popularizar fora dos quartéis após a década de 40, quando ainda eram peças lisas usadas exclusivamente por baixo de camisas. Em 1948 o candidato a presidência Thomas E. Dewey teve a brilhante ideia de imprimir e distribuir camisetas com seu slogan: “Dew it with Dewey”. Nos anos 50 as camisetas viraram símbolo de atitude e rebeldia juvenil através do cinema, onde Marlon Brando e James Dean apareciam vestindo jeans e camisetas lisas justas. A camiseta virou símbolo da juventude  e liberdade.

Photo by: imdb.com

Daí pra frente, a camiseta se popularizou cada vez mais e solidificou seu status como ícone da liberdade. Indo além, passou a representar a personalidade, ideias e atitudes de quem a veste. Por exemplo, quem veste Strip Me, além de se sentir representado pelas estampas e modelos, também tem a certeza de usar uma peça feita de maneira sustentável, com um tecido 100% algodão de alta qualidade. A produção é toda on demand, ou seja, não tem estoque, logo, não há desperdício em nenhuma das fases da produção. Portanto, hoje estamos aqui para dar graças ao algodão, que tanto fez pela evolução da humanidade, nos dando o blues e as camisetas Strip Me.

VAI FUNDO!

Para ouvir: Uma playlist caprichada com 10 tracks essenciais das raízes do blues.

Para assistir: Apesar de ser um filme difícil de achar atualmente ( não tem na Netflix, Amazon, Youtube…), vou recomendar o clássico Juventude Transviada, filme de 1955 onde James Dean está no auge e o filme é bem divertido, apesar de ser um drama. Vale a pena garimpar a internet atrás deste filme.

Para ler: Um dos maiores representantes da contra cultura norte americana foi o cartunista e escritor Robert Crumb. E ele capturou a essência do blues e as origens do que viria a ser o rock n’ roll em uma HQ incrível chamada simplesmente Blues. Dado o grau de importância do blues na música pop e a genialidade do Crumb, dá pra dizer sem medo que é um livro essencial.

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É natural do ser humano ser questionador. Querer entender os porquês da vida fez com que a humanidade dominasse o fogo, usasse o poder das águas, gerando energia e desenvolvendo civilizações. Ainda hoje vivemos numa eterna busca de conhecimento, tentando entender o passado para trilhar os novos caminhos do futuro. Claro que toda essa gana de saber, essa curiosidade tão salutar não se volta apenas para temas antropológicos e sociais. É essa curiosidade que faz da imprensa britânica, por exemplo, uma das mais fofoqueiras do mundo. Aliás, dizem que é pra isso que a família real britânica existe, né… quem manda no país é o primeiro ministro e a família real alimenta os tabloides sensacionalistas que entretêm o povo.

Photo by the guardian.com

Indo além, não é à toa que um dos gêneros literários mais consumidos no mundo é a biografia. Se o livro vem com o título “Fulano de Tal – Uma Biografia Não Autorizada”, aí que vende horrores mesmo! Artistas e celebridades em geral despertam muita curiosidade nas pessoas. E se naturalmente a gente já tem o hábito de querer saber sobre o que se passa na vida dos nossos familiares e amigos, claro que também vamos querer saber sobre a vida dos nossos ídolos e artistas favoritos. Em especial na música, isso sempre foi muito forte. Desde o final dos anos 1950, quando começam a surgir os primeiros ídolos teens (James Dean, Elvis Presley…), as bancas de jornais são inundadas por publicações especializadas em vida de artistas. De 1967 pra frente, com a música pop sendo levada mais a sério, algumas dessas publicações passam a ser realmente interessantes, indo além de qual o prato favorito ou se tal artista é casado, para falar sobre influências, analisar obras, enfim, mostrar o que realmente importa de um artista.

Photo by bagbagsydvintage.com

E assim chegamos nos documentários musicais! São filmes que contam a história de artistas, movimentos, épocas… tudo de forma muito atraente, com entrevistas de pessoas importantes e filmagens raras que ajudam a dissecar o tema abordado. Esses documentários servem tanto para deliciar aficionados como para introduzir o tema a curiosos. A música pop é uma parada bem complexa, se a gente parar pra pensar. E se cavoucar bastante, vamos acabar chegando no jazz. Tudo começou ali. Música com sensibilidade e energia para embalar ricos e pobres (no início, mais pobres do que ricos, diga-se).  Um ótimo documentário que retrata isso é Miles Davis, Inventor do Cool. O filme conta a trajetória turbulenta do genial trompetista que mudou o mundo e revolucionou a música. Parece exagero, eu sei, mas basta assistir ao doc pra sacar a importância desse cara. Por falar em importância, outro documentário que envolve o mundo do jazz e o extrapola é Quincy, filme que retrata vida e obra de Quincy Jones. Quincy Jones este que não só foi um músico de jazz brilhante como trilhou uma exuberante carreira como produtor musical, tendo trabalhado com nomes como Michael Jackson, Frank Sinatra e Amy Winehouse. Outro doc imperdível é What Happened, Miss Simone. Um filme imperdível sobre uma das maiores representantes da música negra norte americana. Nina Simone era pianista e cantora que viveu uma vida turbulenta dividida entre a arte, o ativismo e uma vida pessoal complicada. E para a sua sorte, estes três documentários estão disponíveis na Netflix!

Claro que o bom e velho rock n’ roll não deixa a desejar neste quesito. Talvez o rock seja o gênero que mais rende documentários, tantos são as bandas e artistas fundamentais para a música e cultura pop. Já começo falando do momento mais importante e cultuado da história do rock e da contra-cultura: Woodstock. O festival que rolou em 1969 em uma fazendo próxima a New York e reuniu Jimi Hendrix, Janis Jopin, The Byrds, The Who, Joe Cocker, Santana, Crosby, Stills & Nash, Jefferson Airplane… enfim, a elite do rock sessentista. Os três dias de festival foram registrados em filme e renderam um documentário clássico e memorável dirigido por Michael Wadleigh e lançado em 1970. Além de registrar as apresentações mais marcantes do festival, conta com depoimentos e cenas de bastidores e capta a aura de paz, amor e brodagem que rolava por ali. Falando em captar auras, um documentário curto, mas bem interessante, que contém várias curiosidades, imagens raras e depoimentos, é Stones in Exile, que mostra o que rolava antes e durante as míticas gravações do álbum Exile on Main Street. Este doc traz imagens e depoimentos que chegam a ser perturbadores, nos fazendo pensar como diabos alguém conseguia viver sob aquelas condições, não só simplesmente viver, mas criar e trabalhar. E o resultado é um dos discos mais impactantes da história da música moderna. Pra fechar cito um dos documentários mais legais e empolgantes que vi nos últimos tempos: Punk. Este doc é uma minissérie dividia em 4 episódios que conta toda a história do punk rock, do início das bandas de Detroit (MC5, Stooges) até a explosão pop de Green Day e Offspring. Sob a produção de Iggy Pop, literalmente o pai da matéria, este doc traz depoimentos marcantes de todas gerações. Ramones, Bad Religion, Sex Pistols, Green Day, Nofx… tá todo mundo lá! O Woodstock não sei se é tão fácil de achar, mas vale procurar. Já o Stones in Exile está disponível na Amazon Prime e o Punk na Globoplay.

O texto já está enorme e nós nem falamos nos filmes que são quase como documentários de tão fiés, didáticos e divertidos, como o The Doors, do Oliver Stone, Dirt!, que conta a história do Motley Crue, Walk the Line, cinebiografia incrível do Johnny Cash… e tem os ficcionais que são tão divertidos, como This is Spinal Tap, Rock Star, Still Crazy… É muita coisa boa! Quem sabe um dia a gente não volta a falar desse assunto. Por hora, ficamos por aqui. Essa é a deixa pra você ir fazer aquela pipoquinha e escolher um desses docs sensacionais pra curtir.

Vai fundo!

Para ouvir: Claro que tem playlist com o que há de melhor nos docs citados acima. Vai lá conferir nosso top 10 tracks de grandes documentários.

Para assistir: Além dos já citados acima, vou te recomendar um documentário que não está disponível nas plataformas de streaming por aí, mas vale a pena procurar pela internet, seja pra baixar ou pra comprar o DVD. Hype! É um documentário lançado em 1996 que dá uma geral na cena grunge de Seattle que dominou o mundo no começo dos anos 90. Com uma pegada bem descontraída, muitas entrevistas legais, este doc é essencial pra quem gosta de rock!

Para ler: Já que citei as biografias no começo do texto, vou recomendar pra você a excelente autobiografia do João Gordo! Livin la Vida Tosca é um livro saborosíssimo de se ler. Apesar de todos os excessos, o João Gordo tem uma memória de elefante (desculpa o trocadilho…) e conta em detalhes toda a sua trajetória, influências, as pessoas que conheceu, shows, festas… está tudo lá de forma muito bem escrita, sob a supervisão do irrepreensível jornalista musical André Barcinski.

Mais que uma imagem e mil palavras sobre a fotografia

Mais que uma imagem e mil palavras sobre a fotografia

Apesar de não ser reconhecida como tal, a fotografia é uma expressão artística de igual grandeza às artes plásticas, a música, literatura e, principalmente, ao cinema, que sem a fotografia sequer existiria. Claro que não estou me referindo aqui àquela selfie tremida que você tirou bêbado na balada. Estamos falando da fotografia feita com apuro técnico e talento ao olhar para alguém ou alguma coisa e enxergar uma foto. Sim, esta é a síntese do conceito de arte: técnica + talento. Você pode conhecer todas as escalas musicais, tocar um instrumento com habilidade e rapidez, mas se não tiver o talento para exprimir as mais simples notas, você fará uma música correta, mas sem sentimento. Você pode ter a sensibilidade de imaginar belas harmonias em sua mente. Se você não tiver a técnica para aplica-las no instrumento, você vai acabar fazendo uma música pobre e mal executada. Mas se você tem técnica e talento juntos, você vai conceber verdadeiras obras de arte. O mesmo conceito vale para a fotografia, a pintura, o teatro…

Napalm Girl by Nick Ut (1972)

Prova disso é que algumas das fotografias mais belas e conhecidas do mundo são fotos jornalísticas. É o caso da icônica imagem da menina vietnamita correndo nua com uma nuvem de napalm atrás de si. Esta fotografia rendeu ao fotógrafo Nick Ut o Pulitzer de 1973. O fotógrafo Jeff Widener também capturou um momento histórico do século XX, na famosa foto O Rebelde Desconhecido, onde um homem se coloca frente a uma fileira de tanques de guerra na Praça Tiananmen, em Pequim, em 1989. Até mesmo as obras incomparáveis de Henri Cartier-Bresson e Sebastião Salgado podem ser consideradas foto-jornalismo, já que se dedicam a registrar o cotidiano sob um olhar mais sensível e poético.

Zo’e women in State of Para, Brazil by Sebastião Salgado (2009)

Mas nem tudo na fotografia são cenas de cunho social e político. Também temos grandes nomes que se dedicaram a às artes, cultura e celebridades. Fotógrafos que nada devem em técnica e talento aos citados acima. Estamos falando de nomes como Helmut Newton, Bob Gruen, David LaChapelle, Charles Peterson e Astrid Kirchherr. A maioria desses profissionais estiveram ligados a movimentos artísticos e trabalharam para a imprensa especializada, principalmente na música e moda. Eles também tem suas obras gravadas na história, como a foto de John Lennon de óculos escuros, usando uma camiseta escrito New York City e com os prédios de Manhattan ao fundo, feita por Bob Gruen, ou Salvador Dali deitado numa cama de hotel parisiense em 1973, fotografado por Helmut Newton.

Stage Dive at Nirvana’s Gig by Charles Peterson (1990)

Como já foi dito, o cinema não existiria sem a fotografia, já que um filme nada mais é que um monte de fotos em sequência. Por isso, a maioria dos grandes diretores tem ao seu lado grandes fotógrafos, formando parcerias de longa data. É o caso de Michael Chapman , diretor de fotografia de clássicos como Taxi Driver, Touro Indomável e tantos outros filmes de Martin Scorsese. Mas existe um caso muito curioso envolvendo essa relação entre diretor e fotógrafo de cinema: Seguindo o famoso ditado “se você quer uma coisa bem feita, faça você mesmo”, surgiu a parceria Peter Andrews-Steve Soderbergh. Acontece que Peter Andrews e Steve Soderbergh são a mesma pessoa! O Soderbergh passou a usar o pseudônimo Peter Andrews para assinar a direção de fotografia de seus filmes!

A verdade é que a fotografia é uma das expressões artísticas mais legais que existem! É a realidade exposta de maneira direta, mas marcante, imponente. Pode ser a realidade nua e crua, como uma exposição surreal da realidade, com contrastes, foco e enquadramentos explorados ao extremo! Imagens que nos transmitem e despertam os mais distintos sentimentos, como a hipnótica Menina Afegã, capa da revista National Geographic de 1985, clicada por Steve McCurry, o inacreditável monge budista em chamas fotografado por Malcolm Browne em 1963 ou o emocionante Le Baiser de l’Hôtel de ville (O Beijo Do Hotel de Ville), foto clássica de Robert Doisneau, tirada em 1950.

The Beatles in Hamburg by Astrid Kirchherr (1960)

Aliás, essa foto do beijo, do Doisneau, chega a dar saudade de quando a gente andava livre pela rua, se aglomerando, se abraçando e se beijando sem máscara. Imagina essa imagem hoje em dia, todo mundo com máscara. Daria até uma ótima estampa de camiseta, né…

Le Baiser de l’Hôtel de ville’ by Robert Doisneau (1950)

VAI FUNDO!

Para ouvir: Uma imagética e fulgurante playlist com 10 tracks que se entrelaçam e funcionam como trilha sonora para este fotogênico texto!

Para assistir: Um dos filmes mais clássicos da história do cinema e que tem a fotografia como ponto crucial de sua trama. Claro, é o excelente Janela Indiscreta (título original: Rear Window), filme do gênio Alfred Hitchcock lançado em 1954.

Para ler: Pessoalmente, eu considero o Henri Cartier-Bresson o maior fotógrafo que já pisou neste planetinha. Por isso, recomendo o ótimo livro Cartier-Bresson: Olhar do século, escrito pelo jornalista francês Pierre Assouline, lançado pela L&PM em 2012 e que traça com riqueza o perfil deste gênio.

Soy Loco Por Ti, Tropicália!

Soy Loco Por Ti, Tropicália!

Você sabe que o mundo moderno só começou pra valer em 1967, né? Pelo menos pra cultura pop, isso é indiscutível! Sgt Pepper’s Lonely Hearts Club Band, dos Beatles, The Velvet Underground & Nico, do Velvet Underground, e Piper at Gates of Dawn, do Pink Floyd, foram lançados, Belle de jour, de Luis Buñuel, A Primeira Noite de Um Homem, de Mike Nichols e Week End, do Jean Luc Godard, estreiam nos cinemas, Gabriel Garcia Márquez lança o clássico livro Cem Anos de Solidão, enfim, a lista é longa de tanta coisa boa que saiu neste icônico ano. E o mais importante disso tudo é que o Brasil não ficou atrás. Por aqui também se produziu muito. Na verdade foi em 1967 que nasceu um movimento artístico que acabaria influenciando muita gente o mundo todo!

Capa do disco Tropicalia ou Panis et Circenses (1968)

Em abril de 1967 é apresentada uma obra muito marcante no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, fazendo parte da mostra Nova Objetividade Brasileira. Trata-se de uma espécie de cenário, um ambiente labiríntico com areia no chão, representações de plantas, araras, pôsters e uma televisão. O autor da obra é Hélio Oiticica, pintor, escultor e cenógrafo. A obra em questão chamava-se Tropicália. O jovem compositor baiano Caetano Veloso ficou impactado com a obra, passou a usar a palavra tropicália para designar certas brasilidades e a usou como título de uma de suas canções. Enquanto isso, na cidade de São Paulo, a banda O’Seis era rebatizada com o nome Os Mutantes, nome sugerido por Ronnie Von aos seus amigos Arnaldo e Sérgio Baptista e Rita Lee, todos eles beatlemaníacos. Ao mesmo tempo, na Bahia, Tom Zé se preparava para se mudar para São Paulo, onde daria início a sua carreira musical, influenciado por Jackson do Pandeiro e poesia concretista. Estava tudo pronto. Era só juntar as peças.

Tropicália – Hélio Oiticica (1967)

Essas e outras peças se juntaram de vários formas: místicas, por pura amizade, por afinidade musical, por interesse financeiro, ou porque alguém falou “putz, tem um amigo meu que tem uma erva hidropônica incrível! Vou ligar pra ele.”. O Tropicalismo, ou simplesmente Tropicália, sem querer acabou se tornando um movimento cultural que engloba a produção de várias obras, extrapolando a produção musical, que conseguiam sintetizar a identidade brasileira com elementos da cultura pop de vanguarda que rolava mundo afora, em especial na Inglaterra, França e Itália. Glauber Rocha encabeçava o cinema novo e lançava o emblemático Terra em Transe, artistas como o já citado Oiticica explorava o surrealismo e a pop art, Rubem Fonseca lançava o ousado Lúcia McCartney, livro de contos de narrativa rápida, coloquial, um jornalismo gonzo ficcional. E a música, que era a trilha sonora de tantas cores e linguagens. Uma mistura fina de psicodelia, rock ‘n roll, bossa nova, e orquestrações.

Capa do disco Caetano Veloso (1968)

E é mesmo na música que dá pra perceber a grandeza dos tropicalistas. O segundo disco de Caetano Veloso, lançado em 1968, é super inspirado, com clássicos como Alegria Alegria, Superbacana e Soy Loco Por Ti America. A obra inteira dos Mutantes é invejável e influente até hoje no Brasil e no exterior. Grande Liquidação, Estudando o Samba e Todos os Olhos são discos geniais de Tom Zé. Sem falar no excelente disco coletivo Tropicália ou Panis et Circenses, uma obra irretocável, um disco fundamental que reuniu Gilberto Gil, Caetano Veloso, os Mutantes, Tom Zé e Nara Leão, tudo sob a batuta inventiva de Rogério Duprat, um maestro inquieto que teve aulas com Stockhausen na Alemanha, onde, por acaso foi colega de classe de Frank Zappa. E houveram vários outros artistas que não eram parte dessa turminha descolada do Gil e Caetano, mas que bebiam da mesma fonte e produziram grandes obras genuinamente tropicalistas, como os Novos Baianos, Jorge Ben e, em especial, o Ronnie Von, que provavelmente foi um dos artistas mais inventivos  e defensor da psicodelia. Seus álbuns de 1968 e 1970 são antológicos. Então, quando você vir aquele tiozinho na televisão tomando vinhos caros, comendo risoto e falando sobre como combinar a gravata com o sapato, lembre-se que esse cara já fez muita loucura nessa vida.

Capa do disco Ronnie Von (1968)

O legado do tropicalismo é imenso. Pra começar, foi influência direta para o Chico Science e o Fred Zero Quatro e a concepção do manguebeat. No sul do Brasil, a psicodelia também correu solta e fez com que surgissem bandas como Graforréia Xilarmônica e o maluco Júpiter Maçã.  Na gringa artistas como Beck, Devendra Banhart e David Byrne confessaram sua admiração por artistas como Mutantes e Tom Zé. Mas como eu comecei este texto citando o Sgt Pepper’s… vou terminar contando como foi o encontro entre o Sérgio Dias, guitarrista dos Mutantes com o Sean Lennon, filho do John. O Sérgio Dias conta que quando os dois se encontraram, o Sean rasgou mil elogios à obra dos Mutantes, tão inventiva, tão envolvente, com melodias tão bonitas, numa roupagem rock brilhante… e por fim perguntou a ele de onde vinha tanta inspiração para criar aquilo tudo. O Sérgio sorriu e disse pro Sean: “Sabe a banda do teu pai? Então…”

Capa do disco Jardim Elétrico (1971)

Vai fundo!

Para ouvir:  Uma playlist tropicalmente quente tá te esperando no Spotify com 10 tracks deliciosas representando o tropicalismo.

Para assistir: Eu podia te recomendar algum filme cabeça do Glauber Rocha e tal… mas prefiro pegar leve e te recomendar a divertidíssima animação Wood & Stock: Sexo, Orégano e Rock n’ roll. Filme dirigido pelo Otto Guera com roteiro e desenhos do mestre Angeli. Este filme é o supra sumo do legado da tropicália! Humor, psicodelia e uma trilha sonora fantástica!

Para ler: Apesar de não versar exclusivamente sobra a tropicália, a autobiografia da Rita Lee é um livro saborosíssimo! Conta de forma bem particular sobre a produção musical da época sem tabus ou nostalgia exacerbada. Uma leitura mega recomendada pra quem seinteressa por música de maneira geral.

Menos é Mais!

Menos é Mais!

Está tudo conectado, cara! Não, não estou falando da internet! Estou falando da vida, do mundo, e até mesmo deste blog! Aqui você já leu sobre a geração beat que mudou a literatura, sobre a Pop Art que revolucionou a cultura pop, já leu sobre as delícias de se entregar a uma estrada e viver experiências incríveis, tudo isso relacionado aos conceitos que você carrega na mente e no peito, através das nossas camisetas.

Donald Judd – Joe Fig (2020)

O minimalismo tem tudo a ver com esse lance de tudo estar conectado. Afinal, ele começou como um movimento artístico paralelo à Pop Art, nos anos 1950, mas acabou se tornando uma filosofia de vida, que influencia a moda, a arquitetura, comportamentos de consumo e hábitos de saúde. Como o próprio nome sugere, o minimalismo vai contra os exageros, mostrando  que com o mínimo de cores, de elementos, de produtos… é possível criar lindas obras de arte, ter espaços funcionais e confortáveis e uma vida feliz e equilibrada.

Lines from Points to Points
Sol LeWitt (1975)

Na arte, o minimalismo tem como principais nomes Sol LeWitt, Frank Stella, Donald Judd e Robert Smithson, todos artistas norte americanos que abriram caminho para a Pop Art. Afinal, a arte minimalista é pautada pelo uso de cores fortes e figuras geométricas, buscando a essência das coisas. A grande diferença do minimalismo em relação à Pop Art é que a maior parte das obras são abstratas e muito subjetivas. A linearidade e simplicidade das obras minimalistas influenciaram muito a arquitetura, que passou a valorizar espaços amplos e linhas retas e simétricas. O holandês Gerrit Rietveld foi um dos arquitetos mais influentes do começo do século XX. Foi uma das cabeças por trás do De Stijl, movimento artístico europeu, e precursor da arquitetura minimalista.

Black Adder – Frank Stella (1968)

E uma coisa puxa a outra. Começou nas artes plásticas, depois foi para a arquitetura. A arquitetura já trouxe em sua linguagem o conceito estético aliado a funções práticas. Ou seja, com linhas retas, cômodos amplos, sem muitos móveis, o ambiente fica naturalmente mais iluminado e com maior espaço de circulação, transmitindo tranquilidade, conforto e… liberdade! O pensamento minimalista propõe o apreço ao que nos é essencial. Assim como na arquitetura, ter espaços livres em nossas vidas, onde cada um possa se dedicar a si mesmo, seja meditando, tocando um instrumento musical, lendo um livro… não se prender ao consumismo compulsivo, não trabalhar obsessivamente, mas sim fazer viagens, conhecer pessoas e se conectar com tudo que lhe pareça positivo.

Polygons – Frank Stella (1974)

E olha que a gente está só arranhando a superfície aqui. Porque o conceito minimalista foi adaptado em todas as áreas. Na música existem eruditos como Phillip Glass, que incorporou o minimalismo em melodias simples, mesmo usando orquestrações, bem como o duo White Stripes, que tem toda uma linguagem minimalista, desde sua formação (guitarra e bateria) até a estética de seus discos, usando majoritariamente duas cores, inclusive, um dos melhores discos da dupla se chama De Stijl! Tá vendo? Tudo conectado, cara! Também tem escritores considerados minimalistas, que se fazem valer de palavras mais simples e uma estética mais apurada na impressão de suas obras. Esses autores estão mais vinculados à poesia concreta, como E. E. Cummings, Ezra Pound e os brasileiros Augusto de Campos e Décio Pignatari. Também tem o minimalismo na moda, que propõe o uso de roupas mais confortáveis, com estampas discretas, ou nenhuma estampa, e cores mais sóbrias, porém, nada imposto, mas sim proposto, entendendo que quem sabe o que é melhor para você é você mesmo. E ainda tem alimentação, yoga, tatuagens… o minimalismo está em tudo!

Double Nonsite – Robert Smithson (1968)

Então é isso. Já deu pra sacar que o minimalismo é liberdade! Sinta-se livre para usar e abusar dele. Você pode começar agora mesmo dando uma olhada nas nossas camisetas minimalistas. Que tal?

VAI FUNDO!

Para ouvir: Sempre presente nossa playlist com 10 tracks especialíssimas. Aqui temos um Top 10 de canções que trazem o minimalismo em seu DNA, seja na melodia, seja na estética dos discos.

Para assistir: The White Stripes Under Great White Northern Lights é um filme imperdível! Retrata a tour da dupla pelo Canadá com apresentações explosivas ao vivo e alguns depoimentos bem interessantes.

Para ler: Para quem curte poesia, o livro 2 ou + corpos no mesmo espaço (o título é assim mesmo, tudo em minúsculas… minimalismo, né) é muito saboroso! Do poeta e músico Arnaldo Antunes, este livro traz o olhar moderno e sensível do autor sobre uma época de muitas mudanças no mundo. Livro lançado pela editora Perspectiva em 1997.

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